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GEAK - Grupo de Estudos Espíritas Allan Kardec
Estudos realizados em julho de 2015
Conselho do Presidente espiritual do Grupo
Incluímos aqui, abrindo esta coletânea de instruções solicitadas aos
Espíritos, um conselho dado pelo nosso Presidente espiritual Santo Agostinho por
julgarmos que, embora tenha sido a última comunicação que recebemos nas
férias, ela deve ser lida antes de tudo:
"Após estes dias de estudo deixo-vos um conselho final: que cada membro
do grupo leia e medite sobre as comunicações recebidas. Aquelas que apontam
para orientações a serem feitas na intimidade, que bem reflita e observe como
melhor aplicá-las. Quanto às que dizem respeito ao grupo, estude com bastante
cuidado, observando sua postura como membro do grupo; pergunte a si mesmo o
quanto tem colaborado, o quanto melhorou, e se ainda pode melhorar com o
grupo.
Lembrai-vos que para discordar dos conselhos dos bons Espíritos não são
necessárias manifestações retumbantes ou debates calorosos; transformar o que
recebestes em letra morta é a melhor forma de discordar, porque dá uma
aparência de tranquilidade à consciência."
Santo Agostinho
Psicografada em 23/07/2015.
Coletânea das comunicações dos Espíritos obtidas no Encontro de
julho de 2015.
Para o nosso encontro dos dias 3 a 5 de julho de 2015 convidamos alguns
membros de grupos espíritas, particulares e familiares, de algumas cidades
brasileiras, com o propósito de estudar com os Espíritos, conforme nos orienta
nosso mestre Allan Kardec em suas obras. Tivemos como professores os bons
Espíritos.
Reunimos nesta coletânea as instruções ditadas pelos nossos professores e
que julgamos serem úteis ao grupo. As instruções nos foram dadas durante o
Encontro e também nos dias que o antecederam e se seguiram a ele, em estudos
feitos por alguns membros que puderam se demorar um tempo a mais conosco
com o objetivo de estudar. Recebemos também várias comunicações apócrifas ou
ruins, mas nesta coletânea incluímos somente aquelas que julgamos conter
ensinamentos sérios e úteis.
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Introdução
Iniciamos os nossos estudos refletindo sobre este texto de Allan Kardec, publicado
na "Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”, em O Livro dos Espíritos:
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“Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a doutrina espírita, que
nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito
com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados
de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não sabemos como dar
esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto; que
não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento
indispensáveis. Ainda menos saberíamos dá-los a alguns que, para não decaírem
da reputação de homens de espírito, se afadigam por achar um lado burlesco nas
coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, caráter e
convicções lhes dão direito à consideração de quem quer que se preze de bemeducado. Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua
atenção os fatos. Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, porém,
em respeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Será de
admirar que muitas vezes não se obtenha nenhuma resposta sensata a questões
de si mesmas graves, quando propostas ao acaso e à queima-roupa, em meio de
uma aluvião de outras extravagantes? Ademais, sucede freqüentemente que, por
complexa, uma questão, para ser elucidada, exige a solução de outras
preliminares ou complementares. Quem deseje tornar-se versado numa ciência
tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o
encadeamento e o desenvolvimento das ideias. Que adiantará àquele que, ao
acaso, dirigir a um cientista perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras
palavras ignore? Poderá o próprio cientista, por maior que seja a sua boa-vontade,
dar-lhe resposta satisfatória? A resposta isolada, que der, será forçosamente
incompleta e quase sempre, por isso mesmo, ininteligível, ou parecerá absurda e
contraditória. O mesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos. Quem quiser
com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso; mas, exatamente como se
procede entre nós deverá escolher seus professores e trabalhar com assiduidade.
Dissemos que os Espíritos superiores somente às sessões sérias acorrem,
sobretudo às em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos
para o bem. A leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os
homens, afastam as pessoas sensatas; o campo fica, então, livre à turba dos
Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões propícias para
zombarem de nós e se divertirem à nossa custa. Que é o que se dará com uma
questão grave em reuniões de tal ordem? Será respondida; mas, por quem?
Acontece como se a um bando de levianos, que estejam a divertir-se,
propusésseis estas questões: Que é a alma? Que é a morte? e outras tão
recreativas quanto essas. Se quereis respostas sérias, haveis de comportar-vos
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com toda a seriedade, na mais ampla acepção do termo, e de preencher todas as
condições reclamadas. Só assim obtereis grandes coisas. Sede, além do mais,
laboriosos e perseverantes nos vossos estudos, sem o que os Espíritos superiores
vos abandonarão, como faz um professor com os discípulos negligentes. Allan
Kardec.
Prefácio
Abrindo esta coletânea de comunicações colocamos um conselho de Paulo, dado
ao diretor de um grupo espírita particular que está em vias de formação e escolheu
esse nobre Espírito para ser o Presidente espiritual do seu grupo. Recebeu o que
se segue:
“O Espiritismo avança porque é conduzido pelos Espíritos segundo a
vontade de Deus. Esse movimento segue, apesar dos entraves tantos que foram
colocados para a ciência que unirá os homens no mesmo fim, que é o progresso
até Deus. Aqueles que souberem compreender esse avanço poderão servir como
bons trabalhadores que os Espíritos superiores saberão utilizar, a fim de que
possam colaborar com a providência Divina. Os grupos que se formam na busca
de se instruírem com as verdades espíritas, sob as vistas do Espírito de Verdade,
se conseguirem estampar em suas bandeiras a palavra caridade, a verdadeira
caridade, e a levar às últimas consequências, poderão ter certeza de que lhes
assistem os bons Espíritos. O Espiritismo é para ser vivido, e aquele que mais
exemplos der da mudança que é capaz de fazer em si mesmo, esse, por sua vez,
mais convencerá o seu próximo, mais será bem visto e com certeza seus
exemplos seguidos.
Anunciais aos quatro ventos: sou espírita; pois então sede-o em todos os
seus aspectos, demonstrando a força dessa ideia renovadora, que irá, amigos,
mudar a vossa sociedade e o vosso mundo.
Aconselho-vos a ponderação aliada ao desejo sincero de instrução, para que
vossos objetivos sejam sempre pautados no progresso individual e no do próximo.
Que a união e o amor sejam as marcas dos grupos sérios, e a fé e a
persistência o escudo contra os inimigos, hora ocultos, hora revelados: o desânimo
e a indiferença.
Sede firmes, porém dóceis; educai a vós e ao próximo com o exemplo e o
amor. Não esqueçais, espíritas, de que quem vos revelou essa doutrina foi o
Espírito de Verdade; confiai nas suas palavras e sede seus fiéis trabalhadores.”
Paulo, apóstolo.
Psicografada pelo Sr. R. A., em 02/07/2015.
