Circulação das águas – Regime hidrológico dos rios afluentes Carlos Ruberto Fragoso Júnior 11:11 Sumário 11:11 Importância do regime hidrológico na circulação dos estuários Características do regime hidrológico Fatores que influenciam o regime Métodos de estimativa do regime Importância do regime hidrológico dos rios afluentes nos estuários Em geral os rios trazem a maior parte dos nutrientes e sedimentos para o interior dos lagos, por isso, a circulação originada pelas entradas destes afluentes é particularmente importante; O regime hidrológico de rios podem determinar o tipo de estuário. 11:11 Cunha salina Parcialmente misturado Bem misturado 11:11 Série de Vazões 11:11 Origem Geração do regime hidrológicosuperficial de escoamento 11:11 Escoamento até a rede de drenagem Escoamento em rios e canais Escoamento em reservatórios Características do regime 11:11 Periodicidade - representa uma forma de variação regular ou oscilatória das vazões,com mudanças diárias, sazonais ou seculares, relacionando-se a vazões que se repetem em intervalos de tempo regulares; Estacionalidade - a situação na qual não ocorrem modificações nas características estatísticas da série de dados ao longo do tempo; Frequência - se refere ao número de vezes que se repete uma vazão de determinada magnitude em uma seção do canal durante um determinado intervalo de tempo; Recorrência - A recorrência é o intervalo médio de tempo que uma vazão de dada magnitude pode ser igualada ou excedida. Métodos para estimativa do regime quantitativo - Escoamento 11:11 Com base nos dados observados Com base na chuva Com Medindo o escoamento base nos dados observados - A curva chave - Vazão x nível da água 11:11 Com baseMedindo nos dados observados o escoamento 11:11 Muitas medições de vazão Com baseMedindo nos dados observados o escoamento 11:11 A curva chave Com base nos dados observados Medindo o escoamento Duas vezes por dia (7:00 e 17:00 horas) verifica o nível na régua. No escritório converte em vazão usando a curva chave. Observação contínua 11:11 Com base nos dados observados (sem Vazão curva-chave) A vazão em um canal pode ser calculada pela equação de Manning: 2 3 Rh .S Q u .A A n 11:11 1 2 Regionalização Gerar informação de vazão em locais sem dados. Q=? 14 Objetivo da regionalização Criar funções que relacionam vazão com variáveis mais fáceis de estimar: Área da bacia Precipitação média na bacia Declividade do rio principal Densidade de drenagem Fração da área da bacia com litologia A, B ou C. Exemplo: Q 50 0 , 979 0,01294.A 15 Objetivo da regionalização Equações de regionalização para: Vazão média Vazões mínimas (Q7,10) Vazões da curva de permanência (Q50; Q90; Q95) Vazões máximas (QTR=100 anos) 16 Estimativa preliminar: relação de áreas de drenagem Local de interesse Local de medição A forma mais simples de regionalização hidrológica é o estabelecimento de uma relação linear entre vazão e área de drenagem da bacia. Suponha que é necessário estimar a vazão média em um local sem dados localizado no rio Camaquã, denominado ponto A. A área de drenagem no ponto A é de 1700 km2. Dados de um posto fluviométrico localizado no mesmo rio, no ponto B, cuja área de drenagem é de 1000 km2 indicam uma vazão média de 20 m3.s-1. A vazão média no ponto A pode ser estimada por: AA Q A QB AB Relação de áreas para vazão média para vazão máxima média para vazões da curva de permanência Vazão específica É útil, quando se usa a relação de áreas, calcular a vazão específica de uma região: QA qA AA m s 2 km 3 Unidades: 1 1 ou ls 2 km Vazões específicas Q90 q90 A q7 ,10 qmed Q7 ,10 A Qmed A 21 Limitações Obviamente, o método baseado na relação de áreas ou na vazão