Campinas Notícias do Conef - 3 Grupos de Sucesso (foto) - 4 Motivação na Empresa - 8 O Executivo e a Tecnologia - 9 Entrevista com Mara Luquet - 12 IBEF EM REVISTA Informativo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças - Campinas Edição n° 102 - Julho/2008 Luis Gonzaga Dias, diretor-presidente da Adere CONSTRUINDO SONHOS. EMPREENDENDO INDÚSTRIAS Págs. 6 e 7 Osvaldo Davanço, sócio-diretor da Macro Painel Expediente Editorial A AGENDA DO 2° SEMESTRE Marcos Haaland - Presidente Ibef-Campinas E ncerramos este primeiro semestre de atividades do IbefCampinas com um importante saldo de eventos realizados. Foram sete palestras e encontros de diversos temas, 11 reuniões dos grupos de trabalho e um evento social, eventos esses abrangendo mais de 450 pessoas que frequentaram o IbefCampinas. Esse é um importante número que mostra o dinamismo de nossa entidade e o envolvimento dos seus associados. Conto com você, Ibefiano, para continuar a apoiar e participar desta entidade que é sua. Neste número da revista temos um interessante debate sobre como aproveitar o momento que estamos passando para desenvolver estratégias de crescimento, na visão de duas empresas de portes e perspectivas distintas. Com certeza um importante debate presente em todas as empresas hoje em dia. Abordamos também nesta edição, a importância da tecnologia para o desenvolvimento do executivo de finanças e a eficiente gestão de sua área, um tema complexo e dinâmico, dada a velocidade da inovação tecnológica. No campo econômico estamos passando por um momento de desafios. Enquanto o crescimento da economia vem se firmando, os sinais da inflação estão presentes, fazendo o Banco Central se posicionar com aumento de juros que deve se prolongar por alguns meses. O impacto do aumento dos alimentos na inflação é bastante forte. Enquanto o campo se beneficia de uma forte recuperação de preços agrícolas, o reflexo disso é sentido por todos nós. Esse aumento de custo do dinheiro, aliado a uma certa incerteza e volatilidade dos mercados, dificulta o acesso para captação de recursos para investimentos. O executivo financeiro hoje precisa estar muito atento às mudanças de mercado e saber gerenciar muito melhor os riscos associados ao seu negócio. Sem dúvida, um momento de muita demanda para esse profissional. O Ibef irá buscar informações para que o associado tenha mais conhecimento para enfrentar esses desafios. Programe-se agora para o segundo semestre com um importante calendário de eventos do Ibef-Campinas. Em paralelo às palestras e grupos de trabalho, teremos oportunidades de relacionamento e integração com o torneio de Tênis e o Sócio-Esportivo. Em outubro, teremos o grande evento do ano para a nossa seccional, que será o XIX Conef. Já temos confirmada a presença de um ministro de estado e altos executivos de finanças de grandes organizações. Agradeço a participação e o envolvimento de todos os Ibefianos neste primeiro semestre do ano. Boa leitura a todos. PRESTAÇÃO DE CONTAS Antonio Horácio Klein - Coordenação Editorial Tivemos em 26 de maio a realização da Assembléia Geral Ordinária para aprovação do Balanço, bem como o Demonstrativo de Resultados das contas do Ibef-Campinas. Após parecer favorável do Conselho Fiscal, a assembléia aprovou por unanimidade o Balanço e a Demonstração de Resultados do ano de 2007. Nesta edição está publicado o Balanço, Demonstrativo de Resultados, bem como o parecer do Conselho Fiscal, cumprindo-se assim o que determina o nosso estatuto social e dentro da política de governança corporativa em que se insere o Ibef-Campinas. O Ibef está organizando o XIX Conef, que será realizado em 27 e 28 de outubro. Para que o evento tenha excelente êxito, contamos com a participação de 2 IBEF EM REVISTA todos os associados na divulgação. Lembramos que neste segundo semestre o Ibef vai promover em agosto o 8° Torneio de Tênis e para setembro está sendo programado o Sócio-Esportivo Regional. Gostaríamos