UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO DE PESSOAS Motivação para o Trabalho: O caso da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS TAMARA CRISTIANE MOSS Profª. Orientadora: Maira Fátima Pizolotto Resumo A motivação é uma energia interna que muda a todo instante no decorrer da vida, e tem como meta direcionar e intensificar os objetivos de cada indivíduo. Pensando nisso, o presente estudo busca identificar qual é a percepção dos servidores públicos da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS no que se refere às variáveis motivacionais propostas por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008). A metodologia utilizada foi pesquisa aplicada com abordagem quantiqualitativa. Quanto aos fins à pesquisa é exploratória e descritiva, e quanto aos meios é de campo, de levantamento, documental e bibliográfica. O instrumento de coleta de dados foi adaptado do questionário proposto por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008). Os sujeitos pesquisados foram 53 servidores públicos alocados na Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social. O referencial teórico abordou os conceitos de servidor público e motivação, além de apresentar uma visão geral das principais teorias motivacionais, em especial a Teoria Motivacional das Expectativas, a qual norteou este estudo. Os resultados demonstram que as variáveis motivacionais propostas por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008), Envolvimento e Reconhecimento, Independência Econômica, Responsabilidade, Autoexpressão, e Segurança e Dignidade, tem influenciado de forma significativa na motivação do servidor público municipal de Tucunduva-RS. Também fica evidente que o nível de motivação varia de acordo com o perfil biográfico e profissional. A conclusão obtida com a análise dos dados é que de acordo com os perfis motivacionais estudados, as variáveis de Independência Econômica e Autoexpressão são as que precisam de uma atenção especial dos gestores, uma vez que apresentam os menores índices de motivação por parte dos servidores. Palavras-chave: Motivação; Gestão de Pessoas; Servidor Público. Abstract Motivation is an internal energy that changes all the time throughout life, and aims to guide and enhance the goals of each individual. With this in mind, this study seeks to identify what is the perception of public servants of the City of Tucunduva-RS with regard to motivational variables proposed by Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008). The research methodology applied is quantitative and qualitative approach. About for the research purpose, it is exploratory and descriptive, and about the means, it was field research, survey, document and literature. The method of data collection was adapted from the questionnaire proposed by Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008). The individuals who participated in the survey were 53 publics servants assigned to the Municipal Secretary of Health and Welfare. The theoretical concepts sought to address as a public servant and 2 motivation, in addition to presenting an overview of the key motivational theories, especially the Motivational Theory of Expectations, which guided this study. The results demonstrated that the motivational variables proposed by Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008), Involvement, Recognition, Economic Independence, Responsibility, Security, Dignity and self-expression, has significantly influenced the motivation of the municipal public servant Tucunduva-RS. It`s also evident that the level of motivation varies according to the biographical and professional profile. The conclusion obtained from analysis of data is that according to the motivational profiles studied, the variables of economic independence and self-expression are necessarily of special attention from the managers, since they have the lowest levels of motivation by servers. Keywords: Motivation, Management of People, Public Servant 1 Introdução O mundo atual está passando por importantes transformações no cenário cultural, social, econômico, político e ambiental. Visualiza-se, a existência de uma intensa preocupação por parte dos gestores públicos, com relação à produtividade e a motivação de seus servidores, uma vez que a qualidade dos serviços prestados e a satisfação do cliente dependem do atendimento e da resolutividade que o servidor público apresenta. A busca de soluções, ações e medidas para a recuperação da credibilidade do serviço público têm sido constante. Além de pensar em projetos e políticas públicas, é imprescindível a articulação de estudos e estratégias voltadas às questões que interferem na motivação do funcionalismo público. Aguilar (2002) chama a atenção para o fato de que ao se falar em motivação, não é recomendado que apenas uma regra geral seja considerada como recurso suficiente do qual se lança mão, quando o objetivo é a busca de uma explicação sobre as possíveis razões que levam as pessoas a agirem de determinada forma. Cabe salientar, que para buscar a motivação do servidor, é necessário, além de salários atrativos e condizentes com a função, um bom ambiente de trabalho, bem como um plano de carreira definido, reconhecimento pessoal e profissional e benefícios sociais interessantes para o servidor, além de outras benfeitorias que visem à promoção da motivação no trabalho. Este estudo tem como objetivo identificar qual é a percepção dos servidores públicos da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS no que se refere às variáveis motivacionais propostas por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008): envolvimento e reconhecimento, independência econômica, autoexpressão, responsabilidade e segurança e dignidade. Partindo desta base, o presente artigo apresenta inicialmente um breve referencial teórico com os principais conceitos e teorias motivacionais, em especial a Teoria das Expectativas que é a teoria utilizada para corroborar o estudo. Em seguida são explanados os sujeitos da amostra, a metodologia da pesquisa e a apresentação dos resultados de forma geral e em seguida com relação a faixa etária, o sexo e o tempo de serviço na instituição estudada. 2 Referencial Teórico 2.1 Motivação: uma abordagem conceitual Os estudos sobre motivação segundo Moraes (2005), surgiram em meados dos anos 30, mas Godoi (2002) alerta que apenas nos anos 50 e 60 é que os psicólogos iniciaram os 3 estudos no direcionamento da motivação aos locais de trabalho, em especial na área de desempenho do trabalho. No cenário organizacional, a motivação representa um processo que sugere a aspiração de concretizar um trabalho, ou atingir uma meta, um objetivo. Portanto, as ações que visam à motivação determinam a direção e a intensidade dos comportamentos na organização. A maioria das hipóteses atuais sobre motivação a consideram uma predisposição interna para a ação. Esta teria suas origens nos conceitos que preconizam as necessidades como fonte de energia capaz de movimentar o comportamento motivacional. Aquilo que mais implica, a partir disso, é descobrir como se dá a psicodinâmica da motivação e é o que diversos autores têm tentado buscar. O conceito de motivação de acordo com Bergamini (1997) é que do ponto de vista intelectual, o individuo é concebido como um ser abstrato, sem lógica que enquadra a identidade que está presente na história de vida do ser humano. Complementando, a autora reforça a ideia de que a motivação é uma energia originada internamente nos processos de raciocínio, ou pode ser provocada pelo ambiente. Outros autores, como é o caso de Sievers (1997) conceituam a motivação como um ensaio científico posto como uma tentativa de constituir uma relação causal entre motivo e comportamento, à medida que este último é determinado pelos primeiros. Este acredita que os alicerces da motivação e suas explicações teóricas concentram-se no sentido de que os indivíduos são incapazes de compreender, perceber e se relacionar com os sistemas sociais. Assim, apesar da preocupação com a verdade universal, as diretrizes adotadas pelos pensadores da motivação, abancam-se em preceitos apolíticos, não históricos e associais. Robbins (2010) conceitua motivação como sendo o processo responsável pela direção, persistência e intensidade dos esforços que o individuo se propõem a exercer para o alcance de determinada meta, sob a condição de que o empenho seja capaz de satisfazer alguma necessidade individual. Segundo este autor, existem três elementos chaves que são: direção, intensidade e persistência. A direção quando canalizada favoravelmente à organização, seria capaz de elevar a resultados favoráveis de desempenho profissional. A intensidade se refere ao grau de esforço que a pessoa depende. É o elemento do qual a maioria das pessoas se refere quando fala em motivação. Enquanto a persistência seria o tempo que uma pessoa consegue manter seu esforço, além do tipo de esforço a ser buscado que vai em direção aos objetivos da organização, uma vez que as pessoas motivadas tendem a manter-se realizadas na tarefa até que seus objetivos sejam atingidos. Archer (1997) por sua vez, apresenta uma diferenciação de motivação e satisfação. Ele define a motivação como sendo uma energia, uma força para uma ação que nasce de um motivo, de uma necessidade. Por outro lado, a satisfação, para o autor, seria o atendimento ou a eliminação das necessidades. Dessa forma, não é nem o estímulo nem a resposta que motivam e sim a própria necessidade e quanto mais motivado estiver