Saca rolhas
informativo
Ano 5 | Nº 13 | Novembro de 2014
Modervitis aposta
na atualização do setor
| Página 9
Wines of Brasil registra
recorde de exportação
| Página 25
Raio X
aponta
carências e
oportunidades
Censo mostra falta de profissionais especializados e abertura em áreas como
enoturismo, que representa, em média, 15% do faturamento das empresas
| Páginas 14 a 16
Pesquisa mostra que suco de uva ajuda na perda de barriga | Contracapa
Institucional
Saca-Rolhas
de cara nova
Consolidação da
imagem dos sucos e dos
espumantes é uma das
conquistas do ano
Esta edição também é uma ótima
oportunidade para resgatarmos algumas das principais conquistas deste
ano. Encerramos o primeiro semestre
com recorde de exportação de vinhos
engarrafados: 1,78 milhão de litros
e crescimento de 257% em relação
aos primeiros seis meses do ano passado. Esses números são resultado do
empenho de todos os envolvidos em
qualificar cada vez mais o setor vitivinícola. O lançamento do Programa
de Modernização da Vitivinicultura
(Modervitis) marca o início de uma
nova fase do segmento e é prova concreta deste esforço. Mas ainda temos
muitos desafios pela frente.
A qualificação da gestão, por
exemplo, deve ser uma de nossas
metas. Além disso, conforme indica a
2
Ano 5 | Nº 13 | Novembro de 2014
Presidente: Moacir Mazzarollo
Vice-presidente: Dirceu Scottá
matéria de capa desta edição, o Censo
Vinícola reforçou a constatação de um
dos principais gargalos para o nosso
segmento, que é a falta de mão de
obra qualificada.
O estudo também mostrou a resistência de boa parte dos produtores
a financiamentos e outras dificuldades
como a divulgação e entraves no acesso a novos mercados. São desafios que
precisam ser superados para garantirmos um futuro promissor para todas as
pessoas que integram a cadeia produtiva da uva e do vinho.
Assim como temos muitos desafios, também podemos comemorar alguns resultados positivos que tivemos
neste ano como, por exemplo, a consolidação da imagem dos sucos e dos
espumantes como carros-chefes, a
agregação de valor ao vinho de mesa
engarrafado e o trabalho contínuo de
qualificação cada vez maior também
dos nossos vinhos finos.
E não faltam incentivos para acreditar em bons resultados. Foi com essa
confiança que tornamos o suco de
uva 100% um dos produtos mais representativos para a imagem do setor.
Por meio da divulgação em veículos de
comunicação, pesquisas e ações promocionais, os consumidores estão entendendo que vendemos, na verdade,
qualidade de vida extraída da uva.
Olhar para tudo que já alcançamos
é uma mistura de orgulho, por termos
superado tantos obstáculos, e ânimo,
para continuar. Em
nome do Ibravin
desejo que o ano
de 2015 seja farto
em tudo que possa ser bom, com
saúde, prosperidade, diálogo e
muita esperança.
Moacir Mazzarollo
Presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin
Diretor executivo: Carlos Raimundo Paviani
Diretor técnico: Leocir Bottega
Conselho Deliberativo: Associação
Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Federação
das Cooperativas de Vinho do Estado do
RS (Fecovinho), Associação Brasileira de
Enologia (ABE), Comissão Interestadual da
Uva, Secretaria da Agricultura, Pecuária e
Agronegócio (Seapa), Sindicato da Indústria
do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres
e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho do
Estado do Rio Grande do Sul (SindivinhoRS), Sindicato Rural de Caxias do Sul
(Sindirural-Caxias), Associação Nacional dos
Engarrafadores de Vinho (ANEV), Associação
Catarinense de Vinhos Finos de Altitude
(Acavitis) e União Brasileira da Vitivinicultura
(Uvibra).
Foto da Capa: Silvia Tonon
Textos: Cassiano Farina, Diego Adami,
Gesiele Lordes e Martha Caus
Edição: Cassiano Farina, Diego Adami e
Martha Caus
Projeto Gráfico: Adriana Silva Comunicação
& Conteúdo
Diagramação: Marcela Bantle
IBRAVIN
CNPJ: 02.728.155/0001-74
Alameda Fenavinho, 481. Edificação 29
Bento Gonçalves - RS
Telefone e fax: + 55 54 3455.1800
E-mail: [email protected]
www.ibravin.org.br
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vinhosdobrasil
Este impresso é financiado com
recursos do Fundovitis
Apoio:
Ivan Almeida, Ibravin
Você tem em mãos o primeiro
exemplar do Saca-Rolhas em seu
novo formato. Redimensionamos o
tamanho, reformulamos os títulos e a
organização das matérias, alteramos
as cores. Mas o objetivo continua
o mesmo das edições anteriores:
informar de forma clara e objetiva todo
o trabalho que está sendo feito pelo
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin),
que atua em convênio com a Seapa/
RS na execução da política vitivinícola
estadual, e pelas entidades que fazem
parte dos conselhos Deliberativo e
Consultivo em prol do setor vitivinícola
gaúcho e brasileiro. As mudanças,
além de deixarem nosso informativo
mais agradável aos olhos, irão facilitar
a leitura e o manuseio, além de
reduzir os custos com impressão e
a diminuição do uso de papel, algo
muito importante em tempos de
conscientização para o bom uso dos
recursos naturais.
expediente
Gilmar Gomes, Ibravin
Institucional
Palestrantes de cinco países integraram programação que abordou estruturação, promoção e comercialização de roteiros
Congresso de Enoturismo
projeta futuro promissor
Cerca de 100 pessoas reuniram-se
de 8 a 10 de outubro no 4º Congresso
Latino-Americano de Enoturismo
para discutir temas que permeiam
toda a cadeia do enoturismo, desde
sua estruturação, promoção e comercialização. Nomes brasileiros,
argentinos, uruguaios, portugueses
e espanhóis integraram a lista de
palestrantes. As visitas técnicas a
roteiros enoturísticos dos cinco
municípios envolvidos – Bento
Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha,
Flores da Cunha e Garibaldi –
também foram destaque. Nos mais
de 15 empreendimentos visitados,
entre restaurantes e vinícolas, os
congressistas tiveram a oportunidade
de vivenciar os reflexos da cultura do
vinho na Serra Gaúcha.
Para o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin),
Carlos Paviani, o encontro se encerrou
com o desejo de aplicar os aspectos
e ideias levantadas. “Que em 2015,
possamos nos encontrar e fazer um
levantamento do que já conseguimos
melhorar depois desta edição, que
gerou inúmeras trocas de experiências”, afirma.
Paviani acrescenta que a edição
deste ano trouxe à tona a percepção
de que os investimentos e inovações
em toda a cadeia que integra o setor
devem ser constantes. “Com melhorias e aumento na oferta de produtos
é que fortaleceremos o enoturismo,
tornando-o mais competitivo no mercado”, observa.
Mais de 15
empreendimentos
foram visitados, onde os
congressistas vivenciaram
os reflexos da cultura do
vinho na Serra Gaúcha
A próxima edição será no Uruguai,
em setembro de 2015. Também foi
anunciada a realização do 1º Congresso Ibero-Americano de Enoturismo,
em julho de 2015, em Portugal e na
Espanha, já que o envolvimento entre os países produtores de vinhos do
Novo e do Velho Mundo tem crescido
de forma exponencial. Prova disso foi
a adesão de nove cidades e entidades
latino-americanas à Associação Internacional de Enoturismo, que também
ocorreu durante o congresso.
Fundada em maio deste ano, a
entidade tem como objetivo fortalecer o setor em todos os destinos
onde está presente por meio de discussões, observações, promoção, comercialização e, consequentemente,
da melhora na competitividade do
segmento. Do Brasil, passam a integrar oficialmente a associação as
cidades que integraram as visitas
técnicas, além do Ibravin e da Associação de Turismo da Serra Nordeste
(Atuaserra). A Associação das Bodegas Argentinas e a Associação de Turismo Enológico do Uruguay também
fazem parte da Aenotur.
O 4º Congresso Latino Americano
de Enoturismo é uma promoção do
Ibravin e das prefeituras dos cinco
municípios envolvidos, por meio das
secretarias municipais de Turismo,
e com apoio da Setur/RS e Seapa/
RS. O patrocínio é da Atuaserra, do
Bento Convention Bureau, do Sebrae,
da Associação Brasileira de Enologia,
do Sindicato de Hotéis, Restaurantes,
Bares e Similares de Caxias do Sul
(Região Uva e Vinho), do Spa do Vinho
e do Hotel Villa Michelon.
3
Banco de Imagens, Ibravin
Institucional
Setor busca regulamentação
do suco de panela
A proposta de regulamentação para o suco de uva de Uva e Vinho, Laboratório de Referência Enológica (Laren),
panela foi encaminhada por representantes do setor viti- Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal
vinícola e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul ao do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Centro Ecológico de Ipê.
ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
“A pesquisa concluiu que o suco de panela incorpora
Neri Geller, durante a Expointer, no início de setembro. O até 16% de água e, portanto, não poderia ser chamado de
documento solicita que sejam definidas as regras para integral. A proposta é que haja a regulamentação e que
produção e comercialização da bebida elaborada pelo esse tipo de suco seja chamado de “artesanal”, porque
método de arraste a vapor, além de propor que o suco re- tem mais suco de fruta do que o néctar, mas não tem
sultante deste processo se denomine “artesanal”.
100%, como o integral”, explica Paviani.
O diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho
Atualmente, os néctares precisam conter, no mínimo,
(Ibravin), Carlos Paviani, e o secretário da Agricultura, 30% de suco. O percentual passará para 40% a partir de
Pecuária e Agronegócio do Rio Grande
janeiro de 2015 e para 50% a partir de
do Sul (Seapa), Claudio Fioreze, explijaneiro de 2016.
caram ao ministro a necessidade de Mais de uma centena
De acordo com o documento ende agroindústrias
regulamentação para garantir a pertregue ao ministro, a nomenclatura
manência no mercado de mais de uma familiares e pequenos “artesanal” seria permitida apenas a
centena de agroindústrias familiares e
quem se enquadrasse no perfil de agriprodutores usam a
pequenos produtores que usam a téccultor familiar: não possuir área maior
técnica no Rio Grande do que quatro módulos fiscais, utilizar
nica no Rio Grande do Sul.
“Há cerca de três anos, o ministério
predominantemente mão de obra da
do Sul
determinou o cancelamento dos regisprópria família e ter percentual mínimo
tros de elaboradores de suco de panela por estarem re- da renda familiar originada de atividades econômicas do
gistrados como suco integral, o que não poderia, porque seu estabelecimento. O estudo indica ainda os Padrões de
o suco de panela incorpora água, por meio do vapor usa- Identidade e Qualidade (PIQs) que um suco artesanal pode
do para extrair o suco. Seria injusto se os registros fossem conter, como percentual de açúcar e acidez, entre outros.
Fioreze salientou que a proposta de regulamentação recancelados depois de todo esse tempo”, lembra Paviani.
Conforme o diretor executivo, o Mapa concedeu um presenta um grande avanço para as famílias que obtêm imprazo para que os produtores continuassem com o regis- portante fatia de sua renda familiar por meio do produto.
Segundo Paviani, o ministro adiantou que delegou
tro enquanto era feita uma pesquisa para avaliar as características do suco. O estudo foi elaborado por um grupo à sua equipe técnica para que encaminhe a publicação
formado por Ibravin, Seapa, Secretaria Estadual de Desen- de uma instrução normativa para realizar uma consulta
volvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Embrapa pública sobre o tema.
4
Institucional
Silvia Tonon, Ibravin
Ibravin
destina
recursos a
projetos de
promoção
540 milhões de quilos foram de americanas e híbridas e 66 milhões de viníferas
Safra fecha em 606
milhões de quilos
Na safra 2014, o Rio Grande do
Sul, estado de onde se originam
mais de 90% da produção total
de vinhos do país, foram processados 606 milhões de quilos de uva.
Deste total, 540 milhões de quilos
(89%) são de variedades americanas e híbridas – usadas na elaboração de vinho de mesa e suco – e
66 milhões de quilos (11%) de uvas
viníferas, usadas para elaborar vinhos finos. Em 2013, a safra foi de
611,9 milhões de quilos, sendo
537,5 milhões de quilos de americanas e 74,3 milhões de quilos de
variedades viníferas.
A diferença entre os resultados, que representa uma redução
de menos de 1%, explica o vicepresidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin), Dirceu Scottá, deve-se a
alguns períodos de geada e queda
de granizo. Percebeu-se também,
segundo ele, que o clima foi muito
semelhante entre as regiões produtoras gaúchas.
Mesmo a Serra do Sudeste,
tradicionalmente mais seca, teve
produção com qualidade similar à
da Serra Gaúcha. “Pode-se dizer que
foi uma safra boa em qualidade,
principalmente os vinhos-base
para espumantes e os vinhos tintos
jovens de média guarda. Tivemos
uma safra com características de
mediana à boa”, afirma.