de solicitar, na medida do possível, a presença de nossos associados nos eventos que o Ibef promove. A sua presença serve de estímulo para continuarmos a promover todo tipo de evento. O Ibef-Campinas tem procurado promover eventos de interesse dos associados, mas também tem dado apoio a todas as entidades que promovem eventos do nosso interesse, junto à comunidade de Campinas. O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – Ibef é uma entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais de finanças, que têm como objetivo o desenvolvimento profissional e social, através do intercâmbio de informações técnicas, dos interesses comuns nos negócios, da efetiva participação,da representatividade institucional e da formação de opinião. A entidade foi fundada no Rio de Janeiro, em 1971. Em Campinas, o Ibef foi constituído em 1986, é uma Entidade Pública Municipal (Lei n° 12.070 de 10/09/2004) e conta atualmente com cerca de 400 associados. No Brasil, o Ibef tem entidades também em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, reunindo cerca de cinco mil associados. O Ibef é filiado a International Association of Financial Executives Institute (IAFEI), organização sediada em Zurique, na Suíça, que congrega mais de 25 mil associados, em 24 países. DIRETORIA EXECUTIVA CAMPINAS – 2007/2009 Presidente: Marcos Mello Mattos Haaland Vice Presidente: Saulo Duarte Pinto Junior Diretor Secretário: Antônio Horácio Klein Diretor Tesoureiro: Nildo Bortoliero Diretor de Admissão e Freqüência: Antonio D. Rubbo Diretora Técnica: Flávia Crosara G. Andrade Diretor de Desenvolvimento: F. Edmir Bertolaccini Diretor Jurídico: Arthur Pinto de Lemos Netto DIRETORES VOGAIS Indústria: Fernando Alves Perches Comércio: Rodrigo Benatti Organismos Públicos: João Batista Pereira Junior Mercado de Capitais: Karina Calicchio Ferreira Serviços: Valdir Augusto de Assunção Entidades Bancárias: Mônica de Cássia F. Gondim Entidades Fin. Não Bancárias: Raimundo Danés Securitárias: Milton Fernandes Energia e Meio Ambiente: José A.de Almeida Filippo Agronegócio: Felício Cintra do Prado Jr. Logística: Antonio Bernardes Morey CONSELHO FISCAL EFETIVO Sebastião Carlos Ribeiro,Fernando Magano Henriques,Maurício Juni Ferreira,Carolina C. Castelnovo (suplente),Raimundo Besel N.Baptista (suplente)e Helen de Oliveira Coelho (suplente) CONSELHO CONSULTIVO José Roberto Morato (Presidente), Amílcar Amarelo, Francisco José Danelon, Antonia Maria Zogaeb e Antonio Sanches Filho COORDENADORES DE COMISSÕES Tributário: Octávio Teixeira Brilhante Ustra Empresas Familiares: José Luis Finocchio Jr. Controladoria: Líris C. Molena Marchiori Tesouraria: Ana Maria Toffolo Crédito/Cobrança: Gislaine Heitmann Tecnologia da Informação: Daniel Maçano Jr. Adm. e Freqüência: José Florêncio da Costa Social / Ética/ Resp. Social: Antonio Sanches Fº, João Carlos Pinto e Arnaldo Rezende IBEF EM REVISTA Tiragem: 1.000 exemplares Publicação bimestral do Ibef-Campinas R. Barão de Jaguara, 1481 – 11° andar – conj. 113 Campinas – SP CEP – 13.015-910 Fones: (19) 3233-0902 e 3233-1851/Fax: 3232-7365 Site: www.ibefcampinas.com.br E-mail: [email protected] Coordenação Editorial: Antônio Horácio Klein e José Roberto Morato Jornalistas Responsáveis: Edécio Roncon (MTb 16.114) e Vera Graça (MTb 17.485) Apoio: Sonia Milan Produção Editorial: Roncon & Graça Comunicações Site: www.rongra.com.br E-mail: [email protected] Congresso será nos dias 27 e 28 de outubro MINISTRO MIGUEL JORGE E LUCIANO COUTINHO NO CONEF O ministro do Desenvolvimento, Indústria e 14h30 às 18 horas, estão confirmados o moderador Comércio, Miguel Jorge, confirmou a sua Carlos Alberto Bifulco do Ibef-SP e e os debatedores presença na solenidade de abertura do 19º Gilberto Mifano (Nova Bolsa), Luis Felipe Schiriak Congresso Nacional dos Executivos de (Votorantim) e o presidente do BNDES, Luciano Finanças (Conef) em Campinas. Com o tema Inserção Coutinho. Dentro desse painel