Valentine Paniz
Saiba o que é
uma visão BSC
nas organizações
Janaína Lopes
g
Arquivo Pessoal
Famecos
Sem Fronteiras
ganha o mundo
g
A trajetória
do professor
Osvaldo Biz
g
RRPP
VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br
Atualidades
Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS
Ano 14 n° 28 - Porto Alegre, RS, Brasil - dezembro 2008
O TEMPO
A FAVOR
FOTO VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER
Uma nova ciência
administra o tempo
para você agir e viver melhor
ABERTURA
RRPPAtualidades/dezembro 2008
Publicação informativa e de reflexão do curso
de Relações Públicas da
Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da
Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande
do Sul, avenida Ipiranga
6681, Jardim Botânico,
Porto Alegre, RS, Brasil.
Versão Online:
www.rrpponline.com.br
E-mails: famecos@
pucrs.br; deprrpp@
pucrs.br
Reitor: Ir. Dr. Joaquim
Clotet
Vice-Reitor: Ir. Dr.
Evilázio Teixeira
Diretora da Famecos:
Drª. Mágda Cunha
Coordenadora do
Curso: Drª. Souvenir
Dornelles
Professores responsáveis: Tibério Vargas
Ramos e Silvana Sandini
Edição dos alunos
de Produção de Mídia
Impressa e Digital em
Relações Públicas
Turma da manhã:
Clarissa Freiberger, Daiane Caterine Greif, Daniel
Giacobo, Diana Quevedo, Gilmar Avila Junior,
Iuri de Oliveira, Jéssica
Pedrotti, Rafaela Nunes,
Luana Nedel, Marcello
Barcelos, Suziane Freitas, Uriel Ricachenevsky
e Valentine Paniz.
Turma da noite:
Aline Pinzon, Angela dos
Passos, Betania Castoli,
Bruna Leite, Eliziane Vezzosi, Everton Cunha, Fabiane Altissimo, Gabriela
Fonseca, Jacques do
Couto Junior, Jeferson
Couto, Joana Benites,
Juliana Gomes, Juliany
Esteves, Karine Reichel,
Maria Alice Machado,
Mariana Licht, Mariana
Sardi, Miguel Dagnino,
Mirian Mendes, Priscila
Avigliano, Tamara Moch
e Tiago Gomes.
CONFIRA
Hohlfeldt analisa
imagem da política
Página 10
PEDRO REVILLION/ HIPER
SET Universitário
debate linguagem
na comunicação
Páginas 6,7,8 e 9
VINÍCIUS CARVALHO/ HIPER
Administrar o
tempo é ciência
Página 11
Conheça os fanáticos professores
que torcem para Inter e Grêmio
Mas somente na revista digital: www.rrpponline.com.br
Destaque no Salão de
Iniciação Científica
Diego Wander
da Silva, aluno do 6º
Semestre do Curso
de Relações Públicas da PUC, recebeu
o Troféu Destaque
no XX Salão de Iniciação
Científico da UFRGS, realizado em outubro, ficando
entre os finalistas ao Prêmio UFRGS Jovem Pesquisador 2008. Ele é bolsista
de Iniciação Científica do
Programa PRAIA/PRPPG/
PUCRS no Projeto “As Ou-
vidorias Virtuais em
Instituições de Ensino Superior”, coordenado pela Profª Dr.
Cleusa Scroferneker,
da Famecos. O aluno e projeto já haviam sido
premiados no IX Salão de
Iniciação Científica da PUCRS em agosto. O Projeto
conta ainda com a participação do Prof. Dr. Duncan
Dubugras Alcoba Ruiz e do
aluno Bruno Vollino, da Faculdade de Informática.
FOTOS RRPP ATUALIDADES
EXPEDIENTE
RAMON FERNANDES/ ASCOM-PUCRS
2
g Uma despedida alegre e emocionada na PUCRS
gSeção de autógrafos no lançamento da obra na Famecos
Perfume no ar marca Livro lançado renova
Momento Formandos conceito de públicos
Em 8 de outubro foi realizado no teatro do prédio
40 da PUCRS, o Momento
Formandos. É uma homenagem que a universidade
faz aos alunos que estão
concluindo seus cursos e
irão se formar no final do
ano.
Os futuros diplomados
foram recepcionados em
um ambiente descontraído,
onde puderam tirar fotos
e confraternizar com seus
colegas e professores. A
seguir, os formados se encaminharam ao teatro para
receber as homenagens e
agradecimentos (em forma
de vídeo). O ambiente estava levemente perfumado
com uma essência feita especialmente para ficar na
memória de todos, quando
deixassem a universidade
e, na saída, todos foram
presenteados com uma
amostra (um sabonete com
o perfume).
O evento contou com
a presença da orquestra filarmônica da PUCRS que
tocou temas que emocionaram os alunos. Ao som de
“Amigos para sempre”, os
futuros diplomados trocaram pulseirinhas (que eram
distribuídas na entrada)
entre si, como forma de selar uma amizade construída
ao longo do curso. No encerramento, uma chuva de
balões animou a todos.
JÉSSICA VINADÉ PEDROTTI
RAFAELA BARRETO NUNES
Ana Steffen, Doutora
em Comunicação Social
e professora do curso de
RRPP da Famecos, lançou
em setembro o livro Conceito de Público em Relações Públicas. Para ela, as
teorias utilizadas estavam
ficando ultrapassadas. “Precisamos identificar nossos
públicos novamente, criando um novo conceito com
enfoque nas Relações de
Poder”, sugere a professora. Seu estudo partiu de
conceitos tradicionais de
públicos (interno, misto
e externo), teorizados por
Simões, França e Kunsch, e
procurou renová-los.
A obra se soma a um
esforço que vem sendo
empreendido na área e em
especial no curso da PUCRS para promover o crescimento da literatura em
Relações Públicas, ainda
carente de publicações teóricas.
A professora buscou
na Filosofia a teoria sobre
“mudança conceitual”, que
lhe deu respaldo para formular novos conceitos de
Público na área de RRPP.
Como diz a autora, para nos
legitimar diante dos nossos
públicos, é necessário uma
mudança no conceito deles.
Segundo Steffen, “devemos
ter e entender diferentes
visões”.
SUZIANE FREITAS,
LUANA NEDEL E
MARCELLO MARASSINI
ABERTURA
RRPPAtualidades/dezembro 2008
3
FOTOS CLARISSA FREIBERGER
Relembrando
o Repórter Esso
i Luciano Klöckner fala sobre um marco
para a história radiofônica brasileira
GILSON OLIVEIRA/ HIPER
g Editora da PUCRS localiza-se no prédio 41 do campus da capital
Programa Apoio à Bibliografia
g Hagemann, Luciano Klöckner, Roberto Figueiredo e Fábio Perez
Luciano Klöckner, doutor em
comunicação social pala Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, conta que sua admiração
pelo Repórter Esso vem desde seus
10/11 anos, quando seus pais ouviam rádio e todos o tinham como
um programa indispensável para
informação e atualização pessoal.
Seus interesses pela história do
programa continuaram fortes conforme foi trabalhando com a comunicação em rádios e jornais.
Estudou sobre o assunto em
seu mestrado e doutorado em comunicação. Após muitas investigações, viagens (Rio de Janeiro,
Brasília, São Paulo, Buenos Aires,
Montevideo) para coletar entrevistas e complementar suas pesquisas,
Luciano lançou “O Repórter Esso –
A Síntese Radiofônica Mundial que
Fez História”, editado pela AGE em
parceria com a Edipucrs.
O livro é resultado de 10 anos
de pesquisas, somando a dissertação do mestrado e a tese de doutorado. Ao contar a história do
Repórter Esso, faz uma análise das
notícias dadas pelo informativo e
junta aos anexos coletados da época sobre o programa.
O professor destaca como o
noticiário foi inovador, inaugurou
a linguagem radiofônica que não
existia e também o manual escrito
e sonoro. Diz que o Repórter Esso
deixou sua marca, modos que são
usados até hoje, como por exem-
plo, a edição das notícias usadas
pelo Jornal Nacional da Globo, a
linguagem das rádios, a linguagem
diferenciada para TV e até mesmo
as características dos textos na Internet (textos curtos).
Na opinião de Klöckner, não
sentimos tanta falta de programas
como o Repórter Esso, porque o jornalismo continua usando mais ou
menos os mesmos moldes daquele
tempo. “Só que hoje são muito mais
democráticos, então se junta à modernidade com as linhas básicas do
Repórter Esso que estão presentes
ainda, influenciando nas rotinas de
produção, linguagem dos veículos”,
enfatiza o professor da Famecos.
O lançamento do livro em setembro, no auditório da Famecos,
pela manhã e à noite, contou com a
presença de Lauro Hagemman, locutor da versão da rádio Farroupilha de Porto Alegre; Fabbio Perez,
apresentador da versão pela Tupi
de São Paulo e Roberto Figueiredo,
apresentador da última edição do
noticiário pela Globo do Rio de Janeiro. Para o paulista Fabbio Perez,
O Repórter Esso fez parte de três
gerações das famílias brasileiras e
destaca o seu pioneirismo: “O Repórter Esso foi importante por ter
formado a primeira geração de jornalistas realmente profissionais de
rádio. Até então era amador.”
TAMARA MOCH, BRUNA LEITE
E MARIA ALICE MACHADO
iEdipucrs incentiva os alunos à aquisição de livros
Com o objetivo de facilitar ao
aluno a aquisição de seus próprios
livros, a Edipucrs lançou o “Programa apoio à Bibliografia”, criado
pelo diretor da editora, professor
Jerônimo Braga. No início era só
para os livros de editoras universitárias, depois estendeu-se também
às comerciais.
O programa tem o diferencial
de que os alunos podem obter um
bom desconto nos livros procurados, basta o professor se cadastrar
na página do programa e indicar o
livro e o número de alunos interessados em adquiri-lo. “Quanto maior
o número de alunos, maior poderá
ser o desconto”, destaca o diretor.
Quando as obras estiverem à
disposição, o professor será informado. Para a aquisição dos livros,
na Livraria Edipucrs, no prédio 41
do campus da PUCRS, em Porto
Alegre, bastará ao aluno ou professor apresentar seu respectivo
cartão de identidade universitário.
O programa não atende a pedidos
unitários de livros, esses podem ser
feitos diretamente à Livraria.
Braga explica que o programa da PUCRS está de acordo com
o IPDL (Plano de Incentivo à Distribuição do Livro Universitário),
aprovado pelo Ministério da Educação, e com a política da Associação Brasileira de Editoras Universitárias, que incentiva seus alunos
a começarem sua biblioteca particular, dando valor ao instrumento
chamado livro.
O programa foi divulgado aos
professores através de folders em
seus escaninhos. Com o programa,
a Edipucrs visa levar aos alunos a
mentalidade de ter os próprios livros, ao invés de ficar xerocando
partes. Até agora já foram cadastrados 200 alunos e 12 professores,
a expectativa é que esse número
continue aumentando.
CLARISSA FREIBERGER
ACESSE
Para conhecer as editoras universitárias e seus respectivos catálogos,
o professor poderá consultar o site
da ABEU (Associação Brasileira
das Editoras Universitárias), através do endereço www.abeu.org.br,
já o catálogo da Edipucrs, poderá
ser consultado no site: www.pucrs.
br/edipucrs.
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ABERTURA
RRPPAtualidades/dezembro 2008
VINÍCIUS CARVALHO/ HIPER
RELAÇÕES-PÚBLICAS
Um profissional que cuida
da reputação das empresas
i Função tornou-se mais estratégica
e valorizada nos últimos anos
As relações públicas são como
uma cesta básica, tão importante
quanto feijão e arroz para o país,
as empresas e as pessoas. Quem
“vende essa idéia” – no jargão da
área – é Paulo Nassar, diretor-geral
da Aberje (Associação Brasileira
de Comunicação Empresarial). O
profissional que coordena essa área
responde pela comunicação interna
com os funcionários da empresa,
assessoria à imprensa e busca de
políticas de integração com todos
os outros públicos que se relacionam com a instituição.
As maiores empresas instaladas no Brasil incorporaram essa
“cesta básica” em seu quadro estratégico de uns anos para cá, aumentando as contratações e os salários
do setor. Segundo pesquisa inédita
feita pela Aberje com essas empresas, analistas de comunicação ganham em média por mês R$ 2.800
– enquanto o salário de diretores
da área costuma superar os R$ 30
mil mensais.
“Quem cuida da comunicação
organizacional é responsável pela
gestão da imagem e da reputação da
empresa. E isso hoje é irreversível.
Esse boom não é só uma tendência
de moda”, diz a professora de comunicação empresarial da ESPM,
Isolda Cremonine.
Graduado em jornalismo, mestre e doutor em relações públicas
pela USP, Nassar quer deixar claro que o que está em alta é todo o
campo em que vários profissionais
– inclusive os relações-públicas –
atuam: o da comunicação de organizações. Mas, para quem quiser
pegar o bonde na frente, o curso de
Relações Públicas facilita o ingresso no setor. “Quem faz o curso em
nível de graduação, já começa com
uma vantagem competitiva, com
sua formação no campo da atividade relacional. Quem não teve essa
formação, está procurando ter já
num nível de pós-graduação”, diz.
Formado em 2006, o paulistano Bruno Carramenha, 23, é exemplo dessa vantagem. Ele faz estágios
desde o primeiro ano de faculdade
e nunca esteve desempregado. Hoje
trabalha na agência de relações públicas LVBA, que atende a empresas
do porte de Nokia, Warner e Bayer.
Ele afirma que a situação dos colegas também é boa. “Do meu grupo
da faculdade, todos estão empregados.”
