Atomística Moderna e a Tabela Periódica Prof. Leonardo Baptista Motivação ● ● ● ● Como evolução do modelo atômico influenciou o desenvolvimento de materiais modernos Apresentação do modelo atômico e sua complexidade Apresentação das verdadeiras partículas indivisíveis Relacionar a tabela periódica ao modelo atômico Motivação ● Definições: – Teoria: – Conjunto de afirmações que visa explicar uma observação. Modelo: ● ● – Representação, em alguns casos matemática, da observação. Permite fazer predições e extrapolações. Lei: ● É uma regra ou norma. Fator constante e invariável de algo formado a partir de uma causa. A traição das imagens:Quadro do pintor surrealista René Magritte. “Isto não é um cachimbo” O Ponto de Partida ● Modelo atômico de Dalton (1803): – O átomo é maciço e indivisível, não pode ser criado nem destruído – Todos os átomos de um mesmo elemento são iguais e apresentam o mesmo peso – Átomos de elementos diferentes tem pesos diferentes – O átomo é neutro – Átomos de elementos distintos combinam-se para formarem novas substâncias O Trabalho de Avogadro (1811) ● ● Distingue o átomo como a menor partícula que pode participar de uma reação química Propõe sua Lei: – ● “Nas mesmas condições de temperatura e pressão, volumes iguais de todos os gases continham o mesmo número de partículas” Esta Lei foi utilizada por Canizzaro para determinar a primeira tabela consistente de massas atômicos Paralelamente... ● ● Faraday anunciou suas Leis da eletrólise em 1832 – “O peso do material depositado em um eletrodo é proporcional a quantidade de eletricidade que passa pelo material” – “Pesos de diferentes materiais depositados em um eletrodo pela mesma quantidade de eletricidade conservam a mesma razão dos pesos químicos equivalentes” Em 1881 Helmhotz aceitou a hipótese atômica e as Leis de Faraday afirmando que a eletricidade positiva e negativa estavam divididas em unidades fundamentais (átomos de eletricidade). Modelo de Dalton ● Este modelo não explicava o experimento de indução elétrica Descoberta dos raios catódicos ● ● ● ● Experimentos com tubos de vidro evacuados A aplicação de um grande potencial elétrico resultava em um arco voltaico A medida que se diminuía a pressão dentro do tubo de vidro era observado um tipo de radiação migrando do catodo para o anodo Ao colidir com as paredes do tubo, esta radiação provocava uma emissão fluorescente Descoberta do elétron ● Tubo de raios catódicos Descoberta do elétron ● Experimento de J. J. Thomson (1897) – O desvio com relação ao campo magnético e elétrico indicava que estes raios eram formados por partículas – O desvio na direção do polo positivo do campo elétrico indicava que as partículas apresentavam carga elétrica negativa Descoberta do elétron ● O campo elétrico E é aplicado e desvia os raios na direção P' – ● ● Força elétrica: eE Um campo magnético B é aplicado de forma a equilibrar a força elétrica. Desta forma o feixe volta para a posição P – Força magnética: Bev – v: componente horizontal da velocidade – c: velocidade da luz c Como as duas forças são iguais: v= Ec B Descoberta do elétron ● Desliga-se o campo magnético e calcula-se o deslocamento PP' – Força eE e aceleração eE m vertical L Tempo para atravessar o campo: t = v eE – Componente vertical da velocidade: w= t m 2 – Deslocamento vertical: s= eE t m 2 – Substituindo o valor de t e resolvendo para a – ( ) e/m: – ( ) 2 m v² e /m= EL² Ao religar o campo magnético obtêm-se e /m= 2 s E c² H²L² razão Descoberta do elétron ● Razão carga massa obtida: – ● e/m = 5,274 × 1017 uee g-1 A carga do elétron foi medida posteriormente (1913) por Millikan na experiência da gota de óleo – e = 4,802 × 10-19 uee (1,592 × 10-19 C) – Pode-se calcular a massa do elétron: 9,108 × 10-28 g Experimento da Gota e Óleo ● ● ● Robert Millikan determinou experimentalmente a carga do elétron através do experimento da gota de óleo Ele balanceou a força elétrica e gravitacional em gotas de óleo ionizadas As gotas eram ionizadas bombardeando o spray de óleo com Rios-X Modelo atômico de Thomson ● ● A partir da descoberta do elétron percebeu-se que esta nova partícula era mais fundamental que o átomo Átomos deveriam ser compostos por elétrons negativamente carregados e