o ser humano, menor será o nível de satisfação relacionado com a necessidade em questão. Com relação ao papel da Administração no que concerne a motivação o Archer (1997) pensa que não é tarefa desta motivar seus colaboradores, mas sim induzir comportamentos positivos por parte deles. Estes comportamentos não devem ser buscados pela motivação, mas sim, aproveitados de fatores que satisfaçam as necessidades do colaborador, servindo desta forma, como centro de organização do comportamento funcional. Até porque, de acordo com Archer (1997), se as necessidades são os motivadores do comportamento e não é possível criar necessidades, porque estas são inatas ao ser humano, então a conclusão é que uma pessoa não pode motivar outra. Complementando a ideia de Archer (1997), Gil (2001) entende que os gestores não têm poder de motivar seus colaboradores, porém devem possuir habilidades e conhecimentos suficientes para poder manter ou despertar a motivação no trabalho. Esta motivação pode ser 4 alcançada muitas vezes por meio de um cuidado especial para uma necessidade não percebida pelo trabalhador até o momento. Bergamini (1997) também concorda com Archer (1997) ao apresentar que muitos aspectos teóricos advertem que não se pode motivar os indivíduos, pois a fonte da energia que se mobiliza no comportamento motivacional vem do mundo interior, sendo inerente às suas características. No decorrer de seu estudo, Archer (1997) apresenta os pensamentos de Freud, Maslow e McGregor. Estes acreditam que a motivação é a consequência das necessidades que não foram satisfeitas. Somente as necessidades é que são os motivadores do comportamento, pois são intrínsecas ao indivíduo. Dessa forma, ao falar que a motivação é algo interior, falha-se ao dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo, a motivação deve ser abordada como um processo de satisfação das necessidades individuais. É importante compreender que a motivação não é um produto acabado, é sim uma força interior que se modifica a cada instante, a cada situação, durante toda a vida do ser humano e esta, se direciona e se intensifica de acordo com os objetivos individuais de cada um. É preciso compreender a diferença existente entre motivação e estímulos. Moraes (2010) apresenta essa diferenciação ao explicar que motivação é algo intrínseco, que vem de dentro. Não é o ambiente, a organização ou as pessoas que vão nos motivar e sim nós mesmos é que nos motivamos através de estímulos que são extrínsecos. Dessa maneira, a empresa não pode motivar o colaborador, mas pode estimulá-lo de diversas maneiras, seja com políticas salariais, folgas, premiações, auxílios, reconhecimento etc. Por isso, é preciso ter claro que as necessidades não são iguais entre os trabalhadores assim, como acrescenta Robbins (2001), que exemplifica que a motivação aumentará se o gestor descobrir o que é importante para cada indivíduo, seja na questão de remuneração e benefícios, seja na colocação de cargos que melhor se adapte aos interesses e as peculiaridades do indivíduo. Na mesma visão Lawler III (1997) afirma que para ocorrer à motivação do indivíduo são necessárias algumas condições, primeiro: os indivíduos precisam crer que desempenhando eficazmente sua função, poderão receber uma bonificação ou aprovação aos demais; segundo: as recompensas precisam ser atraentes para o indivíduo e terceiro: estes devem perceber que um determinado nível de esforço individual fará com que alcancem os padrões de desempenho da organização. Complementando a ideia, Bergamini (1997) pontua que a única maneira de manter as pessoas motivadas é distinguir as necessidades individuais e proporcionar fatores de satisfação destas necessidades. Portanto, a inquietação não reside em investir em estratégias que motivem as pessoas, mas especialmente, em criar um ambiente de trabalho no qual o colaborador mantenha o nível motivacional que possuía no primeiro dia no emprego. Na perspectiva de Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008), os significados que as pessoas atribuem ao seu trabalho estão diretamente associados a sua motivação e esta determina como será o ambiente de trabalho e a maneira de se relacionar com esse ambiente e com a instituição empregadora. Em seus estudos os autores acima procuram incorporar os vários itens e aspectos em grupos de atributos descritivos e valorativos segundo a forma de pensar dos trabalhadores e não a partir do pensamento do empregador. Dessa forma, Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) passam então a mensurar os componentes da motivação propondo as seguintes variáveis motivacionais: § Expectativa de Envolvimento e Reconhecimento: diz respeito a quanto as pessoas percebem o próprio desempenho como essencial para que sintam-se reconhecidas, identificadas a atividade, influentes, incluídas em grupos, merecedoras de confiança, 5 produtivas e visualizam-se como indivíduos que buscam a melhor maneira de realizar a tarefa e com igualdade de direito nas relações interpessoais com os colegas. § Expectativa de Independência Econômica: define que o trabalho garante independência econômica de sobrevivência, de sustento pessoal e de assistência à família, à existência humana e de outras contrapartidas pelo esforço desempenhado. § Expectativa de Autoexpressão: indica que a pessoa espera encontrar no trabalho respeito e oportunidade de expressar a criatividade, de aprender e qualificar-se continuamente, da capacidade de tomar decisões, do sentimento de produtividade, do prazer pela realização das tarefas, do reconhecimento do que faz, sentindo-se respeitado, do reconhecimento e crescimento pessoal, e por fim das habilidades interpessoais. § Expectativa de Responsabilidade: expressa as expectativas no que diz respeito ao cumprimento de tarefas e das obrigações para com a instituição, à responsabilidade pela tomada de decisão, do sentimento de dignidade, à apresentação de atitudes de obediência e a permanecer-se ocupado, de produzir e de contribuir para o progresso social. § Expectativa de Segurança e Dignidade: diz respeito às expectativas de que o trabalho garanta uma assistência merecida bem como a independência econômica do trabalhador, assim como disponha de segurança, higiene, conforto ambiental e equipamentos adequados para o cumprimento das atividades. Partindo da apresentação dos principais conceitos e percepções sobre motivação, neste momento faz-se necessário o estudo das principais teorias motivacionais, sejam elas clássicas ou contemporâneas, em especial a teoria das Expectativas, utilizada como embasamento para a análise dos dados. 2.2 Teorias Motivacionais: clássicas e contemporâneas A década de 1950 foi o período em que mais se desenvolveram estudos e pesquisas sobre motivação. Quatro teorias foram apresentadas neste período e apesar de serem muito criticadas e questionadas quanto a sua validade, ainda são provavelmente as teorias mais conhecidas e estudadas sobre motivação, pois representam os fundamentos sobre os quais as teorias contemporâneas se desenvolveram. Robbins (2010) expõe essas teorias e sua linha de pensamento será utilizada para apresentar os conceitos de cada teoria. Dentre as teorias clássicas podem ser citadas: · Teoria da Hierarquia de Necessidades – Teoria proposta por Maslow, tem como principio que as motivações humanas dependem da satisfação de necessidades específicas. O autor desenvolveu um modelo de pirâmide motivacional onde ele estabelece uma hierarquia de cinco necessidades comuns ao ser humano: a) necessidades fisiológicas ou básicas: contempla as necessidades de sobrevivência; b) necessidade de segurança: abrangeria segurança, proteção, estabilidade etc.; c) necessidades sociais: abarcaria necessidades de amizade, aceitação e interação social; d) necessidade de estima e ou respeito: são fatores como autorrespeito, amor próprio, status, reconhecimento; e) necessidades de autorrealização: compreenderia ações que nos realizam de forma pessoal e única, através da realização pessoal, crescimento, sentimentos de prazer. · Teoria X e Teoria Y - Divulgada em 1968 pelo psicólogo e professor Douglas McGregor, esta teoria se preocupou em traçar um comparativo entre duas visões diferentes do ser humano. Na Teoria X, o indivíduo prefere ser orientado do que orientar alguém e em geral busca evitar responsabilidades sempre que pode. Enquanto na teoria Y, as gratificações estariam ligadas aos compromissos assumidos unidos a necessidade de autorrealização e às gratificações despendidas pelo esforço. 