Valentine Paniz Saiba o que é uma visão BSC nas organizações Janaína Lopes g Arquivo Pessoal Famecos Sem Fronteiras ganha o mundo g A trajetória do professor Osvaldo Biz g RRPP VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br Atualidades Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 14 n° 28 - Porto Alegre, RS, Brasil - dezembro 2008 O TEMPO A FAVOR FOTO VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER Uma nova ciência administra o tempo para você agir e viver melhor ABERTURA RRPPAtualidades/dezembro 2008 Publicação informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil. Versão Online: www.rrpponline.com.br E-mails: famecos@ pucrs.br; deprrpp@ pucrs.br Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira Diretora da Famecos: Drª. Mágda Cunha Coordenadora do Curso: Drª. Souvenir Dornelles Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana Sandini Edição dos alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em Relações Públicas Turma da manhã: Clarissa Freiberger, Daiane Caterine Greif, Daniel Giacobo, Diana Quevedo, Gilmar Avila Junior, Iuri de Oliveira, Jéssica Pedrotti, Rafaela Nunes, Luana Nedel, Marcello Barcelos, Suziane Freitas, Uriel Ricachenevsky e Valentine Paniz. Turma da noite: Aline Pinzon, Angela dos Passos, Betania Castoli, Bruna Leite, Eliziane Vezzosi, Everton Cunha, Fabiane Altissimo, Gabriela Fonseca, Jacques do Couto Junior, Jeferson Couto, Joana Benites, Juliana Gomes, Juliany Esteves, Karine Reichel, Maria Alice Machado, Mariana Licht, Mariana Sardi, Miguel Dagnino, Mirian Mendes, Priscila Avigliano, Tamara Moch e Tiago Gomes. CONFIRA Hohlfeldt analisa imagem da política Página 10 PEDRO REVILLION/ HIPER SET Universitário debate linguagem na comunicação Páginas 6,7,8 e 9 VINÍCIUS CARVALHO/ HIPER Administrar o tempo é ciência Página 11 Conheça os fanáticos professores que torcem para Inter e Grêmio Mas somente na revista digital: www.rrpponline.com.br Destaque no Salão de Iniciação Científica Diego Wander da Silva, aluno do 6º Semestre do Curso de Relações Públicas da PUC, recebeu o Troféu Destaque no XX Salão de Iniciação Científico da UFRGS, realizado em outubro, ficando entre os finalistas ao Prêmio UFRGS Jovem Pesquisador 2008. Ele é bolsista de Iniciação Científica do Programa PRAIA/PRPPG/ PUCRS no Projeto “As Ou- vidorias Virtuais em Instituições de Ensino Superior”, coordenado pela Profª Dr. Cleusa Scroferneker, da Famecos. O aluno e projeto já haviam sido premiados no IX Salão de Iniciação Científica da PUCRS em agosto. O Projeto conta ainda com a participação do Prof. Dr. Duncan Dubugras Alcoba Ruiz e do aluno Bruno Vollino, da Faculdade de Informática. FOTOS RRPP ATUALIDADES EXPEDIENTE RAMON FERNANDES/ ASCOM-PUCRS 2 g Uma despedida alegre e emocionada na PUCRS gSeção de autógrafos no lançamento da obra na Famecos Perfume no ar marca Livro lançado renova Momento Formandos conceito de públicos Em 8 de outubro foi realizado no teatro do prédio 40 da PUCRS, o Momento Formandos. É uma homenagem que a universidade faz aos alunos que estão concluindo seus cursos e irão se formar no final do ano. Os futuros diplomados foram recepcionados em um ambiente descontraído, onde puderam tirar fotos e confraternizar com seus colegas e professores. A seguir, os formados se encaminharam ao teatro para receber as homenagens e agradecimentos (em forma de vídeo). O ambiente estava levemente perfumado com uma essência feita especialmente para ficar na memória de todos, quando deixassem a universidade e, na saída, todos foram presenteados com uma amostra (um sabonete com o perfume). O evento contou com a presença da orquestra filarmônica da PUCRS que tocou temas que emocionaram os alunos. Ao som de “Amigos para sempre”, os futuros diplomados trocaram pulseirinhas (que eram distribuídas na entrada) entre si, como forma de selar uma amizade construída ao longo do curso. No encerramento, uma chuva de balões animou a todos. JÉSSICA VINADÉ PEDROTTI RAFAELA BARRETO NUNES Ana Steffen, Doutora em Comunicação Social e professora do curso de RRPP da Famecos, lançou em setembro o livro Conceito de Público em Relações Públicas. Para ela, as teorias utilizadas estavam ficando ultrapassadas. “Precisamos identificar nossos públicos novamente, criando um novo conceito com enfoque nas Relações de Poder”, sugere a professora. Seu estudo partiu de conceitos tradicionais de públicos (interno, misto e externo), teorizados por Simões, França e Kunsch, e procurou renová-los. A obra se soma a um esforço que vem sendo empreendido na área e em especial no curso da PUCRS para promover o crescimento da literatura em Relações Públicas, ainda carente de publicações teóricas. A professora buscou na Filosofia a teoria sobre “mudança conceitual”, que lhe deu respaldo para formular novos conceitos de Público na área de RRPP. Como diz a autora, para nos legitimar diante dos nossos públicos, é necessário uma mudança no conceito deles. Segundo Steffen, “devemos ter e entender diferentes visões”. SUZIANE FREITAS, LUANA NEDEL E MARCELLO MARASSINI ABERTURA RRPPAtualidades/dezembro 2008 3 FOTOS CLARISSA FREIBERGER Relembrando o Repórter Esso i Luciano Klöckner fala sobre um marco para a história radiofônica brasileira GILSON OLIVEIRA/ HIPER g Editora da PUCRS localiza-se no prédio 41 do campus da capital Programa Apoio à Bibliografia g Hagemann, Luciano Klöckner, Roberto Figueiredo e Fábio Perez Luciano Klöckner, doutor em comunicação social pala Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, conta que sua admiração pelo Repórter Esso vem desde seus 10/11 anos, quando seus pais ouviam rádio e todos o tinham como um programa indispensável para informação e atualização pessoal. Seus interesses pela história do programa continuaram fortes conforme foi trabalhando com a comunicação em rádios e jornais. Estudou sobre o assunto em seu mestrado e doutorado em comunicação. Após muitas investigações, viagens (Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Buenos Aires, Montevideo) para coletar entrevistas e complementar suas pesquisas, Luciano lançou “O Repórter Esso – A Síntese Radiofônica Mundial que Fez História”, editado pela AGE em parceria com a Edipucrs. O livro é resultado de 10 anos de pesquisas, somando a dissertação do mestrado e a tese de doutorado. Ao contar a história do Repórter Esso, faz uma análise das notícias dadas pelo informativo e junta aos anexos coletados da época sobre o programa. O professor destaca como o noticiário foi inovador, inaugurou a linguagem radiofônica que não existia e também o manual escrito e sonoro. Diz que o Repórter Esso deixou sua marca, modos que são usados até hoje, como por exem- plo, a edição das notícias usadas pelo Jornal Nacional da Globo, a linguagem das rádios, a linguagem diferenciada para TV e até mesmo as características dos textos na Internet (textos curtos). Na opinião de Klöckner, não sentimos tanta falta de programas como o Repórter Esso, porque o jornalismo continua usando mais ou menos os mesmos moldes daquele tempo. “Só que hoje são muito mais democráticos, então se junta à modernidade com as linhas básicas do Repórter Esso que estão presentes ainda, influenciando nas rotinas de produção, linguagem dos veículos”, enfatiza o professor da Famecos. O lançamento do livro em setembro, no auditório da Famecos, pela manhã e à noite, contou com a presença de Lauro Hagemman, locutor da versão da rádio Farroupilha de Porto Alegre; Fabbio Perez, apresentador da versão pela Tupi de São Paulo e Roberto Figueiredo, apresentador da última edição do noticiário pela Globo do Rio de Janeiro. Para o paulista Fabbio Perez, O Repórter Esso fez parte de três gerações das famílias brasileiras e destaca o seu pioneirismo: “O Repórter Esso foi importante por ter formado a primeira geração de jornalistas realmente profissionais de rádio. Até então era amador.” TAMARA MOCH, BRUNA LEITE E MARIA ALICE MACHADO iEdipucrs incentiva os alunos à aquisição de livros Com o objetivo de facilitar ao aluno a aquisição de seus próprios livros, a Edipucrs lançou o “Programa apoio à Bibliografia”, criado pelo diretor da editora, professor Jerônimo Braga. No início era só para os livros de editoras universitárias, depois estendeu-se também às comerciais. O programa tem o diferencial de que os alunos podem obter um bom desconto nos livros procurados, basta o professor se cadastrar na página do programa e indicar o livro e o número de alunos interessados em adquiri-lo. “Quanto maior o número de alunos, maior poderá ser o desconto”, destaca o diretor. Quando as obras estiverem à disposição, o professor será informado. Para a aquisição dos livros, na Livraria Edipucrs, no prédio 41 do campus da PUCRS, em Porto Alegre, bastará ao aluno ou professor apresentar seu respectivo cartão de identidade universitário. O programa não atende a pedidos unitários de livros, esses podem ser feitos diretamente à Livraria. Braga explica que o programa da PUCRS está de acordo com o IPDL (Plano de Incentivo à Distribuição do Livro Universitário), aprovado pelo Ministério da Educação, e com a política da Associação Brasileira de Editoras Universitárias, que incentiva seus alunos a começarem sua biblioteca particular, dando valor ao instrumento chamado livro. O programa foi divulgado aos professores através de folders em seus escaninhos. Com o programa, a Edipucrs visa levar aos alunos a mentalidade de ter os próprios livros, ao invés de ficar xerocando partes. Até agora já foram cadastrados 200 alunos e 12 professores, a expectativa é que esse número continue aumentando. CLARISSA FREIBERGER ACESSE Para conhecer as editoras universitárias e seus respectivos catálogos, o professor poderá consultar o site da ABEU (Associação Brasileira das Editoras Universitárias), através do endereço www.abeu.org.br, já o catálogo da Edipucrs, poderá ser consultado no site: www.pucrs. br/edipucrs. 4 ABERTURA RRPPAtualidades/dezembro 2008 VINÍCIUS CARVALHO/ HIPER RELAÇÕES-PÚBLICAS Um profissional que cuida da reputação das empresas i Função tornou-se mais estratégica e valorizada nos últimos anos As relações públicas são como uma cesta básica, tão importante quanto feijão e arroz para o país, as empresas e as pessoas. Quem “vende essa idéia” – no jargão da área – é Paulo Nassar, diretor-geral da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial). O profissional que coordena essa área responde pela comunicação interna com os funcionários da empresa, assessoria à imprensa e busca de políticas de integração com todos os outros públicos que se relacionam com a instituição. As maiores empresas instaladas no Brasil incorporaram essa “cesta básica” em seu quadro estratégico de uns anos para cá, aumentando as contratações e os salários do setor. Segundo pesquisa inédita feita pela Aberje com essas empresas, analistas de comunicação ganham em média por mês R$ 2.800 – enquanto o salário de diretores da área costuma superar os R$ 30 mil mensais. “Quem cuida da comunicação organizacional é responsável pela gestão da imagem e da reputação da empresa. E isso hoje é irreversível. Esse boom não é só uma tendência de moda”, diz a professora de comunicação empresarial da ESPM, Isolda Cremonine. Graduado em jornalismo, mestre e doutor em relações públicas pela USP, Nassar quer deixar claro que o que está em alta é todo o campo em que vários profissionais – inclusive os relações-públicas – atuam: o da comunicação de organizações. Mas, para quem quiser pegar o bonde na frente, o curso de Relações Públicas facilita o ingresso no setor. “Quem faz o curso em nível de graduação, já começa com uma vantagem competitiva, com sua formação no campo da atividade relacional. Quem não teve essa formação, está procurando ter já num nível de pós-graduação”, diz. Formado em 2006, o paulistano Bruno Carramenha, 23, é exemplo dessa vantagem. Ele faz estágios desde o primeiro ano de faculdade e nunca esteve desempregado. Hoje trabalha na agência de relações públicas LVBA, que atende a empresas do porte de Nokia, Warner e Bayer. Ele afirma que a situação dos colegas também é boa. “Do meu grupo da faculdade, todos estão empregados.” Os estudantes costumam aprender noções de administração, psicologia social, marketing, opinião pública e recursos humanos – currículo que atraiu Milena Cândido, 18. Ela trocou artes cênicas por relações públicas. “Acho que terei mais oportunidades.” CRISTINA MORENO DE CASTRO Texto publicado na Folha de S.Paulo – Domingo, 21 de setembro 2008 SAIBA MAIS Livros “Tudo é Comunicação”, Paulo Nassar “Relações Públicas e Modernidade”, Margarida Kunsch Filmes “Hancock” (2008) “Mera Coincidência” (1997) Site www.mundorp. com.br Curso: 4 anos R$ 1.543 é o piso salarial, diz o sindicato dos relações-públicas de SP g O futuro começa aqui na Universidade Católica dos gaúchos 17 mil alunos visitam a Feira das Profissões i Evento promovido pela PUCRS busca orientar os vestibulandos na hora da escolha profissional Dezessete mil estudantes