17/05/2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE FRUTAS E HORTALIÇAS O objetivo de todo o processo tecnológico utilizado para a conservação de frutas e hortaliças é paralisar e/ou retardar um processo vivo em uma determinada fase. Outros objetivos são: – Transformar a matéria-prima em subprodutos de aceitação; – Aumentar a durabilidade dos produtos. Conservar mais tempo; – Melhorar a apresentação dos mesmos com adequados processos tecnológicos; – Manter a qualidade e a sanidade dos produtos. 2 POLPAS DE FRUTAS INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE FRUTAS E HORTALIÇAS Art. 19. Polpa de fruta é o produto não fermentado, não concentrado, obtido de fruta polposa, por processo tecnológico adequado, atendido o teor mínimo de sólidos em suspensão. (DECRETO Nº 6.871 DE 04 DE JUNHO DE 2009 – Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas). DEFINIÇÃO 3 POLPAS DE FRUTAS “Polpa de fruta é o produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos, através de processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos totais, proveniente da parte comestível do fruto. Mínimo Máximo Sólidos solúveis em ºBrix, a 20o C 5,5 - PH 2,80 - Acidez total expressa em ácido cítrico (g/100g) 0,80 - Ácido ascórbico (mg/100mg) 800,00 - Açúcares totais naturais da acerola (g/100g) 4,00 9,50 Sólidos totais (g/`100g) 6,50 - Mínimo para cada polpa de fruta específica.” Sólidos solúveis em º Brix, a 20º C (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01, DE 7 DE JANEIRO DE 2000 Aprovar o Regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para polpa de fruta) DEFINIÇÃO Tabela 01. PIQ polpa de acerola (IN 01/2000 – MAPA) Tabela 02. PIQ polpa ou purê de manga (IN 01/2000 – MAPA) O teor mínimo de Sólidos totais será estabelecido – 4 5 Máximo 11,00 PH 3,3 Acidez total expressa em ácido cítrico (g/100g) 0,32 - Açúcares totais naturais da manga (g/100g) - 17,00 Sólidos totais (g/`100g) 14,00 - PA D R Ã O D E I D E N T I D A D E E Q U A L I D A D E 4,5 6 1 17/05/2014 POLPAS DE FRUTAS 1. Polpa de fruta simples: são aquelas polpas originadas de uma única fruta; 2. 3. A polpa de fruta destinada à industrialização de Polpa de fruta mista: são aquelas polpas originadas de duas ou mais outras bebidas e não destinado ao consumo direto frutas; poderá ser adicionada de aditivos químicos previstos A polpa de fruta será designada de acordo com o fruto que lhe deu origem. • POLPAS DE FRUTAS No caso da polpa de fruta simples a designação "simples", no rótulo, será para a bebida a que se destina. Na polpa de fruta poderá ser adicionado de acidulantes opcional. • No caso da polpa de fruta mista, os nomes das frutas deverão ser declarados na mesma dimensão da designação "polpa mista". 4. Na polpa de fruta mista o percentual mínimo de cada polpa que corantes naturais, nos mesmos limites estabelecidos para sucos de frutas, ressalvados os casos específicos compõe o produto deverá ser declarado no rótulo DESIGNAÇÃO como regulador de acidez, conservadores químicos e 7 8 Figura 01 - Despolpadeira Ex: Goiabas - peneiras com furos da ordem de 0,060 a 0,045 polegadas são suficientes para reter as sementes inteiras F L U X O G R A M A AT U A L D O P R O C E S S O P R O D U T I V O D E P O L P A D E F R U TA S . 9 10 Lavagem Seleção Descascamento Desintegração Despolpamento Acabamento Desaeração Pasteurização 11 F L U X O G R A M A AT U A L D O P R O C E S S O P R O D U T I V O D E P O L P A D E F R U TA S . 