6 · Teoria dos Dois Fatores - foi proposta pelo psicólogo Frederick Herzberg, que utilizou a terminologia satisfação no lugar de motivação, que é alcançada através de dois fatores: fatores higiênicos que são estímulos externos que aperfeiçoam o desempenho e a atuação de indivíduos, mas que não consegue motivá-los e fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos originados dentro de cada indivíduo a partir do reconhecimento e da autorrealização obtida através de seus atos. · Teoria de Necessidades de McClelland - Desenvolvida por McClelland e sua equipe no final da década de 1940, esta teoria pressupõe que a motivação é passível de mudança, de forma que as pessoas apresentam necessidades básicas que se manifestam com determinada intensidade em momentos específicos, e que depende de três necessidades cruciais: poder, afiliação e realização. A necessidade de poder diz respeito ao desejo de fazer com que os outros se comportem de um modo que não fariam naturalmente, desejo de controlar e influenciar as pessoas. A necessidade de afiliação seria o desejo de relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis. Por outro lado, a necessidade de realização buscaria a excelência, de realização com relação a determinados padrões, de resolver problemas ou dominar tarefas completas. Com relação as teorias contemporâneas, estas representam o que há de mais avançado na atualidade visando conceituar e explicar a motivação, que são: · Teoria da Avaliação Cognitiva – Sustenta a ideia que ao introduzir uma recompensa para trabalhos que antes eram gratificantes apenas por seu conteúdo, o indivíduo tende a reduzir a motivação intrínseca para realizá-lo, ou seja, as recompensas extrínsecas diminuem o interesse intrínseco em uma atividade se ela for vista como forma de controle da instituição com relação ao comportamento dos colaboradores. · Teoria do Estabelecimento de Objetivos - Desenvolvida no final da década de 1960 por Locke, esta teoria postula que o ato de lutar por um objetivo é a maior fonte de motivação no trabalho para as pessoas, ou seja, um objetivo demonstra o que precisa ser realizado e quanto esforço a pessoa terá de gastar para a atividade desempenhada. Outro ponto abordado por esta teoria é a questão do feedback, pois quando as pessoas o recebem tendem a trabalhar melhor com relação ao seu progresso, uma vez que o colaborador consegue discriminar entre o que fez e o que necessita ser feito para alcançar o objetivo desejado. · Teoria da Autoeficácia – Teoria criada por Albert Bandura, se refere a crença individual de que se é capaz de realizar determinada tarefa. Quanto maior for à autoeficácia, maior será a confiança do sujeito na possibilidade de realizar uma tarefa com sucesso. Para o teórico existiria quatro maneiras de se aumentar a autoeficácia: maestria prática, aprendizagem por observação, persuasão verbal e excitação emocional. · Teoria do Reforço – Esta teoria surge em oposição à teoria do estabelecimento de objetivo, uma vez que a primeira é uma abordagem behaviorista que trabalha na perspectiva de que o reforço condiciona o comportamento. Esta teoria ignora as condições intrínsecas do individuo e apoia-se apenas no que acontece quando ele realiza qualquer ação. · Teoria da Equidade/Justiça organizacional - Teoria baseada nos estudos de J. Stacy Adams é focada na noção de comparação social e é melhor aplicada em ambientes de trabalho. Conforme esta teoria, os colaboradores estabelecem uma relação entre o que recebem por seu esforço/trabalho e o investimento que fazem nele, e depois comparam essa relação entre insumos-recompensas com a mesma relação no caso de outros colaboradores. Dessa forma, quando o colaborador nota que é desvalorizado, ele cria um sentimento de revolta e raiva, e quando ele recebe recompensas em excesso, a tensão cria o sentimento de culpa, e quando a comparação traz a percepção de que as relações são iguais, pode-se dizer que existe um estado de equidade. · Teoria da Expectativa – esta teoria será apresentada de forma especial no capítulo posterior por se tratar da teoria utilizada para embasamento desta pesquisa. 7 2.3 Teoria da Expectativa No cenário atual, a Teoria da Expectativa é segundo Robbins (2010), uma das teorias mais aceitas sobre motivação. Essa teoria foi elaborada por Vroom em 1964, e tem como conceito principal a força que as expectativas tem sobre uma ação que proverá certamente um resultado, e da atração que este resultado exerce sobre as pessoas. O enfoque proposto por Viana (2008) lembra que o Vroom definiu satisfação como uma reação antecipada a um resultado ou expectativa que o colaborador espera conquistar. Para o autor, segundo essa teoria, o colaborador deverá ser motivado a se aplicar no desempenho de seu trabalho quando crer que seu esforço irá ser recompensado e que estas recompensas satisfarão seus objetivos pessoais no ambiente de trabalho. Na visão de Schermerhorn et. al. (1999) esta teoria conduz a uma questão básica, onde Vroom questiona o que faz um indivíduo dispender de esforço pessoal para trabalhar em atividades que colaboram para o desempenho de uma unidade de trabalho e da organização. Para o autor acima, a resposta é encontrada nas crenças de cada sujeito, considerando as relações esforço-desempenho e os resultados potencialmente associados como distintos níveis de alcance de desempenho. Estudos como o de Sperotto (2009) lembram que esta teoria aponta para três direções de relação que são: a relação esforço-desempenho, que diz respeito ao entendimento de que certa quantidade de esforço despendido resultará no desempenho; a relação desempenhorecompensa por sua vez, consiste na crença que o nível de desempenho induzirá ao resultado esperado; já a relação recompensa-metas pessoais, compreende o grau em que as recompensas proporcionadas pela instituição atendem as necessidades pessoais do individuo. Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) trazem a concepção de que esta teoria aponta para cinco conceitos básicos: · Resultado do trabalho: que são as implicações que uma instituição pode oferecer a seus empregadores em contrapartida ao exercício de suas atividades; · Expectativa: diz respeito a percepção de que os esforços despendidos acarretam nos resultados esperados, ou seja, consiste na precaução do sujeito sobre a probabilidade de um certo resultado; · Força motivacional: que é a quantidade de empenho ou pressão que uma pessoa utiliza para motivar-se; · Valência: consiste na atribuição que é dada a cada resultado do trabalho desejável ou não; · Instrumentalidade: constitui o grau de relação alcançado entre a execução e a aquisição dos resultados. Estudiosos como Schermerhorn et. al. (1999) apresentam a equação de Vroom que expõe que a motivação (M), a expectativa (E), a instrumentalidade (I) e a valência (V) estão ligadas umas as outras, multiplicativamente pela equação: M = E x I x V. Esta multiplicação significa que a motivação é minimizada quando um ou mais desses fatores se aproximam do valor zero. Vroom desenvolveu seu modelo de motivação levando em conta cinco grandes grupos de resultado de trabalho, são eles: o consumo de energia mental e física, a provisão de salário, as interações sociais com outras pessoas, a produção de bens e serviços e o status social. (ROBBINS, 2010) Esta teoria apresenta uma explicação importante para os temas absenteísmo, produtividade e rotatividade dos colaboradores, porém ela parte do princípio de que os colaboradores encaram poucos obstáculos e isso acaba por restringir sua aplicabilidade. Essa teoria tem importância, pois os indivíduos dão valor aos resultados esperados com relação a muitos comportamentos. 8 Schermerhorn et. al. (1999) atestam que as implicações desta teoria são óbvias, pois para influenciar as expectativas, deve-se optar por pessoas com habilidades apropriadas e treina-las com recursos necessários identificando as metas de desempenho. O estudioso desta teoria fundamentou esses resultados em uma ampla revisão bibliográfica, porém alguns críticos sugerem que ela apresenta uma aplicação limitada e é mais atraente nas situações em que as relações esforço-desempenho e desempenhorecompensa sejam melhor compreendida pelo indivíduo (ROBBINS, 2010). Para Robbins (2010) tal teoria tem cunho cognitivo e admite que existe uma relação entre o esforço que se realiza e o rendimento no trabalho. Porém a mesma é muito criticada por seu caráter ahistórico, uma vez que só aceita revelar a motivação em um dado momento. Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) entendem, em oposição a essas críticas, que a historicidade dos fenômenos podem e devem ser resgatadas pela análise que o profissional realiza dos dados. Em seus esboços sobre motivação e medidas do comportamento organizacional, Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) propõem um instrumento de pesquisa chamado de Inventário da Motivação e do Significado do Trabalho (IMST) que tem como referência a Teoria Motivacional das Expectativas. A ferramenta propõe que os significados que os indivíduos atribuem a seu trabalho estão associados as suas motivações. Sua aplicação é útil em casos de processos diagnósticos e em pesquisas na área do comportamento ocupacional e gestão organizacional, sendo que seus resultados devem ser interpretados com outros dados disponibilizados pela instituição. Foi elaborado um questionário em que os respondentes devem atribuir um valor as questões propostas no instrumento de acordo com sua percepção. As questões apresentam temas com atributos valorativos e descritivos que tem como objetivo analisar quais são os atributos mais frequentes e mais desejados pelos respondentes. 