visitaram a Feira das Profissões, promovida pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários da PUCRS, nos dias 12 e 13 de setembro, procurando orientação sobre as mais diversas carreiras profissionais. A PUCRS abriu suas portas contando com presença das 22 faculdades e seus respectivos cursos de graduação, representados por professores e alunos de cada faculdade, explicando sobre as aulas, carreira, experiências profissionais entre outros. A feira teve entrada franca e, além disso, a Universidade disponibilizou transporte gratuito para alunos das instituições de ensino médio dentro da região metropolitana. Dentre os visitantes havia principalmente alunos do ensino fundamental e médio, além de cursinhos e profissionais que ainda estão indecisos sobre seus fu- turos. Entre todas experiências práticas da feira, as de maior destaque foram as do Museu de Ciência e Tecnologia, com seu giroscópio, as aulas de aeróbica promovidas pelo Parque Esportivo e a cabine de pilotagem das Ciências Aeronáuticas A Famecos esteve em peso, produzindo ao vivo as edições diárias do jornal da feira e também com uma apresentação do Pretinho Básico, programa de rádio da Atlântida, que tem integrantes formados na PUC, um bônus da feira no sábado. Aqueles que perderam a edição desse ano, e ainda estão indecisos sobre qual curso ingressar, podem visitar o site do evento, www.pucrs.br/eventos/feiradasprofissoes ou conferirem a edição de 2009. ÉVERTON POSTAY CUNHA RRPPAtualidades/dezembro 2008 5 QUALIFICAÇÃO Raiar renova o projeto de Comunicação da Famecos i O impacto das novas tecnologias na comunicação das Micro e Pequenas Empresas A aluna e pesquisadora Letícia Castilhos, do 6º semestre de Relações Públicas da Famecos, desenvolve um trabalho de Iniciação Científica PIBIC/CNPq. O projeto O impacto das novas tecnologias na comunicação das Micro e Pequenas Empresas da incubadora Raiar vem sendo desenvolvido com a orientação da Profª Dr. Cleusa Maria Andrade Scroferneker. Sua concepção foi em agosto de 2007, sendo que obteve renovação até agosto de 2009 e está sendo realizado junto à Incubadora Multi-setorial de Base Tecnológica Raiar – Incubadora de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. A bolsista realizou uma pesquisa que tem como tema as novas tecnologias e a comunicação das Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Objetiva investigar sobre as possibilidades de utilização das novas tecnologias para a excelência da comunicação virtual das MPEs, enfatizando especialmente a implantação de ‘ouvidorias’ virtuais e blogs empresariais. “Optou-se em pesquisar as MPEs que fazem parte da Incubadora Multissetorial de Base Tecnológica Raiar, que conta atualmente com 20 empresas incubadas, pelo fato de localizar-se no campus da Universidade e pelo interesse manifestado pela pesquisa, por tratar-se de um tema pouco explorado”, explicou Letícia. Ela salientou que o trabalho concorreu com duas grandes áreas, que são as Ciências Exatas e Ciências da Vida. A comissão do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica) escolheu o projeto e a bolsista para concorrer ao Prêmio Destaque de IC do CNPQ, tendo em vista que a pesquisa tem relevância científica, tecnológica e de inovação. Letícia foi mantida no projeto por ter perfil desejado para a premiação. “Sem a pesquisa, o mercado não vai pra frente”, disse Letícia. A bolsista está esperançosa para ganhar o prêmio, que consiste em uma quantia de 12 meses de bolsas de Iniciação Científica, em dinheiro, para os três primeiros colocados de cada grande área do conhecimento; bolsa de mestrado para o primeiro colocado; além de passagem aérea e hospedagem para permitir a participação do primeiro colocado de cada grande área do conhecimento na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A aluna agradece à Profª Cleusa pela oportunidade que a pesquisa lhe trouxe, de conhecer novos lugares, participar de grandes eventos e principalmente pela confiança no seu trabalho. LUANA NEDEL E SUZIANE FREITAS DIVULGAÇÃO/ PUCRS g A professora Cleusa Scroferneker e a bolsista Letícia de Castilhos, responsáveis pelo projeto ASCOM/ PUCRS g Raiar é localizada no parque Tecnopuc Incubadora promove integração com empresas O propósito principal da Incubadora Raiar é instalar e apoiar o desenvolvimento de empresas de diversos setores, tendo como característica a acolhida daquelas com uso intensivo de tecnologia (empresas de base tecnológica). A Incubadora oferece espaços físicos de uso compartilhado, recepção e secretaria. Também tem área de convivência, sala de reuniões, vigilância e infra-estrutura geral. Há orientação empresarial, suporte em planos de negócio, apoio em comunicação e design. A Raiar promove o desenvolvimento da identidade visual institucional de seus produtos, além do acesso aos laboratórios de pesquisa da Universidade e à Biblioteca Central. Ainda disponibiliza aos seus incubados a orientação para participação em editais de agências de fomento, em feiras e eventos setoriais, atividades de capacitação, apoio de parceiros como Sebrae e associações de classe e, o principal, possibilita a interação com as empresas atuantes no Tecnopuc. 6 RRPPAtualidades/dezembro 2008 ESPECIAL 21º SET Universitário FOTOS PEDRO REVILLION/ HIPER Qual a linguagem para se comunicar com o mundo? i SURGEM NOVOS PARADIGMAS DE RELACIONAMENTO O 21° SET Universitário, tradicional evento promovido todos os anos pela Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da PUCRS, trouxe a Porto Alegre comunicadores e teóricos, nos dias 22, 23 e 24 de setembro, para discutirem, no campus da Universidade, qual a forma e conteúdo da linguagem que as pessoas, instituições e sociedades devem utilizar para se comunicarem com o mundo. Uma delas passa obrigatoriamente pela web 2.0, que possui como característica a descentralização de produtos. A relações-públicas Gisele Lorenzetti falou da nova febre no RBS Debates que abriu o evento. Também participaram da discussão o diretor-presidente da agência Borghierh Lowe, publicitário Ehr Ray, e o jornalista Ricardo Noblat, responsável pelo blog político mais conceituado do País. Como tema central, Gisele abordou a nova realidade: o cidadão 2.0 que tem como caracte- rística utilizar a Internet como espaço de interatividade social. A palestrante é sócia e diretora executiva da LVBA Comunicação e vice-presidente da Associação (Abracom), entidade que ajudou a fundar. Graduada em Relações Públicas, com especialização em Administração de Empresas, foi professora de Planejamento em Relações Públicas na faculdade de Comunicação Cásper Líbero, de São Paulo, e é membro do Conselho Regional de RRPP daquele estado. Hoje, nos EUA, 93% dos jovens entre 12 e 17 anos utilizam a web e tratam o acesso à rede como um local de interação social. “Neste novo mundo, onde a palavra de ordem é o relacionamento, o relações-públicas consegue gerenciar relacionamentos com lideranças, identificar oportunidades e necessidades de comunicação da instituição com a sociedade”, disse Gisele Lorenzetti. “Age para que a organização se adapte num ambiente de constante transforma- g Gisele Lorenzetti em debate na PUCRS ção, constroem/mantêm ou reformam a reputação positiva de uma instituição, um produto, monitoram as variáveis de comportamento das lideranças e humanizam as relações de trabalho, permitindo a troca de informações nas empresas”, enumera a profissional. Considerando este um período de transição, Lorenzetti divide a população em duas partes: imigrantes e nativos. Os imigrantes seriam as gerações anteriores ao uso da web e apresentam preconceitos e dificuldades em relação a esse tema. Já os nativos demonstram facilidade e vêem a Internet como uma extensão de si, vivendo “a cultura da informação sem dono”. Lorenzetti ressalta “tecnologia é relativamente fácil de mudar. Podemos ser resistentes no início, mas conseguimos nos adaptar, porém cultura é outra história”. ELIZIANE VEZZOSI E TAMARA MOCH Os desafios do jornalismo eletrônico Jornalista e autor de um dos blogs mais acessados atualmente no país, Ricardo Noblat participou do RBS Debates trazendo todas as suas experiências na área jornalística. Há cinco anos foi incentivado por um amigo do jornal O Dia a fazer um blog. Ele não tinha muito conhecimento sobre o assunto, porém achava que o Blog não passava de um diário de adolescente virtual. Iniciou sua carreira na era online com notícias políticas diárias. Há certo preconceito no meio jornalístico que a matéria divulgada em blog não é uma jornalística. Noblat discorda, pois essa informação utiliza as mesmas técnicas, instrumentos e estrutura das matérias realizadas em uma reda- ção de jornal. “No jornalismo eletrônico precisa ter os mesmos argumentos, conhecimentos e veracidade das notícias, ou seja, as mesmas regras do jornalismo impresso”, destaca Noblat. O que ele faz hoje em seu espaço eletrônico são os mesmos instrumentos que utilizava em uma redação de jornal. Em seus posts, Noblat explica as notícias, conta os fatos, tem a preocupação em inovar e interagir com seus leitores. Quando ocorre um erro dos veículos de comunicação tradicionais, poderão existir muitos culpados, como repórteres, editores de redação e jornalistas, já na Internet toda a “culpa” será do autor do blog. Noblat conta que cometeu um erro quando divulgou uma nota dizendo que o presidente Lula queria demitir um jornalista do New York Times por escrever que ele gostava de beber. Logo após a divulgação recebeu comentários dizendo que a informação era falsa. Resolveu não tirar a nota do ar, ele apenas pediu desculpas no post seguinte. “Recebi muitos comentários dizendo para eu ter mais veracidade dos fatos antes de publicar”, revela Noblat. O blog implica em um diálogo permanente entre os seus leitores criando uma cumplicidade com o público. O autor hoje se preocupa em buscar maior agilidade e maior abertura para a participação dos leitores. ELIZIANE VEZZOSI E TAMARA MOCH 21º SET Universitário ESPECIAL RRPPAtualidades/dezembro 2008 7 Comunicação Tridimensional iFIAT APRESENTA UMA NOVA ABORDAGEM PARA A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL CAMILA DOMINGUES/ HIPER g Lage discorre sobre comunicação na Fiat A Famecos recebeu, durante o 21º Set Universitário, o jornalista e mestre em marketing estratégico Marco Antônio Lage. O diretor de comunicação da Fiat no Brasil iniciou sua explanação situando o público sobre os diversos ramos de atividades que formam o Fiat Group, um conglomerado de marcas que atuam em diversos setores da economia mundial. O Fiat Group desenvolve, além de inovações automobilísticas, tecnologia agrícola, industrial, atuando também no setor financeiro. Por isso a relevância da comunicação como instrumento de gestão para a diversidade que esta empresa abarca, e é sobre esta comunicação que Lage discorre. A Fiat adotou uma nova forma de comunicação: IN – integrada, integral e indutora. Uma comunicação “tridimensional, que possui altura, largura e profundidade”. Integrada no alinhamento que junta as partes do todo, ainda que respeitando suas peculiaridades, traçando um objetivo comum a toda a organização. In- Case Perestroika: Vai lá e faz! Aconteceu dia 24 de setembro a palestra Vai Lá e Faz – Idéia só vira conteúdo quando sai da gaveta, comandada pelos diretores da Perestroika (empresa que desenvolve cursos na área publicitária), Tiago Mattos, Felipe Anghinoni, Rafael Bohrer e Márcio Callage e contou com as participações especiais da atriz Cris Nicolotti e do repórter pernambucano Givanildo Silveira. A palestra abordou o tema de uma maneira bem humorada, prendendo a atenção dos participantes até o final. Já na abertura, um ator, que supostamente seria o diretor de uma empresa, subiu ao palco para satirizar os palestrantes convencionais. A palestra teve início realmente com a entrada de uma banda e suas backing vocal, que acompanharam o show de Cris Nicolotti. Ela cantou sua famosa música “Vai...” que ficou conhecida graças à Internet. A palestra continuou com Felipe Anghinioni, que retomou o tema da palestra, mostrando a importância de “ir lá e fazer”. A seguir, a atriz Cris Nicolotti retorna ao palco, dessa vez para participar de um talk show com Tiago Mattos. Depois disso, Marcio Callage revelou a história de sua vida, suas viagens, seus trabalhos, sempre mostrando a importância de ter ido lá e feito, passando a mensagem de que cada um faz tegral é vertical, trata-se da comunicação com os mais diversos públicos, informando e recebendo impressões e demandas desse universo. Já a comunicação indutora é aquela que induz a empresa a ir além e antecipar tendências. “Provocativa, inquieta e irrequieta este viés permite ao grupo transcender os limites formais de uma comunicação convencional”, disse Lage. Diante de um processo inovador, do qual foram mudadas rotinas e processos de comunicação, quais seriam as dificuldades e barreiras a serem transpassadas pela organização até a consolidação