12 2 17/05/2014 SUCO DE FRUTAS Conservação “Suco Tropical é o produto obtido pela dissolução, em a) Enchimento à quente c) Embalagem asséptica b) Produtos químicos d) Congelamento a) polpas de frutas ácida (pH abaixo de 4,5), ou então que aceitam acidificação (caso da banana, do mamão, etc.); b) os conservantes mais comuns são os ácidos sórbico e benzóico ou seus derivados de sais de sódio e potássio. O teor máximo destes compostos legalmente permitido é: • Produtos de consumo direto é de 0,1% em peso; • Polpa como matéria-prima é de 0,2 a 0,3% em peso. tropical, por meio de processo tecnológico adequado, não fermentado, de cor, aroma e sabor característicos da fruta, submetido a tratamento que assegure sua conservação e apresentação até o momento do consumo”. c) O processo difere dos tradicionais porque o produto é rapidamente esterilizado e resfriado, antes de ser embalado sob condições de assepsia. d) No congelamento, após a fase de pasteurização, a polpa é resfriada imediatamente ao redor de 0 a 2 ºC em trocador de calor → túnel de congelamento, que deverá estar à temperatura de - 40 ºC → armazenamento à temperatura de -18 a –20 ºC F L U X O G R A M A AT U A L D O P R O C E S S O P R O D U T I V O D E P O L P A D E F R U TA S . água potável, da polpa da fruta polposa de origem (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 4 DE SETEMBRO DE 2003 - Aprova o Regulamento Técnico para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade Gerais para Suco Tropical) 13 DEFINIÇ ÃO SUCO DE FRUTAS 14 SUCO DE FRUTAS O suco tropical pode ser obtido de suco concentrado de fruta Obrigatoriamente elaborado com água potável; A expressão "suco pronto para beber", ou expressões semelhantes, somente poderão ser declaradas no rótulo do Suco Tropical quando adicionado de açúcar. de origem tropical; Ao suco tropical podem ser adicionados nutrientes essenciais, previstos em legislação específica; Podem ser utilizados aditivos e coadjuvante aprovados pela Deve conter um mínimo de: legislação específica para sucos de frutas; – 50% (m/m) da respectiva polpa, O Suco Tropical deve ser conservado por meios físicos – No caso de fruta com acidez alta ou conteúdo de polpa muito elevado ou sabor muito forte o conteúdo de polpa não deve adequados ou por meio de conservadores químicos autorizados para sucos de frutas. ser inferior a 35% (m/m). CO M PO SIÇÃO 15 NÉCTAR DE FRUTAS REQUIS I TO S 16 NÉCTAR DE FRUTAS “Néctar de fruta é o produto líquido oriundo da mistura de polpas ou sucos de frutas adicionados de açúcar e ácidos orgânicos”. Deve conter no mínimo: – Deve conter no mínimo 30% (m/m) da respectiva polpa (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 4 DE SETEMBRO DE 2003 - Aprova o Regulamento Técnico para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade Gerais para Suco Tropical) – No caso de fruta com acidez ou conteúdo de polpa muito elevado ou sabor muito forte o conteúdo de polpa não deve ser inferior a 20% (m/m). DEFINIÇ ÃO 17 CO M PO SIÇÃO 18 3 17/05/2014 NÉCTAR DE FRUTAS Polpa Tanque com agitador Pode-se dizer que três processamentos distintos podem ser usados: a) Processamento de enchimento a quente (“hot-fill”); b) Processamento “spin-cooker”; c) Processo asséptico. Homogeneização Desaeração O açúcar utilizado pode ser a sacarose ou glicose de milho; Enchimento a frio Trat. Térmico (Trocador Calor) Hot-Fill (Enchimento à quente) Spin-Cooker (Trat. Térmico) Resfriamento Fechamento Spin-Cooler (Resfriamento) Tetra-Brik (Enchim. asséptico) Resfriamento Armazenamento Trat. Térmico (Trocador Calor) Quanto á adição de ácidos orgânicos ao xarope, deve ser sempre que possível, com o ácido predominante da fruta que dará origem ao produto. Exemplo: Fechamento – néctar de maçã: ácido málico; Armazenamento Armazenamento – néctar de uva: ácido tartárico; – néctar de abacaxi: ácido cítrico. 