ALEGRIA Ir. Marlise Regina Severino Peters 0. MOTIVAÇÃO PARA PREPARARMOS NOSSO TERRENO/CORAÇÃO “Estas coisas vos tenho dito, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa”. (João 15,11) Como concepcionistas, geradoras de vida, continuamos nossa caminhada de fé, unidas à Igreja e ao povo amado e querido de Deus, unidas Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, unidas Aquele que é a razão de ser nossa realização e alegria como mulheres, religiosas, consagradas e Testemunhas do Amor. A nossa alegria vem de estarmos na presença de Deus. A Bíblia diz em Salmos 16,8-9 “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.” Há alegria em guardar os mandamentos de Deus. A Bíblia diz em João 15,10-11 “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” A alegria é um dom do Espírito Santo. A Bíblia diz em Gálatas 5,22-23 “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.” Podemos ter alegria apesar das nossas circunstâncias. A Bíblia diz em Filipenses 4,4 “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos.” Nesse caminho de fé, regozijamos no Senhor que se faz um conosco e torna-se nosso companheiro de caminhada. 1 1. ABERTAS À PALAVRA QUE É SEMEADA EM NOSSO TERRENO/CORAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA E TEOLÓGICA I. NECESIDADE DA ALEGRIA EM TODOS OS HOMENS A alegria cristã remete-nos a Deus Criador que nos dá o testemunho a partir de sua experiência criadora: “E Deus viu que tudo era bom” (Gn 1, 10.12.18.21.25.31). Pôs o homem no centro do universo, que é obra de seu poder, de sua sabedoria, de seu amor, Deus dispõe a inteligência e o coração de sua criatura — antes mesmo de manifestar-se pessoalmente mediante a revelação— ao encontro da alegria e ao mesmo tempo da verdade. Precisamos prestar atenção ao chamado que brota do coração humano, desde a infância até a velhice, como um pressentimento do mistério divino: Sejam alegres! Ao olharmos o mundo, sentimos um desejo natural de compreende-lo e dominá-lo com nossa inteligência, assim como aspiramos realizar-nos e sermos felizes. Sabemos que existem graus de “felicidade”. Sua expressão mais nobre é a alegria ou “felicidade” em sentido estrito, quando o homem, através de suas faculdades superiores, encontra sua satisfação na posse de um bem conhecido e amado (cf. Santo Tomas de Aquino, Suma Teológica, I – II, q. 31, a.3). Desta maneira o homem experimenta a alegria quando está em harmonia com a natureza e a experimenta no encontro, na participação e na comunhão com os outros. Principalmente quando faz a experiência profunda da alegria e felicidade espirituais; quando seu ser entra na posse de Deus, do Deus conhecido e amado como bem supremo e imutável (Santo Tomás de Aquino – Suma Teológica II – II, q. 28, a. 1 e 4). Poetas, artistas, pensadores, homens e mulheres que se dispuseram a luz interior, puderam, antes da vinda de Cristo e podem em nossos dias, experimentar de algum modo a alegria de Deus. 2 Mas, ao mesmo tempo sabemos que a alegria é sempre imperfeita, frágil, quebradiça. É um paradoxo: a mesma consciência do que constitui a verdadeira felicidade (que vai além dos prazeres transitórios), percebe, também a certeza de que não há alegria perfeita. A experiência da finitude, que cada geração vive como pode, obriga a constatar e a perceber a distancia imensa que separa a realidade do desejo de infinito. A alegria não se compra, não se satisfaz com breves prazeres, ela é espiritual. O dinheiro, o conforto, a higiene, a segurança material, o tédio, a aflição, a tristeza estão na vida de muitos. Também a solidão, a sede de amor e de companhia, o vazio; os sofrimentos físicos e morais! No entanto nada disso pode nos impedir de falar da alegria de esperar e desejar a alegria. A solidariedade é obra de Deus e corresponde ao mandato de Jesus Cristo. Ela busca a paz, restitui a esperança, fortalece a comunhão, dispõe para a alegria: quem dá e quem recebe, porque há mais alegria em dar do que em receber (cf At 20,35). Não podemos esquecer do dever primordial de viver o amor, amor aos outros, sem viver o mandamento do amor não podemos falar de alegria. É também necessário um esforço paciente para aprender a gostar simplesmente das múltiplas alegrias humanas que o Criador pôs em nosso caminho: a alegria exultante da existência e da vida; a alegria do amor honesto e santificado; a alegria tranquilizadora da natureza e do silencio; a alegria do trabalho bem feito; a alegria e a satisfação do dever cumprido; a alegria transparente da pureza, do serviço, do saber partilhar; a alegria exigente do sacrifício. Nós podemos nos purificar, completar, sublimar: não podemos desprezar as dificuldades ascéticas que se nos apresentam. A alegria cristã supõe pessoas capazes de alegrias naturais. Foram através delas que Jesus Cristo anunciou o reino dos céus. O ser humano em sua profundidade existencial deve buscar recursos que o ajudem a compreender o sentido da vida; da sua vocação e destino transcendentes. 3 Fomos criados a imagem e semelhança de Deus e somos orientados instintivamente a Ele, ao Bem supremo e único, ao seu amor e portanto destinados a experimentar a alegria que emana do conhecimento, ainda que seja imperfeito, de Deus e a certeza de ter com Ele um vínculo que nem a morte pode romper. Santo Agostinho disse: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e nosso coração está inquieto até repousar em Ti”. (Santo Agostinho, Confissões, I, c. I: PL 32,66). O homem vive a alegria aproximando-se de Deus e fugindo do mal, do pecado. “A carne e o sangue” são incapazes de conseguir. (cf. Mt 16, 17). A graça nos converte, precisamos escutar a Boa Nova do Amor de Deus. II. ANUNCIO DE LA ALEGRIA CRISTà NO ANTIGO TESTAMENTO A alegria cristã é por essência uma participação espiritual da alegria insondável, às vezes divina outra humana, do Coração de Jesus Cristo glorificado. Quando Deus – Pai manifesta na história o desígnio amoroso que Ele havia formado em Jesus Cristo, para realizar na plenitude dos tempos (cf. Ef 1,9-10), esta alegria se anuncia misteriosamente no meio do Povo de Deus, ainda que sua identidade não seja logo revelada. Assim Abraão, nosso Pai, eleito para o cumprimento futuro da Promessa, e esperando contra toda esperança, recebe, no nascimento de seu filho Isaac, as primícias proféticas desta alegria (cf. Gn 21,1-7); Rom 4,18). Tal alegria se encontra como transfigurada através de uma prova de morte, quando seu único filho lhe é devolvido vivo, prefiguração da ressurreição de Aquele que virá: o Filho único de Deus, prometido para um sacrifício redentor. Abraão exultou ante o pensamento de ver o Dia de Cristo, o Dia da salvação: ele “viu e se alegrou” (Jo 8,56). A alegria da salvação amplia-se e vai se manifestando ao longo da historia profética de Israel. Ela se mantém e renasce indefectivelmente através de provas trágicas devido as infidelidades do povo eleito e às perseguições exteriores que buscavam separá-lo de seu Deus. Esta alegria sempre ameaçada e renascente é própria do povo nascido de Abraão . 4 É marcada por uma experiência exultante de libertação e restauração —pelo menos anunciadas— que têm sua origem no amor misericordioso de Deus para com seu povo eleito, em cujo favor Ele cumpre, por pura graça e poder milagrosos, as promessas da Aliança. Tal é a alegria da Promessa mosaica, que é uma figura da libertação escatológica que será realizada por Jesus Cristo no contexto pascal da nova e eterna Aliança. É também, da alegria atual, cantada tantas vezes nos salmos: a de viver com Deus e para Deus. É, sobretudo, a alegria gloriosa e sobrenatural, profetizada em favor da nova Jerusalém, resgatada do desterro e amada misticamente por Deus. O sentido último deste amor redentor transbordante aparecerá na hora da nova Páscoa e do novo êxodo. Então o Povo de Deus será conduzido, por meio da morte e ressurreição do seu Servo sofredor, deste mundo ao Pai; da Jerusalém figurativa daqui de baixo à Jerusalém do alto: “De abandonada e amaldiçoada, sem ninguém para te socorrer, farei de ti um objeto de admiração para sempre, um motivo de alegria para as gerações futuras”. ... “assim como um jovem desposa uma jovem, aquele que te tiver construído te desposará; e como a recém-casada faz a alegria de seu marido, tu farás a alegria de teu Deus”. (Is 60,15; 62,5; cf. Gal 3,27; Ap 21,1-4). A alegria do justo no A.T. está fundamentada acima de tudo na demonstração do poder de Deus, que se manifestou na história do povo de Israel. Os sinais com que Deus se revelou e salvou a Israel sobretudo na libertação do Egito, são comemorados de um modo patente no culto de Israel. O serviço divino no Tempo torna-se expressão festiva da alegria no Senhor (sl 84,1; 122,1). O Cântico dos Cânticos, parte importante do A.T., é significativo pelo fato de que as expressões mais sublimes e mais alegres da vida humana podem se tornar imagem da experiência de Deus. III. A ALEGRIA NO NOVO TESTAMENTO Mais que o justo do A.T. o cristão está marcado pela alegria, porque Cristo realiza as promessas e as esperanças messiânicas. Já a própria encarnação inunda de imensa alegria todos aqueles que a conhecem (cf. Lc 1 e 2). 