Segundo o presidente do
Conselho Deliberativo do Ibravin,
Moacir Mazzarollo, as uvas colhidas
no início de fevereiro tiveram melhor qualidade, como a Concord
e a Bordô, usadas principalmente
na elaboração de vinhos de mesa
e sucos.
Dentre as viníferas, a variedade
Chardonnay é um exemplo de boa
qualidade nesta safra. “A média de
grau (teor glucométrico) depende
da época da colheita. As que foram
colhidas no início de fevereiro
tiveram excelente qualidade”,
afirma Mazzarollo.
O presidente da Associação dos
Vinhos da Campanha, Giovani Silveira Peres, explica que a incidência
de chuvas também atingiu a Campanha Gaúcha e que, por isso, em
algumas variedades não se chegou
a atingir o ápice de excelência, mas
a média geral foi de boa qualidade.
Apesar de ainda ser cedo para
qualquer previsão, Scottá garante
que ao excesso de chuva que atingiu o Estado no início de julho não
compromete a próxima safra, já
que este período é de dormência
das parreiras. Seis projetos, entre eventos e publicações para promover os vinhos
brasileiros em todo o país, foram contemplados na segunda chamada do
edital do Ibravin em apoio a ações de
incentivo ao consumo da bebida no
mercado interno. Os recursos, no total
de R$ 139,7 mil, são provenientes do
Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis) e repassados
às entidades por meio de chamada
pública. O valor soma-se aos R$ 105
mil destinados a outros três projetos
na primeira chamada de 2014.
O diretor executivo do Ibravin, Carlos Paviani, explica que a finalidade
do edital é contemplar projetos que
têm como objetivo divulgar o vinho
brasileiro e promover o seu consumo.
A verba é fruto das contribuições
das vinícolas do Rio Grande do Sul
ao Fundovitis, gerido pela Secretaria
Estadual da Agricultura, Pecuária e
Agronegócio (Seapa).
Projetos contemplados:
l Guia “Adega Vinhos do Brasil 2014/2015”.
Proponente: Inner Editora Ltda.
l Wine Run Vale do São Francisco.
Proponente: Inner Editora Ltda.
l Road Show Vinhos do Brasil São Paulo –
Capital. Proponente: Associação Brasileira
de Sommeliers (ABS/SP)
l Road Show Vinhos do Brasil São Paulo –
Interior. Proponente: ABS/SP
l Seminário “Vinho e Mercado”, durante
o Rio Wine and Food Festival. Proponente:
Bacco Multimídia
l 26º Congresso Nacional da Abrasel e
Vinum Brasilis. Proponente: Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes
(Abrasel) Nacional
5
Institucional
Jornada da Viticultura
debate desafios do setor
Fotos: Gesiele Lordes, Ibravin
Juventude presente
Encontro teve a participação de cerca de 500 pessoas de diversas regiões
Agricultores, indústria, pesquisadores e acadêmicos, mais
uma vez sentaram à mesma mesa
para debater os desafios e propor
soluções para as demandas do
setor vitivinícola. A XV Jornada da
Viticultura ocorreu no dia 3 de julho, em Flores da Cunha, com a participação de cerca de 500 pessoas.
O encontro, neste ano, ganhou
ainda mais relevância, pois além
de tratar do futuro da viticultura
gaúcha, foi realizado no Ano Internacional da Agricultura Familiar,
eleito pela Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Atualmente, mais de 80% são da
produção de uvas na Serra provenientes de pequenas propriedades
familiares.
No evento, o diretor técnico
do Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin), Leocir Bottega, apresentou
dados sobre a produção de uva
para processamento na última
década e sua evolução qualitativa.
A assessora jurídica do Ibravin, Kelly
Bruch, esclareceu como o novo
6
decreto da Lei do Vinho interfere no
funcionamento do setor.
Kelly destacou pontos referentes
à classificação de estabelecimentos
e produtos, a definição de novas
áreas produtoras no Brasil e
questões relacionadas aos limites
de chaptalização (correção dos
vinhos com adição de açúcar de
cana) entre outros assuntos.
Na plateia, os rostos jovens
se destacaram entre um público
composto, na maioria, por agricultores
mais experientes. E os representantes
das novas gerações não vieram
apenas da Serra Gaúcha. Um grupo
de 15 alunos do curso de Bacharel em
Enologia do Campus da Unipampa de
Dom Pedrito na região da Campanha,
marcou presença na Jornada.
Entre os jovens, Elisandra Nunes,
22 anos, era uma das mais animadas
em conhecer o universo vitivinícola
da Serra. Natural do Ceará, a estudante do primeiro semestre do curso, explicou que tinha opção de fazer
cursos da área de Enologia em seu
estado, mas estava curiosa por experimentar a cultura da região gaúcha. “Eu queria ir para um lugar onde
se respirasse vinho”, disse a jovem,
que é formada em Gastronomia.
À tarde, o público fez questionamentos direcionados aos representantes das entidades ligadas ao setor,
durante a mesa redonda “Como
transformar trabalho em matériaprima de qualidade”.
Grupo de alunos do curso de Bacharel em Enologia do Campus da Unipampa de Dom Pedrito
veio à Serra para marcar presença na Jornada
Institucional
Qualificação focada na
relação custo-benefício
No início de setembro ocorreu o
treinamento do grupo de instrutores
do Qualidade na Taça, projeto que visa
a capacitação de mil estabelecimentos
de alimentação fora do lar no trabalho
com vinhos brasileiros. As aulas tiveram
como objetivo repassar a metodologia
para qualificar o atendimento em bares
e restaurantes, potencializar as vendas
e aprimorar o serviço de vinhos nos
estabelecimentos. Uma das atividades
foi uma degustação às cegas para
demonstrar a relação custo-benefício
do vinho nacional. A iniciativa é do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Associação Brasileira de Bares
e Restaurantes (Abrasel).
jetória da produção no país é relativamente recente e que os profissionais de
hoje têm o privilégio de poder escrever
essa história no dia a dia.
Durante o projeto, as vinícolas terão
a oportunidade de se aproximar do
público em diversos eventos, inclusive
nos treinamentos realizados nos restaurantes participantes. As vinícolas que
fazem parte da ação irão disponibilizar
produtos para degustações que devem
ocorrer ao longo dos treinamentos. Até
o final do projeto, em 2016, mais de 3
mil profissionais, de 16 cidades em 14
estados serão capacitados.
Incentivo ao consumo
O aumento da exposição do produto
nacional vai beneficiar principalmente
os pequenos produtores, que representam 90% dos vinicultores do país.
O sommelier José Barros, de Recife
(PE), elogiou a iniciativa e destacou que
há muito tempo o mercado estava precisando de um trabalho de formação
junto aos profissionais que atuam diretamente com os consumidores. “Fui
garçom durante muitos anos e sei o
quanto uma dica é importante para incentivar o consumo dos vinhos”, disse.
Já foram gravadas videoaulas
em vinícolas da Serra Gaúcha e em
um estúdio em São Paulo. Os par-
O objetivo é quebrar o preconceito
de que os produtos perdem para os importados em competitividade. O sommelier Vinícius Santiago, que conduziu
a degustação, acredita que nem sempre preço corresponde a qualidade. “A
gente está acostumado a pensar que
vinho brasileiro bom é caro, e isso não
é verdade”, enfatizou. Tendo como público-alvo profissionais, a capacitação
da primeira turma de garçons ocorreu
entre os dias 16 e 19 de setembro, em
Brasília. Em outubro, foram realizadas
aulas nos Estados de Rio Grande do Sul,
Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Bahia e Pernambuco. Até o final do ano serão ministradas
para os Estados de Santa Catarina, São
Paulo, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande
do Norte e Amazonas, além de novas
turmas nos Estados que já receberam o
treinamento. Até o final do ano, mais de
600 profissionais estarão capacitados.
A jornalista e sommelier Silvia Mascella Rosa, que ministrou uma aula sobre vinho brasileiro, lembrou que a tra-
Cassiano Farina, Ibravin
Projeto Qualidade na
Taça deve atingir mais
de 3 mil profissionais no
serviço do vinho
ticipantes têm oito horas de aulas a
distância e 12 de aulas presenciais.
Condições de armazenamento, forma de leitura do rótulo, harmonização e hospitalidade são alguns dos
tópicos abordados na capacitação.
O escopo do projeto contempla ainda a ponta inicial da cadeia produtiva,
com estímulo à melhoria dos processos produtivos por meio da ampliação
do Programa Alimentos Seguros (PAS)
– Uva para Processamento em produtores de uva e vinícolas, obtendo mais
adesões e com isso, melhorando a qualidade do produto.
As vinícolas que participam do
Qualidade na Taça são: Basso Vinhos e
Espumantes, Bodega Czarnobay, Vinícola Casa Valduga, Courmayuer do Brasil,
Dal Pizzol Vinhos Finos, Domno do Brasil,
Dunamis Vinhos e Vinhedos, Guatambu
Estância do Vinho, Vinícola Santo Emílio, Lovara Vinhas e Vinhos, Miolo Wine
Group, Gran Legado Vinhos e Espumantes, Vinibrasil, Vinícola Aurora, Vinícola
Botticelli, Vinícola Suzin, Lídio Carraro
Vinícola Boutique, Vinícola Perini, Pizzato
Vinhas e Vinhos, Vinícola Salton, Aracuri
Vinhos Finos e Vinícola Pericó.
O projeto conta com o apoio das
empresas Cisper e Bocatti, que presentearão os participantes com uma taça
especial e um saca-rolhas.
Sommelier Vinícius Santiago orientou degustação aos instrutores do projeto
7
Institucional
Cadastro
Vitivinícola e
Decreto do Vinho
pautam reunião
A universalização do Cadastro Vitivinícola, a regulamentação de pontos
que constam no Decreto do Vinho e
ajustes da legislação sobre a produção
de vinho artesanal foram alguns dos assuntos tratados na reunião realizada no
dia 26 de setembro entre representantes
do setor e dirigentes do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). No encontro, também foram debatidas as regras para a regulamentação
do suco de uva artesanal (de panela, feito
pelo método de arraste a vapor) e a necessidade de ajustes na lei que permitem
ao agricultor familiar comercializar os vinhos elaborados na propriedade.
Reunião foi realizada para
colher sugestões do setor
para as audiências públicas
a fim de consolidar as
alterações e complementos
ao Decreto do Vinho
Entre as mudanças, está a especificação de obrigatoriedades para o uso de
termos qualitativos como Reservado,
Reserva e Gran Reserva. Uma das sugestões é de que para usar os termos
é necessário que os vinhos sejam elaborados sem o processo de chaptalização (adição de açúcar para correção
de grau Babo). De forma mais específica, para serem denominados Reserva
e Gran Reserva, há o entendimento de
que devam ter pelo menos 12 meses
de envelhecimento e, no segundo caso,
passar por barrica de carvalho.
O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Departamento de Inspeção de
Produtos de Origem Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do
Mapa, Hélder Moreira Borges, avaliou
que os apontamentos dos dirigentes
8
do setor são importantes por conhecerem as demandas do segmento. “Este
diálogo é fundamental para consolidar
as alterações no decreto, as ações de fiscalização para garantir a qualidade dos
produtos e sugestões para o avanço de
toda a cadeia produtora”, garantiu.
Representando o Instituto Brasileiro
do Vinho (Ibravin), o presidente do Conselho Deliberativo, Moacir Mazzarollo,
considerou positivo o encontro e reforçou a necessidade de ajustar a legislação
que permite aos agricultores familiares
comercializarem o vinho elaborado na
propriedade sem necessidade de CNPJ.
“Muitas famílias produzem o vinho colonial, e é urgente que o governo tenha este
entendimento de que é possível que vendam com o talão do produtor”, disse.
Borges e o chefe de Divisão da SDA,
Carlos Alberto Magalhães, estiveram na
Serra para a 22ª Ava­liação Nacional de
Vinhos. Os dirigentes também participaram da reunião preparatória da comitiva
brasileira que esteve em novembro na
Assembleia Geral e Congresso da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) , na Argentina.
Também participaram da reunião
os diretores executivo e técnico do
Ibravin, Carlos Paviani e Leocir Bottega,
respectivamente; a diretora geral do
Laboratório de Referência Enológica,
Regina Vanderlinde; Gabriel Carissimi,
representando a Federação das Cooperativas Vinícolas do RS; o presidente da
Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e
Derivados, Tiago Tonini; Daniel Basile
como representante da União Brasileira
de Vitivinicultura; Renato Formolo e Denis Debiasi, representando os sindicatos
de trabalhadores rurais e Darci Dani e
Rogério Beltrame pela Associação Gaúcha de Vinicultores.
Vinhos
brasileiros têm
destaque no
RWFF
Os vinhos brasileiros se
destacaram na programação do
Rio Wine and Food Festival (RWFF).