Sobre a aparente diminuição do número de médiuns
Nesta sessão estudamos a dissertação de Erasto intitulada “Os Conflitos”,
publicada na Revista Espírita de dezembro de 1863, do qual destacamos esta
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parte: "O número dos médiuns é hoje incalculável e é desagradável ver que alguns
se julgam os únicos chamados a distribuir a verdade ao mundo e se extasiam ante
banalidades que consideram monumentos, pobres iludidos que se abaixam ao
passar sob os arcos de triunfo, como se a verdade tivesse esperado a sua vinda
para ser anunciada.”
Como base nessa assertiva de Erasto, nós o evocamos e lhe fizemos a
seguinte pergunta:
1. Qual é a causa da aparente escassez de médiuns atuantes hoje em dia,
diferentemente do número incalculável do século XIX?
Recebemos a seguinte resposta:
“A diminuição aparente no número de médiuns tem duas causas principais: a
explicação materialista e a deturpação das ideias espíritas. Com o avanço das
ciências materialistas, estas passaram a tentar explicar o fenômeno espírita pela
sua ótica. Os médiuns naturais passaram a ser tratados como doentes e os
remédios tornaram-se o tratamento para a "saúde" destes. Os sinais da
mediunidade agora são tratados e extirpados; os "doentes" nada têm a aprender
com as vozes, visões ou efeitos físicos que em torno deles surjam.
“Por outro lado, aqueles que gostariam de desenvolver a mediunidade não
encontram grupos que tratem isso como algo natural, pois os Espíritos que guiam
os grupos não permitem que haja proliferação de médiuns, pois se isso
acontecesse suas estratégias de dominação e suas falsas ideias rapidamente
ruiriam, porque não têm a força da verdade.
“Não podendo negar a mediunidade, a estratégia utilizada foi tornar o
médium alguém especial, um emissário de Jesus na Terra, e que só poucos teriam
esse privilégio. Tais ideias surgiam, nas suas comunicações, entre pequenos
conselhos de moral para garantir que tais ensinamentos vinham de Espíritos
superiores; os Espíritos perderiam assim seus intérpretes e o Espiritismo deixaria
de existir.
“Porém, como o Espiritismo representa o supremo apelo de Deus à
humanidade, nada puderam contra a força de dessa ideia. A felicidade materialista
não resiste, pois é sempre mesclada de insatisfação e vazio. Nem a deturpação
dos conceitos foi conseguida, pois as obras espíritas continuaram ao alcance de
todos. Imaginavam, os inimigos da causa, que todos os homens estavam sob a
tutela dos novos donos do Espiritismo, e os livros de Allan Kardec seriam visto
como peças de museu.
“Embora combatidas ferrenhamente, as ideias espiritas continuam a se
propagar. Novos grupos surgem, pessoas interessadas buscam se instruir. Têm
muito o que enfrentar? Sim. Há obstáculos a transpor? Sim. Mas não posso dizer
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que são maiores do que os da época daquela estatística.1 Muito já foi vencido. O
terreno foi preparado pelo mestre Allan Kardec. Qual o principal inimigo? Vós
mesmos. Desejais avançar? Estaremos aqui. Qual a vossa missão? Mudar a vós
mesmos.”
Erasto.
Pergunta - Nota-se que nesta dissertação não se fala de outros inimigos que
não nós mesmos. Todavia, sabemos que existem os inimigos desencarnados do
Espiritismo. Por que não foram citados? E a missão referida parece ser mais
individual do que geral, em comparação com a comunicação “Muitos os chamados
e poucos os escolhidos”, também de autoria de Erasto, publicada na Revista
Espírita de julho de 1861. Qual o motivo?
Resposta: “Fiz questão de não citá-los neste contexto para que não desvieis
o foco no presente momento, pois poderíeis sair em busca de culpados, tarefa bem
mais fácil do que a do aperfeiçoamento moral, e provavelmente não os
encontraríeis, pois há muito tempo vos comprazíeis com essas companhias.
Acreditai, teríeis neles antes antigos amigos do que inimigos. Dedicai-vos, pois, a
cuidar de vossa intimidade e assim vereis mais claramente as estratégias e
armadilhas que estes preparam para vós. Que neste momento não sejais lobo, é o
que vos aconselho.” Erasto.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 03/07/2015.
Sobre os médiuns e a mediunidade
Neste dia, pela manhã, estudamos o texto Obsedados e subjugados, da
Revista Espírita de outubro de 1858. Em seguida evocamos Allan Kardec e lhe
fizemos, com base no texto estudado, a seguinte pergunta:
Caro Mestre, notamos a maneira com que auxiliaste o Sr. F., médium
fascinado, e pudemos perceber que não temos tido sucesso quando tentamos
auxiliar os médiuns do grupo que parecem estar sob o domínio de Espíritos maus.
Como auxiliar, caso nos seja possível, os médiuns do grupo que não conseguem
receber boas comunicações, sem sermos ingênuos ou indiferentes?
Obtivemos a seguinte resposta:
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O Espírito refere-se a esta passagem do texto estudado: “Desde que o piedoso Espírito de
François-Nicolas Madeleine teve a bondade de me aliviar de uma parte de meu fardo espiritual,
pude considerar o conjunto da obra espírita e fazer a estatística moral dos obreiros que trabalham
na vinha do Senhor. Ah! Se tantos Espíritos imperfeitos se imiscuem na obra que perseguimos,
tenho o pesar maior de constatar que entre os nossos melhores auxiliares da Terra, muitos
vergaram ao peso de sua tarefa e pouco a pouco tomaram a trilha de suas antigas fraquezas, de
tal sorte que as grandes almas etéreas que os aconselhavam foram, desde então, substituídas por
Espíritos menos puros e menos perfeitos.
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“Não deveis confundir o auxílio aos médiuns que sofrem uma obsessão com
o trabalho de formação do médium; muitos dos dissabores que tendes enfrentado
é por confundirdes estas duas situações.
A formação do médium é algo individual que deve ser feita pelo aspirante no
silêncio da intimidade, movido por um desejo sincero e com objetivos bem claros:
instruir-se com os Espíritos e ser útil; exige um estudo constante e uma vontade
firme para não desistir ante as primeiras dificuldades. O resultado dos exercícios é
que deve ser apresentado ao grupo, ou àquele que tiver melhor condição de
observar as comunicações por um exame rigoroso, a fim de que não venham a cair
nas armadilhas muito comuns aos iniciantes. É neste trabalho silencioso, em que
apenas o desejo sincero do médium participa, que podereis notar as
particularidades da faculdade do médium, o gênero a que melhor se destina e
assegurar de fato a assistência dos bons Espíritos.
