Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais
Área de Engenharia de Recursos Hídricos
Poluição da água – Parte II
Disciplina: Ciências do Ambiente
Estagiário Docente: Danniel Claudio de Araújo
Professora: Márcia Maria Rios Ribeiro
Eutroficação e eutrofização
• Eutroficação  resultante da
despejos orgânicos domésticos
resíduos da agricultura, poluição
vegetação em represas (processo
fertilização das águas por
ou industriais, despejos de
do ar ou por afogamento da
desencadeado pelo homem);
• Eutrofização  resultante da fertilização das águas pelo
escoamento das águas de chuva nos solos, que arrasta
nutrientes para os corpos d’água (origem natural);
• Ambos os processos caracterizam-se pelo envelhecimento
precoce de um corpo d’água, devido a grande quantidade de
nutrientes.
Eutroficação e eutrofização
• Causa: lançamento de nutrientes na água, principalmente nitrogênio e
fósforo
(oriundos,
principalmente,
de
esgoto
doméstico,
efluentes
industriais e fertilizantes);
• Reação em cadeia: crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas
em um corpo d’água  aumento de oxigênio  proliferação de pequenos
animais que utiliza as algas como alimentos  proliferação de peixes que
se alimentam desses pequenos animais;
• Quebra do equilíbrio ecológico  mais produção de matéria orgânica do
que o sistema é capaz de assimilar;
• Aumento das algas  alterações qualitativas  surgimento de novas
espécies e desaparecimentos de outras;
• Estágio final (ecossistema agonizante)  pouca profundidade, altos déficits
de oxigênio, organismos mortos flutuantes e grande quantidade de
colchões de algas.
Eutroficação e eutrofização
• É mais comum em águas paradas (lagos, lagoas represas), pois não serem
favorecidas pelas conduções de cursos d’água como a velocidade de
escoamento e turbidez;
• Problemas devido a proliferação excessiva de algas:
 Sabor e odor;
 Toxicidade;
 Turbidez e cor;
 Aderência às paredes dos reservatórios e tubulações (lodo);
 Prejuízos no tratamento da água;
• Uso de técnicas modernas para controle e correção dos efeitos da
eutroficação  alto investimento.
Eutroficação e eutrofização
• Problemas devido às plantas aquáticas:
 Prejuízos aos usos – navegação e recreação;
 Assoreamento;
 Redução gradual do reservatório;
 Cobertura da água com diminuição da penetração da luz solar;
 Entupimento de canalizações e grades;
 Danos à bombas e turbinas hidrelétricas.
Medidas de controle da poluição hídrica
• Regularização da vazão do rio;
• Aumento da turbulência;
• Adição de uma fonte química suplementar;
• Diagnóstico ambiental;
• Aplicação de uma legislação eficaz;
• Tratamento dos despejos.
Medidas preventivas
• Implantação de Sistemas de Esgotamento Sanitário e Estações de
Tratamento;
• Coleta e destino adequado do lixo;
• Controle da utilização de fertilizantes e pesticidas;
• Controle da erosão;
• Modificações no processo industrial e tratamento dos resíduos industriais;
• Ordenamento do uso e ocupação do solo;
• Afastamento das fontes de poluição (disposição no solo a 1,50m do lençol,
fossa seca a 15m de mananciais, sumidouros a 20m de mananciais, aterros
sanitários, cemitérios... no mínimo 500m de recursos hídricos).
Tratamento do esgoto
Remoção
de matéria
orgânica
Remoção de
sólidos em
suspensão
Por que
tratar os
esgotos?
Remoção de
organismos
patogênicos
Remoção de
nutrientes
Principais doenças associadas à água
• Doenças transmitidas diretamente através da água:
 cólera, febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar, amebíase ou
desinteria amebiana, hepatite infecciosa, poliomelite;
• Doenças transmitidas indiretamente através da água:
 esquistossomose,
fluorose,
malária,
febre
amarela,
bócio,
dengue,
tracoma, leptospirose, perturbações gastro-intestinais de etiologia escura,
infecções dos olhos, ouvidos, gargantas e nariz.
Organismos patogênicos mais comuns
• Bactérias  responsáveis pela transmissão de doenças como a
leptospirose, febre tifóide, febre paratifóide, cólera;
• Protozoários  responsáveis pela transmissão de doenças como
amebíase e a giárdia;
• Vírus  responsáveis pela transmissão de doenças como a hepatite
infecciosa e a poliomielite;
• Helmintos  responsáveis pela transmissão de doenças como a
esquistossomose e a ascaridíase.
Tratamento do esgoto
Objetivo:
Remover as impurezas físicas, químicas e biológicas, principalmente
os organismos patogênicos.
Tratamento
preliminar
Tratamento
primário
Classifica-se em função do tipo de impurezas
retiradas e o do seu grau de remoção.
