19/07
CONSTRUÇÃO ADVERBIAL CAUSAL NAS VARIEDADES LUSÓFONAS:
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Carolina Cau Spósito
(Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP 1 )
Introdução
Há um consenso entre os gramáticos de que a relação subordinada adverbial causal
é aquela que exprime a causa, o motivo, a razão do pensamento expresso na oração
principal, e são introduzidas por conjunções como, por exemplo, porque, visto que, visto
como, já que, uma vez que, etc. Considerando os dados expostos por Spósito (2008) 2 , é
possível afirmar que todos os autores de gramáticas normativas e descritivas consultados 3 ,
frequentemente citam relações que, apesar de serem rotuladas como causa, na verdade
expressam razão, como no exemplo abaixo, encontrado em Cunha e Cintra (2001, p. 605).
(01)
Ceamos à lareira, que a noite estava fria.
Neves (2000) faz uma importante ressalva ao mostrar a relação semântica que as
conjunções introduzem em uma oração: causa-conseqüência ou causa-efeito entre dois
eventos, que pode indicar “causa real”, “causa eficiente” ou “causa efetiva”; implicando
subsequência temporal do efeito em relação à causa. Afirma ainda que essas relações de
causa podem ser marcadas por conhecimento, julgamentos ou crenças do falante (domínios
epistêmicos) e por um ato de fala. Quanto à ordem, ela observa que as orações iniciadas
por porque são geralmente pospostas e a anteposição, quando ocorre, se dá por motivo de
focalização, ressaltando, finalmente, que as orações também podem se apresentar por
correlação ou ainda por clivagem.
Considerando estas observações, a proposta deste estudo consiste em verificar a
forma de expressão das relações adverbiais causais em cada variedade do português,
1
Discente regular do programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, nível de Mestrado, área de Análise
Linguística com linha de pesquisa em “Descrição Funcional de língua oral e escrita”, sob orientação da Profa.
Dra. Erotilde Goreti Pezatti.
2
Relatório Final de Iniciação Científica, intitulado “A relação adverbial Causal no português”. Apoio CNPq
(Proc. 501413/2007-3)
3
São eles: Barbosa (1881); Bechara (1961 e 1999); Cunha e Cintra (1985); Kury (1985); Lima (1956 e
1986); Mira Mateus (1989); Neves (2000); Paiva (1995) e Perini (1995).
estabelecendo uma hierarquia implicacional e possíveis combinações de traços,
considerando, por um lado, a necessidade empírica de se descrever e explicar as línguas a
partir da definição de um fenômeno particular da estrutura delas, e, por outro, a
necessidade teórica de testar os fundamentos metodológicos da Gramática Funcional
(doravante GF) 4 e, mais recentemente, da Gramática Discursivo-Funcional (GDF) 5 , na
generalização dos fenômenos descritivos em direção de generalizações implicacionais
teoricamente produtivas.
É relevante ressaltar que o estudo agora proposto dá continuidade a dois outros
projetos já concluídos, ambos na modalidade de Iniciação Científica, desenvolvidos junto
ao Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (DELL) do Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas (IBILCE) localizado em São José do Rio Preto.
O primeiro, intitulado “A relação adverbial causal no Português”, teve, como
universo de investigação, um conjunto de ocorrências obtidas com o levantamento
efetuado no corpus Iboruna 6 .
Os resultados mostram que a relação adverbial de causa se expressa, no português
falado no interior do estado de São Paulo, por meio de sintagmas ou orações, nunca por
meio de advérbio. A relação adverbial causal sintagmática, por sua vez, só expressa dois
tipos de entidades (segunda e quarta ordem), como exemplificam (2) e (3), não sendo
possível expressão adverbial causal com entidade de zero e terceira ordem. Além disso,
esse tipo de sintagma é sempre antecedido pela preposição por, e coloca-se em posição
final da oração, como em (4).