O evento ocorreu entre os dias 15
e 21 de setembro em diversos
pontos do Rio de Janeiro (RJ), com
o objetivo de atrair visitantes para
a Cidade Maravilhosa através do
vinho e da gastronomia. O gerente
de Promoção do Ibravin, Diego
Bertolini, falou sobre o mercado
produtor brasileiro e a evolução
qualitativa com conquistas de
novos canais e públicos.
Ele destacou duas ações que
o Ibravin está desenvolvendo: o
projeto Vinhos Brasileiros Premiados,
em parceria com o Grupo Pão de
Açúcar, e o programa Qualidade
na Taça, que está em curso com a
qualificação de 3 mil profissionais de
mil estabelecimentos para o serviço
do vinho.
Sebrae/RS
volta a ter
projetos para a
vitivinicultura
Chamada
Qualificar
a
Vitivinicultura da Serra Gaúcha,
uma iniciativa do Sebrae/RS vai
atender, a partir de 2015 e por um
período de dois anos, as principais
necessidades apontadas pelos
empresários no Censo da Indústria
Vinícola do RS. A novidade foi
apresentada no dia 24 de outubro,
em Caxias do Sul, no Seminário
de Oportunidades para a
Vitivinicultura, pelo Sebrae/RS, com
apoio do Ibravin e da Associação
Gaúcha de Vinicultores (Agavi).
Na oportunidade, o público
também assistiu a um painel sobre
legislação tributária, outro sobre o
Programa Alimentos Seguros (PAS)
Uva para Processamento e cases de
empresários da região.
Diego Adami, Ibravin
Institucional
O presidente do Conselho Deliberativo
do Ibravin, Moacir Mazzarollo, assinou o
acordo de cooperação com o MDIC para
qualificação da mão de obra no setor
Modervitis é lançado com
anúncios para o setor
A apresentação do Programa
de Modernização da Vitivinicultura
(Modervitis) a produtores, represen­
tantes da indústria e demais segmentos da cadeia produtiva, no dia 19 de
setembro, foi marcada por anúncios
importantes para o setor vitivinícola.
No encontro, realizado na Embrapa Uva
e Vinho, em Bento Gonçalves, ocorreu
a assinatura do acordo de cooperação
para identificação da demanda de qualificação da mão de obra na indústria
vinícola entre o Instituto Brasileiro do
Vinho (Ibravin) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
2 mil
famílias do RS serão
beneficiadas na primeira
chamada pública de
assistência técnica
A primeira chamada pública de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater)
pelo Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA) deve beneficiar, inicialmente, cerca de 2 mil famílias produtoras de uva no Rio Grande do Sul. Ainda
no âmbito da agricultura familiar, também foi anunciada a assinatura de convênio que tem como objetivo qualificar
a produção do chamado suco de uva de
panela, o que deve acelerar o processo
de regulamentação do produto.
Na abertura, o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir
Mazzarollo, destacou a abrangência do
programa e citou a necessidade de melhorar os produtos para ter maior competitividade. “Quem dá o aval sobre
esta qualidade é o consumidor, e este
programa que está sendo lançado hoje
vai ajudar neste processo de inovação,
que deve ser contínuo”, disse.
O ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Müller, mencionou a assistência técnica e a disponibilização de crédito para os agricultores familiares por meio do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) como ações
importantes para que o Modervitis saia
do papel. “O setor decidiu inovar e se
organizar para melhorar os processos
produtivos e, consequentemente, ter
ganhos de qualidade dos seus produtos”, elogiou, ao antecipar a divulgação
da chamada pública de Ater.
O coordenador do Modervitis,
José Fernando Protas, fez um resgate
da articulação realizada desde 2006
para a implantação do programa até
a sua inclusão no Plano Brasil Maior,
do Governo Federal, neste ano. O
pesquisador da Embrapa apresentou
o desafio de melhorar a qualidade da
matéria-prima através do aumento
de graduação média das uvas para
processamento. “Se aumentarmos a
média de 14 para 17 graus Babo para
uvas americanas e híbridas, por exemplo,
podemos ter um aumento de 16% na
renda dos viticultores, uma economia de
5% para a indústria, com uma produção
final 20% maior”, ilustrou.
O secretário de Inovação do MDIC,
Nelson Fujimoto, falou sobre os cursos
de qualificação oferecidos pelo Pronatec e que serão disponibilizados para
setor vitivinícola. Pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social, o engenheiro Geanderson Lúcio
de Souza Silva abordou as condições
especiais de financiamento para as
vinícolas que aderirem ao Modervitis.
O secretário de Política Agrícola do
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, João Salomão, citou
a integração entre os diversos órgãos
para estimular a adesão tanto da indústria como dos produtores.
O coordenador-geral de Serviços Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Jorge Campagnolo,
falou sobre os canais disponibilizados
pelo ministério para acessar informações
técnicas (www.respostatecnica.org.br).
9
Institucional
Câmara Setorial debate
temas estruturantes
A regulamentação da Lei do
Vinho e da tributação do vinho
artesanal/colonial,
a
alteração
na cobrança do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) e a
atualização da tabela de variedades
para serem incluídas no Manual
de Operação Comercial (MOC)
editado pela Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab) e preço
mínimo da uva foram alguns dos
temas debatidos pela Câmara Setorial
da Uva e do Vinho, no dia 6 de agosto,
em Brasília. Também foi discutida
a permanência da proibição de
elaboração e comercialização do Agrin.
O grupo fez, ainda, sugestões para a
instrução normativa que regulamenta
o registro dos estabelecimentos,
terceirização
dos
serviços
e
regulamentação do envase móvel.
Lei do Vinho, questões
tributárias e tabela
de variedade no MOC
foram temas da pauta da
reunião em Brasília
Para regulamentar a lei do vinho
artesanal/colonial, está em discussão
uma normativa que permite que os
produtores possam se registrar como
pessoas físicas, bastando apenas informar o número da Declaração de
Aptidão ao Pronaf (DAP), confirmando a condição de agricultor familiar.
No encontro foi aprovada a criação
de um Grupo de Trabalho (GT) para
estudar e propor alternativas quanto
à regulamentação da comercialização dos produtos e sobre questões
tributárias. Compõem o grupo, além
do Ibravin, a Embrapa Uva e Vinho,
a Secretaria de Agricultura Familiar
do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, a Emater/RS, a Secretaria de
Política Econômica do Ministério da
Fazenda, a Coordenação Geral de Vi-
10
Confira alguns dos itens da pauta
Consulta pública 153/2013 - registro de produtos e estabelecimentos,
terceirização de produção – equalização da proposta do setor;
l Regulamentação da Lei 12.959/2014 sobre o vinho produzido pelo
agricultor familiar ou empreendedor rural; l Regulamentações decorrentes da publicação do Decreto nº
8.198/2014; l Proposta de atualização da Portaria nº 1.012/78 e nº 270/88 sobre
Normas e Padrões de Qualidade para Classificação e Comercialização da
Uva para fins industriais; l Organização da AGO e do Congresso da OIV; l Definição sobre publicação da norma sobre vinho borbulhante;
l Alteração da tributação do IPI para bebidas quentes; l Novo modelo de tributação do IPI proposto pela Receita Federal.
l
nhos e Bebidas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento, o
Sindicato das Indústrias de Vinho de
Santa Catarina e a Associação Nacional dos Engarrafadores de Vinho.
O diretor executivo do Ibravin,
Carlos Paviani, destacou a organização e representatividade da Câmara
Setorial junto ao governo. “A participação neste grupo é importante
porque aqui são elaboradas propostas concretas para as melhorias estruturantes de toda a cadeia, sendo
levadas diretamente para as instâncias responsáveis”.
No encontro, foi instituído
um GT para sugerir normas de
implantação e revisar alguns pontos
do Decreto nº 8.198/2014. O grupo
se debruçará, prioritariamente, em
cinco pontos que são contemplados
pelo texto da lei: zonas de
produção, regulamentação das
Indicações Geográficas para vinho,
regulamentação da rotulagem e das
expressões qualitativas (como, por
exemplo, Reserva e Gran Reserva) e
chaptalização do vinho.
Também foi aprovada a minuta
do texto que atualiza as portarias nº
1.012/78 e nº 270/88 sobre Normas
e Padrões de Qualidade para Classificação e Comercialização da Uva
para fins industriais. A partir da nova
tabela é que é definido o Manual de
Operação Comercial e a regulamentação do preço mínimo pela Conab.
A Secretaria da Receita Federal
apresentou proposta para que o IPI
seja cobrado na forma de ad valorem
(conforme o valor) com redução da
alíquota que hoje é de 10%. O setor
encaminhou um documento propondo a redução deste percentual.
O grupo rejeitou a tentativa que
está tramitando no Congresso que
pretende, novamente, regulamentar a produção e comercialização do
produto Agrin, espécie de vinagre
composto com apenas 10% de vinagre elaborado a partir do vinho e
com o acréscimo de outros produtos
como álcool vínico. Tanto os integrantes da Câmara Setorial como o
próprio ministro da Agricultura, Neri
Geller, rejeitam a possibilidade de
restabelecer a legalidade do produto,
sugerida por meio de Decreto Legislativo de autoria do deputado paulista Antonio Carlos Mendes Thame.
Também foi debatida, por solicitação dos produtores do Estado de
Santa Catarina, a denominação de
vinho borbulhante para espumantes
elaborados com as uvas híbridas e
americanas Niágara e Goethe.
Institucional
Silvia Tonon, Ibravin
Preço mínimo da
uva será estabelecido
pela Conab
Após três rodadas de reuniões,
os produtores de uvas e indústrias vinícolas não chegaram a
um consenso, na manhã do dia 8
de outubro, em Farroupilha (RS),
em relação ao valor do preço
mínimo para a próxima safra. A
proposta agora é que a Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) estabeleça o valor com
base no custo de produção pesquisado anualmente.
Em encontro mediado pelo diretor executivo do Instituto Brasileiro
do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, representantes das vinícolas
voltaram a apresentar a proposta
de R$ 0,67. O valor, o mesmo oferecido na reunião anterior, no dia
16 de setembro, leva em conta o
preço fixado para a safra anterior
(R$ 0,63) acrescido da inflação da
indústria no período. O preço
mínimo refere-se à variedade
Isabel de 15º Babo.
Os agricultores argumentam
que, para cobrir os custos de
produção, com base em estudos do Departamento Sindical
de Economia e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor
deve ser R$ 0,76.
A Portaria que regulamenta
o preço mínimo da uva para a
safra deve ser publicada, de
acordo com a Lei, até o dia 30
de novembro.
Comissão brasileira da OIV
se reúne em Bento Gonçalves
Um
grupo
interprofissional,
composto por mais de 25 especialistas
ligados ao setor vitivinícola, se reuniu
no mês de setembro, em Bento
Gonçalves, para definir a estrutura e
alinhar ações da Comissão Técnica
Brasileira da Vinha e do Vinho (CTBVV),
colegiado técnico-científico composto
por diversas entidades das esferas
pública e privada. O grupo representa
o Brasil na Organização Internacional
da Vinha e do Vinho (OIV), o mais
importante órgão representativo do
segmento no mundo.
Uma das pautas foi o 37º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho,
realizado em Mendoza, na Argentina,
entre os dias 9 e 14 de novembro, com
a participação da delegação brasileira. O Brasil se prepara para sediar a
39ª edição do congresso em 2016.
“O congresso tem caráter científico e
discute assuntos de todas as áreas das
comissões em que a CTBVV é dividida,
temas fundamentais para o desenvolvimento do setor”, explica a assessora jurídica do Instituto Brasileiro do
Vinho (Ibravin) e secretária-geral da
CTBVV, Kelly Bruch. A CTBVV é composta pelas comissões de Viticultura,
Enologia, Economia e Direito, e a de
Segurança e Saúde.
Em 2016, Brasil será
sede do 39º Congresso
Mundial da Vinha e do
Vinho, promovido pelo
mais importante órgão
representativo do setor
Em novembro, a CTBVV recebeu
as propostas de resoluções da OIV.
Até janeiro, devem ser analisadas as
sugestões do órgão mundial – o que
envolve discussões e testes práticos
– e o grupo local define seu posicionamento sobre todos os assuntos
apresentados. A posição do Brasil é
transmitida por meio do presidente
da comissão e coordenador-geral de
Vinho e Bebidas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Hélder Moreira Borges.
Além do Ibravin, estavam representadas na reunião a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) Uva e Vinho, a Universidade de Caxias do Sul (UCS), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a União Brasileira de
Vitivinicultura (Uvibra), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
o Laboratório de Referência Enológica
(Laren), a Secretaria da Agricultura,
Pecuária e Agronegócio (Seapa), a Associação Brasileira dos Exportadores e
Importadores de Alimentos e Bebidas
(Abba e o Instituto Agronômico (IAC).
11
Institucional
O diretor executivo do Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos
Raimundo Paviani, e o engenheiro
agrônomo Ciro Pavan foram homenageados com o Troféu Vitis durante a
22ª Avaliação Nacional do Vinho, promovida pela Associação Brasileira de
Enologia (ABE), no dia 27 de setembro,
em Bento Gonçalves (RS). Paviani recebeu a distinção na categoria Amigo do
Vinho 2014 e Pavan, na categoria Destaque Enológico 2014.