2.4 A Motivação do Servidor Público Definir o que é servidor público não é uma tarefa fácil, tendo em vista as importantes transformações ocorridas no decorrer dos anos. Para a compreensão desse termo, é necessário ter claro os modelos de administração pública, e as reformas pelas quais passou o Estado foram cruciais para tais mudanças. Diversas são as fontes que auxiliam na conceituação de servidor público. De acordo com Di Pietro (2004), servidor público é a nomenclatura utilizada para determinar as pessoas físicas que desempenham serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício, mediante remuneração paga pelos cofres públicos. Medauer (2004) e Di Pietro (2004) concordam ao dizer que a terminologia utilizada para identificar as pessoas que possuem vínculo trabalhista com instituições públicas, é diversa, utilizando-se termos como funcionários, agentes, funcionalismo, servidores, mas, no entanto a nomenclatura que a Constituição Federal de 1988 utiliza é servidor público. Aquino (2010) chama a atenção para o fato de que no período nomeado de Velha Administração Pública, a divisão entre os formuladores e os executores das políticas públicas fez com que os servidores públicos aceitassem o papel de cumpridores das leis e normas, configurando-se dessa forma, uma função engessada, acentuando a imagem do servidor como um ser operacional, sem capacidade de pensamento, ou seja, um ser sem vontade própria. A autora lembra que nesta época, o fato de o ingresso no setor público não ser submetido à regra do concurso público pode ter contribuído para a formação da imagem do servidor como sendo uma pessoa privilegiada, protegida e sem capacidade técnica. Este fato 9 pode ter gerado o início de um círculo vicioso, pois os servidores se sentem, em sua maioria, desvalorizados pelos gestores e desprestigiados pelos usuários dos seus serviços. De modo geral, as dificuldades peculiares ao serviço público, tais como escassez de recursos financeiros, descontinuidade na gestão e salários nem sempre atrativos, se constituem em fatores de desestímulo ao candidato a ingressar nos quadros das organizações públicas. Splendor (2007) concorda com o pensamento de Trosa (2001) quando esta afirma que “os servidores se veem como ferramentas que lhe são impostas sem que sua utilidade para o trabalho fique clara. Neste caso, eles obedecerão de maneira formal e não criativa às suas obrigações que lhes são atribuídas” (TROSA, 2001, p. 290). Entretanto, com o passar dos anos, os gestores começaram a se dar conta da necessidade de proporcionar meios para a motivação de seu servidor. A corrente do Novo Negócio Público propõe o resgate da dignidade humana e da confiança, o sentimento de pertencimento e, principalmente, a valorização do interesse público, possibilitando assim a participação de todos. (AQUINO, 2010) Com esta nova corrente, os gestores passaram a pensar alternativas para manter seu colaborador motivado para que este pudesse prestar um serviço de qualidade, refletindo no aumento da produtividade, tão importante, para o alcance do objetivo que é a prestação de serviços com qualidade, agilidade e eficiência, diante de um cliente cada vez mais exigente e mais consciente de seus direitos. Corroborando, Heskett et. al. (1994 apud DIFINI, 2002) comentam que a motivação do trabalhador influencia na satisfação do cliente, ou seja, um servidor motivado irá atender a comunidade com mais agilidade, cordialidade e dedicação. Para Splendor (2007) é notório que o serviço público vem mudando com o passar dos anos e deve ser inovado constantemente, passando a ser visto de modo diferente, enfrentando com coragem os desafios da globalização, apoiados na tecnologia, na diferenciação dos usuários, na necessidade de transparência da gestão pública, no desejo dos servidores em desempenhar as atividades e na diversificação da sociedade. Assim, o grande desafio das instituições é fazer com que os indivíduos sintam ao longo dos anos a mesma empolgação que apresentavam ao ingressar no trabalho e em se tratando do serviço público, o desafio é ainda maior. O servidor de um lado precisa ter noção de quanto sua participação é imprescindível, fazendo com que todos desenvolvam suas atividades com vontade, oportunizando algo novo, fazendo com que prestem serviços cada vez mais qualificados, favorecendo toda a sociedade. Por outro lado, os gestores devem ter a mesma percepção, pois todos devem trabalhar na mesma direção, buscando atingir os objetivos da melhor forma. Paradigmas devem ser quebrados, normas seguidas e compreendidas por todos os participantes do processo evolutivo e funcional do serviço público. Mudanças são inevitáveis, e a gestão pública não deve ficar estanque e os maiores colaboradores para que estas ocorram, de maneira tranquila perante a sociedade, são os servidores, que devem sempre estar cientes do papel que representam, tendo seu serviço devidamente reconhecido pela instituição ao qual fazem parte. 3 Procedimentos Metodológicos 3.1 Classificação do Estudo Este estudo classifica-se como pesquisa aplicada que de acordo com Gil (2002), tem como objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática voltada à solução de problemas 10 específicos da realidade envolvendo verdades e interesses locais. Tem como propósito oferecer soluções para os problemas humanos. Com relação à abordagem, este estudo classifica-se em pesquisa quantitativa e qualitativa, pois buscou informações consistentes do que mais influencia e de que forma as variáveis interferem na motivação do servidor, pois de nada adianta saber o que motiva, se não se pode buscar as razões que estão interferindo na motivação. Gil (2002) aborda pesquisa quantitativa como sendo tudo que pode ser quantificável, ou seja, transpor em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Com relação à pesquisa qualitativa, o autor citado defende que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Visando atingir os objetivos da pesquisa e de acordo com Vergara (2000), esta pesquisa se classifica como exploratória e descritiva. Exploratória, pois aborda uma área com pouca informação sistematizada e descritiva, pois exibe características de uma população definida ou de um determinado fenômeno. Desta forma este estudo visa esclarecer sobre um tema comum, mas pouco estudado dentro da instituição analisada. Busca-se também a partir desta pesquisa, visualizar os fatores que mais motivam os servidores na organização e aqueles onde esta questão está mais esquecida. Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa se caracteriza como de campo, bibliográfica, documental, de levantamento e estudo de caso. A pesquisa é de campo, pois a aplicação dos questionários ocorreu na instituição analisada. É bibliográfica, uma vez que todo o estudo foi embasado teoricamente através de bibliografias publicadas/editadas sobre o assunto em questão. De acordo com Lakatos e Marconi (2002) este método de estudo abrange todo o referencial teórico publicado em relação ao tema de estudo, como publicações avulsas, jornais, revistas, livros, pesquisas, meios de comunicações orais e audiovisuais, entre outros. O estudo é também documental, pois foram pesquisados documentos e relatórios cedidos pela instituição para poder dar um valor mais fidedigno às informações contidas neste artigo. E por fim é de levantamento, pois de acordo com Gil (2002), este tipo de pesquisa permite ao pesquisador realizar uma verificação da opinião pública sobre um tema de estudo. Dessa forma, as pesquisas deste cunho se caracterizam pela interrogação direta das pessoas em que se deseja conhecer o comportamento. A partir desse levantamento procedeu-se, à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas abrangendo o tema estudado. O presente estudo utiliza-se de uma adaptação do inventário proposto por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) buscando atender os objetivos e valorizar a amostra pesquisada. 3.2 Universo Amostral e Sujeitos de Pesquisa Tendo em vista o número de servidores da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS, num total de 267 servidores (dados de abril de 2011), levou-se em consideração para este estudo os servidores da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, pois este é o setor que apresenta o maior número de servidores, num total de 63, cerca de 23,6% dos servidores públicos. Optou-se também por esta secretaria pelo fato de os mesmos manterem contato direto com pessoas. Deste modo, a amostragem utilizada para o estudo não é aleatória e sim intencional e por conveniencia. Foram convidados a participar todos os servidores desta secretaria, porém o percentual de participação obtido foi de 53 servidores, ou seja, 84,1% da amostra esperada. 11 3.3 Coleta e Análise de Dados A coleta de dados deu-se por meio da aplicação de um questionário que foi adaptado do proposto por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) no Inventário da Motivação e do Significado do Trabalho. O questionário original apresenta questões sobre os temas significado e motivação para o trabalho. Para este estudo utilizou-se apenas as questões relativas a motivação. O questionário disponibilizado contem 30 questões fechadas onde cada respondente deveria atribuir um valor para cada pergunta de acordo com sua motivação para aquele item. Utilizou-se para este estudo a Escala de Likert visando possibilitar igualdade capaz de quantificar as respostas dadas. Dessa forma, foi utilizada a escala de 1 a 4 sendo 1 para nunca, 2 para raramente, 3 para frequentemente e 4 para sempre. A aplicação dos questionários ocorreu no período de 10 à 21 de setembro do corrente ano. Os questionários foram encaminhados para o gestor do setor que se disponibilizou a aplicar e a recolher os formulários o final da pesquisa. Estavam habilitados para responder o questionário somente aqueles servidores que estivessem trabalhando na Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social por mais de 90 dias. Dos 63 questionários enviados, 6 (seis) retornaram em branco e 4 (quatro) não retornaram, obtendo assim um percentual de participação de 84,1%. Após a coleta de dados, procedeu-se então a análise e interpretação dos mesmos, que posteriormente foram transcritos a partir dos resultados encontrados. Este processo deu-se através de seleção, categorização e tabulação dos dados coletados. Os dados foram classificados de acordo com seus atributos. Em seguida, foram agrupados em categorias específicas, visando facilitar a contagem e tabulação dos mesmos. Com os dados em mãos, foi executada a tabulação, transformando os resultados em tabelas e gráficos, facilitando sua verificação e interpretação. Deste modo, os dados foram tratados de forma quantiqualitativa utilizando-se o programa Microsoft Excel e foram organizados por meio de tabelas e gráficos, para posteriormente serem classificadas e analisadas de acordo com a Teoria Motivacional das Expectativas e com as cinco categorias de expectativas propostas por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008): envolvimento e reconhecimento, independência econômica, autoexpressão, responsabilidade e segurança e dignidade. Para a interpretação dos dados quanti e qualitativamente, incialmente foi traçado um apanhado geral dos resultados, seguindo da análise dos mesmos de acordo com a idade, tempo de serviço e o sexo dos servidores públicos municipais participantes da pesquisa. 