específica tem muitas limitações e não pode ser usado quando a bacia for muito heterogênea quanto às características de relevo, clima, solo e geologia. Baseado em relação linear com a área da bacia Usa a área da bacia como a única variável necessária para definir a vazão. Para estimar vazões máximas em locais sem dados este método tende a superestimar as vazões quando a área de drenagem do ponto sem dados é maior do que a área de drenagem do ponto com dados. E quando há mais de um posto fluviométrico? Local de interesse Local de medição Qual deve ser escolhido? 23 Regionalização de vazões Vazões médias Vazões mínimas Vazões máximas Regionalização das vazões características Normalmente uma função como a seguinte aproxima bem a relação entre a área da bacia (A) e a vazão de interesse (Q): Q a A a e b devem ser obtidos a partir de dados de postos fluviométricos em uma região homogênea b Região homogênea Mesmas características de: clima; Litologia; Solos; Vegetação; Declividade Etc... 26 Método SCS Com base na chuva Método Racional Q 0,278 C I A Q = vazão máxima, ou vazão de equilíbrio ou vazão de pico [m3/s] I = intesidade de precipitação [mm/h] A = área da bacia hidrográfica [km2]. 11:11 Método SCS Com base na chuva Método SCS Q P Ia2 P Ia S Q0 quando S Ia 5 S 11:11 quando 25400 254 CN P Ia Q = escoamento em mm P = chuva acumulada em mm Ia = Perdas iniciais S = parâmetro de armazenamento P Ia Valores de CN: Método SCS Com base na chuva Modelos hidrólogicos 11:11 IPH2 (concentrado) IPHS1 (concentrado ou distribuído) SWMM (concentrado ou distribuído) MGB-IPH (distribuído) SWAT (distribuído) Bacia do rio Verde Pequeno – IPH2 1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91 97 103 109 115 0 20 40 60 70 Observada 60 simulada vazões 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 tempo 11:11 100 120 140 Rio Taquari - Antas Quase 27.000 km2 na foz 11:11 •solos argilosos •derrame basáltico •alta declividade •pouca sazonalidade Bacia Taquari - Antas discretizada 269 células 5 blocos Bloco 1 2 3 4 5 11:11 Uso do solo e cobertura vegetal Floresta Pastagem Agricultura Área Urbana Água Não foram considerados os diferentes tipos de solos Postos fluviométricos Principal posto: Muçum 15.000 km2 11:11 6000 C a lc u la d a 5000 O b s e r va d a Vazão (m 3/s ) 4000 Posto Muçum 15.000 km2 3000 2000 1000 0 ju n - 7 3 11:11 ju l- 7 3 ago-73 s e t- 7 3 o u t- 7 3 Bacia do rio Taquari RS - (30.000 km2) nov -73 dez -73 700 600 Posto Carreiro 4.000 km2 calculada observada Vazão (m3/s) 500 400 300 200 100 0 01/jun/72 11:11 01/jul/72 31/jul/72 30/ago/72 29/set/72 29/out/72 Bacia do rio Taquari RS - (30.000 km2) 28/nov/72 Métodos para estimativa do regime qualitativo – Cargas e concentrações 11:11 Com base nos dados observados Com base nas cargas e no escoamento Com base em modelos de qualidade da água Com base nos dados observados 11:11 Amostragem em baixa frequência Utilização de sondas e monitoramento em alta-frequência Com base nas cargas e escoamento Cargas pontuais e difusas 11:11 Pontuais: Urbanas e Industriais Difusas: Agropecuária, rurais Identificação de sedes municipais, industriais(cargas pontuais) Mapa de uso do solo (cargas difusas) Tabelas que relacionam uso do solo x cargas Cargas Urbanas Dados populacionais dos municípios que fazem parte da bacia Vazão de lançamento igual a 80% da vazão captada Carga de poluentes per capita: PARÂMETRO UNIDADE FAIXA TÍPICO DBO5 g.hab-1d-1 40-60 50 Fósforo Total g.hab-1d-1 1,0-4,5 2,5 org.hab-1d-1 108-1011 109 Coliformes Termotolerantes Carga remanescente: Parâmetro Classes Fator de redução Populações ligadas à rede geral (canalizações mistas) 0,5 Classes de tratamento/ afastamento consideradas (IBGE) rede geral de esgoto ou pluvial rio, lago ou mar outro escoadouro DBO fossa séptica Populações atendidas por fossa séptica (sistema decantação/ infiltração) 0,85 fossa rudimentar Vala sem banheiro / sanitário 11:11 Avaliar possíveis ETE e, consequentemente, redução de cargas Cargas Industriais 11:11 Dados sobre número de indústrias, tipologia da indústria, cargas (consultar federação Estadual das indústrias) Outorgas de industriais Cargas: Cargas Pecuárias Dados pecuários dos municípios que fazem parte da bacia Carga per capita: DBO Nitrogênio Total Fósforo Total Coliformes Fecais (kg/dia/cabeça) (kg/dia/cabeça) (kg/dia/cabeça) (106/dia/cabeça) Bovino 0,73 0,178 0,043 5400 Equino 0,77 0,136 0,032 5700 Suíno 0,46 0,236 0,082 8900 Aves 0,02 0,0011 0,0003 240 Rebanho 11:11 Cargas Agrícolas Vazão Captada: outorgas ou através de balanço hídrico Carga per capita: Uso do Solo 11:11 Nitrogênio Total (kg/ano/ha) Fósforo Total (kg/ano/ha) Agricultura 28,1 70,1 Pastagem em Várzea 14,05 35,05 Mistura De forma semelhante, quando são misturados volumes de água com concentrações diferentes, a concentração final equivale a uma média ponderada das concentrações originais, o mesmo ocorrendo no caso de vazões. Assim, se um rio com vazão QR e concentração CR recebe a entrada de um afluente com vazão QA e com concentração CA. Admitindo uma rápida e completa mistura das águas, a concentração final é dada por: QA CA QF CF QR CR QR C R Q A C A CF QR Q A Exemplo Parâmetros conservativos Parâmetros que não reagem, não alteram a sua concentração por processos físicos, químicos e biológicos, exceto a mistura. Exemplo: sais Parâmetros não conservativos Reagem com o ambiente alterando a concentração. Exemplo: DBO, temperatura, coliformes, OD Exemplo parâmetro conservativo QA CA QR CR QR C R Q A C A CF QR Q A QF CF C distância Exemplo parâmetro não conservativo QA CA QR CR QF CF QF2 CF2 QR C R Q A C A CF QR Q A C distância Não conservativos Reações químicas Consumo na cadeia trófica Sedimentação = deposição no fundo Trocas com a atmosfera Principais Parâmetros DBO OD Temperatura Norg, NH3, NO2 e NO3 Porg e PO4 Coliformes Termotolerantes Cinética de Reações Os poluentes interagem com o meio e, além da diluição, podem alterar sua concentração por: Reações químicas Consumo na cadeia trófica Sedimentação = deposição no fundo Trocas com a atmosfera Em geral, representa-se as transformações das substâncias com modelos simples como o decaimento de primeira ordem, em que a taxa de reação é linearmente proporcional à concentração. C k C t Reações: exemplo OD e DBO Um dos exemplos mais interessantes é a interrelação entre OD e DBO em ambiente aquático. DBO é a quantidade de matéria orgânica capaz de consumir oxigênio rapidamente OD é o oxigênio dissolvido Reações: exemplo OD e DBO Água com certa concentração de DBO significa que o Oxigênio será consumido. Oxigênio Dissolvido pode ser medido com um oxímetro Reações: exemplo OD e DBO Medição de DBO: Tomar amostra com quantidade desconhecida de matéria organica consumidora de OD Medir concentração de OD Guardar amostra por 5 dias a 20 oC, sem luz (para evitar fotossíntese) Medir concentração de OD Calcular diferença Este tipo de medição padronizada resulta num valor conhecido como DBO5,20 porque é realizada durante 5 dias a 20 oC Reações: exemplo OD e DBO OD após 5 dias ODi ODf tempo Reações: exemplo OD e DBO DBO5,20 = ODi - ODf OD após 5 dias ODi ODf tempo Reações: exemplo OD e DBO Se esperasse mais tempo: OD após 5 dias mais 5 dias tempo Reações: exemplo OD e DBO E por que não se espera mais tempo? OD após 5 dias Tempo = $$$ tempo Além disso, o comportamento é