(2)
A pessoa ta aí num tem nada a ver toma um tiro morre por causa de... um
traficante. (IBORUNA, AC-59, p.5:243-4)
(3)
... se você votou pro Lula se você votaria novamente se votou por quê que que cê
poderia falar sobre tudo isso assim... (IBORUNA, AC-59, p. 5: 198-200)
(4)
... qualquer coisinha que fosse fazer teria que ir prá clínica né por causa da
hemorragia... (IBORUNA, AC- 120, p. 3:114)
4
Considerando Dik (1997).
Considerando Hengeveld e Mackenzie (2008).
6
Iboruna (em tupi-guarani significa ‘rio preto’) trata-se de um banco de dados anotado com amostras do
português falado na região de São José do Rio Preto, mais precisamente em sete municípios circunvizinhos situados
na região noroeste do Estado de São Paulo, elaborado pelo Grupo de Pesquisa em Gramática Funcional (GPGF),
sediado na UNESP de São José do Rio Preto.
5
A relação adverbial causal oracional, por outro lado, caracteriza-se por expressar
um estado-de-coisas, sendo sempre introduzida pela conjunção porque e posicionando-se
depois da oração matriz, como exemplifica (5):
(5)
Tudo que ele prometeu acho que veio em vão... porque teve muito roubo.
(IBORUNA, AC- 59, p. 5:202-3)
Além disso, apresentam independência temporal, já que dispõem de tempo e modo
próprios e são, na maioria das ocorrências (77%), factuais, como exemplifica (6):
(6)
...você aprende falar muito rápido porque só tem aquela língua pra se
comunicar... (IBORUNA, AC-84, p.2: 35-6)
Foi possível observar que as orações adverbiais causais disponíveis no corpus,
raramente se apresentaram como reduzidas e dificilmente ocorrem com sujeito não
idêntico ao da oração matriz.
Já o projeto intitulado “A relação adverbial causal nas línguas nativas brasileiras”,
analisou a expressão da relação adverbial causal em 17 línguas indígenas amazônicas.7
Com esse estudo, observamos que a relação causa ocorre também entre dois estados-decoisas, sendo que um deles (o dependente, que é factual) fornece a motivação para a
ocorrência do outro (o principal).
É necessário enfatizar que nosso objetivo, em princípio, era tratar apenas da relação
causa, e não razão ou explicação. No entanto, a análise nos permitiu perceber que a
classificação que as gramáticas indígenas consultadas 8 disponibilizavam para as sentenças,
frequentemente, não estava de acordo com a explicação encontrada na GDF, que faz uma
clara distinção entre causa, razão e explicação.
De acordo com Pezatti (2009), causa indica que o evento expresso na oração
dependente desencadeia a ocorrência do evento expresso na oração principal sem que haja
qualquer envolvimento intencional por parte de um agente, como mostra (7):
(7) O rio inundou porque choveu muito. (PEZATTI, 2009, p.143)
7
As gramáticas das línguas consultadas foram: macushi (ABBOTT, 1991); warekena (AIKHENVALD,
1998); kanoê (BACELAR, 2004); sanuma (BORGMAN, 1990); paumari (CHAPMAN E DERBYSHIRE,
1991); bororo (CROWELL, 1979); hixkariana (DERBYSHIRE, 1979); pirahã (EVERETT, 1986); wari
(EVERETT E KERN, 1997); wai wai (HAWKINS, 1998); urubu-kaapor (KAKUMASU, 1986); apalai
(KOEHN E KOEHN, 1986); nambikuara (KROEKER, 2003); canela-krahô (POPJES E POPJES, 1986);
tucano (RAMIREZ, 1997); kamaiurá (SEKI, 2000) e karipúna (TOBLER, 1983)
Já razão fornece a causa da realização de um estado-de-coisas expresso na oração
principal em termos de um motivo atribuído ao controlador do estado-de-coisas da oração
principal, por exemplo:
(8) Pedro foi para casa, porque sua irmã ia visitá-lo. (PEZATTI, 2009, p.143)
Já no âmbito da explicação, o caráter é de especificar um fato que dá suporte a
outro fato representado pelo conteúdo proposicional do ato de fala, ou seja, a oração
adverbial apresenta considerações que conduzem o falante a chegar à conclusão contida na
oração principal; ela pode, então, ser vista como um ato ilocucionário separado da oração
principal.
