painel AEAARP ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO Ano XII nº 175 outubro/2009 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto ÁGUA A abundância da oferta de água em Ribeirão não será eterna. Reportagem traz um panorama do abastecimento de água na cidade. PROFISSÕES AEAARP cria comissão para estudar nova tabela de honorários SEMANA AGRONÔMICA Confira a programação da Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos PRÊMIO PROFISSIONAIS DO ANO Escolhidos os premiados: José Batista Ferreira, Marcos Landell e Fernando Rivaben Editorial Eng. civil Roberto Maestrello Nos dias 25, 26 e 27 de setembro estivemos em Itupeva-SP por convocação da FAEASP e do CREA-SP para participarmos do “Encontro Anual de Entidades de Classe para o Aperfeiçoamento do Exercício Profissional”, onde pudemos mais uma vez trocar experiências e difundir o grande trabalho de defesa dos interesses de nossa classe bem como da valorização profissional, objetivo principal de nossa gestão frente à AEAARP. Lá, pudemos verificar o andamento em outras associações do progresso alcançado em muitos pontos que poderão ser adicionados aos nossos programas de ação perante a sociedade. Tivemos também a grata satisfação de sermos cumprimentados por nossos pares, pela atuação sistemática e organizada no tocante à atenção dada à obtenção de mais representatividade no Conselho do CREASP. Esta ação rendeu-nos, a partir do trabalho iniciado em 2007, representação – além da cadeira de Engenharia Civil existente – na cadeira de Engenharia Mecânica a partir deste ano de 2009 e de Engenharia Elétrica a partir do ano que vem. Para aqueles que acham que este trabalho trata apenas de se fazer a lição de casa, mostramos que, muito acima disso, envolver e incentivar os profissionais a optarem por nossa representação, advém do respeito e da confiança que eles depositam na nossa Associação, pois este ato é espontâneo e não imposto, além do que lição de casa também precisa ser bem feita para que o resultado apareça. Assim, temos mais representação, somos mais ouvidos, aparecemos, somos importantes, defendemos melhor os nossos associados. Continuaremos, pois, lutando nesse sentido, pois ainda almejamos cadeiras na Arquitetura e na Agronomia. Para isso, contamos com que mais arquitetos e agrônomos optem para que a AEAARP os represente perante o CREA-SP, além da necessidade de disponibilidade de vagas nessas profissões nas épocas de preenchimento. Esta é a melhor lição de casa que se deve cumprir a muitas mãos. No citado encontro, dentre as inúmeras exposições de trabalhos e de ações apresentadas – como a palestra sobre a adoção do Projeto Omega no município de Ourinhos –, a da Resolução 1024 de agosto/2009 do CONFEA, que instituiu em nível nacional, a obrigatoriedade de adoção do Livro de Ordem para os trabalhos de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, ação que valorizará o bom profissional em detrimento do mau, pareceu-nos particularmente interessante a experiência de Americana – SP, no tocante à implementação da Lei federal 1.888/2008 de assistência técnica gratuita a famílias de baixa renda durante a completa urbanização de favelas existentes, até então, em determinada região daquela cidade. Até a primeira metade desta década centenas de famílias daquela cidade sobreviviam em condições subumanas nos seus arredores. A partir do ano de 2006, a história dessas pessoas mudou. Não aconteceu nenhum milagre naquele lugar. Planejamento, gestão e, sobretudo, competência deram uma nova perspectiva de vida àquelas famílias. Profissionais da Engenharia e Arquitetura junto com o poder público buscaram – e encontraram – soluções baratas, ambientalmente corretas e tecnicamente viáveis para erguer um bairro planejado sobre o terreno ocupado irregularmente por sub-moradias. Esse exemplo ilustra a importância da citada Lei Federal, de assistência técnica pública e gratuita para projeto e construção de habitação de interesse social. Apesar de a experiência não ter sido motivada pela Lei, aquela iniciativa demonstra como o conhecimento técnico é essencial para o êxito de projetos dessa natureza. As entidades de classe, como a AEAARP, têm importância fundamental na execução dessa lei. O inciso segundo do Artigo 4º diz que poderão executar os serviços, entre outros, aqueles profissionais “integrantes de equipes de organizações não-governamentais sem fins lucrativos”. Além desses, onde nós da Associação nos incluímos, profissionais inscritos em programas de extensão universitária ou que estejam na fase de estágio também poderão participar. Eng. civil Roberto Maestrello Presidente da AEAARP Expediente Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected] Roberto Maestrello Presidente Geraldo Geraldi Junior Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: Hugo Sérgio Barros Riccioppo Diretor Financeiro: Ronaldo Martins Trigo Diretor Financeiro Adjunto: Luis Carlos Bettoni Nogueira Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Anibal Laguna DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: Newton Pedreschi Chaves Diretora de Comunicação e Cultura: Maria Ines Cavalcanti Diretor Social: Paulo Brant da Silva Carvalho ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DE RIBEIRÃO PRETO DIRETORIA TÉCNICA Engenharia Agrimensura e afins: José Mario Sarilho Agronomia, Alimentos e afins: Kallil João Filho Arquitetura, Urbanismo e afins: Luis César Barillari Engenharia Civil, Saneamento e afins: Edison Pereira Rodrigues Engenharia Elétrica, Eletrônica e afins: Tapyr Sandroni Jorge Geologia, Engenharia de Minas e afins: Caetano Dallora Neto Engenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e afins: Giulio Roberto Azevedo Prado Engenharia Química e afins: Paulo Henrique Sinelli Engenharia de Segurança e afins: Luci Aparecida Silva Computação, Sistemas de Tecnologia da Informação e afins: Orlean de Lima Rodrigues Junior Engenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e afins: Gustavo Barros Sicchieri Índice DIRETORIA ESPECIAL Universitária: Hirilandes Alves Da Mulher: Nadia Cosac Fraguas De Ouvidoria: Arlindo Antonio Sicchieri Filho ÁGUA 05 INDICADOR VERDE 09 PONTO DE VISTA 10 AEAARP 13 PROFISSÕES 14 CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Luiz Gustavo Leonel de Castro Dilson Rodrigues Caceres Edgard Cury Eduardo Eugenio Andrade Figueiredo Elpidio Faria Junior Ericson Dias Melo Hideo Kumasaka Inamar Ferraciolli de Carvalho José Fernando Ferreira Vieira José Roberto Scarpellini 40 ANOS 14 CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP REPRESENTANTES DA AEAARP Câmara Especializada em Engenharia Civil: Wilson Luiz Laguna Câmara Especializada em Engenharia Mecânica: Giulio Roberto Azevedo Prado LEGISLAÇÃO 15 REVISTA PAINEL Conselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Giulio Roberto Azevedo Prado e Hugo Sérgio Barros Riccioppo SEMANA AGRONÔMICA 16 Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269, cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, [email protected] ARTIGO 18 Uma história de abundância, desperdício e preocupação Tarifa do DAERP penaliza consumidor consciente AEAARP terá mais um conselheiro no CREA a partir de 2010 Nova tabela de honorários fica pronta em um mês Engenharia Moura Lacerda comemora 40 anos Livro de Ordem entra em vigor em 2011 Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos Agricultura familiar e o Programa Nacional de Produção de Biodiesel Luis Antonio Bagatin Luiz Fernando Cozac Luiz Gustavo Leonel de Castro Manoel Garcia Filho Nelson Martins da Costa Pedro Ailton Ghideli Ricardo Aparecido DeBiagi Sergio Luiz Coelho Wilson Luiz Laguna Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Georgia Rodrigues Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected] Adelino Pajolla Júnior / Jóice Alves PROFISSIONAIS DO ANO 20 BIBLIOTECA 21 CREA 22 NOTAS E CURSOS 23 Horário de funcionamento EFEITO ESTUFA 26 AEAARP Das 8h às 12h e das 13h às 17h Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria. 30ª edição do Profissionais do Ano revela premiados Lançamento mostra os vários rios tietês em séculos de história Fiscalização: Resolução 317 do CONFEA – Licitações Equação ambiental Tiragem: 2.600 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Fotos: Fernando Battistetti. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista. CREA Das 8h30 às 16h30 ÁGUA Uma história de abundância, desperdícioe preocupação Ribeirão Preto é um lugar privilegiado quando o assunto é abastecimento de água. A cidade está sobre o Aquífero Guarani, de onde são extraídos estimados 97.446.000 m³ por ano da água que serve a cidade. Sua qualidade é medida diariamente nos laboratórios do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (DAERP). E não precisa ser tratada. Somente flúor e cloro são acrescentados antes de a água seguir para os cerca de 600 mil clientes da autarquia. Tanielson Wagner Cristiano Campos, superintendente do DAERP, acrescenta mais uma vantagem: a tarifa é a sexta mais barata do país. “Nossa água é muito barata em 98% das faixas de cobrança. Para se ter uma idéia, comparada com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA), de Campinas, e com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), que administra mais de 300 municípios paulistas, nossa tarifa é 178% mais barata no consumo mínimo”, contabiliza o engenheiro. A tabela aplicada pelo DAERP segue o princípio da progressividade que, se para o superintendente é um modelo socialmente justo, para o advogado carioca Marcos Carnevale Ignácio da Silva apresenta distorções socioeconômicas. Carnevale é especializado em Direito Público e Civil e em Processo Civil. Ele analisou a tabela de cobrança da cidade do Rio de Janeiro (RJ) e concluiu que o sistema, também baseado na progressividade, penaliza alguns em detrimento de outros, uma vez que famílias numerosas, pela necessidade natural, consomem mais do que núcleos familiares menores, independentemente de sua situação econômica. “Os que defendem o modelo de cobrança através de tarifa progressiva dizem que aquele que consome mais