razoavelmente previsível a partir dos 5 dias Segue uma curva exponencial decrescente L x OD após 5 dias L OD tempo após 5 dias tempo OD diminuindo, significa que OD está sendo consumido por matéria orgânica que está se degradando (DBO) Portanto DBO também está diminuindo (L = concentração de DBO) OD = Oxigênio Dissolvido na amostra (não precisa chegar a zero) L = DBO remanescente na amostra (deve acabar chegando a zero) Uma equação simples para DBO após 5 dias L L L0 e k1 t onde: L = DBO remanescente L0 = DBO remanescente inicial tempo Função exponencial decrescente Depende de um parâmetro k1 DBO5,20 x DBO total após 5 dias L L L0 e k1 t DBO5,20 DBOúltima onde: L = DBO remanescente L0 = DBO remanescente inicial tempo DBO5,20 é o consumo de oxigênio durante 5 dias a 20 oC DBO total é o consumo total de oxigênio até que toda a matéria orgânica tenha sido degradada Degradação Degradação em rios x degradação em laboratório Sedimentação Remoção total k1 x kd x ks x kr Em rios a remoção de DBO ocorre tanto por degradação, consumindo oxigênio, como por sedimentação. Então, a considera-se que o coeficiente total de remoção (kr) é igual à soma de um coeficiente de sedimentação (ks) e de um coeficiente de decaimento bioquímico (kd). O coeficiente de degradação em rios (kd) tem valores diferentes do que em laboratório e podemos escrever: kr kd k s L L0 e kr t k1 x kd x ks x kr kr kd k s sedimentação não consome OD imediatamente decaimento (consome OD) remoção de DBO ks = coeficiente de sedimentação por simplicidade vamos assumir que ks é zero A sedimentação deveria ser considerada especialmente quando a concentração de DBO é alta, como em efluentes não tratados, e quando a profundidade é pequena kd: coeficiente de decaimento da DBO em rios Unidades de dia-1 Valores em garrafa de amostra são diferentes de valores encontrados em rios Faixa de valores para decaimento em rios rios rasos: kd>1 dia-1 rios profundos: kd=0,30 dia-1 kd: taxa de decaimento da DBO Faixa de valores para decaimento em rios rios rasos: kd>1 dia-1 rios profundos: kd=0,30 dia-1 h k d 0,30 2 ,4 0 , 434 para profundidades inferiores a 2,4 m onde kd é o coeficiente de decaimento da DBO em rios h é a profundidade em metros kd: taxa de decaimento da DBO em rios kd depende da temperatura água mais quente = Kd mais alto = decaimento mais rápido kd ,T kd , 20 1,047 T 20 Exemplo: Qual é o coeficiente de decaimento kd a 30 oC se a 20 oC o valor de kd é 0,30 dia-1? kd ,30 0,30 1,047 30 20 0,30 1,047 10 0,47 Outras formas de demanda de Oxigênio na água Demanda Química de Oxigênio (DQO) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) Demanda Bioquímica associada ao Nitrogênio (NBOD) DBO é a mais imediata, e frequentemente a mais importante, mas considerar apenas DBO é uma simplificação muito grande Demanda de Oxigênio Demanda associada ao nitrogênio não inicia tão rapidamente como demanda associada ao carbono Vamos limitar nossa análise a DBO carbonácea, ou associada ao carbono (fase inicial) Voltando à equação simples para DBO após 5 dias L L L0 e k1 t onde: L = DBO remanescente L0 = DBO remanescente inicial tempo Esta função exponencial decrescente é a solução de uma equação diferencial que representa a variação da DBO ao longo do tempo em um tanque ou reservatório fechado Voltando à equação simples para DBO Esta função exponencial decrescente é a solução de uma equação diferencial que representa a variação da DBO ao longo do tempo em um tanque ou reservatório fechado Eq. Diferencial solução dL V k1 V L dt L L0 e k1 t onde se supõe que a taxa de decaimento de L é proporcional à concentração de L onde: L = DBO remanescente L0 = DBO remanescente inicial