4 Apresentação e Análise dos Resultados Para a apresentação e análise dos dados torna-se necessa´rio apresentar um breve histórico do município para que se entenda a realidade vivenciada pelo servidor. Os dados foram apresentados através de tabelas e gráficos demonstrando os resultados obtidos de maneira geral e posteriormente de acordo com a faixa etária, sexo e tempo de serviço. 4.1 Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS O Município de Tucunduva-RS foi efetivamente colonizado a partir do ano de 1920 por colonos de origem italiana, procedentes do município de Bento Gonçalves o qual fazia parte das Colônias Velhas, e também, por colonos de origem germânica procedentes da Alemanha, Erechim e Colônia Guarani. Quando os colonizadores chegaram, encontraram 12 algumas famílias ocupantes de terras, que estavam dispersas e sem muita organização. O primeiro morador encontrado pela frente de colonização foi João Tucunduva e foi em sua homenagem que o município passou a se chamar, Tucunduva. O município de Tucunduva-RS foi criado no dia 10 de setembro de 1959 e teve a primeira legislatura composta de sete vereadores eleitos pelo povo, e pelo prefeito, empossado em 31 de dezembro de 1959, Sr. Florentino Rossato. A partir de 1967, Tucunduva-RS, por ser município limítrofe à República Argentina passou integrar os municípios de Área de Segurança Nacional e os prefeitos passaram a ser nomeados pelo Presidente da Republica. Sua área era de 396 Km². Em 1992, com a emancipação de Novo Machado, o município deixou de fazer limite com a República Argentina e passou a ter 181 Km² de área total. Desde sua emancipação política-administrativa o município de Tucunduva-RS já teve 09 prefeitos em 13 mandatos, sendo o atual prefeito o Sr. Mateus Vicente Busanello. Quanto ao legislativo, no ano de 2011 a Câmara Municipal de Vereadores está composta de 09 (nove) vereadores de diferentes partidos políticos que tem o mandado semelhante ao do prefeito. O município de Tucunduva-RS está situado no Noroeste do Estado à 525 Km da Capital e possui o título de Capital da Lavoura Mecanizada. Possui uma população de 5.901 habitantes, conforme dados do IBGE (2010), limitando-se territorialmente com os municípios de Horizontina, Novo Machado, Tuparendi, Três de Maio e Dr. Maurício Cardoso. As principais atividades agrícolas desenvolvidas no município são: Culturas anuais: a soja ocupando uma área de aproximadamente 10.000 há; o milho ocupa uma área de 2.500 há (safra e safrinha), o trigo com aproximadamente 10.000 há (inverno); outras culturas tais como: girassol, painço, canola e ainda as pastagens perenes ou anuais, tanto no verão como no inverno. Área de leite: destaca-se pelo número de propriedades, aproximadamente 90 % das propriedades rurais desenvolvem a atividade paralela a outras; criação de gado e porcos; fruticultura: citros e videiras. A Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS, para melhor administrar seus colaboradores, está dividida em 07 (sete) secretarias municipais. São elas: Secretaria de Administração e Recursos Humanos, Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Lazer, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, Secretaria de Obras e Viação, Secretaria de Saúde e Assistência Social. O quadro funcional da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS, distribuída nestas secretarias mais o gabinete do prefeito e vice-prefeito, é composto por 267 servidores ativos (abril/2011) nos regimes jurídicos: estatutário (concursado), celetista (CLT), emprego público, temporário e cargos em comissão. 4.2 A Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social A Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social tem como objetivo proporcionar um atendimento humanizado na área de Saúde e Assistência Social. Com sua estrutura atual, a Secretaria disponibiliza uma farmácia de dispensação central de medicamentos, almoxarifado, autorização de exames, agendamento de transportes para consultas e exames fora do município, serviço de vigilância epidemiológica, serviço de atenção básica em saúde e serviço de acolhimento, desenvolvimento, geração de renda e otimização dos vínculos afetivos/familiares na área da assistência social. Dentro do Serviço em Saúde, a secretaria possui duas unidades de Estratégia de Saúde da Família cobrindo 100% da população tucunduvense. Na área de Assistência Social, 13 possui um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) que atende as famílias carentes do município. Os profissionais com as diversas funções que integram os serviços de saúde e assistência social dentro da Secretaria estão divididos em quatro subsetores que são: Unidade da Estratégia da Saúde da Família I (ESF - I) com 9 (nove) colaboradores, Unidade da Estratégia da Saúde da Família II (ESF – II) com 7 (sete) colaboradores e a Secretaria de Saúde propriamente dita com 31 colaboradores; e na Área de Assistência Social: Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) com 16 colaboradores 4.3 Caracterização dos servidores pesquisados A análise do perfil dos respondentes é de fundamental importância para poder entender os resultados desta pesquisa. Pensando nisso, este tópico tem como objetivo conhecer a amostra estudada em suas características biográficas e profissionais, tendo em vista a diversidade entre os 53 servidores públicos que participaram desta pesquisa. A amostra é composta em sua maioria por respondentes com cargos de agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem e conselheiros tutelares, pessoas com escolaridade até o ensino médio completo, idade entre 36 e 55 anos, casados, com até 20 anos de serviço, concursados ou contratados e do sexo feminino, conforme quadro a seguir. Estagiário 3 (5,3%) 1 (1,8%) Motorista 4 (7,5%) Conselheiro Tutelar Faxineira 4 (7,5%) 5 (9,4%) Visitador Programa Primeira Infância Melhor Atendente de Farmácia Fisioterapeuta 1 (1,8%) 1 (1,8%) Agente de Combate de Endemias 2 (3,7%) Enfermeiro 3 (5,3%) Fiscal Sanitário 1 (1,8%) 14 (26,4%) Agente Administrativo 4 (7,5%) Assistente Social Agente Comunitário de Saúde Técnico de Enfermagem 6 (11,3%) 2 (3,7%) Gestor 2 (3,7%) Quanto ao Cargo Quanto a Escolaridade Ensino Médio Incompleto 5 (9,4%) Ensino Médio Completo 21 (39,6%) Ensino Técnico Completo 8 (15,1%) Graduação Incompleta Graduação Completa Especialização Incompleta Especialização Completa 6 (11,3%) 8 (15,1%) 2 (3,7%) 3 (5,3%) Quanto a Faixa Etária De 18 à 25 anos 8 (15,1%) De 26 à 35 anos 9 (17%) De 36 à 45 anos 22 (41,5%) De 46 à 55 anos 13 (24,5%) Acima de 56 anos 1 (1,8%) Quanto ao Estado Civil Solteiro (a) Casado(a) Divorciado / Separado (a) Viúvo (a) União Estável 19 (35,8%) 21 (39,6%) 8 (15,1%) 2 (3,7%) 3 (5,3%) 14 Quanto ao Tempo de Serviço na Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS De 1 à 10 anos De 11 à 20 anos De 21 à 30 anos Acima de 30 anos 30 (56,6%) 14 (26,4%) 6 (11,3%) 3 (5,3%) Quanto a Forma de Contratação Contratado Concursado Celetista (CLT) Cargo de Confiança / Função Gratificada 20 (37,7%) 26 (49%) 3 (5,3%) 4 (7,5%) Quanto ao Sexo Masculino Feminino 11 (20,7%) 42 (79,3%) Quadro 1 – Caracterização dos servidores pesquisados Ao analisar estas características, percebe-se a diversidade dos servidores que atuam na Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social no município de Tucunduva-RS e de quão importante é a análise destas questões para obter um resultado condizente com a realidade encontrada na instituição estudada. 4.4 Motivação: a percepção dos servidores Buscando conhecer a percepção dos servidores da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS com relação às variáveis motivacionais, os resultados obtidos foram avaliados de acordo com as expectativas motivacionais propostas por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008). Os resultados encontrados são analisados levando-se em conta a Teoria Motivacional das Expectativas e são apresentados através de tabelas e gráficos dando um enfoque geral, sendo levado em conta o perfil biográfico e profissional dos respondentes. 4.4.1 Expectativas de Envolvimento e Reconhecimento As primeiras questões apresentadas estão relacionadas às Expectativas de Envolvimento e Reconhecimento, que segundo Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) diz respeito a quanto às pessoas percebem o próprio desempenho como essencial para que se sintam reconhecidas, identificadas a atividade, influentes, incluídas em grupos, merecedoras de confiança, produtivas e visualizam-se como indivíduos que buscam a melhor maneira de realizar a tarefa e com igualdade de direito nas relações interpessoais com os colegas. QUESTÕES 1. Prazer pela realização de minhas tarefas. NUNCA RARAMENTE FREQUENTEMENTE SEMPRE 3 (6%) 8 (15%) 26 (49%) 16 (30%) 15 2. O uso de meu pensamento e de minhas ideias. 