matéria positivamente carregada de massa muito maior que o elétron Pudim de passas Paralelamente muitas descobertas ocorriam na transição do século XIX para o século XX ● ● Em 1895, ao estudar a fluorescência de sais de urânio, Becquerel descobriu um novo tipo de fenômeno: a radioatividade A radiação que Becquerel observará era diferente dos Rios-X, pois ela era separada em três grupos distintos na presença de um campo elétrico Através da radioatividade... ● Novos elementos forma descobertos por Marie e Pierre Curie – ● ● Rádio e Polônio Percebeu-se que estes processos envolvem muito mais energia que transformações químicas Mais uma demonstração que o átomo é divisível Com a descoberta da radioatividade e do elétron.... ● Percebeu-se que o átomo não era uma partícula fundamental ● O átomo deveria ser compostos de partículas menores ● O átomo é divisível ● Thomson propôs um modelo para explicar a oscilação forçada dos elétrons em átomo e com este modelo era possível prever o tamanho do átomo (10-8 cm) O experimento de Geiger e Marsden ● Com o objetivo de testar o modelo atômico de Thomson, Geiger e Marsden em 1911 bombardearam uma lâmina de ouro com partículas α. Rutherford Geiger Marsden Consequências do experimento ● ● ● ● ● A deflexão observada deve-se a uma região muito densa e que concentra toda carga positiva do átomo O tamanho da região positiva (núcleo) é da ordem de 10-15 m A região aonde se encontra os elétrons é da ordem de 10-10 m O átomo é vazio O experimento de Rutherford permitia o cálculo do número de cargas positivas no núcleo (número atômico). Estabilidade do átomo de Rutherford ● ● De acordo com a física clássica uma partícula carregada em movimento deveria emitir energia – O elétron deveria se colapsar com o núcleo – O átomo deveria ser instável – O tempo de colapso seria da ordem de 10-12 s – O átomo emitiria energia de forma contínua Para resolver este problema é preciso relembrar algumas descobertas da física que mudaram a forma como encaramos matéria e energia Definições: Natureza ondulatória da luz Definições: Natureza ondulatória da luz Definições: Espectro eletromagnético Uma nova volta ao passado...... ● ● Em 1900 Max Planck apresentou seu trabalho intitulado: “Sobre a Teoria da Lei de Distribuição de Energia do Espectro Normal” – Segundo o seu trabalho a radiação eletromagnética deveria ser discreta e não contínua – A energia de uma onda eletromagnética deveria ser proporcional a sua frequência e não a sua amplitude Com estas afirmações a radiação passava a apresentar características corpusculares – Fato comprovado pelas observações do efeito fotoelétrico e efeito compton Efeito Fotoelétrico e Efeito Compton ● A explicação do efeito fotoelétrico levou ao Prêmio Nobel de Eistein – ● As luz se propaga em pequenos pacotes denominados quantum de energia No efeito compton é observado um espalhamento inelástico entre radiação e elétrons Radiação apresenta comportamento ondulatório e corpuscular O Espectro de Emissão Lâmpada incandescente Hidrogênio Neônio O Espectro de Emissão do Átomo de Hidrogênio ● Cada conjunto de linhas do espectro de emissão do átomo de hidrogênio recebe o nome de série: 1 1 – Série de Lyman (UV) κ=R H 2 − 2 1 n – Série de Balmer (UV/VIS) κ=R H – Série de Paschen (IV) κ=R H ( ( ( 1 1 − 2 2 2 n 1 1 − 2 2 3 n ) ) ) Os Postulados de Bohr 1) “Um elétron em um átomo se move em uma órbita circular em torno de um núcleo sob influência da atração coulombiana entre o elétron e o núcleo, obedecendo as leis da mecânica clássica.” 2) “Em vez da infinidade de órbitas que seriam possíveis segundo a mecânica clássica, um elétron só pode se mover em uma órbita no qual o valor do momento angular orbital L é um múltiplo de h/2π.” 3) “Apesar de estar constantemente acelerado, um elétron que se move em uma destas órbitas possíveis não emite radiação eletromagnética. Portanto, sua energia total E permanece constante.” 