O trabalho de formação do médium, quando feito exclusivamente no grupo,
gera dois grandes problemas; primeiro, por serem as reuniões, em sua grande
maioria, semanais, demora-se muito tempo para eliminar problemas que exercícios
contínuos superariam com maior facilidade; outro seríssimo problema é que, em
vez de formação, há um processo de formatação dos médiuns, em que as
faculdades passam a se desenvolver de acordo com os preconceitos e as
necessidades do grupo naquele momento.
Quanto ao auxílio, este deve acontecer sempre que um médium formado,
que já tenha obtido comunicações instrutivas, passe a enfrentar problemas que o
impeçam de continuar a obtê-las; ainda assim, deve partir do médium o desejo de
ser auxiliado. Nesse caso, seus olhos podem ser abertos pelo processo de análise
rigorosa das comunicações que tem recebido, em que ele deve questionar-se
sobre as causas da degenerescência de suas faculdades.
Em qualquer outra situação, deve-se recomendar, antes de qualquer coisa, a
leitura de O Livro dos Médiuns, e que o interessado inicie ou recomece os
exercícios, buscando compreender a teoria, tendo paciência e calma para
conseguir o que deseja. A mediunidade não pode ser desculpa para a falta de vigor
moral; não havendo interesse sério para o estudo, da parte do interessado, seria
perda de tempo manter-se num auxílio que não podem oferecer.”
Allan Kardec.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 18/07/15.
Observação: Quem desejar aprofundar o tema do desenvolvimento da
mediunidade leia os itens 200 e seguintes de O Livro dos Médiuns.
Sobre os médiuns acomodados
"Um dos problemas gerados pelo desenvolvimento da mediunidade e de seu
uso exclusivamente no grupo é a tendência, por parte do médium, a substituir o
seu Guia pelo grupo. Desenvolverá um sentimento de que só pode produzir
quando está no grupo, e que este representa sua assistência, e, ao participar do
grupo vê-se livre de uma obrigação semanal, deixando ao grupo a
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responsabilidade de analisar suas produções que, se não tiverem boa qualidade é
problema do grupo. Esse médium não cogita de utilizar sua faculdade para instruirse, o que dá oportunidade a Espíritos levianos ou malévolos de servir-se dele e a
assumir o papel dos Anjos no dia-a-dia, adulando sua acomodação.
Lembrai que a mediunidade é dada ao médium para seu adiantamento,
antes de tudo; é um meio de instruir-se com os Espíritos, e é o desejo constante
que atrairá os bons Espíritos.
Lembrai também que o verdadeiro espírita não se conforma ou acomoda em
suas limitações, mas ao contrário está em constante busca pela sua transformação
moral, e não abre mão do auxílio dos Guias da humanidade."
Psicografada pela Sra. T., em 20/07/2015.
Sobre os Anjos guardiães
Neste dia estudamos, entre outras coisas, sobre a importância dos anjos
guardiães para a nossa instrução moral. Foi feita uma breve exposição sobre como
Santo Agostinho, quando estava na Terra, conversava com seu Guia, conforme
consta em seu livro intitulado Solilóquios. Como temos muitos preconceitos
relacionados aos Anjos guardiães, formulamos as seguintes perguntas e as
propusemos aos nossos anjos guardiães:
1. Qual é o nosso maior preconceito com relação aos nossos Anjos
guardiões que não nos permite nos aproximar mais deles?
2. O que devemos fazer para diminuir a distância a que nós mesmos nos
colocamos, entre nós e nossos Anjos, e lançar mão do auxílio desses amigos para
nos instruirmos e também para ouvi-los melhor no dia a dia?
3. O que fazer para nos aproximar mais dos nossos Anjos durante a
emancipação pelo sono, e também para lembrar dos conselhos recebidos, quando
em vigília?
Recebemos as seguintes comunicações:
I
“O que vos afasta de nós é a ideia equivocada de que há um lugar e hora
reservados para que possamos vos instruir; nós vos assistimos sempre, cumprindo
as leis de Deus.
Na mediunidade, nos colocais como Espíritos especiais, e digo especiais
porque sendo vossos anjos, a ideia é que basta um pensamento e já está
estabelecida a comunicação entre nós; não, não poderia ser assim; preciso é que
atendais os mesmos critérios já propostos para a comunicação com os Espíritos, o
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que muitas vezes exige esforço de recolhimento, de vontade sincera e do desejo
que vos mova.
O médium que acredita ser suficientemente forte sozinho já está enganado;
nós, e os Espíritos que escolhestes para vos auxiliar neste caminho do
aprendizado do Espiritismo, somos a boa assistência; não somos de natureza
especial como o entendem, somos Espíritos vivendo a vida eterna, e temos nesse
momento a missão de vos sustentar no progresso.
Atentai também para verdes se não vos afastais de nós pelo fato de
achardes que estamos à vossa disposição vinte quatro horas por dia, sem um
critério lógico de necessidades e prioridades. Iremos assistir-vos sempre no
interesse do vosso progresso; evocai-nos, mas sabendo porque o fazeis; não nos
cansaremos de atender, e não nos cansaremos de dizer que apelai sempre à
razão para analisar os nossos conselhos.”
Anjo Guardião
Psicografada pelo Sr. R. A., em 04/07/2015.
II
“Meus amigos,
“Escutai a voz que ecoa em vosso íntimo; Deus vo-la enviou para que
possais conhecer a vós mesmos e para que não vos enganeis buscando a
felicidade onde não a encontrareis. Escutai o suave canto, mas não vos enganeis,
pois a melodia que vos tocará o coração vos fará, principalmente, refletir. Deus
quer que possais escolher melhor, que aprendais a usar as faculdades que vos
deu e é por isso que aqui estão estes Espíritos para vos convidar a caminhar pela
via correta do progresso.
O maior preconceito a combater em vós é o falso entendimento do auxílio
que dedicamos aos nossos protegidos. Nossa atuação foi reduzida ao livramento
dos males, ao socorro nos momentos de perigo e a evitarmos as desgraças, na
maioria das vezes, de ordem material. Mas aqui estamos para vos ajudar a vencer
as dificuldades morais; queremos vossa felicidade, e crede, não podemos retirar os
males que caracterizam vosso mundo, mas podemos vos auxiliar a vencer as
ideias preconcebidas e clarear-vos a visão sobre as intempéries da vida. Para que
vos auxiliemos de forma mais direta, dependemos do chamado do vosso coração.
Quando sinceramente quiserdes mudar vossa intimidade, nós aqui estaremos, pois
é nossa missão auxiliar-vos.”
Anjo da guarda.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 04/07/2015.
III
“Para vos aproximar dos vossos anjos durante o sono e lembrar-vos deste
período há de se ter o interesse e a persistência, a prece sincera ao anjo guardião
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antes de dormir, o interesse da instrução verdadeira e de superar velhos hábitos
que carregais em vossa intimidade.