Os
estudantes
costumam
aprender noções de administração,
psicologia social, marketing, opinião pública e recursos humanos –
currículo que atraiu Milena Cândido, 18. Ela trocou artes cênicas por
relações públicas. “Acho que terei
mais oportunidades.”
CRISTINA MORENO DE CASTRO
Texto publicado na Folha de S.Paulo – Domingo, 21 de setembro 2008
SAIBA MAIS
Livros
“Tudo é Comunicação”, Paulo Nassar
“Relações Públicas e Modernidade”, Margarida Kunsch
Filmes
“Hancock” (2008)
“Mera Coincidência” (1997)
Site
www.mundorp. com.br
Curso: 4 anos
R$ 1.543 é o piso salarial, diz o sindicato dos relações-públicas
de SP
g O futuro começa aqui na Universidade Católica dos gaúchos
17 mil alunos visitam
a Feira das Profissões
i Evento promovido pela PUCRS busca orientar
os vestibulandos na hora da escolha profissional
Dezessete mil estudantes visitaram a Feira das Profissões,
promovida pela Pró-Reitoria de
Assuntos Comunitários da PUCRS, nos dias 12 e 13 de setembro,
procurando orientação sobre as
mais diversas carreiras profissionais. A PUCRS abriu suas portas
contando com presença das 22 faculdades e seus respectivos cursos
de graduação, representados por
professores e alunos de cada faculdade, explicando sobre as aulas,
carreira, experiências profissionais entre outros.
A feira teve entrada franca e,
além disso, a Universidade disponibilizou transporte gratuito para
alunos das instituições de ensino
médio dentro da região metropolitana. Dentre os visitantes havia
principalmente alunos do ensino
fundamental e médio, além de
cursinhos e profissionais que ainda estão indecisos sobre seus fu-
turos.
Entre todas experiências práticas da feira, as de maior destaque foram as do Museu de Ciência
e Tecnologia, com seu giroscópio,
as aulas de aeróbica promovidas
pelo Parque Esportivo e a cabine
de pilotagem das Ciências Aeronáuticas
A Famecos esteve em peso,
produzindo ao vivo as edições diárias do jornal da feira e também
com uma apresentação do Pretinho Básico, programa de rádio da
Atlântida, que tem integrantes formados na PUC, um bônus da feira
no sábado. Aqueles que perderam
a edição desse ano, e ainda estão
indecisos sobre qual curso ingressar, podem visitar o site do evento,
www.pucrs.br/eventos/feiradasprofissoes ou conferirem a edição
de 2009.
ÉVERTON POSTAY CUNHA
RRPPAtualidades/dezembro 2008
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QUALIFICAÇÃO
Raiar renova o projeto de
Comunicação da Famecos
i O impacto das novas tecnologias na comunicação das Micro e Pequenas Empresas
A aluna e pesquisadora Letícia Castilhos, do
6º semestre de Relações Públicas da Famecos,
desenvolve um trabalho de Iniciação Científica
PIBIC/CNPq. O projeto O impacto das novas
tecnologias na comunicação das Micro e Pequenas Empresas da incubadora Raiar vem sendo
desenvolvido com a orientação da Profª Dr.
Cleusa Maria Andrade Scroferneker. Sua concepção foi em agosto de 2007, sendo que obteve
renovação até agosto de 2009 e está sendo realizado junto à Incubadora Multi-setorial de Base
Tecnológica Raiar – Incubadora de Empresas da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul.
A bolsista realizou uma pesquisa que tem
como tema as novas tecnologias e a comunicação das Micro e Pequenas Empresas (MPEs).
Objetiva investigar sobre as possibilidades de
utilização das novas tecnologias para a excelência da comunicação virtual das MPEs, enfatizando especialmente a implantação de ‘ouvidorias’
virtuais e blogs empresariais. “Optou-se em pesquisar as MPEs que fazem parte da Incubadora
Multissetorial de Base Tecnológica Raiar, que
conta atualmente com 20 empresas incubadas,
pelo fato de localizar-se no campus da Universidade e pelo interesse manifestado pela pesquisa, por tratar-se de um tema pouco explorado”,
explicou Letícia. Ela salientou que o trabalho
concorreu com duas grandes áreas, que são as
Ciências Exatas e Ciências da Vida.
A comissão do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica) escolheu
o projeto e a bolsista para concorrer ao Prêmio
Destaque de IC do CNPQ, tendo em vista que a
pesquisa tem relevância científica, tecnológica
e de inovação. Letícia foi mantida no projeto
por ter perfil desejado para a premiação. “Sem
a pesquisa, o mercado não vai pra frente”, disse
Letícia.
A bolsista está esperançosa para ganhar
o prêmio, que consiste em uma quantia de 12
meses de bolsas de Iniciação Científica, em dinheiro, para os três primeiros colocados de cada
grande área do conhecimento; bolsa de mestrado para o primeiro colocado; além de passagem
aérea e hospedagem para permitir a participação do primeiro colocado de cada grande área do
conhecimento na Reunião Anual da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A aluna agradece à Profª Cleusa pela oportunidade que a pesquisa lhe trouxe, de conhecer
novos lugares, participar de grandes eventos e
principalmente pela confiança no seu trabalho.
LUANA NEDEL E SUZIANE FREITAS
DIVULGAÇÃO/ PUCRS
g A professora Cleusa Scroferneker e a bolsista Letícia de Castilhos, responsáveis pelo projeto
ASCOM/ PUCRS
g Raiar é localizada no parque Tecnopuc
Incubadora
promove
integração
com empresas
O propósito principal da Incubadora Raiar é
instalar e apoiar o desenvolvimento de empresas
de diversos setores, tendo como característica a
acolhida daquelas com uso intensivo de tecnologia (empresas de base tecnológica). A Incubadora oferece espaços físicos de uso compartilhado,
recepção e secretaria. Também tem área de convivência, sala de reuniões, vigilância e infra-estrutura geral. Há orientação empresarial, suporte em planos de negócio, apoio em comunicação
e design. A Raiar promove o desenvolvimento da
identidade visual institucional de seus produtos,
além do acesso aos laboratórios de pesquisa da
Universidade e à Biblioteca Central. Ainda disponibiliza aos seus incubados a orientação para
participação em editais de agências de fomento,
em feiras e eventos setoriais, atividades de capacitação, apoio de parceiros como Sebrae e associações de classe e, o principal, possibilita a interação com as empresas atuantes no Tecnopuc.
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RRPPAtualidades/dezembro 2008
ESPECIAL
21º SET Universitário
FOTOS PEDRO REVILLION/ HIPER
Qual a linguagem
para se comunicar
com o mundo?
i SURGEM NOVOS PARADIGMAS DE RELACIONAMENTO
O 21° SET Universitário, tradicional evento promovido todos os anos pela Faculdade de
Comunicação Social (Famecos), da PUCRS,
trouxe a Porto Alegre comunicadores e teóricos, nos dias 22, 23 e 24 de setembro, para
discutirem, no campus da Universidade, qual
a forma e conteúdo da linguagem que as pessoas, instituições e sociedades devem utilizar
para se comunicarem com o mundo. Uma delas
passa obrigatoriamente pela web 2.0, que possui como característica a descentralização de
produtos. A relações-públicas Gisele Lorenzetti
falou da nova febre no RBS Debates que abriu
o evento. Também participaram da discussão o
diretor-presidente da agência Borghierh Lowe,
publicitário Ehr Ray, e o jornalista Ricardo Noblat, responsável pelo blog político mais conceituado do País.
Como tema central, Gisele abordou a nova
realidade: o cidadão 2.0 que tem como caracte-
rística utilizar a Internet como espaço de interatividade social. A palestrante é sócia e diretora
executiva da LVBA Comunicação e vice-presidente da Associação (Abracom), entidade que
ajudou a fundar. Graduada em Relações Públicas, com especialização em Administração de
Empresas, foi professora de Planejamento em
Relações Públicas na faculdade de Comunicação Cásper Líbero, de São Paulo, e é membro do
Conselho Regional de RRPP daquele estado.
Hoje, nos EUA, 93% dos jovens entre 12 e
17 anos utilizam a web e tratam o acesso à rede
como um local de interação social. “Neste novo
mundo, onde a palavra de ordem é o relacionamento, o relações-públicas consegue gerenciar
relacionamentos com lideranças, identificar
oportunidades e necessidades de comunicação
da instituição com a sociedade”, disse Gisele Lorenzetti. “Age para que a organização se
adapte num ambiente de constante transforma-
g Gisele Lorenzetti em debate na PUCRS
ção, constroem/mantêm ou reformam a reputação positiva de uma instituição, um produto,
monitoram as variáveis de comportamento das
lideranças e humanizam as relações de trabalho, permitindo a troca de informações nas empresas”, enumera a profissional.
Considerando este um período de transição, Lorenzetti divide a população em duas partes: imigrantes e nativos. Os imigrantes seriam
as gerações anteriores ao uso da web e apresentam preconceitos e dificuldades em relação a
esse tema. Já os nativos demonstram facilidade
e vêem a Internet como uma extensão de si, vivendo “a cultura da informação sem dono”. Lorenzetti ressalta “tecnologia é relativamente fácil de mudar. Podemos ser resistentes no início,
mas conseguimos nos adaptar, porém cultura é
outra história”.
ELIZIANE VEZZOSI E TAMARA MOCH
Os desafios do jornalismo eletrônico
Jornalista e autor de um dos blogs mais
acessados atualmente no país, Ricardo Noblat
participou do RBS Debates trazendo todas as
suas experiências na área jornalística. Há cinco
anos foi incentivado por um amigo do jornal O
Dia a fazer um blog. Ele não tinha muito conhecimento sobre o assunto, porém achava que o
Blog não passava de um diário de adolescente
virtual. Iniciou sua carreira na era online com
notícias políticas diárias.
Há certo preconceito no meio jornalístico
que a matéria divulgada em blog não é uma jornalística. Noblat discorda, pois essa informação
utiliza as mesmas técnicas, instrumentos e estrutura das matérias realizadas em uma reda-
ção de jornal. “No jornalismo eletrônico precisa
ter os mesmos argumentos, conhecimentos e
veracidade das notícias, ou seja, as mesmas regras do jornalismo impresso”, destaca Noblat.
O que ele faz hoje em seu espaço eletrônico são
os mesmos instrumentos que utilizava em uma
redação de jornal. Em seus posts, Noblat explica as notícias, conta os fatos, tem a preocupação
em inovar e interagir com seus leitores.
Quando ocorre um erro dos veículos de comunicação tradicionais, poderão existir muitos
culpados, como repórteres, editores de redação
e jornalistas, já na Internet toda a “culpa” será
do autor do blog. Noblat conta que cometeu um
erro quando divulgou uma nota dizendo que o
presidente Lula queria demitir um jornalista do
New York Times por escrever que ele gostava
de beber. Logo após a divulgação recebeu comentários dizendo que a informação era falsa.
Resolveu não tirar a nota do ar, ele apenas pediu desculpas no post seguinte. “Recebi muitos
comentários dizendo para eu ter mais veracidade dos fatos antes de publicar”, revela Noblat. O
blog implica em um diálogo permanente entre
os seus leitores criando uma cumplicidade com
o público. O autor hoje se preocupa em buscar
maior agilidade e maior abertura para a participação dos leitores.
ELIZIANE VEZZOSI E TAMARA MOCH
21º SET Universitário
ESPECIAL
RRPPAtualidades/dezembro 2008
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Comunicação Tridimensional
iFIAT APRESENTA UMA NOVA ABORDAGEM PARA A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
CAMILA DOMINGUES/ HIPER
g Lage discorre sobre comunicação na Fiat
A Famecos recebeu, durante o 21º Set Universitário, o jornalista e mestre em marketing
estratégico Marco Antônio Lage. O diretor de
comunicação da Fiat no Brasil iniciou sua explanação situando o público sobre os diversos
ramos de atividades que formam o Fiat Group,
um conglomerado de marcas que atuam em diversos setores da economia mundial.
O Fiat Group desenvolve, além de inovações automobilísticas, tecnologia agrícola, industrial, atuando também no setor financeiro.
Por isso a relevância da comunicação como instrumento de gestão para a diversidade que esta
empresa abarca, e é sobre esta comunicação que
Lage discorre.
A Fiat adotou uma nova forma de comunicação: IN – integrada, integral e indutora.
Uma comunicação “tridimensional, que possui
altura, largura e profundidade”. Integrada no
alinhamento que junta as partes do todo, ainda
que respeitando suas peculiaridades, traçando
um objetivo comum a toda a organização. In-
Case Perestroika:
Vai lá e faz!
Aconteceu dia 24 de setembro a palestra
Vai Lá e Faz – Idéia só vira conteúdo quando
sai da gaveta, comandada pelos diretores da
Perestroika (empresa que desenvolve cursos na
área publicitária), Tiago Mattos, Felipe Anghinoni, Rafael Bohrer e Márcio Callage e contou
com as participações especiais da atriz Cris Nicolotti e do repórter pernambucano Givanildo
Silveira. A palestra abordou o tema de uma maneira bem humorada, prendendo a atenção dos
participantes até o final.
Já na abertura, um ator, que supostamente
seria o diretor de uma empresa, subiu ao palco
para satirizar os palestrantes convencionais. A
palestra teve início realmente com a entrada
de uma banda e suas backing vocal, que acompanharam o show de Cris Nicolotti. Ela cantou
sua famosa música “Vai...” que ficou conhecida
graças à Internet.
A palestra continuou com Felipe Anghinioni, que retomou o tema da palestra, mostrando
a importância de “ir lá e fazer”. A seguir, a atriz
Cris Nicolotti retorna ao palco, dessa vez para
participar de um talk show com Tiago Mattos.