efetiva desse novo meio? Esta gestão diferenciada, somada ao pioneirismo tecnológico, é um dos fatores que faz da Fiat a detentora de 25% do mercado automobilístico em nosso país. “Há um pouco do Grupo Fiat na vida de cada brasileiro”, ressalta o palestrante. JEFERSON KOZENIESKI COUTO E MIRIAN DA SILVA MENDES SUZIANE FREITAS DA SILVA seu futuro. Uma parte bem interessante da palestra foi uma suposta conexão feita até Berlim, onde Marco Loco Bezerra, de uma forma séria, mostrou que na realidade nem tudo dá certo sempre e que assumir os erros g Esse time deu um show de performance no último dia é o melhor a se fazer. Logo após, Tiago Mattos retorna ao palco de uma maneira bêbado no momento de sua prisão – também muito divertida. Fazendo uma associação com ficou conhecido graças ao poder da internet. Gia famosa “Dança do quadrado”, ele passa seus vanildo relatou que começou apenas atendencinco conselhos: pensar grande, arriscar, bus- do telefonemas na empresa em que trabalhava, car a imortalidade através dos próprios feitos, mas sempre tentou se infiltrar no rádio, ou seja, auto-confiança e individualidade nas escolhas foi lá e fez, correu atrás de seus objetivos e tudo futuras. o que conquistou até hoje, deve a isso. Para encerrar a palestra, Givanildo Silveira, jornalista pernambucano de Caruaru, subiu JÉSSICA VINADÉ PEDROTTI E ao palco para também ser entrevistado. Ele gaURIEL MOURA RICACHENEVSKY nhou exposição por entrevistar Jeremias, um 8 RRPPAtualidades/dezembro 2008 ESPECIAL 21º SET Universitário Comunicação não deve interromper, mas envolver g Oliveira criando ao final da aula uma charge especial do SET, para publicação aqui Um ilustrador popular i Oficina de cartoon e caricatura no 21º SET Universitário Alexandre Oliveira, 37 anos, natural de rem crimes. Santa Catarina, tem grande capacidade de fazer Quando cria seus desenhos, não faz esteredesenhos desde pequeno é há oito anos cartu- ótipos e o tema que mais gosta de desenhar é nista e ilustrador do jornal popular Diário Gaú- sobre política. “Percebi que as pessoas têm dificho. Ele veio ao 21° SET Universitário ministrar culdade com a política, numa charge, por exema oficina de Técnica de Cartoon e Caricatura, plo, sempre falo, entre aspas, mal dos políticos, dar dicas e contar um pouco da sua profissão. isso é uma classe, entre aspas, que quase todos O designer trabalha há 17 anos como ilus- são ladrões, mas nem todos são, às vezes fico trador. Com seis anos de idade já preocupado com isso”, enfatiza. era diferenciado pela turma por Gosta muito de desenhos realisseus desenhos, mas nunca pentas, quadrinhos, mas sua prefesou em seguir uma profissão nesta rência é fazer cartoon, e tirinhas área, até chegou a fazer engenharápidas. ria mecânica: “Nunca imaginei gaEm 2001, publicou a coletânhar dinheiro com os desenhos”. nea do Tinga com as melhores tiComeçou a trabalhar na área de ras, um de seus personagens em serigrafia, desenhando para caquadrinhos. Também já veiculou misetas em Passo Fundo. Logo fiem sites charges online, mas não cou desempregado e com 18 anos g Alexandre Oliveira publica mais. Hoje ele tem um voltou a trabalhar, primeiro em um livro pronto, com histórias cumjornal, depois saiu e foi para uma revista onde pridas e aventuras do Tinga, com o nome O Tinatuou dois anos. Na revista, suas ilustrações e ga em Cores, mas ainda está batalhando para charges saíam uma vez por mês. Na época tinha conseguir uma editora para lançá-lo: “É difícil muito tempo para pensar e ter idéias novas, no aqui no sul, os caras não investem, até estou entanto, quando veio para o Diário Gaúcho, tentando umas editoras em São Paulo, quero passou a correr contra o tempo, precisando ter fazer uma coletânea de charges também, mas uma idéia diferente a cada dia. “Voltei ao co- infelizmente estou decepcionado com o mercatidiano de todo dia ter que fazer um trabalho, do aqui”. Até na música Alexandre percebe esse no começou foi difícil”, admite. Para quem tem desinteresse da falta de apoio à cultura no Rio interesse em seguir esta profissão, dá a dica de Grande do Sul. “ler e praticar bastante, não é na primeira vez Para Alexandre, a sua profissão anda junto que tu vai conseguir desenvolver o humor”. com seu cd que lançou este ano de nome BanNo seu dia-a-dia, Alexandre está sempre li- da Cabeça de Lata, devido ao seu apelido que é gado nas notícias, logo quando acorda já liga a Cabeça de Lata, onde é o vocalista. Para quem tevê e o rádio, mas diz: “Nem sempre a notícia quiser saber mais informações sobre a banda, do dia vai ser a charge”. No seu trabalho utiliza é só acessar o site www.cabecadelata.com, com papel, lápis, borracha e caneta e depois finaliza músicas e letras. Agora também serão incluídas no computador. Além das charges e dos quadri- no site ilustrações do cartunista . nhos, desenvolve também no Diário montagem de fotos, imagens e mapas de locais onde ocorRAFAELA BARRETO NUNES, TEXTO E FOTOS Alexandre Godoi e PC, sócios da Mazah, agência de comunicação, também estiveram no SET Universitário. A empresa, que está no mercado há quatro anos, defende um modelo de comunicação diferenciado. Alega que o formato defendido pela maioria das agências, e, por conseqüência, adotado por grande parcela dos clientes, serviria muito bem se ainda vivêssemos na década de 60. No entendimento da agência, a comunicação deve deixar de interromper e começar a entreter, envolver o público. No conceito da agência, a comunicação deve fazer-se relevante. “Gerar experiências significativas e relevantes entre marcas e consumidores. E isso é o Live Marketing: conexão através de experiências”, afirmou PC na palestra. O consumidor está cada vez mais exigente e não quer ocupar seu tempo com propagandas, tende a fugir destas através da troca de canal da televisão, bloqueio de Poup’s e vários outros artifícios. Segundo o palestrante, apesar disso é possível dar visibilidade à marca com experiências que sejam realmente relevantes para as marcas e seus públicos. Nesta percepção, as coisas chatas tornam-se invisíveis, enquanto as memoráveis são comentadas e disseminadas. Alexandre Godoi exemplifica que quando se chega a um livro, palestra ou filme através de uma sugestão onde não exista a relação de interesse, o produto torna-se muito mais instigante, além de transmitir mais credibilidade. A partir dessa premissa, a comunicação atual pauta-se na comunicação de muitos para muitos. “Cada indivíduo torna-se embaixador da marca e a dissemina através de seus blog’s, redes de amigos virtuais ou não, com vídeos na Internet. Enfim, uma infinidade de ferramentas utilizadas por cada pessoa que acaba por divulgar sua vivência relevante com a marca, divulgando sua identidade, posicionamento e valores.” Tudo se resume em entender as pessoas e as marcas. É preciso saber exatamente o que as marcas desejam de si próprias e do público. Para isso é necessário permear por vários estilos ao mesmo tempo, influências e tecnologias. Segmentar a comunicação ao ponto de se buscar características individuais e valorizar isso no grupo que se pretende sensibilizar. “É necessário surpreender, tornar algo irrelevante em relevante, interessante a ponto de ser comentado”, conclui PC. CATERINE GREIF E VALENTINE PANIZ 21º SET Universitário ESPECIAL RRPPAtualidades/dezembro 2008 9 DIVULGAÇÃO FAMECOS g Ao final do evento, a confraternização entre os vencedores e os organizadores da programação RRPP Atualidades online e impresso vencem SET i Publicação do Curso de Relações Públicas venceu em Assessoria de Comunicação e boletim digital O RRPP Atualidades foi um dos grandes vencedores do 21° SET Universitário, edição 2008. Suas duas versões – impressa e online – foram premiadas. A Famecos ainda venceu o Desafio RBS, na área de Publicidade, e mais seis categorias na Mostra Competitiva do evento: três em Jornalismo, duas em Cinema e uma em Publicidade. Participaram da organização do SET cem alunos voluntários da faculdade, sob a supervisão de professores. O evento se constituiu em um sucesso, com 560 alunos inscritos para as oficinas e os auditórios do campus da PUC utilizados estiveram lotados durante as palestras. A revista recebeu primeiro lugar na categoria de Assessoria de Comunicação, com a edição que registrou, em reportagem especial, os 40 anos do Curso de RRPP da Famecos. A reportagem “Curso Pioneiro – Relações Públicas da PUC começou com a profissão” foi redigida pelos alunos Adriana Knevitz e Fabiano Silveira. A versão digital RRPP Atualidades (www. rrpponline.com.br) foi o destaque em Boletim Digital. Em pouco mais de um ano no ar, o site, inscrito na Mostra Competitiva do SET pela aluna Renata de Souza Coutinho, já foi considerado o melhor. A dupla vitória do Atualidades é o reconhe- cimento de uma iniciativa do Curso de Relações Públicas, pioneira na Faculdade, com a produção pelos alunos, em sala de aula da graduação, de uma publicação em duas versões: uma impressa na Gráfica da PUC e outra veiculada na Internet. Ambas têm formato e linguagem específicos de suas áreas. A solenidade de entrega dos prêmios teve a presença de Carlos Kober, jornalista gaúcho, formado pela Famecos, um dos idealizadores do SET há mais de 20 anos, quando ainda era aluno, e hoje diretor de produção da Rede Globo. Os vencedores foram escolhidos entre 531 trabalhos, elaborados por estudantes de diversos estados brasileiros, Córdoba (na Argentina) e Portugal. As três categorias vencidas pelos alunos de Jornalismo foram Telejornal, Programa Especial de TV e Projeto Gráfico em Revista. O pessoal de Publicidade faturou Peça Gráfica em PP. Os estudantes do curso superior de Produção Audivisual se destacaram em Vídeo Experimental e Documentário no Cinema. Desafio RBS Na abertura do 21º Set Universitário, no RBS Debates, foram divulgados os três finalistas da primeira edição do Desafio RBS, que consis- tiu em atualizar uma campanha de comunicação de sucesso nos anos 60, conhecida como a Hora de Dormir, dos Cobertores Parahyba. Os participantes deveriam utilizar a linguagem e meios de comunicação atuais para uma releitura que também chamassem a atenção das crianças nos dias de hoje. Ao todo foram escolhidos 30 grupos que diariamente postavam no blog da campanha assuntos referentes ao seu planejamento de comunicação, idéias sobre o tema, evolução do projeto, visão do grupo, referenciais teóricos e ações definidas. Na final, chegaram os grupos Adaptação e Soneca das 6 (ambos da Famecos) e Quarteto Babel (ESPM). O vencedor foi o grupo Soneca das 6. Para sua escolha foram levados em conta aspectos como criatividade, inovação e adequação, avaliados por três profissionais de mercado. Os componentes do grupo vencedor foram: Gabriela Rodrigues, Gisah Correa, Maurício Danckwardt, Roger Anunciato e Siane Leonhardt, do curso de Publicidade e Propaganda, e Diana Ferreira, de Relações Públicas. Segundo Diana, houve uma boa sintonia entre as áreas para elaboração do projeto proposto. Ela pôde ver “a real integração que se deve ter no mercado de trabalho entre as áreas da comunicação”. 