19 PROCESSAM EN TO 20 P R O C E S S A M E N T O P A R A S U C O S E N É C TA R E S GELEIA DE FRUTAS GELEIAS DE FRUTAS “É o produto preparado com frutas e/ou sucos ou extratos aquosos Poderão ser adicionados glicose ou açúcar invertido; das mesmas, podendo apresentar frutas inteiras, partes e/ou pedaços Poderá conter fragmentos de frutas, dependendo da sob variadas formas, devendo tais ingredientes ser misturados com açúcares, com ou sem adição de água, pectina, ácidos e outros ingredientes permitidos por estas normas; tal mistura será convenientemente processada até uma consistência semissólida adequada e, finalmente, acondicionada de forma a assegurar sua perfeita conservação.” espécie vegetal empregada no preparo do produto; Não poderá ser colorido e nem aromatizado artificialmente; Será tolerada adição de acidulantes e de pectina para compensar qualquer deficiência no conteúdo natural de (Resolução Normativa nº15/78 - Estabelece as características mínimas de qualidade a que devem obedecer as geleias de frutas). DEFINIÇ ÃO pectina ou acidez da fruta. 21 GELEIAS DE FRUTAS São considerados elementos básicos para elaboração de geleia: – Fruto; 22 DESIGN AÇ ÃO FRUTO Tabela. Quantidade de frutas e açúcar nas geleias Produto Partes de frutas (%) Partes de açúcar (%) Geleias comum 40 60 Geleia marmelo, maçã, laranja 35 65 Geleias extras 50 50 – Pectina; – Ácido; As frutas devem encontrar-se em seu estado de maturação ótima → – Açúcar; e, quando apresentam seu melhor sabor, cor e aroma e são ricas em – Água. açúcar e pectina. Uma combinação adequada deles, tanto na quantidade como na ordem de colocação durante o processamento, irá definir a – Maduras: sofrem perda de pectina são susceptíveis de maior contaminação por microrganismos. qualidade de uma geleia. ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS – As frutas muito verdes: podem desenvolver cor castanha no produto final; 23 ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS 24 4 17/05/2014 PECTINA AÇÚCARES A pectina, quando combinada com uma porção adequada de açúcar na presença de ácidos e sais minerais, precipitar-se-á Costuma-se utilizar na elaboração de geléias a sacarose; formando a geleia; – A percentagem de pectina utilizada é em torno de 1% sobre o açúcar total. A graduação da pectina é a medida do seu poder de geleificação. Geralmente mede-se em unidades convencionais denominadas grau “SAG”. Quando se faz uma concentração final de mais de 65% de sólidos solúveis totais (açúcar total), é necessário substituir parte da sacarose, cerca de 30 a 40%, usando glicose de milho ou açúcar invertido; – Ex: Pectina 150º SAG - Quando l grama de pectina geleifica 150 gramas de sacarose. ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS 25 ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS AÇÚCARES 26 ÁCIDOS Para uma adequada geleificação, o pH final deve estar entre 3,0 e 3,2; Vantagens da utilização da glicose: A quantidade normalmente usada em geleias é de 0,2% sobre – Evita a cristalização da sacarose; o açúcar total; – mantém a maciez; Os ácidos empregados para esse fim são os orgânicos – melhora a qualidade da geleia (brilho); constituintes naturais das frutas como o: – diminui a sinerese; – Cítrico (encontrado em praticamente todas as frutas e também – reduz a doçura da geleia; devido ao seu sabor agradável); – Tartárico (sabor menos detectável - fornece valores de pH mais – maior poder conservante do que a sacarose. baixo - não deve ser usado em geleias de uva e maçã); – Málico (sabor ácido menos intenso, porém mais persistente). ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS 27 ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS 29 ELEM ENTOS ESSENCIAIS PARA O PROCESSAM ENTO DE GELEIAS FLUXO GRAM A B ÁSICO DE PRO CESSO PRO DUTIVO DE GELE IAS 28 30 5 17/05/2014 PRÓXIMA AULA... 31 32 6