água é mais abastado e, por isso, como política social, deve pagar mais para custear o acesso daquele cidadão de menor poder aquisitivo”, escreve no estudo que elaborou, a pedido de Painel, com base na tabela do DAERP disponível no site da autarquia (veja a íntegra ao final desta reportagem). Campos discorda e argumenta que o DAERP tem mecanismos para corrigir essas distorções. Um deles é a Tarifa Social, que corresponde, segundo o superintendente, a 36% do valor da tabela normal. O usuário deve preencher um perfil socioeconômico para se enquadrar nessa condição. Outro mecanismo é a remissão de débitos, definido por uma câmara formada por assistentes sociais do DAERP, representantes de organizações civis como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Prefeitura Municipal que analisa os pedidos todos os meses e encaminha relatórios periódicos à Câmara Municipal. Se por um lado o cenário apresentado pelo superintendente do DAERP é otimista, por outro a avaliação de técnicos envolvidos com a questão da água segue o caminho oposto. “A cidade é perdulária em termos de consumo e tem uma extração muito acima do que precisaria”, avalia o engenheiro civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre, diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica Revista Painel 5 ÁGUA Há pouca margem de manobra para investir em novos projetos como, por exemplo, pegar água do Rio Pardo. Carlos Eduardo Nascimento Alencastre - DAEE Tarifa é a sexta mais barata do país. Tanielson Campos - DAERP (DAEE) da Bacia Hidrográfica do Pardo Grande. Segundo o DAERP, a cidade tem 103 poços em operação e 63 reservatórios, que armazenam 107.110m³ de água. Alencastre avalia que 50 poços seriam suficientes para abastecer toda a cidade, que consome 48.765.720 m³ por ano dos mais de 97 mil m3 extraídos. Para ele, o que falta é um diagnóstico preciso da rede e a implantação de um programa de gestão. A dificuldade está na escassez de recursos. A receita do DAERP provém exclusivamente da arrecadação com a prestação do serviço. E os gastos proliferam: folha de pagamento, pagamento pelo tratamento de esgoto, manutenção, redes antigas e lixo, na contabilização de Alencastre. “Vaza mais recurso financeiro do que a própria rede. Entra pouco dinheiro, o resto só sai. Existe pouca margem de manobra para investir em novos projetos como, por exemplo, pegar água do Rio Pardo para abastecer determinado bairro”, avalia o engenheiro. Brasil detém 14% dos recursos hídricos do mundo. Segundo a ANA, dos 5.564 municípios brasileiros, 788 (14%) tiveram decretada situação de emergência em 2007 por estiagem ou seca. Alencastre diz que a estrutura de abastecimento da cidade foi baseada em poços artesianos. “Se há um problema de abastecimento em determinado local, o DAERP fura um poço para resolver”, exemplifica. O agravante de todo o cenário é que a autarquia municipal tem apenas estimativas sobre a captação da água e o índice de perdas do sistema, estimado em 50% de todo o volume extraído. 6 AEAARP Macromedidores Desde 2005 o DAERP tem recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO) para investir na aquisição e implantação de um programa de controle do sistema por meio de macromedidores e telemetria. Foram depositados, em cinco parcelas, R$ 1.331 milhões. Para essas fases, o projeto previa uma contrapartida do município de R$ 507.087. O detalhe é que, apesar de disponível, o recurso não foi usado. O superintendente do DAERP conta que somente uma parte do projeto foi implantado e que nos anos anteriores questões burocráticas e até a falência de uma das empresas vencedoras do processo licitatório fizeram o dinheiro ficar retido. Atualmente há macromedidores na estação Santa Tereza e nos reservatórios Parque Ribeirão e Sumaré. Por meio de um computador instalado na sede do DAERP um funcionário monitora o nível da água, vazão, pressão e é capaz de liberar ou restringir o abastecimento nesses três locais. Em todos os outros, o acompanhamento é feito por um sistema de rádio, mas que não fornece todas as informações necessárias. A autarquia já comprou 63 macromedidores e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (CODERP) está fazendo a interligação dos poços e reservatórios para, futuramente, transmitir as informações por meio de fibra ótica. O superintendente já anunciou também a substituição de toda rede de água do quadrilátero central, a mais antiga e, talvez, mais problemática da cidade. Serão instalados 19 mil metros de tubulação. Todas essas intervenções devem iniciar em 2010. Há macromedidores na estação Santa Tereza e nos reservatórios Parque Ribeirão e Sumaré. Em todos os outros, o acompanhamento é feito por um sistema de rádio. Entretanto, as medidas vão colaborar para sanar apenas uma parte das questões relacionadas à perda do sistema. Os estimados 50% de perda estão tanto nas antigas canalizações da cidade, que em alguns locais remontam a pelo menos meio século, quanto nas fraudes aplicadas por usuários. O DAERP tem quatro equipes que “caçam” fraudadores na cidade e o superintendente garante que tem tido sucesso. Quando um comércio ou uma residência são flagrados, os funcionários da autarquia determinam o corte do abastecimento e a malandragem vira caso de polícia. Alencastre aponta onde o problema começa: “na educação da população”. ITAJUBÁ CONSULTORIA ELÉTRICA CONSULTORIA EM ALTA, MÉDIA E BAIXA TENSÃO Por computador, na sede do DAERP, funcionário monitora nível da água, vazão, pressão e libera ou restringe abastecimento nas estações que têm macromedidores. Nas outras, controla por rádio. Três empresas brasileiras de saneamento têm capital aberto na BM&F/ BOVESPA: SABESP, COPASA e SANEPAR. Régis Chinchila, analista da TBC Investimentos, de Ribeirão Preto, diz que a empresa paulista é a que tem mais liquidez. Em 2009 sua cotação subiu 25% e hoje seu valor de mercado é de R$ 7,7 bilhões. No final do mês de setembro o preço de um lote de ações da empresa de água valia R$ 34, o mesmo que um lote da Petrobras. Mera coincidência, na avaliação de Chinchila. PROJETOS DE CABINES, POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO DE ALTA E MÉDIA TENSÃO • INSTALAÇÕES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, INDUSTRIAIS • CONSULTORIA E AJUSTES TARIFÁRIOS • SPDA • MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ALTA, MÉDIA E BAIXA TENSÃO • PROJETO E EXECUÇÃO DE INSTALAÇÕES TELEFONICAS E DE INFORMÁTICA TAPYR SANDRONI JORGE Engenheiro Eletricista Rua Laudo de Camargo, 425 – Jd. São Luiz Tel: 16 3623.9928 / 9992.9545 e-mail: [email protected] Medidores individualizados O condomínio Jardim das Pedras, um dos mais antigos conjuntos de edifícios de Ribeirão Preto, está gastando R$ 900 mil para individualizar a medição do consumo de água de seus 13 blocos. Até o mês de setembro, moradores de sete edifícios já tinham seu consumo aferido por hidrômetros individualizados. “O morador gasta com consciência”, atesta Ademar Natal Pedigone, síndico geral do condomínio. O sistema funciona da seguinte maneira: 96 hidrômetros são instalados em cada torre, a informação do consumo aferido por eles é transmitida à empresa que gerencia o sistema, que fica em Americana (SP). Quando o DAERP envia a conta do hidrômetro geral, a administração do condomínio contabiliza os consumos individualizados e encaminha contas separadas para cada unidade. Mesmo antes do fim do projeto, o condomínio já experimenta uma redução de 20% no valor da conta. O engenheiro civil Hélcio Elias Filho, diretor de Engenharia da Jábali Aude Construções, diz que a individualização é uma tendência na construção civil. Dois empreendimentos que estão sendo erguidos pela construtora que ele dirige terão medidores individualizados, o Ecolife Jardim Botânico, da incorporadora paulistana Ecoesfera, e o Clinical Center Ribeirão Preto. Em sua avaliação, a individualização tem objetivos econômicos e ambientais: primeiro por responsabilizar cada morador de um condomínio pelo pagamento de sua conta, e até mesmo pela interrupção do fornecimento em casos de inadimplência; segundo por estimular queda no consumo, uma vez que o rateio da conta tradicionalmente acaba por incentivar o consumo perdulário. Em 2005 e 2007 dois conjuntos habitacionais erguidos pela Jábali Aude em Ribeirão Preto e Franca também foram entregues com medidores individualizados. Anúncios, Encartes ou Mailing (etiquetas) ligue 16.3931.1555 Revista Painel 7 ÁGUA exemplos colhidos para esta reportagem é a gestão do sistema, uma questão que está longe de ser nova. Adolpho José Melfi, professor titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP), disse recentemente à Agência FAPESP que a qualidade da água e a eficiência do abastecimento devem-se a dois fatores que se complementam: escassez e gestão. “É inegável que hoje temos um problema causado pela escassez, devido principalmente à distribuição desigual de água no planeta e agravado pela má gestão, que sempre foi pontual e setorial, deixando de ser integrada para resolver a questão das bacias hidrográficas brasileiras de modo mais sistêmico”, disse Melfi. Hoje escassez não é exatamente um problema para os moradores de RibeiCrise silenciosa rão Preto. No entanto, a abundância O Programa das Nações Unidas para da água que brota do chão estimula o Desenvolvimento (PNUD) classifica o consumo pera questão hídridulário apontado ca como uma Cada habitante do planeta consome, “crise silencio- anualmente, 20 milhões de litros de água. por Alencastre. O estudo sobre o sa”. Em RibeiSegundo o superintendente do DAERP, Aquífero apontou rão Preto ela o consumo médio de cada morador de que em algumas simplesmente regiões da cidade Ribeirão Preto é o mesmo estabelecido não existe, pelo o manancial baimenos por enpela ONU: 110 litros/habitante/dia. xou pelo menos quanto. Uma 60 metros, espedas questões cialmente na região central. crônicas evidenciadas tanto nos discurInformações do site www.sg-guarani.org sos das autoridades locais quanto nos 8 AEAARP do Projeto para a Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani quantificam em 45.000 km3 a reserva do