Tratamento
secundário
Tratamento
terciário ou
póstratamento
Tratamento preliminar
• O esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais
grosseiros (sólidos suspensos: trapos, escovas de dente, tocos de
cigarro e excretas) e os sólidos decantáveis (como areia e gordura).
Sistema de gradeamento.
Peneira autolimpante.
Caixa de gordura (detalhe
da escuma).
Tratamento primário
• Objetiva remover o material em suspensão, não grosseiro, que
flutue ou decante, mas que requer o emprego de equipamentos com
tempo de retenção maior que no tratamento preliminar.
Decantador circular.
Flotação (injeção de ar).
Tratamento secundário
• Após tratamento primário, o esgoto contém sólidos dissolvidos e
finos sólidos suspensos que não decantam;
• Para remover essas partículas utilizam-se microrganismos que se
alimentam dessa matéria orgânica suspensa ou solúvel;
• Os microrganismos mais importantes para o tratamento dos
esgotos são as bactérias;
• Fornecer condições para que as bactérias sobrevivam e utilizem o
esgoto da forma mais eficiente possível;
• Exemplos de tratamento: lagoas de estabilização.
Tratamento terciário
• Empregado para a obtenção de um efluente final de alta qualidade ou
quando é necessária a remoção de substâncias específicas do efluente
líquido gerado na linha de processos de indústria;
• Exemplos:
– cloração;
– remoção de nutrientes;
– absorção em carvão ativado;
–
–
–
–
filtração em areia;
resinas trocadoras de íons;
osmose reversa;
eletrodiálise.
Lagoas de estabilização
• Opção tecnológica para se alcançar plenamente o objetivo da
“ausência de patógenos”;
• Elevada eficiência na remoção de parasitos (ovos de helmintos e
cistos de protozoários), vírus e bactérias patogênicas;
• Nenhum sistema convencional pode competir com a eficiência de
remoção de microorganismos
das lagoas de estabilização (exceto
que se adicione algum produto químico ao processo de desinfecção).
Características: lagoas de estabilização
• Grandes tanques que armazenam águas residuárias;
• As águas residuárias brutas são tratadas por processos naturais,
envolvendo algas e bactérias;
• Objetivo: melhorar as características sanitárias do esgoto;
• Construídas, na maioria dos casos, com pouca profundidade (2 a 4 m)
e têm tempo de detenção relativamente elevado (alguns dias);
• Parâmetros
mais
relevantes
no
processo
de
avaliação
do
comportamento das lagoas de estabilização e a qualidade de seus
efluentes:
 DBO, que caracteriza a carga orgânica;
 Número mais provável (NMP) de coliformes termotolerantes, que
indica a contaminação microbiológica;
Características: lagoas de estabilização
• Remoção de ovos de helmintos ocorre através do processo físico da
sedimentação (diretamente ligado ao tempo de detenção hidráulico do
sistema);
• Sistema de lagoas de estabilização com 3 células e tempo de detenção
hidráulico de 30 a 40 dias: capaz de produzir um efluente contendo
menos de 1000 CTer/100 ml e livre de ovos de helmintos (Strauss, 1986
apud Cavalcante, 1997).
Remoção de patógenos
Eficiência na remoção de patógenos em lagoas de estabilização e em processos
convencionais de tratamento.
Patógeno
Lagoas de
estabilização
Tratamento
convencional
Bactérias
99,9999%
90 – 99%
Ovos de helmintos
100%
90 – 99%
• Remoção de microorganismos patogênicos das águas residuárias: nº dos
que sobrevivem é mais importante do que o número dos que morrem;
• Valores
de
1
e
0,01%
de
patógenos
sobreviventes
podem
ser
significativos se o número correspondente se aproxima do valor da dose
infectiva.
Vantagens e desvantagens
• Adequada
para
regiões
tropicais
e
subtropicais,
onde
há
disponibilidade de terrenos a custos baixos, com condições climáticas
favoráveis ao processo de biodegradação (temperatura elevada e luz
solar abundante durante todo o ano);
• Requerem cuidados mínimos para uma boa operação e manutenção
(seus
processos
biológicos
são
naturais
e
não
necessitam
de
equipamento eletromecânico, combustível nem de energia elétrica);
• Limitações: o custo e a disponibilidade de grandes extensões de
terrenos;
• Necessidades de terreno podem ser minimizadas em sistemas de
lagoas de estabilização em série.
Vídeos
• http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM656527-7823-PLANETA+AGUA+POLUICAO,00.html
• http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM826400-7823
MG+POLUICAO+NO+RIO+SAO+FRANCISCO+PREOCUPA+PESCADORES,00.html
• http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM829916-7823ASSOREAMENTO+DEIXA+RIO+SAO+FRANCISCO+MAIS+RASO,00.html
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