Todos os dias, ao acordar, analisai como acordastes, quais são os primeiros
pensamentos que surgem; analisai se acordastes com mais bom ânimo, com mais
fé, com boas ideias. Isso não ocorrendo, deve-se renovar todos os dias o pedido.
Deveis utilizar a observação de si, desejar e trabalhar para a vossa melhoria. A
desatenção e a falta de dedicação é o que propicia o não aproveitardes da melhor
forma o momento do sono.”
Anjo guardião
Psicografada pelo Sr. Ch. K., em 04/07/2015.
IV
“Conheceis bem o conselho de vos perscrutar a vós mesmos sobre vossa
conduta nos momentos antes do sono físico, e poucos o praticam. O dia cheio e
cansativo, as atividades distrativas e os pensamentos de preocupação são muitos.
Quando tentais fazê-lo, surge a dificuldade de lembrar-vos do dia e logo vos
frustrais e, desestimulados, já não mais o tentam realizar.
“Proponho-vos, pois, uma questão: estais com a mente ocupada com o que
vos é útil em todos os momentos do dia? Não há instante algum em que vos
podeis dedicar a vos questionar sobre vossas ações? Cada um pode encontrar um
momento mais adequado a fim de se concentrar e, chamando-nos com o sincero
desejo de progresso, realizar a auto-análise necessária à reforma moral.
“Ademais, se não vos recordais de vosso dia, é sinal de que pouco tendes
observado; o dia passa como num piscar de olhos e pouco aproveitais para vós
dos incontáveis fatos que muito úteis vos seriam, pois que Deus nada faz de inútil.
“Buscai ter o olhar lúcido do cientista, que tudo examina, tudo observa e com
tudo aprende.”
Vossos Anjos.
Psicografada pelo Sr. M., em 04/07/2015.
A comunicação seguinte foi recebida quando estudávamos sobre os sonhos,
e, com base no item 402 do Livro dos Espíritos, fizemos a seguinte pergunta aos
nossos Guias:
1. Por que, quando em vigília, desejamos nos instruir com os bons Espíritos e,
quando em emancipação, em que o Espírito tem mais faculdades e potências, por
vezes ocorre nos deixarmos iludir por Espíritos mal-intencionados, e às vezes nos
impressionamos com imagens perturbadoras que vemos pouco antes de acordar?
"Experimentais durante o sono uma liberdade à qual não estais
acostumados em vigília, e isso permite que vossos verdadeiros interesses também
livremente se manifestem. Algumas vezes, tomados pelo desânimo ou pelo
cansaço, anseiam por um alívio das provas, pois creem-nas muito pesadas;
atender a essa solicitação é a principal forma de sedução dos Espíritos maus
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sobre aqueles que querem ser instruídos pelos bons Espíritos, mas que ainda não
conseguem perceber as artimanhas por trás das falsas promessas de alívio. Para evitar tal situação é necessário cultivar sempre a submissão à vontade
de Deus; encarar as provas da vida sem murmúrio, e durante o dia pedir a Deus o
esclarecimento e o entendimento das coisas; em tudo dar graças a Deus e estar
sempre buscando a felicidade que as provas bem suportadas geram. Aquele que
assim viver, caso venha a ter sonhos tolos e pueris, ou mesmo que imagens que
lhe possam causar alguma apreensão venham a surgir em seus sonhos, não deve
entregar-se ao medo, pois sabe que há confusão no regresso do Espírito
emancipado ao pleno domínio do corpo. Sabe também que os Espíritos, aqueles
sobre os quais deve estar sempre atento, aproveitam-se para usar desse momento
para tentar impressioná-lo, impedindo-o de haurir forças pela intuição dos
conselhos que recebeu. Buscai, pois, ao acordar, agradecer a Deus por tudo que
recebestes, pelos conselhos e esclarecimentos, e dizei para vós mesmos:
"obrigado meu Deus por ter atendido meu pedido. E tu, meu bom anjo,
acompanha-me durante todo o dia. Alerta-me, se eu não estiver vendo o erro.
Inspira-me a seguir o bom caminho. Conto contigo para que eu possa conhecer a
mim mesmo e entrever a felicidade a que todos os filhos de Deus estão
destinados."
Santo Agostinho. Psicografadas pelo Sr. C. M., em 12/04/2015.
Conselhos gerais aos grupos
Pergunta: Como podemos fazer o melhor no estudo em grupo, considerando
as diferenças de interesses e aptidões entre os membros do grupo, para o estudo
da Ciência Espírita? Além disso, pedimos conselhos gerais para nossas reuniões
espíritas, a fim de que possamos bem nos conduzir e ajudar-nos mutuamente.
Resposta:
“Meus amigos,
Todo grupo Espírita sério deve ter por objetivo o estudo com os Espíritos
como ferramenta de transformação moral do seus membros. Ainda que estejais
envolvidos em um meio de aptidões e interesses heterogêneos, não deveis
abandonar este primeiro objetivo, ou não podereis verdadeiramente ser chamados
de um grupo espírita. Porém, podereis amenizar tais disparidades.
Crede, aqueles que não estão dispostos a estudar não permanecerão; com o
tempo o estudo torna-se enfadonho e eles irão se retirar. Não lamenteis que
escolham um novo caminho e sigam felizes, mas buscai ouvir a vós mesmos e
notai se a presença destes que se foram não vos é mais agradável do que o vosso
aprendizado; atentai e vedes se não sentis mais falta das conversas informais do
que das contribuições nos estudos; mas para isso já não tendes as vossas
relações sociais? Que vossas reuniões espíritas não sejam assembleias onde
reinem as amenidades e as conversas triviais.
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Porém, há aqueles que parecem possuir pouco interesse ou têm grande
dificuldade de aprender; se persistem e de bom coração ali estão, sempre darão
indícios de alguma disposição ao aprendizado; não subestimeis a força do
progresso; por mais lento que pareça ele sempre acontece. Muitos agem assim por
preconceitos adquiridos e creem-se incapazes ou inferiores. Por isso é importante
diferenciar a ausência de interesse da falsa ideia de incapacidade; esta última
pode ser eliminada pelo grupo com o estudo sério, com a determinação de obter
boas comunicações, com a transformação moral dos seus membros e com o
auxílio que poderão oferecer.
Um grupo sério deve ter um núcleo de participantes que tenham bem firmes
os propósitos, que direcionem os estudos e que lembrem a todos o objetivo do
grupo. Enquanto não houver a homogeneidade total, que pelo menos a maioria
deva querer progredir com o auxílio dos Espíritos.”
Erasto
Psicografada pelo Sr. C. M., em 02/07/2015.