Depois disso, Marcio Callage revelou a história
de sua vida, suas viagens, seus trabalhos, sempre mostrando a importância de ter ido lá e feito, passando a mensagem de que cada um faz
tegral é vertical, trata-se da comunicação com
os mais diversos públicos, informando e recebendo impressões e demandas desse universo.
Já a comunicação indutora é aquela que induz a
empresa a ir além e antecipar tendências. “Provocativa, inquieta e irrequieta este viés permite
ao grupo transcender os limites formais de uma
comunicação convencional”, disse Lage.
Diante de um processo inovador, do qual
foram mudadas rotinas e processos de comunicação, quais seriam as dificuldades e barreiras
a serem transpassadas pela organização até a
consolidação efetiva desse novo meio?
Esta gestão diferenciada, somada ao pioneirismo tecnológico, é um dos fatores que faz
da Fiat a detentora de 25% do mercado automobilístico em nosso país. “Há um pouco do
Grupo Fiat na vida de cada brasileiro”, ressalta
o palestrante.
JEFERSON KOZENIESKI COUTO E
MIRIAN DA SILVA MENDES
SUZIANE FREITAS DA SILVA
seu futuro.
Uma parte
bem interessante da palestra
foi uma suposta
conexão
feita
até Berlim, onde
Marco Loco Bezerra, de uma
forma
séria,
mostrou que na
realidade nem
tudo dá certo
sempre e que
assumir os erros g Esse time deu um show de performance no último dia
é o melhor a se
fazer. Logo após,
Tiago Mattos retorna ao palco de uma maneira bêbado no momento de sua prisão – também
muito divertida. Fazendo uma associação com ficou conhecido graças ao poder da internet. Gia famosa “Dança do quadrado”, ele passa seus vanildo relatou que começou apenas atendencinco conselhos: pensar grande, arriscar, bus- do telefonemas na empresa em que trabalhava,
car a imortalidade através dos próprios feitos, mas sempre tentou se infiltrar no rádio, ou seja,
auto-confiança e individualidade nas escolhas foi lá e fez, correu atrás de seus objetivos e tudo
futuras.
o que conquistou até hoje, deve a isso.
Para encerrar a palestra, Givanildo Silveira, jornalista pernambucano de Caruaru, subiu
JÉSSICA VINADÉ PEDROTTI E
ao palco para também ser entrevistado. Ele gaURIEL MOURA RICACHENEVSKY
nhou exposição por entrevistar Jeremias, um
8
RRPPAtualidades/dezembro 2008
ESPECIAL
21º SET Universitário
Comunicação
não deve
interromper,
mas envolver
g Oliveira criando ao final da aula uma charge especial do SET, para publicação aqui
Um ilustrador popular
i Oficina de cartoon e caricatura no 21º SET Universitário
Alexandre Oliveira, 37 anos, natural de rem crimes.
Santa Catarina, tem grande capacidade de fazer
Quando cria seus desenhos, não faz esteredesenhos desde pequeno é há oito anos cartu- ótipos e o tema que mais gosta de desenhar é
nista e ilustrador do jornal popular Diário Gaú- sobre política. “Percebi que as pessoas têm dificho. Ele veio ao 21° SET Universitário ministrar culdade com a política, numa charge, por exema oficina de Técnica de Cartoon e Caricatura, plo, sempre falo, entre aspas, mal dos políticos,
dar dicas e contar um pouco da sua profissão.
isso é uma classe, entre aspas, que quase todos
O designer trabalha há 17 anos como ilus- são ladrões, mas nem todos são, às vezes fico
trador. Com seis anos de idade já
preocupado com isso”, enfatiza.
era diferenciado pela turma por
Gosta muito de desenhos realisseus desenhos, mas nunca pentas, quadrinhos, mas sua prefesou em seguir uma profissão nesta
rência é fazer cartoon, e tirinhas
área, até chegou a fazer engenharápidas.
ria mecânica: “Nunca imaginei gaEm 2001, publicou a coletânhar dinheiro com os desenhos”.
nea do Tinga com as melhores tiComeçou a trabalhar na área de
ras, um de seus personagens em
serigrafia, desenhando para caquadrinhos. Também já veiculou
misetas em Passo Fundo. Logo fiem sites charges online, mas não
cou desempregado e com 18 anos g Alexandre Oliveira
publica mais. Hoje ele tem um
voltou a trabalhar, primeiro em um
livro pronto, com histórias cumjornal, depois saiu e foi para uma revista onde pridas e aventuras do Tinga, com o nome O Tinatuou dois anos. Na revista, suas ilustrações e ga em Cores, mas ainda está batalhando para
charges saíam uma vez por mês. Na época tinha conseguir uma editora para lançá-lo: “É difícil
muito tempo para pensar e ter idéias novas, no aqui no sul, os caras não investem, até estou
entanto, quando veio para o Diário Gaúcho, tentando umas editoras em São Paulo, quero
passou a correr contra o tempo, precisando ter fazer uma coletânea de charges também, mas
uma idéia diferente a cada dia. “Voltei ao co- infelizmente estou decepcionado com o mercatidiano de todo dia ter que fazer um trabalho, do aqui”. Até na música Alexandre percebe esse
no começou foi difícil”, admite. Para quem tem desinteresse da falta de apoio à cultura no Rio
interesse em seguir esta profissão, dá a dica de Grande do Sul.
“ler e praticar bastante, não é na primeira vez
Para Alexandre, a sua profissão anda junto
que tu vai conseguir desenvolver o humor”.
com seu cd que lançou este ano de nome BanNo seu dia-a-dia, Alexandre está sempre li- da Cabeça de Lata, devido ao seu apelido que é
gado nas notícias, logo quando acorda já liga a Cabeça de Lata, onde é o vocalista. Para quem
tevê e o rádio, mas diz: “Nem sempre a notícia quiser saber mais informações sobre a banda,
do dia vai ser a charge”. No seu trabalho utiliza é só acessar o site www.cabecadelata.com, com
papel, lápis, borracha e caneta e depois finaliza músicas e letras. Agora também serão incluídas
no computador. Além das charges e dos quadri- no site ilustrações do cartunista .
nhos, desenvolve também no Diário montagem
de fotos, imagens e mapas de locais onde ocorRAFAELA BARRETO NUNES, TEXTO E FOTOS
Alexandre Godoi e PC, sócios da Mazah,
agência de comunicação, também estiveram
no SET Universitário. A empresa, que está no
mercado há quatro anos, defende um modelo de comunicação diferenciado. Alega que o
formato defendido pela maioria das agências,
e, por conseqüência, adotado por grande parcela dos clientes, serviria muito bem se ainda
vivêssemos na década de 60. No entendimento da agência, a comunicação deve deixar de
interromper e começar a entreter, envolver o
público.
No conceito da agência, a comunicação
deve fazer-se relevante. “Gerar experiências
significativas e relevantes entre marcas e consumidores. E isso é o Live Marketing: conexão
através de experiências”, afirmou PC na palestra. O consumidor está cada vez mais exigente e
não quer ocupar seu tempo com propagandas,
tende a fugir destas através da troca de canal
da televisão, bloqueio de Poup’s e vários outros
artifícios. Segundo o palestrante, apesar disso
é possível dar visibilidade à marca com experiências que sejam realmente relevantes para
as marcas e seus públicos. Nesta percepção, as
coisas chatas tornam-se invisíveis, enquanto as
memoráveis são comentadas e disseminadas.
Alexandre Godoi exemplifica que quando
se chega a um livro, palestra ou filme através
de uma sugestão onde não exista a relação de
interesse, o produto torna-se muito mais instigante, além de transmitir mais credibilidade.
A partir dessa premissa, a comunicação atual
pauta-se na comunicação de muitos para muitos. “Cada indivíduo torna-se embaixador da
marca e a dissemina através de seus blog’s, redes de amigos virtuais ou não, com vídeos na
Internet. Enfim, uma infinidade de ferramentas utilizadas por cada pessoa que acaba por
divulgar sua vivência relevante com a marca,
divulgando sua identidade, posicionamento e
valores.”
Tudo se resume em entender as pessoas e
as marcas. É preciso saber exatamente o que
as marcas desejam de si próprias e do público. Para isso é necessário permear por vários
estilos ao mesmo tempo, influências e tecnologias. Segmentar a comunicação ao ponto de
se buscar características individuais e valorizar
isso no grupo que se pretende sensibilizar. “É
necessário surpreender, tornar algo irrelevante
em relevante, interessante a ponto de ser comentado”, conclui PC.
CATERINE GREIF E VALENTINE PANIZ
21º SET Universitário
ESPECIAL
RRPPAtualidades/dezembro 2008
9
DIVULGAÇÃO FAMECOS
g Ao final do evento, a confraternização entre os vencedores e os organizadores da programação
RRPP Atualidades online
e impresso vencem SET
i Publicação do Curso de Relações Públicas venceu em Assessoria de Comunicação e boletim digital
O RRPP Atualidades foi um dos grandes
vencedores do 21° SET Universitário, edição
2008. Suas duas versões – impressa e online
– foram premiadas. A Famecos ainda venceu o
Desafio RBS, na área de Publicidade, e mais seis
categorias na Mostra Competitiva do evento:
três em Jornalismo, duas em Cinema e uma em
Publicidade.
Participaram da organização do SET cem
alunos voluntários da faculdade, sob a supervisão de professores. O evento se constituiu em
um sucesso, com 560 alunos inscritos para as
oficinas e os auditórios do campus da PUC utilizados estiveram lotados durante as palestras.
A revista recebeu primeiro lugar na categoria de Assessoria de Comunicação, com a edição
que registrou, em reportagem especial, os 40
anos do Curso de RRPP da Famecos. A reportagem “Curso Pioneiro – Relações Públicas da
PUC começou com a profissão” foi redigida pelos alunos Adriana Knevitz e Fabiano Silveira.
A versão digital RRPP Atualidades (www.
rrpponline.com.br) foi o destaque em Boletim
Digital. Em pouco mais de um ano no ar, o site,
inscrito na Mostra Competitiva do SET pela aluna Renata de Souza Coutinho, já foi considerado o melhor.
A dupla vitória do Atualidades é o reconhe-
cimento de uma iniciativa do Curso de Relações
Públicas, pioneira na Faculdade, com a produção pelos alunos, em sala de aula da graduação,
de uma publicação em duas versões: uma impressa na Gráfica da PUC e outra veiculada na
Internet. Ambas têm formato e linguagem específicos de suas áreas.
A solenidade de entrega dos prêmios teve
a presença de Carlos Kober, jornalista gaúcho,
formado pela Famecos, um dos idealizadores do
SET há mais de 20 anos, quando ainda era aluno, e hoje diretor de produção da Rede Globo.
Os vencedores foram escolhidos entre 531 trabalhos, elaborados por estudantes de diversos
estados brasileiros, Córdoba (na Argentina) e
Portugal.
As três categorias vencidas pelos alunos de
Jornalismo foram Telejornal, Programa Especial de TV e Projeto Gráfico em Revista. O pessoal de Publicidade faturou Peça Gráfica em PP.
Os estudantes do curso superior de Produção
Audivisual se destacaram em Vídeo Experimental e Documentário no Cinema.
Desafio RBS
Na abertura do 21º Set Universitário, no
RBS Debates, foram divulgados os três finalistas
da primeira edição do Desafio RBS, que consis-
tiu em atualizar uma campanha de comunicação
de sucesso nos anos 60, conhecida como a Hora
de Dormir, dos Cobertores Parahyba. Os participantes deveriam utilizar a linguagem e meios
de comunicação atuais para uma releitura que
também chamassem a atenção das crianças nos
dias de hoje.
Ao todo foram escolhidos 30 grupos que
diariamente postavam no blog da campanha
assuntos referentes ao seu planejamento de
comunicação, idéias sobre o tema, evolução do
projeto, visão do grupo, referenciais teóricos e
ações definidas. Na final, chegaram os grupos
Adaptação e Soneca das 6 (ambos da Famecos)
e Quarteto Babel (ESPM). O vencedor foi o grupo Soneca das 6. Para sua escolha foram levados
em conta aspectos como criatividade, inovação
e adequação, avaliados por três profissionais de
mercado.
Os componentes do grupo vencedor foram:
Gabriela Rodrigues, Gisah Correa, Maurício
Danckwardt, Roger Anunciato e Siane Leonhardt, do curso de Publicidade e Propaganda, e
Diana Ferreira, de Relações Públicas. Segundo
Diana, houve uma boa sintonia entre as áreas
para elaboração do projeto proposto. Ela pôde
ver “a real integração que se deve ter no mercado de trabalho entre as áreas da comunicação”.
10 RRPPAtualidades/dezembro 2008
ENTREVISTA “Há uma sociedade potencialmente corrupta por trás dele que o elege”
Antônio Hohlfeldt analisa
a imagem dos políticos
O Prof. Dr. Antônio Hohlfeldt, jornalista,
escritor, crítico literário, professor catedrático
dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, é o
novo presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação – Intercom. Em sua vida pública foi vereador da capital
gaúcha por quase 20 anos, ausentando-se apenas para concorrer a vice-governador na chapa
PMDB/PSDB ao lado de Germano Rigotto. A
coligação partiu de números inexpressivos nas
primeiras pesquisas até vitória em outubro de
2002, comandando o Estado de 2003 a 2006.
A sociedade está de um modo geral em descrédito com a política apresentada por seus representantes em todos os âmbitos de governo.
Nas esferas públicas aparecem focos de abuso de
poder e hoje são cada vez mais comuns notícias
de corrupção e tantas outras denúncias protegidas por segredo de justiça.