será apresentado por do Brasil no Mercado Internacional e Seus Thiago Oliveira o case Lupatech. Impactos, o Conef 2008 será realizado nos dias 27 e No dia 28 de outubro, das 9 às 10h40, o primeiro 28 de outubro, na Casa de Campo do hotel The painel será focado na Internacionalização da Royal Palm Plaza. A comissão organizadora do Economia . Esse painel terá como moderador o evento informa que boa parte da programação dos professor Nelson Carvalho da FEA-USP e como painéis já está fechada e contará com as mais representativas personalidades do setor econômico-financeiro nacional. O credenciamento dos participantes no dia 27 de outubro será das 8 às 9h30, seguindo-se a abertura solene e o pronunciamento do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. Encerrada a solenidade de abertura tem início a programação dos painéis. Todos os painéis serão em formato de debates entre os participantes, com a coordenação de um moderador. Essa forma garante um maior dinamismo para a abordagem dos diversos temas, ao mesmo tempo que Reunião de organização do Congresso Nacional de Executivos de Finanças - Conef 2008. A partir da esquerda, Antonio Rubbo, Saulo Duarte Pinto Junior, desperta maior interesse na platéia. Milton Fernandes, Marcos Haaland, Liê D´Ottaviano e Antonio Horacio Klein GRANDES TEMAS – O Conef, por ser um grande fórum que reúne os principais interlocutores das finanças do País, tem como característica trazer para o centro das discussões os grandes temas financeiros, no âmbito dos cenários nacional e internacional. É dentro desse contexto, que justamente o primeiro painel aborda a Economia Regional, que pelas suas próprias raízes históricas e pelo momento atual tem componentes que abrangem esses dois cenários. O moderador será o empresário do Grupo Advento e ex-presidente da Apex-Brasil, Juan Quirós. Um dos debatedores, já confirmado para esse painel é o empresário Antonio Dias, do Grupo Arcel. Esse primeiro painel será apresentado das 10h45 às 13 horas, seguido de almoço até às 14h20. No painel Alternativas de Financiamento , das debatedores Regina Nunes (Standard & Poor’s), Antonio Pizarro Manso (Embraer) e Almir Barbassa (Petrobrás) e Cecília Garcêz (Previ). No período da tarde, está confirmado o painel Responsabilidade Corporativa-Sustentabilidade Gestão Humana , com o moderador Arnaldo Rezende, da Feac. Confirmados como debatedores Hélio Duarte (HSBC), Walter Machado de Barros (Ibef-SP), Ives Pereira Muller (Deloitte), Raymundo Maglia-no (Nova Bolsa) e um representante da PricewaterhouseCoopers. O case CPFL será apresentado das 16h50 às 17h40 e em seguida, o presidente da CPFL Energia, Wilson Pinto Ferreira Júnior, recebe o Prêmio Ibef 2008. O presidente do Ibef-Campinas, Marcos Haaland, às 18 horas, faz o encerramento do congresso. IBEF EM REVISTA 3 Espaço comemora três anos O SUCESSO DOS GRUPOS DE TRABALHO DO IBEF de satisfação dos associados com os grupos e eventualmente o que precisa ser alterado. Ela avalia que os temas têm atendido a grande maioria dos associados, até porque os coordenadores dos grupos estão atentos aos temas de interesse dos executivos de finanças, mas é preciso uma atenção constante. A diretora técnica do Ibef ressalta que existe por parte da entidade um cuidado para que os grupos de trabalho não se transformem em espaços para que profissionais vendam seus serviços ou façam seu comercial. “Os grupos são eminentemente técnicos”, explica. Diretora Técnica do Ibef-Campinas, Flávia Crosara U m espaço permanente para a discussão de temas de interesse dos associados está comemorando três anos de atividades. A diretora Técnica do IbefCampinas, Flávia Crosara Andrade, fala com entusiasmo sobre a atuação dos seis grupos de trabalho da entidade. Os grupos exibem um fôlego invejável e uma participação muito positiva dos associados e seus convidados. Para ela, uma das razões desse sucesso está na interação que essa modalidade permite, já que as pessoas