Com os olhos marejados e a voz
trêmula, Paviani não escondeu a
emoção ao receber o troféu. O exeJeferson Soldi, ABE
Pavan atua no setor vitivinícola desde a
década de 1970
cutivo, que está à frente da diretoria
do Ibravin há cerca de uma década,
agradeceu a homenagem e dividiu
o prêmio com todas as pessoas que
trabalham de sol a sol em prol do
vinho brasileiro. “Receber o troféu é
um reconhecimento à vitivinicultura
do Brasil e aos produtores de uva e de
vinhos, para que o setor se desenvolva
cada vez mais. É mais uma forma de
alavancar e dar impulso a esse trabalho”, disse ele, que ingressou no Ibravin
em 2003 como assessor de imprensa.
Antes disso, atuou como radialista
e no departamento de comunicação
da Cooperativa Vinícola Aurora. Também é diretor da Editora Novo Ciclo,
empresa que edita publicações ligadas ao setor vitivinícola.
Foi sob sua batuta que o Ibravin
registrou importantes conquistas,
como a implantação do Cadastro Vinícola, o aparelhamento do Laboratório
de Referência Enológica (Laren), a internalização do código vitivinícola do
Mercosul, o planejamento estratégico
Visão 2025, a estruturação dos projetos de promoção comercial de vinhos
e suco de uva no mercado interno e
externo, a ampliação do repasse de
Gilmar Gomes, Ibravin
Paviani e Pavan
recebem Troféu Vitis
Paviani dividiu o reconhecimento com toda
a cadeia vitivinícola brasileira
recursos para funcionamento da entidade por meio do Fundovitis e de convênios com Apex e Sebrae Nacional, a
estruturação do Modervitis entre outras realizações.
Pavan iniciou sua trajetória ainda na década de 1970, buscando na
agronomia e no cooperativismo motivos para construir relações sólidas,
capazes de dar suporte a muitas empresas. Atualmente, presta assessoria ao Grupo Miolo da Serra Gaúcha,
Campanha Gaúcha, Vale do São Francisco e Campos de Cima da Serra, além
das vinícolas Geisse, Dunamis, Don
Giovanni e Villa Cristina. Também atua
como membro do Comitê Técnico de
Viticultura da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
Delto Garibaldi é o Enólogo do Ano
Divulgação, Ibravin
12
Técnico em enologia, formado em viticultura e enologia e pós-graduado em
vitivinicultura, Delto Garibaldi foi eleito
Enólogo do Ano 2014. A distinção ocorreu
durante jantar realizado em Bento Gonçalves no dia 24 de outubro, em encontro promovido pela Associação Brasileira
de Enologia (ABE) para celebrar o Dia do
Enólogo, festejado em 22 de outubro.
Garibaldi é o 11º enólogo homenageado. Atuando no setor há duas décadas, é
atualmente diretor-proprietário do Laboratório Lavin. Exerceu notavelmente seu
ofício nas vinícolas Ceresar e Mioranza,
onde colocou em prática conhecimentos
adquiridos inclusive em marketing aplicado à gestão agroindustrial e na qualidade, segurança alimentar e inovação
tecnológica em enologia, com estágio
realizado na Itália. Tem forte atuação no
associativismo, participando com afinco
de entidades da cadeia produtiva da uva
e do vinho.
“Nosso trabalho é fazer com que cada
bebida seja elaborada de maneira a trazer
felicidade para as pessoas”, disse ele.
Institucional
Medida reduz ICMS
para vinho em MG
Um pleito conjunto entre a As- que o governo estadual alterasse
sociação Brasileira de Bares e Res- a norma. “Foi um trabalho em
taurantes de Minas Gerais (Abrasel- conjunto que beneficia diretaMG) e o Instituto Brasileiro do Vinho mente os consumidores e incen(Ibravin) deve reduzir em mais de tiva ainda mais a cultura do vinho
14% o valor do Imposto Sobre Cir- no estado, por isso merece ser
culação de Mercadorias e Serviços comemorado”, conclui.
(ICMS) a pagar pelas indústrias viníSegundo o presidente da
colas, nas vendas de vinho para Abrasel MG, Fernando Júnior,
aquele estado. A solicitação foi depois da vitória conquistada
encami­
nhada pelo presidente es- no ano passado, com a redução
tadual da entidade, José Fernando da alíquota de ICMS para bares
de Almeida Júnior, junto à Secretaria e restaurantes de 4% para 3%,
da Fazenda, em setembro, e busca- a instituição comemora a readva a adequação do regulamento do equação do MVA para o vinho no
estado. “A redução
tributo para o vinho
brasileiro vendido
A diminuição da do preço final dos
vinhos irá estimuno estado, além da
margem
permite
lar as indústrias
redução da alíquota
de ICMS para o setor
que as empresas vinícolas brasileiras e, consequentde alimentação fora
reduzam o seu
emente, a comerdo lar (bares e restaurantes). No dia preço de venda em cialização de seus
1º de outubro foi aproximadamente produtos”, afirma.
O diretor exe­
publicado o decreto
6%
cutivo da institunº 46.616 que reduz a Margem de Valor Agregado ição mineira, Lucas Pêgo Oliveira
(MVA) que incidia sobre os vinhos de Pereira, destaca que o Estado é um
mercado bastante promissor para
102,11% para 72,25%.
De acordo com o conselheiro do o vinho brasileiro. “Essa ação é priIbravin e diretor executivo da Asso- mordial para que se estabeleça
ciação Gaúcha de Vinicultores (Aga- um ambiente competitivo para os
vi), Darci Dani, a medida deve reduzir vinhos nacionais em Minas Gerais,
os preços dos produtos vitivinícolas que é conhecido como o estado
vendidos no Estado. O dirigente ex- da gastronomia, com cerca de
emplifica que aplicando a MVA ante- 150 mil estabelecimentos de alirior, acrescida do percentual de 27% mentação fora do lar. São 18 mil
(ICMS do vinho em Minas Gerais), somente na capital”, diz.
A parceria com a Abrasel vai
o valor do ICMS a pagar chegava a
54,5% do valor inicial, com a nova além da redução de tributos para
MVA este valor baixa para 46,5%. ambos os setores. Por meio do
“Esta alte­ração permite que as em- projeto Qualidade na Taça, com
presas reduzam o seu preço de apoio do Sebrae, estão sendo
venda em aproximadamente 6%, o treinados e qualificados cerca de
que deve impactar diretamente na 3 mil profissionais, de mil estabelecimentos em todo o país, para
comercialização”, acredita.
Dani reforça que o apoio da o trabalho com vinhos brasileiros
Abrasel-MG foi determinante para (leia mais na página 7).
Winebox
leva vinho
brasileiro ao
Cais Mauá
Adroaldo Moreira, Ibravin
Proporcionar acesso aos vinhos
brasileiros para os apaixonados por
futebol, num dos cartões postais de
Porto Alegre (RS), durante a Copa
do Mundo. Quem passou pelo Cais
Mauá, às margens do Rio Guaíba,
teve a oportunidade de degustar e
comprar produtos de oito vinícolas
no Winebox Bistrô, um container com
equipamento que permitia a venda e
a degustação de vinho em taça. O gerente de Promoção do Ibravin,
Diego Bertolini, antecipa a intenção de
levar o projeto para outros eventos que
reúnam grande quantidade de pessoas. “Além de ser um espaço itinerante
exclusivo para degustação, é mais um
canal para a comercialização de vinhos
brasileiros”, lembra. Um dos idealizadores do projeto, Adroaldo Schenini
Moreira, explica a venda em taça é possível graças ao Enomatic Wine, equipamento de fabricação italiana que
permite a conservação e a climatização
dos produtos de forma correta. Estiveram presente no Winebox
Bistrô as vinícolas Bodega Czarbonay,
Campos de Cima, Casa Valduga, Don
Giovanni, Dunamis, Lídio Carraro,
Perini e Pizzato.
13
Especial
Censo aponta carência
de mão de obra qualificada
Falta de mão de obra qualificada,
carência de profissionalização nos
modelos de gestão e resistência a financiamentos são alguns dos aspectos de maior destaque do Censo da
Indústria Vinícola do Rio Grande do
Sul, elaborado por demanda do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). O
estudo, divulgado no início de setembro, colheu impressões de 346 empresas produtoras de vinhos, espumantes
e sucos em diversas regiões do Rio
Grande do Sul, entre setembro de 2013
e maio de 2014. Este total representa
79% das empresas com contexto válido para pesquisa. No estado existem
545 vinícolas ativas registradas no Cadastro Vinícola.
O estudo mostra que as empresas apresentam idade média de 26,4
anos, sendo fundadas entre 1880 e
2013. Percebe-se um maior número
de negócios abertos nos últimos 10
anos. Grande parte delas (85,8%) tem
até nove funcionários. Em relação à receita bruta anual, o valor é inferior a R$
360 mil em 61% das empresas e entre
R$ 361 mil e R$ 3,6 milhões em 24,9%.
Ou seja: 85% são micro ou pequenas
empresas. A pesquisa aponta que 78%
possuem vi-nhedos próprios, com
média total do estado de 16,9 hectares por vinícola. Do total pesquisado,
89,6% das videiras estão localizadas na
Serra Gaúcha e 4,5%, na Campanha.
85%
das vinícolas consultadas
são micro ou pequenas
empresas
“O objetivo era, em primeiro lugar,
entender melhor as empresas e ter
mais informações para se comunicar
mais efetivamente com o setor. Há
diferenças de resultados partindo do
ponto de vista do tamanho do negócio
ou da produção, pois tem muitos grupos com realidades distintas. Temos
grupos que só trabalham com vinho
de mesa a granel. Outros, com vinhos
finos engarrafados ou com suco. E tem
grupos que fazem de tudo. Precisamos
compreender bem isso para desenvolvermos as ações”, explica o diretor
executivo do Ibravin, Carlos Paviani.
Para exemplificar a fala do diretor
executivo, enquanto na Serra Gaúcha cada vinícola possui em média
8,7 hectares de vinhedos plantados
(41,1% de variedades viníferas e 58,9%
de americanas), na Campanha, a média
é de 77,8 hectares por vinícola, sendo
100% de variedades viníferas. Mesmo
considerando as diferenças regionais,
observa-se que mais de 60% das empresas pretende ampliar a produção
de suco de uva integral e espumantes
tipo champanha e moscatel.
“Grande parte das vinícolas tem
gestão familiar, mais simples. Não há
uma profissionalização. Isso se percebe
inclusive nas suas ações de divulgação
e processos internos. Em razão disso,
dependem muito do boca-a-boca
para divulgar seus produtos. Grande
parte delas é dos anos 2000 pra cá.
O Enoturismo é muito importante
nesse segmento, em especial para
as pequenas, mas a atividade ainda
está em seus primórdios”, resume
os dados o professor Fabiano
Larentis, coordenador do curso de
Comércio Internacional do Campus
Universitário da Região dos Vinhedos
(Carvi) e docente do programa de
pós-graduação em Administração
(PPGA), que coordenou a pesquisa
junto com Cíntia Paese Giacomello,
diretora do Centro de Ciências Exatas,
da Natureza e da Tecnologia do Carvi.
O levantamento teve ainda o
envolvimento do programa de pósgraduação em Administração da
UCS, por meio das professoras Ana
Cristina Fachinelli e Simone Fonseca
de Andrade.
Dificuldades na Área da Produção
Entre os cinco principais entraves mais citados na pesquisa, quatro dizem respeito à escassez de profissionais
qualificados. A principal dificuldade se refere à mão de obra
para colheita/safra, cuja média, em uma escala de 0 a 10, ficou na ordem de 7,07. Na sequência, aparecem a falta de
mão de obra qualificada na área de produção vinícola, para
o desenvolvimento de novos produtos, o preço da uva e a
rotatividade de pessoal.
“Estamos em uma região que tem grande oferta de empregos, e há bastante concorrência com setores como metalmecânico, moveleiro, comércio e serviços, que acabam
sendo mais atraentes. A partir dos resultados da pesquisa,
podemos pensar em ações de aperfeiçoamento, talvez via
14
Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego) ou outros meios”, avalia Paviani.
Outro ponto que chama a atenção, de acordo com Paviani, é o modelo de gestão adotado em diversas empresas. Alguns vitivinicultores sequer conseguiram ser contatados pelos pesquisadores da UCS para a aplicação do questionário.
“Grande parte são empresas familiares, que têm uma gestão
muito simplificada. O setor requer cada vez mais especificação e especialização. Muitas vezes, a mesma pessoa cuida do
cultivo das uvas, elabora o vinho, comercializa e administra
o negócio”, ressalta Paviani. Por exemplo, 86% das vinícolas
não contam com equipe específica para vendas, sendo que
os proprietários também acumulam este papel.