Por estar ligado simultaneamente às duas
áreas, Hohlfeldt possui propriedade para discutir a relação entre política e imprensa. Já no
início da entrevista, ele lembra que conhecemos
hoje os mesmos problemas desde Aristóteles
(300 anos antes de Cristo), o qual definiu a política como uma atividade eminentemente social,
no sentido de uma ação em prol do interesse público, ou seja, do interesse da maioria. Para Aristóteles, acima de tudo, a responsabilidade ética é
de quem faz política. “Quaisquer ações tomadas
por um líder de governo devem ser em nome da
maioria, do interesse público. Aristóteles fazia
inclusive uma hierarquia disso: a família é mais
importante que o indivíduo, a cidade é mais importante que a família, e assim sucessivamente,
o interesse maior é o que está sempre em jogo”,
ensina o professor. No entanto, o que vemos é o
contrário. “Parte das pessoas que entram na política, ingressam primeiramente para resolver os
problemas particulares, mas cabe aos eleitores
barrá-los”, ressalva.
“Se tu pegares o conjunto das Câmaras de
Vereadores, das Assembléias Legislativas, da
Câmara Federal, do Senado, os Prefeitos, os
Governadores, Presidência da República, Se-
Leia outras entrevistas e ouça o audio
na versão online:
Ana Steffen
Luana Martinez
www.rrpponline.com.br
cretários Municipais, Estaduais, os Ministérios,
Diretores de Autarquias de cada nível, tu vais
ver que são absolutamente milhares de pessoas
envolvidas, e deste conjunto de milhares é um
percentual mínimo, absolutamente mínimo de
gente que se desvia da sua função. Infelizmente
não possuímos percentuais para afirmar ao certo, podemos exemplificar que a cada dez pesso-
Tem outro aspecto que Hohlfeldt considera
importante: as pessoas falam mal da política,
generalizando os focos de desvio, mas se perguntarem em quem ela votou no último pleito,
não sabe mais, ou seja, ela não tem um acompanhamento político. “Provavelmente ela só se
preocupa em escolher em quem vai votar, sem
estabelecer critérios, então o eleitor perde a raFOTO: GABRIELA DE OLIVEIRA/ HIPER
g A imagem pública do ponto de vista de Hohlfeldt – jornalista, professor, escritor e político
as, uma se desvia, o problema é que a imprensa
acaba falando mais de um, parecendo que são os
dez”, observa.
A imagem da política passa a ser definida a
partir desses desvios e a política e os políticos
ficam vinculados a algo negativo. Contudo, as
denúncias são mínimas frente a um conjunto
imenso de pessoas que se envolvem. “A culpa não
é absoluta da imprensa, a tendência é publicar o
que quebra o padrão e o diferente é exatamente
a corrupção. A imprensa está fazendo o que lhe
cabe, a intensidade que ela cobre isso evidencia
um aspecto negativo muito forte. Quem conhece
e acompanha a política, sabe que na verdade os
desvios são mínimos, mas quem não os conhece
parece que são enormes”, compara o jornalista.
zão de cobrar do político seriedade quando o
primeiro corrupto foi ele próprio”, alfineta. Ele
ressalta que as câmaras legislativas são reflexos
da sociedade, seus eleitos não chegaram lá por
conta própria, eles disputaram uma eleição e tiveram votos suficientes para serem empossados,
portanto, ele é o reflexo dessa sociedade que ele
está representando. “Se eu tenho que discutir o
político corrupto, eu tenho que dizer necessariamente: há uma sociedade corrupta por trás dele,
se não de fato corrupta, ao menos potencialmente corrupta por tê-lo eleito”, conclui Hohlfeldt.
DIANA FERREIRA QUEVEDO,
IURI CAMARGO E
JEFERSON KOZENIESKI COUTO
RRPPAtualidades/dezembro 2008 11
VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER
NO PONTEIRO DE
UM NOVO TEMPO
i Na dinâmica da sociedade moderna, surgem novos tempos para os profissionais
de relações-públicas. Conhecê-los e saber administrá-los é o grande desafio
Nunca o tempo foi tão crucial na vida das
pessoas. E o desafio deste mundo contemporâneo, principalmente para aqueles que estão
inseridos nas organizações modernas, é saber
administrá-lo.
Segundo Manuela Victória Wagner, mestranda em Recursos Humanos e sócia-proprietária da empresa de Educação Coorporativa PowerSelf, “diferentes visões de tempo nos levam
a tratá-lo de maneira errada no cotidiano”. A
PowerSelf, como única empresa no Brasil especializada na administração do tempo com foco
no desenvolvimento pessoal, tem seu trabalho
voltado para o aprendizado comportamental a
partir da definição de tempo como vida.
Conforme Manuela, esta definição “é
oriunda da visão relativista de que o tempo
não é uma coisa em si, e sim, o ‘acontecer das
coisas’, é duração, fluxo de eventos”. Assim, o
fluxo dos eventos que nos acontecem ou que fazemos acontecer chamamos de vida.
O método utilizado pela PowerSelf apresenta uma maneira de conduzir a vida com
base em valores e com planos de futuro que
conduzam a uma realização cotidiana. Esse
propósito é consolidado em uma série de pe-
quenos hábitos de atenção, planejamento e
reflexão que, aplicados ao dia-a-dia, tornam as
pessoas mais focadas, produtivas e felizes. Porém, defende Manuela, a grande questão é as
pessoas se predisporem a adquirir esses hábitos, por mais simples que sejam. “É necessário
que haja consciência que esses hábitos atingem
não somente o cotidiano profissional das pessoas, mas também o pessoal”, enfatiza.
O fator tempo na vida profissional é trabalhado pela PowerSelf com os chamados
“ladrões do tempo”, nome dado para aqueles
eventos que “roubam” o nosso tempo de trabalho. Às vezes há tantos “ladrões de tempo” que
os indivíduos não conseguem focar no que realmente precisam fazer. São vários os “ladrões”,
agrupados por Manuela Wagner em cinco categorias, para as quais possui uma série de dicas
e técnicas de como deve-se tratá-los para que
o tempo “roubado” por eles seja o menor possível. Essas técnicas também são passadas nos
seminários da PowerSelf.
Os principais ladrões são:
1) Interrupções; 2) Reuniões; 3) Protelação; 4) Delegação (não fazer ou fazer errado)
e 5) Desorganização (mesa, documentos, computador, e-mails).
Atualmente, são muitas as organizações
preocupadas com a administração do tempo e
a qualidade de vida de seus funcionários. Entre
as empresas que a PowerSelf atende em todo o
Brasil, estão a Gerdau, MWM, AGCO, Plugin,
GM, Petroflex, Vivo, entre muitas outras.
A doutora em Relações Públicas da PUCRS,
Cleusa Scroferneker, vê como fundamental que
as Relações Públicas tenham clareza dessas novas realidades sobre os ‘tempos’, especialmente, dos tempos organizacionais. “Competitividade, produtividade, flexibilidade são algumas
expressões que sinalizam os novos tempos das
organizações. Contudo, é preciso que, sendo
profissionais de comunicação, tenhamos igualmente, a clareza de que esses novos tempos
necessitam incluir os tempos das pessoas, do
funcionário, do colaborador. Pensar, planejar
e administrar esses tempos, via comunicação,
talvez seja uma das alternativas para as relações públicas”, conclui a professora.
FABIANE REJANE ALTÍSSIMO
E GABRIELA PETER FONSECA
12 RRPPAtualidades/dezembro 2008
Famecos Sem Fronteiras
iTrabalho proporciona relação com diferentes países aos alunos de Comunicação Social
O programa Famecos
Sem Fronteiras foi criado com
o objetivo de internacionalizar a faculdade. O trabalho
desenvolve-se em duas áreas
distintas: o International Public Relations Campaigns (IPRC) e o apoio aos
alunos no Programa de Mobilidade Acadêmica
(PMA), oferecido pela PUCRS.
O IPRC trabalha com campanhas de Relações Públicas realizadas por alunos da Famecos
e de universidades estrangeiras, por videoconferência. As universidades encarregam-se de
captar um cliente local e, durante um semestre, os alunos reúnem-se semanalmente para
desenvolver as campanhas para os respectivos
clientes. Até agora, já foram realizadas quatro
campanhas com alunos da Ball State University,
do estado de Indiana, Estados Unidos, tendo por
clientes a ONG Cruz Vermelha Internacional, o
Laboratório farmacêutico Eli Lilly, os cursos de
comunicação social das duas universidades e a
ONG Companheiros das Américas.
Neste semestre, a Famecos realiza um trabalho com a University College Falmouth, localizada na Cornoália – sul da Inglaterra. A cliente é a Shelter Box, uma ONG que dá suporte às
vítimas de acidentes ambientais como ciclones
e furacões, já tendo atuado em mais de 45 países, entre eles Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos. A organização tem como
principal produto uma caixa de plástico verde
contendo 10 tendas e equipamentos auxiliares
permitindo que uma família de até 10 pessoas
sobreviva durante pelo menos seis meses com
estes materiais.
A Falmouth trabalha com a ONG Vida Urgente – Fundação Thiago Gonzaga, que desen-
JANAÍNA AZEVEDO LOPES/ JORNALISMO
volve a campanha Vida
Urgente por meio de um
conjunto de ações que
visam, através da conscientização, diminuir os
acidentes de trânsito,
principalmente os que
envolvem jovens.
É interessante saber
que o professor da faculdade inglesa, John Cope,
tomou
conhecimento
do projeto da Famecos a
partir de um documento
virtual publicado na revista Famecos. “A partir
dessa leitura, o professor
entrou em contato via email conosco e começamos a acertar os detalhes
para o trabalho entre as
nossas faculdades”, conta g Alunos se reúnem à tarde para desenvolverem programas internacionais
a professora Ana Steffen,
coordenadora do projeto Famecos Sem FronteiEste ano, foram assinados convênios com a
ras.
Universidade de Coimbra, em Portugal, e com o
Instituto de Comunicação de Paris. Foram seleO apoio aos alunos
cionados, este semestre, oito alunos da Famecos
Interessados no projeto devem ter como que estudarão em universidades estrangeiras
pré-requisito o inglês fluente e estar atentos ao em 2009. “Uma das faculdades mais procuradas
recrutamento de alunos, que se dá por meio de pelos estudantes do PMA são as faculdades porcartazes afixados no mural da Famecos.
tuguesas e como uma das razões temos as faciliO apoio aos alunos que vão estudar fora do dades da língua”, acrescenta a coordenadora.
país e aos alunos estrangeiros que vêm acompaPara participar desse programa, os alunos
nhar aulas na Famecos concentra-se na orienta- devem preencher uma série de requisitos descrição à escolha das universidades convencionadas tas no site www.pucrs.br/pma.
e à compatibilidade entre as disciplinas cursadas, bem como ao processo de adaptação dos
ALINE MENEZES PINZON, JOANA GUERRA
alunos.
BENITES EJULIANY DE OLIVEIRA ESTEVES
PUCRS, maior delegação brasileira em Congresso no Uruguai
gAlunos da Famecos em Montevidéu
Foi realizado entre os dias 15 e 17 de outubro, no Radisson Victoria Plaza Hotel, em Montevidéu, Uruguai, o 8º Congresso Internacional
de Relações Públicas, organizado pela ALARP
(Associação Latino Americana de Relações Publicas).
Conferencistas de diversos países participaram do evento, alguns como o presidente da
Confiarp Román Pérez Senac (Uruguai), Roberto Guerrero (Argentina), Ivette Ortíz (Colômbia), Tomàs Astudillo (Paraguai), Marcos Veragua (Chile), Daniel Peiro (Costa Rica), Antonio
Lerma (Espanha) e Rosa María Pérez (Cuba).
Também outros importantes comunicadores do
Brasil se fizeram presentes, como Maria Apare-
cida Ferrari (ECA/USP – UMESP – Abrapcorp),
Eduardo Judas Barros (ALARP/Brasil), Marcelo
Chamusca e Márcia Carvalhal (Portal RP-Bahia
– UNIFACS – Faculdade Isaac Newton).
A PUCRS foi representada no evento por
cerca de 40 alunos dos mais diversos semestres
do Curso de RRPP e também pelas professoras
Lea Senger Jacobus, Flávio Falcetta e Souvenir
Dornelles. Outras delegações se fizeram presentes, com mais intensidade os chilenos, com cerca
de 250, Argentina, 150 e Paraguai com 100 alunos. Ao final do Congresso foi anunciado que a
próxima edição será em Assunção, no Paraguai.
TIAGO DEWES E MIGUEL DAGNINO
RRPPAtualidades/dezembro 2008 13
FOTOS FABIANE REJANE ALTÍSSIMO
Pluralidade
em tribo de
estudantes
i ELES COMPARTILHAM A
EXPERIÊNCIA DE VIVER
EM COMUNIDADE, DIVIDINDO
ESPAÇO E RESPONSABILIDADES
Se olharmos os primórdios da história humana, veremos que o homem vivia em tribos,
se comunicando através dos sinais, da fala, da
escrita. Atualmente, sob a égide da sociedade
moderna, os homens habitam os metros quadrados dos apartamentos debruçados sob a era
virtual. Mas, exceções existem, por algum lugar desta cidade ainda encontramos “homens”
vivendo em “tribo” em plena multidão de uma
grande metrópole. Não acredita? Então vamos
viajar ao interior de uma casa de estudantes universitários, e, conferir como essa gente vive na
“maior sociedade”, e como as relações públicas
são necessárias para intermediar tantas cabeças
diferentes habitando o mesmo espaço.