Voltando à equação simples para DBO Equação diferencial dL V k1 V L dt onde se supõe que a taxa de diminuição da concentração de L é proporcional à concentração de L “Decaimento de primeira ordem” onde: L = DBO remanescente L0 = DBO remanescente inicial Decaimento de primeira ordem Admite-se que a taxa de variação da concentração é proporcional à concentração. C k C t Decaimento de primeira ordem Admite-se que a taxa de variação da concentração é proporcional à concentração. C k C t C C0 e Supondo um tanque ou reator a solução para esta equação é: C t k t Exemplo Considere um tanque com àgua a 20oC e com concentração conhecida inicial de OD e DBO: concentração inicial de DBO L0 = 4 mg/l concentração inicial de OD C0 = 8 mg/l O tanque está fechado, impedindo a entrada de ar. O coeficiente de decaimento da DBO é de 0,35 dia-1 Determine os valores de concentração de DBO e de OD no tanque nos próximos dias. Solução concentração inicial de DBO L0 = 4 mg/l concentração inicial de OD C0 = 8 mg/l DBO dL V k1 V L dt OD dC V k1 V L dt Solução concentração inicial de DBO L0 = 4 mg/l concentração inicial de OD C0 = 8 mg/l DBO OD dL k1 V L dt L L0 e k1 t V dC k1 V L dt dC V k1 V L0 e k1 t dt V Solução concentração inicial de OD C0 = 8 mg/l dC V k1 V L dt dC V k1 V L0 e k1 t dt a solução desta equação diferencial é C C0 L0 1 ek1 t assim, a concentração de OD no tanque decresce assintoticamente até o valor C0-L0 Solução C C0 L0 1 ek1 t L L0 ek1 t Exemplo Uma vazão de 2 m3/s com 10 mg/l de DBO5,20 é lançada em um rio cuja vazão é de 5 m3/s e cuja DBO é zero. Considerando um coeficiente de decaimento kd a 20oC de 0,2 dia-1, que a área de escoamento no rio é de 25 m2, e que a temperatura é de 28 oC, a) b) qual é a concentração de DBO no ponto de lançamento? qual é a distância a jusante do ponto de lançamento em que o valor da concentração de DBO cai para 5% do valor no ponto de lançamento? Solução parte a) Mistura CF QR C R QA C A QR QA CF 5 0 2 10 2,86m g / l 52 A concentração de DBO5,20 no ponto de lançamento é de 2,86 mg/l. Solução parte b) Para resolver a parte b iniciamos considerando que diferentes parcelas da água do rio não se misturam mais a partir do ponto de lançamento Imaginar um trem levando tanques como os do exemplo anterior a velocidade do trem (u) é igual à velocidade da água no rio Solução parte b) Considerando que a água segue rio abaixo sem se misturar mais a partir do ponto de lançamento, podemos considerar que a kr t equação: L L0 e pode ser reescrita como L L0 e k r ux onde x = u.t onde x é a distância atingida ao longo do rio no tempo t, se a água seguir com velocidade u Solução parte b) Neste caso, a distância para a qual a concentração de DBO cai para 5% do valor no ponto de lançamento pode ser calculada por: L L0 e k r ux 0,05 L0 L0 e k r ux Solução parte b) e considerando que a taxa de sedimentação (ks) é zero, a taxa de remoção (kr) é igual à taxa de decaimento kd = 0,20 dia-1. 0,05 L0 L0 e k d ux 0,05 L0 L0 e 0 , 20 ux e a velocidade pode ser calculada por Q/A onde Q = 7 m3/s A = 25 m2 u = 0,28 m/s = 24,2 km/dia Solução parte b) assim, a distância x pode ser encontrada por 0 , 20 0,05 L0 L0 e x 24 , 2 e 0 , 20 24x, 2 0,05 0,20 24x, 2 ln0,05 24,2 ln0,05 x 0,20 x = 362 km E a reoxigenação? O oxigênio dissolvido na água de um rio vai sendo consumido pela decomposição da matéria orgânica. Por outro lado, a água é reoxigenada através do contato com o ar atmosférico na superfície. Valores de OD são dinâmicos em um rio. Autodepuração de um rio Autodepuração de um rio Autodepuração A introdução de matéria orgânica em um corpo d'agua resulta, indiretamente, no consumo de oxigênio dissolvido. Isso se deve