Silvia Tonon, Ibravin
Financiamento
O estudo avaliou ainda o interesse das
empresas em financiamento. Metade afirmou que busca empréstimos, tendo como
maior motivador a aquisição de máquinas
e equipamentos (70,2%). A principal razão
alegada para não buscar financiamento
é a falta de necessidade (59,4%). Na sequência, observa-se a falta de garantias
bancárias (15,3%).
59%
das empresas informaram
que não necessitam de
financiamento
“Alguns pensam em investir no suco
de uva e no espumante, o que é natural,
já que são dois produtos que estão em
alta. Observa-se uma resistência em trabalhar com bancos, e aqui identificamos
um traço cultural da região, que diz que ‘se
eu puder passar longe do banco, melhor’
e que ‘é mais vantajoso fazer com capital
próprio’”, reforça Paviani.
Participação setorial
Dos entrevistados, 55% afirmaram
participar de alguma entidade ou associação ligada ao setor. Foram citadas 258
entidades, por 178 vinícolas, sendo que o
Ibravin foi o mais citado, por 38,8% dos casos. O Ibravin também foi o mais lembrado (57,1%) quando a pergunta se referia a
entidades que mais leva em conta, tendo
como referência de atuação o desenvolvimento de marketing, representatividade e
apoio ao setor.
15
Especial
Preço
Questionados sobre as faixas de preço para o consumidor
final no ponto de venda, tendo como parâmetro o Rio Grande
do Sul, 64% das vinícolas que produzem vinho de mesa indicaram atuar na faixa até R$ 7 (garrafa de 750 ml). No vinho
fino, as categorias até R$ 15 concentram 60,1% das empresas
pesquisadas. Para espumantes, um terço das vinícolas atua
entre R$ 16 a R$ 30. Em relação ao suco de uva, 84% indicaram
até R$ 10 ao litro.
Enoturismo
Questionados sobre ações de enoturismo, 25% disseram possuir algum tipo
de ação. A participação da receita proveniente do enoturismo varia entre as
vinícolas, mas apresentou média de 15%.
Nesse sentido, observa-se a importância
do enoturismo: o canal de distribuição
mais utilizado é a venda direta ao consumidor final (64% das vinícolas vendem
diretamente aos clientes que as visitam
seja por retirada no varejo ou por telefone e internet). Porém, a maior participação nas vendas se deve à venda por
atacado, que responde por 31,5% das
vendas, em média.
16
O Rio Grande do Sul é o principal destino dos
produtos no mercado nacional: 73,6% das empresas têm o estado como foco, 13,1% comercializam
para os demais estados da região Sul (Santa Catarina e Paraná) e 24,2%, para a região Sudeste. “A
partir disso, vamos estudar se é mais válido focar
as ações no Rio Grande do Sul, onde há mais consumidores, ou em outros estados, para conquistar
mais mercado”, afirma Paviani.
Dentre os entrevistados, 9,2% afirmaram possuir ações de exportação, com predomínio do
vinho fino como foco de trabalho. Nas vinícolas
com ações no mercado externo, esse item representa aproximadamente 35% de participação em
2013 sobre o volume total remetido ao Exterior.
O vinho de mesa exportado apresenta 25%,
em média, de participação, enquanto que
espumante e suco de uva representam 21% e
15%, respectivamente. Dos que não exportam,
30% afirmaram que têm intenção de passar a exportar nos próximos cinco anos. “Poucos têm interesse no mercado externo porque requer mais
tempo e investimento”, explica.
- Entre as vinícolas que possuem ações de enoturismo, a grande maioria, 79%, está inserida em algum roteiro turístico, sendo o Vale dos Vinhedos o referencial mais citado.
- Dentre os que não possuem ações ligadas aos enoturismo, aproximadamente 42% têm intenção de desenvolvê-las nos próximos cinco
anos. “O enoturismo é cada vez mais uma atividade da qual temos de
nos apropriar”, salienta Paviani.
- As principais formas de comunicação são recomendações dos clientes, o popular boca-a-boca (69,5% dos casos) e visitas aos clientes
(51,8%). O site da empresa foi citado por 30,8% das empresas.
- A maioria das vinícolas (55,7%) com ações de enoturismo recebeu, em
2013, até 500 visitantes, sendo predominantemente famílias. Na maioria dos casos (65%), os visitantes ficam sabendo a respeito da vinícola
por recomendações de amigos ou familiares. A internet foi citada por
48% das vinícolas.
Silvia Tonon, Ibravin
Mercado Interno e Exportações
Vinhos do Brasil
Vinhos premiados ao
alcance do consumidor
importantes vinícolas em nosso sortimento”, comenta Carlos Cabral, enófilo
e consultor de vinhos do Pão de Açúcar.
A iniciativa integra o compromisso
firmado por varejistas, como o Pão de
Açúcar, e o Ibravin, de fomentarem
o consumo de vinhos no Brasil, aumentando de 1,8 litros per capita de
consumo anual para 2,3 litros em 2015.
“Há muita desinformação sobre vinhos
brasileiros no mercado. É uma oportunidade de mostrar numa grande rede
a qualidade dos nossos vinhos, já reconhecidos com mais de três mil medalhas em concursos importantes”, completa o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo.
O gerente de Promoção do instituto, Diego Bertolini, explica que a
ação com o Pão de Açúcar é centrada
em três eixos, ao qualificar o atendimento, aumentar a variedade de rótulos e reforçar a qualidade dos produtos
brasileiros. “Estamos proporcionando
mais informação para quem atua na
ponta, perto do consumidor, intermediando a entrada de vinícolas de
pequeno e médio porte e exaltando
a qualidade dos nossos produtos com
este projeto”, informa. Bertolini lembra
que a ideia da parceria surgiu no início
do ano, após visita de Cabral e da equipe comercial do GPA à Serra Gaúcha.
Trinta lojas, sendo 27 na grande São
Paulo, uma em Brasília (Lago Sul), uma no
Rio de Janeiro (Leblon) e outra em Fortaleza (Náutico), participam da fase inicial
do projeto. O GPA fornece consultoria em
assuntos logísticos e financeiros e treinou
80 atendentes de vinhos para se familiarizem com os rótulos e as vinícolas.
Edgar Sinigaglia Ibravin
Desde o mês de junho, está mais
fácil para os apreciadores de vinhos
e espumantes produzidos na Serra
encontrarem seu rótulo favorito em
outras cidades. O Pão de Açúcar, com
apoio do Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin), lançou o projeto “Vinhos
Brasileiros Premiados”, que oferece
oportunidades especiais e adequadas à realidade das pequenas e médias vinícolas, de comercializarem seus
produtos em lojas selecionadas da
rede. Atualmente, integram a iniciativa
as vinícolas Pizzato, Don Guerino, Perini, Lídio Carraro e Domno, totalizando
24 rótulos, entre vinhos tintos, brancos,
rosés e espumantes, que estão à venda
na faixa de R$ 20 a R$ 60. Juntas, essas
marcas colecionam prêmios e são reconhecidas tanto no Brasil quanto no
exterior pela excelente relação custo x
benefício e criterioso cuidado na elaboração da bebida. Rótulos premiados
das vinícolas Aurora, Salton e Miolo,
que já estavam no portfólio da rede,
também foram incluídos na seleção.
Em quatro meses, foram comercializadas 12,8 mil garrafas.
“O Pão de Açúcar é uma rede pioneira e empenhada no fomento da
cultura sobre vinhos no Brasil e, para
nós, é motivo de orgulho contar com
a presença de mais cinco respeitadas e
12,8 mil garrafas foram comercializadas
em menos de quatro meses
3º Salão de Enoturismo repete
sucesso das edições anteriores
A concorrência foi tanta para as
aulas de harmonizações e sobre as
regiões vitivinícolas brasileiras que
muitas pessoas já querem garantir
o acesso para a próxima edição do
Salão de Enoturismo, em 2015, junto
à Feira de Turismo de Gramado (Festuris). Os workshops promovidos pelo
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin)
contribuíram para o sucesso da 3ª edição do evento que repetiu o público
de 2014, com a circulação de mais de
14 mil pessoas no espaço. Neste ano, o
Salão foi realizado nos dias 7 e 8 de novembro. As aulas apresentaram ainda
uma explanação sobre os roteiros do
Salão com a participação de três agências de receptivo da Serra. Outras inovações marcaram a 3ª
edição do Salão. Os roteiros, cidades
e regiões dividiram o mesmo espaço,
identificados por displays, contribuindo para a integração entre o público
e os destinos, troca de experiências e
agilidade no atendimento.
Estavam no 3º Salão de Enoturismo
as regiões do Alto Uruguai (Ametista do
Sul) e Campanha Gaúcha e os municípios
de Bento Gonçalves (Vale dos Vinhedos,
Caminhos de Pedra e Rota das Cantinas
Históricas), Caxias do Sul (Caminhos
da Colônia), Farroupilha (Caminho do
Moscatel), Flores da Cunha (Vinhos dos
Altos Montes e Compassos de Mérica
Mérica), Garibaldi (Rota dos Espumantes
e Estrada do Sabor) e Pinto Bandeira.
17
Vinhos do Brasil
Diego Adami, Ibravin
Missões
buscam
aumentar
exposição
Mais de 90 supermercadistas
participaram das duas missões comerciais organizadas neste ano
pelo Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin) em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados
(Abras). A ação tem o objetivo de
estreitar o relacionamento entre
empresários e compradores e o
setor vitivinícola brasileiro para aumentar a exposição e as vendas da
categoria em lojas de todo o país.
Na última edição, realizada entre
os dias 16 e 19 de outubro, 43 supermercadistas, de 21 redes dos
estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, Minas Gerais e São
Paulo realizaram visitas técnicas e
participaram de mini circuito com a
presença de 13 vinícolas.
“Existem muitos produtos de
altíssima qualidade que só descobrimos por meio das missões e do
circuito de degustação. Estamos
melhorando a variedade de produtos brasileiros na gôndola e abrindo
o leque de vinhos com uvas europeias, mas mantendo os de variedades
americanas”, avaliou Ricardo Sá,
sommelier de uma rede formada
por 27 lojas em Minas Gerais.
Carlos Eduardo Souza, sommelier responsável pela compra de vinhos de uma rede de supermercados com 27 lojas distribuídas entre
Santa Catarina e Paraná, destacou
que a ação é uma ótima oportunidade para conhecer os rótulos e
desmistificar o preconceito que, segundo ele, ainda é percebido com
18
relação aos produtos brasileiros.
No final de agosto, 50 supermercadistas, de 23 redes, dos três Estados da região Sul além de São Paulo,
Goiás e Minas Gerais, estiveram na
Serra Gaúcha. Entre as atividades da
programação, ocorreu a apresentação dos cases Vinhos Brasileiros Premiados, do Grupo Pão de Açúcar, e
das importadoras Mitral e Casa Flora
com as vinícolas Vallontano e Miolo,
respectivamente.
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, avalia de forma positiva o trabalho de aproximação das vinícolas
com os canais de distribuição. “Temos muito espaço ainda a conquistar, e as missões são importantes
para mostrarmos nossos produtos
que são competitivos em qualidade
e preço”, reforça.
O vice-presidente da Abras,
Marcio Milan, afirma a que o case
do Grupo Pão de Açúcar pode
servir de modelo para outros estabelecimentos. Ele destacou que a
cartilha Conhecendo os Vinhos do
Brasil, que está sendo distribuída
para os supermercadistas, atendentes de vinhos, sommeliers e
outros profissionais do segmento, vai auxiliar na exposição dos
produtos, além de ser uma fonte
importante com informações sobre o setor vitivinícola brasileiro. “É
um instrumento geral que valerá
para todos os supermercados,
dando um alinhamento no trabalho com vinhos brasileiros”, definiu.
Treze vinícolas expuseram seus produtos para os
participantes da segunda missão de 2014, em outubro
Imersão no
mundo do
vinho
Uma das mais importantes ferramentas de disseminação de informações sobre a realidade e a diversidade
da produção da uva e do vinho no Brasil, o Projeto Imagem deve fechar 2014
com a participação de 227 convidados,
entre sommeliers, jornalistas e formadores de opinião do Brasil e de outros
países. A expectativa é de que, até o fim
do ano, 197 sommeliers e 30 jornalistas
terão participado de 17 e­dições do projeto. As atividades incluem a a­desão de
33 vinícolas e a realização de 215 programações, entre visitas guiadas, palestras e degustações.
Em 2014, seis novas instituições
somaram-se ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac) entre
os parceiros: The Wine School, Centro
Europeu, Associação Brasileira de Sommelier (ABS) Minas Gerais, São Paulo e
Brasília e Sommelier School – Centro
de Formação de Sommeliers. No fim
de setembro, um grupo de 12 jornalistas e blogueiros participou de uma
programação intensa na Campanha
Gaúcha e na Serra, incluindo visitas a
vinícolas e vinhedos. O grupo também
prestigiou a 22ª Avaliação Nacional de
Vinhos. Dois outros grupos de jornalistas participaram em fevereiro durante o período da vindima.