Nossa parada obrigatória é na Cidade Baixa,
ruas Luiz Afonso, Sarmento Leite e José do Patrocínio. Ali encontramos três casas de estudantes universitários, abrigando cerca de 60 pesso-
g Veja aqui o cotidiano de uma Casa de Estudantes
as vindas dos mais distintos lugares do estado e
do país, cada um com sua cultura, suas crenças
e preferências. Um sonho em comum os une, estudar, ter um lugar ao sol, e, para tal, esses estudantes encontram abrigo no CEUPA – Centro
Evangélico Universitário de Porto Alegre.
O ambiente é simples, a moradia é mista,
e cada um tem suas obrigações e rotinas, como
fazer a limpeza da casa, lavar sua roupa, fazer
comida e participar com assiduidade das várias
reuniões que acontecem no decorrer dos meses.
Como a administração se dá pelos próprios moradores, cada um tem o dever de participar de
uma comissão interna. A casa tem a Comissão
de Assuntos Internos, de Divulgação e Imprensa, de Cultura e de Assuntos Administrativos.
Ainda, no rol administrativo, tem a Diretoria
Executiva e as coordenações de casa que fazem
parte do “grande sistema” administrativo do
g Conheça a vida em sociedade em uma casa de jovens, na Cidade Baixa, em Porto Alegre
CEUPA.
Como dá para perceber, é preciso muita
articulação e negociação nesse ambiente onde
convivem tantas pessoas precisando resolver
problemas da casa, se relacionar com a sociedade bem como entre si, e, haja Relações Públicas
para não transformar tudo isso numa torre de
babel. Às vezes, quando há alguma decisão mais
séria a ser tomada, as reuniões se estendem até
as duas da madrugada e é preciso mesmo muita comunicação e entendimento para se chegar
a um ponto em comum. No próprio dia-a-dia a
comunicação se faz imperiosa para fluir com serenidade o bom relacionamento no interior das
casas. Isso se configura deste a escala da máquina para lavar roupa, até a administração dos horários do banho de cada um.
Segundo a estudante de medicina Lílian S.
Brikalski, de Joenvile, SC, “graças ao inesquecível esforço de estudantes que nos antecederam,
essa casa pode hoje oferecer moradia àqueles
que vêm estudar em Porto Alegre e região sem
dispor de muito dinheiro para manutenção na
capital”. Com o alto custo de vida que dificulta
a estadia em uma grande cidade, o Centro Evangélico Universitário de Porto Alegre ainda é uma
alternativa viável, onde, além de residir, o estudante amplia seus horizontes, aprende a lidar
com diferenças e trabalha para que a casa possa
continuar abrigando estudantes no futuro.
É incrível, mas mesmo não sabendo, as pessoas que vivem em uma casa de estudantes ou
outra forma coletiva de moradia, se deparam
diariamente com a necessidade de ter noções de
relações públicas para poder viver em harmonia no meio de tanta diferença. Isso comprova
o quanto a comunicação está inserida na sociedade, desde o homem das cavernas, ao homem
moderno que necessita se comunicar e se entender no meio da diversidade de pensamentos e
hábitos.
FABIANE REJANE ALTÍSSIMO
14 RRPPAtualidades/dezembro 2008
PATRÍCIAQ DYONÍSIO/ HIPER
Doutoras da Famecos
são homenageadas
iPortal RP-Bahia premia professoras do Curso de RRPP da PUC
No último Intercom, realizado entre os dias
2 e 6 de setembro, na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, as professoras da Famecos, Cláudia Peixoto de Moura e Cleusa Maria
Andrade Scroferneker, foram condecoradas
durante a cerimônia de entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil. Elas foram detaque
como forma de reconhecimento pelos trabalhos
desenvolvidos na área da produção acadêmica
em Relações Públicas.
Kunsch (2007), uma das mais significativas
relações-públicas brasileiras, cujo trabalho é
reverenciado em todo o mundo. Para Cláudia,
a homenagem “é um reconhecimento profissional, e também uma forma de visualização para
a Famecos”, uma vez que seu trabalho é desenvolvido dentro da faculdade, assim sua eleição
é sinal de que as pessoas passam a olhar mais
para nós. Além disso, a professora destacou que
ser recém a terceira condecorada é uma agradável surpresa, pois ela mesma utiliza-se de outros
colegas nas bibliografias de suas aulas que também poderiam merecer tal destaque. A professora Cláudia possui um currículo invejável, multidisciplinar e suas contribuições para a área vão
desde as coordenações de grupos de trabalhos
em eventos nacionais até a participação direta
nas entidades representativas de classe.
Já a professora Doutora Cleusa Scroferneker, que é formada pela PUCRS em Comunicação Social (1973), onde leciona Comunicação
Organizacional, foi indicada por profissionais
de Relações Públicas, na categoria Professor(a)
Pesquisador(a), que inclui os profissionais de
destaque na sua atuação na academia, no âmbito da docência e da pesquisa, foi condecorada
com o segundo lugar através do voto de júri popular via Internet, sendo o primeiro lugar, nessa
mesma categoria, a Professora Doutora Margarida Kunsch, ainda que a diferença de votação
tenha sido mínima. "Foi uma grata surpresa ser
reconhecida pelos colegas, alunos e profissionais
de RRPP e ter sido superada apenas pela minha
sempre orientadora", disse Cleusa.
ARQUIVO RRPP
g Charles Kiefer, o patrono de 2008
PUC dois anos
consecutivos na
Feira do Livro
MARIANA GUARALDI LICHT
g Cláudia indicada por notáveis
O Prêmio Relações Públicas do Brasil foi
criado em 2006 pelo portal RP-Bahia, visando
valorizar os profissionais da área que atuem
tanto na academia quanto no mercado. Divido nas categorias: Profissional de Mercado;
Professor(a) Pesquisador(a); Contribuição Histórica (In memorian); Profissional Revelação; a
cerimônia, em seu encerramento, conta ainda
com premiação pela Medalha 2 de Dezembro
que é entregue a um profissional eleito pela Comissão de Notáveis, composta por profissionais
atuantes na área a representantes do meio acadêmcio. Hoje o prêmio já faz parte da programação do Intercom.
Na categoria em que somente a Comissão de
Notáveis indica o vencedor, a professora Cláudia Peixoto de Moura recebeu o Prêmio Relações Públicas do Brasil, conferido com a entrega
da Medalha 2 de Dezembro, honraria máxima
da noite. A data remete ao dia da profissão de
Relações Públicas amtes fora concedida apenas
a dois profissionais. Em sua primeira edição,
ao próprio criador da medalha, Luiz Gonzaga
(2006), e no ano seguinte a Margarida Krohling
JEFFERSON KOZENIESKI E PRISCILA AVIGLIANO
IURI CAMARGO DE OLIVEIRA/ RRPP
Neste ano, o Patrono escolhido da 54º Feira
do Livro foi o Charles Kiefer, professor do curso
de Letras da PUCRS e escritor de tantas obras
como Caminhando na Chuva. No ano passado, a PUC também esteve presente na distinção
maior da Feira, com outro professor indicado
para Patrono, o jornalista, escritor e crítico literário Antônio Hohlfeldt, da Famecos. Kiefer já
vinha sendo indicado para Patrono por dez anos,
por isso foi muito parabenizado por seus alunos
e agradeceu de forma tímida, observou reportagem do jornal Hipertexto.
Nascido em 1958 na cidade de Três de Maio,
teve sua primeira obra lançada em 1977, hoje
possui mais de 30 livros editados e com alguns
prêmios importantes em seu currículo. Também
dirige uma oficina literária e suas obras vem
sendo adaptadas para o teatro e cinema, assim
como Quem faz gemer a terra foi adaptado por
várias vezes, inclusive fora do país. Kiefer explica que suas obras tratam de problemas sociais:
“Isso não quer dizer que não me preocupe com
a estética, com a beleza da forma. Trabalho muito a forma, mas em geral com um conteúdo de
cunho social.”
Antes mesmo da sua posse como Patrono,
Kiefer estranhou muito ao ter sido parado na rua
para dar autógrafos, situação que jamais havia
vivido, apesar de tantas obras publicadas. A 54º
Feira do Livro se realizou de 31 de outubro a 16
de novembro, no centro de Porto Alegre.
g Cleusa Scroferneker no júri popular
RRPPAtualidades/dezembro 2008 15
Sustentabilidade social: uma
nova área de comunicação
i Projeto ambiental Gaia, em Garopaba, é inspirado nas idéias ecológicas deixadas por Lutzenberger
O Projeto Ambiental Gaia Village é desenvolvido a partir da concepção de vida de Gastão
Avelino e Carmen Werlang que em 1968 passaram a participar das comunidades do Ouvidor,
Barra, Grama e Encantada, todas em Garopaba.
A sede do projeto se localiza na propriedade da
família Werlang, no município de Garopaba, sul
do estado de Santa Catarina, e de sua empresa,
G. A. Werlang Gestão e Ambiente.
A área de atuação do projeto, no entanto,
não se limita à área física da propriedade, mas
inclui um rol de ações nas diversas comunidades do município, fazendo um projeto de responsabilidade social e integrando a comunidaFOTOS DIVULGAÇÃO
g Parque ecológico em Santa Catarina
de com valores para a preservação da natureza.
Entre os seus principais projetos estão presentes
os seguintes: Consolidação de redes e parcerias
com os indivíduos, comunidades, organizações
não governamentais e órgãos de governos.
O professor José Lutzenberger (1926 –
2002), no ano de 1997 fez as primeiras formulações para a concepção desse projeto que visa
propor, planejar, implementar e demonstra soluções ambientalmente responsáveis, em direção
a um desenvolvimento sustentável. Atualmente,
projeto implementa os seguintes programas:
Preservação de ecos sistemas, produção rural
sustentável, tecnologias ambientalmente amigáveis, desenvolvimento humano, sensibilização
ambiental, saúde ambiental e infra-estrutura de
edificações.
Franco Werlang, atual responsável, explicou como é realizado o processo de Comunicação Social presente na fundação. “É primordial o
acesso da Comunicação no Projeto Gaia Village,
viabilizando um maior retorno para a instituição”, disse. Para ele, que é formado em Direito e
Administração e tem uma visão voltada à conscientização ambiental, o profissional de rela-
g Mensagem ecológica de Lutz permanece
ções-públicas atua na conexão entre os públicos:
escolas, comunidades e órgãos governamentais
envolvidos nas atividades da instituição. “As
estratégias utilizadas para elaborar ações que
envolvam os públicos, devem ser criadas por
profissionais de relações-públicas, que por sua
diversidade de atuações, podem beneficiar futuros processos de comunicação ligados a responsabilidade ambiental”, conclui o empresário.
JULIANA GOMES E KARINE REICHEL
O polivalente Robson Lhul aposta no terceiro setor
Robson Lhul é um profissional poliva- co Regional de Desenvolvimento do Extremo
lente, atua nos três setores da economia, Sul – como estagiário, na área de Responsapromovendo o desenvolvimento econômico bilidade Social. Depois de formado foi consustentável e conciliando Relações Públicas e vidado para coordenar o setor, na mesma
Química, áreas diferentes que este profissio- instituição. Desde o ano passado trabalha
nal une de forma muito criativa. “O melhor
na Prefeitura de
disso tudo é combinar Química e ComuniPorto Alegre, decação”, diz enquanto mostra orgulho de um
senvolvendo problusão de lã feita a partir da reciclagem de
jetos de sustentagarrafas pet.
bilidade.
Desde o período em que era acadêmico
Atualmente,
de Comunicação Social, sempre criou altera ‘menina dos
nativas para a construção do seu conheci- g Robson Lhul
olhos’ de Lhul
mento de forma diferenciada. Diversificou
sãos os projetos
sua experiência com trabalho voluntário e se de reciclagem que vêm coordenando como
manteve atento e preparado às novas opor- membro do Comitê Gestor do COEP – Cotunidades de estágio, mas todos os caminhos mitê de Organizações, Entidades e Pessoas
o conduziram ao desenvolvimento da susten- – ONG de nível nacional.
tabilidade.
Robson acredita que o profissional de ReInicialmente entrou para o BRDE – Ban- lações Públicas ganha cada vez mais impor-
tância na sociedade atual, com o propósito
de desenvolver redes de relacionamentos, e
estabelecer parcerias de sucesso. É a isto que
se dedicado. Com muito êxito, Robson tem
articulado seu cargo público e sua função na
ONG de forma a promover o desenvolvimento sustentável. Paralelo a isso, se dedica, também, à assessoria de marketing industrial.
Questionado sobre seu futuro profissional, ele não tem dúvidas de que está no caminho certo, pois acredita no poder do trabalho
que vem desenvolvendo para a melhoria da
sociedade. “Ainda quero ter minha própria
empresa, trabalhar com assessoria direcionada ao marketing ecológico”, afirma. Robson acredita que sustentabilidade é mais que
uma moda, é uma postura, uma atitude que
está mudando as relações humanas.
MIRIAN MENDES
16 RRPPAtualidades/dezembro 2008
Lançado Projeto Clube 25 da Cruz Vermelha
Os alunos de Relações Públicas da disciplina de Projeto Experimental da Faculdade de
Comunicação Social da PUCRS foram indicados pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários para apoiar implantação e divulgação do
lançamento do projeto Clube 25, Ação da Cruz
Vermelha Brasileira do Rio Grande do Sul.
Coube ao curso de Relações Públicas a criação
do primeiro clube do Estado denominado: Clu-
be 25 PUCRS/Relações Públicas.