II
“A cada núcleo espírita sério que se forma, os Espíritos do progresso se
felicitam, pois o Espiritismo, como proposto pelo Espírito de Verdade, que Allan
Kardec tão bem preparou para vós, ganha mais um ponto de apoio à pesquisa das
verdades espirituais. Por outro lado, os inimigos esbravejam e sentem-se
amedrontados; temem que tudo aquilo que construíram venha a ruir. Por isso,
preparai-vos para a luta e não deixeis que os mesmos erros de outrora aconteçam
em vossos grupos. As táticas mais eficientes ainda são as mesmas; mudam a
forma, mas as portas por onde entram continuam sendo os vícios, principalmente a
vaidade e o orgulho.
Médiuns, não descuideis da vossa intimidade! Sabeis o que vos digo; sabeis
dos pensamentos que povoam vossos cérebros; quantos sentimentos maus vos
invadem a alma; quantas vezes não abandonais os preceitos cristãos, e ainda
assim não vos preocupais. Sabeis o que isso gera nas vossas reuniões; sabeis, e
ainda assim reclamais do excesso de zelo e cuidado! Não posso ser conivente
com este comportamento, não porque vos censure, mas porque desejo que não
percais os frutos da prova escolhida. Podeis ser mais felizes, basta que, para isso,
dobreis vosso orgulho ante o amor de Deus e não esqueçais o que Jesus vos
recomendou: orai e vigiai.
Aos diretores de grupo enfatizo: sede firmes! Conduzi vossos trabalhos com
rigor para que depois não sejais responsabilizados por aquele que se perdeu por
vossa omissão. Não temais as suscetibilidades. O progresso na investigação da
verdade no grupo depende de como conduzis vossos trabalhos. A brandura e a
doçura são necessárias, eu o sei, até porque a verdade sempre é benevolente,
mas há aqueles que pensam que ser caridoso é aceitar o erro, e estes não querem
de fato progredir; desejam apenas ser bajulados; são como crianças que choram
para ganhar um doce. Ouvi sempre, porém, aqueles que formam o grupo; ouvi-os
porque podeis estar errados; que as críticas sejam motivo de júbilo, pois com elas
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podereis aferir vosso proceder, mas não vos entregueis à mudança logo na
primeira crítica; antes ouvi atentamente e buscai confrontar as sugestões dadas
com que o Espiritismo ensina; se os que criticam estiverem com a razão, aceitai e
agradecei, pois assim estareis mais próximos da verdade.
E, por último, mas nem por isso menos importante, ouvi vossos guias, os
presidentes espirituais de cada grupo, e que em todas as reuniões o Espírito de
Verdade seja chamado, pois é ele quem preside este movimento. Lembrai que sem
os Espíritos todas as vossas tentativas de investigação das verdades espirituais
serão inúteis. Buscai sempre a verdade."
Erasto.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 11/07/2015.
Sobre os médiuns que às vezes não produzem nas sessões
Pergunta: Notamos que, por vezes, médiuns já desenvolvidos não recebem
comunicações em algumas sessões seguidas. Impedir que o médium escreva ou
fale, nas sessões em que se necessita de sua colaboração, poderia ser uma
espécie de obsessão ou de estratégia utilizada por maus Espíritos? Desejamos
entender melhor essa questão, para o que vos pedimos auxílio.
Recebemos a seguinte resposta:
"Ainda não compreendeis bem a dinâmica de uma reunião espírita séria. Os
preconceitos que ainda trazem os médiuns fazem com que acomodem-se numa
postura equivocada, cerrando os ouvidos e cruzando os braços, impedindo-nos de
falar ou escrever.
Entendei que quando evocai determinado Espírito, enquanto ele se
comunica por um médium os outros Espíritos não ficam em silêncio como
entendeis; o barulho que atrapalha são os pensamentos discordantes, as críticas
veladas e a falta de um objetivo claro do porque se está ali presente. Pode, por
exemplo, vosso presidente falar por um médium que lhe seja habitual e, ao mesmo
tempo, completar a ideia principal da comunicação por outro médium por encontrar
neste segundo o material cerebral adequado, ou menor resistência a determinados
conceitos; é bem comum também que os anjos guardiães e demais guias
desempenhem esse papel gerando assim comunicações simultâneas. Isso deveria
ocorrer ainda mais amiúde no caso das evocações de Espíritos sofredores ou nas
moralizações, em que os bons Espíritos pudessem destacar vários pontos do caso
a que o grupo se dedica a auxiliar; eis o motivo dos ditados expontâneos. Não
confundais isso com a balbúrdia das reuniões sem objetivos, tão comuns em vosso
planeta. Estamos unidos em nome de Deus com objetivo de ajudar-vos; todos nós
gostaríamos de colaborar, e se não há disposição por parte de alguns médiuns não
creiam que é porque não temos nada a declarar sobre o caso solicitado, pois todo
guia, todo anjo da guarda, quando evocado com desejo sincero por um médium
experimentado tem algo a dizer; nem sempre ditamos dissertações, porém, ao
menos uma frase de encorajamento temos para vos deixar.
13
Respondendo vossa pergunta de forma direta digo que a situação
apresentada é fruto de um preconceito que gera a acomodação que satisfaz o
desejo de muitos médiuns: servir apenas em casos que lhe emocionam ou lhe
interessam. Médiuns! lembrai-vos sempre da abnegação de si mesmos.”
Erasto.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 18/07/2015.
Após escrever a comunicação acima o médium percebeu a presença de um
Espírito mau que queria se comunicar a todo custo. Perguntou ao Presidente
espiritual quem era esse Espírito e porquê ele tem estado presente muitas vezes
nas sessões. Recebeu a seguinte resposta:
“Ferrenho adversário do Espiritismo, anseia por comunicar-se para declarar
guerra. Sua ação principal é estabelecer a animosidade jogando uns contra os
outros. O estudo dos vossos preconceitos o delicia, pois para alguns ele aponta e
mostra o preconceito que há no outro. Para outros, ele diz: "você não tem este
preconceito”. Será uma grande prova de humildade para o grupo em que cada um
terá que verdadeiramente mostrar a quem quer servir.”
Santo Agostinho.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 18/07/2015.
Conselhos do Presidente espiritual de um grupo
Esta comunicação foi dada aos membros de um grupo espírita que está se
formando nos moldes estabelecidos por Kardec em O Livro dos Médiuns, e que
haviam solicitado ao seu Presidente espiritual orientações para que pudessem dar,
acertadamente, os primeiros passos.
“Caros amigos, que Deus vos abençoe.
Se quereis servir à causa espírita, digo-vos que o primeiro passo é admitir
que não sabeis nada dessa Ciência, e a partir dessa ignorância começar um novo
aprendizado. Não vos percais em lamentações orgulhosas ou a satisfazer-vos com
um falso saber que a força do preconceito quer fazer emergir.
É preciso recolher-vos e no silêncio, humildemente, começar a ouvir as
vozes dos Espíritos.