10 RRPPAtualidades/dezembro 2008 ENTREVISTA “Há uma sociedade potencialmente corrupta por trás dele que o elege” Antônio Hohlfeldt analisa a imagem dos políticos O Prof. Dr. Antônio Hohlfeldt, jornalista, escritor, crítico literário, professor catedrático dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação – Intercom. Em sua vida pública foi vereador da capital gaúcha por quase 20 anos, ausentando-se apenas para concorrer a vice-governador na chapa PMDB/PSDB ao lado de Germano Rigotto. A coligação partiu de números inexpressivos nas primeiras pesquisas até vitória em outubro de 2002, comandando o Estado de 2003 a 2006. A sociedade está de um modo geral em descrédito com a política apresentada por seus representantes em todos os âmbitos de governo. Nas esferas públicas aparecem focos de abuso de poder e hoje são cada vez mais comuns notícias de corrupção e tantas outras denúncias protegidas por segredo de justiça. Por estar ligado simultaneamente às duas áreas, Hohlfeldt possui propriedade para discutir a relação entre política e imprensa. Já no início da entrevista, ele lembra que conhecemos hoje os mesmos problemas desde Aristóteles (300 anos antes de Cristo), o qual definiu a política como uma atividade eminentemente social, no sentido de uma ação em prol do interesse público, ou seja, do interesse da maioria. Para Aristóteles, acima de tudo, a responsabilidade ética é de quem faz política. “Quaisquer ações tomadas por um líder de governo devem ser em nome da maioria, do interesse público. Aristóteles fazia inclusive uma hierarquia disso: a família é mais importante que o indivíduo, a cidade é mais importante que a família, e assim sucessivamente, o interesse maior é o que está sempre em jogo”, ensina o professor. No entanto, o que vemos é o contrário. “Parte das pessoas que entram na política, ingressam primeiramente para resolver os problemas particulares, mas cabe aos eleitores barrá-los”, ressalva. “Se tu pegares o conjunto das Câmaras de Vereadores, das Assembléias Legislativas, da Câmara Federal, do Senado, os Prefeitos, os Governadores, Presidência da República, Se- Leia outras entrevistas e ouça o audio na versão online: Ana Steffen Luana Martinez www.rrpponline.com.br cretários Municipais, Estaduais, os Ministérios, Diretores de Autarquias de cada nível, tu vais ver que são absolutamente milhares de pessoas envolvidas, e deste conjunto de milhares é um percentual mínimo, absolutamente mínimo de gente que se desvia da sua função. Infelizmente não possuímos percentuais para afirmar ao certo, podemos exemplificar que a cada dez pesso- Tem outro aspecto que Hohlfeldt considera importante: as pessoas falam mal da política, generalizando os focos de desvio, mas se perguntarem em quem ela votou no último pleito, não sabe mais, ou seja, ela não tem um acompanhamento político. “Provavelmente ela só se preocupa em escolher em quem vai votar, sem estabelecer critérios, então o eleitor perde a raFOTO: GABRIELA DE OLIVEIRA/ HIPER g A imagem pública do ponto de vista de Hohlfeldt – jornalista, professor, escritor e político as, uma se desvia, o problema é que a imprensa acaba falando mais de um, parecendo que são os dez”, observa. A imagem da política passa a ser definida a partir desses desvios e a política e os políticos ficam vinculados a algo negativo. Contudo, as denúncias são mínimas frente a um conjunto imenso de pessoas que se envolvem. “A culpa não é absoluta da imprensa, a tendência é publicar o que quebra o padrão e o diferente é exatamente a corrupção. A imprensa está fazendo o que lhe cabe, a intensidade que ela cobre isso evidencia um aspecto negativo muito forte. Quem conhece e acompanha a política, sabe que na verdade os desvios são mínimos, mas quem não os conhece parece que são enormes”, compara o jornalista. zão de cobrar do político seriedade quando o primeiro corrupto foi ele próprio”, alfineta. Ele ressalta que as câmaras legislativas são reflexos da sociedade, seus eleitos não chegaram lá por conta própria, eles disputaram uma eleição e tiveram votos suficientes para serem empossados, portanto, ele é o reflexo dessa sociedade que ele está representando. “Se eu tenho que discutir o político corrupto, eu tenho que dizer necessariamente: há uma sociedade corrupta por trás dele, se não de fato corrupta, ao menos potencialmente corrupta por tê-lo eleito”, conclui Hohlfeldt. DIANA FERREIRA QUEVEDO, IURI CAMARGO E JEFERSON KOZENIESKI COUTO RRPPAtualidades/dezembro 2008 11 VINÍCIUS RORATTO CARVALHO/ HIPER NO PONTEIRO DE UM NOVO TEMPO i Na dinâmica da sociedade moderna, surgem novos tempos para os profissionais de relações-públicas. Conhecê-los e saber administrá-los é o grande desafio Nunca o tempo foi tão crucial na vida das pessoas. E o desafio deste mundo contemporâneo, principalmente para aqueles que estão inseridos nas organizações modernas, é saber administrá-lo. Segundo Manuela Victória Wagner, mestranda em Recursos Humanos e sócia-proprietária da empresa de Educação Coorporativa PowerSelf, “diferentes visões de tempo nos levam a tratá-lo de maneira errada no cotidiano”. A PowerSelf, como única empresa no Brasil especializada na administração do tempo com foco no desenvolvimento pessoal, tem seu trabalho voltado para o aprendizado comportamental a partir da definição de tempo como vida. Conforme Manuela, esta definição “é oriunda da visão relativista de que o tempo não é uma coisa em si, e sim, o ‘acontecer das coisas’, é duração, fluxo de eventos”. Assim, o fluxo dos eventos que nos acontecem ou que fazemos acontecer chamamos de vida. O método utilizado pela PowerSelf apresenta uma maneira de conduzir a vida com base em valores e com planos de futuro que conduzam a uma realização cotidiana. Esse propósito é consolidado em uma série de pe- quenos hábitos de atenção, planejamento e reflexão que, aplicados ao dia-a-dia, tornam as pessoas mais focadas, produtivas e felizes. Porém, defende Manuela, a grande questão é as pessoas se predisporem a adquirir esses hábitos, por mais simples que sejam. “É necessário que haja consciência que esses hábitos atingem não somente o cotidiano profissional das pessoas, mas também o pessoal”, enfatiza. O fator tempo na vida profissional é trabalhado pela PowerSelf com os chamados “ladrões do tempo”, nome dado para aqueles eventos que “roubam” o nosso tempo de trabalho. Às vezes há tantos “ladrões de tempo” que os indivíduos não conseguem focar no que realmente precisam fazer. São vários os “ladrões”, agrupados por Manuela Wagner em cinco categorias, para as quais possui uma série de dicas e técnicas de como deve-se tratá-los para que o tempo “roubado” por eles seja o menor possível. Essas técnicas também são passadas nos seminários da PowerSelf. Os principais ladrões são: 1) Interrupções; 2) Reuniões; 3) Protelação; 4) Delegação (não fazer ou fazer errado) e 5) Desorganização (mesa, documentos, computador, e-mails). Atualmente, são muitas as organizações preocupadas com a administração do tempo e a qualidade de vida de seus funcionários. Entre as empresas que a PowerSelf atende em todo o Brasil, estão a Gerdau, MWM, AGCO, Plugin, GM, Petroflex, Vivo, entre muitas outras. A doutora em Relações Públicas da PUCRS, Cleusa Scroferneker, vê como fundamental que as Relações Públicas tenham clareza dessas novas realidades sobre os ‘tempos’, especialmente, dos tempos organizacionais. “Competitividade, produtividade, flexibilidade são algumas expressões que sinalizam os novos tempos das organizações. Contudo, é preciso que, sendo profissionais de comunicação, tenhamos igualmente, a clareza de que esses novos tempos necessitam incluir os tempos das pessoas, do funcionário, do colaborador. Pensar, planejar e administrar esses tempos, via comunicação, talvez seja uma das alternativas para as relações públicas”, conclui a professora. FABIANE REJANE ALTÍSSIMO E GABRIELA PETER FONSECA 12 RRPPAtualidades/dezembro 2008 Famecos Sem Fronteiras iTrabalho proporciona relação com diferentes países aos alunos de Comunicação Social O programa Famecos Sem Fronteiras foi criado com o objetivo de internacionalizar a faculdade. O trabalho desenvolve-se em duas áreas distintas: o International Public Relations Campaigns (IPRC) e o apoio aos alunos no Programa de Mobilidade Acadêmica (PMA), oferecido pela PUCRS. O IPRC trabalha com campanhas de Relações Públicas realizadas por alunos da Famecos e de universidades estrangeiras, por videoconferência. As universidades encarregam-se de captar um cliente local e, durante um semestre, os alunos reúnem-se semanalmente para desenvolver as campanhas para os respectivos clientes. Até agora, já foram realizadas quatro campanhas com alunos da Ball State University, do estado de Indiana, Estados Unidos, tendo por clientes a ONG Cruz Vermelha Internacional, o Laboratório farmacêutico Eli Lilly, os cursos de comunicação social das duas universidades e a ONG Companheiros das Américas. Neste semestre, a Famecos realiza um trabalho com a University College Falmouth, localizada na Cornoália – sul da Inglaterra. A cliente é a Shelter Box, uma ONG que dá suporte às vítimas de acidentes ambientais como ciclones e furacões, já tendo atuado em mais de 45 países, entre eles Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos. A organização tem como principal produto uma caixa de plástico verde contendo 10 tendas e equipamentos auxiliares permitindo que uma família de até 10 pessoas sobreviva durante pelo menos seis meses com estes materiais. A Falmouth trabalha com a ONG Vida Urgente – Fundação Thiago Gonzaga, que desen- JANAÍNA AZEVEDO LOPES/ JORNALISMO volve a campanha Vida Urgente por meio de um conjunto de ações que visam, através da conscientização, diminuir os acidentes de trânsito, principalmente os que envolvem jovens. É interessante saber que o professor da faculdade inglesa, John Cope, tomou conhecimento do projeto da Famecos a partir de um documento virtual publicado na revista Famecos. “A partir dessa leitura, o professor entrou em contato via email conosco e começamos a acertar os detalhes para o trabalho entre as nossas faculdades”, conta g Alunos se reúnem à tarde para desenvolverem programas internacionais a professora Ana Steffen, coordenadora do projeto Famecos Sem FronteiEste ano, foram assinados convênios com a ras. Universidade de Coimbra, em Portugal, e com o Instituto de Comunicação de Paris. Foram seleO apoio aos alunos cionados, este semestre, oito alunos da Famecos Interessados no projeto devem ter como que estudarão em universidades estrangeiras pré-requisito o inglês fluente e estar atentos ao em 2009. “Uma das faculdades mais procuradas recrutamento de alunos, que se dá por meio de pelos estudantes do PMA são as faculdades porcartazes afixados no mural da Famecos. tuguesas e como uma das razões temos as faciliO apoio aos alunos que vão estudar fora do dades da língua”, acrescenta a coordenadora. país e aos alunos estrangeiros que vêm acompaPara participar desse programa, os alunos nhar aulas na Famecos concentra-se na orienta- devem preencher uma série de requisitos descrição à escolha das universidades convencionadas tas no site www.pucrs.br/pma. e à compatibilidade entre as disciplinas cursadas, bem como ao processo de adaptação dos ALINE MENEZES PINZON, JOANA GUERRA alunos. BENITES EJULIANY DE OLIVEIRA ESTEVES PUCRS, maior delegação brasileira em Congresso no Uruguai gAlunos da Famecos em Montevidéu Foi realizado entre os dias 15 e 17 de outubro, no Radisson Victoria Plaza Hotel, em Montevidéu, Uruguai, o 8º Congresso Internacional de Relações Públicas, organizado pela ALARP (Associação Latino Americana de Relações Publicas). Conferencistas de diversos países participaram do evento, alguns como o presidente da Confiarp Román Pérez Senac (Uruguai), Roberto Guerrero (Argentina), Ivette Ortíz (Colômbia), Tomàs Astudillo (Paraguai), Marcos Veragua (Chile), Daniel Peiro (Costa Rica), Antonio Lerma (Espanha) e Rosa María Pérez (Cuba). Também outros importantes comunicadores do Brasil se fizeram presentes, como Maria Apare- cida Ferrari (ECA/USP – UMESP – Abrapcorp), Eduardo Judas Barros (ALARP/Brasil), Marcelo Chamusca e Márcia Carvalhal (Portal RP-Bahia – UNIFACS – Faculdade Isaac Newton). A PUCRS foi representada no evento por cerca de 40 alunos dos mais diversos semestres do Curso de RRPP e também pelas professoras Lea Senger Jacobus, Flávio Falcetta e Souvenir Dornelles. Outras delegações se fizeram presentes, com mais intensidade os chilenos, com cerca de 250, Argentina, 150 e Paraguai com 100 alunos. Ao final do Congresso foi anunciado que a próxima edição será em Assunção, no Paraguai. TIAGO DEWES E MIGUEL DAGNINO RRPPAtualidades/dezembro 2008 13 FOTOS FABIANE REJANE ALTÍSSIMO Pluralidade em tribo de estudantes i ELES COMPARTILHAM A EXPERIÊNCIA DE VIVER EM COMUNIDADE, DIVIDINDO ESPAÇO E RESPONSABILIDADES Se olharmos os primórdios da história humana, veremos que o homem vivia em tribos, se comunicando através dos sinais, da fala, da escrita. Atualmente, sob a égide da sociedade moderna, os homens habitam os metros quadrados dos apartamentos debruçados sob a era virtual. Mas, exceções existem, por algum lugar desta cidade ainda encontramos “homens” vivendo em “tribo” em plena multidão de uma grande metrópole. Não acredita? Então vamos viajar ao interior de uma casa de estudantes universitários, e, conferir como essa gente vive na “maior sociedade”, e como as relações públicas são necessárias para intermediar tantas cabeças diferentes habitando o mesmo espaço. Nossa parada obrigatória é na Cidade Baixa, ruas Luiz Afonso, Sarmento Leite e José do Patrocínio. Ali encontramos três casas de estudantes universitários, abrigando cerca de 60 pesso- g Veja aqui o cotidiano de uma Casa de Estudantes as vindas dos mais distintos lugares do estado e do país, cada um com sua cultura, suas crenças e preferências. Um sonho em comum os une, estudar, ter um lugar ao sol, e, para tal, esses estudantes encontram abrigo no CEUPA – Centro Evangélico Universitário de Porto Alegre. O ambiente é simples, a moradia é mista, e cada um tem suas obrigações e rotinas, como fazer a limpeza da casa, lavar sua roupa, fazer comida e participar com assiduidade das várias reuniões que acontecem no decorrer dos meses. Como a administração se dá pelos próprios moradores, cada um tem o dever de participar de uma comissão interna. A casa tem a Comissão de Assuntos Internos, de Divulgação e Imprensa, de Cultura e de Assuntos Administrativos. Ainda, no rol administrativo, tem a Diretoria Executiva e as coordenações de casa que fazem parte do “grande sistema” administrativo do g Conheça a vida em sociedade em uma casa de jovens, na Cidade Baixa, em Porto Alegre CEUPA. Como dá para perceber, é preciso muita articulação e negociação nesse ambiente onde convivem tantas pessoas precisando resolver problemas da casa, se relacionar com a