5 O próprio Cristo na sua humanidade, mas principalmente na consciência de própria divindade, está imerso na alegria trinitária. “Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11) E o mistério da Encarnaçãoem figura de servo consiste em que a alegria se pode afastar até dar lugar à dor e à morte. Cristo na forma de servo é um sinal de nosso pecado, e não da presença divina; a forma de servo é um novo motivo para a assunção da humanidade de Cristo na glória do Logos (Flp 2,6ss). A mensagem cristã é de alegria, porque por meio de Cristo não só foi abolido o pecado, mas na ressurreição de Cristo foram vencidas também as consequencias do pecado, de maneira que possamos participar da sua bem-aventuirança (Jo 17,22; 1 Jo 1,3-4). A alegria faz parte dos valores objetivos da filiação divina já aqui na terra: ”Sede sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo”. (1 Tes 5, 1618). A alegria dos remidos frequentemente se manifesta em relação com o Espírito Santo. A vinda do espírito Santo em Pentecostes dá aos discípulos a certeza de que o mundo está profundamente transformado em Cristo, apesar da exígua aparencia, nesta vida, dos frutos de salvação. Mas “os frutos do Espírito são: caridade, alegria, paz” (Gal 5,22). “O Reino de Deus não é bebida nem comida, mas justiça, paz e gozo no espírito Santo” (Rom 14,17). “O Deus da esperança vos encha de todo o gozo e da paz na vossa fé, para que, pelo poder do Espírito Santo estejais repletos de esperança” (Rom 15,3). Ninguém está excluído da alegria. A grande alegria do anjo na noite de Natal, que será de verdade para todo o povo (cf. Lc 8,10), tanto para o povo de Israel que esperava ansioso um Salvador, como para todos os povos ao longo dos tempos que acolherá sua mensagem e se esforçará por vive-la. A alegria da Virgem Maria a primeira em receber o anúncio do anjo Gabriel e o Magnificat que já era o hino de exultação de todos os humildes. Os mistérios gozosos nos situam nestas alegrias cada vez que os rezamos, ante o acontecimento inefável, centro e cume da história: a vinda à terra do Messias, Deus conosco. João Batista, que teve a missão de mostrá-lo a Israel, saltou de gozo em sua presença, no seio materno (cf. Lc 1,44). 6 Quando Jesus começou seu ministério, João “regozija-se sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa”. (Jo 3,29). Reflitamos sobre a pessoa de Jesus. Ele experimentou em sua humanidade todas nossas alegrias. Ele conheceu, apreciou, elogiou toda uma gama de alegrias humanas, dessas alegrias simples e cotidianas que estão ao alcance de todos. A profundidade de sua vida interior não lhe tirou a clareza de seu olhar, nem de sua sensibilidade. Admira os passarinhos, os lírios do campo, exalta a alegria do semeador e do ceifador daquele que encontra um tesouro, do pastor que encontra a ovelha perdida, da mulher que encontra sua moedinha perdida; a alegria dos convidados ao banquete, a alegria dos que vão ao casamento, dos que se casam, a alegria do pai que recebe seu filho pródigo de volta; da mulher que acaba de dar a luz a seu filho. Estas alegrias humanas tem para Jesus tanta consistência quanto o fato de serem sinais das alegrias espirituais do Reino de Deus: alegria dos homens que entram neste Reino, voltam a ele ou trabalham nele, alegria do Pai que os recebe. Por outro lado, Jesus manifesta sua satisfação e sua ternura, quando se encontra com as crianças que desejam se aproximar dele, com o jovem rico, fiel e com desejos de ser perfeito; com amigos que abrem as portas de suas casas para hospedá-lo como Marta, Maria e Lázaro. Sua felicidade maior é ver a acolhida que é dada à Palavra, a libertação dos possessos, a conversão da mulher pecadora e de um publicano como Zaqueu, a generosidade da viúva. Ele mesmo se sente inundado por uma grande alegria quando comprova que os mais pequeninos tem acesso à revelação do Reino, coisa que fica escondida aos sábios e prudentes (Lc 10,21). Sim, “tendo Cristo partilhado em tudo nossa condição humana, menos no pecado” (cf. Hb 4,15), ele aceitou e sentiu as alegrias afetivas e espirituais, como um dom de Deus. E não descansou até que não “tivesse anunciado a salvação aos pobres e aos aflitos o seu consolo” (cf. Lc 14,18). O evangelho de Lucas é profícuo na maneira particular de semear a alegria. Os milagres de Jesus, as palavras de perdão são outras tantas mostras da bondade divina: as pessoas se alegravam por tantos prodígios que ele fazia (cf. Lc 13,17) e dava glorias a Deus. Para o cristão, como para Jesus, é necessário viver as alegrias humanas, que o Criador nos dá, em ação de graças ao Pai. 7 Destacamos o segredo da insondável alegria que Jesus carregava dentro de si e que lhe é própria. É o evangelho de S. João quem melhor nos revela as palavras íntimas do Filho de Deus feito homem. Jesus irradia paz, segurança, alegria, disponibilidade, que se deve ao amor inefável com que se sabe amado por seu Pai. Depois de seu batismo as margens do Jordão, este amor, presente desde o primeiro instante de sua Encarnação, se manifesta: “Tu és meu filho amado, meu predileto” (Lc 3,22). Esta certeza é inseparável da consciência de Jesus. É uma presença que nunca o abandona (cf. Jo 16,32). É um conhecimento íntimo que o plenifica: “O Pai me conhece e eu conheço o Pai” (Jo 10,15). É uma troca incessante e total: “Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu” (Jo 17,19). O Pai deu ao Filho o poder de julgar e de dispor da vida. Entre eles dá-se uma reciprocidade profunda: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14,10). Reciprocamente, o Filho tem para com o Pai um amor sem medida: “Eu amo o Pai amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou”. (Jo 14,31). Faz sempre o que apraz ao Pai, é este seu “alimento” (cf. Jo 8,29; 4,34). Sua disponibilidade chega até o dom de sua vida humana, com a confiança de recobrá-la: “O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar” (Jo 10,17). Neste sentido, ele se alegra de ir ao pai. É, para Jesus a ressonância de sua consciência de homem, do amor que ele conhece desde sempre, enquanto Deus, no seio do Pai: “porque me amaste antes da criação do mundo” (Jo 17,24). Existe uma relação incomunicável de amor, que se confunde com sua existência de Filho e que constitui o segredo da vida trinitária: o Pai é o que se dá ao Filho, sem reservas e sem interrupções, em uma generosidade gozosa e o Filho, como o que se dá da mesma maneira ao Pai com um impulso de gozosa gratidão no Espírito Santo. Daí que os discípulos e todos que creem em Cristo estão chamados a participar desta alegria. Jesus quer que sintam interiormente esta mesma alegria em plenitude: “Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles” (Jo 17,26). Esta alegria de estar dentro do amor de Deus começa já aqui na terra. É a alegria do Reino de Deus. É uma alegria concedida e que requer confiança total no Pai e no Filho e de fazer opção pelas coisas do Reino. A mensagem de Jesus promete antes de tudo a alegria, essa alegria exigente das bem aventuranças. 8 “Felizes os pobres, porque deles é o Reino dos céus. Felizes o que passais fome, porque sereis saciados. Felizes os que agora chorais...” (Lc 6,20-21). Misteriosamente, Cristo mesmo, para desenraizar o coração humano do pecado de suficiência e manifestar ao Pai uma obediência filial e completa, aceita morrer (cf. At 2,23), morrer sobre uma cruz. “Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: Pai é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti” (Jo 17,1). E Deus ressuscita Jesus dentre os mortos. Desde então Jesus vive para sempre na Gloria do Pai e os discípulos se sentiram arrebatados por uma alegria indescritível ao ver Jesus no dia de Páscoa. “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. 2. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita” (Is 9,1-2). O Exsultet da proclamação pascal canta um mistério realizado acima de toda esperanças proféticas: no anúncio gozoso da ressurreição, todo mal e sofrimento é transfigurado, enquanto que a plenitude da alegria surge da vitória do Crucificado, de seu Coração transpassado, de seu Corpo glorificado e ilumina as trevas. A alegria pascal é a de uma nova presença do ressuscitado que outorga aos seus o Espírito Santo, para que habite neles. Assim o Espírito Paráclito é dado à Igreja como principio inesgotável de sua alegria de esposa de Cristo glorificado. O Espírito Santo faz-nos templos vivos de Deus, doce hóspede da alma (Sequencia da Solenidade de Pentecostes). Com ele habita no coração humano o Pai e o Filho (cf. Jo 14,23). O Espírito Santo suscita no homem uma oração filial, que brota do seu ser mais profundo e que se expressa em louvor, ação de graças, expiação e súplica. Assim desfrutamos da alegria propriamente espiritual, que é fruto do Espírito Santo (cf. Rom 14,17; Gal 5,22): consiste esta alegria em que o espírito humano encontra repouso e uma satisfação íntima na possessão de Deus trino, conhecido pela fé e amado com a caridade que provem dele. Esta alegria caracteriza-se por todas as virtudes cristãs. As pequenas alegrias humanas que constituem em nossa vida como a semente de uma realidade superior são 9 transfiguradas. Esta alegria espiritual, aqui na terra, inclui sempre em alguma medida a