Enquanto a origem da razão está num dos participantes da oração principal, a
origem da explicação é o falante, como em (9):
(9) Pedro está na casa de Joana, pois o carro dele está do lado de fora. (PEZATTI, 2009,
p.143)
Considerando essa classificação discursivo-funcional, para nossa surpresa, das
línguas pesquisadas, apenas warekena marcou a relação de causa. Nas ademais (apalai,
canela-krahô, paumari, pirahã e urubú-kaapor), entretanto, as orações denominadas causais
constituem, na verdade, razão ou explicação.
O estudo agora proposto, conforme já observado, dá continuidade a esses estudos
anteriores e pretende contribuir com o projeto “Construções subordinadas nas variedades
lusófonas: uma abordagem discursivo-funcional”, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa
em Gramática Funcional, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
câmpus de São José do Rio Preto. 9
9
Sob orientação da Profª. Drª. Erotilde Goreti Pezatti e do Prof. Dr. Roberto Gomes Camacho, o grupo
atualmente conta com 24 membros: Edson Rosa Francisco de Souza, Eli Nazareth Bechara, Flávia Bezerra de
Menezes Hirata-Vale, Gisele Cássia de Sousa, Marize Mattos Dall'Aglio-Hattnher, Sandra Denise GaspariniBastos, Sebastião Carlos Leite Gonçalves, Taísa Peres de Oliveira, Amanda D'Alarme Gimenez, Ana Maria
Paulino Comparini, Ana Paula de Oliveira, Carolina Cau Spósito, Danytiele Cristina Fernandes de Paula,
Gabriela Maria de Oliveira, Joceli Catarina Stassi-Sé, Liliane Santana, Lisângela Aparecida Guiraldeli, Maria
Sueli Ribeiro da Silva, Michel Gustavo Fontes, Norma Barbosa Novaes, Talita Storti Garcia e Valéria
Vandrame.
1. Fundamentação teórica
Segundo Cristofaro (2003), relações adverbiais ligam dois estados-de-coisas de tal
modo que um deles (o dependente) corresponde a circunstâncias sob as quais o outro (o
principal) ocorre.
As definições tradicionais de construções adverbiais capturam essa propriedade
básica ao descrever uma oração adverbial como a que atua como um advérbio do predicado
principal; além disso, assumem que orações adverbiais são, sintaticamente, parte da oração
principal, isto é, são encaixadas nela. Esse tipo de descrição, no entanto, torna-se
inadequada quando vista em dados translinguísticos, pois há um número de línguas em que
isso não ocorre, como é o caso de algumas línguas australianas, que expressam
significados adverbiais por meio de orações não-encaixadas, e de muitas línguas crioulas,
em que o significado adverbial é também efetuado por meio de simples justaposição de
orações não-encaixadas e só desenvolvem subordinadores em estágio posterior. Isso
mostra que a noção de encaixamento é inapropriada em uma perspectiva translingüística. A
definição funcional proposta por Cristofaro (2003) libera a noção de relação adverbial de
qualquer correlato sintático específico e é capaz de explicar tanto as orações adverbiais
encaixadas quanto as orações que dispõem de diferentes estruturas sintáticas.
Por fim, segundo Cristofaro (2003), nas relações adverbiais, nenhum dos estadosde-coisas ligados envolve referência ao outro, ou seja, é a relação adverbial em si que
envolve referência a dois distintos estados-de-coisas e define os traços semânticos que os
caracterizam. Relações adverbiais podem, portanto, ser descritas em termos dos mesmos
parâmetros aplicados às relações de complementação, tal como o nível da estrutura da
oração, predeterminação de traços semânticos dos estados-de-coisas ligados e integração
semântica.