4) “É emitida radiação eletromagnética se um elétron, que se move inicialmente sobre uma órbita de energia total Ei, muda de seu movimento descontinuamente de forma a se mover em uma órbita de energia total Ef. A frequência da radiação emitida, ν, é igual a quantidade (Ei - Ef) dividida pela constante de Planck h.” Modelo de Bohr ● ● ● ● ● ● Faz uma mistura entre a física clássica e não clássica Prediz corretamente o raio da órbita do elétron em um átomo de hidrogênio Fornece uma explicação para os espectros de emissão e absorção A energia dos elétrons em um átomo e a energia total do átomo são quantizadas Não pode ser utilizado para prever a energia de átomos com mais de um elétron Falha ao não predizer a estrutura fina observada no espectro de hidrogênio O Experimento de Frank e Hertz James Franck Em 1914 Franck e Hertz proveram experimentalmente indícios da quantização da energia dos elétrons em um átomo Gustav Hertz O Modelo de Sommerfeld ● ● Ao tentar propor uma demonstração rigorosa para as leis de quantização de Bohr e Planck percebeu que as órbitas do elétron em um átomo deveriam ser elípticas Seu modelo foi útil para explicar a estrutura fina do espectro de emissão do átomo de hidrogênio ● ● ● Órbitas eletrônicas permitidas para os quatro principais números quânticos do modelo de Bohr-Sommerfeld n: número quântico principal l: número quântico azimutal De Onde Surgem os Número Quânticos? ● Os dois números quânticos surgem da aplicação da regra de quantização de Wilson-Sommerfeld ∮ p q dq=n q h ao movimento circular de um elétron em um órbita O Modelo Atômico Ainda Não é Satisfatório... ● ● ● ● ● Se aplica corretamente apenas ao átomo de hidrogênio Falha em prever a estrutura fina observada em espectros de emissão Não permite uma análise mais detalhada do processo de absorção e emissão de radiação É baseado em argumentos sem sólida base científica Um bom modelo atômico deve incluir tudo o que se sabe sobre o átomo O que foi deixado de fora? A Dualidade Onda-Partícula ● ● ● Em 1924 Louis de Broglie apresentou sua tese de doutorado propondo a existência de ondas de matéria O comportamento dual, onda-partícula, observado para radiação deveria se aplicar também a matéria Relação entre momento linear e comprimento de onda: h p= λ ● Existe uma onda de matéria associada ao movimento de uma partícula de massa m Exemplos de dualidade onda partícula ● Qual o comprimento de onda de uma bola de baseball se movendo com uma velocidade de v = 10 m/s? -34 h h 6,6×10 joule s λ= = = =6,6×10-35 m p mv 1,0 kg×10 m/ s ● Qual o comprimento de onda de de Broglie de um elétron cuja energia cinética é 100 eV? -34 h h 6,6×10 joule s -10 λ= = = =1,2×10 m -31 -19 p √ 2mK √ 2,91×10 kg×100 eV ×1,6×10 joule / eV Evidências Experimentais do Comportamento Dual ● G. P. Thomson em 1927 mostrou que elétrons também poderiam difratar Perfil de difração de Raios-X e elétrons em uma folha fina de alumínio Raios-X Elétrons Evidências Experimentais do Comportamento Dual Padrão de Laue para difração de Raios-X e nêutrons em um cristal de NaCl Raios-X Nêutrons Princípio da Incerteza de Heisenberg ● No caso de sistemas microscópicos deve-se abandonar a visão determinística da física clássica – ● ● Interpretação probabilística Não se pode medir simultaneamente e com precisão a posição e o momento de uma partícula A restrição não é quanto a medida de momento ou posição, mas a precisão da medida simultânea ℏ 2 ℏ Δ E Δ t⩾ 2 Δ p x Δ x⩾ Princípio da Incerteza de Heisenberg ● O princípio da incerteza é uma limitação natural ● Depende do valor de h (constante de Planck) ● Surge do fato de todas medidas necessitarem de uma interferência do medidor no alvo de sua medida – Esta interferência perturba o alvo da medida Exemplo do Princípio da Incerteza ● Verificou-se que a velocidade de um elétron ( m = 9,1 x 10-28 g) é 300 m/s, com uma incerteza de 0,01%. Com que precisão poderíamos determinar a sua posição em uma medida simultânea com a velocidade? p=mv=9.1×10 −31 −28 kg×300 m/ s=2.7×10 kg m/ s Δ p=0.0001×2.7×10−28 kg m/ s=2.7×10−32 kg m/ s h 6.6×10−34 J s −2 Δ x⩾ = =2×10 m=0.2 cm −32 4 π Δ p 4 π 2.7×10 kg m/ s Consequências do Princípio da Incerteza ● Partículas microscópicas não podem ser localizadas ● Elétrons se comportam principalmente como ondas ● ● – Consequência direta da dualidade onda-partícula – O movimento do elétron deve ser escrito como uma onda se propagando no espaço – O elétron deve ser descritos em termos de uma função de onda Deve-se abandonar a visão determinística da física clássica