dolorosa prova da mulher o momento de dar a luz,na verdade as alegrias na terra nunca estão plenas, mas são um vislumbre do que viveremos por toda a eternidade em Deus (cf. Jo 16,20-22; 2Cor 1,4; 7,4-6). Maria e a Alegria Maria, a cheia de graça, a Mãe do Salvador, acolheu o anúncio do alto, fez-se serva do Senhor, é chamada de esposa do Espírito Santo, mãe do Filho de Deus, mostra alegria diante de sua prima Isabel que elogia sua fé: “Minha alma engrandece ao Senhor e exulta de alegria meu espírito em Deus, meu Salvador... Por isso, todas as gerações me chamarão de bem aventurada” (Lc 1, 46-48). Ela melhor que ninguém, compreendeu que Deus faz maravilhas: seu Nome é santo, mostra sua misericórdia, exalta os humildes, é fiel a suas promessas. No cotidiano de sua vida medita os pequenos sinais de Deus, guardando-os em seu coração e não foi isenta dos sofrimentos: está presente aos pés da cruz, associada de maneira eminente no sacrifício de Jesus, como madre das dores. Mas ela está também, aberta sem reservas à alegria da Ressurreição; também foi elevada à glória do céu. Primeira redimida, imaculada desde o momento de sua concepção, morada incomparável do Espírito, habitáculo puríssimo do Redentor dos homens, ela é ao mesmo tempo a Filha armadíssima de Deus e em Cristo, a Mãe universal. Ela é o tipo perfeito da Igreja terrestre e glorificada. Que maravilhosas ressonâncias adquirem em sua singular existência de Virgem de Israel as palavras proféticas relativas à nova Jerusalém: ”Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da salvação. Envolveu-me com o manto de justiça, como um neo-esposo cinge o turbante, como uma jovem esposa se enfeita com suas jóias”. (Is 61,10). Junto com Cristo, ela recapitula todas as alegrias, vive a perfeita alegria prometida a Igreja: “Mãe plena da santa alegria” e com toda razão, seus filhos da terra, volvendo os olhos para a mãe da esperança e mãe da graça, a invocam como causa de sua alegria: “Causa de nossa alegria”. Depois de Maria, a expressão da alegria mais pura e ardente a encontramos naqueles que abraçam a cruz de Jesus com o mais fiel amor: os mártires, aos quais 10 o Espírito Santo inspira, no momento crucial da prova, uma espera apaixonada da vinda do Esposo. São Estevão, que morre vendo os céus abertos, é o primeiro das inumeráveis testemunhas de Cristo. Também em nossos dias e em numerosos países, quantos que arriscam a vida por Cristo, poderiam afirmar como o mártir Santo Inácio de Antioquia: “Com grande alegria lhes escrevo, desejando morrer. Meus desejos terrestres foram crucificados e já não existe em mim uma chama para amar a matéria, mas há em mim uma água viva que murmura e diz dentro de mim: "Vem até o Pai"” Na vida dos filhos da Igreja, esta participação na alegria do Senhor é inseparável da celebração do mistério eucarístico, onde comem e bebem seu Corpo e seu Sangue. Eucaristia sustento dos caminhantes, no caminho da eternidade, são as primícias da alegria escatológica. A alegria é consequência da comunhão humano-divina cada vez mais universal. Dá ao coração uma abertura aos outros. Ela nos faz semelhantes e nos ajuda a viver de acordo com a vontade do Pai, porque ela faz o homem a imagem e semelhança de Deus. E os santos nos vislumbram a alegria em Deus. CONCUSÃO: UMA ALEGRIA PARA TODOS “Se teu olho é são, todo o corpo será bem iluminado” (Lc 11,34). “Jesus lhe disse ( a Tomé):Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram.” (Jo 20, 28-29). Como concepcionistas somos convidadas a contemplar o Senhor Ressuscitado, o Senhor da Glória. Quando nossos olhos se voltam para Ele, todo nosso ser é iluminado. Sentimos forte em nós a alegria da Boa Nova, a alegria daqueles que crêem pela fé. E esse sentimento nos impulsiona a partilharmos essa experiência do Cristo vivo com a humanidade. Ide e evangelizai, disse Cristo. Ide e ensinai, disse Carmen. 11 Cabe-nos como educadoras pensar nas crianças que necessitam encontrar no amor dos que os rodeiam segurança, adquirir capacidade de recepção, de maravilhar-se, de confiança, de espontaneidade e assim se tornarem aptas para a alegria evangélica. Quem quiser entrar no Reino, nos diz Jesus, deve primeiramente tornar-se criança (cf. Mt 10,14-15). Pensemos em todos os que educam, o Espírito Santo deseja ajudá-los a redescobrir a alegria das coisas simples: a solidariedade, a escuta, a partilha, o colocar-se no lugar do outro, o ser dom, o saber brincar, o dedicar tempo aos outros. E os jovens cristãos vivem a alegria? Que alegria? Oxalá seja a alegria da busca da verdade, do ser dom aos outros através de trabalhos voluntários, de visitas a creches, aos doentes, de levar amor e alegria aos que sofrem, aos abandonados e esquecidos; ajudemos nossos jovens a serem fontes profundas de alegria libertadora da Verdade divina reconhecida no olhar dos mais frágeis e pequenos. A alegria de ser religiosa, a capacidade de saber expressar a alegria da consagração, a alegria de que Carmen Sallés é declarada santa pela Igreja, a alegria de podermos chegar a alcançar a santidade seguindo os passos de nossa fundadora. Tudo isso leva-nos a dizer: Nosso ser engrandece o Senhor, pois fez grandes coisas em nós e nosso espírito é feliz! 2. SEMENTES CONCEPCIONISTAS: A ALEGRIA NOS E NA VIDA DE M. CARMEN ECOS DO PENSAMENTO DE CARMEN SALLÉS: 2.“Saber-nos objeto do amor gratuito e da misericórdia infinita de Deus enche-nos de alegria e nosso coração transborda em ação de graças”. 14. “O amor de Deus enche de alegria o espírito; os amores humanos, se são puros, mortificam e atormentam”. 51. “Nossa vontade é, com frequência, fraca e instável; os desejos e mandamentos de Deus são fiéis e seguros, produzem alegria ao espírito”. 153. “Que alegria poder dizer: nossa Mãe Imaculada”. 12 156. “Ao começar a jornada diária é bom expressar nossa alegre confiança: peçote um bom dia, minha Mãe, minha Senhora e minha Rainha”. 157. “Exercitemo-nos naquelas virtudes que nos façam humildes, benignos, pacíficos, tratáveis, constantes e fiéis no trabalho, diligentes, alegres... como corresponde aos filhos de Maria Imaculada”. 177. “Uma confiança grande e perseverante em nossa Mãe, nos obterá as maiores graças. Ela é nossa força e causa de nossa alegria”. 200. “Amar e louvar Maria; saber-se amado por ela e amparado por seu poder; ter a alegria de viver com ela em Deus ao finalizar a jornada da vida. Esta é a trajetória do verdadeiro filho”. 209. “Maria é nossa Mãe. Louvá-la, conhecer suas alegrias, sentir seu amparo e junto a ela, fazer a experiência de Deus, supõe viver sua maternidade”. 213. “Em nossa devoção a Santa Maria não deve sobressair o sentimental sobre o efetivo. Mas, como evitar que o coração se encha de alegria quando a vemos formosa, inundada de luz, alegre, poderosa, sábia, imaculada?” 221. “Quando passar perto de uma igreja, entre nela, ora e adora. Fala a Deus de tuas preocupações e alegrias. Experimenta sua companhia”. 286. “A alegria e a jovialidade são bons enlaces em nossas relações com os outros, especialmente com as crianças”. 315. “Faça-se toda para todos: criança com as crianças, alegre com os que riem, triste com os sofredores, como nos manda São Paulo”. 371. “Se experimentamos sentimento de altivez, realizemos com simplicidade e mansidão alguns dos trabalhos que consideramos humildes. Na realidade não o são, se estivermos persuadidos de que com eles imitamos a Virgem, nossa Mãe. Assim os desempenharemos com satisfação e alegria”. 385. “Feliz a pessoa que consegue estar sintonizada com a vontade divina. Ainda que tenha dentro de si grande guerra está em situação de alto merecimento, como vemos em tantos santos ou santas a quem o Senhor provou na tribulação”. 428. “Faça o bem de boa vontade, com alegria, sem buscar a gratidão humana; o bem alcançará maiores proporções”. 429. “Somente agrada a Deus quem dá com alegria”. 