Aquífero. A média de recarga anual é de 166 km3 ao É proibido perfurar, Por enquanto Em 30 de junho de 2010 vence a deliberação do Conselho da Bacia do Pardo que restringe, temporariamente, a perfuração de poços em algumas regiões da cidade, que foi dividida em três áreas. O pedaço amarelo do mapa da próxima página indica a região central, que está saturada de poços e onde o DAEE só permite novas perfurações para uso coletivo – nesse caso por solicitação do DAERP. A regra vai se tornando menos rígida nas duas outras regiões até atingir a área rural. A medida que fez diminuir significativamente a perfuração de novos poços e que, na avaliação de Alencastre, tem importância ambiental, tem de se converter em lei municipal para prosperar. Nenhum projeto dessa natureza tramita na Câmara Municipal. ano. O manancial é formado por rochas arenosas e a água fica incrustada em seus poros. Um artigo assinado pelo geólogo Wagner Costa Ribeiro, da USP, esclarece que o conhecimento sobre essa reserva e o diálogo entre os países que integram o sistema – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – são necessários para estabelecer uma política de gestão integrada dos recursos. A água subterrânea é a alternativa de abastecimento desses povos, uma vez que há escassez ou poluição em outras fontes, como os rios. Ribeiro defende que esse diálogo ocorra no âmbito do MERCOSUL, integrado por esses países. “O tempo não para, o uso dos recursos hídricos também... por isso, é preciso ser ágil para evitar uma degradação dos estoques de Indicador verde Nos últimos 40 anos, quase 20% da Amazônia foram desmatados, o que levou à emissão de cerca de 20 bilhões de toneladas de CO2, o principal gás do efeito estufa, na atmosfera. Esse volume equivale à emissão de todo o setor de transportes no mundo, no período de quatro anos. A grande maioria da área desmatada, 80%, é ocupada pela pecuária, com um modelo pouco eficiente de criação de gado. Fonte: Greenpeace água doce subterrânea como se verificou em outras partes do planeta por falta de diálogo entre países”, conclui. Para ler A SABESP e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) publicaram a cartilha O uso racional da água no comércio, que está disponível para livre consulta na internet. A publicação traz informações para ajudar no combate ao desperdício da água. O livreto é dividido em categorias como “Dicas de economia”, “Soluções ambientais”, “Caixa d’água”, “Recebimento de esgotos não domésticos”, “Medição individualizada”, “Como calcular o seu consumo” e “Entenda a sua conta de água”. A cartilha está disponível em: www.sabesp.com.br. Estudo realizado pelo Greenpeace em parceria com o Conselho Europeu de Energias Renováveis mostra que salvar o clima do planeta é um bom negócio. A indústria de energias renováveis e programas e medidas de eficiência energética têm capacidade para gerar 8 milhões de empregos no mundo até 2030 se, em dezembro, na Conferência do Clima em Copenhague (Dinamarca), for fechado um forte acordo de redução das emissões dos gases que provocam o aquecimento global. Fonte: Greenpeace Morre o pai da Revolução Verde, o engenheiro agrônomo americano Norman Borlaug, Nobel da Paz. Borlaug trabalhava na Universidade do A&M do Texas. Seus trabalhos sobre a reprodução vegetal permitiram aumentar a produção agrícola na América Latina e Ásia. Entre outras coisas, trabalhou com variedades de cereais de alto rendimento, contribuindo para evitar a fome em massa nos anos 60. Suas descobertas lhe valeram o apelido de “pai” do chamado movimento da Revolução Verde e o Prêmio Nobel da Paz em 1970. Era um fervoroso defensor da biotecnologia. Revista Painel 9 PONTO DE VISTA Tarifa do DAERP penaliza consumidor consciente No Brasil, o serviço de abastecimento de água é tido como serviço público e, mais que isso, como serviço público essencial, posto que se correlaciona com os direitos à vida, saúde e dignidade da pessoa humana, garantidos constitucionalmente. Isso porque ninguém sobrevive sem água e, nas grandes cidades, a manutenção de uma rede de escoamento sanitário está atrelada ao serviço de fornecimento de água tratada. O Estado, como responsável por proteger o cidadão em relação aos seus direitos e garantias elencados na Constituição Federal de 1988, e em legislação pertinente, estabeleceu que a água é bem público, no art. 20, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), afastando o domínio particular, e instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, através da Lei 9.433/97, notadamente, no seu art. 1º, inciso I, que informa que “a água é um bem de domínio público”. Assim, esta classificação garante a todos os cidadãos o direito a ter acesso à água. Em virtude de polêmicas quanto a este serviço e sua forma de cobrança, se deveria ser por taxa (é obrigatório pagar) ou por tarifa (se você quiser pode não contratar o serviço), com o advento da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, Lei das Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, estabeleceu-se que o abastecimento de água e esgoto sanitário são espécies dos serviços gerais de saneamento básico e, portanto, devem ser remunerados preferencialmente na forma de tarifas e não como taxa de serviço. O que diz a lei sobre o serviço público prestado por concessionária A regulação do tema tem como sede principal a Constituição Federal que, 10 AEAARP em seu art. 175, estabelece as diretrizes gerais às quais estes prestadores de serviços estão submetidos, ao prestar os serviços públicos em nome do Estado, dispondo: Art. 175 - Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único - A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. Como se percebe, impõe-se uma série de regras, tais como a obrigatoriedade da licitação para as chamadas concessionárias ou permissionárias da execução dos serviços, como também indica o que será definido em lei quanto ao contrato que regerá a concessão ou permissão, os direitos dos usuários e, muito relevante, a política tarifária a ser implementada para o serviço. Para a proteção do cidadão, o serviço público é assegurado, regulado e controlado pelo Estado, em face de sua essencialidade ao desenvolvimento da sociedade, e deve seguir princípios que encontram-se na lei, no art. 37, da CF/88, combinado com os princípios especificados no art. 6º, da lei 8.987/95. Constituição da República Federativa do Brasil – 1988 Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...). Lei 8.987/95 Art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1º. Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. § 2º. A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. § 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. Os princípios do art. 37, da CF serão harmônica e sistematicamente conjugados com os princípios do art. 6º, da lei 8.987/95, quando da prestação do serviço, sendo eles: o princípio da regularidade, da continuidade, da eficiência, da segurança, da atualidade, da generalidade, da cortesia, e da modicidade, ou seja, na hora de prestar o serviço o Poder Público tem que cumprir com tudo isso. Desta forma, vejamos o que diz, especialmente, o princípio da modicidade das tarifas, que terá grande relevância na discussão enfrentada mais adiante, no que concerne à tarifa progressiva do DAERP: Princípio da modicidade: Este princípio, praticamente impõe ao Estado o dever de fixar e monitorar o valor da tarifa, e também da taxa de serviço público, em patamar que viabilize o acesso da coletividade ao serviço público. Ou seja, a contraprestação do usuário deve ser fixada em valor razoável, dentro de sua capacidade de suportá-la, sem afetar sua capacidade econômica e seu patrimônio. Levando em consideração os preceitos acima discutidos, passamos a analisar o modelo de cobrança do DAERP e vejamos se este respeita o que diz a lei. O modelo do DAERP Os que defendem o modelo de cobrança através de tarifa progressiva, dizem que aquele que consome mais água é mais abastado e, por isso, como política social, deve pagar mais para custear o acesso daquele cidadão de menor poder aquisitivo. Também defendem que aquele que é um “GASTADOR”, ou seja, um sujeito que desperdiça água, deve pagar mais caro. Entretanto, esta afirmação não é de todo correta, não é possível dizer com toda certeza que quem consome mais água demonstra sinais de riqueza e, que toda aquela residência que consome muito é porque se gasta demasiada água. A tarifa progressiva do DAERP, no bojo de seu modelo, traz um incremento de valores nos preços do serviço que, para muitos cidadãos, conscientes de seus consumos, estará ferindo o princípio da modicidade, que garante que o serviço deverá ter preços acessíveis ao cidadão e, assim, adequar-se a sua capacidade econômica de pagar pelo serviço. O modelo do DAERP emprega tarifas progressivas, para uso residencial, por m3, que vão de um consumo mínimo de 10m3, com preço total de R$11,50 até 100m3, que impõe uma cobrança de R$971,15 para quem possua este gasto mensal. Vejamos abaixo na tabela 1, adaptada do próprio site da Concessionária (setembro/09), os valores para os consumos até 30m3 e quanto representam de aumento percentual da tarifa base de R$11,50 para cada tarifa seguinte. E, vejamos também na tabela ao lado qual o preço final do serviço por m3 gasto. À primeira vista nos parece muito coerente, ou seja, se um indivíduo gasta até 10m3 por mês, vai pagar pelo Valor Total do serviço R$11,50, se gastar 11m3 vai pagar R$13,45, se gastar 12m3, pagará R$17,35, se gastar 20m3, pagará R$42,20, e assim por adiante. Os respectivos aumentos percentuais para estes consumos serão de 17%, 34% e 51%, e para os que gastam 20m3 a tarifa é 267% mais cara. E nesta esteira o preço médio do m3 tratado vai aumentando, conforme vemos na tabela 1. Esta progressividade seria perfeita para coibir os abusos daquele cidadão inconsciente, que gasta muita água, se os consumos fossem assim de simples, entretanto, a análise não pode ser feita simplesmente m3 a m3. Isto porque os consumos têm que ser medidos segundo a constituição de cada família, se de 2, 3, 4, 5 pessoas ou