sociedade bem como entre si, e, haja Relações Públicas para não transformar tudo isso numa torre de babel. Às vezes, quando há alguma decisão mais séria a ser tomada, as reuniões se estendem até as duas da madrugada e é preciso mesmo muita comunicação e entendimento para se chegar a um ponto em comum. No próprio dia-a-dia a comunicação se faz imperiosa para fluir com serenidade o bom relacionamento no interior das casas. Isso se configura deste a escala da máquina para lavar roupa, até a administração dos horários do banho de cada um. Segundo a estudante de medicina Lílian S. Brikalski, de Joenvile, SC, “graças ao inesquecível esforço de estudantes que nos antecederam, essa casa pode hoje oferecer moradia àqueles que vêm estudar em Porto Alegre e região sem dispor de muito dinheiro para manutenção na capital”. Com o alto custo de vida que dificulta a estadia em uma grande cidade, o Centro Evangélico Universitário de Porto Alegre ainda é uma alternativa viável, onde, além de residir, o estudante amplia seus horizontes, aprende a lidar com diferenças e trabalha para que a casa possa continuar abrigando estudantes no futuro. É incrível, mas mesmo não sabendo, as pessoas que vivem em uma casa de estudantes ou outra forma coletiva de moradia, se deparam diariamente com a necessidade de ter noções de relações públicas para poder viver em harmonia no meio de tanta diferença. Isso comprova o quanto a comunicação está inserida na sociedade, desde o homem das cavernas, ao homem moderno que necessita se comunicar e se entender no meio da diversidade de pensamentos e hábitos. FABIANE REJANE ALTÍSSIMO 14 RRPPAtualidades/dezembro 2008 PATRÍCIAQ DYONÍSIO/ HIPER Doutoras da Famecos são homenageadas iPortal RP-Bahia premia professoras do Curso de RRPP da PUC No último Intercom, realizado entre os dias 2 e 6 de setembro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, as professoras da Famecos, Cláudia Peixoto de Moura e Cleusa Maria Andrade Scroferneker, foram condecoradas durante a cerimônia de entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil. Elas foram detaque como forma de reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos na área da produção acadêmica em Relações Públicas. Kunsch (2007), uma das mais significativas relações-públicas brasileiras, cujo trabalho é reverenciado em todo o mundo. Para Cláudia, a homenagem “é um reconhecimento profissional, e também uma forma de visualização para a Famecos”, uma vez que seu trabalho é desenvolvido dentro da faculdade, assim sua eleição é sinal de que as pessoas passam a olhar mais para nós. Além disso, a professora destacou que ser recém a terceira condecorada é uma agradável surpresa, pois ela mesma utiliza-se de outros colegas nas bibliografias de suas aulas que também poderiam merecer tal destaque. A professora Cláudia possui um currículo invejável, multidisciplinar e suas contribuições para a área vão desde as coordenações de grupos de trabalhos em eventos nacionais até a participação direta nas entidades representativas de classe. Já a professora Doutora Cleusa Scroferneker, que é formada pela PUCRS em Comunicação Social (1973), onde leciona Comunicação Organizacional, foi indicada por profissionais de Relações Públicas, na categoria Professor(a) Pesquisador(a), que inclui os profissionais de destaque na sua atuação na academia, no âmbito da docência e da pesquisa, foi condecorada com o segundo lugar através do voto de júri popular via Internet, sendo o primeiro lugar, nessa mesma categoria, a Professora Doutora Margarida Kunsch, ainda que a diferença de votação tenha sido mínima. "Foi uma grata surpresa ser reconhecida pelos colegas, alunos e profissionais de RRPP e ter sido superada apenas pela minha sempre orientadora", disse Cleusa. ARQUIVO RRPP g Charles Kiefer, o patrono de 2008 PUC dois anos consecutivos na Feira do Livro MARIANA GUARALDI LICHT g Cláudia indicada por notáveis O Prêmio Relações Públicas do Brasil foi criado em 2006 pelo portal RP-Bahia, visando valorizar os profissionais da área que atuem tanto na academia quanto no mercado. Divido nas categorias: Profissional de Mercado; Professor(a) Pesquisador(a); Contribuição Histórica (In memorian); Profissional Revelação; a cerimônia, em seu encerramento, conta ainda com premiação pela Medalha 2 de Dezembro que é entregue a um profissional eleito pela Comissão de Notáveis, composta por profissionais atuantes na área a representantes do meio acadêmcio. Hoje o prêmio já faz parte da programação do Intercom. Na categoria em que somente a Comissão de Notáveis indica o vencedor, a professora Cláudia Peixoto de Moura recebeu o Prêmio Relações Públicas do Brasil, conferido com a entrega da Medalha 2 de Dezembro, honraria máxima da noite. A data remete ao dia da profissão de Relações Públicas amtes fora concedida apenas a dois profissionais. Em sua primeira edição, ao próprio criador da medalha, Luiz Gonzaga (2006), e no ano seguinte a Margarida Krohling JEFFERSON KOZENIESKI E PRISCILA AVIGLIANO IURI CAMARGO DE OLIVEIRA/ RRPP Neste ano, o Patrono escolhido da 54º Feira do Livro foi o Charles Kiefer, professor do curso de Letras da PUCRS e escritor de tantas obras como Caminhando na Chuva. No ano passado, a PUC também esteve presente na distinção maior da Feira, com outro professor indicado para Patrono, o jornalista, escritor e crítico literário Antônio Hohlfeldt, da Famecos. Kiefer já vinha sendo indicado para Patrono por dez anos, por isso foi muito parabenizado por seus alunos e agradeceu de forma tímida, observou reportagem do jornal Hipertexto. Nascido em 1958 na cidade de Três de Maio, teve sua primeira obra lançada em 1977, hoje possui mais de 30 livros editados e com alguns prêmios importantes em seu currículo. Também dirige uma oficina literária e suas obras vem sendo adaptadas para o teatro e cinema, assim como Quem faz gemer a terra foi adaptado por várias vezes, inclusive fora do país. Kiefer explica que suas obras tratam de problemas sociais: “Isso não quer dizer que não me preocupe com a estética, com a beleza da forma. Trabalho muito a forma, mas em geral com um conteúdo de cunho social.” Antes mesmo da sua posse como Patrono, Kiefer estranhou muito ao ter sido parado na rua para dar autógrafos, situação que jamais havia vivido, apesar de tantas obras publicadas. A 54º Feira do Livro se realizou de 31 de outubro a 16 de novembro, no centro de Porto Alegre. g Cleusa Scroferneker no júri popular RRPPAtualidades/dezembro 2008 15 Sustentabilidade social: uma nova área de comunicação i Projeto ambiental Gaia, em Garopaba, é inspirado nas idéias ecológicas deixadas por Lutzenberger O Projeto Ambiental Gaia Village é desenvolvido a partir da concepção de vida de Gastão Avelino e Carmen Werlang que em 1968 passaram a participar das comunidades do Ouvidor, Barra, Grama e Encantada, todas em Garopaba. A sede do projeto se localiza na propriedade da família Werlang, no município de Garopaba, sul do estado de Santa Catarina, e de sua empresa, G. A. Werlang Gestão e Ambiente. A área de atuação do projeto, no entanto, não se limita à área física da propriedade, mas inclui um rol de ações nas diversas comunidades do município, fazendo um projeto de responsabilidade social e integrando a comunidaFOTOS DIVULGAÇÃO g Parque ecológico em Santa Catarina de com valores para a preservação da natureza. Entre os seus principais projetos estão presentes os seguintes: Consolidação de redes e parcerias com os indivíduos, comunidades, organizações não governamentais e órgãos de governos. O professor José Lutzenberger (1926 – 2002), no ano de 1997 fez as primeiras formulações para a concepção desse projeto que visa propor, planejar, implementar e demonstra soluções ambientalmente responsáveis, em direção a um desenvolvimento sustentável. Atualmente, projeto implementa os seguintes programas: Preservação de ecos sistemas, produção rural sustentável, tecnologias ambientalmente amigáveis, desenvolvimento humano, sensibilização ambiental, saúde ambiental e infra-estrutura de edificações. Franco Werlang, atual responsável, explicou como é realizado o processo de Comunicação Social presente na fundação. “É primordial o acesso da Comunicação no Projeto Gaia Village, viabilizando um maior retorno para a instituição”, disse. Para ele, que é formado em Direito e Administração e tem uma visão voltada à conscientização ambiental, o profissional de rela- g Mensagem ecológica de Lutz permanece ções-públicas atua na conexão entre os públicos: escolas, comunidades e órgãos governamentais envolvidos nas atividades da instituição. “As estratégias utilizadas para elaborar ações que envolvam os públicos, devem ser criadas por profissionais de relações-públicas, que por sua diversidade de atuações, podem beneficiar futuros processos de comunicação ligados a responsabilidade ambiental”, conclui o empresário. JULIANA GOMES E KARINE REICHEL O polivalente Robson Lhul aposta no terceiro setor Robson Lhul é um profissional poliva- co Regional de Desenvolvimento do Extremo lente, atua nos três setores da economia, Sul – como estagiário, na área de Responsapromovendo o desenvolvimento econômico bilidade Social. Depois de formado foi consustentável e conciliando Relações Públicas e vidado para coordenar o setor, na mesma Química, áreas diferentes que este profissio- instituição. Desde o ano passado trabalha nal une de forma muito criativa. “O melhor na Prefeitura de disso tudo é combinar Química e ComuniPorto Alegre, decação”, diz enquanto mostra orgulho de um senvolvendo problusão de lã feita a partir da reciclagem de jetos de sustentagarrafas pet. bilidade. Desde o período em que era acadêmico Atualmente, de Comunicação Social, sempre criou altera ‘menina dos nativas para a construção do seu conheci- g Robson Lhul olhos’ de Lhul mento de forma diferenciada. Diversificou sãos os projetos sua experiência com trabalho voluntário e se de reciclagem que vêm coordenando como manteve atento e preparado às novas opor- membro do Comitê Gestor do COEP – Cotunidades de estágio, mas todos os caminhos mitê de Organizações, Entidades e Pessoas o conduziram ao desenvolvimento da susten- – ONG de nível nacional. tabilidade. Robson acredita que o profissional de ReInicialmente entrou para o BRDE – Ban- lações Públicas ganha cada vez mais impor- tância na sociedade atual, com o propósito de desenvolver redes de relacionamentos, e estabelecer parcerias de sucesso. É a isto que se dedicado. Com muito êxito, Robson tem articulado seu cargo público e sua função na ONG de forma a promover o desenvolvimento sustentável. Paralelo a isso, se dedica, também, à assessoria de marketing industrial. Questionado sobre seu futuro profissional, ele não tem dúvidas de que está no caminho certo, pois acredita no poder do trabalho que vem desenvolvendo para a melhoria da sociedade. “Ainda quero ter minha própria empresa, trabalhar com assessoria direcionada ao marketing ecológico”, afirma. Robson acredita que sustentabilidade é mais que uma moda, é uma postura, uma atitude que está mudando as relações humanas. MIRIAN MENDES 16 RRPPAtualidades/dezembro 2008 Lançado Projeto Clube 25 da Cruz Vermelha Os alunos de Relações Públicas da disciplina de Projeto Experimental da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS foram indicados pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários para apoiar implantação e divulgação do lançamento do projeto Clube 25, Ação da Cruz Vermelha Brasileira do Rio Grande do Sul. Coube ao curso de Relações Públicas a criação do primeiro clube do Estado denominado: Clu- be 25 PUCRS/Relações Públicas. A implantação deste clube ajudará muito no apoio a Cruz Vermelha para a divulgação e o surgimento de outros clubes no Estado. Neste semestre, a turma da manhã do curso de Relações Públicas de Projeto Experimental Comunitário, orientados pela professora Lauri Garcia Job, desenvolverá projetos para os 100 anos da Cruz Vermelha e Clube 25. Os alunos do tur- no da noite são responsáveis pelo lançamento e estruturação do Clube 25 Cruz Vermelha, que busca promover junto aos jovens o valor de salvar vidas doando sangue. Para saber mais informações sobre o Clube 25 é possível acessar o blog da Confraria Relações Públicas Pela Vida www.confrariarrpp.wordpress.com. RAFAELA BARRETO E IURI CAMARGO DE OLIVEIRA Uma relações-públicas assume a ouvidoria do hospital da PUC i Conheça o trabalho que vem sendo desenvolvido no Hospital São Lucas na área de atendimento Raquel Martins é a profissional de Relações Públicas que trabalha com a Gestão da Comunicação do Hospital São Lucas da PUCRS. Entre outros trabalhos, faz pesquisa de satisfação com clientes, é a Ouvidora da instituição. Por fazer parte da gestão, tem contato direto com a grande administração e autonomia para responder em nome do Hospital. “Nem sempre o cliente tem razão, mas temos que entender a razão do cliente”, diz Raquel. Sua sala se localiza em um ponto estratégico da organização, uma sala