13 ALEGRIA NA PALAVRA DE DEUS: Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho. Salmos 4,7 Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente. Salmos 16,11 Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; Salmos 30,11 Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. Salmos 43,4 Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha angústia. Salmos 59,16 A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de coração. Salmos 97,11 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores. Salmos 98,4 Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico. Salmos 100,2 Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus escolhidos. Salmos 105,43 Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos. Jeremias 15,16 O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. Sofonias 3,17 Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; Lucas 1,14 Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim. Lucas 1,44 O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: Lucas 2,10 14 Em verdade, em verdade, vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós estareis tristes, porém a vossa tristeza se converterá em alegria. João 16,20 Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos tornarei a ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará. João 16,22 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, Atos dos Apóstolos 2,46 Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Romanos 14,17 “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1, 28). “A caridade é paciente, é serviçal..., não se envaidece…, se alegra com a verdade. Tudo desculpa. Tudo crê. Tudo espera. Tudo suporta. A caridade jamais acabará” (1Co 13, 4-8). ALEGRIA EM NOSSAS CONSTITUIÇÕES: CC 2: “Nossa vida segundo o Evangelho é comunitária. O Espírito nos introduz na comunhão com o Pai e o Filho. Esta comunhão trinitária é a fonte da vida fraterna. A comunidade é espaço teologal onde descobrimos o amor do Pai e experimentamos a presença do Senhor Ressuscitado, que partilhamos com as irmãs.” Esta experiência é a alegria. CC 6 a: “Nossa vida comunitária deve definir-se por atitudes de caridade e gestos de amizade, mais que por suas estruturas. Queremos viver a espiritualidade de comunhão, ser uma comunidade que partilha a oração, o apostolado, a dor e a alegria”. CC 6 c: “Procuramos eliminar toda indiferença, desprezo e injustiça, alegrando-nos sempre com o bem de cada irmã, conscientes de que a caridade deve ser marcada pela ativa esperança daquilo que cada uma pode chegar a ser, graças a nossa ajuda fraterna.” CC 8:” Nas comunidades propiciamos encontros fraternos que facilitam a convivência, estimulam a partilhar experiências de vida e ajudam a crescer em 15 comunhão. Neles recreia-se o espírito, cresce o sentido de família, criam-se vínculos de amizade, alivia-se a solidão, estimula-se à vivência da própria consagração e a entrega ao apostolado”. CC 12 b:” A irmã idosa com sua experiência, fidelidade alegre e oração, é testemunho que estimula o caminho espiritual e apostólico de todas. A comunidade acolhe e valoriza sua presença e os serviços que possa realizar.” CC 14a:” Nossa comunidade, que nos exige a caridade e nos impulsiona a comunicar o que conhecemos, deve estender-se a todas as pessoas. Como membros do Povo de Deus, queremos ser solidárias de suas tristezas, alegrias e esperanças, sendo testemunhas de proximidade e acolhida”. CC 24b: “Queremos, pessoal e comunitariamente, ter um estilo de vida simples, humilde e austero; viver desprendidas no uso dos bens materiais, reduzir as necessidades, excluir o supérfluo; aceitar com alegria as privações, e partilhar os bens com nossos irmãos mais pobres”. CC 53 b: “Este itinerário espiritual nos conduz gradualmente à paz e a alegria das Bem aventuranças”. CC 62: “O Mistério de Maria Imaculada inspira a missão educativa concepcionista: preventiva, integral, libertadora e personalizada. Convida-nos a educar a inteligência e o coração, a cultivar a interioridade e a verdade, a transparência e a gratuidade, a bondade e a beleza. Para realizar este ministério necessitamos de oração e estudo, atitude de serviço, de ternura e misericórdia, de proximidade e paciência”... alegria. CC 64 b: “ Proporcionaremos oportunidades para que as possam ser testemunhas alegres de nossa vocação, oferecendo-lhes experiências de vida comunitária, de oração e de reflexão, tornando-as participantes da ação pastoral, e partilhando, com eles, realidades de sofrimento, ocasionadas por diferentes formas de pobreza e injustiça. CC 67 b: “A alegria de sentir-nos chamadas por Cristo e nosso testemunho pessoal e comunitário são o convite mais eficaz para optar pela vida religiosa concepcionista.” 16 CC 85 a: “ Nesta etapa a postulante deve ter contato real com nossa forma de vida. Residirá na casa noviciado ou em outra da Congregação, para fazer a experiência da alegria e da ascese que exige a vida fraterna em comunidade”. CC 89: “A noviça aprofunda-se na experiência de Deus, para ir assumindo progressivamente os sentimentos de Cristo. Inicia-se no itinerário espiritual concepcionista, através do conhecimento e vivência do carisma e espiritualidade congregacional. Dedica-se ao estudo e aprofundamento da Sagrada Escritura e das constituições, à formação doutrinal e litúrgica, ao cultivo das virtudes humanas e cristãs e à compreensão e experiência da vida espiritual”. CC 163 b: “Ao aceitar funções e responsabilidades contribuímos com nossos talentos, reconhecemos e acolhemos os das outras, alegres pela oportunidade de servir à comunidade e convencidas de que tanto ao assumi-los como ao deixá-los, colaboramos na mesma missão”. ALEGRIA NAS PALAVRAS DE M. CARMEN “Sejamos como poços que se enchem, pelo estudo e oração, de ciência e virtude – frutos do Espírito, a alegria - para depois partilhar”... “Meu coração transbordando sempre de amor para convosco me leva a dar-vos uma notícia que será sem dúvida de agrado, manancial de santas alegrias e origem de religioso entusiasmo... nossa Congregação é terra de benção, como jardim onde o Senhor quer viver alegrando-nos com suas graças...” (cf. CCS 15. 10. 1908) “Que feliz é nossa missão, filhas minhas, somos esposas de Deus que nos criou, somos depositárias e encarregadas do que mais ama neste mundo, que são as crianças!” (cf. CCS 30/05/1909 “Obedeçam de boa vontade, porque só agrada a Deus aquele que dá com alegria" (CC 1893, 41,1). "Esta união com Cristo nosso bem, fará que nossos pensamentos, nossos desejos, nossa vontade estejam em Cristo, de tal modo que possamos exclamar com São Paulo: não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Sendo assim, o Senhor se alegrará em morar em nós" (CCS 15.10.1900). 17 3. HERDEIRAS DE UMA BÊNÇÃO: DOCUMENTOS PARA ORAR, REFLETIR E PARTILHAR. A partir da fundamentação explicitada no ítem 1, vamos REFLETIR E ORAR: Ler o texto em atitude de abertura e adesão aos apelos e iluminações que o Espírito me faz. O saber/sentir – me amada por Deus é, para mim, fonte de alegria? Ser convidada por Deus para trabalhar pelo Reino como Concepcionista é motivo de alegria para mim? Jesus “experimentou em sua humanidade todas nossas alegrias. Ele conheceu, apreciou, elogiou toda uma gama de alegrias humanas, dessas alegrias simples e cotidianas que estão ao alcance de todos.” Alegro-me com as alegrias, conquistas, do povo de Deus? Com meu agir, sou testemunha da alegria do Reino? Através do exercício da missão, gero alegria aos irmãos? +*****************+ «Gaudete in Domino semper” Alegrai-vos sempre no Senhor (Fil. 4, 4). Paulo, conhecedor da Lei e depois conhecedor profundo da pessoa de Jesus pela ação do Espírito Santo, nos exorta: Alegrai-vos. Mas não alegrai-vos de vez em quando ou em ocasiões especiais. Alegrai-vos sempre. É possível estarmos alegres sempre? Depende da causa de nossa alegria. Se ela for embasada por conquistas, sucessos humanos e profissionais, satisfação no que fazemos, bem estar nas relações interpessoais, tranqüilidade financeira ou social, reconhecimento por parte de outras pessoas... nossa alegria tende a ter começo e fim, uma vez que nesse mundo tudo é efêmero. Por isso Paulo, que experienciou essas situações: por uns aclamado, por outros rejeitado e agredido; em alguns momentos teve o necessário para viver confortavelmente e em outros experimentou a fraqueza e a fome.; por um tempo foi livre e depois prisioneiro... embasou essa afirmativa em algo que não passa: Deus. Só Ele é eterno, imutável. 18 Paulo, protagonista de uma linda história de conversão, nos diz: Alegrai-vos. Alegrai-vos sempre. Alegrai-vos no Senhor. Aqui está o segredo da alegria perene: ela não vem de experiências externas. Ela é fruto da íntima experiência que fazemos da pessoa de Jesus. Com Jesus podemos tocar e ser tocados pela Vida e Vida em plenitude. (Jo 10,10). Essa experiência fez Paulo e, a partir dela, tornou-se um novo homem. “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. (Gal 2,20). Como nos recorda o catecismo da Igreja Católica, é pela ação do Espírito que chegamos a Jesus e, abertos ao Espírito de Deus, produzimos frutos tão necessários à sociedade atual: amor, paz, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio e ALEGRIA (Gal 5, 22-23). Alegria que nos vem da experiência de que “nada nem ninguém pode nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus”. (Rom 8,39). Bento XVI nos diz que a alegria cristã é a certeza de um Deus próximo. Essa certeza viveu Paulo, essa certeza viveu Carmen Sallés. Em seus escritos lemos: “A oração é o canal por onde desce a graça que fortalece e santifica a alma.” “Na história concreta de cada um de nós, com seus pequenos e grandes acontecimentos, vivendo conscientemente a presença de Deus, adquirimos a unificação de nosso ser nele, porque Deus está conosco agora e sempre.” “No campo vital da santificação não estamos sós; sejamos conscientes de que Deus está conosco.” Carmen: mulher orante; coração tocado pela graça e apaixonado por Deus. Tão apaixonado que em tudo buscava a comunhão com Ele. Sabia-se limitada, mas confiava na presença amorosa do Pai. E, como diz Bento XVI, a consciência dessa presença amorosa é fonte de alegria no coração do cristão. Nossa Igreja precisa de corações alegres, que vibram pela missão. Carmen teve um coração assim. Foi capaz de enfrentar desafios e contrariedades; não assumiu um “rosto/postura de sexta-feira da paixão”: abatido, triste, desanimado... Pelo contrário, quantos disseram que dela emanava energia, vitalidade, coragem, amor, alegria, esperança... Esperança que a Vida e o Amor são mais fortes que todos os sinais de morte e desamor. Esperança que brota da confiança na misericórdia divina. “Não só devemos viver a esperança contínua na misericórdia de Deus, senão também transmiti-la aos demais.” (Carmen Sallés). 