Vinhos do Brasil
Circuito de Degustação atrai
2,7 mil pessoas em 2014
Cerca de 2,7 mil pessoas marcaram
presença nos encontros do Circuito
Brasileiro de Degustação (CBD) rea­lizados
em seis capitais em 2014 para divulgar os
vinhos brasileiros. Representantes das
principaisredesdesupermercados,donos
de restaurantes e lojas especializadas e
sommeliers participaram do evento para
conferir os destaques elaborados por
26 vinícolas, de oito regiões produtoras,
além do projeto Suco de Uva 100%. De
março a setembro, o CBD passou por
Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre,
Belo Horizonte, Recife e Fortaleza. O
Circuito Brasileiro de Degustação é
realizado por meio da parceria entre
o Ibravin e a Associação Brasileira de
Bares e Restaurantes (Abrasel). Na
primeira etapa, que envolveu as capitais
da região Sul, circularam pelo evento
cerca de 1,4 mil pessoas. Já nas demais
capitais, foram acrescentados outros 1,3
mil participantes. O Circuito está consolidado no calendário nacional como o mais importante
painel de apresentação das novidades
e da diversidade da produção vitivinícola brasileira. Em sua quarta edição,
o CBD teve seu formato reformulado,
Martha Caus, Ibravin
Belo Horizonte foi uma das capitais que receberam a programação
priorizando o atendimento aos canais
de distribuição e venda, trade especializado, profissionais do setor, imprensa
e formadores de opinião que fazem a
interface com o consumidor.
O gerente de Promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego
Bertolini, comemora os resultados
positivos do CBD. Embora, considerando as mesmas cidades pelas quais
passou em 2013 e 2014, o público
Vinícolas aprovam novo formato
A mudança que ocorreu no CBD, neste ano, agradou aos profissionais que
participaram das etapas. Foi unânime a sensação de que atendendo prioritariamente aos compradores e representantes de lojas ou supermercados, o
foco nas vendas e ampliação de canais se deu de forma mais objetiva e com
melhores resultados. Confira a opinião de alguns destes profissionais.
“Deu pra ver o crescimento de
profissionais no evento. Até os
consumidores que compareceram são mais focados, conhecem mais sobre vinho. No
horário restrito a profissionais
do setor, os clientes que queríamos encontrar em cada cidade
estavam lá. Para a vinícola, é
um evento de relacionamento.
Para o setor como um todo, um
encontro de negócios.”
André Peres Jr., enólogo
tenha ficado 20% menor, Bertolini
avalia que a ação foi mais focada e,
portanto, mais assertiva para o atendimento pelas vinícolas. “Em cada cidade, aplicamos o Projeto Radar, por
meio do qual mapeamos os principais
canais de distribuição, como restaurantes, lojas, imprensa especializada,
entre outros. Com isso, conseguimos
atender de forma personalizada cada
um deles”, afirma.
“Todos gostaram do cadastro online,
ainda que a novidade tenha trazido
dificuldades a alguns. É importante a
presença do consumidor, mas no final
do evento. Fica mais interessante assim.
Estamos contentes com o resultado.
Quem sabe nas próximas, é possível até
pensar em ampliar o horário do evento.”
Felipe C. Cesca, consultor
“Na perspectiva do marketing, deixar
o evento mais focado é uma boa, pois
economiza esforços. Abraçar todos os
públicos de uma só vez não é produtivo. “Esse formato ficou bem melhor, pois agora é
Mas fica claro que precisamos de ações possível dar atenção ao público. Antes era muitambém para o consumidor final, em
ta gente ao mesmo tempo. E o Radar é uma
espaços onde haja a disponibilidade
grande ferramenta, a gente vê que funciona.
de compras dos produtos, quando o es- A grande questão é poder ter foco no público
tímulo ao contato com o vinho brasileiro
especializado, fazendo negócios em novas
ainda está fresco. A mistura dos vinhos praças e criando relacionamento com clientes
com a gastronomia típica de cada local
onde nossos vinhos já estão presentes.”
também seria uma boa atração.”
Paula Guerra Schenato,
Pablo Perini, diretor de marketing
enóloga e administradora
19
Vinhos do Brasil
Venda de
espumantes
deve crescer 10%
A perspectiva do setor viselho Deliberativo do Instituto
tivinícola é de que as vendas
Brasileiro do Vinho (Ibravin),
de espumantes no último
Dirceu Scottá, destaca o aperquadrimestre deste ano sejam
feiçoamento na produção da
10% maiores em relação ao
bebida no país. “Ao provar os
mesmo período de 2013. Se o
espumantes brasileiros, das
volume projetado for atingido,
mais diversas vinícolas, é posdevem ser comercializados
sível perceber o alto nível e pamais de 11 milhões litros da
drão na qualidade”, elogia.
bebida ícone das festas de fiO gerente de Promoção do
nal de ano. Nos últimos quatro
Ibravin, Diego Bertolini, obmeses do ano passado, foram
serva que o espumante é uma
vendidos 10,2 milhões de litros
opção de presente no meio
do produto, o que significou
corporativo, já que, principalum crescimento de 7,88% em
mente na região Sul, é item
relação a 2012. Já as vendas
fixo nas cestas de fim de ano.
do suco de
“Esse aqueciuva 100% demento
nas
vem seguir o
vendas, priné a tendência de
ritmo de crescipalmente
cimento dos
crescimento da
de espumanúltimos anos
tes e sucos
comercialização
e
registrar
de uva, ajuda
do Suco de Uva 100%.
cerca de 20%
a popularizar
de aumento Bebida deve se consolidar os produtos
em relação como um dos carros-chefes e incentivar
ao
mesmo
para que o
de venda no período
período do
consumo se
último ano,
estenda para
quando foram vendidos 28,8
outros períodos do ano”, avamilhões de litros.
lia. Bertolini também cita o
O tradicional crescimento
suco de uva 100% como outro
de vendas de espumantes
produto carro-chefe do setor
neste ano é impulsionado pelas
e que deve seguir com crescipremiações em concursos immento de vendas no período.
portantes e por avaliações de
Sobre o desempenho geral
críticos de renome internaciodo segmento os dirigentes
nal. Destaque para a análise do
afirmam que o crescimento
inglês Steven Spurrier, idealizadeve ficar em torno de 5%.
dor do lendário Julgamento de
Para eles, a venda de vinhos
Paris, que posicionou os rótulos
finos, por exemplo, deverá ter
verde-amarelos como os meperformance semelhante à
lhores do Hemisfério Sul duregistrada em 2013, quando
rante evento ocorrido no mês
foram comercializados 6,7 mide abril em São Paulo.
lhões de litros no período de
O vice-presidente do Consetembro a dezembro.
20%
20
Vinhos do
Brasil volta
à Expoagas
O estande coletivo Vinhos do Brasil
voltou à maior feira do setor supermercadista do Cone Sul após um hiato de
cinco anos. A ação de promoção comercial teve o apoio do Instituto Brasileiro do
Vinho (Ibravin) e levou 10 empresas para
o Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na
feira da Associação Gaúcha de Supermercados (Expoagas 2014), entre os dias 19 e
21 de agosto.
Para o gerente de Promoção do
Ibravin, Diego Bertolini, o retorno das
empresas vinícolas e de sucos de uva à
Expoagas integra uma série de iniciativas
do setor junto às entidades e redes supermercadistas. Bertolini cita como exemplos o acordo firmado em 2012 para aumento do espaço dos produtos brasileiros
nas gôndolas, a participação cada vez
mais forte em feiras no centro do país e
campanhas promocionais. “O objetivo de
voltar à Expoagas é reforçar o posicionamento do vinho brasileiro no mercado
onde estão boa parte das empresas do
setor. É importante sermos fortes na nossa própria casa para conquistarmos novos
mercados”, avalia.
O presidente da Agas, Antonio Cesa Longo, des­taca que o espaço Vinhos do Brasil é
uma forma de incentivar a comercialização
da bebida nacional. “Muitas mudanças na
Expoagas refletem a preocupação do setor
supermercadista gaúcho em oportunizar
crescimento a toda a cadeia”, observa.
A participação das empresas teve
como uma das justificativas dados que
apontam que cerca de 80% das vendas
de vinhos ao consumidor final são feitas
em supermercados.
Empresas no estande Vinhos
do Brasil na Expoagas 2014
Primo Fior, Don Guerino, Perini, Miolo,
Irmãos Basso, Guatambu, Peterlongo, Di
Creazzo, Dom Eliseo e Econatura.
A inédita disputa enológica reuniu
os finalistas, no mês de julho, em
Bento Gonçalves
Descontração marca final da
Copa Vinhos do Brasil
Numa competição envolvendo vinhos, sempre se
presume que o vencedor será aquele que tiver mais co­
nhecimento, técnica e com os sentidos melhor apurados.
Mas para democratizar e descontrair o consumo no país,
o projeto Vinhos do Brasil criou uma disputa enológica
única, que envolveu um fator desprezado pelas demais:
sorte. O jogo Aposte nos Vinhos do Brasil, realizado na
Serra Gaúcha, no final de julho, foi uma degustação especial, que simulou o ambiente de um cassino e, além
de divertir, educou seus participantes sobre a produção
vitivinícola verde-amarela.
Pela internet, foram selecionados seis jogadores de
diferentes capitais do país. O recrutamento aconteceu
por meio da Copa Vinhos do Brasil, aplicativo de internet
desenvolvido pelo Ibravin para divulgar a produção nacional durante a Copa do Mundo. Além de estarem entre
os mais bem classificados no app, os finalistas tiveram de
comparecer às etapas do Circuito Brasileiro de Degusta-
ção em suas regiões, garantindo assim vaga na disputa
em Bento Gonçalves.
Uma vez reunidos no Hotel & Spa do Vinho, os participantes - profissionais do setor e consumidores - cumpriram uma agenda de visitas em vinícolas da Serra, além
de divertir-se com o jogo de apostas. Após degustar diferentes produtos, eles tinham de colocar suas fichas nas
possíveis características que identificavam cada rótulo,
como safra, uvas, região de origem entre outros itens. As
escolhas corretas eram recompensadas e as erradas, penalizadas. Ao fim de 15 rodadas, Demetrius Ricalde, de
Porto Alegre, sagrou-se como o grande campeão.
“O maior desafio é lidar com o tempo para degustar.
A gente estava jogando, mas parecia uma diversão”, contou o vencedor.
Como prêmio, Ricalde recebeu uma viagem para todas as principais regiões vinícolas do Brasil, além de uma
grande carga de conhecimento sobre os vinhos nacionais.
2 mil pessoas prestigiam Festival do Moscatel
Mais de 2 mil pessoas prestigiaram o 4º Festival do Moscatel,
realizado em Farroupilha-RS, no
Novo Centro de Eventos do Parque
Cinquentenário, no mês de setembro. Foram degustados 40 rótulos
das empresas integrantes da Associação Farroupilhense de Produtores
de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin): Adega Chesini, Basso Vinhos e Espumantes, Cave Antiga Vitivinícola, Cooperativa Vinícola
São João, Vinícola Cappelletti, Vinícola Colombo, Vinícola Perini e Vinícola Tonini. Somente de espumante
moscatel, foram cerca de mil garrafas consumidas. “Atingimos todos os
objetivos que tínhamos ao projetar
essa edição: casa cheia, satisfação
plena do público presente, alto consumo dos produtos das vinícolas
associadas e público diversificado”,
avaliou o presidente da Afavin, Ricardo José Chesini.
Marciele Scarton, Ibravin
Gilmar Gomes, Ibravin
Vinhos do Brasil
21
Vinhos do Brasil
Campanha reforça imagem
do vinho de mesa engarrafado
O Instituto Brasileiro do Vinho
(Ibravin) veiculou, de julho a outubro,
campanha publicitária para reforçar a
imagem e o posicionamento do vinho
de mesa engarrafado junto ao público
consumidor. O objetivo foi disseminar
a cultura que envolve o produto, responsável por 80% da comercialização
de vinhos no país, destacando a qualidade, o preço acessível e os benefícios
à saúde gerados pelo seu consumo
moderado. O público-alvo eram donas
de casa das classes C e D, já que, segundo pesquisas do setor varejista, é a faixa
da população responsável pela compra
do produto em supermercados.
Os canais de comunicação foram as
rádios AM e FM. No texto, o comunicador se dirigia diretamente às donas de
casa com incentivo à combinação entre o vinho e a comida caseira e o cotidiano brasileiro, além de mencionar
os benefícios da bebida ao coração e a
outros órgãos do corpo humano.
A ação destacou a
qualidade, o preço e os
benefícios à saúde, gerados
pelo consumo moderado
A campanha teve 264 inserções de
30 e 60 segundos, que foram ao ar nos
horários de maior audiência nas emissoras de rádio – do início da manhã ao
meio-dia. O custo total foi de R$ 260 mil.