estão mais próximas para manifestar as suas opiniões. Criados a partir de uma pesquisa junto aos associados, atualmente os grupos estão divididos em seis temas – Controladoria, Crédito e Cobrança, Empresas Familiares, Tecnologia da Informação, Tesouraria e Tributário, cada um com um coordenador e um vice. Uma estatística abrangendo fevereiro de 2006 a setembro de 2007 aponta que nesse período os grupos de trabalho realizaram 48 reuniões e contaram com 397 participantes, entre associados e convidados. Flávia adianta que já está sendo preparada uma pesquisa formal, até o final deste ano, para medir o grau PARA ENTENDER O sucesso dos grupos está na proximidade dos participantes? Flávia – Acho que é justamente isso. Em uma palestra você aproveita, mas não tem tantas condições de interagir e de trocar idéias e esclarecer as dúvidas. Acho que o mais importante no grupo é o diálogo. No grupo as informações vêm e vão. Lá as pessoas trocam e geram idéias novas. Somente o associado participa dos grupos? Flávia – Estão abertos para que cada associado possa levar um convidado. Além dos associados inscritos no grupo, têm os participantes convidados, que contribuem com o assunto que será discutido. Às vezes um assunto afeta mais de uma área da empresa, por isso aquele funcionário que é associado opta por levar como convidado um colega da empresa, que de alguma forma possa contribuir na discussão do tema em questão. Como é feita a agenda dos temas? Flávia – A agenda do grupo é formada de acordo com assuntos que vão sendo sugeridos nas reuniões anteriores. As agendas já são preparadas de modo a não coincidir dois grupos em uma mesma data ou muito próxima, possibilitando que mais pessoas participem das reuniões de vários grupos. Os assuntos não estão definidos, pois às vezes são aqueles do momento. Uma mensagem para os grupos. Flávia - Uma coisa importantíssima é que o sucesso e a manutenção dos grupos devem-se ao esforço dos coordenadores, pois são eles que precisam entender a necessidade dos participantes e manter a discussão interessante. Eles têm grande mérito pela continuidade e sucesso desses grupos nesses três anos. Os coordenadores dos grupos são Líris C. Molena Marchiori (Controladoria), Gislaine Heitmann (Crédito e Cobrança), José Luis Finocchio Jr. (Empresas Familiares), Daniel Maçano Jr. (Tecnologia da Informação), Ana Maria Toffolo (Tesouraria) e Octávio Teixeira Brilhante Ustra (Tributário). Foto Divulgação VISITA TÉCNICA Os associados do Ibef-Campinas realizaram uma visita técnica às instalações da Usina Ester, em Cosmópolis, no dia 18 de junho (foto ao lado). Fundada em 1898 pela família Nogueira, liderada por José Paulino Nogueira e seu irmão Arthur Nogueira, a Usina Ester em 2008 deverá processar mais de 1,9 milhão de toneladas de cana de açúcar e produzir cerca de 120 mil toneladas de açúcar e 80 milhões de litros de etanol. Na visita à Usina Ester, os associados foram recepcionados pelo diretor-superintendente da empresa, Felício Cintra do Prado Júnior, também diretor vogal do setor de Agronegócio do Ibef-Campinas. 4 IBEF EM REVISTA Palestra A TRAJETÓRIA DO GRUPO SILVIO SANTOS Fotos Divulgação O s 50 anos do Gupo Silvio Santos, a expansão dos negócios do homem do Baú da Felicidade e a trajetória do banco PanAmericano foram as principais atrações da palestra do executivo Daniel Abravanel, que falou aos associados do Ibef-Campinas e convidados, no dia 5 de junho, no hotel The Royal Palm Plaza, em Campinas. O PanAmericano, uma das empresas do Grupo Silvio Santos, atua como financeira no mercado de crédito direto ao consumidor há quase 40 anos e há 17 como banco múltiplo. O banco é focado no financiamento ao consumo para pessoas físicas nas classes B, C, D e E. O PanAmericano abriu o seu capital em novembro de 2007, tendo ações negociadas na Bovespa. No primeiro trimestre de 2008, o banco lucrou R$ 70,3 milhões, 126,1% a mais do que no primeiro trimestre de 2007 e 31,33% a mais