19 É tempo de nos questionarmos: Como concepcionistas há espaço para a esperança em nosso coração? Com nosso esperança testemunho aos nossos de vida concepcionista irmãos? Principalmente transmitimos aos pobres e sofredores? Testemunhas alegres de nossa vocação... Compartilhando com pessoas realidades de sofrimento causadas por diferentes formas de pobreza e injustiça. (cf. Constituições 64b) “Alguns se perguntam: mas ainda hoje é possível esta alegria? A resposta é dada, com suas vidas, por homens e mulheres de toda idade e condição social, felizes de consagrar sua existência aos demais!”... “Ser feliz com Deus significa: amar como Ele, ajudar como Ele, dar como Ele, servir como Ele» (La gioia di darsi agli altri, Ed. Paoline, 1987, p. 143). Sim, a alegria entra no coração de quem se coloca a serviço dos pequenos e dos pobres. Em quem ama assim, Deus faz morada, e a alma está na alegria.” (Bento XVI) Que a santa Carmen Sallés nos ajude a encarnar em nosso corpo concepcionista a alegria e a esperança daqueles que trabalham a SERVIÇO DA VIDA, porque “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. ( Rm 5, 5). +*******************+ “A marca da “família concepcionista” é viver em ambientes serenos estimulantes e cheios de alegria onde é possível manifestações coletivas, festivas e criativa da pessoa e da comunidade, como forma simples e natural de desenvolver e fortalecer o imaginário coletivo” (cf. Plano de Escola Concepcionista em Pastoral, item: Estilo celebrativo, p. 70) e afirma também: “Uma educação marcada com atitudes celebrativas: É um cenário para a alegria, fomenta o conhecimento mútuo e facilita o fortalecimento de laços de convivência entre os participantes nas atividades lúdicas e festivas e gera um ambiente peculiar de “família concepcionista”.”É um convite a desfrutar em um clima de alegria e de festa, em um ambiente positivo permeado de relações pessoais, vivificado pela presença amorosa e soldaria, animadora e ativa dos educadores e o protagonismo dos 20 educandos. ... Facilita um reencontro com o ser interior ao descobrir fortalezas e debilidades, conhecer temores, desenvolver a alegria e desenvolver capacidades, que tendem a firmar o sentido valorativo e a identidade pessoal” (Bidem, p. 71). O perfil Pessoal e Profissional de nossos educadores (cf. Plano de Escola Concepcionista em Pastoral p. 72 – 74): “Pessoas capazes de ensinar e aprender, de criar um clima de simplicidade, próximo, afável, compreensão e alegria, que aceitam os próprios erros e reconhecem que a verdade é para todos e estão decididos a buscar entre todos”. +*****************+ Caná: aliança, prazer e ternura. Pe. Paulo Roberto Gomes,msc Publicado na Revista Convergência, 1999, nº 322,maio, p. 204-208. Rio de Janeiro/ RJ/Brasil. O relato das Bodas de Caná nos faz questionar a respeito do que fizemos até agora do Cristianismo. Jesus supera a purificação ritual e a Lei, os esquemas antigos inaugurando a alegria, a festa e o prazer da novidade do Evangelho. Não raras vezes constatamos que a situação parece invertida: o Direito Canônico, leis, normas e estruturas matam a espontaneidade, criatividade, o prazer festivo e a ternura. Homilias, documentos oficiais e a própria postura de muitos cristãos apresentam um cristianismo triste, pesado com cheiro de proibições e condenações do mundo, muito mais do que o sabor da novidade de Cristo. Liturgias formais, fúnebres, sem canto, dança ou vida apontam mais para a ausência do Nazareno do que para a ação eficaz e amorosa do ressuscitado. Apresentamos ao mundo uma fé ou “religião” que por pensarmos em sua importância e seriedade damos-lhe o ar de rigidez, proibições, moralismos, sem risos ou humor, sem a dimensão lúdica e gratuita com a qual Jesus inaugurou sua missão. “Religião” sem prazer e ternura é religião sem sabor, pode tocar a mente, mas não converte corações. O cristianismo não é a “religião” festiva alienante, com fugas da história; seguir Cristo pressupõe cruz que brota da fidelidade. Porém, ninguém busca o sofrimento e a dor como um bem em si mesmo, mas sim a Vida divina oferecida por Jesus, que 21 no mundo já se encontra presente e antecipada como sinal e realidade da felicidade salvífica. Para refletir e partilhar: Faça com sua comunidade uma leitura orante do texto das Bodas de Caná (Jo 2, 1-12) Que contribuição oferece o episódio de Caná para uma adequada compreensão da missão da religiosa no mundo de hoje? Verifique como você vive a alegria da pertença a congregação Concepcionista. +*********************+ Propostas dos grupos de trabalho do Congresso Internacional de Vida Religiosa – Roma, 2004 Grupo 4: As artes: criando uma imagem e expressando um canto novo. Como pode a vida consagrada utilizar a arte – a música, a dança, a pintura, a literatura, a poesia, o teatro – para criar novas expressões de sua imagem e missão? (cfr. DT 84). Algumas convicções: A comunicação da beleza, onde Deus se revela, ajuda a criar um mundo novo, levando a vida e a alegria lá onde reina a violência e a morte. Na harmonia e simplicidade da beleza encontramos o mesmo ser de Deus. Neste mundo, tão ferido pela violência, a beleza e a arte são ícones de esperança para todos. Uma pergunta Como criar novas linguagens que nos permitam aproximar Deus dos homens e mulheres de hoje? Alguns passos Quais as medidas que podem ser tomadas no nosso contexto para que aqueles que têm dons artísticos possam cultivar sua riqueza e partilhá-la? Pense em duas medidas-opções que ajudariam embelezar os espaços comuns que partilhamos com as pessoas e assim levar alegria e leveza aos outros. (Cf. Convergência, 2005 nº 383, p.293 – 302) 22 Novo “Pentecostes” para a vida Religiosa Barbara P. Bucker, mc Acolhendo o convite de Jesus para “nascer de novo” a partir da lógica da Encarnação como projeto de humanização podemos entrever a trajetória da Vida Religiosa como constante refundação em novas atitudes de: profundidade; hospitalidade e gratuidade; não violência e mansidão; liberdade de espírito; audácia e capacidade criadora; tolerância e diálogo e sensibilidade de valorizar os recursos dos pobres e pequenos. Construindo relação de transparência por meio de convicções que nos fazem caminhar felizes porque somos portadores de uma Aliança de Amor, portanto engajar nossas energias em tornar viável o exigido desde a consciência: Faz falta uma transformação estrutural de nossa vida e de nossas obras. O diálogo com as culturas como elemento que faz parte do coração da missão da Vida Consagrada. O irrenunciável do tríplice diálogo que a Vida Religiosa deve levar adiante: os pobres, culturas e religiões. A importância da arte e a beleza como ícones de diálogo. São os artistas que nos ajudam a entender que na contraposição de uma mentalidade de consumo podemos criar espaços de beleza e sensibilidade. A conversão para o trato com o mundo da comunicação, interagindo e tendo a coragem de mostrar-nos como somos realmente. Ressaltar em nossas vidas a primazia da Palavra de Deus. Viver o celibato como relação mais profunda com Cristo e partilha de amor com as pessoas. Modo sadio de viver nossa sexualidade. Convencimento de que para chegar a um autentico discernimento comunitário, é necessário orientar nossa vida pela Palavra de Deus. Voltar ao amor esponsal e radical por Cristo. Viver em dinâmica de Formação Permanente como aprendizado de vida e durante toda a vida. Sermos testemunhas de um pluralismo crescente e irreversível, e desde aí promover uma espiritualidade de comunhão intensificando esforço de 23 colaboração entre as várias congregações, e fazendo da Intercongregacionalidade o trilho por onde mover-nos seguros nas buscas e discernimentos necessários. Chegar a uma vida comunitária mais humana, significativa, aberta e acolhedora. Acordar para a realidade de que são os leigos que nos fazem descobrir que nossos Carismas são dons para todos os cristãos, para a Igreja e para o mundo. As superioras serem testemunhas de uma experiência de consagração marcada pelo entusiasmo, alegria e fortes convicções. Se o amor e a criatividade caminham de mãos dadas, nosso caminho será estimulante. Ser especialistas em comunhão. Grandiosa ação que a divina Ruah faz possível na relação de homens e mulheres consagrados de todo o mundo, de diversas culturas e línguas, em diálogo neste tempo de Deus, que chamamos kairológico e leva-nos a refletir, dialogar, debater e projetar o presente e futuro de nossa vida e missão. Que seja um novo ponto de partida na bela aventura do Seguimento de Jesus em nosso tempo. (Convergência – maio, 2005, nº 382. p. 254 – 256) +***************+ ALEGRIA Breve síntese:POR QUE SER CRISTÃO? Thimothy Radcliffe. Ed. Paulinas, 2011.p. 84 a 113 Nos primeiros 1.500 anos do cristianismo partilhava a convicção de que a principal razão para ser cristão ou, melhor ainda, para fazer fosse o que fosse, era ser feliz. Santo Agostinho acreditava que a delectatio, o prazer, era mola-real de toda a ação humana. “Porque devemos realizar as nossas ações de acordo com o que nos dá maior alegria”; “Quem pode conscientemente aderir ao que não o delicia?” O ímpeto de nossa vida é para a “pura alegria”. Toda a vida moral é uma caminhada para a liberdade e a felicidade. 