Como ponto inicial dos estudos, aconselho o que Allan Kardec propõe a todo
novato: a leitura de O que é o espiritismo; ali encontra-se de forma sucinta os
princípios do verdadeiro Espiritismo. Será uma leitura que servirá para expurgar
alguns conceitos que trazeis; servirá para curar vossa cegueira, e ao mesmo
tempo proporcionará o tempo que o grupo precisa para saber o que
verdadeiramente quer. Estamos convosco.”
Paulo.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 11/07/15.
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Conselhos a um grupo familiar
Esta instrução foi dada a uma família que se ocupa com a evocação dos parentes
mortos e que por vezes tem recebido comunicações de Espíritos mentirosos que
tentam se passar pelos familiares evocados.
“Aos amigos,
A evocação dos Espíritos familiares deve ser feita com toda a circunspecção
e o zelo que caracterizam uma reunião séria instrutiva. O contato com os Espíritos
familiares aquece vossas almas e faz com que percebais a vida futura de forma
mais paupável; podeis aferir melhor a sua identidade e mais facilmente diferenciálos dos Espíritos levianos que querem divertir-se em vossas reuniões. Buscai
sempre instruir-vos e serdes úteis com estas evocações; buscai o apoio dos Anjos
da guarda para que possais saber de fato em que condições estão os Espíritos
familiares. Que essas reuniões sejam um momento de alegria santa.
Perguntais por que vos alerto, e digo-vos que as reuniões espíritas familiares
são a melhor forma de propagar o Espiritismo e, sabendo disso, tentarão, aqueles
que não querem que o Espiritismo retome este rumo, invadir as reuniões familiares
para que os membros não consigam contato com aqueles que amam e com isto
percam o interesse ou creiam que inútil esforços fazem.”
Santo Agostinho.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 10/07/2015.
Observação: É erro crer que se pode dispensar as orientações dos bons Espíritos nas
reuniões familiares, só pelo fato de se estar tratando com Espíritos familiares. A família que
recebeu este conselho o tem aproveitado; tem buscado os Anjos guardiães para se inteirar sobre
a real situação dos Espíritos dos seus afetos de além-túmulo, e tem tido boas instruções.
Sobre o dever e os interesses
Nesta sessão, estudamos a dissertação de Lázaro, intitulada O dever,
inserida em - O Evangelho segundo o Espiritismo - Capítulo XVII - Sede perfeitos Instrução dos Espíritos. Dos trechos da dissertação que aqui reproduzimos nos
surgiram algumas dúvidas, que buscamos esclarecer com os bons Espíritos.
"O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e,
em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas
mais ínfimas particularidades, como nos atos mais elevados. Quero aqui falar
apenas do dever moral e não do dever que as profissões impõem”.
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se
achar em antagonismo com as seduções do interesse e do coração. Não têm
testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O
dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da
consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta, mas muitas
vezes mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. O dever do coração,
15
fielmente observado, eleva o homem; como determiná-lo, porém, com exatidão?
Onde começa ele? onde termina? O dever começa, para cada um de vós,
exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso
próximo; termina no limite que não desejais ninguém transponha com relação a
vós.”
Evocamos os nossos guias e propusemos a eles as seguintes perguntas:
1. Gostaríamos de compreender melhor o que quer dizer “seduções do
interesse e do coração”, e também o que significa “o dever do coração fielmente
observado”.
2. Por que é o dever a lei da vida, e não o amor?
Obtivemos as seguintes respostas:
I
“Caros amigos,
“O interesse de que trata Lázaro é o que é preciso seja combatido por vós,
pela compreensão das leis de Deus. O interesse tem atrasado vosso progresso
porque vos deixa presos às paixões más que alimentais.
O homem que compreende bem qual é o seu verdadeiro destino e o que faz
nesse mundo, muda sua visão e o seu modo de vida; o egoísta sabe que deve
combater esse mal e não se ilude a respeito dele; sabe o ciumento, o invejoso, o
colérico, o desesperançoso, que esses sentimentos lhe são nocivos e os enfrenta,
sem se iludir com a satisfação que lhe possam causar: eis o coração. Agora, já no
combate consciente dos vícios, não permite que eles o desviem desse fim e lhes
impõe resistência até extirpá-los completamente; é o dever de quem compreendeu
que é preciso trabalhar duro nesse mundo para vencer-se, e que esses obstáculos
são as provas a superar.”
Erasto.
Psicografada pelo Sr. R. A., em 01/07/2015.
II
“Para melhor compreenderdes assuntos sobre os quais ignorais, ou de que
apenas tendes noções, muitas vezes eivadas de concepções incompletas, de
conhecimento ordinário, é preciso que os vossos estudos sejam metódicos, mas
deveis abrir mão das ideias já adquiridas, as quais são, muitas vezes, obstáculos
às novas formas de compreensão quando limitam ou distorcem verdades
necessárias à ampliação de vosso campo de visão.
O entendimento que agora buscais sobre não ser o amor a lei da vida, e sim
o dever, encontra dificuldade porque tendes desde sempre aceitado o fato de ser o
16
amor o sentimento por excelência, como essência da vida, sem jamais buscar
compreender tal máxima, aceitando-a sem o crivo da razão.
Não pode o ser humano alcançar o amor sem que antes submeta-se ao
dever moral. É, pois, pelo exercício da obrigação no bem que poderá o espírito
adquirir a excelência de suas virtudes, cujo fim é o amor. Este, portanto, é o fim, o
objetivo a se alcançar por meio da lei da vida retamente cumprida: o dever.”
Santo Agostinho.
Psicografada pela Sra. A. P., em 01/07/2015.
III
“Lei é regra, norma que limita ou dita a conduta; como tal deve ser entendido
o dever moral que estabelece a economia da vida, cujo fim é o amor.”
Erasto.
Psicografada pela Sra. A. P., em 01/07/2015.
O homem de bem e o sacrifício dos interesses à justiça
Neste dia, estudamos o texto O homem de bem, inserido em O Evangelho
segundo o Espiritismo - Capítulo XVII - Sede perfeitos, do qual destacamos esta
parte: “Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo
bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco
contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.”
Evocamos os nossos guias e lhes fizemos a seguinte pergunta:
1. Em que estamos sacrificando a justiça aos nossos interesses, em nosso
dia a dia?
Resposta:
“Se amar para vós é um grande desafio, acreditai, aprender a ser justo talvez
seja um desafio ainda maior. O amor já começais a experimentar e já sabeis o
quão bom é ser amado. Percebeis o quanto falais do amor em vosso dia a dia,
porém, quantas vezes desejais a justiça? Pensai bem: submeteis à justiça todos os
vossos atos? Atentai e vereis que vossos interesses são, na verdade, vossa
justiça: é justo aquilo que vos agrada, injusto o que fere os vossos interesses.”