interligada com a equipe da comunicação, onde trabalham jornalistas, publicitários e estagiários da área de comunicação, pois tem de atuar em sintonia fina facilitando a comunicação integrada. No seu trabalho com comunicação organizacional estratégica é necessário espírito de grupo, descreve a Relações Públicas. Cuidar da imagem da empresa é uma de suas principais atribuições, tem a responsabilidade de traçar estratégias, que vão nortear todas as ações de comunicação da empresa. “O que faz g Call Center do São Lucas fica marcado, beneficiando a imagem institucional”, afirma a Relações Públicas. Margarida Kunsch, professora da USP e a principal teórica de Relações Públicas no Brasil ensina: “Na contemporaneidade, as Relações Públicas devem desenvolver nas organizações sua função estratégica, o profissional tem que se valer dos ensinamentos das teorias de gerenciamento ou administração. Suas aplicações são claras em todo o processo de planejamento, pois lidam com as incertezas, com tarefas e responsabilidades para tomada de decisões e para implantação dos planos de ação”. Raquel é responsável, também, pelo Espaço Cultural, Eventos, Telefonia e Call Center. Um profissional qualificado, com embasamento teórico pode gerenciar o seu espaço de atuação, encurtando, assim, os laços com o mercado. Observa-se que um Profissional de RP tem muito trabalho e responsabilidade dentro de uma organização. Conquistar seu público interno, não é fácil. No São Lucas, por exemplo, Raquel Martins lida com a categoria respeita- FOTOS LUANA NEDEL g Raquel e Jaqueline, sua colega no hospital da e privilegiada dos médicos e aos poucos vai conquistando o seu espaço e a confiança desses profissionais para ampliar seu trabalho e legitimar sua função. g Espaço Cultural em uma casa de saúde LUANA NEDEL E SUZIANE FREITAS RRPPAtualidades/dezembro 2008 17 Aliança entre Relações Públicas e Administração implementam BSC i A integração das diferentes áreas é fator diferencial para obter o sucesso do programa VALENTINE GIORDANI PANIZ/ RRPP A comunicação integrada consiste numa filosofia organizacional e deve permear todos os setores da instituição, atingindo assim todos os públicos, disseminando a missão, a visão e os valores da empresa. Não é novidade para os profissionais de Relações Públicas que a comunicação deve ser utilizada de maneira estratégica e integrada, no entanto, a implementação deste conceito não é realizado na prática, restringe-se a mero discurso, diagnostica Wilson Bueno. Um desafio para o profissional de comunicação é utilizar esse conceito aliado a práticas advindas da administração. O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta da administração que materializa a visão e o crescimento da organização. Foi criado em 1992 por Robert Kaplan e David Norton, professores da Harvard Business School. Desde então ele vem sendo utilizado por diversas organizações do setor privado, público (prefeituras, ministérios, secretarias) e ONG’s no mundo inteiro, sendo escolhido pela revista Harvard Business Review como uma das práticas de gestão Cinco princípios do BSC: 1. Liderança executiva; 2. Traduzir a estratégia; 3. Alinhamento organizacional; 4. Tarefa de todos; 5. É um processo contínuo. mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos. O BSC tem como base cinco princípios: mobilizar a mudança por meio da liderança executiva; traduzir a estratégia em termos operacionais; alinhar a organização com a estratégia; motivar para transformar a estratégia em tarefa de todos; transformar a estratégia em processo contínuo. Para que o programa tenha sucesso, ele deve ser compreendido e absorvido por todos, desde os gestores até as linhas operacionais, fazendo-se aí fundamental a atuação do relações-públicas, já que ele não é autocomunicativo. O profissional tem como meta elaborar um plano de comunicação que dissemine a novidade do BSC, adequando seu vocabulário denso ao nível de entendimento do seu quadro de funcionários, respeitando a especificidade de cada público. “Agindo com criatividade é possível traduzir os cinco princípios de forma lúdica e envolvente, podendo inclusive fazer analogias com assuntos cotidianos e atuais”, afirma Maria Auxiliadora Amiden, gerente da Symnetics. O Balanced Scorecard foi tema principal do curso “Melhores Práticas em Comunicação da Estratégia” ministrado por Amiden em São Paulo no mês de setembro. A ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) foi a organizadora do evento que teve como objetivo instruir os participantes a utilizar a comunicação de maneira estratégica para a eficácia do BSC nas organizações. Isso tudo foi ilustrado por um case de sucesso da empresa CIV (Companhia Indus- g Maria Auxiliadora ministrou curso em SP trial de Vidros), que implantou com excelência o BSC aliado à comunicação integrada e estratégica. A empresa utilizou a temática das olimpíadas para estimular a participação de todos, nunca esquecendo que este processo comunicacional é realizado de forma contínua, pois não existe começo, meio e fim. CATERINE GREIF E VALENTINE GIORDANI PANIZ Neka Machado: a palavra-chave é relacionamento IURI CAMARGO DE OLIVEIRA/ RRPP Neka Machado, RP e jornalista Neka Machado, 47 anos, é formada pela PUCRS em Relações Públicas e Jornalismo e leciona em sua faculdade de origem desde a década de 80. Vinculada ao curso de RRPP da Famecos, já chegou a coordenálo. Sempre disposta e com um sorriso no rosto, falou sobre sua formação acadêmica e trajetória profissional. Defensora da profissão de relações-públicas, já passou por diversos segmentos. Trabalhou tanto nas áreas pública como privada, no terceiro setor e no ensino. Teve destaque na área de comunicação de movimentos sindicais, entidades de classe de trabalhadores e em produtoras de cultura. Em sua ótica, a atividade de Relações Públicas é mediadora dos processos políticos comunicacionais e uma incentivadora dos relacionamentos nas organizações. “Se existe uma palavra-chave que está no meu vocabulário, que eu confio, é relacionamento”, enfati- za. Para ela, quem perder esse “trem” não vai se achar mais. “É incrível isso: as pessoas precisam perceber que nós estamos na Era do Relacionamento, que a intensidade das relações é que vai estabelecer o profissional do futuro e as relações do futuro no mercado de trabalho”. A professora traça aos alunos o perfil do relaçõespúblicas do século XXI: “Um sujeito articulado, estratégico, negociador, generalista e com uma visão humanizadora”. Além disso, ele deve saber trabalhar em conjunto. “Não acredito em profissional ‘ilha’, eu acho que as coisas têm que ser compartilhadas sempre!”, conclui. RAFAELA BARRETO NUNES JESSICA VINADÉ PEDROTTI URIEL MOURA RICACHENEVSKY 18 RRPPAtualidades/dezembro 2008 EVENTOS BETÂNIA CASTOLDI g Jefferson Aguiar explica sobre o trabalho da empresa Lef Produções Foco no cliente, diferencial para o sucesso Estamos em um cenário bastante competitivo na área de eventos. Cada empresa busca se diferenciar dentro da sua filosofia de trabalho, se aperfeiçoar e inovar sempre. Segundo Jefferson Aguiar, gerente de marketing da Lef Produções, o principal objetivo da empresa é a satisfação de seus clientes. “As pessoas estão cada vez mais exigentes, por isso estar atualizado é vital para sobreviver no mercado de trabalho”, ensina Jefferson Aguiar. Em sua opinião, para obter êxito na área de eventos deve-se acima de tudo se perguntar o que o cliente busca, quais são suas aspirações, para assim conquistá-lo. Para ele, uma das principais dificuldades é justamente saber o que o cliente quer e entregar aquilo que ele deseja. “Por isso é tão importante ter e manter um bom relacionamento com os clientes e procurar conhecê-los a fundo, garantindo assim atender todas as necessidades dos mesmos”, diz. O segmento de eventos exige uma permanente atualização em tendências, costumes e principalmente buscar sempre a inovação. “Se no relacionamento de um casal a rotina não é bem vista, imagina entre você e seu cliente, onde ele está pagando pelos seus serviços”, compara Aguiar. O cliente quer ser surpreendido sempre. O Gerente de Marketing finaliza: “O diferencial da nossa empresa está na forma que vemos nossos clientes. Eles são como sócios para nós. Afinal se chegamos onde chegamos foi graças a essa parceria”. Como vimos, neste ramo, não basta apenas ter competência e vontade de trabalhar, mas também criar um bom relacionamento com seus clientes, abrindo um canal de comunicação com eles, enviando informativos da empresa, convites para eventos e ouvindo suas críticas e sugestões. Para estreitar esses laços existe uma eficiente ferramenta, a pesquisa de mercado, que tem como objetivo avaliar a imagem da empresa, conhecer e medir os hábitos de consumo dos clientes, identificando as oportunidades. Este perfil é fundamental para que se saiba que tipo de estratégia devese utilizar em determinado evento, mas independentemente do tipo de evento e/ou cliente devemos utilizar estratégias que tenham a cara da empresa, determinar a imagem pela qual a empresa quer ser conhecida e investir nela. ÂNGELA DOS PASSOS E BETÂNIA CASTOLDI DA SILVA Predomínio dificulta mercado gaúcho O mercado de produção artís- raves não precisa se preocupar com tica no Rio Grande do Sul é domi- mais nada a não ser com a produnado por duas grandes produtoras ção de raves. Ela tem funcionários – Orbeat Music (Grupo RBS) e Opi- especificamente voltados para este nião Produtora. Qualquer empresa trabalho, fornecedores pré-deterque pretenda entrar neste meio de minados, conhecimento neste tipo atuação deve se adequar às regras de música e DJs de destaque que ditadas por elas, o que torna pra- vão atrair o público específico. Os ticamente impossível produzir um clientes são estabelecidos, o público grande evento sem seu apoio. freqüentador é aquele atraído por Segundo Luiz PRISCILA AVIGLIANO Beltrão, diretor de gestão da C4 Produtora, que vem organizando eventos com apoio do Grupo RBS, persistência, bom estudo de viabilidade, grande planejamento embasado em fatos possíveis e óbvios, muita paciência e extrema organização são condições essenciais para se ter chance de ver seu projeto sendo estudado e executado pelo grupo de dirigentes destas organizações. “A dificuldade faz com que o tempo de vida das novas produtoras seja muito curto e muitas vezes desastroso, dificultando ainda mais o mercado de atuação g Beltrão, diretor de gestão da C4 Produtora que já é tão competitivo”, comenta o profissional. tal música, pelo contexto do evenNa opinião do empresário, to – decoração, bebida, público - , como alternativa para furar o mo- diferente de festas onde tocam dinopólio e afirmar-se na área de versos estilos musicais, onde os freeventos está partir para a especia- qüentadores são variados e menos lização. Produtoras que promovem fiéis. “Os clientes fidelizados tenapenas um gênero musical tendem dem a ter interesse pela produtora a ter maior facilidade de desenvol- que promoveu a festa e procurar vimento. “Uma empresa que or- por próximos eventos promovidos ganiza apenas festas de pagode ou por ela”, assegura Luiz Beltrão. música eletrônica, por exemplo, A produtora que trabalha com concorrem apenas com um ramo estilo específico concorre com proespecífico de produtoras, concen- dutoras que fazem o mesmo trabatram-se em um único objetivo, vol- lho, para se destacar basta ter idéias tam todas suas forças e capacidade novas para aprimorar o que já vem para o mesmo sistema de evento”, sendo feito por todas as outras. observa o diretor da C4. Uma produtora que organiza só PRISCILA AVIGLIANO RRPPAtualidades/dezembro 2008 19 Empreendedor, OPINIÃO novo jeito de ser Empreendedorismo em RRPP é o título de uma nova disciplina que passou a fazer parte do currículo do curso de Relações Públicas da PUCRS em 2005. O programa tem por objetivo desenvolver desde o primeiro dia de aula o diferencial dos alunos. Mas, mais que trabalhar as potencialidades, esta a matéria amplia o leque de oportunidades e possibilita aos alunos vislumbrarem alternativas de carreira. Segundo a professora Maria da Graça Sanchez, que ministra a disciplina, as características empreendedoras são de grande importância para qualquer profissional hoje, mas, principalmente, para o profissional de relações públicas, pois esta é uma profissão ainda nova e em ascensão na sociedade. A professora destaca que o bom profissional é aquele que procura conhecer-se melhor, avaliando seu foco e estratégia, e busca opções de empregabilidade. Em conversa com Rogério Bohn, um ícone do Movimento de Jovens Empresários do RS, reforçamos a idéia de que devemos ser empreendedor sempre, em todos os setores da nossa vida. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, reforça Bohn citando Geraldo Vandré. E esta foi uma das premissas que norteou sua carreira. Aos 13 anos, Bohn iniciava sua vida profissional por ‘curiosidade’; a sua inquietude o incentiva a criar oportunidades desde cedo. Como presidente da Fajers – Federação de Jovens Empresários do RS –, teve sucesso e deu visibilidade ao movimento, chegando a efetivar parcerias com instituições de outros países. Segundo Rogério, existe quem já nasça empreendedor, capaz de ‘fazer do limão uma limonada’, mas também podemos desenvolver e aprimorar essas características cada vez mais exigidas. Para ele, a capacidade de resolver problemas e de enfrentá-los é um grande diferencial que contrapõe-se a antigos paradigmas. Temos que aprender a ver diferente, a buscar um novo ângulo, porque o mercado está saturado de quem faz sempre tudo igual, como se copiasse uma receita de bolo. Ser visionário é chegar ao melhor resultado utilizando diferentes ingredientes. Para muitos o termo empreendedorismo restringe-se ao investimento em uma empresa própria. Mas os profissionais ressaltam que no cenário econômico atual a postura empreendedora deve estar presente em qualquer momento ou lugar em que estejamos. Dentro das organizações em que trabalhamos há, com certeza, posturas e atitudes que podem ser repensadas para que os objetivos sejam atingidos de forma mais satisfatória. Foi-se o tempo em que tínhamos que esperar as oportunidades aparecerem, hoje nosso desafio é criá-las. JOANA GUERRA BENITES E MRIAN MENDES Profissionais em sala de aula Com o intuito de apresentar aos alunos do terceiro semestre as atividades dos profissionais de Relações Públicas, e como alguns estão posicionados hoje no mercado, a professora Léa Senger Jacobus apresentou alguns destes profissionais na disciplina de Processos e Programas, turno da manhã, do curso de RRPP da Famecos. Durante as palestras, os alunos puderam compreender a importância das atividades deste profissional e tirar algumas dúvidas que tinham em relação à profissão. O semestre começou com o depoimento da assessora de comunicação da Trensurb. Heloisa Machado, que é a relações-públicas da empresa, mostrou aos alunos os projetos de comunicação interna, realizados e muito bem elaborados. Através dela e de seus companheiros do setor, desenvolveram um trabalho de comunicação integrada, com profissionais de RP, Publicidade e Jornalismo, enfatizando a importância dos funcionários estagiários. No encontro seguinte, Raquel Martins, gestora na área de comunicação do Hospital São Lucas da PUC há 13 anos e que atua na área há 19 anos, destacou a importância de um profissional com dedicação total e suas dificuldades nesta atividade. Formada desde 1998 em RRPP e pós-graduada em 1999 em Administração/Recursos Humanos, Márcia Petry Chelkanoff Thier se apresentou diante da turma para falar de sua atividade como assistente de direção e na Assessoria de Apoio às Ações Comunitárias da PRAC (Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários) na PUCRS. Na sua atividade como relações-públicas, trabalha tanto para públicos internos quanto externos, através de um relacionamento com a sociedade, focada na afirmação da imagem da instituição. Márcia Petry faz a organização, execução e avaliação de eventos, através dos programas e projetos realizados para públicos internos e externos. No encontro de 26 de setembro, aconteceu a palestra com a Rose Lea Shames, profissional da área de Relações Públicas que atua na Assessoria de Comunicação Social do Detran/RS desde 1998, atualmente com exclusividade na área de RRPP da Autarquia. Como relações-públicas, Rose Shames acredita na importância de um ambiente com a comunicação integrada, lembrando que ela não se desenvolve somente entre os funcionários da área de comunicação, mas, sim, ter uma sintonia com todos da empresa. Os alunos também receberam a profissional de relações-públicas Aline Flores da Silva, que atua hoje na livraria e papelaria Edipucrs. Aline Flores é uma jovem de apenas 25 anos, mas já com uma trajetória profissional, e deixou uma lição: não desistir das nossas metas, onde queremos chegar e ser um dia. Na última palestra, a professora Léa apresentou o profissional recém formado em Relações Públicas, Marcelo Borba. Ele é coordenador de marketing do Praia de Belas Shopping Center, empreendimento do Iguatemi Empresa de Shopping Centers. Como primeiro relaçõespúblicas neste cargo, em janeiro vai fazer dois anos que Marcelo desenvolve suas atividades de marketing, comunicação institucional, promoções, eventos, ouvidoria, endomarketing, além de gerenciar toda equipe de atendimento do Shopping. Marcelo, assim como profissional e também nos princípios do Shopping, leva o Relacionamento com o Cliente e seus Públicos em primeiro lugar. Para a professora Léa, a grande importância desta disciplina é “aproximar o aluno ao mercado de trabalho, mostrar como a atividade de Relações Públicas está sendo bem praticada pelos ex-alunos da Famecos”. Nos próximos encontros, os alunos do terceiro semestre receberão profissionais de fora para ter uma visão mais ampla do mercado, antecipa a professora. JÉSSICA VINADE PEDROTTI E RAFAELA BARRETO NUNES gTurma da manhã de Processos e Programas com a professora Léa Jacobus. Promoção de sucesso 20 RRPPAtualidades/dezembro 2008 ENTREVISTA/ Ana Barretto Aluna destaque enfrenta mercado i Monografia do final do curso conquistou o primeiro lugar em concurso nacional de 2008 Recém formada pela PUCRS, Ana Isaia Barretto, foi considerada aluna destaque da turma 2007/02, tendo o coeficiente de maior rendimento. Sua monografia conquistou o primeiro lugar no Prêmio Nacional da Associação Brasileira de Relações Públicas, na categoria Empresarial. O trabalho intitulado As Contribuições das Relações Públicas para a Comunicação Mercadológica Hoteleira: A Rede Plaza de Hotéis, Resorts e Spa Brasil, foi orientadodo pela professora Cleusa Maria Andrade Scroferneker . A Cerimônia da 26ª edição do Prêmio da Associação Brasileira de Relações Públicas – sessão São Paulo aconteceu no dia 28 de outubro, no Auditório da Universidade Cruzeiro do Sul. O Prêmio ABRP distingue-se como a principal premiação nacional para a área de Relações Públicas. Desde os 14 anos, Ana já pensava em cursar algo na área de comunicação, mas somente decidiu por essa profissão, quando, no final da oitava série, visitou uma feira de profissões, em que uma estudante de comunicação motivou-a, mostrando o que era a profissão de relações -públicas. Depois disso, muito curiosa, começou a pesquisar sobre as atividades exercidas por este profissional, e cada vez mais percebeu que sua escolha estava certa. Confira a sua entrevista: Como foi sua trajetória acadêmica? Estive sempre envolvida em assuntos relacionados à área. No primeiro semestre comecei a estagiar como monitora do laboratório de Relações Públicas da Famecos e desde então trabalho como relações-públicas. Nunca tive dúvidas se realmente queria fazer esse curso, sempre fui uma aluna dedicada, sempre fiz tudo com muito prazer, pensando pelo lado positivo e tendo muita curiosidade. Assim, tive grande alegria na formatura quando recebi o “Alunadestaque” e também ao ter minha monografia escolhida e publicada na Revista de Graduação da PUCRS(http://revistaseletronicas.pucrs.br). Qual o professor que marcou mais? Todos me marcaram de alguma forma. Mas nunca vou esquecer a Neka, ela é especial; lembrando que foi minha paraninfa. A Cleusa, que foi minha orientadora, sempre me incentivou. É uma pessoa maravilhosa. Com a Souvenir tenho uma relação muito boa, considero-a como uma amiga, e suas aulas de pesquisa são ótimas. Nunca esquecerei os bons professores: Glafira Bartz, Jacques Wainberg, Roberto Simões e Ana Baseggio. Todos os professores são maravilhosos e devem ser valorizados. Os acadêmicos no decorrer do curso, geralmente se desmotivam. O que você recomenda para esses alunos? Essa dúvida vai sempre existir em todas as profissões, o mercado é competitivo e ele busca bons profissionais e se você sair da faculdade bem preparado, tendo consciência do papel que ARQUIVO PESSOAL g Ana Barretto formou-se na PUC em janeia sua profissão exerce e tendo uma boa rede de relacionamentos, a sua vaga no mercado está facilitada. Acredito que a vida é feita de escolhas, se você estuda, dedica-se, tudo você pode alcançar. Ressalto que a rede de relacionamentos é muito importante. Os colegas e professores de hoje poderão ser as portas para o mercado de amanhã. É preciso ler muito, aprimorar-se, estar sempre informado sobre o que acontece na área, ser curioso e correr atrás. Não adianta ficar reclamando, dizendo que não há mercado sem estar qualificado para ele. Pensas em fazer especialização? Atualmente faço especialização em Comunicação Estratégica na faculdade SENAC. Posteriormente, pretendo continuar meus estudos fazendo Mestrado. Qual a área das Relações Públicas que você mais gosta? Gosto um pouco de cada área, principalmente comunicação interna e pesquisa, que é muito ampla e interessante. Nas empresas em que você trabalhou, os públicos: (Ex: funcionários , gerentes, etc) tinham conhecimento do papel de um profissional de relações públicas? Acredito que hoje os empresários têm uma melhor noção de que o profissional de relaçõespúblicas atua como um elo, a ponte entre as organizações e seus públicos. As empresas já estão se ligando que o RP é o profissional que cuida da gestão da comunicação. Devemos sempre melhorar e evidenciar a importância da profissão. Dessa forma ajudaremos no crescimento da organização e sua imagem. Como funciona a relação entre os profissionais de RP, PP e Jornal? A organização que não tem em sua cultura a comunicação integrada, poderá estar correndo riscos. Não adianta o RP só ter foco nas ações ligadas a Relações Públicas, é preciso interagir com outras áreas para que a comunicação seja completa . As áreas de comunicação PP, RP e Jornal devem trabalhar em busca de um objetivo comum. Acredito que a empresa que pratica a comunicação integrada possui um diferencial no mercado que a qualifica. Na sua opinião, qual a relação entre o que aprendemos na faculdade e o que praticamos no mercado? Só percebemos o quanto aprendemos, quando já estamos inseridos no mercado de trabalho. Lembro-me sempre das aulas. Muitas vezes, quando estou praticando uma ação, percebo o quanto foi importante a teorização da faculdade. As organizações cada vez mais estão se projetando para a era da responsabilidade social. Em sua maioria, as grandes empresas já possuem visões de responsabilidade social e sustentabilidade. O ideal é que elas tenham isto como filosofia e não somente com o objetivo de economizar papel. Que mensagem deixa aos ex-colegas? O aluno deve aproveitar muito seu período na faculdade, sendo curioso e questionando quando houver dúvidas, buscando sempre ir mais além. É preciso gostar do que se faz. Os alunos precisam ter consciência que a Famecos possui ótimos laboratórios e grandes professores. Então, aproveitem o máximo o que eles têm para ensinar. KARINE REICHEL, TAMARA MOCH, ELIZIANE VEZZOZI E JULIANA GOMES RRPPAtualidades/dezembro 2008 21 RELAÇÕES PÚBLICAS NA MODA i O mundo da moda propicia um vasto campo de atuação para o profissional da relações-públicas g A moda em suas mais variadas tendências Querendo ou não, quando falamos sobre a atividade e o profissional de relações públicas, o primeiro pensamento que nos surge é: trabalhar na área de eventos ou se voltar para a comunicação integrada? O que muitos não sabem é um leque de oportunidades que se abre para o profissional de Relações Públicas, e o mundo da moda é um deles. O setor da moda e do mercado de luxo necessita de profissionais qualificados, que obtenham grande noção sobre as tendências e também, sobre o processo de comunicação e as suas ferramentas. O mundo da moda propicia ao relações-públicas a atuação em organização de desfiles, coletiva de imprensa, que cuide da imagem e da marca de determinada agência de moda, que crie pesquisas de comunicação para atender as necessidades, tanto da empresa que atua como dos clientes e fornecedores. O relações-públicas demonstra essa diferença de lidar com toda a comunicação da organização e seus públicos. Nessa via de mão dupla, busca infor- mações, tem percepção de melhorias, aprimora e põe em prática. As empresas que não possuem um relações-públicas perdem um profissional que é capaz de criar processos estratégicos de comunicação, com facilidade para lidar com situações do cotidiano. No mundo da moda, isto não é diferente. Planejar eventos, organizar grandes desfiles, fazer um mapeamento de públicos da agência, captando as expectativas da instituição e clientes, entre outras atividades, faz com que a atividade de Relações Públicas consiga aliar-se com grande sucesso ao mundo fashion. Nos anos 90, com a inserção de grandes eventos de moda aqui no Brasil, sendo um deles o famoso São Paulo Fashion Week, fez com que os profissionais da comunicação tivessem maior participação no segmento. Era necessário marketing para a divulgação dos desfiles e das marcas, editoriais de moda começaram a ser feitos mais assiduamente, mais precisamente junto com a atuação de