24 Ao ser feliz, somos completamente nós mesmos. A nossa felicidade está em dilatarmo-nos e abrirmo-nos para amar os outros. Realizamo-nos quando nos voltamos para fora. A felicidade está no que só pode ser recebido como dom, a própria vida de Deus. Somos feitos para o que supera o natural. Os seres humanos estão feitos para apenas se realizar acolhendo uma felicidade que está para lá da nossa natureza. Procurar a felicidade transforma o nosso ser. O cristianismo é a boa notícia de que Deus nos criou para a felicidade e, em última análise, para a felicidade que é Deus ser Deus. Jesus dizia palavras que tinham autoridade, mas não como os escribas e os fariseus, e esta autoridade era seguramente a sua alegria indescritível. Esta é a imprescindível alegria do educador. Não pode haver aprendizado se não brotar da alegria. A História de Jesus Mestre começa no Batismo com o agrado do Pai no Filho. No coração da vida de Deus, está este encanto recíproco do Pai no Filho e do Filho no Pai. Este encanto é o Espírito Santo. Mestre Eckhart, dominicano alemão do século XIV, disse que “o Pai ri para o Filho e o Filho ri para o Pai, e o riso gera prazer, e o prazer gera alegria, e a alegria gera amor”. (Sermão 18, Citado por P. Murray op, in “Dominicans and Happiness”, setembro 2000, p. 132). Ele descreve a alegria de Deus como a exuberância de um cavalo a galopar, em volta de um campo, e a espinotear. O Evangelho é a história de como viajamos para casa, nessa alegria. A alegria é o ser de Deus. É o “Eu Sou” da sarça-ardente que Moisés encontrou no deserto. Ser tocado pela alegria de Deus é ser habitado por algo que está para lá de qualquer definição. Chesterton chamou-lhe o prodigioso segredo do cristianismo: “Havia alguma coisa que Jesus escondia de todo mundo, quando subia ao monte para orar. Havia uma só coisa que Ele encobria constantemente por silencio repentino ou isolamento impetuoso. Havia uma única coisa grande para Deus mostrar, quando andou pela nossa terra; e tenho, por vezes, imaginado que era o seu contentamento”. (São estas as últimas palavras de ORTOXIA, K. Chesterton). Jesus não podia descrever esta alegria, só podia dar-lhe corpo. Ele era essa alegria feita carne. 25 Santo Agostinho em Sermão 1,8 sobre o Salmo 32: “ Perguntas o que cantar em júbilo? Significa perceber que as palavras não são aptas para exprimir o que cantamos nos nossos corações. Na colheita, na vinha, sempre que os homens têm de trabalhar esforçadamente, começam com canções que exprimem a sua alegria. Mas quando a alegria transborda e as palavras já não são aptas, abandonam esta coerência e entregam-se ao puro som do canto. O que é este júbilo, esta canção exultante? É a melodia que significa que os nossos corações estão explodindo com sentimentos que as palavras não podem exprimir. E a quem antes de mais nada pertence este júbilo? Certamente a Deus que é indizível”. Em todos os evangelhos, a entrada na alegria constitutiva de Deus começa festejando, comendo e bebendo. No evangelho de Mateus, Jesus é até acusado de ser “um glutão e um beberão” (Mt 11,19). Ele escandaliza as pessoas por ser tão festivo. O primeiro sinal de Jesus, no Evangelho de João, é mudar a água em vinho em Caná. Como Fiodor Dostoievsky escreveu:” Não foi a dor mas a alegria da gente que Crisdto visitou> Fez o seu primeiro milagre para aumentar o regozijo humano” em “Os irmãos Karamazov, 1972, p. 436). Jesus tinha prazer na companhia dos pecadores. Não os “amava” apenas porque estava obrigado a fazê-lo; encontrava prazer EME star com eles. Se queremos partilhar a alegria de Deus, temos de partilhar também o seu desgosto com o sofrimento do mundo. Se nos queremos isolar da dor do mundo nunca seremos profundamente alegres. William Blake escreveu: O homem foi feito para Alegrias e Desgraças E quando isto bem sabemos Pelo mundo vamos em segurança Alegria e Desgraça são tecidas numa excelente Roupagem para a divina Alma Por debaixo de todo o desgosto e aflição Corre uma alegria com cordão de seda. (Em Alegrias do Inocente, 1969, p. 432) 26 A Alegria cristã é uma alegria de Páscoa, o que significa que apenas podemos entrar plenamente nela através do sofrimento, da morte e da ressurreição. Temos de nos confiar à narrativa dinâmica em que fomos batizados e que reatualizamos no movimento de cada ano litúrgico. Conduz-nos para frente, para a alegria final. Mas, mesmos quando chegamos ao triunfo da Páscoa, podemos estar ainda, como as mulheres, fechados na infelicidade, se o medo nos torna cegos. O medo pode fazer-nos ver a ausência de Jesus como fracasso em vez de promessa. Se quisermos ser testemunha da alegria da Ressurreição, nós temos de permanecer libertos do medo. Há demasiado medo – medo da modernidade, da complexidade da experiência humana, de dizer o que realmente acreditamos medo uns dos outros, medo de nos enganarmos, de não alcançar aprovação. É este medo que pode, por vezes, apagar aquela alegria que deveria intrigar as pessoas e leválas a interrogar-se sobre o segredo de nossas vidas. Viver com coragem para que a alegria, a liberdade e a felicidade, que são fruto da participação na vida Deus, desabrochem e possamos dar o testemunho de que o Verbo de Deus ressuscitou dentre os mortos, Ele está vivo. +***********+ 4. M. CARMEN: UMA VIDA QUE DEU FRUTO: DIAS MAIS SIGNIFICATIVOS E “DIAS CONCEPCIONISTAS” DO MÊS. 1º de maio: dia do trabalho – São José operário VALOR E TRANSCENDÊNCIA DO MATRIMÔNIO E DA PATERNIDADE DE SÃO JOSÉ EM ALGUNS TEÓLOGOS II PE. JOSÉ ANTONIO BERTOLIN, OSJ Enfocamos, no último artigo, a reflexão de Pe. Moralespara o qual o fundamento dos privilégios de São José foi a sua paternidade em relação a Cristo e essa em relação com o seu matrimônio com Maria. Deste duplo princípio da josefologia: seu matrimônio e sua paternidade, decorre que ele como casado com 27 Maria a ela se assemelha, por isso, o quanto a ela foi dado por Deus, foi outorgado proporcionalmente a ele; e de sua paternidade Deus lhe deu aqueles dons que foram necessários para o bom desempenho do encargo que recebeu e, por isso, proporcionou-lhe graças para que fosse um digno pai de Jesus. Um outro teólogo, Afonso Salmerón, em sua obra sobre o Comentário aos evangelhos, escrita em 1612, defendeu que os dons que Maria possuía em grau elevado, José os possuiu em grau proporcional. Particularmente que a sua grandeza provém do fato de ser esposo da Virgem Maria, Mãe de Deus, e ter sido o pai de Cristo, filho de Maria sua esposa. Disto decorre, segundo este teólogo, que São José foi adornado de inúmeros privilégios, tais como: justiça, castidade, santidade, virgindade, imunidade da concupiscência, virtudes em grau eminente e santificação antes do seu nascimento. Outro eminente teólogo e cardeal, Francisco de Toledo, em sua obra comentários sobre o evangelho de Lucas afirma que Lucas ao mencionar o nome de José quis não apenas determinar quem era o esposo de Maria, mas também suas virtudes e excelência decorrente do significado deste nome: Joseph, “filius accrescens” - filho que cresce. Ele cresceu em dignidade e graça devido sua missão e esposo de Maria e de pai de Jesus. Na mesma linha de exaltação das prerrogativas de São José esteve Francisco Suárez o qual com suas reflexões exerceu uma grande influência sobre uma grande maioria de teólogos. Este dedicou alguns capítulos de sua obra, “Os mistérios da vida de Cristo”, a São José que para ele teve uma importância relevante na vida de Jesus e de Maria. De fato, afirma que Maria tinha uma missão na terra que era Jesus, visto que toda a sua pessoa e sua predestinação estavam em função do Verbo encarnado da qual era a verdadeira mãe. Ao invés, a missão de José, “predestinado desde a eternidade” foi dupla pois incluía duas pessoas: Jesus e Maria. A ele foi-lhe confiado a difícil e humilde missão de ocultar o mistério de Cristo e, para isso, Deus dispôs o seu casamento com Maria. Desde o momento de sua predestinação José entrou na ordem hipostática e sua vida terrena se desenvolverá em um clima de mistério, ao qual lhe corresponderá guardar zelosamente o segredo e, além do mais, ser ele mesmo em parte a chave do mistério. De fato, as pessoas não admitiram facilmente que Cristo é Deus, porque podiam questionar: “Acaso não é este Jesus, o carpinteiro de Nazaré, o filho de José, o carpinteiro?”. Suarez ensina que devido a sua missão são várias as razões 28 da dignidade de São Jose: 1) Sua primeira dignidade é a de ter sido verdadeiro esposo de Maria, com todo os direitos e responsabilidades desse chamado, com exceção do uso da relação sexual (exceto “usu carnalis copulae”); 2) A segunda, é que José mereceu que lhe chamassem e o tivessem por pai de Jesus. Esta verdade não foi somente para o povo simples que ignorava a divindade de Cristo, mas também para a Virgem Maria e São Lucas, os quais conheciam muito bem os mistérios revelados. Lucas diz: “com seus pais... seu pai e sua mãe estavam admirados...”