maio 2011
Governo Sérgio Cabral não atende as reivindicações
e ainda manda prender os bombeiros
Ao final da tarde de sexta feira (13/
05), a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Tribunal de Justiça, decretou a prisão preventiva dos cinco
bombeiros que são os principais dirigentes da greve dos bombeiros. Estes estão lutando por melhores salários e condições de trabalho. Os capitães Alexandre Machado Marchesini e Lauro César Botto foram presos, mas os demais
ainda não foram.
O governo e a justiça afirmam que
a greve é ilegal, mas não condenam às
péssimas condições de salário e trabalho que estes verdadeiros heróis estão
submetidos. A super exploração que
vive estes trabalhadores é que coloca
em risco aqueles que precisam do combate ao fogo, do serviço de busca ou
salvamento. Estes bombeiros militares
recebem o menor salário do país. São
obrigados a ter um segundo emprego
ou ocupação para compensar a baixa
remuneração.
De uma corporação criada por D.
Pedro II, em 1856, para combater incêndios, hoje estes trabalhadores militarizados fazem todo tipo de salvamento. Como parte do desmonte do estado
são responsáveis pelo combate a endemias e epidemias. Por uma política
populista de Sérgio Cabral estes trabalhadores estão nas UPAs (Unidades de
Pronto Atendimento) enquanto os hospitais estaduais estão sendo fechados
ou abandonados. Substituíram os agentes de saúde do SAMU (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência) e fazem ainda socorro florestal, prevenções
em estádios, operações com produtos
perigosos, buscas e salvamentos. Desta
forma as funções da corporação foram
aumentadas e não houve contrapartida
proporcional nos salários.
Sérgio Cabral para aumentar o superávit primário se recusa a conceder
qualquer aumento salarial ou a negociar com os grevistas. Neste mesmo
momento em que o Estado comemora
mais um recorde de arrecadação. Sua
atitude deixa claro que sua relação privilegiada é com os bancos e as multinacionais. O governador arrocha o salário dos servidores militares e civis
para enriquecer os banqueiros e empresários com o pagamento de juros
das dívidas públicas do Estado. Também demonstra que não tem nenhuma
vontade política de resolver os reais
problemas da população. São verdadeiros crimes que a justiça civil ou militar simplesmente ignora.
Nesse sentido cabe a todo o movimento sindical, popular e estudantil a
total solidariedade e apoio à luta dos
bombeiros do Rio de Janeiro, verdadeiros heróis que lutam neste momen-
to contra os interesses dos patrões e
do governo do Estado.
A brutal repressão que se abateu
sobre o movimento grevista não tem
justificativa. Assim como não se justifica a militarização dos serviços públicos de defesa civil como ocorre em
nosso estado. Para garantir um serviço público de qualidade e a serviço dos
interesses dos trabalhadores e do povo
torna-se necessário à desmilitarização
do Corpo de Bombeiros. De sua origem em 1856 até 1880, este era um
serviço público civil. Em pleno século
XXI, estes trabalhadores não têm direito a livre manifestação ou a greve.
Direitos como estes e ainda o de organização sindical são fundamentais na
defesa de um serviço público que atenda as necessidades e aos interesses da
população carioca e fluminense.
A CSP-Conlutas convoca a todas
as entidades e movimentos sociais a
aprovar e enviar moções de solidariedade à luta destes trabalhadores, um
veemente repúdio as prisões, remoções, perseguições, truculência e arbitrariedade do Governo Sérgio Cabral.
Devemos exigir de Cabral o atendimento a todas as reivindicações que
fazem os bombeiros do Rio de Janeiro
e a suspensão de todas as retaliações
contra o legítimo movimento de greve
destes trabalhadores.
Pelo fim do Inquérito Militar, as prisões, as remoções arbitrárias e todas as
retaliações contra a greve dos bombeiros!
Pelo Direito a manifestação democrática e a greve!
Pelo atendimento de todas as reivindicações!
Pelo fim da militarização do Corpo de Bombeiros e da PM!
Por um piso salarial de R$ 2.000,00 para o Corpo de Bombeiros!
Apesar da intrasigência de Cabral bombeiros em greve cumprem
suas obrigações profissionais e não abandonam a população
O grupo de bombeiros acampados
na Assembleia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro (Alerj), em protesto
por melhores salários e condições de
trabalho, foram os primeiros a chegar
para combater um incêndio que atingiu, nesta segunda-feira (13/05), a
Choperia Pontinho, na esquina das ruas
do Carmo e Sete de Setembro, no
Centro do Rio. De acordo com um dos
combatentes deslocados para a operação, os danos poderiam ter sido
muito maiores se os grevistas não tivessem participado da contenção do
fogo.