aos processos de estabilização da matéria orgânica realizados pelas bactérias decompositoras, as quais utilizam o oxigênio disponível no meio líquido para a sua respiração. O decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido tem diversas implicações do ponto de vista ambiental, constituindo-se em um dos principais problemas de poluição das águas em nosso meio. VON SPERLING, M. Autodepuração de um rio Após o lançamento dos esgotos, o curso d’água poderá se recuperar por mecanismos puramente naturais, constituindo o fenômeno da autodepuração. Lançamento de esgoto com DBO COD distância Como ocorre a Reoxigenação A direção e a magnitude do fluxo de oxigênio depende da diferença entre a concentração real e a concentração de saturação. Esta diferença é chamada déficit de saturação de OD fluxo _ de _ OD ka COD sat COD Reoxigenação Concentração de saturação de OD na água varia com a temperatura água fria: mais OD na saturação (valores máximos 14 mg/l) água quente: menos OD na saturação Reoxigenação ou reaeração depende da turbulência aumenta com a velocidade da água (máximos de 10 dia-1) diminui com a profundidade da água (mínimos de 1 dia-1) Reoxigenação Ao degradar a matéria orgânica (DBO) as bactérias retiram Oxigênio Dissolvido da água. Por outro lado, a água de um rio recebe oxigênio na região da superfície, que está em contato com o ar. dCOD k d C DBO k a COD sat COD dt consumo de OD reoxigenação Reoxigenação tem um limite, que é a concentração máxima de OD na água para uma dada temperatura Estimativa de ka por equações empíricas Pesquisador Fórmula Faixa de aplicação O´Connor e Dobbins (1956) V 0,5 k a 3,93 1,5 H Churchill et al (1962) V k a 5,026 1,67 H Owens et al. (1964) V 0 ,67 k a 5,32 1, 85 H 0,3m<H<9,14m 0,15m/s<V<0,49m/s 0,61m<H<3,35m 0,55m/s<V<1,52m/s 0,12m<H<0,73m 0,03m/s<V<0,55m/s ka (dia-1) V = Velocidade média do curso d´água (m/s) H = Altura média da lâmina d´água (m) fonte: Chapra 1997 Estimativa do Coeficiente de reoxigenação em rios Equações empíricas Larentis (2004) Reoxigenação em barragens e quedas d’água onde: r = razão entre o déficit de OD a montante e a jusante da barragem H = diferença do nível da água (metros) T = temperatura da água (°C) a = coeficiente empírico de qualidade de água b = coeficiente empírico de tipo de barragem (Chapra, 1997) Reoxigenação em barragens e quedas d’água Coeficiente de qualidade de água Situação a muito poluída 0.65 moderadamente poluída levemente poluída água limpa 1.0 1.6 1.8 Coeficiente de tipo de barragem Tipo de barragem e descarregador b Flat broad-crested regular step 0.70 Flat broad-crested irregular step 0.80 Flat broad-crested vertical face 0.60 Flat broad-crested straight-slope face 0.75 Flat broad-crested curved face 0.45 Round broad-crested curved face 0.75 Sharp-crested straight slope face 1.00 Sharp crested vertical face 0.80 Sluice gates 0.05 Dependência da temperatura do Coeficiente de reoxigenação ka,T ka, 20 1,024 T 20 Modelo de Streeter-Phelps para autodepuração de um rio O modelo de StreeterPhelps permite analisar casos simples de lançamentos de efluentes (DBO) em um rio permite prever consequencias do lançamento sobre o OD do rio Modelo de Streeter-Phelps dCOD k d C DBO k a COD sat COD dt Equação em termos de OD D COD sat COD dD k d C DBO k a D dt Equação em termos de déficit de OD Modelo de Streeter-Phelps Considere um rio que recebe contribuição localizada e constante de um efluente com alta DBO O rio apresenta escoamento uniforme e permanente Após a mistura inicial do efluente com a água do rio, que se considera imediata, considera-se que a água percorre o rio sem se misturar, como no exemplo do trem. Mistura QA CA