3. Que eu me comunique com meu superior. 4. Que eu possa contribuir para o progresso da sociedade. 1 (2%) 19 (36%) 26 (49%) 7 (13%) 1 (2%) 4 (8%) 17 (32%) 31 (58%) 1 (2%) 3 (6%) 19 (36%) 30 (56%) 5. Uma vida corrida quando se trabalha também no lar. 2 (4%) 5 (9%) 13 (25%) 33 (62%) AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS ENCONTRADOS 8 (3%) 39 (15%) 101 (38%) 117 (44%) Tabela 1 – Expectativas de Envolvimento e Reconhecimento De modo geral a expectativa de Envolvimento e Reconhecimento obteve uma avaliação positiva, tendo a opção sempre sido apontada por 44% dos entrevistados, seguido por frequentemente com 38%, raramente com 15% e nunca com 3%, conforme gráfico. Gráfico1 – Avaliação Geral - Expectativas de Envolvimento e Reconhecimento Partindo do estudo dos resultados, o que parece ser o ponto mais crítico com relação à expectativa de envolvimento e reconhecimento é com relação ao sentimento de ter uma vida corrida quando se trabalha também em casa, pois 87% dos entrevistados apontaram que o trabalho frequentemente ou sempre proporciona este sentimento, demonstrando que os servidores aparentam certo cansaço na realização de suas atividades. Apesar disso, a maioria dos servidores percebe que suas expectativas de envolvimento e reconhecimento são importantes para a sua motivação no trabalho, uma vez que o estudo obteve índices positivos nas questões de 1 a 4. Através do estudo é possível perceber que na questão que levanta a ideia de contribuição para o progresso da sociedade, a pesquisa apresenta os níveis mais elevados, o que quer dizer que além da motivação experimentada pelo trabalho exercido, o servidor ainda tem a satisfação em contribuir com algo a mais, neste caso a sociedade. Avaliando os resultados levando-se em conta as diferentes faixas etárias, percebe-se que a grande maioria dos entrevistados sentem que suas expectativas quanto ao Envolvimento e Reconhecimento são sempre ou frequentemente atendidas pela instituição, chegando a índices de 92% entre os respondentes com idades entre 45 a 55 anos. Já o respondente com mais de 56 anos, pensa que raramente tem suas expectativas atendidas. Analisando os resultados quanto ao sexo dos respondentes, nota-se que esta variável interfere positivamente na motivação do servidor independente do sexo. O percentual obtido entre frequentemente e sempre em ambos os casos é igual, ou seja, 82% dos entrevistados. 16 Avaliando os dados levando em conta o tempo de serviço é notável que as expectativas no que diz respeito a esta variável tendem a ser melhor atendidas com o passar dos anos, uma vez que os índices exibem um aumento gradativo dos percentuais, chegando a 93%, entre frequentemente e sempre, com pessoas com mais de 30 anos . Analisando a Teoria das Expectativas, fica evidente que as recompensas institucionais estão satisfazendo as metas pessoais, uma vez que contribuir para o progresso da sociedade tem sido o fator mais importante para a motivação do servidor. Desta forma, pode-se dizer que a Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS proporciona estímulos aos servidores que estes tenham suas expectativas quanto ao envolvimento e reconhecimento atendidas. 4.4.2Expectativas de Independência Econômica As questões apresentadas a seguir são relativas às Expectativas de Independência Econômica, que para Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) define o trabalho como garantia da independência econômica, da sobrevivência, do sustento pessoal e da assistência à família, à existência humana e de outras contrapartidas pelo esforço desempenhado. Os resultados obtidos nesta variável são visualizadas na tabela abaixo. QUESTÕES 6. Meu sustento. 7. Independência para assumir minhas despesas pessoais. 8. Estabilidade no emprego. 9. Retorno econômico que mereço. 10. Assistência em transporte, educação, saúde, moradia, aposentadoria, benefícios sociais, etc. 11. Percepção de que ganho o suficiente com relação ao com meu trabalho. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS ENCONTRADOS NUNCA 1 (2%) RARAMENTE 14 (26%) FREQUENTEMENTE 20 (38%) SEMPRE 18 (34%) 2 (4%) 11 (21%) 12 (22%) 28 (53%) 15 (28%) 11 (21%) 6 (12%) 23 (43%) 6 (11%) 14 (26%) 26 (49%) 5 (10%) 13 (25%) 15 (28%) 19 (36%) 6 (11%) 14 (26%) 20 (38%) 15 (28%) 4 (8%) 56 (18%) 89 (28%) 86 (27%) 87 (27%) Tabela 2 - Expectativas de Independência Econômica. Com relação às expectativas de Independência Econômica, os resultados encontrados foram semelhantes nos diferentes níveis, sendo os resultados encontrados: 18% na opção nunca, raramente com 28%, frequentemente e sempre com 27% em ambos os níveis. Gráfico 2 – Avaliação Geral - Expectativas de Independência Econômica. 17 Verifica-se que esta expectativa não obteve os mesmos resultados da expectativa anterior, sendo os resultados alcançados bastante equilibrados em todos os níveis. Assim como na maioria dos estudos relativos a salário, houve certo desapontamento relativo a esta questão. Na tabulação dos dados percebe-se escores negativos, sendo que esta variável apresenta os piores percentuais da pesquisa, sendo encontrado índices como: 36% no que diz respeito a obtenção do retorno econômico merecido, 47% com relação a assistência e benefícios sociais, e apenas 36% percebem ganhar o suficiente. Como pode ser visto, nota-se que a instituição apresenta dificuldades de motivar seu colaborador, uma vez que essas mudanças dependem de outros fatores que não a vontade dos gestores, como acordos sindicais, autorização do legislativo, leis que regem os cargos e salários dos servidores públicos, entre outras questões inerentes ao emprego público. Por outro lado, 72% dos entrevistados percebem que seu sustento é adquirido do trabalho nesta instituição, além disso, os servidores notam que o seu trabalho possibilita independência para assumir as despesas (75%) e proporciona de certa forma, estabilidade no emprego (60%), amenizando assim, os altos níveis de insatisfação quanto ao valor do salário recebido propriamente dito. Contudo, deve-se levar em consideração, com relação a estabilidade no emprego, que por ser uma instituição pública as respostas foram regidas pela forma de contratação, uma vez que os que os concursados responderam que são motivados pela estabilidade, já os contratados e os servidores em regime CLT, responderam não perceber este benefício, uma vez que com o término do contrato a instituição não tem obrigação de permanecer com os serviços dos mesmos. No que concerne aos resultados obtidos com relação às diferentes faixas etárias, verifica-se que a maioria dos indivíduos que estão na faixa etária entre 18 à 25 anos, 46 à 55 anos e acima de 56 anos acreditam que sempre ou frequentemente tem suas expectativas de Independência Financeira atendidas. Já a maioria das pessoas entre 26 à 45 anos acreditam que raramente ou nunca possuem suas expectativas acolhidas. Com relação ao sexo, os resultados apresentam certa uniformidade pois a diferença percentual do nível de motivação nesta variável é de apenas 1%, ou seja, 54% dos respondentes do sexo feminino sentem-se motivadas por esta variável, enquanto que o percentual no sexo masculino é de 53%. Por outro lado com relação ao tempo de serviço, pode-se dizer que assim como na expectativa anterior, os servidores tendem a perceber que as expectativas de independência econômica tendem a ser melhor atendidas com o passar dos anos. Apesar disso, de maneira geral, a maioria dos servidores aparentam estar satisfeitos no tocante a consciência que o trabalho que executam proporciona seu sustento. 4.4.3 Expectativas de Autoexpressão As seguintes questões apresentadas são relativas às Expectativas de Autoexpressão, que para Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) indica que a pessoa espera encontrar no trabalho respeito e oportunidade de expressar a criatividade, de aprender e qualificar-se continuamente, da capacidade de tomar decisões, do sentimento de produtividade, do prazer pela realização das tarefas, do reconhecimento do que faz, sentindose respeitado, do reconhecimento e crescimento pessoal, e por fim das habilidades interpessoais. 18 QUESTÕES 12. Oportunidades de me tornar mais qualificado. 13. Que minhas opiniões sejam levadas em conta. 14. O sentimento de que sou gente 15. Sentimento de estar bem mental e fisicamente. 16. A percepção de que sou produtivo. 17. Que eu contribua na tomada de decisões. 18. Oportunidades de expressar minha criatividade. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS ENCONTRADOS NUNCA RARAMENTE FREQUENTEMENTE SEMPRE 3 (6%) 15 (28%) 18 (34%) 17 (32%) 3 (6%) 21 (40%) 22 (41%) 7 (13%) 2 (4%) 24 (45%) 20 (38%) 7 (13%) 2 (4%) 14 (26%) 31 (59%) 6 (11%) 2 (4%) 6 (11%) 22 (42%) 23 (43%) 4 (7%) 20 (38%) 19 (36%) 10 (19%) 1 (2%) 15 (28%) 22 (42%) 15 (28%) 17 (5%) 115 (31?