e tratar os fenômenos com uma abordagem probabilística Não é possível medir simultaneamente as propriedades ondulatórias e corpusculares da matéria e radiação Consequências do Princípio da Incerteza O Modelo Atômico ● ● O modelo atômico deve incluir todos os fenômenos descritos previamente: – Dualidade onda-partícula – Princípio da incerteza – A característica não-determinística do sistema Como fazer isso? A Teoria de Schrödinger da Mecânica Quântica ● ● Em 1926 Erwin Schrödinger apresentou sua famosa equação para a descrição de sistemas microscópicos Sua definição englobava os postulados de de Broglie e o princípio da incerteza de Heisenberg ∂ Ψ ( x ,t ) −h² ∂ ² Ψ ( x , t) +V ( x , t) Ψ ( x ,t )=i ℏ 2m ∂ x² ∂t ̂ ψ( x)=E ψ( x) H Equação independente do tempo Equação geral A Partir da Teoria de Schrödinger ● A quantização da energia foi obtida de forma “natural” ● Sua aplicação fornece os estados de energia de um dado sistema ● Prevê o fenômeno de tunelamento – Emissão de partículas alfa A Resolução da Equação de Schrödinger para o Átomo de Hidrogênio ● ● ● Inicialmente a equação foi aplicada a diversos sistemas modelos – Partícula na caixa – Potencial degrau – Oscilador harmônico – Rotor Rígido Os sistemas modelos forneciam ideias de com o sistemas microscópicos se comportavam Logo, a resolução da equação para o átomo de hidrogênio deveria fornecer uma descrição do átomo de hidrogênio A Resolução da Equação de Schrödinger para o Átomo de Hidrogênio ● Considera-se um elétron se movimentando ao redor do núcleo de carga Ze ̂ ψ( x)= E ψ( x) H ● Autovalores: – Possíveis valores de energia – n: número quântico principal Possíveis valores de momento angular: Rhc E n= n² ● h l (l +1) √ 2π l: número quântico orbital A resolução da equação ainda fornece um terceiro número quântico que se relaciona com a presença de um campo magnético externo (m) ● – L= Relação entre números quânticos ● Os números quânticos são obtidos através da resolução da equação ● Os números quânticos não são independentes l = 0, 1, 2, 3, … (n-1) m = 0, ±1, ±2, ±3, ... l ● Notação espectroscópica: Autofunções ● ● ● ● ● ● Representam cada estado energético do átomo Se relacionam com os números quânticos Contem toda informação quântica do átomo Pode-se obter qualquer propriedade observável a partir destas autofunções Fornecem a distribuição radial e angular do elétron ao redor do núcleo São denominados orbitais Autofunções É possível separar a parte radial da angular ψnlm (r ,θ , ϕ)= Rnl (r )Θlm (θ)Φm (ϕ) Representação das Autofunções: Parte Radial Como interpretar estes gráficos? Interpretação probabilística ● ● As funções de onda por si não tem interpretação física Mas a função de onda elevado ao quadrado nos fornece a probabilidade de se encontrar um elétron em uma dada região do espaço – Interpretação de Born da função de onda – Calcula-se a probabilidade de se encontrar o elétron sobre uma casca esférica P nl (r )=4 π r² R nl (r ) R*nl (r ) Função distribuição radial (densidade de probabilidade) Representação da parte angular Orbital 1s Orbital 2pz O comum é a visualização na forma de densidade de probabilidade Consequências do modelo atômico ● O modelo atômico se tornou abstrato e difícil visualização ● Mas prediz corretamente as propriedades já observadas do átomo – Explicava corretamente o efeito Zeeman Desdobramento das linhas do espectro de emissão devido a presença de um campo magnético externo ● Correlacionado ao número quântico magnético Foi obtido segundo um formalismo rigoroso ● ● ● Mas o modelo ainda estava incompleto.... Estrutura fina do espectro de emissão ● ● A estrutura fina do espectro de emissão não podia ser explicada pela equação de Schrödinger Wolfgang Pauli definiu um novo número quântico que só poderia ter dois valores – ±½ – Não se sabia seu significado – Agora o estado de um átomo é descrito por 4 número quânticos (n, l, m, ms) O Experimento de Stern-Gerlach ● ● Experimento realizado com o objetivo de se medir o momento de dipolo magnético de um átomo O experimento verifica a quantização do momento angular de um átomo – Desdobramento dos níveis de energia devido a dependência do número quântico m com a presença de um campo magnético externo O Experimento de