A implantação deste clube ajudará muito
no apoio a Cruz Vermelha para a divulgação e o
surgimento de outros clubes no Estado. Neste
semestre, a turma da manhã do curso de Relações Públicas de Projeto Experimental Comunitário, orientados pela professora Lauri Garcia Job, desenvolverá projetos para os 100 anos
da Cruz Vermelha e Clube 25. Os alunos do tur-
no da noite são responsáveis pelo lançamento e
estruturação do Clube 25 Cruz Vermelha, que
busca promover junto aos jovens o valor de salvar vidas doando sangue. Para saber mais informações sobre o Clube 25 é possível acessar o
blog da Confraria Relações Públicas Pela Vida
www.confrariarrpp.wordpress.com.
RAFAELA BARRETO E IURI CAMARGO DE OLIVEIRA
Uma relações-públicas assume
a ouvidoria do hospital da PUC
i
Conheça o trabalho que vem sendo desenvolvido no Hospital São Lucas na área de atendimento
Raquel Martins é a profissional de Relações
Públicas que trabalha com a Gestão da Comunicação do Hospital São Lucas da PUCRS. Entre
outros trabalhos, faz pesquisa de satisfação com
clientes, é a Ouvidora da instituição.
Por fazer parte da gestão, tem contato direto
com a grande administração e autonomia para
responder em nome do Hospital. “Nem sempre
o cliente tem razão, mas temos que entender a
razão do cliente”, diz Raquel.
Sua sala se localiza em um ponto estratégico
da organização, uma sala interligada com a equipe da comunicação, onde trabalham jornalistas,
publicitários e estagiários da área de comunicação, pois tem de atuar em sintonia fina facilitando a comunicação integrada. No seu trabalho
com comunicação organizacional estratégica é
necessário espírito de grupo, descreve a Relações Públicas.
Cuidar da imagem da empresa é uma de
suas principais atribuições, tem a responsabilidade de traçar estratégias, que vão nortear todas
as ações de comunicação da empresa. “O que faz
g Call Center do São Lucas
fica marcado, beneficiando a imagem institucional”, afirma a Relações Públicas.
Margarida Kunsch, professora da USP e a
principal teórica de Relações Públicas no Brasil
ensina: “Na contemporaneidade, as Relações
Públicas devem desenvolver nas organizações
sua função estratégica, o profissional tem que
se valer dos ensinamentos das teorias de gerenciamento ou administração. Suas aplicações são
claras em todo o processo de planejamento, pois
lidam com as incertezas, com tarefas e responsabilidades para tomada de decisões e para implantação dos planos de ação”.
Raquel é responsável, também, pelo Espaço
Cultural, Eventos, Telefonia e Call Center. Um
profissional qualificado, com embasamento teórico pode gerenciar o seu espaço de atuação, encurtando, assim, os laços com o mercado.
Observa-se que um Profissional de RP tem
muito trabalho e responsabilidade dentro de
uma organização. Conquistar seu público interno, não é fácil. No São Lucas, por exemplo,
Raquel Martins lida com a categoria respeita-
FOTOS LUANA NEDEL
g Raquel e Jaqueline, sua colega no hospital
da e privilegiada dos médicos e aos poucos vai
conquistando o seu espaço e a confiança desses
profissionais para ampliar seu trabalho e legitimar sua função.
g Espaço Cultural em uma casa de saúde
LUANA NEDEL E
SUZIANE FREITAS
RRPPAtualidades/dezembro 2008 17
Aliança entre Relações Públicas e
Administração implementam BSC
i A integração das diferentes áreas é fator diferencial para obter o sucesso do programa
VALENTINE GIORDANI PANIZ/ RRPP
A comunicação integrada consiste numa filosofia organizacional e deve permear todos os
setores da instituição, atingindo assim todos os
públicos, disseminando a missão, a visão e os
valores da empresa. Não é novidade para os profissionais de Relações Públicas que a comunicação deve ser utilizada de maneira estratégica e
integrada, no entanto, a implementação deste
conceito não é realizado na prática, restringe-se
a mero discurso, diagnostica Wilson Bueno. Um
desafio para o profissional de comunicação é utilizar esse conceito aliado a práticas advindas da
administração.
O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta da administração que materializa a visão
e o crescimento da organização. Foi criado em
1992 por Robert Kaplan e David Norton, professores da Harvard Business School. Desde
então ele vem sendo utilizado por diversas organizações do setor privado, público (prefeituras,
ministérios, secretarias) e ONG’s no mundo inteiro, sendo escolhido pela revista Harvard Business Review como uma das práticas de gestão
Cinco princípios do BSC:
1. Liderança executiva;
2. Traduzir a estratégia;
3. Alinhamento organizacional;
4. Tarefa de todos;
5. É um processo contínuo.
mais importantes e revolucionárias dos últimos
75 anos.
O BSC tem como base cinco princípios: mobilizar a mudança por meio da liderança executiva; traduzir a estratégia em termos operacionais;
alinhar a organização com a estratégia; motivar
para transformar a estratégia em tarefa de todos;
transformar a estratégia em processo contínuo.
Para que o programa tenha sucesso, ele deve ser
compreendido e absorvido por todos, desde os
gestores até as linhas operacionais, fazendo-se
aí fundamental a atuação do relações-públicas,
já que ele não é autocomunicativo.
O profissional tem como meta elaborar um
plano de comunicação que dissemine a novidade
do BSC, adequando seu vocabulário denso ao nível de entendimento do seu quadro de funcionários, respeitando a especificidade de cada público. “Agindo com criatividade é possível traduzir
os cinco princípios de forma lúdica e envolvente,
podendo inclusive fazer analogias com assuntos
cotidianos e atuais”, afirma Maria Auxiliadora
Amiden, gerente da Symnetics.
O Balanced Scorecard foi tema principal do
curso “Melhores Práticas em Comunicação da
Estratégia” ministrado por Amiden em São Paulo no mês de setembro. A ABERJE (Associação
Brasileira de Comunicação Empresarial) foi a
organizadora do evento que teve como objetivo
instruir os participantes a utilizar a comunicação
de maneira estratégica para a eficácia do BSC nas
organizações. Isso tudo foi ilustrado por um case
de sucesso da empresa CIV (Companhia Indus-
g Maria Auxiliadora ministrou curso em SP
trial de Vidros), que implantou com excelência o
BSC aliado à comunicação integrada e estratégica. A empresa utilizou a temática das olimpíadas
para estimular a participação de todos, nunca
esquecendo que este processo comunicacional é
realizado de forma contínua, pois não existe começo, meio e fim.
CATERINE GREIF E
VALENTINE GIORDANI PANIZ
Neka Machado: a palavra-chave é relacionamento
IURI CAMARGO DE OLIVEIRA/ RRPP
Neka Machado, RP e jornalista
Neka Machado, 47 anos, é formada pela PUCRS
em Relações Públicas e Jornalismo e leciona em sua
faculdade de origem desde a década de 80. Vinculada
ao curso de RRPP da Famecos, já chegou a coordenálo. Sempre disposta e com um sorriso no rosto, falou
sobre sua formação acadêmica e trajetória profissional.
Defensora da profissão de relações-públicas, já passou
por diversos segmentos. Trabalhou tanto nas áreas pública como privada, no terceiro setor e no ensino. Teve
destaque na área de comunicação de movimentos sindicais, entidades de classe de trabalhadores e em produtoras de cultura.
Em sua ótica, a atividade de Relações Públicas é
mediadora dos processos políticos comunicacionais e
uma incentivadora dos relacionamentos nas organizações. “Se existe uma palavra-chave que está no meu
vocabulário, que eu confio, é relacionamento”, enfati-
za. Para ela, quem perder esse “trem” não vai se achar
mais. “É incrível isso: as pessoas precisam perceber
que nós estamos na Era do Relacionamento, que a intensidade das relações é que vai estabelecer o profissional do futuro e as relações do futuro no mercado de
trabalho”.
A professora traça aos alunos o perfil do relaçõespúblicas do século XXI: “Um sujeito articulado, estratégico, negociador, generalista e com uma visão humanizadora”. Além disso, ele deve saber trabalhar em
conjunto. “Não acredito em profissional ‘ilha’, eu acho
que as coisas têm que ser compartilhadas sempre!”,
conclui.
RAFAELA BARRETO NUNES
JESSICA VINADÉ PEDROTTI
URIEL MOURA RICACHENEVSKY
18 RRPPAtualidades/dezembro 2008
EVENTOS
BETÂNIA CASTOLDI
g Jefferson Aguiar explica sobre o trabalho da empresa Lef Produções
Foco no cliente,
diferencial
para o sucesso
Estamos em um cenário bastante competitivo na área de eventos. Cada empresa busca se diferenciar dentro da sua filosofia de
trabalho, se aperfeiçoar e inovar
sempre. Segundo Jefferson Aguiar,
gerente de marketing da Lef Produções, o principal objetivo da empresa é a satisfação de seus clientes.
“As pessoas estão cada vez mais
exigentes, por isso estar atualizado
é vital para sobreviver no mercado de trabalho”, ensina Jefferson
Aguiar. Em sua opinião, para obter
êxito na área de eventos deve-se
acima de tudo se perguntar o que o
cliente busca, quais são suas aspirações, para assim conquistá-lo. Para
ele, uma das principais dificuldades
é justamente saber o que o cliente
quer e entregar aquilo que ele deseja. “Por isso é tão importante ter
e manter um bom relacionamento
com os clientes e procurar conhecê-los a fundo, garantindo assim
atender todas as necessidades dos
mesmos”, diz.
O segmento de eventos exige
uma permanente atualização em
tendências, costumes e principalmente buscar sempre a inovação.
“Se no relacionamento de um casal
a rotina não é bem vista, imagina
entre você e seu cliente, onde ele
está pagando pelos seus serviços”,
compara Aguiar. O cliente quer ser
surpreendido sempre. O Gerente
de Marketing finaliza: “O diferencial da nossa empresa está na forma que vemos nossos clientes. Eles
são como sócios para nós. Afinal se
chegamos onde chegamos foi graças a essa parceria”.
Como vimos, neste ramo, não
basta apenas ter competência e
vontade de trabalhar, mas também
criar um bom relacionamento com
seus clientes, abrindo um canal de
comunicação com eles, enviando
informativos da empresa, convites
para eventos e ouvindo suas críticas e sugestões. Para estreitar esses
laços existe uma eficiente ferramenta, a pesquisa de mercado, que
tem como objetivo avaliar a imagem da empresa, conhecer e medir
os hábitos de consumo dos clientes,
identificando as oportunidades.
Este perfil é fundamental para que
se saiba que tipo de estratégia devese utilizar em determinado evento,
mas independentemente do tipo de
evento e/ou cliente devemos utilizar estratégias que tenham a cara
da empresa, determinar a imagem
pela qual a empresa quer ser conhecida e investir nela.
ÂNGELA DOS PASSOS E
BETÂNIA CASTOLDI DA SILVA
Predomínio dificulta
mercado gaúcho
O mercado de produção artís- raves não precisa se preocupar com
tica no Rio Grande do Sul é domi- mais nada a não ser com a produnado por duas grandes produtoras ção de raves. Ela tem funcionários
– Orbeat Music (Grupo RBS) e Opi- especificamente voltados para este
nião Produtora. Qualquer empresa trabalho, fornecedores pré-deterque pretenda entrar neste meio de minados, conhecimento neste tipo
atuação deve se adequar às regras de música e DJs de destaque que
ditadas por elas, o que torna pra- vão atrair o público específico. Os
ticamente impossível produzir um clientes são estabelecidos, o público
grande evento sem seu apoio.
freqüentador é aquele atraído por
Segundo
Luiz
PRISCILA AVIGLIANO
Beltrão, diretor de
gestão da C4 Produtora, que vem organizando eventos com
apoio do Grupo RBS,
persistência, bom estudo de viabilidade,
grande planejamento
embasado em fatos
possíveis e óbvios,
muita paciência e extrema
organização
são condições essenciais para se ter chance de ver seu projeto
sendo estudado e
executado pelo grupo
de dirigentes destas
organizações. “A dificuldade faz com que
o tempo de vida das
novas produtoras seja
muito curto e muitas
vezes desastroso, dificultando ainda mais
o mercado de atuação g Beltrão, diretor de gestão da C4 Produtora
que já é tão competitivo”, comenta o profissional.
tal música, pelo contexto do evenNa opinião do empresário, to – decoração, bebida, público - ,
como alternativa para furar o mo- diferente de festas onde tocam dinopólio e afirmar-se na área de versos estilos musicais, onde os freeventos está partir para a especia- qüentadores são variados e menos
lização. Produtoras que promovem fiéis. “Os clientes fidelizados tenapenas um gênero musical tendem dem a ter interesse pela produtora
a ter maior facilidade de desenvol- que promoveu a festa e procurar
vimento. “Uma empresa que or- por próximos eventos promovidos
ganiza apenas festas de pagode ou por ela”, assegura Luiz Beltrão.
música eletrônica, por exemplo,
A produtora que trabalha com
concorrem apenas com um ramo estilo específico concorre com proespecífico de produtoras, concen- dutoras que fazem o mesmo trabatram-se em um único objetivo, vol- lho, para se destacar basta ter idéias
tam todas suas forças e capacidade novas para aprimorar o que já vem
para o mesmo sistema de evento”, sendo feito por todas as outras.
observa o diretor da C4.
Uma produtora que organiza só
PRISCILA AVIGLIANO
RRPPAtualidades/dezembro 2008 19
Empreendedor,
OPINIÃO
novo jeito de ser
Empreendedorismo em RRPP é o título de
uma nova disciplina que passou a fazer parte
do currículo do curso de Relações Públicas da
PUCRS em 2005. O programa tem por objetivo
desenvolver desde o primeiro dia de aula o diferencial dos alunos. Mas, mais que trabalhar as
potencialidades, esta a matéria amplia o leque
de oportunidades e possibilita aos alunos vislumbrarem alternativas de carreira.