Anjo da guarda do médium.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 10/07/2015.
17
Sobre servidão voluntária e o mito da caverna
Em nossos estudos, deparamo-nos com uma assertiva de Rousseau e, para
melhor compreendê-la evocamos os nossos guias para nos auxiliar nesse intento.
“Não há sujeição tão perfeita quanto aquela que guarda a aparência da
liberdade; cativa-se assim a própria vontade.” (Rousseau).
Obtivemos as seguintes comunicações:
I
(Esta comunicação foi ditada a uma jovem de dezesseis anos.)
“A liberdade real começa a se estabelecer a partir do momento em que se
compreende quão presos são: está aí o primeiro passo. Por ferir o orgulho dos
homens, difícil é que admitam sua falta de liberdade e confunde-se livre-arbítrio
com liberdade; os dois conceitos se aproximam, porém, o primeiro diz respeito à
liberdade de escolha, o outro à razão.
Exagerar, viver como se quer, sem imposição dos pais, é, para os jovens,
sinônimo de liberdade. O exercício da razão, da capacidade de discernir tem um
cunho chato e tedioso; os livros prendem, enquanto lá fora há tanto a se
experimentar e viver, eis o pensamento mais comum. Este indivíduo porém, está
preso às suas ilusões e sua capacidade de raciocínio está inibida, acha que tudo
sabe, mas nada sabe. Aquele que procura fazer uso da razão sabe que nada sabe
e isto é o móvel de suas pesquisas: este o mais livre.”
Sem nome.
Psicografada pela Srta. C., em 07/07/2015.
II
“A liberdade encontra nas paixões o seu maior obstáculo. O homem,
pensando ser livre, busca na satisfação das paixões a realização dos seus
anseios. Essa satisfação enche de júbilo o seu espírito imperfeito e a sensação de
liberdade toma sua alma ainda incapaz de distinguir da liberdade o instinto.”
Rousseau
Psicografada pelo Sr. V., em 07/07/2015.
III
“Ser livre é o destino dos homens por isso trazem em seu espírito esta ânsia;
mas, como ser livre se não sabem a que estão presos? Como podem almejar a
liberdade, e não tomar consciência da prisão? Buscais, todos aqueles que querem
ser livres, reconhecer os limites que vos impedem de avançar? Buscais reconhecer
as repetições que vos tem caracterizado e se isso tem vos feito felizes? Já vos
indagais porque estais há tempos repetindo os mesmos pensamentos e
18
defendendo as mesmas ideias? Aquele que é livre pode ficar preso na mesma
forma de pensar e nada de novo encontrar? Então, todos vós, que desejais ser
livres, lembrai que a verdadeira liberdade resulta em progresso, e que o verdadeiro
progresso gera felicidade.
Buscais felicidade permanente? Então é preciso aprender a ser livre de
forma real. A matéria não produz felicidade permanente; aqui estamos para vos
mostrar que a felicidade real só é possível no espírito; logo, a verdadeira liberdade
provém do espírito. Quereis ser livre? Libertai-vos do julgo da matéria, esclareceivos para que vossas ideias não vos aprisionem. Vivei desde já como espíritos e
assim sereis realmente livres e felizes."
Sócrates, Platão e Rousseau.
Psicografada pelo Sr. C. M., em 07/07/2015.
Nesta sessão, estudamos um texto sobre a servidão voluntária2, com base
no Discurso da Servidão Voluntária, de Étienne de La Boétie, filósofo francês do
século XVI. Findas as nossas observações, evocamos Allan Kardec e demais
guias e pedimos que nos esclarecessem sobre:
1. O mito da caverna, entendido hoje do ponto de vista do Espiritismo;
2. A servidão voluntária nos dias de hoje.
Recebemos as seguintes comunicações:
I
“Deslumbrado, o homem cativo no corpo pelas sombras de suas aparentes
conquistas e aquisições, segue distraído em sua trajetória. Tanto mais ele se
aprisiona quanto mais valoriza aquilo que não pode fazê-lo aproximar-se de um
Deus essencialmente justo e bom. Incidindo sobre o ser a escuridão de sua própria
cegueira, com a qual ele docilmente se acostuma, sua vida perece em utilidade e
se empobrece de sentido; ele se embrutece; falta-lhe a delicada experiência do
contato com a luz, que momentaneamente o amedronta e apavora. E porque Deus
nada faz que seja fadado à inutilidade, sendo o homem destinado a ser feliz, mais
dia, menos dia, sua razão, até então entorpecida pela densa noite que o envolvia,
faz despertar nele a insatisfação de sua posição, fazendo seu Espírito aspirar
conhecer os matizes do amanhecer, que não irão se mostrar a ele - não se
enganem os preguiçosos! -, senão por meio de reiterados esforços. O bom Pai
deseja que suas criaturas trabalhem a si mesmas, como o oleiro modela a argila,
aperfeiçoando-se pelas sucessivas existências. Assim, pelos obstáculos que vão
ultrapassando e pela depuração que vão experimentando, os Espíritos vão se
robustecendo, para que um dia possam conhecer a luz em todo seu esplendor.”
2
Filosofia no ar - EDUCAÇÃO - A arte de formar os caracteres - Servidão voluntária
http://www.filosofianoar.com.br/site/conteudo.php?id=221&idioma=1
19
Um filósofo do outro mundo.
Psicografada pelo Sr. R. L., em 07/07/2015.
Observação: Há, na Revista Espírita de Junho de 1863, na sessão
Dissertações Espíritas, um texto intitulado “O futuro do Espiritismo”, assinado por
Um filósofo do outro mundo.
II
“A servidão voluntária tem origem nos hábitos adquiridos erroneamente e
que são confortáveis no presente"
***
"Vencer um vício requer esforços contínuos e persistentes quando nos
comprazemos nele.”
***
"O medo do desconhecido apavora as almas pusilânimes e as mantém
acorrentados em sua acomodação, ofuscando os olhos da alma para a luz da
verdade."
***
"Os muros da ignorância aprisionam os preconceitos; o conhecimento liberta
da prisão voluntária."
Sem nome
Psicografada pela Sra. N. M., em 07/07/2015
III
“Os grilhões que separam a humanidade de sua própria cura são os
interesses. O desejo de tirar vantagem em qualquer situação e o desejo de
dominância, são amarras à liberdade. A ânsia por dominar o outro, em qualquer
circunstância, desde as mínimas coisas às grandes atrocidades, produz no
indivíduo uma espécie de cegueira, como se vê nos casos de obsessão em que o
obsessor se acha livre e dominador; com o foco no seu desejo predominantemente
mau, não vê nada além do limite em que suas paixões o restringem; assim é
também quando olhais constantemente para fora, para o outro, seja para dominálo, seja para julgá-lo, e ficais presos a imagens outras que não as reais, que são
vossas imperfeições; os outros são simples sombras do que cada um carrega em
si, mas preferis, por medo ou comodismo, viver à sombra dos erros do vosso
próximo.”