O gerente de Promoção do Ibravin,
Diego Bertolini, explica que esta foi a
primeira vez em que foi feito um tra-
balho de divulgação dirigido a esse
público. Ele ainda ressalta o cuidado
na seleção das rádios, todas de caráter
popular. “O nosso grande objetivo foi
fazer um projeto piloto e mensurar os
resultados. Caso o retorno seja positivo, reforçaremos os investimentos em
próximas campanhas”, adiantou. A campanha foi ao ar em rádios
das cidades da Serra Gaúcha, de
Novo Hamburgo e de Porto Alegre,
no Rio Grande do Sul, além de Recife
(PE), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e
Campinas (SP). Também entraram
municípios de abrangência da Rede
Sul: Veranópolis, Vacaria, Lagoa Vermelha, Marau, Soledade, Garibaldi,
Torres, Sarandi, Guaporé, Serafina
Correa e Campos Novos (SC).
Aliado contra doenças cardiovasculares
Quem está ligado em informações
sobre hábitos de vida saudáveis certamente já ouviu falar sobre os benefícios da dieta mediterrânea para a
saúde. O que talvez muitos ainda não
saibam é que o vinho é um dos ingredientes da dieta rica em vegetais, com
predominância de pescados e outras
carnes brancas às carnes vermelhas e
com o azeite de oliva como a cereja do
bolo de uma alimentação equilibrada.
Os detalhes deste tipo saudável de
alimentação e os resultados de uma
pesquisa realizada na Espanha e que
envolveu cerca de 7 mil pacientes com
risco de ter ou desenvolver alguma
doença cardiovascular foram apresentados na conferência O Impacto
do Estudo Predimed (Prevención con
Dieta Mediterránea), durante o Congresso da Sociedade de Cardiologia
do Rio Grande do Sul (Socergs 2014),
em Gramado (RS), no dia 23 de agosto.
A pesquisa foi apresentada pelo biólogo e nutricionista espanhol Helmut
Schröder, que está percorrendo o
mundo para divulgar os benefícios da
dieta mediterrânea na prevenção de
22
uma série de doenças.
Helmut explica que o estudo foi realizado entre os anos de 2006 e 2013 e
comparou um grupo de pessoas que
seguiram à risca a dieta com outro, da
mesma faixa-etária (acima de 55 anos),
que se alimentaram normalmente. Pessoas que consumiram predominantemente os itens da dieta, que inclui o
vinho, desenvolveram 40% menos
chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares como infarto do
miocárdio, aterosclerose entre outras.
40%
Foi o índice de redução das
chances de desenvolvimento
de doenças do coração entre
pessoas que ingeriram
dieta com vinho
Helmut afirma que, apesar da
dificuldade de seguir este tipo de alimentação em outras regiões do planeta
(o estudo ocorreu apenas na Espanha),
é possível adaptá-lo a outras dietas seguindo algumas recomendações que
são concomitantes. “Toda a cultura tem
a sua dieta saudável. O que podemos
afirmar categoricamente é que o consumo moderado de vinho associado a
hábitos saudáveis e uma dieta rica em
vegetais e azeite de oliva traz melhora
para a saúde”, diz.
O estudioso completa alertando
que, para potencializar os benefícios
da dieta e reduzir ainda mais o risco de
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, é recomendada a realização
de atividades físicas.
O pesquisador avalia que a participação em congressos médicos tem
como objetivo difundir os resultados
do estudo e conscientizar os profissionais da saúde para a importância de
repassar aos pacientes os efeitos positivos de uma alimentação equilibrada.
“Esperamos que este resultado reforce
o trabalho de muitos profissionais focados na medicina preventiva e que os incentive a informar seus pacientes sobre
algumas mudanças simples na alimentação que podem resultar em importantes ganhos para a saúde”, acredita.
Mais informações sobre o estudo estão
disponíveis no site www.predimed.es.
Suco de Uva
Divulgação, Ibravin
Suco de
uva 100%
é destaque
de vendas e
em eventos
Promoções em pontos de vendas, com decoração de gôndolas e brindes para público
infantil, propagaram benefícios da bebida e buscaram impulsionar vendas
Mês da criança
motiva ações
promocionais
Depois de ter caído no gosto
popular em função dos benefícios
à saúde e por também auxiliar na
luta contra a balança, o suco de
uva 100% chamou ainda mais a
atenção dos consumidores no mês
de outubro, quando o Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin) lançou
uma campanha promocional nos
pontos de venda. Com foco tanto
no público adulto que preza por
produtos funcionais, que trazem
benefícios à saúde, como no gancho do mês das crianças, as ações
envolveram decoração de pontos
de vendas, com tags e réguas de
gôndolas, para destacar o produto
nas prateleiras, e promoções “compre e ganhe”, com brinde destinado
ao público infantil.
Frases divertidas como “Cuidado: altas doses de sabor e saúde” e
“Uva na sua melhor forma” ilustraram as tags em forma de uva que
acompanharam as garrafas. Já nas
réguas de gôndolas, a informação
exaltava a qualidade de vida: “Antioxidantes naturais de uva. Viva mais,
viva melhor”. Foram produzidas
quatro mil réguas e 500 mil tags.
Para os baixinhos, o atrativo
era um squeeze estampado com
o simpático Vavu, um pássaro com
bico em forma de canudo e penas
roxas, mascote do projeto Suco
de Uva 100%. Foram confeccionadas 20 mil unidades do brinde. As
vinícolas participantes do projeto
definiram em quais condições o
consumidor teve direito ao squeeze
e em quais pontos de vendas o
produto foi disponibilizado. Cerca
de 200 empreendimentos parceiros das empresas participaram
da promoção.
Benefícios à saúde
Entre os benefícios do suco
de uva 100% estão: prevenção de
doenças cardiovasculares; redução
da pressão arterial; redução do
risco de aparecimento de doenças
neurológicas, como o Alzheimer;
prevenção de envelhecimento precoce; e auxílio na redução de gordura abdominal. Vale lembrar que o
suco de uva 100% não tem adição
de açúcar.
Até agosto deste ano, foram comercializados 49,4 milhões de litros da bebida, crescimento de 14,2% em relação
ao mesmo período do ano passado. O
presidente do Conselho Deliberativo
do Ibravin, Moacir Mazzarollo, pontua
os principais fatores que contribuem
para o desempenho de comercialização da bebida: a qualidade do produto,
a inclusão do derivado da uva na merenda escolar e a divulgação dos benefícios à saúde.
O ano de 2014 termina não apenas
com números positivos para o segmento, mas também com um histórico interessante de participações em
eventos. O mais recente, encerrado
em setembro, foi o Circuito Brasileiro
de Degustação, que, neste ano, passou
por seis capitais brasileiras. Em todas as
edições, o espaço Suco de Uva 100%
exibiu marcas ligadas ao projeto.
A Copa do Mundo também foi abertura para a exploração dos efeitos
positivos da bebida ao desempenho
de atletas. Em junho, o suco foi tema
de palestra do Sports & Cardiology,
em Florianópolis (SC). A pesquisadora
biomédica Caroline Dani falou sobre os
benefícios do produto ao coração.
Caroline também palestrou na Câmara de Indústria, Comércios e Serviços de Caxias do Sul (CIC), em maio,
durante a programação do Dia do
Vinho. Na ocasião, ela apresentou o resultado de pesquisas que comprovam
os efeitos positivos do consumo moderado do vinho e finalizou mostrando
dados que comprovam que uma dieta
acompanhada pelo consumo regular
de suco de uva, elaborado apenas com
a fruta, traz ganhos à saúde humana,
como auxílio na prevenção do câncer
e de doenças hepáticas.
23
Wines of Brasil
Vinhos
brasileiros
em
destaque
no Reino
Unido
Principal destino dos vinhos
brasileiros no exterior, o Reino Unido foi
palco de três eventos com participação
do Wines of Brasil, em setembro e
outubro. Desde janeiro, o grupo de
países europeus ocupa a liderança na
importação de rótulos verde-amarelos.
Em dezembro de 2013, o Reino Unido
ocupava a sexta posição.
Atualmente, o bloco absorve 23%
do total comercializado para o exterior pelas vinícolas integrantes do projeto setorial realizado pelo Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela
Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (ApexBrasil), totalizando US$ 1.794.389, de
janeiro a setembro de 2014. A cifra
representa um crescimento de 641%
em relação ao mesmo período do
ano passado.
A gerente do Wines of Brasil, Roberta Pedreira, credita a aceitação dos
vinhos brasileiros no Reino Unido,
Judy Kendrick, do escritório de marketing do
Wines of Brasil em Londres, recebeu o público
na Sitt Autumn
24
Fotos: Ana Sofia de Oliveira, Divulgação
Pela primeira vez, a Emerging Regions Tasting contou com rótulos do Brasil nas degustações
principalmente ao aumento crescente
dos investimentos em qualificação dos
produtos, que conquistaram reconhecimento dos nomes mais respeitados
do mercado, entre eles, Steven Spurrier.
Roberta também cita o trabalho desenvolvido em parceria com o escritório JK
Marketing. “Os vinhos do Brasil estão
nas principais redes de varejo, assim o
consumidor pode ter maior percepção
e acesso aos produtos”, avalia Roberta,
citando ainda a receptividade dos ingleses para aceitar novidades. “Os vinhos de menor teor alcoólico, como os
brasileiros, são a grande tendência de
consumo”, justifica.
País assumiu neste ano a
liderança na importação
de vinhos brasileiros
No dia 23 de outubro, 13 vinícolas participaram da terceira edição
do FIZZ – The Sparkling Wine Show,
evento que mostrou apenas vinhos
espumantes aos profissionais do setor
e à imprensa em Londres, na Inglaterra.
No dia 24 de setembro, foi a vez do
Sitt Autumn, com público formado por
importantes varejistas independentes,
importadores, distribuidores e restaurantes, além da imprensa especializada. A mesa brasileira contou com
rótulos de 15 empresas. A primeira
participação foi no dia 3 de setembro,
quando rótulos de 14 vinícolas foram
apresentados em uma masterclass
(aula sobre vinhos) para 40 pessoas no
Emerging Regions Tasting. Foi a 1ª vez
que o Wines of Brasil participou deste
evento, que contou com a participação
das principais regiões emergentes do
mundo do vinho.
Rótulos participantes
Fizz – The Sparkling Wine Show
(23 de outubro): Salton Intenso, Miolo Cuvée Brut Rosé, Casa Valduga
Arte Brut, Pizzato Rosé, Amadeu Brut,
Campos de Cima Extra Brut, Peterlongo Brut, Joaquim Rosé, Don Guerino
Chardonnay Brut, Amaze Muscat, I
Heart Brasil, Monte Paschoal Moscatel
e Aurora Moscato Rosé.
Sitt Autumn (24 de setembro):
Garibaldi Amaze Moscato, Miolo Brut
Millésime, Campos de Cima Brut,
Villa Francioni VF Rosé, Aurora Chardonnay, Don Guerino Moscato, Lidio
Carraro Chardonnay, Pizzato Legno
Chardonnay, Sanjo Nobrese Moscato, Basso Virtus Merlot, Casa Valduga
Raízes Cab Sauvignon, Luiz Argenta
Cabernet Sauvignon, Macaw Tannat,
Salton Tannat, Rio Sol (Cab Sauvignon/Syrah).
Emerging Regions Tasting (3 de
setembro): Basso Moscato, Villa Francioni Aparados white Chardonnay/
Sauvignon Blanc, Luiz Argenta Chardonnay, Macaw Moscato, Perini, Sanjo
Sauv Blanc, Aurora Brazilian Soul Merlot, Don Guerino Merlot Reserva, Pizzato Fausto Tannat, Salton Cabernet
Franc, Dádivas Pinot Noir, Vini Brasil
Rio Sol Rosé, Campos de Cima Extra
Brut, Casa Valduga Arte Brut, Garibaldi Amaze Sparkling Moscato, Pizzato
Rosé Traditional Method.
Wines of Brasil
Exportação de vinhos
engarrafados cresce 178%
A qualificação do setor vitivinícola brasileiro tanto em produtos, profissionalismo comercial e na cons­
trução de imagem, turbinada pela
exposição do país durante a Copa
do Mundo, resultou em ga­
nhos
recordes na exportação do vi­
nho
brasileiro engarrafado. O volume
de exportações de janeiro a setembro de 2014 inflou 178% em relação
ao mesmo período do ano anterior.
Até setembro deste ano, o Brasil já
exportou o equivalente a US$ 7,7
milhões em vinhos engarrafados
e um total de 1,8 milhões de litros.
Para efeito de comparação, em todo
o ano passado, o resultado obtido
com as vendas para o exterior foi de
US$ 5,3 milhões com 1,5 milhão de
litros. Apenas no primeiro semestre
deste ano, o volume de exportações
inflou 257% em relação ao mesmo
período de 2013, com o equivalente
a US$ 7,16 milhões em vinhos engarrafados e um total de 1,78 mi­
lhão de litros.