Segundo a professora Maria da Graça
Sanchez, que ministra a disciplina, as características empreendedoras são de grande importância para qualquer profissional hoje, mas,
principalmente, para o profissional de relações
públicas, pois esta é uma profissão ainda nova
e em ascensão na sociedade. A professora destaca que o bom profissional é aquele que procura conhecer-se melhor, avaliando seu foco e
estratégia, e busca opções de empregabilidade.
Em conversa com Rogério Bohn, um ícone
do Movimento de Jovens Empresários do RS,
reforçamos a idéia de que devemos ser empreendedor sempre, em todos os setores da nossa
vida. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, reforça Bohn citando Geraldo Vandré.
E esta foi uma das premissas que norteou sua
carreira. Aos 13 anos, Bohn iniciava sua vida
profissional por ‘curiosidade’; a sua inquietude
o incentiva a criar oportunidades desde cedo.
Como presidente da Fajers – Federação de Jovens Empresários do RS –, teve sucesso e deu
visibilidade ao movimento, chegando a efetivar
parcerias com instituições de outros países.
Segundo Rogério, existe quem já nasça
empreendedor, capaz de ‘fazer do limão uma
limonada’, mas também podemos desenvolver e aprimorar essas características cada vez
mais exigidas. Para ele, a capacidade de resolver problemas e de enfrentá-los é um grande
diferencial que contrapõe-se a antigos paradigmas. Temos que aprender a ver diferente, a
buscar um novo ângulo, porque o mercado está
saturado de quem faz sempre tudo igual, como
se copiasse uma receita de bolo. Ser visionário é
chegar ao melhor resultado utilizando diferentes ingredientes.
Para muitos o termo empreendedorismo
restringe-se ao investimento em uma empresa
própria. Mas os profissionais ressaltam que no
cenário econômico atual a postura empreendedora deve estar presente em qualquer momento
ou lugar em que estejamos. Dentro das organizações em que trabalhamos há, com certeza,
posturas e atitudes que podem ser repensadas
para que os objetivos sejam atingidos de forma
mais satisfatória. Foi-se o tempo em que tínhamos que esperar as oportunidades aparecerem,
hoje nosso desafio é criá-las.
JOANA GUERRA BENITES E MRIAN MENDES
Profissionais em sala de aula
Com o intuito de apresentar aos alunos do
terceiro semestre as atividades dos profissionais
de Relações Públicas, e como alguns estão posicionados hoje no mercado, a professora Léa
Senger Jacobus apresentou alguns destes profissionais na disciplina de Processos e Programas,
turno da manhã, do curso de RRPP da Famecos.
Durante as palestras, os alunos puderam compreender a importância das atividades deste
profissional e tirar algumas dúvidas que tinham
em relação à profissão.
O semestre começou com o depoimento da
assessora de comunicação da Trensurb. Heloisa
Machado, que é a relações-públicas da empresa,
mostrou aos alunos os projetos de comunicação interna, realizados e muito bem elaborados.
Através dela e de seus companheiros do setor,
desenvolveram um trabalho de comunicação integrada, com profissionais de RP, Publicidade e
Jornalismo, enfatizando a importância dos funcionários estagiários.
No encontro seguinte, Raquel Martins, gestora na área de comunicação do Hospital São
Lucas da PUC há 13 anos e que atua na área há
19 anos, destacou a importância de um profissional com dedicação total e suas dificuldades
nesta atividade.
Formada desde 1998 em RRPP e pós-graduada em 1999 em Administração/Recursos
Humanos, Márcia Petry Chelkanoff Thier se
apresentou diante da turma para falar de sua
atividade como assistente de direção e na Assessoria de Apoio às Ações Comunitárias da PRAC
(Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários) na
PUCRS. Na sua atividade como relações-públicas, trabalha tanto para públicos internos quanto externos, através de um relacionamento com
a sociedade, focada na afirmação da imagem da
instituição. Márcia Petry faz a organização, execução e avaliação de eventos, através dos programas e projetos realizados para públicos internos
e externos.
No encontro de 26 de setembro, aconteceu a
palestra com a Rose Lea Shames, profissional da
área de Relações Públicas que atua na Assessoria de Comunicação Social do Detran/RS desde
1998, atualmente com exclusividade na área de
RRPP da Autarquia. Como relações-públicas,
Rose Shames acredita na importância de um
ambiente com a comunicação integrada, lembrando que ela não se desenvolve somente entre
os funcionários da área de comunicação, mas,
sim, ter uma sintonia com todos da empresa.
Os alunos também receberam a profissional
de relações-públicas Aline Flores da Silva, que
atua hoje na livraria e papelaria Edipucrs. Aline
Flores é uma jovem de apenas 25 anos, mas já
com uma trajetória profissional, e deixou uma
lição: não desistir das nossas metas, onde queremos chegar e ser um dia.
Na última palestra, a professora Léa apresentou o profissional recém formado em Relações Públicas, Marcelo Borba. Ele é coordenador de marketing do Praia de Belas Shopping
Center, empreendimento do Iguatemi Empresa
de Shopping Centers. Como primeiro relaçõespúblicas neste cargo, em janeiro vai fazer dois
anos que Marcelo desenvolve suas atividades de
marketing, comunicação institucional, promoções, eventos, ouvidoria, endomarketing, além
de gerenciar toda equipe de atendimento do
Shopping. Marcelo, assim como profissional e
também nos princípios do Shopping, leva o Relacionamento com o Cliente e seus Públicos em
primeiro lugar.
Para a professora Léa, a grande importância desta disciplina é “aproximar o aluno ao
mercado de trabalho, mostrar como a atividade
de Relações Públicas está sendo bem praticada
pelos ex-alunos da Famecos”. Nos próximos encontros, os alunos do terceiro semestre receberão profissionais de fora para ter uma visão mais
ampla do mercado, antecipa a professora.
JÉSSICA VINADE PEDROTTI
E RAFAELA BARRETO NUNES
gTurma da manhã de Processos e Programas com a professora Léa Jacobus. Promoção de sucesso
20 RRPPAtualidades/dezembro 2008
ENTREVISTA/ Ana Barretto
Aluna destaque enfrenta mercado
i Monografia do final do curso conquistou o primeiro lugar em concurso nacional de 2008
Recém formada pela PUCRS, Ana
Isaia Barretto, foi considerada aluna
destaque da turma 2007/02, tendo o coeficiente de maior rendimento. Sua monografia conquistou o primeiro lugar no
Prêmio Nacional da Associação Brasileira
de Relações Públicas, na categoria Empresarial. O trabalho intitulado As Contribuições das Relações Públicas para a Comunicação Mercadológica Hoteleira: A Rede
Plaza de Hotéis, Resorts e Spa Brasil, foi
orientadodo pela professora Cleusa Maria
Andrade Scroferneker . A Cerimônia da
26ª edição do Prêmio da Associação Brasileira de Relações Públicas – sessão São
Paulo aconteceu no dia 28 de outubro, no
Auditório da Universidade Cruzeiro do
Sul. O Prêmio ABRP distingue-se como a
principal premiação nacional para a área
de Relações Públicas.
Desde os 14 anos, Ana já pensava em
cursar algo na área de comunicação, mas
somente decidiu por essa profissão, quando, no final da oitava série, visitou uma
feira de profissões, em que uma estudante
de comunicação motivou-a, mostrando
o que era a profissão de relações -públicas. Depois disso, muito curiosa, começou
a pesquisar sobre as atividades exercidas
por este profissional, e cada vez mais percebeu que sua escolha estava certa.
Confira a sua entrevista:
Como foi sua trajetória acadêmica?
Estive sempre envolvida em assuntos relacionados à área. No primeiro semestre comecei a estagiar como monitora do laboratório de
Relações Públicas da Famecos e desde então
trabalho como relações-públicas. Nunca tive
dúvidas se realmente queria fazer esse curso,
sempre fui uma aluna dedicada, sempre fiz tudo
com muito prazer, pensando pelo lado positivo
e tendo muita curiosidade. Assim, tive grande
alegria na formatura quando recebi o “Alunadestaque” e também ao ter minha monografia
escolhida e publicada na Revista de Graduação
da PUCRS(http://revistaseletronicas.pucrs.br).
Qual o professor que marcou mais?
Todos me marcaram de alguma forma. Mas
nunca vou esquecer a Neka, ela é especial; lembrando que foi minha paraninfa. A Cleusa, que
foi minha orientadora, sempre me incentivou.
É uma pessoa maravilhosa. Com a Souvenir tenho uma relação muito boa, considero-a como
uma amiga, e suas aulas de pesquisa são ótimas.
Nunca esquecerei os bons professores: Glafira
Bartz, Jacques Wainberg, Roberto Simões e Ana
Baseggio. Todos os professores são maravilhosos e devem ser valorizados.
Os acadêmicos no decorrer do curso,
geralmente se desmotivam. O que você
recomenda para esses alunos?
Essa dúvida vai sempre existir em todas as
profissões, o mercado é competitivo e ele busca bons profissionais e se você sair da faculdade
bem preparado, tendo consciência do papel que
ARQUIVO PESSOAL
g Ana Barretto formou-se na PUC em janeia sua profissão exerce e tendo uma boa rede
de relacionamentos, a sua vaga no mercado está
facilitada. Acredito que a vida é feita de escolhas,
se você estuda, dedica-se, tudo você pode alcançar. Ressalto que a rede de relacionamentos é
muito importante. Os colegas e professores de
hoje poderão ser as portas para o mercado de
amanhã. É preciso ler muito, aprimorar-se, estar sempre informado sobre o que acontece na
área, ser curioso e correr atrás. Não adianta ficar
reclamando, dizendo que não há mercado sem
estar qualificado para ele.
Pensas em fazer especialização?
Atualmente faço especialização em Comunicação Estratégica na faculdade SENAC. Posteriormente, pretendo continuar meus estudos
fazendo Mestrado.
Qual a área das Relações Públicas que
você mais gosta?
Gosto um pouco de cada área, principalmente comunicação interna e pesquisa, que é
muito ampla e interessante.
Nas empresas em que você trabalhou,
os públicos: (Ex: funcionários , gerentes,
etc) tinham conhecimento do papel de
um profissional de relações públicas?
Acredito que hoje os empresários têm uma
melhor noção de que o profissional de relaçõespúblicas atua como um elo, a ponte entre as organizações e seus públicos. As empresas já estão
se ligando que o RP é o profissional que cuida da
gestão da comunicação. Devemos sempre melhorar e evidenciar a importância da profissão.
Dessa forma ajudaremos no crescimento da organização e sua imagem.
Como funciona a relação entre os
profissionais de RP, PP e Jornal?
A organização que não tem em sua cultura
a comunicação integrada, poderá estar correndo
riscos. Não adianta o RP só ter foco nas ações
ligadas a Relações Públicas, é preciso interagir
com outras áreas para que a comunicação seja
completa . As áreas de comunicação PP, RP e
Jornal devem trabalhar em busca de um objetivo comum. Acredito que a empresa que pratica a
comunicação integrada possui um diferencial no
mercado que a qualifica.
Na sua opinião, qual a relação entre
o que aprendemos na faculdade e o que
praticamos no mercado?
Só percebemos o quanto aprendemos, quando já estamos inseridos no mercado de trabalho.
Lembro-me sempre das aulas. Muitas vezes,
quando estou praticando uma ação, percebo o
quanto foi importante a teorização da faculdade.
As organizações cada vez mais estão
se projetando para a era da responsabilidade social.
Em sua maioria, as grandes empresas já
possuem visões de responsabilidade social e
sustentabilidade. O ideal é que elas tenham isto
como filosofia e não somente com o objetivo de
economizar papel.
Que mensagem deixa aos ex-colegas?
O aluno deve aproveitar muito seu período na faculdade, sendo curioso e questionando
quando houver dúvidas, buscando sempre ir
mais além. É preciso gostar do que se faz. Os
alunos precisam ter consciência que a Famecos
possui ótimos laboratórios e grandes professores. Então, aproveitem o máximo o que eles têm
para ensinar.
KARINE REICHEL, TAMARA MOCH,
ELIZIANE VEZZOZI E JULIANA GOMES
RRPPAtualidades/dezembro 2008 21
RELAÇÕES PÚBLICAS NA MODA
i O mundo da moda propicia um vasto campo de atuação para o profissional da relações-públicas
g A moda em suas mais variadas tendências
Querendo ou não, quando falamos sobre a
atividade e o profissional de relações públicas,
o primeiro pensamento que nos surge é: trabalhar na área de eventos ou se voltar para a comunicação integrada? O que muitos não sabem
é um leque de oportunidades que se abre para o
profissional de Relações Públicas, e o mundo da
moda é um deles.
O setor da moda e do mercado de luxo necessita de profissionais qualificados, que obtenham grande noção sobre as tendências e
também, sobre o processo de comunicação e as
suas ferramentas. O mundo da moda propicia
ao relações-públicas a atuação em organização
de desfiles, coletiva de imprensa, que cuide da
imagem e da marca de determinada agência de
moda, que crie pesquisas de comunicação para
atender as necessidades, tanto da empresa que
atua como dos clientes e fornecedores. O relações-públicas demonstra essa diferença de lidar
com toda a comunicação da organização e seus
públicos. Nessa via de mão dupla, busca infor-
mações, tem percepção de melhorias, aprimora
e põe em prática. As empresas que não possuem
um relações-públicas perdem um profissional
que é capaz de criar processos estratégicos de
comunicação, com facilidade para lidar com situações do cotidiano.
No mundo da moda, isto não é diferente.