Stern-Gerlach ● No entanto vários valores eram esperado para o momento magnético – ● ● Inclusive zero A teoria de Schrödinger não previa este comportamento Uhlenbeck e Goudsmit tentaram explicar este comportamento considerando o elétron uma partícula esférica que girava em torno do seu próprio eixo e gerava um campo magnético intrínseco – Spin ● Uhlenbeck ● Goudsmit O Spin Segundo Uhlenbeck e Goudsmit ● ● ● O momento angular do elétron seria uma combinação do momento angular orbital e do momento angular magnético oriundo do spin No entanto a velocidade de rotação do elétron deveria ser maior que a velocidade da luz! Seus cálculos mostravam que o elétron deveria ser maior que o próton ou até mesmo maior que o átomo! – Uhlenbeck e Goudsmit haviam desistido de publicar este trabalho quando descobriram que Ehrenfest já havia enviado o manuscrito para uma revista – Apesar de errada a interpretação de Uhlenbeck e Goudsmit é encontrada em diversos livros textos de química geral O que é o spin? ● Spin é o momento magnético intrínseco do elétron ● É interpretado como momento angular ● Mas não há correspondência do spin com alguma grandeza clássica ● Surge naturalmente da resolução da equação de Dirac – Inclusão de efeitos relativísticos na equação de Schrödinger – Momento angular total do elétron: O Modelo Atômico ● É obtido a partir da resolução da equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio – A equação não tem solução analítica para sistemas com mais de dois elétrons – Nós descrevemos os orbitais de átomos polieletrônicos em termos de orbitais hidrogenoides – O estado de um elétron, e consequentemente o estado de uma átomo, é especificado através de quatro números quânticos ● ● n, l, m, ms Dois elétrons não podem apresentar um conjunto de números quânticos iguais => Princípio da exclusão de Pauli O Modelo Atômico ● ● ● A resolução da equação de Schrödinger é feita com base em alguns modelos – Método de Hartree – VB e GVB É possível obter a partir destes métodos o ordenamento dos subníveis de energia para um átomo Este tipo de análise levou ao que conhecemos como diagrama de Linus Pauling O Modelo Atômico ● O átomo é descrito em termos de sua configuração eletrônica ● Esta configuração irá governar a maioria das propriedades do átomo ● ● – Excitações eletrônicas – Reatividade – Potencial de ionização e afinidade eletrônica Define um estado fundamental: Estado de menor energia Define os estados excitados: Estados de energia superior ao estado fundamental C : 1s2 2s2 2p 2 C : 1s2 2s2 2p1 3s1 Estado fundamental Estado excitado Estado fundamental ● Pode ser determinado pelas regras de Hund – Princípio da máxima multiplicidade, apresentado em 1936 – O estado de maior multiplicidade (2S + 1) será o de menor energia – Entre dois estados de mesma multiplicidade, o de menor energia será o que apresenta maior momento angular (L) – Entre dois estados de mesma multiplicidade e L, o de menor energia será: – aquele com menor valor de J, caso o número de elétrons da camada aberta seja menor do que a metade do número total de elétrons que a camada comporta; – - aquele com maior valor de J, caso o número de elétrons da camada aberta seja maior do que a metade do número total de elétrons que a camada comporta. E o núcleo do átomo? ● Muito se discutiu sobre a configuração eletrônica dos átomos e o comportamento dos elétrons – ● Pouco foi mencionado sobre a estrutura do núcleo Os experimentos sobre radioatividade e o trabalho de Rutherford apontavam que os processo radioativos deveriam se originar no núcleo atômico ● O núcleo deveria apresentar carga positiva ● Deveria ser divisível – ● Caso contrário não haveria emissão radioativa A física da estrutura nuclear se desenvolveu a parte e em paralelo ao desenvolvimento da estrutura atômica E o núcleo do átomo? ● ● ● Antes da descoberta da estrutura nuclear, o número atômico Z correspondia a posição do átomo na tabela periódica Moseley, através de medidas de Raios-X, pode relacionar a carga nuclear de um átomo com sua posição na tabela periódica – Demonstrou que o número atômico do 27Co é uma unidade menor que o número atômico do 28Ni – No entanto, a massa do cobalto é maior que a do Ni Percebeu-se que o número