20
Santo Agostinho.
Psicografada pela Srta. C. A., em 07/07/2015.
IV
“O Espiritismo é o melhor instrumento de libertação do homem, pois revela a
ele aquilo que ele é; seu futuro não é mais incerto, agora conhece o seu destino e
cabe a ele escolher se quer continuar preso às aparências, ou enfrentar a si
mesmo e conquistar sua felicidade.
Antes do Espiritismo a vida futura estava submetida à tutela daqueles que
projetavam a verdade, porque os homens estavam confortáveis em suas correntes.
Entre os que projetavam a verdade, muitos tentavam libertar, mas alguns homens
amavam a caverna enquanto outros temiam enfrentar a vida fora dela.
Com o Espiritismo, um instrumento de libertação foi entregue a todos os
prisioneiros e qualquer um pode entender sobre o mundo dos Espíritos e o futuro
que lhes aguarda. Não é uma opinião que o Espiritismo propõe, é uma ciência
prática; entrega aos homens a chave das suas correntes, mas cabe a ele abrir
suas algemas e livrar-se da incerteza e principalmente cabe ao prisioneiro viver de
outra forma. Entretanto, a liberdade pressupõem uma grande responsabilidade que
nem todos estão dispostos a assumir; por isso não vos espanteis se mesmo
conhecendo a Doutrina Espírita alguns ainda prefiram as sombras da caverna.
Espíritas, não vos contenteis, pois, em apenas ter a chave nas mãos conhecer o Espiritismo - construí vossa liberdade vivendo o Espiritismo."
Allan Kardec
Psicografada pelo Sr. C. M. em 07/07/2015.
Sobre a vaidade
Neste dia lemos um texto de Plutarco sobre a vaidade3, esse defeito do caráter que
tanto tem perdido os médiuns e sobre o qual nossos Guias sempre nos têm
alertado. Em seguida solicitamos aos nossos Guias que nos falassem sobre a
vaidade, e recebemos as seguintes comunicações:
I
"A vaidade é um vício carente, pois o vaidoso necessita sempre estar
cercado por aqueles que lhe aplaudam o vazio. Há dois tipos de vaidosos; o
primeiro se esforça para mostrar a todos aquilo que sabe, mas nunca com o
objetivo de compartilhar sabedoria; o segundo é aquele que se empenha para
parecer mais do que é. Enquanto no primeiro evidencia-se a tolice, no segundo,
para manter-se sob o olhar admirado, o vaidoso dissimula e corrompe, por isso ser
este tipo de vaidoso o mais culpado. Porém, perguntemos, quem não gosta de ser
elogiado? Quem não busca o apreço e a atenção da multidão? Quem, ao ouvir
3
A vaidade segundo Plutarco: http://www.filosofianoar.com.br/site/conteudo.php?id=111&idioma=1
21
suas qualidades sendo reveladas, não é invadido por súbita alegria na alma e por
alguns instantes não sente-se distante do resto da humanidade? Pois bem, meus
amigos, digo que age assim a grande maioria dos homens; então, para perdê-los,
a melhor forma é enaltecer o que eles são e, principalmente, o que não são. Os
Espíritos maus assim também agem, e os médiuns, esquecendo-se da condição
fundamental para executar bem a sua prova, que é a humildade, entregam-se à
sedução da vaidade e passam a orgulhar-se do próprio vazio. Lembrai-vos sempre
do exemplo de João Batista que ao anunciar o Cristo disse: "eu não sou digno de
desatar o cordão de suas sandálias, prostrando-me diante dele”.4
Erasto
Psicografada pelo Sr. C. M., em 23/07/2015.
Observação: Interessante notar que os escravos não eram obrigados a desatar os
cordões das sandálias de seus senhores, e João, humildemente, diz que não é digno de
prostrar-se diante de seu Senhor para desatar-lhe as sandálias.
II
“A vaidade diferencia-se do orgulho, embora filha deste, pelo fato de
necessitar do sufrágio do outro, enquanto o orgulho pode dispensá-lo. Por um
julgamento equivocado do seu real valor, o vaidoso busca incessantemente
alimenta-se das opiniões favoráveis que os outros possam emitir a seu respeito.
Sem atentar para a probidade interior, a integridade de caráter que
verdadeiramente o faria grande, o vaidoso se envilece na tentativa de parecer
virtuoso; tudo faz com vistas a agradar quem o observa e perde-se a si mesmo, em
busca de uma glória que se desvanece diante da mais ligeira contrariedade feita a
seus aduladores. Como bolha de sabão, colorida por uma luz emprestada, o
vaidoso, ao voltar-se para si mesmo, encontra somente a vacuidade - palavra que
dá origem à vaidade - e, por não encontrar aí o alimento necessário à sua
satisfação, infla-se ainda mais e busca os lugares onde a luz mais viva lhe dará um
colorido mais intenso. É assim que o vaidoso cairá nas armadilhas que prepara
para si mesmo, e unicamente de si mesmo é que deve se lamentar."
Psicografada pela Sra. T., em 23/07/2015.
Observação: Essas duas dissertações sobre a vaidade vieram simultaneamente por dois médiuns
presentes à sessão, o que denota a solicitude dos Guias para nos instruir, aproveitando-se dos
médiuns que se colocam à disposição para servir de acordo com suas possibilidades.
Conselho final do Presidente espiritual do Grupo
No último dia das férias de julho de 2015, após vários dias de estudos com os
Espíritos, evocamos nosso presidente espiritual Santo Agostinho e lhe pedimos
4
Mc, 1:7.
22
que nos trouxesse suas considerações finais.
Recebemos a seguinte comunicação:
"Após estes dias de estudo deixo-vos um conselho final: que cada membro
do grupo leia e medite sobre as comunicações recebidas. Aquelas que apontam
para orientações a serem feitas na intimidade, que bem reflita e observe como
melhor aplicá-las. Quanto às que dizem respeito ao grupo, estude com bastante
cuidado, observando sua postura como membro do grupo; pergunte a si mesmo o
quanto tem colaborado, o quanto melhorou, e se ainda pode melhorar com o
grupo.
Lembrai-vos que para discordar dos conselhos dos bons Espíritos não são
necessárias manifestações retumbantes ou debates calorosos; transformar o que
recebestes em letra morta é a melhor forma de discordar, porque dá uma
aparência de tranquilidade à consciência."
Santo Agostinho
Psicografada pelo Sr. C. M., em 23/07/2015
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Coletânea de comunicações obtidas nos estudos de julho de