que no último trimestre de 2007. Em 31 de março de 2008, o patrimônio líquido atingiu R$ 1.372,7 milhões, crescimento de 5,4% em relação ao último trimestre de 2007. SILVIO SANTOS – Daniel Abravanel dividiu a sua apresentação sobre o desempenho do PanAmericano, com muitas informações sobre a expansão dos negócios do Grupo Silvio Santos, nas últimas décadas. O Grupo está comemorando 50 anos, uma vez que o primeiro negócio, o Baú da Felicidade, foi lançado em 1958. Daniel falou sobre os negócios na área de comunicação e também respondeu perguntas sobre a forma do fundador Silvio Santos atuar nos negócios do Grupo. O executivo, mesmo reconhecendo a pressão da concorrência, afirmou que o SBT, braço televisivo do Grupo, mantém a segunda posição no País em audiência e faturamento. Ladeando o palestrante Daniel Abravanel, do Grupo Silvio Santos, Saulo Duarte Pinto Junior, Marcos Haaland, Karina Calicchio e Antonio Horácio Klein Vereador de Campinas Dário Saadi, Clóvis Antonio Cabrino, Armindo Dias e Sergio Calsavara Em animada confraternização pós evento, Moacir Teixeira Dias, Alaor Zacardi Filho, José Roberto Migoto, Luiz Simões e Renato Cardinalli Lemos e Associados Advocacia Tel.: (19) Fax: (19) Av. José de Souza Campos, 619 Cep: 13025-320 • Campinas • São Paulo • Brasil 3755-7100 3251-2986 E-mail: [email protected] www.lemosassociados.com.br IBEF EM REVISTA 5 Fórum Temático A ARTE DE EMPREE DOIS BREV A criação de indústrias. Nesse Fórum Temático vamos abordar através de dois personagens, como o esforço inicial em torno de uma idéia, pode transformar-se ao longo do tempo e junto com outras energias humanas, virar um grande empreendimento. Nas trajetórias singulares dos associados Luis Gonzaga Dias e Osvaldo Davanço, vamos mostrar como se materializa no chão de uma fábrica esse sonho, que faz com que a criatura seja maior e mais perene que o seu criador, rompendo por vezes a barreira do tempo. DEVOÇÃO Na sede da moderna planta industrial da Adere Produtos Auto-Adesivos, em Sumaré, inaugurada em 13 de maio de Ele conta que na época importaram uma máquina italiana para fazer fitas adesivas, então a única do Brasil. “Conseguimos um financiamento do Bradesco, que nos deu grande salto e passamos a produzir dez vezes mais”. Luis Gonzaga conta que a máquina, moderna para a época, possibilitou que a Adere passasse a produzir fita adesiva transparente. Para a produção de outros produtos foi um passo. Vieram a fita crepe, as fitas de dupla face, papel auto-adesivo e a diversificação foi crescendo. “Hoje fazemos mais de 100 produtos, com uma grande gama de opções, dentro de cada linha”, resume. Em 2001, com a empresa já exportando seus produtos para outros países, a produção precisava ser ampliada e a empresa não tinha mais espaço físico para crescer. Foi então que começou a ser gestada a nova planta industrial em Sumaré. O fundador da Adere afirma categoricamente que isso só foi possível, porque os seus cinco filhos – Silvia Helena, Luis Augusto, Luis Gustavo, Luis Gonzaga e Luis Alberto, já estavam atuando na empresa, cada um em uma área estratégica. A nova fábrica tem o dobro do tamanho da anterior. Está sediada em uma área de 176 mil m² e conta com uma área construída de 13,5 mil m². Luis Gonzaga conta que nesse momento, em razão da taxa cambial, o foco dos negócios da empresa está no mercado interno. Luis Gonzaga contudo, mostra-se confiante e afirma que não teve muitas dificuldades ao longo desses anos em expandir o seu empreendimento, “sempre seguindo o ditado popular ADERE - Luis Gonzaga Dias: “Sempre seguindo o ditado popular - dar o passo de acordo – dar o passo, de acordo com as com as pernas. Utilizar recursos próprios e investir na empresa”. pernas”. Os percalços vieram, na sua 2005, dia de Nossa Senhora de Fátima, quem nos recebe sorri- opinião, como para todos os brasileiros, através dos mirabolantes dente é o fundador da empresa, Luis Gonzaga Dias, 76 anos, planos econômicos