QR CR QF CF QR C R Q A C A CF QR Q A Modelo de Streeter-Phelps em cada tanque ocorre decaimento de DBO, consumo de OD e reoxigenação, mas a água dos tanques não se mistura Modelo de Streeter-Phelps tempo e distância se relacionam pela velocidade x=u.t x Modelo de Streeter-Phelps - DBO L L0 e kr t L L0 e k r ux x Modelo de Streeter-Phelps: déficit de OD e integrando dD kr L ka D dt L L0 e k r t D0 0 solução D D0 e k a t kd L0 e kr t e ka t ka kr Modelo de Streeter-Phelps - OD D D0 e ka t kd L0 e kr t e ka t ka kr x D D0 e ka x u k L d 0 ka kr kr ux ka ux e e Streeter-Phelps D D0 e ka x u x x k k kd L0 r a e u e u ka kr Streeter-Phelps D D0 e ka x u x x k k kd L0 r a u u e e ka kr relembrando kd = coeficiente de decaimento (0,3 a >1,0 dia-1) ka = coeficiente de reoxigenação (1 a 10 dia-1) kr = coeficiente de remoção (kr=kd+ks) se ks=0 então kr=kd É importante lembrar que x, k, t e u devem ser usadas em unidades compatíveis. Exercício – cálculo de D0 Um afluente poluído entra num rio relativamente limpo. Calcule a temperatura da mistura e o déficit de oxigênio D0. Considere mistura completa e imediata. Variável Afluente Rio 0,463 5,787 Temperatura (oC) 28 20 OD (mg/l) 2 7,5 Vazão (m3/s) Exercício – cálculo de D0 Solução: Considerando que o calor específico da água é mais ou menos constante, podemos estimar a temperatura da mistura como: TF QR TR QA TA QR QA a seguir calculamos a concentração de OD da mistura usando a mesma equação com base na temperatura, calculamos a concentração de OD na saturação C exp a Tb Tc por fim, calculamos o déficit por: ODsat D = CODsat-COD solução Chapra D = 1,906mg/l 2 d e 4 3 T T Exercício Um afluente poluído entra num rio relativamente limpo. Calcule a concentração de OD a 10 km da confluência Variável Vazão (m3/s) Temperatura (oC) OD (mg/l) DBO5,20 u (m/s) h (m) Afluente 0,463 28 Rio 5,787 20 2 20 7,5 1 0,2 2,5 Exercício Calcule DBO5,20 da mistura L0: Estime DBO última da mistura usando k1=0,2 dia-1 Use os resultados do exercício anterior para saber a temperatura e o D0 da mistura. Use o modelo de Streeter-Phelps para calcular o déficit a 10 km da confluencia, lembrando: kd = 0,3 dia-1 (deve ser corrigido para a temperatura certa) ks = 0,0 dia-1 ka pode ser calculado por uma das equações (O’Connor e Dobbins) 11:11 Fonte: Rampelloto et al. 2001 Exemplo 11:11 Exemplo 11:11 Modelos de qualidade da água 11:11 CQual2E SWMM Trabalho para casa Considere um trecho de rio que recebe um lançamento de esgoto no km 100 e recebe contribuição de um tributário no km 60. A seção transversal do rio pode ser aproximada por um seção trapezoidal com características apresentadas na Tabela 1. A taxa de degradação de DBO5,20 é igual a 0,35 dia-1 a 20 °C. No km 20 existe uma taxa de sedimentação de DBO5,20 de 0,20 dia-1. Assumindo que a taxa de reaeração é dada pela equação de O’Connor-Dobbins, determine a concentração de oxigênio dissolvido e DBO5,20 em cada quilômetro do trecho de rio. Obs: Entregar relatório e script com a rotina de cálculo (arquivo Matlab ou Excel). Não é permitido utilizar script de outra pessoa. 11:11 Trabalho para casa Tabela 1 11:11 Parâmetro Unidade > km 100 km 100-60 < km 60 Profundidade m 0,89 1,15 1,35 Área m2 12,5 14,1 17,7 Vazão m3/s 4,21 5,8 7,14 Temperatura °C 20,1 19,4 19,1 Trabalho para casa LL = 350 mg/L ODL = 0 mg/L QL = 0,35 m3/s TL = 28 °C Lr = 2 mg/L ODr = 7,5 mg/L Km 100 Km 80 LL = 8 mg/L ODL = 7,1 mg/L QL = 1,56 m3/s TL = 15 °C Km 60 Declividade do trecho = 0,0001 Declividade do talude = 1,5 Largura do rio = 10 m n de Manning = 0,03 Km 40 Km 20 Km 0 Declividade do trecho = 0,00005 Declividade do talude = 1,2 Largura do rio = 15 m n de Manning = 0,045 11:11