Segundo a gerente do Wines of
Brasil, Roberta Baggio Pedreira, o
setor está colhendo os resultados
da aproximação com redes de varejo internacionais, um dos grandes
objetivos do projeto.
Entre os compradores, ela des­
taca o Reino Unido que, no ano
passado, ocupava a sexta posição
no ranking de principais destinos
e, nos últimos meses, se mantém
no topo como maior importador de
vinhos brasileiros. “O Reino Unido
é a menina dos olhos porque é lá
que as vinícolas estão inseridas nas
maiores e mais prestigiadas redes”,
diz. O país cresceu 640% o valor importado, absorvendo 23% do total
exportado pelo Brasil, totalizando
US$ 1,7 milhão.
Apenas no primeiro
semestre deste
ano, o volume de
exportações inflou
257% em relação ao
mesmo período de
2013
Entre estas redes, estão a Waitrose, uma das principais cadeias de
supermercados de luxo no Reino
Unido, com 312 unidades na In-
glaterra, Escócia e Gales, e a Marks
& Spencer, a maior rede de lojas
de departamento do Reino Unido,
com 840 lojas em 30 países. Roberta
também afirma que a realização da
Copa do Mundo no Brasil contribuiu
para potencializar marcas brasileiras
no Exterior.
A Bélgica foi o 2º destino do
ranking, com o valor adquirido
em vinhos engarrafados, totalizando US$ 1,1 milhão. Na terceira
posição figura a Alemanha com
US$ 823.791,00 e um crescimento
de 326%.
No total, nos primeiros nove
meses do ano, os vinhos brasileiros
engarrafados foram exportados
para 30 países, contra 29 do mesmo
período de 2013. Os cinco paísesalvo do Wines of Brasil - projeto de
promoção dos vinhos brasileiros no
exterior, executado pelo Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin) com
a Agência Brasileira de Promoção
às Exportações e Investimentos
(Apex-Brasil) - estão entre os 10
principais destinos de exportação,
sendo eles Reino Unido, Alemanha,
Holanda, Estados Unidos e China/
Hong Kong.
Degustação atrai enófilos em Nova York
Cinco vinícolas integrantes do
projeto Wines of Brasil participaram no dia 7 de novembro do
Around the world in 80 sips (Volta
ao mundo em 80 goles), evento
direcionado a apreciadores de
vinhos em Nova York (EUA). É a
quinta vez que o Brasil participa
da programação, promovida pela
Bottlenotes, empresa de mídia interativa com foco na elaboração
de vinhos e cervejas artesanais,
nos Estados Unidos.
A mesa brasileira contou
com 10 rótulos, entre vinhos e
espumantes, das vinícolas Aurora,
Basso, Miolo, Perini e Salton.
“O Around The World in 80
Sips é um evento direcionado a
um público seleto de amantes
de vinho e, neste ano, ocorre em
14 importantes cidades dos Estados Unidos. É muito importante a
exposição dos vinhos brasileiros
em eventos deste porte e conceito, agregando valor aos nossos
produtos”, afirma Mônica Tartaro,
analista de Promoção ao Mercado Externo do Ibravin, responsável pelo mercado americano no
Wines of Brasil.
De janeiro a setembro de
2014, as vinícolas integrantes do
Wines of Brasil exportaram para
os Estados Unidos 79.263 litros de
vinhos (USD 268.459,00).
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Wines of Brasil
Divulgação, Ibravin
Rótulos verde-amarelos são
divulgados nos EUA
Em setembro, Daniel Marquez participou de duas ações na Flórida,
onde o público degustou rótulos de vinícolas do Brasil
Representantes de sete vinícolas que
integram o projeto Wines of Brasil divulgaram os vinhos brasileiros, de 12 a 21
de setembro, em importantes pontos
de venda da Flórida, nos Estados Unidos. A ação ocorreu em Miami, com a
degustação de vinhos de diversas marcas por consumidores que receberam
informações sobre o potencial do Brasil
como produtor de vinhos de qualidade.
Um dos focos da ação, que teve
como slogans “Desperte o brasileiro em
você” e “Descubra os vinhos brasileiros”,
foi a Crown Wine & Spirits, uma rede de
lojas de bebidas e delicatessen com dez
pontos de venda na península ameri-
cana que passou a comercializar os
seguintes rótulos produzidos no Brasil
e que estiveram na degustação: Aurora Cellars Chardonnay (Aurora), Brut
130 (Casa Valduga), Cabernet Sauvignon Reserve (Don Guerino), Dadivas
Chardonnay (Lidio Carraro), Brut Rose
(Miolo), Salton Brut Intenso (Salton) e
Macaw Tannat (Perini).
Paralelamente à divulgação na
Crown Wine & Spirits, a Global Liquors
também recebeu uma mesa para degustação dos vinhos brasileiros. Na Global
Liquors, que revende os vinhos do Brasil
desde 2013, foram apresentados os rótulos das vinícolas Aurora (Aurora Tannat
Reserve e Carnaval Sparkling Moscato
white or rose), Casa Valduga (Brut 130 e
Duetto Cabernet/Merlot), Don Guerino
(Chardonnay Reserve e Cabernet Sauvignon), Lidio Carraro (Dadivas Chardonnay e Agnus Merlot), Miolo (Family Vineyards Chardonnay e Quinta do Seival
Cabernet), Salton (Salton Brut Intenso e
Talento Blend) e Perini (Macaw Tannat e
Macaw Moscato).
A semana ainda contou com eventos
especiais nestas lojas (Meet the producers Wines of Brasil) onde os representantes das vinícolas presentes puderam
falar ao público sobre o potencial dos
produtos e da indústria brasileira.
Desde o ano passado, o Wines of
Brasil conta com a expertise do brand
ambassador Daniel Marquez para fortalecer a imagem do produto em solo
norte-americano. “Estamos convencidos de que será o início de muitas outras iniciativas para chamar a atenção
do consumidor americano e conseguir
estabelecer uma categoria de vinhos
brasileiros dentro do mercado de vinhos importados nos Estados Unidos.
As ações também serviram para que os
produtores brasileiros conheçam mais
a fundo a realidade do mercado e fortaleçam as relações com seus importadores e distribuidores”, afirma Marquez.
O Wines of Brasil, projeto em parceria
do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin)
com a Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), participou, de 19 de setembro a 10 de
novembro, do Epcot International Food
& Wine Festival, que ocorre anualmente
no parque Epcot, na Disney, em Orlando,
estado da Flórida. O festival tem represen­
tantes de 25 países, e a presença do Brasil
foi organizada pela agência brasileira.
Em um quiosque em formato especial, caraterizado com mensagens sobre
o Brasil, o público pôde adquirir porções
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de alimentos inspirados na culinária nacional, além de cervejas, cachaça e vi­nhos
brasileiros elaborados por empresas
participantes do projeto setorial: Monte
Paschoal Tannat Reserve e o espumante
Aurora Carnaval Sparkling Moscato. Os
rótulos também foram vendidos em garrafas na loja The Cellar, no pavilhão central do festival.
No dia 28 de setembro, o embaixador dos vinhos brasileiros nos Estados Unidos, Daniel Marquez, fez uma
apresentação institucional do Wines
of Brasil em um seminário.
Divulgação, Ibravin
Produtos brasileiros entre as
estrelas da Disney
Imprensa
Impresso
Estado de S. Paulo Brasil Econômico Isto É Dinheiro
O avanço na comercialização e
na imagem do suco de uva 100%
no mercado interno foi um dos des­
taques da seção Agricultura do ca­
derno Pequenas e Médias Empresas,
na edição de 29 de outubro. A pu­
blicação, uma das maiores do país,
dedicou uma página para apresentar dados de produção e comercialização da bebida, com ilustrações e
entrevistas com produtores.
Mais vinho nacional nas mesas.
Com este título, o crescimento
do consumo da bebida no mercado interno ganhou uma página
completa de texto, infográficos e
ilustração. A matéria foi publicada
no início de março e destacou a
tendência cada vez maior no consumo de sucos e espumantes, considerados os carros-chefes do segmento nos últimos anos.
Com o título Vinhos de Verão, a reportagem menciona o aumento do
consumo de vinho entre os brasileiros
que, à medida que têm crescimento na
renda, buscam rótulos de qualidade.
Um dos dados que abre a matéria é o
de exportações de vinhos e espumantes nacionais, que dobrou entre 2004 e
2012, atingindo 79,5 milhões de litros
por ano. O assunto ocupou três páginas
na edição de 22 de janeiro.
Internet
Destaque para a avaliação do renomado crítico inglês
Steven Spurrier sobre o espumante brasileiro durante o
Panorama dos Espumantes do Hemisfério Sul, realizado
em São Paulo no final do mês de abril. Spurrier afirmou
que o país produz os melhores espumantes do Hemisfério
Sul. O crítico enfatizou que os brasileiros têm seu próprio
espumante de qualidade e que não precisam beber champanhe. Spurrier também afirmou que a Inglaterra é um
mercado em expansão e que os espumantes elaborados
no Brasil podem conquistar novas fatias importantes de
mercado. Publicada em 1º de maio.
Rádio
Guaíba AM
Entrevista com o diretor técnico do Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, sobre a XV
Jornada da Viticultura Gaúcha. Além de destacar a importância do evento, a matéria expôs os principais desafios do setor. Entrevista foi ao ar no programa Correio
Rural, no início da manhã do dia 28 de junho.
Imprensa Internacional
Revista Wine Enthusiast
A matéria apresenta a expansão do setor vitivinícola brasileiro. Em duas páginas, o repórter Michael
Schachner relaciona a imagem do Brasil aos dois maiores eventos esportivos do mundo: Copa do Mundo e
Olimpíadas, a serem realizadas em 2016 no país. Por fim,
ele comenta sete rótulos brasileiros. Matéria publicada
em setembro.
TV
Divulgação
Folha de S. Paulo
‘Jornal Nacional’
|Rede Globo
Em outubro, foi ao ar uma reportagem que abordou o recorde de exportações neste ano, com destaque para a qualidade cada vez maior do vinho
brasileiro e o reconhecimento internacional do setor.
O enoturismo também foi mencionado como uma das
principais atrações da Serra Gaúcha. Belas imagens,
entrevistas com famílias produtoras e o clima festivo foram mostrados para todo o país pela jornalista
Rosane Marchetti.
‘Jornal Hoje’
|Rede Globo
O estudo que aponta o suco de uva 100% como aliado no combate à gordura abdominal foi destaque no
telejornal da Rede Globo, no mês de julho. A pesquisa,
coordenada pela biomédica Caroline Dani, também foi
notícia no programa Fala Brasil, da Rede Record, além
de ter sido veiculada em diversos sites, blogs, rádios e
publicações impressas locais e nacionais.
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Suco de Uva
Suco de uva
ajuda a perder
barriga
Shutterstock
Estudo aponta que uma dieta que inclua a
bebida natural pode ajudar na redução de
peso e gordura abdominal. Suco também
previne doenças como Alzheimer e câncer
O suco de
uva como aliado para
perder barriga foi a boa nova anunciada neste ano. Depois de comprovar os benefícios da bebida para o coração, redução de colesterol, prevenção
do câncer e melhora da memória, uma
pesquisa realizada pelo Centro Universitário Metodista (IPA), de Porto Alegre
(RS), indicou que o consumo regular
do suco elaborado com 100% fruta,
sem adição de açúcar, contribui para a
redução da sempre indesejada gordura
abdominal.
Coordenado pela biomédica Caroline Dani e pela bioquímica Cláudia
Funchal, o estudo iniciado em 2009 já
foi publicado em revistas científicas e
quebra paradigmas ao comprovar que
uma bebida doce e saborosa pode ser
aliada para dietas em seres humanos.
Caroline, que estuda os benefícios
do suco desde 2004, explica que os
ratos submetidos à dieta hiperlipídica
(rica em gordura) com suco de uva tiveram redução de peso e de gordura
na região abdominal. Já os animais com
a mesma alimentação e que ingeriram
água tiveram ganho de massa e de gordura. “Esse benefício pode ser estendido aos seres humanos e otimizar ainda
mais os resultados com uma alimentação equilibrada”, sugere.
A biomédica lembra que estudos
anteriores já comprovaram a ação dos
componentes da uva e, por consequência do suco 100%, para a proteção do
fígado, coração, redução da pressão
arterial, melhora na capacidade cognitiva, sistema nervoso central e protege
contra os radicais livres, prevenindo
de doenças degenerativas como o Alzheimer e o câncer.
Caroline destaca que os resultados
têm surpreendido os consumidores
e atraído a atenção da mídia especializada por quebrar paradigmas. “Estamos provando que é possível termos
no suco de uva um aliado para uma
alimentação equilibrada. É claro que o
consumo do produto deve ser associado a hábitos de vida saudáveis”, reforça.
A pesquisadora recomenda que a
bebida seja incluída diariamente na alimentação. Adultos podem ingerir até
dois copos (cerca de ½ litro), enquanto
para as crianças um copo garante todos
os benefícios à saúde.
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