mais, ou mesmo se o cidadão mora sozinho, e de acordo a um consumo médio aceitável. Do contrário os cidadãos conscientes e cumpridores de suas obrigações e que não desperdiçam água, estarão sendo prejudicados, e outros que são gastadores poderão se Tabela 1 beneficiar de tal modelo de cobrança. Existem pesquisas sobre o consumo diário ideal de água por um indivíduo em condições normais, que deveria ser de 150 litros/dia1, há outras análises que indicam que a necessidade pode chegar a 400 litros/dia2. Os que defendem tal consumo de 150 litros, o fazem inspirados em estatísticas mundiais, feitas pela ONU, que considera que “o consumo médio ideal para suprir as necessidades humanas é em torno de 110 litros/ habitante/dia”3. Tais estudos são apenas estimativos e, em muitos casos, poderão ser por demais conservadores, pois a ONU utilizando-se de dados mundiais e perfazendo médias, estará desprezando fatores importantes, tais como, seguramente, nos países mais frios o consumo de água por habitante será menor que nos países tropicais, Tarifas para uso Residencial - DAERP (2009) Consumo m³ Valor Água R$ Valor Esgoto R$ Tarifa de tratamento de Esgoto R$ Valor Total R$ 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 5,00 5,85 6,70 7,55 8,40 9,25 11,11 12,97 14,83 16,69 18,55 20,41 22,27 24,13 25,99 27,85 30,24 32,63 35,02 37,41 39,80 43,01 46,22 49,43 52,64 55,85 59,23 62,61 65,99 69,37 72,75 4,10 4,80 5,50 6,20 6,90 7,60 9,08 10,56 12,04 13,52 15,00 16,48 17,96 19,44 20,92 22,40 24,34 26,28 28,22 30,16 32,10 34,66 37,22 39,78 42,34 44,90 47,60 50,30 53,00 55,70 58,40 2,40 2,80 3,20 3,60 4,00 4,40 5,25 6,10 6,95 7,80 8,65 9,50 10,35 11,20 12,05 12,90 14,05 15,20 16,35 17,50 18,65 20,16 21,67 23,18 24,69 26,20 27,80 29,40 31,00 32,60 34,20 11,50 13,45 15,40 17,35 19,30 21,25 25,44 29,63 33,82 38,01 42,20 46,39 50,58 54,77 58,96 63,15 68,63 74,11 79,59 85,07 90,55 97,83 105,11 112,39 119,67 126,95 134,63 142,31 149,99 157,67 165,35 Quanto representa em % de aumento da tarifa base (10m3) para as outras Preço por m³ (Valor total dividido pelo m³) R$ 17 34 51 68 85 121 158 194 231 267 303 340 376 413 449 497 544 592 640 687 751 814 877 941 1004 1071 1137 1204 1271 1338 1,15 1,22 1,28 1,33 1,38 1,42 1,59 1,74 1,88 2,00 2,11 2,21 2,30 2,38 2,46 2,53 2,64 2,74 2,84 2,93 3,02 3,16 3,28 3,41 3,52 3,63 3,74 3,85 3,95 4,04 4,13 Revista Painel 11 onde faz calor e, naturalmente, se consome além desta média de 110 litros/ habitante/dia. Ou seja, para criar uma tarifa progressiva é necessário atentar para estes parâmetros de consumo. Assim, uma vez sabedores destes consumos, vamos analisar o caso de Ribeirão Preto. Primeiramente, para nossa análise, temos que estabelecer um consumo razoável para uma pessoa comum, imaginemos então que uma pessoa possa consumir 165 litros/dia, que é um consumo conservador se pensarmos nas cidades de clima quente, nas necessidades diárias de banho, lava mãos, descarga no banheiro, escovação de dentes, cozinha, para matar a sede e etc., das diferentes características de nossos cidadãos, ou seja, crianças tendem a consumir mais água, adultos que trabalham fora consomem menos que os que estão em casa e idosos também tem diferentes necessidades. Isso significa que, com este consumo de 165 litros/dia, em um mês de 30/31 dias, uma pessoa pode consumir algo em torno de 5m3/mês. Desta forma, vejamos na tabela abaixo (tabela 2), com a respectiva composição familiar em números (N), quanto às diferentes famílias, em número de pessoas, vão consumir em m3/mês e, em relação ao valor total do serviço do DAERP, quanto custará para cada família o preço médio do serviço por m3. E, finalmente, quanto representará este preço médio em aumento percentual, para cada composição familiar. A Uma pessoa consome M3/mês 5 5 5 5 5 5 B Família de N pessoas 1 2 3 4 5 6 ANÁLISE DAS TARIFAS DO DAERP C D E F Família Preço QUANTO REPRESENTA EM Valor Total consome médio do PORCENTUAL DE AUMENdo serviço por mês/M3 serviço/M3 TO DA PRIMEIRA TARIFA do DAERP PARA AS OUTRAS (%) (A * B) (D / C) 5 R$ 11,50 R$ 2,32 100% 10 R$ 11,50 R$ 1,16 15 R$ 21,25 R$ 1,43 23% 20 R$ 42,20 R$ 2,13 83% 25 R$ 68,63 R$ 2,77 139% 30 R$ 90,55 R$ 3,05 162% Usando os consumos acima mencionados (5m3/pessoa/mês – coluna A), sem discutir se razoáveis ou não para Ribeirão Preto, e começando nossa análise pela coluna B, podemos ver que uma família composta de 2 pessoas, 12 AEAARP onde cada uma consuma 5m3/mês, ou seja, um total 10m3/mês (coluna C), a um valor total do serviço do DAERP de R$11,50 (coluna D), o preço médio do m3 para esta família (ou para esta residência) será de R$1,16 (coluna E). Já para a família de 4 pessoas, onde cada uma consuma 5m3/mês, a um valor total do serviço do DAERP de R$42,20, o preço médio do m3 para esta família passa para R$2,13. Ao passo que, se o indivíduo mora sozinho, e consome 1, 3, 5 ou 9 m3, ele também é penalizado, porque o preço médio do serviço do DAERP em m3 para esta pessoa é de R$ 2,32. Assim, sob esta análise, não parece justa uma tarifa por m3 de R$2,32 para aqueles cidadãos conscientes, que moram sozinhos, que gastam moderadamente, em torno de 165 litros/dia (5m3/ mês), já que esta tarifa média é mais cara (100%) do que para aquela residência onde moram duas pessoas. Tampouco é justo, para aquela grande família de 6 pessoas, que também consomem moderadamente, pagar 162% (ver coluna F) a mais que o preço básico da primeira tarifa medida pelo DAERP, a de 10m3, ou seja, eles consomem tanto quanto qualquer pessoa, mas porque sua família é mais numerosa pagam mais. O que o Poder Público precisa revisar é que o custo de tratar um m3 é o mesmo para os m3 adicionais; o DAERP gasta o mesmo cloro, usa os mesmos funcionários, tem o mesmo custo administrativo, tanto para entregar 1m3 quanto para entregar 30m3, assim, não pode ser que para um indivíduo o m3 custe R$1,16 e para outro indivíduo, porque sua família é maior, lhe custe o mesmo m3, R$3,05, como no caso da família de 6 pessoas. Onde está a razoabilidade, onde está a proporcionalidade, onde está a modici- dade da tarifa do serviço público, que deve ser garantida ao cidadão por força de lei? Neste diapasão do modelo do DAERP, poderemos ter uma família de 3 pessoas, abastada, com poder aquisitivo acima da média, morando em lugar nobre, pagando menos pelo m3 (R$1,43), do que aquela família que mora na comunidade pobre, com 6 pessoas, pagando R$3,05/m3 para ter a mesma água. Assim, o Poder Público em Ribeirão Preto e o DAERP devem atentar para a composição de sua tabela progressiva, que atinge diretamente os cidadãos comuns, que conformam a maioria dos consumidores, pois pertencem à categoria residencial e que, neste modelo de tarifa, estão sendo tratados de maneira desigual, sem levar em conta seu real gasto por pessoa e, principalmente, sua capacidade de pagar por um bem tão importante para a sua própria subsistência, a água, que é dever do governo disponibilizar para a população. REFERÊNCIAS SABESP. Consumo e perda de água na cidade de São Paulo. Indicadores e dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, ano referência 2004. Disponível em: http:// www.sabesp.com.br, Acesso em 27 fev. 2009. 2 TV CULTURA. Programa de uso Racional da Água SABESP. Disponível em: http://www.tvcultura.com.br/ aloescola/ciencias/agua-bemlimitado/ agua-bemlimitado2.htm, Acesso em 27 fev. 2009. 3 ISA. Consumo e perda de água na cidade de São Paulo. Campanha de Olho nos Mananciais, Pela preservação das fontes de água de São Paulo, 2007. 1 Marcos Carnevale Ignácio da Silva é advogado no Rio de Janeiro, pós-graduado em Direito Público (áreas de concentração Constitucional, Administrativo e Tributário), e em Direito Civil e Processo Civil, com docência, pela Universidade Estácio de Sá. 2010 AEAARP AEAARP terá mais um conselheiro no CREA-SP a partir de 2010 A AEAARP acabou de conquistar mais uma vaga no CREA-SP. A partir de 2010, a entidade terá direito a um conselheiro da área de engenharia elétrica. Atualmente são dois conselheiros: de engenharia civil e mecânica. Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, avalia que a conquista é uma vitória histórica, pautada no esforço que esta diretoria tem dispensado a essa legítima representatividade, além das intensas negociações que ocorreram nos últimos anos. O número de representantes no Conselho depende do número de associados da AEAARP em dia com o CREA-SP e que optaram pela Associação para representá-los no Conselho. Segundo Maestrello, as diferentes representações da AEAARP no Conselho são uma conquista dos profissionais. “Sobretudo, é uma conquista para todo o setor em Ribeirão Preto que, por consequência, aumenta também sua representação”, diz Maestrello. Há pouco mais de dois anos, a AEAARP tinha somente um conselheiro no CREA-SP, na área de engenharia civil. O estatuto da AEAARP determina que a entidade promova uma eleição direta para a escolha do conselheiro. O pleito acontecerá até o final deste ano para que em 2010 o novo conselheiro esteja apto a tomar posse. PROFISSÕES Nova tabela de honorários fica pronta em um mês A AEAARP instituiu em setembro uma comissão de profissionais para elaborar uma nova tabela de honorários para engenheiros, arquitetos, agrônomos e técnicos. A nova tabela vai apresentar valores diferenciados para os vários serviços prestados pelos profissionais das áreas tecnológicas. A iniciativa atende a uma reivindicação das classes em Ribeirão Preto. A comissão está realizando uma ampla consulta a profissionais atuantes no mercado de trabalho para estipular uma tabela básica oficial. No portal da AEAARP (www.aeaarp. org.br) é possível ter acesso ao link Honorários, onde está disponível a atual tabela da associação. “Vamos expandir a tabela que temos hoje para contemplar a realidade de trabalho dos profissionais e tirar as dúvidas na composição dos valores de serviços contratados, especialmente em contratos públicos”, explica Roberto Maestrello. A comissão se reúne regularmente para elaborar a nova tabela e conta com o incentivo do CREA. O Conselho recomenda o uso da tabela de honorários fornecida pelas