%) 154(41%) 85 (23%) Tabela 3 - Expectativas de Autoexpressão Quanto a expectativa de Autoexpressão obtive-se os seguintes resultados 5% das respostas na opção nunca, 31% na opção raramente, 41% na opção frequentemente e, por fim, no item sempre obtive-se 23% das respostas. Gráfico 3 – Avaliação Geral - Expectativas de Autoexpressão. Nota-se, que essas expectativas são importantes para a motivação do servidor, e que as mesmas tem sido, em sua maioria, sanadas pela instituição. Porém em alguns quesitos é possível verificar que os mesmos não conseguem atingir a motivação esperada, como se fossem impedidos de expressar suas vontades. É importante que os gestores tomem cuidado com este fator, pois quanto mais o servidor sentir-se acuado, menos ele estará motivado para o trabalho e tenderá a diminuir seu rendimento. Assim, conforme percentuais obtidos entre frequentemente e sempre destaca-se como pontos que mais motivam o servidor com relação a esta variável, os itens: a percepção de ser produtivo com 85%, a oportunidade de qualificação com 66%, o sentimento de estar bem mental e fisicamente e a oportunidade de expressar a criatividade ambos com 70%. Já os pontos necessitam de uma atenção especial por parte dos gestores são: contribuição na tomada de decisão com 55%, opiniões levadas em conta 54% e sensação de ser gente 51%. Em relação a importância da participação dos servidores na tomada de decisão com a exposição das ideias, percebe-se que os resultados foram bastante uniformes, apresentando um nível moderado de satisfação nesses quesitos. 19 Através da análise dos resultados obtidos com relação à faixa etária, concluí-se que embora o respondente acima de 56 anos acredita que raramente tem suas expectativas acolhidas, os servidores em sua maioria entendem que são atendidos nesta variável. É importante salientar que 77% das pessoas entre 18 à 25 anos e 78% das pessoas entre 45 à 55 anos que responderam entre frequentemente e sempre, entendem que a instituição possibilita certa abertura e oportunidade para expressarem-se. Com relação ao sexo, observa-se que os respondentes do sexo feminino apresentam uma maior motivação com relação a esta expectativa. Obtivemos entre frequentemente e sempre o percentual de 66% das mulheres enquanto que entre os homens este percentual cai para 60% Com relação ao tempo de serviço nota-se que há uma pequena variação entre os percentuais encontrados nos diferentes períodos. A gama de servidores que entende que são melhores atendidos quanto a esta expectativas são àquele com até 10 anos e de 21 à 30 anos de serviço. Os demais tem suas expectativas atendidas, porém sentem-se menos motivados quanto a essa variável. Estes resultados demonstram que os servidores realizam suas tarefas muitas vezes mecanicamente, sem serem consultados de que forma poderiam melhorar e qualificar os serviços realizados. 4.4.4 Expectativas de Responsabilidade As questões apresentadas a seguir são relativas às Expectativas de Responsabilidade, que na visão de Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) expressa às expectativas no que diz respeito ao cumprimento de tarefas e das obrigações para com a instituição, à responsabilidade pela tomada de decisão, do sentimento de dignidade, à apresentação de atitudes de obediência e a permanecer-se ocupado, de produzir e de contribuir para o progresso social. QUESTÕES 19. Responsabilidade para enfrentar os problemas do trabalho. NUNCA RARAMENTE FREQUENTEMENTE SEMPRE 0 (0%) 3 (6%) 15 (28%) 35 (66%) 20. Sentimento de que sou uma pessoa digna. 1 (2%) 4 (8%) 8 (15%) 40 (75%) 21. O sentimento de dever cumprido. 1 (2%) 2 (4%) 18 (34%) 32 (60%) 2 (4%) 3 (5%) 20 (38%) 28 (53%) 0 (0%) 7 (13%) 7 (13%) 39 (74%) 2 (4%) 2 (4%) 23 (43%) 26 (49%) 21 (6%) 91 (29%) 200 (63%) 22. Que eu desenvolva tarefas e obrigações de acordo com minhas possibilidades. 23. O respeito de meus superiores. 24. A percepção de estar ocupado, fazendo alguma coisa. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS ENCONTRADOS 6 (2%) Tabela 4 - Expectativas de Responsabilidade De acordo com as questões propostas acerca das Expectativas de Responsabilidade os resultados foram os seguintes: 2% das pessoas responderam que a instituição nunca proporciona a satisfação dessas expectativas, enquanto que 6% relatam atingir suas expectativas raramente, já a opção frequentemente foi apontada por 29% das pessoas que 20 responderam ao estudo, seguida pela maioria 63% que relatam ter supridas essa variável sempre. Gráfico 4 – Avaliação Geral - Expectativas de Responsabilidade Ao analisar o gráfico, pode-se compreender que a motivação dos servidores com relação à expectativa de responsabilidade é muito presente, uma vez que em todas as categorias a opção sempre obteve o maior percentual, que somada a opção frequentemente atinge 92% das respostas. É importante notar que os percentuais encontrados em cada questão desta variável entre frequentemente e sempre são: responsabilidade para enfrentar problemas 94%, sentimento de ser uma pessoa digna 90%, sentimento de dever cumprido 94%, desenvolvimento de tarefas e obrigações de acordo com as possibilidades 91%, respeito dos superiores 87% e percepção de estar ocupado 92%. Assim, fica evidente que os servidores da Prefeitura Municipal de Tucunduva-RS tem conhecimento da responsabilidade de suas funções e percebem que a instituição também tem consciência da importância do trabalho desenvolvido por seus colaboradores no desempenho dos trabalhos a qual se propõem.. Analisando os resultados levando-se em conta a idade percebe-se que em todas as faixas etárias os percentuais de motivação no que diz respeito a esta variável são altos, sendo o mais baixo índice encontrado na faixa etária de 18 à 25 anos, mas mesmo assim o índice entre frequentemente e sempre é de 85%. É possível perceber que quanto mais experiente for o servidor respondente, maior é o seu grau de motivação com relação as expectativas de responsabilidade. Os percentuais encontrados chegam a 100% entre frequentemente e sempre na faixa etária acima de 56 anos, proporcionando ao servidor o sentimento de valorização e responsabilidade por suas atitudes. Ao analisar os dados de acordo com o sexo, as respondentes do sexo feminino sentemse mais motivadas com a obtenção das expectativas de responsabilidade do que os respondentes do sexo masculino. Os índices encontrados entre frequentemente e sempre foram de 94% entre as mulheres e de 82% entre os homens, apresentando uma diferença de 12% entre os resultados. Mais uma vez as mulheres demonstram índices de motivação superiores aos homens, contudo ambos os sexos revelam sentir que suas expectativas referente a responsabilidade tem um peso importante para sua motivação no trabalho. Com relação ao tempo de serviço verifica-se que entre os respondentes com menos tempo de serviço os índices de motivação nesta variável é um pouco maior. É possível notar que os servidores com tempo de serviço entre 21 e 30 anos confirmam que 11% deles não se motivam com esta variável, já os servidores com mais de 30 anos de serviço apresentam percentuais de 17% ao avaliarem que raramente sente-se motivados por esta variável. 21 Devido ao índice de motivação encontrado nesta expectativa, sugere-se que na visão do servidor sua responsabilidade está associada ao respeito obtido na relação com os superiores e a concretização, da melhor forma, de suas tarefas e obrigações. 4.4.5 Expectativa de Segurança e Dignidade As questões apresentadas a seguir são relativas às Expectativas de Segurança e Dignidade, que para Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008) diz respeito às expectativas de que o trabalho garanta uma assistência merecida bem como a independência econômica do trabalhador, assim como disponha de segurança, higiene, conforto ambiental e equipamentos adequados para o cumprimento das atividades. QUESTÕES NUNCA RARAMENTE FREQUENTEMENTE SEMPRE 25. Adoção de todas as medidas de segurança recomendáveis no meu trabalho. 6 (11%) 11 (21%) 19 (36%) 17 (32%) 1 (2%) 14 (26%) 25 (47%) 13 (25%) 0 (0%) 15 (28%) 24 (45%) 14 (27%) 8 (15%) 13 (25%) 15 (28%) 17 (32%) 4 (8%) 13 (24%) 21 (40%) 15 (28%) 4 (8%) 8 (15%) 32 (60%) 9 (17%) 23 (7%) 74 (23%) 136 (43%) 85 (27%) 26. Conforto nas formas de higiene, disponibilidade de materiais e equipamentos necessários para a realização de minhas funções. 27. Que eu trabalhe em um ambiente limpo e agradável. 28. Assistência para mim e para minha família. 29. Meu crescimento pessoal na vida. 30. O cumprimento das normas e obrigações da instituição para comigo. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS ENCONTRADOS Tabela 5 - Expectativas de Segurança e Dignidade Com relação às expectativas de segurança e dignidade os resultados obtidos foram: 7% dos pesquisados marcaram a opção nunca, 23% responderam que raramente suas necessidades nesta variável são supridas, seguindo de 43% que entendem que frequentemente são atendidos por esta variável e por fim obtive-se 27% das respostas na opção sempre. Gráfico 5 – Avaliação Geral - Expectativas de Segurança e Dignidade. 