No início do incêndio, por volta das
18h, cerca de 30 dos bombeiros que
protestavam na Alerj viram a fumaça
sair da rua próxima e correram para
ajudar, mesmo sem equipamentos próprios de trabalho. Ao chegarem ao bar,
eles usaram apenas os extintores de
incêndio à disposição no local, até que
chegasse o reforço. Dois deles foram
intoxicados pela fumaça e atendidos
pela ambulância da corporação. Não
houve vítimas.
O fogo, que atingiu o primeiro andar da Choperia Pontinho, foi provocado por um problema na tubulação
de gás. Este é o segundo incêndio que
os grevistas apagam enquanto protestam na Alerj. O primeiro foi no Restaurante Cristal, na Rua da Assembléia,
no dia 12, causado por um curto-circuito em uma fritadeira.
Lutas da PM e Bombeiros pelos outros estados
Só a luta pode enfrentar a cara de pau dos políticos no poder
Alagoas
A direção do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, na região metroplitana de Maceió, confirmou nesta
quarta-feira a suspensão dos voos e das
decolagens por causa da greve de 48
horas do Corpo de Bombeiros. O aeroporto está sem equipe para garantir a
segurança das aeronaves. Por causa
disso, uma equipe de Salvador está vindo a Alagoas para dar suporte à operação. Aeronaves com previsão de pouso
em Maceió são desviadas para Estados vizinhos, como Pernambuco e Sergipe.
A crise na segurança pública de Alagoas - com policiais civis em greve há
duas semanas - se agravou na terçafeira (10/05), depois que os deputados
estaduais aumentaram os próprios salários, derrubando um veto de janeiro
do governador Teotonio Vilela Filho
(PSDB), contrário ao aumento. No
mesmo dia, os policiais militares fizeram uma assembleia e decidiram pelo
desaquartelamento - os PMs não aparecem para trabalhar nem se apresentam nos quartéis.
No fim da tarde, eles saíram às ruas
e ameaçaram invadir a Assembleia
Legislativa, que reforçou a segurança.
Os bombeiros também decidiram aderir à paralisação.
Na manhã desta quarta-feira houve
uma piora nas relações entre governo
e servidores. Uma nota da Secretaria
de Comunicação do Estado chamou o
movimento dos PMs de "vandalismo".
O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas, major Wellington Fragoso, disse que a maioria dos
bombeiros aderiu à paralisação de 48
horas, e rebateu a crítica da secretaria
de comunicação.
"Estamos fortes. Quero dizer que
não somos vândalos, e, sim, trabalhadores lutando por seus direitos. Vândalo é aquele que desrespeita a democracia, que desrespeita os direitos do trabalhador, que não cumpre as decisões
judiciais. É preciso deixar claro à população que nós não queremos causar o
caos em Alagoas. Pelo contrário, nosso
objetivo é acabar com o caos que se
instalou aqui", disse.
ano é de R$ 1.800,00. Os grevistas estão acampados na praça localizada em
frente ao Comando da PM.
Os manifestantes paralisaram suas
atividades por 24 horas depois que o
governo rejeitou a receber a comissão
formada pelos líderes do movimento.
“Não vamos voltar atrás. Estamos
unidos e vamos até o fim. Só vamos
parar por 24 horas e que isso sirva para
que o governo entenda que os militares
do Acre não estão brincando”, afirma
o deputado Major Rocha.
De acordo com informações do Centro Integrado Operações em Seguran-
ça Pública (CIOSP), que cuida das chamadas do 190, as guarnições que assumiram o serviço eram formadas por
oficiais superiores que comandavam os
batalhões.
Acre
Não foi apenas o Governo de Rondônia que enfrentou uma greve na Polícia Militar. No vizinho Estado do Acre,
os PMs (praças e bombeiros militares)
estão parados desde sexta-feira (13/05),
reivindicando, entre outros benefícios,
um salário de R$ 3.071,00. No Acre,
quem está à frente do movimento é um
oficial, Major Rocha, que também é
deputado estadual. Assim como em
Rondônia, os policiais acreanos entraram em negociação por três vezes com
o Comando da Corporação, mas não se
chegou a um acordo e a greve foi deflagrada. O Salário de um soldado acre-
CSP-Conlutas
Central Sindical e Popular
Rio de Janeiro
R Teotônio Regadas, 26 - 602
Lapa, Rio, RJ
tel: 2509-1856
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