atômico era a grandeza que melhor descrevia um átomo e não seu número de massa Descoberta do próton ● ● Para justificar o fato do átomo ser eletricamente neutro Rutherford e colaboradores propuseram a existência de uma partícula carregada positivamente localizada no núcleo do átomo Experimentos realizados em 1917 apontaram que o núcleo do átomo de hidrogênio estava presente na composição de outros átomos – ● A hipótese de Prout, 1815, já apontava que todos os átomos eram compostos de átomos de hidrogênio Estes experimentos em conjunto com o trabalho de Moseley confirmaram a existência de uma partícula positiva no núcleo atômico A Descoberta do Nêutron ● ● ● Inicialmente achava-se que um átomo de massa A e número atômico Z apresentava A – Z elétrons Rutherford foi um dos primeiros pesquisadores a propor a existência do nêutron Em 1932, James Chadwick um colaborador de Rutherford, verificou a existência do nêutron a partir da emissão nuclear de átomos de Be quando bombardeados por uma fonte radioativa – Foi uma partícula difícil de ser identificada devido a carga elétrica nula Determinando o estado fundamental de átomos H ( Z =1) He ( Z =2) 2 1 1s 1s C (Z =6) Li (Z =3) Be (Z =4) B ( Z =5) 2 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1s 2s 2p 1s 2s 1s 2s 2p 1s 2s O( Z =8) N ( Z =7) 2 2 4 2 2 3 1s 2s 2p 1s 2s 2p F ( Z =9) 2 2 5 1s 2s 2p Ne( Z =10) 2 2 6 1s 2s 2p Na( Z=11) 2 2 6 1 1s 2s 2p 3s Mg ( Z =12) Al ( Z =13) Si ( Z =14) P ( Z =15) 2 2 6 2 2 2 6 2 1 2 2 6 2 2 2 2 6 2 3 1s 2s 2p 3s 1s 2s 2p 3s 3p 1s 2s 2p 3s 3p 1s 2s 2p 3s 3p Tabela Periódica ● Reflete a configuração eletrônica dos átomos no estado fundamental – ● Proposta inicialmente em 1869 por Dimitri Mendeleev arranjava os átomos de acordo com seu número de massa – ● A configuração eletrônica não determina o estado físico da substância, mas determina suas propriedades químicas Atualmente sabe-se que o número atômico é a grandeza que caracteriza um determinado tipo de átomo Reflete a chamada lei periódica – As propriedades atômicas se repetem a partir de um determinado número de elétrons Algumas propriedades periódicas: Energia de Ionização Algumas propriedades periódicas: Afinidade Eletrônica Algumas propriedades periódicas: Raio Iônico Carga nuclear efetiva ● Carga positiva efetiva que atua nos elétrons – Correção da carga nuclear pelo efeito de blindagem exercido pelos elétrons mais internos – Zef = Z – S – A blindagem, S, é calculada segundo uma série de regras Tamanho dos íons A Tabela Periódica Versão de 1° de maior de 2013 http://www.iupac.org/ Algumas brincadeiras com a tabela periódica A estrutura atômica pode ser ainda mais complicada.... ● Por que o núcleo atômico não explode? – Devido a força nuclear forte, que 2000 vezes maior que a força eletromagnética, originada pelos quarks e gluons ● O próton é constituído de 3 quarks ● Foi observado a existência das anti-partículas – Para cada partícula existe uma correspondente antipartícula, de carga elétrica oposta – Partícula e anti-partícula ao interagirem sofrem o processo de aniquilação A estrutura atômica pode ser ainda mais complicada.... ● ● Foi observado a existência do neutrino – Inicialmente sua existência foi postulada por Pauli para salvar o princípio da conservação da massa – É uma partícula fundamental sem carga elétrica e a princípio foi tomado sua massa como nula O mediador da interação próton nêutron dentro do núcleo foi observado em aceleradores de partículas – méson π – ● César Lattes fazia parte deste grupo de pesquisa Muitas outras partículas fundamentais foram observadas Sumário do modelo atômico 1) O átomo é divisível e é constituído de núcleo e eletrosfera 2) A organização dos elétrons na eletrosfera é regido pela mecânica quântica 1) O modelo deve ser interpretado em base probabilística 2) O o modelo do átomo se tornou abstrato 3) Os átomos apresentam uma configuração eletrônica que define um estado fundamental e sua posição na tabela periódica 1) A tabela periódica é um reflexo das configurações eletrônicas dos átomos 4) O núcleo é constituído de prótons e nêutrons 1) Estas partículas são constituídas de partículas fundamentais FIM? Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia William Shakespeare