. Por sua vez, Maria afirma: “Teu pai e eu, angustiados, te procurávamos”. 3) Recebeu de Deus não apenas o nome de pai, mas também a responsabilidade que isso significava e em grau tão elevado (com exceção da geração carnal e Jesus) a que um homem pode participar. São José teve, portanto, o afeto, a solicitude e, podemos dizer, a autoridade de pai de Jesus. Enfatiza Suárez que a missão de José como esposo de Maria e pai de Jesus é superior a todas e quaisquer outras missões que as mais excelsas dos santos, porque: 1) Ele esteve intimamente unido a pessoa de Cristo; 2) Ele foi o que mais se aproximou da dignidade da mãe de Deus, que é a maior depois de Cristo; 3) Seu trabalho era voltado totalmente para a pessoa de Cristo e por conseguinte tinha uma finalidade e um valor máximo; 4) Sua missão lhe dava a maior possibilidade para a vida contemplativa; 5) Sua convivência e o contínuo contato com Jesus eram-lhe um meio excepcional de santificação. 13 de maio – Nossa senhora de Fátima “Queremos ver Jesus – dizem alguns nossos contemporâneos afastados da fé – na santidade de vida quotidiana dos cristãos, na pessoa e na vida dos leigos, dos sacerdotes e dos consagrados: no testemunho duma fé viva, alegre, irradiante; na presença dos cristãos no mundo como lugar de vocação e missão, de graça e santificação; na qualidade de serviço, competência e dedicação com que trabalham no seu sector profissional; no empenho em contribuir para o bem comum na edificação duma sociedade justa, fraterna, solidária, pacífica. A transformação da sociedade, o projeto de sociedade não se reduz a um boletim de voto. É inseparável do empenho social pela dignidade da pessoa e da vida 29 humana, pela justiça, pela verdade e transparência contra a corrupção e a fraude. Para ver Jesus e dar a vê-lo aos outros digo com o Beato João Paulo II “precisamos de santos que vivam no mundo; que não tenham medo de viver no mundo; que saboreiem as coisas boas do mundo; que se santifiquem no mundo, mas que não sejam mundanos”! Dirigindo-nos agora a Maria Santíssima, também nós lhe suplicamos: “mostrai-nos Jesus bendito fruto do vosso ventre”! Mostrai-nos hoje na vossa ternura materna como O mostrastes aqui aos Pastorzinhos deixando-os encantados pela beleza do seu amor. Mostrai-nos hoje como o fizestes através do Beato João Paulo II, há precisamente 27 anos, no dia da solenidade da Anunciação do Senhor, ao dar cumprimento ao vosso pedido de consagração do mundo ao vosso Imaculado Coração e desde então começaram a cair os muros de divisão entre os povos. Ajudai-nos a ser testemunhas autênticas de Cristo no mundo de hoje de modo que resplandeça e brilhe a beleza do rosto de Cristo, verdadeira Luz do mundo. ( † António Marto, Bispo de Leiria-Fátima - 25/03/2012) 18 a 26 de maio - NOVENA DE PENTECOSTES Tema: “Pelo Espírito, enraizadas em Cristo a serviço da Vida e da Alegria.” Introdução: Nesta novena em que nos preparamos para celebrar a vinda do Espírito Santo, convidamos a pedirem o dom da alegria. A alegria do Espírito Santo: apropriemo-nos da confidencia feita por Paulo a comunidade de Corinto: “Acolheinos dentro do vosso coração. A ninguém temos ofendido, a ninguém temos arruinado, a ninguém temos enganado.... Pois já vos declaramos que estais em nosso coração, conosco unidos na morte e unidos na vida. Tenho grande confiança em vós. Grande é o motivo de me gloriar de vós. Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (2Cor 7,3-4). Vamos participar desta alegria sobreabundante que é um dom do Espírito Santo (cf. Gal 5,22). Que a alegria se difunda em nossos corações neste ano de graça para nossa Congregação quando a Igreja declara que Carmen Sallés é santa e nos interpela a sermos santas na vivencia do carisma herdado. Unidas, como Congregação alegremo-nos no 30 Senhor! Peçamos ao Espírito Santo luzes e bênçãos para que o XV Capítulo Geral nos impulsione a enraizarmos em Cristo a serviço da vida, segundo os desejos de Deus. 1º Dia: A presença do Espírito Santo em nossos corações Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: Crer no Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho, e «com o Pai e o Filho é adorado e glorificado». O Espírito foi «enviado aos nossos corações» (Gal 4,6) para recebermos a vida nova de filhos de Deus. (Catecismo da Igreja Católica 136) Canto: Dirigente: Nosso coração foi tocado pelo desejo de gerarmos alegria nos irmãos como concepcionistas missionárias do ensino. Esse desejo é fruto da ação do Espírito Santo em nosso coração. Reflexão Gálatas 4, 4-7 Palavras de Carmen Sallés: “O Espírito Santo é nosso santificador, o fogo que enche nosso coração de amor e alegria, o auxílio em que podemos nos apoiar”. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 2º Dia: O Espírito se revela através de nossas ações Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! 31 Introdução: Na Trindade indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas inseparáveis. De fato, desde o princípio até ao final dos tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o Seu Espírito que nos une a Cristo na fé, para, como filhos adotivos, podermos chamar Deus de «Pai» (Rm 8,15). O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo através da sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na Igreja. (Catecismo da Igreja Católica 137) Canto: Dirigente: Que nosso ser feminino, consagrado como concepcionista, revele através de nossas ações, o Espírito de amor e alegria que age na história transformando mentes e corações. Reflexão: II Timóteo 1, 6-14 Palavras de Carmen Sallés: Se estamos cheios de Deus, sem nos darmos conta, isso vai passando para as pessoas que nos cercam. Os exemplos de vida falam com mais clareza que as palavras. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 3º Dia: Espírito Santo, Espírito Consolador Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e gerador de alegria em nossos corações! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: «Espírito Santo» é o nome próprio da terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama-lhe também: Espírito Paráclito, Consolador, Advogado e Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o ainda: Espírito de Cristo, do 32 Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa. (cf. Catecismo da Igreja Católica 138) Canto: Dirigente: No exercício de nossa missão concepcionista temos momentos de dificuldades. Porém a fé na presença e ação do Espírito de Deus nos fortalece, nos consola, nos alegra e nos faz caminhar com coragem testemunhando Jesus Ressuscitado. Reflexão: João 15,18-27 Palavras de Carmen Sallés: Nossa vida espiritual tem suas bases na fidelidade à vontade do Pai, seguindo assim a Jesus Cristo, sob a luz do Espírito Santo, à imitação de Maria Imaculada. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 4º Dia: A ação do Espírito Santo em Maria Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor, Espírito da Alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a preparação do Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De forma única enche-a de graça e torna fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus encarnado. Faz dela a Mãe do «Cristo total», isto é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito inaugura os «últimos tempos» com a manifestação da Igreja. E a alegria se faz! (cf. Catecismo da Igreja Católica 142) Canto: 33 Dirigente: Maria, desde sua concepção, faz experiência da ação do Espírito: por graça divina é a Imaculada. Na encarnação de Jesus torna-se mãe pela ‘sombra’ do Altíssimo que a envolve. No cenáculo estava unida aos apóstolos quando a promessa de Cristo se cumpre: Virá o Paráclito sobre vós. Em todos os momentos de sua vida Maria esteve aberta à ação do Espírito de Deus. E pode dizer: “Minha alma se alegra no Senhor e meu Espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador!” Reflexão: Lucas 1,26-38 Palavras de Carmen Sallés: Maria é o modelo dos que seguem a Jesus, porque ela foi a primeira a segui-lo, por seu amor, na sua alegria e por sua disponibilidade. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 5º Dia: O Espírito Santo nos faz profetas Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor. Gerador de Alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: Com o termo profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no Novo Testamento. (Catecismo da Igreja Católica 140) Canto: Dirigente: Como concepcionistas devemos ser profetas da esperança, da alegria e da vida. Esperança de que é possível construirmos o Reino de Deus entre os homens. Fé na vida renovada pelo amor e pela justiça. Alegria que manifestam as testemunhas da ressurreição. Somos profetas; somos povo de Deus e com o povo 34 construtoras de uma nova realidade social e religiosa, onde as pessoas sejam respeitadas e tratadas com dignidade. Reflexão: Lucas 4,14-19 Palavras de Carmen Sallés: Nossa esperança deve dirigir-se não somente ao céu, lugar de encontro com os companheiros de caminho, senão à construção do Reino de Deus já aqui na terra. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 6º Dia: Em Pentecostes a Trindade é revelada Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: Cinquenta dias após a Ressurreição, em Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da comunhão trinitária. (Catecismo da Igreja Católica 144) Canto: Dirigente: Como concepcionistas, filhas da Igreja, abraçamos a missão de anunciar o Evangelho através da educação. Educação que liberta, transforma, dignifica. Somos concepcionistas, somos educadoras, somos testemunhas da Trindade que atrai e envia. E esse carisma recebido e vivido enche nosso coração de zelo apostólico e alegria na missão. Reflexão: 35 Atos 2,1-4 e Mateus 28,16-20 Palavras de Carmen Sallés: Educar não é apenas uma tarefa, é também e, sobretudo uma missão. Que exercemos com alegria. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 7º Dia: Sob a ação do Espírito produzimos bons frutos Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: O Espírito edifica, anima, alegra e santifica a Igreja: Espírito de Amor, Ele torna a dar aos batizados a semelhança divina perdida por causa do pecado e fá-los viver em Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas funções, para que todos dêem «o fruto do Espírito» (Gal 5,22). (cf. Catecismo da Igreja Católica 145) Canto: Dirigente: Cristo é a videira. Unidas a Ele, tendo a seiva do Espírito em nosso coração, produzimos os frutos espirituais tão necessários à sociedade atual. Dentre eles, o fruto da esperança e da alegria que brotam do Coração de Deus como bálsamo para os momentos de lutas, dores e crises. Reflexão: João 15, 1- 8 Palavras de Carmen Sallés: Da união com Cristo brota o zelo apostólico, ao mesmo tempo em que o apostolado nos une mais a Cristo. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 8º Dia: Espírito Santo, mestre da oração 36 Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: O Espírito Santo é o Mestre da oração. (Catecismo da Igreja Católica 146). E através da oração faz-nos audazes e confiantes em Deus que nos guia de modo novo e nos introduz no mistério do servir com alegria. Canto: Dirigente: Nosso apostolado deve ser fruto de nossa vida de oração. Cristo nos convida a estarmos com Ele para em seguida estarmos com os irmãos. O Espírito Santo nos ajuda a crescermos na vida de intimidade com Cristo e nos capacita para sermos dom e alegria. Reflexão: Romanos 8,14-17.28 Palavras de Carmen Sallés: Falaremos de Deus se falamos com Deus. A oração tem que preceder nossas ações. A oração é o canal por onde desce a graça que fortalece, alegra e santifica a alma. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 9º Dia: O Espírito vivifica e santifica a Igreja Oração: Vem Espírito Santo, Espírito de amor e de alegria! Seu dom faça em nós maravilhas assim como fez na vida de Maria e de Carmen Sallés! Introdução: Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a viver do Espírito e a comunicá-lo aos seus filhos. (Catecismo da Igreja Católica 265). O Espírito não age sobre igrejas, papéis, imagens. O Espírito age em nosso íntimo transformando-o à imagem e semelhança de Cristo que em tudo amou e fez a vontade do Pai. Que a todos amou e fez partícipes da alegria dos que se sentem chamados à comunhão com Deus e com a humanidade. Canto: 37 Dirigente: Pela Igreja recebemos o Espírito Santo e nela continuamos nossa caminhada de conversão e santificação. E do mesmo modo como os corpos límpidos e transparentes, quando são atingidos pela luz, se tornam também eles luminosos e espalham ao seu redor um novo reflexo, assim também as almas portadoras do Espírito, e por Ele iluminadas, se tornam também elas perfeitamente espirituais e difundem, por sua vez, a graça aos outros. (Basílio, o Grande, Tratado sobre o Espírito Santo, 9, 22-23). Reflexão: Efésios 4,1-13 Palavras de Carmen Sallés: Temos que aprofundar na Palavra de Deus contida na Bíblia e no Magistério da Igreja. Eles serão sempre alimento para nossa vida cristã. Somos como recipientes que vão se enchendo pela obra amorosa das mãos de Deus Pai, do Filho Redentor e do Espírito Santo vivificador. Oração conclusiva: Espírito Santo dá - nos um coração sensível aos seus apelos. Ajuda-nos a reconhecer, acolher e amar cada pessoa como sacramento da Trindade. Que possamos, enraizadas em Cristo, gerarmos Vida e Alegria em nossos irmãos, de modo especial nos pobres e sofredores. Amém! Canto Final: 31 de maio - Visitação de Nossa Senhora - A ALEGRIA NOSSA DE CADA DIA Celebração DIRIGENTE: Queridas Irmãs, acolhamos com alegria o dom que o Senhor nos concede de estarmos reunidas em Seu nome. Reunidas em nome de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. VOZ 1: Pela graça de Deus somos o que somos: cristãs, concepcionistas, mulheres consagradas a serviço do Amor e da Vida. VOZ 2: Ser cristã é ser anunciadora da mensagem de esperança àqueles que necessitam. Ser cristã concepcionista é acreditar na força e na beleza do carisma que Carmen Sallés recebeu para revelar ao mundo o amor de Deus através do Cristo mestre, nascido de Maria, fiel discípula do Pai. 38 VOZ 1: Nossa missão é anunciar Jesus Cristo razão de nossa fé, de nossa esperança, de nossas atitudes de amor e doação. Anunciar Jesus sem nos limitarmos por fronteiras: “Ide por todo o mundo e proclamai o evangelho.” (Mc16, 15). Anunciar Jesus mesmo que para isso tenhamos que enfrentar dificuldades: “Que importa caminhar em carro ou sobre sacos de farinha? O importante é poder evangelizar.” (Carmen Sallés) DIRIGENTE: “Para estar em contacto com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo.” ( Catecismo da Igreja Católica) Deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo; que Ele nos conceda a graça de experienciarmos, em profundidade, a pessoa de Cristo e a alegria que brota de seu Coração. CANTO AO ESPÍRITO SANTO VOZ 2: “É graças a esta força do Espírito que os filhos de Deus podem dar fruto. Aquele que nos enxertou na verdadeira Vide far-nos-á dar «os frutos do Espírito: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio» (Gl 5, 22-23) (Catecismo da Igreja católica) Um dos frutos do Espírito Santo é a alegria. "Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor!" (Sl 105,3). DIRIGENTE: Nosso coração tem buscado, desejado o Senhor? Nosso coração concepcionista tem sido tocado pela alegria, fruto do Espírito? Qual a causa de nossa alegria? MINUTOS DE SILÊNCIO - EM SEGUIDA PROJETAR: http://www.youtube.com/watch?v=y806kwGmsMM&feature=related JESUS ALEGRIA DOS HOMENS (BACH) DIRIGENTE: De Carmen Sallés ouvimos: “O agradecimento aos dons de Deus nos conduzirá ao amor.” Hoje, acrescentamos que o agradecimento nos conduz também à alegria. Um coração grato é um coração alegre. Por isso, expressemos os motivos pelos quais somos gratos ao Pai. MANIFESTAÇÕES ESPONTÂNEAS. VOZ 1: Ouçamos com atenção versículos de salmos e deixemos que essas palavras da Sagrada Escritura nos toquem. PEDIR QUE DUAS PESSOAS PROCLAMEM OS TEXTOS ABAIXO. 39 Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força. (Neemias 8,10). O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei. (Salmo 28,7). Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. (Salmo 51,12). Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança. (Salmo 16,8-9). Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho. (Salmo 4,7). Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente. (Salmo 16,11). Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria; (Salmo 30,11) Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. (Salmo 43,4). Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros. (Salmo 45,7). Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico. (Salmo 100,2). DIRIGENTE: Irmãs, nem sempre a missão é fácil. Em alguns momentos nos sentimos fracas, temerosas. Mas o “adiante, sempre adiante” de Carmen Sallés e os versículos dos salmos ouvidos a pouco devem ser estímulo na caminhada. Sempre teremos um companheiro a nosso lado renovando nossas forças e esperanças. Ele sempre falará ao nosso coração. É promessa sua: Estas coisas vos tenho dito, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. (João 15,11) VOZ 2: Maria confiou no poder da palavra de Deus. “Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38) E nos ensina a confiar também. “Fazei tudo o que ele vos disser.” (Jo 2,5) VOZ 1: O que o Senhor lhe tem dito? MOMENTOS DE REFLEXÃO PESSOAL 40 DIRIGENTE: Após exultar de alegria no Senhor, Maria vai ao encontro de Izabel. Coloca-se a caminho para viver o amor, para levar a Boa Nova a quem precisa. Hoje, o Senhor nos convida a colocar-nos a caminho. A testemunharmos com a vida que Jesus é a fonte de bênção, de alegria, de realização. Como concepcionistas precisamos colocar-nos a caminho com criatividade, ardor missionário e desejo de iluminarmos o palco da vida de nossos irmãos com a luz e a alegria que vem de Deus. PROJETAR: http://www.youtube.com/watch?v=GGXfiyh17uY&feature=related OU http://www.youtube.com/watch?v=yHFzO32_at4&feature=related Cirque del Soleil - Alegria DIRIGENTE: Com Maria, exultemos e alegremo-nos no Senhor que em nós, concepcionistas, tem realizado maravilhas. Seu amor nos cativa, fortalece e envia. Envia aos pobres, sofredores, sedentos de justiça, de conhecimento, de amor. Envia de modo especial às crianças e jovens tão queridos de nossa fundadora. CANTO DO MAGNIFICAT 41