associações que representam as classes. A nova tabela vai contemplar os diferentes serviços prestados em cada área profissional de forma detalhada. É o caso, por exemplo, dos serviços prestados por engenheiros em projetos de estrutura. Hoje não está prevista remuneração diferenciada para as áreas de concreto, metálica e madeira. Com a nova tabela, os honorários serão específicos para cada função e seguirão o que preconiza a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE). De acordo com a comissão, os trabalhos devem ser concluídos no prazo de um mês. Até lá, profissionais de diversas áreas serão consultados para auxiliar na definição dos percentuais de ajustes dos honorários. A nova tabela será disponi- bilizada no site da AEAARP, na revista Painel e na sede da entidade. Comissão Engenheiros Civis Roberto Maestrello - Cordenador José Aníbal Laguna Hugo Sergio Barros Riccioppo Luiz Gustavo Leonel de Castro José Renato P. Ribeiro dos Santos Luiz Antonio Bagatin Maria Inês Cavalcanti Marco Antonio Pinheiro Engenheiro Agrônomo Geraldo Geraldi Engenheiro Agrimensor José Mario Sarilho Engenheiro Elétrico Edson Luis Darcie Arquitetos Luis Cesar Barillari Fernando Ferrucio Rivaben 40 ANOS Engenharia Moura Lacerda comemora 40 anos Programação Há 40 anos a Instituição Moura Lacerda criava o Instituto Politécnico de Ribeirão Preto e o curso de Engenharia Civil, o primeiro da cidade. Nessas quatro décadas a Instituição já formou mais de 2.000 engenheiros, em 65 turmas. Para comemorar a data, uma comissão formada por ex-alunos, alunos, professores e dirigentes do Centro Universitário Moura Lacerda, com apoio da Instituição Moura Lacerda e AEAARP, está organizando uma série de atividades técnicas e culturais entre os dias 17 e 31 de outubro. 14 AEAARP Dia 17 Abertura da exposição 40 Anos da Engenharia Moura Lacerda Local: Novo Shopping de Ribeirão Preto Dia 25 09h00 – culto ecumênico Local: Centro Universitário Moura Lacerda – campus 10h00 – atividades esportivas e de lazer para participantes e familiares 11h00 – final do Torneio de Futebol da Engenharia do Moura Lacerda Dia 26 19h30 – abertura da Semana da Engenharia 2009 Local: AEAARP 20h00 – palestra de abertura da Semana da Engenharia 2009 22h00 – coquetel Dias 27, 28 e 29 08h00 às 11h30 – palestras e debates da Semana da Engenharia 2009 Local: Centro Universitário Moura Lacerda – sede 19h00 às 22h30 – palestras e debates da Semana da Engenharia 2009 Local: AEAARP Dia 30 20h00 – sessão solene: 40 anos da Engenharia Moura Lacerda Local: AEAARP Dia 31 22h00 – Festa dos 40 Anos da Engenharia Local: Taiwan Eventos LEGISLAÇÃO Livro de Ordem Wilson Laguna com a esposa Lali, José Tadeu da Silva, do CREA, Roberto Maestrello e a esposa Sonia Prado. Todos os profissionais vinculados ao sistema CONFEA/CREA deverão adotar, até o dia 1/1/2011, o Livro de Ordem de Obras, conforme a Resolução 1.024/2009 do CONFEA. Esse foi um dos temas do Encontro Anual de Entidades de Classe para o Aperfeiçoamento do Exercício Profissional, que levou cerca de 200 representantes de associações a Itupeva, atendendo ao chamado da FAEASP e do CREA-SP. Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, e Wilson Laguna, conselheiro no CREA, participaram do Encontro. “Foi uma oportunidade de congregar as entidades paulistas e trocar experiências”, avaliam. As associações, segundo Maestrello, deverão ser responsáveis pela distribuição do livro. “A regulamentação da medida está em andamento”. O Livro de Ordem não substituirá a ART e sim a complementará. De acordo com a resolução, cada anotação deverá ser feita em três vias: uma fica no entra em vigor em 2011 CREA, outra na obra ou com o proprietário da obra e a terceira com o profissional. O documento deve trazer a memória escrita das atividades da obra ou serviço e objetiva comprovar a autoria dos trabalhos, garantir o cumprimento de instruções técnicas e administrativas, dirimir dúvidas acerca das orientações técnicas encaminhadas no decorrer da execução dos trabalhos, avaliar motivos de eventuais falhas técnicas e ainda pode ser usada como fonte de dados para trabalhos estatísticos. “É uma garantia tanto para o profissional quanto para o proprietário da obra, além de eliminar a figura daqueles que somente assinam o projeto”, explica o presidente, ressaltando que o documento será essencial para a emissão da Certidão de Acervo Técnico (CAT). Maestrello conta que o Encontro colocou em destaque temas importantes, como a necessidade de intervenções urbanas em várias cidades do país para que estejam aptas a receber a Copa de 2014 e evidenciou a necessidade de investimento e maior esforço do poder público nesse sentido. Chamou a atenção do engenheiro a palestra sobre a assistência técnica gratuita para moradias populares de baixa renda, feita pelo arquiteto Marco Antonio Alves Jorge, vereador em Americana (SP). Na cidade, em 2006, foi concluído um projeto de mutirão que urbanizou uma favela. Os moradores se envolveram nas obras, que contaram com métodos inovadores de construção com tecnologia de premoldados e material reciclado, especialmente resíduos de construção civil. “Ficou evidente a importância do acompanhamento técnico para o resultado do projeto, tanto do ponto de vista urbanístico quanto do método construtivo, essenciais para o sucesso da obra”, avalia Maestrello. Veja a íntegra da resolução em www.aeaarp.org.br Revista Painel 9 SEMANA AGRONÔMICA 2009 PROGRAMA Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos III Workshop Agroenergia: matérias-primas Inscrições e informações www.aeaarp.org.br www.infobibos.com/agroenergia | [email protected] | (16) 36371091 21021700 20 de outubro de outubro - 3ª feira - AEAARP 19h30 20h00 20h30 recepção solenidade de abertura Produtos biocompatíveis para o controle de doenças em plantas Eng. Agr. Wagner Bettiol - EMBRAPA Meio Ambiente - Jaguariúna 21 de outubro - 4ª feira - AEAARP 08h00 08h30 09h30 10h10 10h30 11h10 11h40 12h00 14h00 14h40 15h20 15h40 16h20 17h00 credenciamento Biocombustíveis no Brasil e no mundo Décio Luis Gazzoni - EMBRAPA e Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República Girassol para produção de biodiesel Eng. Agr. Amadeu Regitano Neto - APTA-IAC intervalo café Pinhão manso e agroenergia Eng. Agr. Lilia Sichman Aguilla - APTA-IAC Produção de alimentos e energia e o exercício profissional CREA SP Inovações tecnológicas Syngenta Jesus Alarcon do Carmo - Syngenta Debate intervalo almoço Manejo bioenergético para produção integrada de alimentos, fibras e energia Eng. Agr. José Roberto de Menezes - consultor Potencial de variedades de amendoim para o biodiesel Eng. Agr. Ignácio J. de Godoy - APTA/IAC intervalo café Soja como fonte de óleo para biodiesel Eng. Agr. Luciana A. Carlini Garcia - APTA-IAC Mamona como fonte de óleo para biodiesel Eng. Agr. Tammy A. Kiihl - APTA-IAC Painel tecnológico - apresentação de produtos e processos Debate 22 de outubro - 5ª feira - Centro de cana - IAC 08h00 Controle biológico de pragas em cana-de-açúcar 08h40 09h20 09h40 10h20 11h00 11h15 12h00 14h00 14h40 15h20 15h40 16h00 16h40 17h20 Eng. Agr. Terezinha M. S. Cividanes - APTA Centro Leste Manejo de nematóides na cultura da cana-de-açúcar Eng. Agr. Leila L. Dinardo Miranda - APTA/IAC intervalo café Minidestilarias - Instituto Brasileiro de Bioenergia - IBEN Manejo de doenças em cana-de-açúcar Eng. Agr. Alvaro Sanguino - consultor Inovações tecnológicas BASF Painel tecnológico - apresentação de produtos e processos Debate intervalo almoço Plantio direto e sustentabilidade Eng. Agr. Isabella Clerici de Maria - APTA/IAC Fisiologia de plantas agroenergéticas Eng. Agr. Roberto B. F. Branco - APTA Centro Leste intervalo café Fundação Agrisus - sistema de produção sustentável A pedologia como ferramenta para caracterização de ambientes de produção Eng. Agr. Júlio César Garcia - APTA/IAC Manejo de plantas daninhas em cana-de-açúcar Eng. Agr. Carlos Azania - APTA/IAC Painel tecnológico - apresentação de produtos e processos Debate 16 AEAARP 23 de Outubro - 6ª Feira - Centro de cana - IAC Visita monitorada ao Jardim Varietal de Cana-de-açúcar e Espaço SP Direto Eng. Agr. Marcio Aurélio Pitta Bidóia e Eng. Agr. Marcos José Perdoná 24 de Outubro - sábado - AEAARP Almoço comemorativo ao Dia do Engenheiro Agrônomo Comitê Organizador Realização: AEAARP, APTA Regional Centro Leste, Instituto Agronômico e Sindicato Rural de Ribeirão Preto Coordenadores: José Roberto Scarpellini - APTA Centro Leste - SAA Márcio Aurélio Pitta Bidóia - IAC/APTA - SAA Membros Adriana Quites - AEAARP Alexandre Fusco - AEAARP Daniel Antunes - AEAARP Deolinda Barbosa Bernardes - APTA Centro Leste Elaine Abramides - www.infobibos.com Elias Peres - Sindicato Rural de Ribeirão Preto Geraldo Geraldi Junior - DSMM/CATI Ignácio J. de Godoy - APTA/IAC Leonardo Marques - AEAARP Maria Augusta Motta - Centro Cana - IAC/APTA Marcos José Perdoná - APTA Centro Leste Mateus Passaglia - AEAARP Raquel Muniz - APTA Centro Leste Sally Ferreira Blatt - APTA Centro Leste Solange Fecuri - AEAARP Tamiris Lopes - AEAARP 4º Seminário de Agregação de Valor em Horticultura A Semana Agronômica também terá o 4º Seminário de Agregação de Valor em Horticultura. O evento acontecerá dia 23 de outubro, das 8h às 17h, na sede da AEAARP, e será realizado pela APTA Centro Leste – Ribeirão Preto. PROGRAMAÇÃO PRÉVIA 08h00 08h30 08h45 09h45 10h00 11h00 12h00 14h00 15h00 16h00 16h15 credenciamento abertura Controle de doenças em hortaliças Erika Auxiliadora Giacheto Scaloppi - APTA Centro Leste intervalo Qualidade da água e métodos de irrigação em hortaliças Flávio Busmeyer Arruda - IAC/APTA Cultivo consorciado de hortaliças Arthur Bernardes Cecílio Filho - UNESP almoço Mini-hortaliças Luis Felipe Villani Purquerio - IAC/APTA Compostos da matéria orgânica úteis na fertilização de hortaliças Giovani Sebben Bellicanta - Technes Agrícola Ltda. intervalo Homeopatia na produção orgânica de hortaliças Francisco Luiz Araújo Câmara - UNESP Informações: (16) 36371849 [email protected] * algumas palestras estão sujeitas a alterações AEAARP fará Semana Agronômica em outubro Pode ser de cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, girassol, caroço de algodão, amendoim, dendê, óleo de cozinha usado e até mesmo de lixo orgânico. O biocombustível é fonte de energia renovável e área fértil para pesquisas. O etanol de cana-de-açúcar – até agora a energia mais barata – abriu o caminho para outras alternativas ao petróleo. As pesquisas e perspectivas de utilização dessas matérias-primas pautarão a III Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos, que será promovida pela AEAARP entre os dias 20 e 24 de outubro. A programação do evento é composta pelo III Workshop Agroenergia: matériasprimas e o 4º Seminário de Agregação de Valor em Horticultura. No dia 20, o Coral Som Geométrico se apresenta na cerimônia de abertura. “A programação é rica em informações sobre as pesquisas que estão em andamento, especialmente no setor público e em instituições privadas de nossa região”, diz o engenheiro agrônomo José Roberto Scarpellini, coordenador do evento. Profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Fundação Agrisus - Agricultura Sustentável, Basf, Milenia e Syngenta, entre outras instituições representantes do setor, apresentarão as pesquisas que estão em andamento. Profissionais e estudantes interessados em participar da Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos podem se inscrever e obter informações no site da Associa- ção www.aeaarp.org.br ou pelos telefones (16) 3637.1091 e 2102.1700. Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos III Workshop Agroenergia: matérias-primas 4º Seminário de Agregação de Valor em Horticultura De 20 a 24 de Outubro de 2009 AEAARP (Rua João Penteado, 2.237) Informações: (16) 3637.1091 e 2102.1700 Veja programação completa na página ao lado. Revista Painel 13 ARTIGO Agricultura familiar e o Programa O Programa Nacional de Produção de Biodiesel, criado pela lei 11.097, de 13 de janeiro de 2005, evidencia, na sumária exposição de objetivos, ganhos ambientais, econômicos, estratégicos e sociais. São benefícios que justificam a criação do programa considerado o melhor de agroenergia concebido em qualquer lugar do mundo. Isoladamente, apenas os ganhos sociais são suficientes para justificar um programa desse porte, uma vez que inclui a agricultura familiar, objetivando a geração de trabalho e renda para os agricultores que pertencem a esse segmento sempre evidenciado nos discursos políticos, mas somente neste programa as ações passaram a ser efetivas. Essa categoria tem aproximadamente 4,5 milhões de estabelecimentos rurais e abrange 80% das propriedades rurais brasileiras produzindo acima de 40% do PIB agrícola ou 10% da riqueza nacional. São propriedades com gestões e trabalho predominantemente da família, com ou sem auxilio de terceiros, com dificuldade de acesso a novas tecnologias, com produtividades aquém do potencial oferecido pelas cultivares em multiplicação e ainda têm o inconveniente de não lucrar com as vantagens competitivas da economia de escala, como ocorre com a agricultura empresarial, portanto, necessitam de políticas públicas de apoio. Com a criação do programa, instituiuse um selo social que, além de facilitar a venda do biodiesel, nos leilões da Agência 18 9 AEAARP Nacional de Petróleo (ANP), permite a desoneração de alguns tributos, como PIS e COFINS, desde que parte da matériaprima usada pelas empresas produtoras de biodiesel seja adquirida dessa agricultura em percentuais variáveis de acordo com a região geográfica do Brasil. O agricultor familiar, além de ter a compra da sua produção assegurada em contrato, tem direito ao acesso às linhas de crédito do Pronaf e à assistência técnica fornecida gratuitamente de acordo com as normas do programa. Ocorre, entretanto, que 85% de nosso biodiesel está sendo produzido com óleo de soja, o restante com sebo animal e óleo de algodão, conotando que a matéria-prima usada não está sendo fornecida pela agricultura familiar. Isso ainda não me faz crer que este verdadeiro programa de inclusão social não está dando certo; ao contrário, a agricultura familiar está produzindo oleaginosas, as empresas mantêm os contratos com os agricultores e o Ministério do Desenvolvimento Agrário tem fiscalizado e emitido o comprovante do selo social. Por que então usarmos apenas essas fontes de matérias-primas para a produção de nosso limpo e renovável biocombustível? Em qualquer fonte de consulta – e observem que hoje elas proliferam na internet, livros, revistas, jornais diários, escritos principalmente por quem não é da área agrícola – encontramos afirmações sobre nosso potencial de produção de óleo e que temos mais de 200 espécies para serem usadas como matéria-prima para a produção de biodiesel. Não é uma afirmação totalmente errada, porém, há que se considerar que é brutal a diferença entre potencial de produção e a produção no campo propriamente dita. Para que uma espécie seja indicada como cultura, diversos fatores devem ser avaliados, porém os principais estão relacionados com a capacidade de produzir grandes colheitas com viabilidade econômica e sem comprometer o meio ambiente. Para que estas condições sejam satisfeitas há um longo processo de pesquisas e testes de campo que demandam recursos e tempo. O programa Nacional de Produção de Biodiesel ainda não completou cinco anos de existência e já estamos produzindo em torno de 1,6 bilhões de litros de biodiesel para atender a norma B4; ou seja, a adição obrigatória de 4% de biodiesel ao diesel fóssil, portanto, de zero para 1,6 bilhões de litros em cinco anos e com capacidade instalada para produzir mais de 3 bilhões de litros no momento em que a demanda por óleos vegetais para uso industrial, no mundo todo, tem crescido mais que o uso para alimentação. Assim, para suprir essa alta demanda em tão pouco tempo, tivemos que recorrer às fontes de óleos já existentes e com maior abundância, daí a opção pelo óleo de soja, ainda que essa espécie seja considerada mais produtora de proteínas e menos produtora de óleo. Outras espécies com maior teor de óleo e que melhor se encaixam no perfil do agricultor familiar estão sendo evidenciadas, mas para que sejam implantadas comercialmente, um longo caminho ainda terá que se percorrer. Exemplo disto é o girassol que, apesar de ter um grande potencial produtivo, ainda não é conhecido pelo agricultor; o amendoim, mais conhecido no Sudeste e de alto custo de produção; a mamona, também de baixa produtividade, com enormes aplicações na ricinoquímica, porém pouco interessante para biodie- Nacional de Produção de Biodiesel sel; o crambe, pouco conhecido e com problemas de toxidez na torta; o pinhão manso, espécie conhecida, porém ainda em processo de “domesticação”; o dendê, muito usado na alimentação humana, porém com pequenas áreas de produção e acaba sendo importado, e a macaúba, espécie promissora, com alto potencial de produção de óleo, em fase de melhoramento genético e no inicio da difusão tecnológica. Essas últimas quatro espécies, às quais podemos acrescentar o babaçu, o inajá, o tarumã e o pequi, são espécies perenes com grande potencial para produção de óleo, muito além das espécies anuais, porém requerem algum tipo de melhoramento e esse processo é demorado, uma vez que são espécies que demandam alguns anos para iniciar a produção para que se conheça os resultados práticos, mas, com certeza, são essas as espécies mais promissoras para a produção de biodiesel e melhor geridas pela agricultura familiar. É só uma questão de tempo. Portanto, os problemas de produção de oleaginosas pela agricultura familiar, para satisfazer as normas do Programa Nacional de Produção de Biodiesel, estão intrinsecamente relacionados com a disponibilidade de espécies para esse tipo de agricultura e, como há uma grande legião de técnicos, de empresas de pesquisas, de universidades e da iniciativa privada envolvidos com a solução destes problemas, em breve teremos espécies e/ou cultivares próprios para essa agricultura, com potencial para altas produtividades, viáveis economicamente e ambientalmente corretos. Por enquanto, a agricultura familiar deverá continuar sendo incluída no programa, produzindo as espécies pos- síveis e vendendo o resultado das safras para as indústrias, final do ciclo para o agricultor. Para encerrar, a Petrobrás Biocombustível anunciou esses dias a liberação de R$90 milhões, junto ao Banco do Brasil, para beneficiar 60 mil famílias que produzam oleaginosas para as suas usinas de Montes Claros, em Minas Gerais, Candeias, na Bahia, e Quixadá, no Ceará. Serão contratadas empresas de assistência técnica e cooperativas credenciadas junto ao Banco do Brasil como responsáveis pelo acompanhamento técnico destes produtores. Dílson Cáceres é engenheiro agrônomo, assistente agropecuário do Departamento de Sementes Mudas e Matrizes da CATI e articulador da Rede Temática de Biodiesel do Ministério do Desenvolvimento Agrário em SP PROFISSIONAIS DO ANO 30ª edição do Profissionais do Ano revela premiados O Prêmio Profissionais do Ano 2009 chega à 30ª edição. O arquiteto Fernando Rivaben, o engenheiro civil José Batista Ferreira e o engenheiro agrônomo Marcos Landell são os homenageados deste ano. A premiação é oferecida pela AEAARP. A cerimônia de entrega do Prêmio será em dezembro, na Sociedade Recreativa. Desde a sua primeira edição, 47 profissionais já receberam a homenagem. Instituído em 1979, o Profissionais do Ano reverencia o conjunto do trabalho desenvolvido por aqueles que são homenageados. 