Planejar eventos, organizar grandes desfiles,
fazer um mapeamento de públicos da agência,
captando as expectativas da instituição e clientes, entre outras atividades, faz com que a atividade de Relações Públicas consiga aliar-se com
grande sucesso ao mundo fashion.
Nos anos 90, com a inserção de grandes
eventos de moda aqui no Brasil, sendo um deles o famoso São Paulo Fashion Week, fez com
que os profissionais da comunicação tivessem
maior participação no segmento. Era necessário
marketing para a divulgação dos desfiles e das
marcas, editoriais de moda começaram a ser
feitos mais assiduamente, mais precisamente
junto com a atuação de assessores de imprensa
e jornalistas e, por fim, os produtores de moda
acabaram por realizar o trabalho dos relaçõespúblicas, englobando todas as áreas da comunicação.
Como as Relações Públicas são uma das
profissões mais promissoras e a moda estando
sempre em evidência, torna-se indispensável
conciliar ambos os ramos, que vai revelar um relações-públicas da moda como um profissional
com bastante êxito e futuro. Basta dedicação,
empenho e, claro, um pouco de estilo também
não faz mal a ninguém.
GILMAR NUNES AVILA JÚNIOR
Aproximando realidades distantes
Certas vezes, não percebemos que existem
pessoas com tantas dificuldades e tão perto de
nós. Pensando nisso, Daniela Bradacz, junto
com seus colegas de Relações Públicas do 5° semestre, Emília Hilgert, Graziela Freitas e Rodrigo Viana, orientados pela professora Berenice
Mércio, organizaram um evento para doação de
150 carteiras de identidade para pessoas de baixa renda, no dia 4 de outubro.
A idéia partiu de Daniela, que trabalhava
no Departamento de Identificação do Instituto
Geral de Perícias do Estado do Rio Grande do
Sul, que se utilizou da cota de eventos disponível
para conseguir o benefício. A principal dificuldade encontrada pelos estudantes foi conseguir
o apoio das empresas de ônibus para transportar
as pessoas até o local. Após muito esforço, conseguiram o patrocínio da ATP (Associação das
Empresas de Transporte de Passageiros).
Foram selecionadas, através de pesquisas de
renda, 150 pessoas, que em sua maioria tinham
entre 18 e 70 anos, e são moradores do bairro
Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Eles
ganharam a isenção da taxa de confecção.
Segundo Graziela, “foi extremamente satisfatório ver a felicidade deles”. Já Emília acredita
que os alunos puderam se aproximar de uma realidade até então desconhecida. Daniela sentiuse gratificada por poder ajudar e mostrar para
essas pessoas que ainda há esperanças.
LUANA NEDEL E MARCELLO BARCELOS
g Rodrigo, professora Berenice,
Daniela, Emilia e Graziela
22 RRPPAtualidades/dezembro 2008
ELSON SEMPÉ PEDROSO/ FAMECOS
A arte da Produção
Musical no século 21
iO produtor hoje influencia
na identidade do artista
g O argentino Fito Paez em Porto Alegre
A revolução tecnológica forçou
uma mudança estratégica no mercado da música nos últimos anos
por causa da grande quantidade
de bandas e diversidade de estilos
musicais. Em meio à transforma-
ção, uma importante atividade realizada por trás dos bastidores, a do
produtor musical, também obteve
um processo evolutivo que redirecionou seus objetivos.
Na primeira metade do século
XX, o papel do produtor musical
lembrava o do cinematografico, em
que ele supervisionava as sessões
de gravação, pagava os técnicos,
músicos e responsáveis pelo arranjo das canções e, algumas vezes, até
escolhia material a ser divulgado.
No entanto, com o passar dos anos,
o cenário foi se modificando e agora os especialistas na área exercem
uma forte influência na identidade
e personalidade do artista. O produtor musical começou a participar
diretamente do processo artístico,
criando arranjos, escrevendo o material e cuidando da engenharia da
gravação. Além disso, passou a se
especializar também no curso da
música popular, algumas vezes até
mais do que os próprios músicos.
Para o produtor musical Maurício Bressan, formado em Publici-
dade, “a produção é a arte de fazer o
artista conhecer a si próprio, antes
de qualquer coisa, para depois atingir o objetivo final, que é o de emocionar o ouvinte”. Segundo ele, este
tipo de atividade é responsável por
desenvolver a parte “suja” do negócio, transformando a obra de arte e
o artista em um produto comercial
bem idealizado.
Maurício explicou que o produtor estabelece uma linha de produção, com termos práticos e tecnológicos, que possibilitem a gravação
de um CD. Para tudo funcionar, é
preciso estar atento a importantes
fatores, como agendar o tempo dos
artistas nos estúdios, providenciar
os músicos de apoio, se certificar
das necessidades dos artistas e outros pequenos detalhes que influem
na linha de montagem do produto.
“O trabalho é complexo e envolve
experiência e conhecimento técnico
para integrar todas as etapas da linha de montagem do CD”, finalizou
Bressan.
DANIEL ZAGO GIACOBO
ARTIGO
Inovar é necessário (ou feche as portas)
O relacionamento entre públicos e organi- a informação que lhe é necessária naquele mozação é algo muito importante, porém frágil. mento, e que daqui a pouco já não é mais.
Manter o bom relacionamento entre as partes
Os públicos das organizações já não quenão é algo fácil, e esse é o papel do relações- rem perder tempo com o que não os interespúblicas.
sam, com instituições que não respeitam a coUm profissional de Relações Públicas tem munidade, a natureza, as vontades de cada um.
um papel importante no relacionamento entre É necessário, sim, inovar, crias novas formas
organização e público, na multiplicação das in- para chamar a atenção do público alvo, pois a
formações, em manter o bom relacionamento organização que parar no tempo, só terá duas
com a imprensa, além de possuir a capacidade alternativas: se render às novas tecnologias, e
de lidar com diferentes tipos de públicos, utili- às novas formas de conquistar clientes, ou, fezando para cada um deles, uma comunicação char as portas.
específica.
Entretanto, muiOs públicos são
tas organizações já
Leia outros artigos na versão online:
pessoas, e como tais
adquiriram as novas
Sou um (a) relações-públicas?
devemos entender que
tecnologias, e perceMilitante político revolucionário
são diferentes uns dos
beram que sem elas,
www.rrpponline.com.br
outros. Cada um tem
não teriam um futuro
vontades percebidas
próspero, com pesde maneiras diferentes pelas organizações; as- quisas, planejamentos e mapeamentos, descosim como as pessoas são individuais na manei- briram que não poderiam deixaram de lado as
ra de pensar, a comunicação deve ser cada vez velhas formas de se comunicar, é necessário
mais individualizada e específica.
inovar, mas sem deixar de lado o que deu certo
Se pararmos para pensar em individualis- por muito tempo.
mo, há tempo que isso já vem ocorrendo, pois
Por exemplo, o público interno: eles precicom a chegada da Internet, tudo ficou diferente, sam de notícias atualizadas sobre a organizaas pessoas não se reúnem mais na frente da te- ção na qual trabalham, que podem ser dadas
levisão para assistirem juntos aos programas, através de um jornal interno, de alto falantes
cada um no seu computador conectado procura espalhados, boca-a-boca, e intranet, além de
várias outras que podem ser utilizadas, porém
depende da mensagem que a organização quer
transmitir.
Já para o público externo, o mais comum
é a utilização da televisão, do rádio, e da mídia impressa, para transmitir a mensagem necessária, mas também pode, e deve, ser usado
como ferramenta de comunicação, o site (com
notícias sempre atualizadas), nele colocar vídeos e links relacionados que possam ser de interesse do público, além de telefone e e-mail, para
que se possa entrar em contato mais fácil.
A utilização das novas tecnologias, a presença na Web, as formas múltiplas de relacionamento com os públicos (SAC, Marketing de
Relacionamento, Webmarketing etc) devem
integrar o composto de comunicação de uma
organização.
O mais importante é sempre manter um
bom relacionamento com os públicos que estão envolvidos com a organização, seja ele, um
fornecedor, um cliente, um sócio, o governo, a
imprensa, a comunidade, as organizações concorrentes, enfim, todos. As organizações dependem dos públicos para sobreviver, assim como
os públicos dependem das organizações, por
isso o bom relacionamento é fundamental.
MARIANA MARTINI SARDI
RRPPAtualidades/dezembro 2008 23
PERFIL
Osvaldo Biz, paixão e exigência
forjados em vida de dificuldades
i Reconhecido pelo seu talento, professor da PUC é um exemplo a ser seguido em todos os aspectos
Certamente todos nós já vimos pelo menos
uma vez um senhor de cabelos brancos, semblante tranqüilo e SEMPRE usando um chapéu,
no saguão da Famecos. Ele é Osvaldo Biz, um
dos professores mais exigentes que conheço,
mas também o que mais mostra amor pelo seu
trabalho.
Conhecendo sua história, vemos que sua infância foi muito pobre, complicada, porém junto dele sempre existiu uma vontade imensa de
melhorar.
Nascido em 15 de setembro de 1939, numa
colônia próxima de Blumenau em uma casa
muito pobre, trabalhava no campo na parte da
manhã e à tarde ia à escola. Era tão aplicado aos
estudos que as professoras pediam para que fosse ao colégio para estimular os outros colegas a
gostarem de estudar. O amor pelos livros se tornou um traço marcante de sua personalidade,
aos domingos lia para sua mãe, um livro chamado “A vida de Santa Genoveva”, uma vez que ela
não sabia ler ou escrever.
Quando perguntado pelos “famosos” chapéus, recordou-se de quando seu pai lhe trouxe
um chapéu, de Blumenau, e o deixou tão feliz
naquele dia, tanto que perguntava ao pai: “Pai,
quantos dias faltam para chegar o domingo?”,
lembrando que domingo era dia de ir à Igreja.
A família era muito religiosa, e nas saídas
das missas existia um jornal chamado A Imprensa, que seu pai sempre lia, pois gostava de
política. Foi também a Igreja, ou melhor, seus
sinos que badalaram durante a noite para avisar
a todos da colônia que a 2ª Guerra Mundial havia chegado ao fim.
Perguntei a ele: “O que o senhor gostaria de
ser, se não fosse professor?” E a resposta foi: “Eu
nunca pensei nessa questão”, está aí a maior
prova de amor a uma profissão.
Atualmente ministra aulas na Famecos, nas
disciplinas de Comunicação, Cultura e Realidade Brasileira, Jornalismo Internacional e Crítica
da Mídia.
Têm em seu currículo 12 livros publicados e
está trabalhando em dois projetos para breve.
Sobre a política atual, diz o seguinte: “Política é importante, política envolve nossa vida
desde o amanhecer até o entardecer. Tudo gira
em torno da política, conseqüentemente eu não
posso desprezá-la, eu não posso alienar-me dela,
URIEL MOURA RICACHENEVSKY
ARQUIVO PESSOAL
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eu devo participar dela”.
Com 69 anos de idade e cada vez mais jovem, ativo e maravilhoso, o professor, é exatamente o tipo de pessoa que nos faz sempre querer melhorar. Indubitavelmente é um exemplo
de fé e determinação a ser seguido.
Termino esse artigo expressando minha
mais sincera admiração por essa pessoa maravilhosa que é Osvaldo Biz.
gOsvaldo Biz, um ser humano admirável
24 RRPPAtualidades/dezembro 2008
Editora lança linha ecológica
i Vigésimo aniversário da Edipucrs, em 2008, é comemorado em tom verde, politicamente correto
A Editora da PUCRS lançou uma linha de
papelaria ecológica, com a finalidade de desenvolver um projeto de consciência ecológica
dentro das comemorações do 20º aniversário
da Edipucrs. “O objetivo da editora é oferecer
produtos de papelaria que respeitem o meio ambiente, criando uma marca própria de produtos
com consciência ambiental”, explica o diretor
Jerônimo Braga.
A linha Eco surgiu de uma necessidade de
serem oferecidos aos clientes da livraria produtos de papelaria. Como a livraria fica em um local onde ocorrem muitos eventos, no prédio 41,
sempre existiu a procura por canetas, blocos e
CLARISSA FREIBERGER / RRPP
cadernos. A editora buscou
inovar, criando uma linha
de produtos com uma marca própria. E como principal objetivo, compensar o
impacto ambiental da impressão dos livros, foi criada uma linha pioneira no
segmento editorial universitário, uma linha de produtos ecológicos.
Segundo Aline Flores,
relações-públicas da Edipucrs, reciclar é de fundamental importância para a vida
do ser humano e do meio
ambiente. “Ano após ano a
Cadernos,
lápis,
canetas
e
sacolas,
tudo
com
material
reciclado
reciclagem vem crescendo
g
no mundo inteiro, isto porque, a conscientização
da população a respeito da reciclagem está cada
vez maior”, observa a profissional.
Para desenvolver a Linha ECO, a Edipucrs
buscou trabalhar com as seguintes referências:
valor agregado, respeito, consciências e o conceito dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). A
linha é composta por dois modelos de cadernos
com 100% de papel reciclado. Quatro modelos
de sacolas de algodão, que permitem que o usuário tenha um material mais resistente e possa
utilizar por diversas vezes, não havendo necessidade de usar e jogar fora como é feito com a sacola de plástico. Há, ainda, um modelo de caneta
com o corpo em papel reciclado e clip de madeira reflorestada e um modelo de bloco 100% em
papel reciclado.
“O público acadêmico aceitou muito bem a
linha ecológica, já tivemos que repor alguns produtos devido a grande procura, principalmente
as sacolas”, festejou Aline. A idéia é a cada semestre apresentar produtos novos, sempre aceitando sugestões do consumidor.
CLARISSA FREIBERGER
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