das décadas passadas. Mesmo o Plano Collor, desde os 35 dirigindo a empresa. Ele explica de imediato que a de triste memória, não causou estragos na empresa. “Demos santa é a de sua devoção. Nada mais lógico, para esse português tanta sorte nesse período, pois investimos todo o dinheiro dispode nascimento, mais precisamente de Aldeia de Cardigos, que nível na compra de matérias-primas. Eram tantas que não cafica a 60 quilômetros da cidade de Fátima e que aos 18 anos biam dentro da fábrica. Tivemos que deixar do lado de fora, cobertas com encerados. Pagamos toda essa mercadoria à vista, e de idade, em 1950, aportou em Campinas. Dezessete anos depois da sua chegada ao Brasil, Luis Gon- portanto, não devíamos nada quando foi feito o confisco, pois zaga fundava a Adere, que já completou 40 anos de vida. Ele na quase tudo estava investido em produtos. Foi muito bom para época era sócio de uma empresa familiar de tipografia, que nós”. Pode-se dizer, que dos limões, a Adere fez a limonada. Não desviar recursos da empresa para outras finalidades fabricava sacos de papel e cadernos e comercializava também fitas adesivas. Surgiu a oportunidade de montar uma empre- que não a expansão dos negócios e utilizar recursos prósa para produzir essas fitas e Luis Gonzaga junto com um irmão prios é a receita do fundador da Adere. Na construção da nova fundaram a Adere. A primeira fábrica em 1967 foi montada no unidade industrial, teve financiamento do BNDES, mas em Jardim Nova Europa, em Campinas. “Lá com máquinas muito uma proporção menor que 50%. Sobre o mercado atual, ele não vê tanta demanda quanto se simples, construídas por uma oficina mecânica e montadas por nós mesmos, em um prédio alugado, começamos a produção propaga. “Crescemos um pouco, mas temos ainda de 30 a 40% de ociosidade. O nosso produto não é de primeira necessidade para das fitas adesivas”, explica o sorridente fundador. Em 1970, a fábrica já estava em uma área muito maior, às mar- o consumidor em geral, portanto nosso foco foi direcionado para a gens da rodovia Anhanguera, próxima ao bairro da Aparecidinha. indústria. Se esse crescimento for mantido por uns 10 anos, aí 6 IBEF EM REVISTA Fórum Temático ENDER INDÚSTRIAS VES RELATOS estaremos com toda a demanda comprometida e voltaremos a fazer novos investimentos em maquinário”, justifica a sua estratégia. Sobre abrir um novo negócio nos tempos atuais, Luis Gonzaga é pragmático na sua lição: “Investir no mercado de capitais acaba dando mais lucro do que abrir uma empresa. As grandes empresas têm financiamentos subsidiados, mas para iniciar é preciso uma boa dose de coragem, estar capitalizado e ter uma marca forte, porque a competição é muito maior do que há 40 anos”. porque tínhamos muitas encomendas prontas e ninguém queria recebê-las. “Foi um ano terrível”. Mas a turbulência foi passando. Nos últimos três anos, a empresa passou a atuar em setores onde tinha pouca presença, como açúcar e álcool, minérios e siderurgia. Justamente os que têm exibido boas perspectivas. Questão de bom foco. Investimentos não têm faltado para a projeção dos negócios da Macro Painel, assegura o sócio-diretor, principalmente em máquinas, software e treinamento de pessoal. “Contamos com pequenas ajudas em momentos importantes, através de financiamentos do BNDES, mas sempre com muito esforço”. Outra modalidade que tem ajudado muito é a compra de máquinas no exterior com financiamento do próprio fornecedor e também de uma empresa nos Estados Unidos que os representa. Novas máqui- DEDICAÇÃO O sócio-diretor da Macro Painel Indústria e Comércio, Osvaldo Davanço, vem nos receber na elegante recepção da empresa, instalada no Jardim Santa Cândida, em Campinas. Davanço, 63 anos, desde os 31 anos está na empresa, que divide com os sócios Paulo Roberto Sperancin e Dino Sakashita. Ele explica que a Macro Painel nasceu para atender às necessidades de outra empresa do grupo, a Macro Técnica Instalações e