assessores de imprensa e jornalistas e, por fim, os produtores de moda acabaram por realizar o trabalho dos relaçõespúblicas, englobando todas as áreas da comunicação. Como as Relações Públicas são uma das profissões mais promissoras e a moda estando sempre em evidência, torna-se indispensável conciliar ambos os ramos, que vai revelar um relações-públicas da moda como um profissional com bastante êxito e futuro. Basta dedicação, empenho e, claro, um pouco de estilo também não faz mal a ninguém. GILMAR NUNES AVILA JÚNIOR Aproximando realidades distantes Certas vezes, não percebemos que existem pessoas com tantas dificuldades e tão perto de nós. Pensando nisso, Daniela Bradacz, junto com seus colegas de Relações Públicas do 5° semestre, Emília Hilgert, Graziela Freitas e Rodrigo Viana, orientados pela professora Berenice Mércio, organizaram um evento para doação de 150 carteiras de identidade para pessoas de baixa renda, no dia 4 de outubro. A idéia partiu de Daniela, que trabalhava no Departamento de Identificação do Instituto Geral de Perícias do Estado do Rio Grande do Sul, que se utilizou da cota de eventos disponível para conseguir o benefício. A principal dificuldade encontrada pelos estudantes foi conseguir o apoio das empresas de ônibus para transportar as pessoas até o local. Após muito esforço, conseguiram o patrocínio da ATP (Associação das Empresas de Transporte de Passageiros). Foram selecionadas, através de pesquisas de renda, 150 pessoas, que em sua maioria tinham entre 18 e 70 anos, e são moradores do bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Eles ganharam a isenção da taxa de confecção. Segundo Graziela, “foi extremamente satisfatório ver a felicidade deles”. Já Emília acredita que os alunos puderam se aproximar de uma realidade até então desconhecida. Daniela sentiuse gratificada por poder ajudar e mostrar para essas pessoas que ainda há esperanças. LUANA NEDEL E MARCELLO BARCELOS g Rodrigo, professora Berenice, Daniela, Emilia e Graziela 22 RRPPAtualidades/dezembro 2008 ELSON SEMPÉ PEDROSO/ FAMECOS A arte da Produção Musical no século 21 iO produtor hoje influencia na identidade do artista g O argentino Fito Paez em Porto Alegre A revolução tecnológica forçou uma mudança estratégica no mercado da música nos últimos anos por causa da grande quantidade de bandas e diversidade de estilos musicais. Em meio à transforma- ção, uma importante atividade realizada por trás dos bastidores, a do produtor musical, também obteve um processo evolutivo que redirecionou seus objetivos. Na primeira metade do século XX, o papel do produtor musical lembrava o do cinematografico, em que ele supervisionava as sessões de gravação, pagava os técnicos, músicos e responsáveis pelo arranjo das canções e, algumas vezes, até escolhia material a ser divulgado. No entanto, com o passar dos anos, o cenário foi se modificando e agora os especialistas na área exercem uma forte influência na identidade e personalidade do artista. O produtor musical começou a participar diretamente do processo artístico, criando arranjos, escrevendo o material e cuidando da engenharia da gravação. Além disso, passou a se especializar também no curso da música popular, algumas vezes até mais do que os próprios músicos. Para o produtor musical Maurício Bressan, formado em Publici- dade, “a produção é a arte de fazer o artista conhecer a si próprio, antes de qualquer coisa, para depois atingir o objetivo final, que é o de emocionar o ouvinte”. Segundo ele, este tipo de atividade é responsável por desenvolver a parte “suja” do negócio, transformando a obra de arte e o artista em um produto comercial bem idealizado. Maurício explicou que o produtor estabelece uma linha de produção, com termos práticos e tecnológicos, que possibilitem a gravação de um CD. Para tudo funcionar, é preciso estar atento a importantes fatores, como agendar o tempo dos artistas nos estúdios, providenciar os músicos de apoio, se certificar das necessidades dos artistas e outros pequenos detalhes que influem na linha de montagem do produto. “O trabalho é complexo e envolve experiência e conhecimento técnico para integrar todas as etapas da linha de montagem do CD”, finalizou Bressan. DANIEL ZAGO GIACOBO ARTIGO Inovar é necessário (ou feche as portas) O relacionamento entre públicos e organi- a informação que lhe é necessária naquele mozação é algo muito importante, porém frágil. mento, e que daqui a pouco já não é mais. Manter o bom relacionamento entre as partes Os públicos das organizações já não quenão é algo fácil, e esse é o papel do relações- rem perder tempo com o que não os interespúblicas. sam, com instituições que não respeitam a coUm profissional de Relações Públicas tem munidade, a natureza, as vontades de cada um. um papel importante no relacionamento entre É necessário, sim, inovar, crias novas formas organização e público, na multiplicação das in- para chamar a atenção do público alvo, pois a formações, em manter o bom relacionamento organização que parar no tempo, só terá duas com a imprensa, além de possuir a capacidade alternativas: se render às novas tecnologias, e de lidar com diferentes tipos de públicos, utili- às novas formas de conquistar clientes, ou, fezando para cada um deles, uma comunicação char as portas. específica. Entretanto, muiOs públicos são tas organizações já Leia outros artigos na versão online: pessoas, e como tais adquiriram as novas Sou um (a) relações-públicas? devemos entender que tecnologias, e perceMilitante político revolucionário são diferentes uns dos beram que sem elas, www.rrpponline.com.br outros. Cada um tem não teriam um futuro vontades percebidas próspero, com pesde maneiras diferentes pelas organizações; as- quisas, planejamentos e mapeamentos, descosim como as pessoas são individuais na manei- briram que não poderiam deixaram de lado as ra de pensar, a comunicação deve ser cada vez velhas formas de se comunicar, é necessário mais individualizada e específica. inovar, mas sem deixar de lado o que deu certo Se pararmos para pensar em individualis- por muito tempo. mo, há tempo que isso já vem ocorrendo, pois Por exemplo, o público interno: eles precicom a chegada da Internet, tudo ficou diferente, sam de notícias atualizadas sobre a organizaas pessoas não se reúnem mais na frente da te- ção na qual trabalham, que podem ser dadas levisão para assistirem juntos aos programas, através de um jornal interno, de alto falantes cada um no seu computador conectado procura espalhados, boca-a-boca, e intranet, além de várias outras que podem ser utilizadas, porém depende da mensagem que a organização quer transmitir. Já para o público externo, o mais comum é a utilização da televisão, do rádio, e da mídia impressa, para transmitir a mensagem necessária, mas também pode, e deve, ser usado como ferramenta de comunicação, o site (com notícias sempre atualizadas), nele colocar vídeos e links relacionados que possam ser de interesse do público, além de telefone e e-mail, para que se possa entrar em contato mais fácil. A utilização das novas tecnologias, a presença na Web, as formas múltiplas de relacionamento com os públicos (SAC, Marketing de Relacionamento, Webmarketing etc) devem integrar o composto de comunicação de uma organização. O mais importante é sempre manter um bom relacionamento com os públicos que estão envolvidos com a organização, seja ele, um fornecedor, um cliente, um sócio, o governo, a imprensa, a comunidade, as organizações concorrentes, enfim, todos. As organizações dependem dos públicos para sobreviver, assim como os públicos dependem das organizações, por isso o bom relacionamento é fundamental. MARIANA MARTINI SARDI RRPPAtualidades/dezembro 2008 23 PERFIL Osvaldo Biz, paixão e exigência forjados em vida de dificuldades i Reconhecido pelo seu talento, professor da PUC é um exemplo a ser seguido em todos os aspectos Certamente todos nós já vimos pelo menos uma vez um senhor de cabelos brancos, semblante tranqüilo e SEMPRE usando um chapéu, no saguão da Famecos. Ele é Osvaldo Biz, um dos professores mais exigentes que conheço, mas também o que mais mostra amor pelo seu trabalho. Conhecendo sua história, vemos que sua infância foi muito pobre, complicada, porém junto dele sempre existiu uma vontade imensa de melhorar. Nascido em 15 de setembro de 1939, numa colônia próxima de Blumenau em uma casa muito pobre, trabalhava no campo na parte da manhã e à tarde ia à escola. Era tão aplicado aos estudos que as professoras pediam para que fosse ao colégio para estimular os outros colegas a gostarem de estudar. O amor pelos livros se tornou um traço marcante de sua personalidade, aos domingos lia para sua mãe, um livro chamado “A vida de Santa Genoveva”, uma vez que ela não sabia ler ou escrever. Quando perguntado pelos “famosos” chapéus, recordou-se de quando seu pai lhe trouxe um chapéu, de Blumenau, e o deixou tão feliz naquele dia, tanto que perguntava ao pai: “Pai, quantos dias faltam para chegar o domingo?”, lembrando que domingo era dia de ir à Igreja. A família era muito religiosa, e nas saídas das missas existia um jornal chamado A Imprensa, que seu pai sempre lia, pois gostava de política. Foi também a Igreja, ou melhor, seus sinos que badalaram durante a noite para avisar a todos da colônia que a 2ª Guerra Mundial havia chegado ao fim. Perguntei a ele: “O que o senhor gostaria de ser, se não fosse professor?” E a resposta foi: “Eu nunca pensei nessa questão”, está aí a maior prova de amor a uma profissão. Atualmente ministra aulas na Famecos, nas disciplinas de Comunicação, Cultura e Realidade Brasileira, Jornalismo Internacional e Crítica da Mídia. Têm em seu currículo 12 livros publicados e está trabalhando em dois projetos para breve. Sobre a política atual, diz o seguinte: “Política é importante, política envolve nossa vida desde o amanhecer até o entardecer. Tudo gira em torno da política, conseqüentemente eu não posso desprezá-la, eu não posso alienar-me dela, URIEL MOURA RICACHENEVSKY ARQUIVO PESSOAL Leia outros PERFIS na versão online: Ana Baseggio Ana Paula Soliman André Holtz Berenice Pereira Cássio Grinberg Cristina Lima Flávia Custódio Leonardo Gomes Mágda Rodrigues Cunha Suzana Gib Azevedo www.rrpponline.com.br eu devo participar dela”. Com 69 anos de idade e cada vez mais jovem, ativo e maravilhoso, o professor, é exatamente o tipo de pessoa que nos faz sempre querer melhorar. Indubitavelmente é um exemplo de fé e determinação a ser seguido. Termino esse artigo expressando minha mais sincera admiração por essa pessoa maravilhosa que é Osvaldo Biz. gOsvaldo Biz, um ser humano admirável 24 RRPPAtualidades/dezembro 2008 Editora lança linha ecológica i Vigésimo aniversário da Edipucrs, em 2008, é comemorado em tom verde, politicamente correto A Editora da PUCRS lançou uma linha de papelaria ecológica, com a finalidade de desenvolver um projeto de consciência ecológica dentro das comemorações do 20º aniversário da Edipucrs. “O objetivo da editora é oferecer produtos de papelaria que respeitem o meio ambiente, criando uma marca própria de produtos com consciência ambiental”, explica o diretor Jerônimo Braga. A linha Eco surgiu de uma necessidade de serem oferecidos aos clientes da livraria produtos de papelaria. Como a livraria fica em um local onde ocorrem muitos eventos, no prédio 41, sempre existiu a procura por canetas, blocos e CLARISSA FREIBERGER / RRPP cadernos. A editora buscou inovar, criando uma linha de produtos com uma marca própria. E como principal objetivo, compensar o impacto ambiental da impressão dos livros, foi criada uma linha pioneira no segmento editorial universitário, uma linha de produtos ecológicos. Segundo Aline Flores, relações-públicas da Edipucrs, reciclar é de fundamental importância para a vida do ser humano e do meio ambiente. “Ano após ano a Cadernos, lápis, canetas e sacolas, tudo com material reciclado reciclagem vem crescendo g no mundo inteiro, isto porque, a conscientização da população a respeito da reciclagem está cada vez maior”, observa a profissional. Para desenvolver a Linha ECO, a Edipucrs buscou trabalhar com as seguintes referências: valor agregado, respeito, consciências e o conceito dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). A linha é composta por dois modelos de cadernos com 100% de papel reciclado. Quatro modelos de sacolas de algodão, que permitem que o usuário tenha um material mais resistente e possa utilizar por diversas vezes, não havendo necessidade de usar e jogar fora como é feito com a sacola de plástico. Há, ainda, um modelo de caneta com o corpo em papel reciclado e clip de madeira reflorestada e um modelo de bloco 100% em papel reciclado. “O público acadêmico aceitou muito bem a linha ecológica, já tivemos que repor alguns produtos devido a grande procura, principalmente as sacolas”, festejou Aline. A idéia é a cada semestre apresentar produtos novos, sempre aceitando sugestões do consumidor. CLARISSA FREIBERGER