20 AEAARP História Desde 2003, a AEAARP indica três profissionais do sistema CONFEA/ CREA, um de cada área abrangida pela Associação, para serem homenageados. Segundo o livro AEAARP 60 Anos – Histórias e Conquistas, lançado em 2008, em 1979 quando foi instituído o Prêmio, a Companhia Habitacional de Ribeirão Preto (COHAB) incentivou e patrocinou a homenagem. O primeiro premiado foi Mahomed Cozac, engenheiro civil, que recebeu CR$ 37 mil, oferecidos pela Companhia. Nos anos de 1983, 84 e 85 o prêmio foi dado para três profissionais. Depois passou a ser um só premiado até 2003. Aprimeiramulhera serpremiadafoi a arquiteta Márcia Santiago, em 2006. Depois dela, a agrônoma Monika Bergamaschi foi homenageada em 2007. No ano passado foram premiados o engenheiro civil José Renato Magdalena, o arquiteto Eduardo Figueiredo e o agrônomo Manoel Ortolan. BIBLIOTECA Lançamento mostra os vários rios em séculos de história Os rios determ determinam os rumos de civilizaç civilizações inteiras. Às suas margens, desenvolvem-se culturas dos mais variados tipos e economias diversificadas. Pois um dos rios mais representativos da história do Brasil (e não apenas paulistano) acaba de ganhar um lançamento cuidadoso em pesquisas e farto material fotográfico. O livro-reportagem Tietê: um rio de várias faces, projeto da Editora Horizonte, é assinado pelos jornalistas Thiago Medaglia (texto) e Valdemir Cunha (fotografia) e apreende essa artéria pela sua história, seus moradores ribeirinhos, ambiente natural e economia. Com linguagem acessível, o texto final se apresenta como uma grande reportagem. A equipe pesquisou durante meses em livros e documentos vários, além das dezenas de entrevistas com pesquisadores e moradores. Os autores viajaram por toda a extensão do maior rio paulista, que nasce potável na Serra do Mar e, na contramão de todos os outros rios, corre ao interior até o Rio Paraná na divisa com o Mato Grosso do Sul. Nesse percurso, os autores percorreram seus 1.136 quilômetros. A importância deste rio é medida por inserções de trechos de obras dos mais destacados escritores brasileiros como Mário de Andrade, Alcântara Machado, Cassiano Ricardo e sem esquecer os já clássicos quadrinhos Piratas do Tietê, de Laerte. O primeiro capítulo trata da nascente na região de Salesópolis. Aborda sua descoberta, na década de 1950, e de como o Tietê já chega poluído a São Paulo. Esse tema é aprofundado no capítulo seguinte e também retoma a relação das pessoas com suas águas na região metropolitana, até a década de 1940, e de como ele foi transformado num rio poluído e sem vida. O terceiro capítulo traz uma abordagem histórica ao retomar os primórdios da ocupação do território paulista pelos bandei- tietês rantes e mostra a importância do Tietê para a interiorização e aumento das fronteiras continentais do Brasil. Ainda narra vários momentos das culturas cafeeira e da canade-açúcar no estado de São Paulo. Já a construção das usinas hidrelétricas ao longo do rio, seus efeitos ao meio ambiente e antigos moradores são trabalhados nos dois últimos capítulos, que ainda descrevem os vários usos econômicos dessas águas tais como a Hidrovia Tietê-Paraná e a irrigação de cultivos agrícolas. O livro revela a relação do rio com o seu entorno e o preço pago por estar localizado na região mais desenvolvida do país. Um rio não, mas os vários dentro do Tietê. A publicação tem o patrocínio da Cosan e o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Livro: Tietê: um rio de várias faces Páginas: 132 Fotos e ilustrações: 83 Formato: 23 x 30 cm Preço ao consumidor: R$ 89,00 AÇO ARMADO - TRELIÇA TELA - PREGO - ARAME Avenida Meira Junior, 314 | Ribeirão SP Revista- Painel Tel: (16) 3441-0100 | Nextel: 7* 44632 21 CREA Fiscalização: Resolução 317 do CONFEA – Licitações A Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. As empresas e os profissionais registrados no Conselho, que se interessam em participar de licitações de obras e serviços afetos à área abrangida pela fiscalização do CREA; ou seja, obras e serviços de engenharia, arquitetura e agronomia, no que se refere à parte técnica, devem se ater ao Artigo 30 da referida lei. Em destaque os seguintes aspectos: Art. 30 A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; § 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput” deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº. 8.883, de 8.6.94) I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional 22 AEAARP de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Redação dada pela Lei nº. 8.883, de 8.6.94) § 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº. 8.883, de 8.6.94) § 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior. § 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedadas as exigências de propriedade e de localização prévia. Para emissão de Acervo Técnico (CAT) pelo CREA, a Resolução 317/1986 do CONFEA, hoje em vigor, “dispõe sobre Registro de Acervo Técnico dos Profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia e expedição de certidão”. Destaque dos seguintes Artigos: Artigo 1º - Considera-se Acervo Técnico do profissional toda a experiência por ele adquirida ao longo de sua vida profissional, compatível com as suas atribuições, desde que anotada a respectiva responsabilidade técnica nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Art. 4º - O Acervo Técnico de uma pessoa jurídica é representado pelos Acervos Técnicos dos profissionais do seu quadro técnico e de seus consultores técnicos devidamente contratados. Parágrafo único - O Acervo Técnico de uma pessoa jurídica variará em função de alteração do Acervo Técnico do seu quadro de profissionais e consultores. Portanto, o CREA não expede qualquer Acervo Técnico para pessoas jurídicas. O Acervo Técnico é do profissional pessoa física. O Acervo Técnico é composto da Certidão de Acervo Técnico, emitida pelo CREA e também o atestado, fornecido por pessoa jurídica ou física, que contratou aquele profissional para realizar uma obra ou serviço na condição tanto de pessoa física (exemplo: como autônomo) como pessoa jurídica (exemplo: contrata a construtora onde este profissional é o responsável técnico). Se esse profissional sair do quadro técnico da empresa por motivo de rescisão de contrato, aposentadoria ou falecimento, a empresa perde a capacidade técnica correspondente aos acervos desse profissional. A empresa para repor essa perda deve contratar outro profissional com acervos similares aos que perdeu pela saída do profissional. Há muitas licitações em órgãos públicos que observam no Acervo Técnico do profissional o nome da empresa contratada. O CREA não reconhece nenhuma ilegalidade quando a empresa participante de uma licitação não é a mesma que está registrada como CONTRATADA no Acervo Técnico do profissional apresentado. Fica registrado, portanto, que o CREA não fornece nenhum tipo de Acervo Técnico operacional para pessoa jurídica. NOTAS E CURSOS AEAARP oferece curso de informática A Diretoria de Computação da AEAARP promove novo curso para associados ou não. O curso básico em Computação MS Office 2007 acontecerá de 13 de outubro a 8 de dezembro, às terças e quintas-feiras, das 19h às 22h. O curso terá carga horária de 51 horas e será ministrado por docentes do SENAC, entidade conveniada à AEAARP que também fornecerá os certificados aos participantes. O participante aprenderá como usar os recursos básicos do Windows, utilizar o Word para editar e formatar textos, o Excel para fazer planilhas e o PowerPoint para criar apresentações, além de aprender o básico para navegar na Internet. O investimento para associados é de R$ 420 e não-associados pagam R$ 840, podendo parcelar em três vezes. Mais informações com Solange no fone (16) 2102.1700. Programa Conceitos básicos de Informática Excel 2007 – básico • Fórmulas, funções básicas e Ambiente de trabalho do Windows Vista • Janelas elaboração de gráficos • Área de Transferência • Gerenciamento de arquivos e pastas PowerPoint 2007 – básico • Criação de apresentação eletrônica • Formatação dos slides Word 2007 – básico • Criação, formatação e impressão de textos Navegação na Internet Mestrado em Construção Civil da UFSCar Pesquisas do curso estão voltadas para sistemas construtivos de edificações Até o dia 13 de novembro estão abertas as inscrições para o mestrado em Construção Civil da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Com área de concentração voltada aos Sistemas Construtivos de Edificações, o Programa de Pós-Graduação em Construção Civil (PPGCiv) oferece duas linhas de pesquisas: Sistemas Estruturais e Tecnologia de Sistemas Construtivos, e Racionalização, Avaliação e Gestão de Processos e Sistemas Construtivos. Os exames para a Seleção 2010 ocorrem no dia 20 de novembro. Dentre outras atribuições, o mestrado em Construção Civil da UFSCar visa capacitar pesquisadores e profissionais para torná-los aptos a desenvolverem soluções para melhorar a qualidade dos produtos e a produtividade dos processos, disseminar a aplicação dos resultados práticos mais recentes das pesquisas acadêmicas sobre a racionalização das construções e incentivar o uso de novas ferramentas de trabalho, em particular a informática aplicada à construção de edificações. Mais informações sobre o processo seletivo podem ser obtidas pelo telefone (16) 3351-8261, pelo e-mail ppgciv@ ufscar.br ou em www.ppgciv.ufscar.br. Ligada em você Tudo em material elétrico 3630.1818 Tels: (16) Fax: (16 (16) 16) 3630.1633 16 R. Roque ue Nacarato, 81 Ribeirão ão Preto-SP [email protected] nahas@netsit has@ne Revista Painel 23 NOTAS E CURSOS Prêmio AlphaVille lança prêmio de Urbanismo Sustentável Até o dia 18 de dezembro estudantes de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo de todo o país poderão se inscrever no prêmio AlphaVille de Urbanismo Sustentável, lançado pela Fundação AlphaVille. João Audi, presidente da AlphaVille Urbanismo, diz que o objetivo do projeto é incentivar estudantes a pensar sobre o desenvolvimento do país. A AlphaVille Urbanismo surgiu em 1995 com o objetivo de transformar AlphaVille em marca nacional, depois do fenômeno comercial em Barueri a partir dos anos de 1970. Atualmente os empreendimentos da marca estão em 40 cidades, de 16 estados brasileiros. O regulamento estará disponível no site do Prêmio www.premioalphaville.com.br, bem como as inscrições. A entrega dos projetos poderá ser feita até 15 de janeiro de 2010. Uma comissão coordenada pela AlphaVille Urbanismo escolherá os dez melhores projetos, que estarão entre os finalistas do prêmio. Um júri integrado por executivos da AlphaVille – entre eles João Audi e Marcelo Willer, Monica Picavêa, diretora da Fundação