2. Objetivos
Objetiva-se com esse projeto investigar a relação adverbial causal nas variedades
do português, fornecendo uma explanação satisfatória das orações ligadas por meio de
relação causal, vista em sentido amplo, ou seja, que inclui causa, razão e explicação,
estabelecendo suas propriedades semânticas e morfossintáticas.
Como objetivos específicos, pretende-se verificar:
1) Na hierarquia de relações adverbiais, em que posição se encontram as relações causa e
explicação, considerando a Hierarquia de Rebaixamento Adverbial proposta por Cristofaro
(2003):
Propósito > Temporal > Condição de Realidade, Razão
2) quais as propriedades semânticas da relação causal que se dão no nível representacional;
3) quais as propriedades morfossintáticas que caracterizam as relações causais.
3. Metodologia
Como universo de investigação, serão utilizadas ocorrências reais de uso extraídas
do corpus oral organizado pelo Centro de Lingüística da Universidade de Lisboa, em
parceria com a Universidade de Toulouse-le-Mirail e a Universidade de Provença-AixMarselha.
Tal amostragem recebe o nome de “Português oral” e desenvolveu no âmbito do
Projeto “Português Falado: Variedades Geográficas e Sociais”, do qual resultou um corpus
de amostragens de variedades do português falado em Portugal, no Brasil, nos países
africanos de língua oficial portuguesa e em Macau.
O corpus é constituído por 86 gravações, quer de conversas informais entre pessoas
conhecidas ou entre amigos e familiares, quer de intervenções mais formais como, por
exemplo, as de programas radiofônicos. São textos exemplificativos do português falado
em Portugal (30), no Brasil (20), nos países africanos de língua oficial portuguesa: Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe (5 de cada), em Macau
(5), em Goa (3) e em Timor-Leste (3), e correspondem a 8h e 44m de gravação e a 91.966
palavras gráficas. As gravações abrangem um período de tempo que vai de 1970 a 2001,
com uma incidência de cerca de 70% na última década.
Este projeto restringir-se-á às seguintes variedades, uma vez que constituem a
língua oficial dos respectivos países:
1) Brasil;
2) Portugal: gravações da década de 70, 80 e 90;
3) África: São Tomé e Príncipe; Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique;
4) Timor Leste.
Cada ocorrência será então analisada de acordo com os seguintes fatores, que se
assemelham aos já analisados nos outros dois projetos já citados, com algumas alterações:
Nível Interpessoal
1. Presença de marcador discursivo:
Quanto a esse critério, embora tenhamos classificado como marcador discursivo,
devemos entender qualquer elemento extra-oracional (que não pertence à estrutura de
nenhuma das orações envolvidas) que se interponha entre as duas orações em análise.
2. Função Retórica: se ocorre ou não, entretanto, é importante lembrar que só ocorrerá com
orações que expressem Atos discursivos.
Nível Representacional
3. Identidade dos participantes das orações envolvidas:
O fator acima deve ser entendido como correferência de participantes.
4. Factualidade: factual, não-factual.
Serão consideradas factuais as orações que descrevem: (i) propriedade e relação
como aplicável; (ii) estados-de-coisas como reais; (iii) conteúdos proposicionais como
verdadeiros e (iv) Atos discursivos como assertivos. Caso contrário, são não-factuais.
Nível Morfossintático
5. Tipo de oração principal: Move (M), Ato (A), Conteúdo Comunicado (C), proposição
(p), episódio (ep), estados-de-coisas (e), propriedade (f);
6. Tipo de oração inserida: M, A, C, p, ep, e, f.
Move (M) é a maior unidade de interação pertinente para a análise gramatical. É
identificado, em termos de seu estatuto interpessoal, como uma contribuição autônoma
para uma interação contínua. O que o caracteriza é que, em princípio, ele pede uma reação
ou é ele próprio uma reação.
Ato Discursivo (A) é a unidade básica do discurso, definida como a menor unidade
identificável do comportamento comunicativo. Em contraste com o Move, os Atos não
impulsionam necessariamente a comunicação em termos de objetivos conversacionais.
