PÃOZINHO, DIREITO E ADMINISTRAÇÃO Quando não há problema, a gente inventa. Pode ser resumido assim, o raciocínio do órgão, instituição ou aglomerado de servidores públicos responsáveis pelo INMETRO. Sob a desculpa ou explicação de haver realizado uma “Audiência Pública”, obrigaram o Brasil a vergarem sob o peso da “Lei ou Portaria?”, que define a venda do pãozinho de 50 gramas. Agora, a quilo. Não se viu ainda, alguém questionar o “antes”. Como assim? Ta lá o pãozinho, sossegado, sendo vendido por unidade ou a quilo–sim, existiam as duas opções, com peso mínimo de 50 gramas. Bastava os zelosos servidores saírem a campo, verificando o peso do pão. Simples, sem burocracia, direto e fácil de fiscalizar. E punir quem violasse a regra. Concorrência? Sim, havia. Eu comprava o pãozinho pelo sabor (qualidade), e pelo preço (meu livre arbítrio). Podia escolher entre R$ 0,15 e R$ 0,20. Era problema meu, Consumidor. E agora? Não é mais problema do Governo e a culpa é das Padarias. E do POVO, incapaz de entender, como é mais simples levar uma calculadora para comprar...pãezinhos... Agora, se compra no peso, e que importa o tamanho? Agora, é preciso moedas (a Casa da Moeda precisa aumentar a produção – serve para os índices da indústria) e submeter-se à tensão de não tê-las.. Agora, é preciso uma balança digital em cima do balcão (serve para aumentar os índices da Industria, e, uma balança custa em torno de dois mil reais – já pensou, as milhares de padarias cooperativadas ou informais?). Agora, o Governo pode garantir que há diálogo entre Padarias e Consumidores (antes não havia e agora serve para alimentar os índices de tensão e violência). Agora, é preciso um salvador da pátria, para atender as donas de casa protestando pelo Brasil afora. Agora, para o Governo, comodismo e consciência de que tirou a Sociedade do comodismo de comprar pãozinho pelo preço unitário e concorrencial. Para a Sociedade, uma continuada e diária tensão de encher os bolsos de moedas ou discutir com o dono ou funcionário da Padaria. Para a Indústria, aumento de produção de balanças, calculadoras, trigo, acidulantes e conservantes, energia elétrica, petróleo... Para o Comércio exterior, boa oportunidade de o Governo dizer que nossos Produtores de Trigo são especuladores, e assim, importamos trigo para salvar os produtores Argentinos. E assim, a Sociedade precisa manter o Governo ocupado para não inventar moda. Os estudantes de Administração e Direito, precisam ser flexíveis em seus estudos, tentando entender que legislação menor (Portaria 146 de 20/06/06), pode sim mandar mais que a maior (CF), e que, a burocracia, também significa complicar para justificar a existência de um setor burocrático governamental. E a Imprensa precisa sobreviver noticiando a tensão que não existia. E o Procon já não dá conta de tanta demandinha... Adm. Roner Braga Padilha CRA/ES nº. 0348 Advogado Membro da Academia Iunense de Letras. Palavra chave: unidade de venda, mudança de hábito, burocracia Sinopse: Este artigo aborda a distância entre a tecnocracia e a praticidade na solução de uma questão que o mercado adotava sem danos para a economia, ou seja, o consumidor decidia se comprava em uma padaria que usasse ou não a balança.