AlphaVille, May East, diretora do Gaia Education, Alex Abiko, professor da Escola Politécnica da USP, e Carlos Leite, professor no Programa de Pósgraduação em Arquitetura & Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie – selecionará dentre estes os três grandes vencedores, que deverão ser anunciados em fevereiro do próximo ano. O primeiro colocado ganhará R$ 10 mil, o segundo, R$ 7 mil, e o terceiro, R$ 5 mil. O coordenador do curso também será premiado com uma viagem com visita monitorada, para um AlphaVille de sua escolha, no Brasil com a hospedagem paga por três dias. Salão do Mercado Imobiliário Ribeirão Preto vai sediar, entre os dias 25 e 29 de novembro, o Salão do Mercado Imobiliário de Ribeirão e o Fórum das Administradoras e Síndicos de Condomínios, focados na compra, venda e aluguel de imóveis dos diversos lançamentos da cidade. O evento recebe o apoio da AEAARP e vai apresentar estandes de empresas do segmento para atuar como facilitador para o consumidor na hora de adquirir um imóvel. De acordo com o Sindicato de Turismo e Hospitalidade de Ribeirão Preto (SindTur), realizador do evento, as feiras profissionais tornaram-se ferramentas fundamentais na promoção de negócios em um cenário de dificuldades econômicas que atinge os mercados globais. O coquetel de abertura acontece no dia 25, no Centro Nacional de Convenções (Avenida Presidente Kennedy, 1835) e recebe a palestra Habitação e Cidadania, ministrada pela Caixa Econômica Federal. O conferencista Lair Ribeiro é o destaque da programação e se apresenta no dia 27, com o tema Como gerar lucro através das estratégias gerenciais produtivas. NOVOS ASSOCIADOS Marcos Vilela Lemos no Livro do Mérito O engenheiro agrônomo Marcos Vilela Lemos será homenageado com a inscrição no Livro do Mérito do Sistema CONFEA/CREA no ano de 2009. A indicação foi feita pelo arquiteto José Roberto Geraldini Júnior, associado da AEAARP e conselheiro federal. Para o presidente da AEAARP, engenheiro civil Roberto Maestrello, “a homenagem é um reconhecimento do trabalho feito pelo engenheiro Marcos Vilela Lemos, mas sua importância reside na oportunidade de ressaltar, em mais essa ocasião, o valor da luta em prol do associativismo, que deve ser exemplo para os colegas”. Em 1995 foi criada a Comissão do Mérito que objetiva homenagear com a Medalha do Mérito e inscrição no Livro do Mérito aqueles que de alguma forma contribuíram para a melhoria 24 AEAARP da qualidade de vida e progresso da sociedade, desenvolvimento tecnológico e aprimoramento técnico das profissões que compõem o Sistema CONFEA/CREA. A Comissão confere, todos os anos, a Medalha do Mérito para 12 profissionais ou instituições que se destacaram pela prestação de serviços relevantes e 12 inscrições no Livro do Mérito para profissionais já falecidos que, de alguma forma, contribuíram com a nação. As indicações são feitas pelos CREAs, entidades nacionais e regionais e instituições de ensino. É possível conhecer o histórico da Comissão do Mérito, os premiados e toda a regulamentação na página do CONFEA: www.confea.org.br. Engenharia Civil Carlos Henrique Silva José Thomaz Monteiro Junior Engenharia de Infra-Estrutura Aeronáutica Wilson Franca Prado Arquitetura e Urbanismo Rafaela Souza Carneiro Rogério Leite Borges Carlos Henrique Muller Pires Agronomia Mariângela Vieira Vinicius Terra Bignardi Estudante de Engenharia Civil Jadison Wesley Tiago Jorge José Silva Roberto Travassos Augusto Filho Estudante de Engenharia de Produção Fernando Massonetto dos Santos Estudante de Tecnologia em Processos Lucas Lataguia CREA assina termo de cooperação com Prefeitura de SP O CREA-SP assinou um termo de cooperação com a Prefeitura de São Paulo que vai permitir o recrutamento e indicação de profissionais para emitir laudos de vistoria técnica em creches que serão construídas para a Secretaria de Educação. De acordo com o protocolo assinado pelo prefeito Gilberto Kassab, pelo secretário de Educação, Alexandre Alves Schneider e pelo presidente do CREA, José Tadeu da Silva, a avaliação técnica dos imóveis que serão construídos deverá atender ao projeto da Prefeitura que estabelece as dimensões mínimas do terreno, as especificações técnicas de construção e o cronograma de execução. Como os terrenos são locados, o CREASP deverá viabilizar a vistoria e emissão dos laudos que atestam que a cons- Giulio A. Prado e Wilson Laguna representam a AEAARP. trução atende às exigências técnicas divulgadas pela Prefeitura. O Conselho também será responsável por disponibilizar uma lista com os profissionais que tiverem interesse em prestar os serviços de emissão de laudo. Os profissionais assinarão um termo em que se comprometem a aceitar as condições estabelecidas no protocolo de intenções divulgado pela Prefeitura. Ao preparar sua ART, não se esqueça de preencher o campo 31 com o código 046. Assim, você destina 10% do valor recolhido para a AEAARP. Com mais recursos poderemos fortalecer, ainda mais, as categorias representadas por nossa Associação. Contamos com sua colaboração! anúncio gráfica Revista Painel 25 EFEITO ESTUFA Equação ambiental Diminuir as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) que causam o aquecimento global é uma das principais razões para o atual esforço internacional que visa à substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia limpa, como o etanol da cana-de-açúcar. Mas os fertilizantes necessários para a produção do biocombustível podem ter um papel na própria emissão de GEE. Esse papel do uso de fertilizantes nas emissões precisará ser cuidadosamente estudado para que seja possível compreender o balanço ambiental da cultura canavieira, de acordo com Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas - SP, e especialista em fertilidade do solo e adubação. Cantarella participou, dia 11/8, d o w o r k s h o p Te c n o l o g i a s e m biocombustíveis e suas implicações no uso da água e da terra, realizado em Atibaia. O evento é promovido pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Biotecnologia para o Bioetanol. Segundo Cantarella, que é um dos coordenadores do BIOEN, o nitrogênio contido nos fertilizantes utilizados na lavoura de cana-de-açúcar tem papel significativo em relação aos GEE. “Quando usamos a cana-de-açúcar para produzir biocombustível temos que avaliar o impacto dessa cultura no balanço de GEE. O nitrogênio entra nessa equação porque ao penetrar no solo, por meio de reações microbiológicas, ele provoca a liberação de pequenas quantidades de óxido nitroso, um importante GEE”, disse Cantarella à Agência FAPESP. A intensidade do efeito estufa provocado por cada molécula de óxido nitroso é quase 300 vezes maior do que aquele causado por uma molécula de dióxido de carbono, segundo Cantarella. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que cerca de 1% do fertilizante nitrogenado utilizado em plantações acaba sendo enviado à 26 AEAARP atmosfera na forma de óxido nitroso. “Mas é importante observar que os números do IPCC são gerais. Existem poucas avaliações sobre a produção do óxido nitroso aplicado à cultura de cana-de-açúcar. É preciso medir, nas condições de produção da cana, qual é a real contribuição da adubação nitrogenada”, disse. De acordo com ele, no caso da cana-deaçúcar, o fato de a adubação nitrogenada ser feita em época relativamente seca cria condições teoricamente pouco favoráveis para a produção de óxido nitroso no solo. Mas a falta de estudos impede uma avaliação precisa. “Esse número precisa ser avaliado na prática”, afirmou. A cultura de canade-açúcar responde por uma parcela de 13% a 17% de todo o fertilizante utilizado na agricultura brasileira. A cultura canavieira continua se expandindo em São Paulo e essa tendência deverá prosseguir. “Apesar da expansão, do ponto de vista ambiental o problema da emissão de óxido nitroso não é tão grande. Por outro lado, ele adquire uma importância crucial quando fazemos um balanço ambiental de uma cultura que tem a mitigação das emissões de GEE entre seus objetivos”, disse. O uso de fertilizantes na cultura de cana-de-açúcar, de acordo com o também presidente do Conselho Curador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola, é, em geral, bastante eficiente. Com a mesma quantidade de adubo utilizada em outras culturas, a cana tem uma produção muito maior de biomassa. “Ainda assim, a cultura de cana- d e - a ç ú c a r, p o r s u a e x t e n s ã o , responde por uma parcela de 13% a 17% de todo o fertilizante utilizado na agricultura brasileira”, afirmou. Novos desafios O principal obstáculo à eficiência das práticas de adubação na cultura canavieira no estado diz respeito a mudanças tecnológicas recentes. “Com o aumento das áreas com colheita mecanizada, temos uma grande quantidade de palha na superfície do solo. Isso dificulta a incorporação de fertilizantes, que muitas vezes são deixados expostos. E um dos principais fertilizantes nitrogenados usados nessa cultura, a ureia, está sujeito a grandes perdas por volatilização”, explicou Cantarella. Uma das soluções possíveis para o problema, segundo ele, seria o uso de outra fonte diferente da ureia. “Mas esse tipo de alternativa é mais cara e menos abundante”, disse. Outras soluções viáveis seriam a incorporação mecânica, ou uso de aditivos que reduzissem perdas. “Não temos ainda uma solução prática e econômica bem estabelecida. É um desafio que temos que resolver ”, afirmou. Outro tema que necessita mais estudos, aponta, é o papel de determinadas bactérias associadas à cultura da cana na fixação de nitrogênio da atmosfera. Essa alternativa de fixação biológica do nitrogênio poderia reduzir a necessidade de fertilizantes – o que teria grandes impactos ambientais e econômicos. “Mas a magnitude dessa fixação ainda não está bem estabelecida. Os números da literatura são bastante variáveis. Nosso desafio é estabelecer essa contribuição e descobrir se podemos melhorá-la – seja com a inoculação de microrganismos mais eficientes ou pela seleção de variedades de cana-de-açúcar que respondam melhor ao processo”, disse. Agência FAPESP Por Fábio de Castro, de Atibaia