Conteúdo Comunicado (C) contém a totalidade do que o Falante deseja evocar na
sua comunicação com o Destinatário. Cada Conteúdo Comunicado constitui uma forma de
ação comunicativa do falante e contém um ou mais Subatos, que podem ser de dois tipos:
Subato de Atribuição e Subato de Referência. O Atributivo constitui uma tentativa do
Falante de evocar uma propriedade; um Subato de Referência, por outro lado, constitui
uma tentativa do Falante de evocar uma entidade.
Já as camadas do Nível Representacional compreendem as seguintes categorias
semânticas:
Conteúdo Proposicional (p) é um constructo mental que não existe no espaço ou no
tempo e pode ser avaliado em termos de sua verdade.
Episódio (ep) constitui um ou mais estados-de-coisas que são tematicamente
coerentes, no sentido de que eles apresentam unidade ou continuidade de tempo, lugar e
participantes.
Estados-de-coisas (e) são entidades que podem ser localizadas em um tempo
relativo e podem ser avaliadas em termos de seu estatuto de realidade. Pode-se dizer assim
que estados-de-coisas '(não) ocorrem' ou '(não) acontecem' em algum ponto ou intervalo no
tempo.
Propriedade (f) constitui o inventário dos frames de predicação relevantes para uma
língua, que se submetem a restrições de natureza quantitativa (valência) e qualitativa
(concernentes às categorias semânticas das unidades componentes e à maneira como as
relações entre esses componentes são expressas, em termos de suas funções semânticas).
7. Tipo de operador: conjunção, preposição, zero.
8. Forma verbal: indicativo, subjuntivo, gerúndio, particípio, infinitivo.
9. Posição da oração subordinada em relação à matriz: inicial, medial ou final.
“Inicial” deve ser entendida como anterior à oração principal; “medial”, quando
interrompe a adjacência entre dois elementos pertencentes à principal (sujeito-verbo;
verbo-objeto; objeto direto-objeto indireto etc.) e “final” quando aparece depois da oração
principal (completa).
10. Codificação do participante principal do evento dependente: lexical, reto, oblíquo.
Nível Fonológico
11. Quebra entonacional:
Quebra entonacional deve ser entendida como qualquer “acidente” prosódico
(pausa, queda prosódica, tessitura mais baixa ou mais alta) ocorrido na fronteira entre a
oração principal e a dependente.
Considerações finais
Por se encontrar em fase de levantamento de dados, não há muitos resultados que
possam ser discutidos. Entretanto, neste período, enfrentamos uma problemática relevante
no que diz respeito à distinção entre as orações que expressam relação causal, de
explicação ou de razão. Considerando as distinções feitas entre elas pela GDF, como
mostrado acima, foi possível estabelecer as seguintes características que foram úteis para
distinção entre as orações:
NI
Causa
1
-
NR
2
-
3
+
NI
Razão
1
-/+
2
-
Quadro
Geral
Causa
Razão
Explicação
1
+/-
3
-/+
5
e
6
e
7
C
2
+
4
+
3
+/-
5
p/e
6
p
7
C
3
+
+/+/-
9
f
9
f
NF
10
11
l/p/z
-
8
i
9
f
10
l/p/z
NF
11
+
9
f
f
f
NF
10
11
l/p/z
+
l/p/z
l/p/z
+
NM
4
+
5
a
6
a
7
c
NR
2
+
8
i
NF
10
11
l/p/z
+
NM
NR
NI
1
-/+
+/-
4
+
NR
NI
Explicação
NM
8
i
NM
4
+
+
+
5
e
p/e
a
6
e
p
a
7
+
c
c
8
i
i
i
Tais dados provam a necessidade do presente trabalho, uma vez que confirmam que
há diferenças entre as relações de causa, razão e explicação, tal como propõe a GDF e, que,
sendo assim, não procede que sejam todas elas rotuladas da mesma maneira uma vez que
possuem propriedades distintas.
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