22 A maioria dos servidores pesquisados sentem-se motivados com o suprimento das expectativas de segurança e dignidade, uma vez que esta expressa o anseio de que o trabalho disponha da assistência ao qual o trabalhador tem direito. É possível notar a motivação do servidor por esta variável, uma vez que os escores obtidos entre frequentemente e sempre nas questões propostas por este estudo foram: adoção de medidas de segurança 68%, conforto nas formas de higiene, material e equipamentos 72%, ambiente limpo e agradável 72%, assistência pessoal e para a família 60%, crescimento pessoal 68%, e cumprimento de normas 77%. Com relação a faixa etária, é perceptível que exceto a faixa etária acima de 56 anos que apresenta um índice de 67% na opção raramente, a maioria dos servidores sente que tem suas expectativas de Segurança e Dignidade atendidas, sendo a faixa etária de 46 à 55 anos que apresenta o maior índice entre frequentemente e sempre chegando ao percentual de 82%. Percebe-se que a faixa etária que mais se motiva através desta variável é a anterior àquela que os níveis de motivação são mais baixos. Porém cabe salientar que a faixa etária acima de 56 anos compreende apenas um respondente. Talvez por isso os valores tenham sido tão diferentes em faixas etárias tão próximas. Já com relação ao sexo pode-se notar que com relação à percepção da influencia na motivação no que diz respeito às expectativas de Segurança e Dignidade, os respondentes do sexo masculino apresentam um percentual mais significativo do que as respondentes do sexo feminino. Enquanto o sexo feminino apresenta um percentual de 69% entre frequentemente e sempre, no sexo masculino este percentual é de 73%. Desta forma pode-se dizer que as expectativas de segurança e dignidade estão mais presentes nos homens do que nas mulheres, embora ambos os sexos responderam ser motivados por esta variável. E com relação ao tempo de serviço entende-se que com o passar dos anos os servidores sentem-se mais motivados no trabalho com a satisfação de suas expectativas no que diz respeito a segurança e dignidade. Neste sentido, constata-se que 38% dos profissionais com até 10 anos de instituição sentem que nunca ou raramente tem sua motivação influenciada por esta variável, enquanto que com servidores com mais de 30 anos de serviço esses índices caem para 11%. De modo geral, na opinião dos servidores, os mesmos tem noção da seriedade de seu trabalho e das condições necessárias para uma melhor execução do mesmo. Porém parece que ainda almejam algo a mais no que diz respeito a assistência pessoal e familiar, pois foi a questão que obteve o menor índice nesta variável Apesar disso, de modo geral a avaliação do servidor foi bastante positiva no que diz respeito a esta variável de forma que avaliam que a instituição tem consciência da importância do trabalho desenvolvido e disponibiliza, na medida do possível, as condições de higiene e segurança para um ambiente favorável no que tange a execução das tarefas diárias. 5 Conclusão A motivação emana do interior das pessoas. Ninguém é capaz de motivar o outro, o que se pode tentar de alguma forma, é buscar despertar a motivação dos colaboradores. Este estudo comprova que a motivação é importante para o desempenho do servidor, pois somente serão comprometidas, dedicadas e felizes na realização de suas tarefas, as pessoas que estiverem motivadas, e a instituição tem papel fundamental nisso. Motivar-se e manter-se motivado não é tarefa fácil, pois cada um tem seus próprios pensamentos, anseios e expectativas e é papel dos gestores buscarem proporcionar espaços, cenários e oportunidades para que estas expectativas sejam atendidas. 23 As principais teorias da motivação abordam as forças que impulsionam o indivíduo para o trabalho e geralmente estão associadas à produtividade e ao desempenho do colaborador. Através do presente estudo buscou-se apresentar uma idéia geral do que os teóricos tem abordado sobre motivação, o que é, que variáveis são motivadoras e como ela é despertada nas pessoas. A realização desta pesquisa permite concluir que o estudo da motivação, em decorrência da sua complexidade e dificuldade, parece não ter fim, necessitando, assim, de maior aprofundamento e atenção das organizações e instituições. A pesquisa permitiu analisar as variáveis motivacionais no que diz respeito ao cotidiano no trabalho. Nesse sentido é possível afirmar que os objetivos propostos pelo estudo foram alcançados. O estudo demonstrou percentuais positivos com relação às expectativas propostas por Borges, Alves Filho e Tamayo (2008 apud SIQUEIRA, 2008). No geral, ficou claro que as variáveis que mais motivam o servidor público municipal de Tucunduva-RS alocados na Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social são as relacionadas às expectativas de Envolvimento e Reconhecimento, Segurança e Dignidade e Responsabilidade. Por outro lado, embora a maioria dos servidores percebem que as expectativas de Independência Econômica e Autoexpressão sejam motivadoras, estas duas variáveis apresentaram percentuais menores com relação as demais. Também percebe-se que os percentuais variam de acordo com a idade, sexo e tempo de serviço, e que em cada categoria estudada a motivação está mais presente na obtenção de determinadas variáveis. Estes dados são importantes para que os gestores possam traçar estratégias diferenciadas de acordo com a necessidade de seus colaboradores, procurando mantê-lo motivado no trabalho, melhorando assim o seu desempenho. Comprova-se, dessa forma, a importância deste estudo uma vez que para a instituição pode proporcionar um ambiente agradável, um espaço para o colaborador expressar-se e desenvolver-se, os gestores precisam saber quais são as variáveis que mais os motivam e qual é a percepção de seus subordinados no que tange a motivação. É importante ressaltar que este estudo não deve ser abandonado, a intenção é que novas pesquisas sejam realizadas, englobando todos os setores desta instituição e que esta avaliação seja realizada constantemente. Além disso, objetiva-se que este estudo não seja esquecido, espera-se que os gestores utilizem-se dele para propor alternativas para melhorar o ambiente de trabalho e o desempenho do servidor. Bibliografia AGUILAR, Marcelo Antônio. Motivação Humana nas Organizações: analise crítica do comportamento humano no contexto das teorias e técnicas motivacionais aplicadas em organizações. Campinas, 2002. Dissertação (Mestrado), Mestrado em Qualidade. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica, 2002. AQUINO, Jussara Maria Canuto De. Identificação e Imagem do Servidor Público: Um Estudo com os Usuários do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2010. Dissertação (Mestrado), Mestrado em Administração. Faculdade de Ciências Empresariais da Universidade FUMEC, 2010. ARCHER, Ernest R., O Mito da Motivação. In: BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (orgs). Psicodinâmica da vida organizacional. 2. Ed., São Paulo: Atlas, 1997. 24 BERGAMINI, C.W. Motivação nas organizações. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1997. _________________ Motivação: Mitos, Crenças e Mal-entendidos. In: BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (orgs). Psicodinâmica da vida organizacional. 2. Ed., São Paulo: Atlas, 1997. BORGES, Liria, Alves-Filho, Antônio, Tamayo, Álvaro. Motivação e Significado do Trabalho. In: Medidas do Comportamento Organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2004. DIFINI, Cristiane D. R. Avaliação da satisfação e motivação dos técnico-administrativos em uma instituição de ensino superior: um estudo de caso. Porto Alegre, 2002. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Engenharia, Ênfase em Gerencia de Serviços), Mestrado em Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. __________________. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001. GODOI, C. K. Pulsão e Cognição: categorias da motivação na aprendizagem. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis: EDUFSC, n.32, p. 329-347, outubro de 2002. IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 . Acesso em 26 de abril de 2011. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. LAWLER III, Edward E. Motivação nas Organizações de Trabalho. In: BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (orgs). Psicodinâmica da vida organizacional. 2. Ed., São Paulo: Atlas, 1997. MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 8 ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2004. MORAES, Fabíola M. Meneghini. Comprometimento Organizacional e Motivação dos Professores de uma Instituição de Ensino Superior. Biguaçu, 2005. Trabalho de Mestrado (Mestrado em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, 2005. MORAES, Vanderlei. Motivação Pessoal. Portal Gestão de Pessoas, 2010. Disponível em: http://www.gpportal.com.br/2010/05/motivacao-pessoal.html. Acesso em 18 de abril de 2011. ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2001. 25 ___________________. Comportamento organizacional. 14 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. SCHERMERHORN, John R.; HUNT, James G.; OSBORN, Richard N. Fundamentos de comportamento organizacional. Porto Alegre: Bookman, 1999. SIEVERS, Burkard. Além do Sucedâneo da Motivação. In: BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (orgs). Psicodinâmica da vida organizacional. 2. Ed., São Paulo: Atlas, 1997. SPEROTTO, Cirilo. Motivação para o trabalho: um estudo no SICREDI Santo Augusto– RS. Ijuí, 2009. Relatório de Estagio Supervisionado em Administração II. Curso de Administração. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUI, Ijui 2009. SPLENDOR, Ana Cristina. O sentido do trabalho para os servidores da Prefeitura Municipal de Três Passos. Três Passos, 2007. Relatório de Estágio Supervisionado em Administração II. Curso de Administração. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, Três Passos, 2007. TROSA, Sylvie. Gestão Pública por Resultados: quanto o Estado se compromete. Brasília: Revan, 2001. TEIXEIRA, E. B.; ZAMBERLAN, L.; RASIA, P. C. Pesquisa em Administração. Ijuí: Ed. Unijuí. 2009. 232 p. (Coleção educação a distância. Série livro-texto). VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. VIANA, Julio C.C.R. O perfil motivacional do docente na rede estadual de ensino fundamental na Paraíba. João Pessoa, 2008. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal da Paraíba – UFPB, 2008. 26 ANEXOS