Comércio, que executa obras industriais. “Nessas obras sempre há a necessidade de painéis elétricos e ao invés de comprarmos de outras empresas, resolvemos criar em 1976 a Macro Painel, para atender a coirmã. Hoje a Macro Painel tem o seu mercado próprio, mas mantém o atendimento para a Macro Técnica, atuando em todos os setores industriais no território nacional”, resume objetivamente. Um caso clássico de empreendimento criado a partir de uma demanda. A Macro Painel, explica o seu MACRO PAINEL - Osvaldo Davanço: “Na verdade nada foi calculado. Fizemos tudo meio na raça. Fomos trabalhando e as coisas foram acontecendo”. sócio-diretor, produz painéis elétricos para indústrias de diferentes segmentos, incluindo comércio e prédios comerciais. Davanço nas vieram de Taiwan, Espanha e Itália. O fator preponderante para o crescimento, opina Davanço, explica que o foco atualmente está voltado para a indústria pesada. A conversa flui rápida e já estamos em plena visita à fábrica, que é que a vida da Macro Painel é simples, não têm invenções finanocupa uma área construída de 4,5 mil m². A primeira impressão ceiras e sempre procuram usar recursos próprios. “Na verdade que salta aos olhos são os enormes painéis, internamente multico- nada foi calculado. Viemos de famílias simples e fizemos tudo loridos pelas centenas de pequenos dispositivos. Nas linhas de meio na raça. Fomos atrás da sobrevivência e trabalhanmontagem desse espetáculo colorido, Davanço nos explica o que do sempre, as coisas foram acontecendo” Para o futuro, a estratégia não parece ser muito diferente. os 130 colaboradores, que se movem de forma sincronizada, estão transformando e dando uma forma final. É a lógica da chapa, que A Macro Painel mira em segmentos que estão fortes como o pela intervenção das máquinas e de mãos humanas, vai dentro de geração de energia, onde tem encomendas até 2010. Code pouco tempo ser um componente de uma usina hidrelétrica, meçam a aparecer pedidos no setor de saneamento, anuncia Davanço. “Estamos nos preparando com espaço e máquinas que por sua vez vai iluminar cidades e mover outras máquinas. Davanço de forma paciente e dedicada explica cada processo - para aumentar o faturamento e a produtividade e para isso os essa sucessão de pequenos momentos transformadores. recursos virão do BNDES, mas para que tudo isso aconteAcostumado pela própria atividade, aos avanços da tecnologia, ça precisamos buscar e qualificar profissionais”. De volta ao ponto de partida, Davanço dá o conselho final, ele credita às parcerias com os clientes a melhora dos seus produtos e consequentemente a qualidade, abrindo até o mercado que fala como se fosse um mantra, para nós e para si: “Acreditar internacional para a Macro Painel. “Tem uma regra nos negócios no seu negócio e ser perseverante. Quem paga o seu serviço é o cliente, por isso atenda-o da melhor maneira possível, que diz: Ou você cresce ou morre. Então evoluimos”, explica. Dificuldades ele diz que foi mesmo a crise cambial de 1999, de forma eficiente e sempre com muita qualidade”. IBEF EM REVISTA 7 Artigo do administrador Joaquim Carlos Dias* AMBIENTE MOTIVADOR É O SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES I magine uma empresa onde a situação não está das melhores. Rondam os fantasmas pra lá de conhecidos, como a baixa lucratividade, a redução da produção e o medo do desemprego. Apesar do quadro desfavorável, é resguardado um caráter extremamente importante: a transparência nas relações. O funcionamento dessa organização não é segredo para nenhum funcionário. E mais: no ambiente de trabalho, há espaço para uma comunicação direta e motivadora com os dirigentes. Após avaliar a realidade da empresa, um funcionário procura o gerente para conversar. Diz que pensou sobre os problemas enfrentados pela empresa e teve uma idéia que acredita poderá ser muito útil. Receptivo, o gerente afirma que a realização de novas idéias é o que a organização está precisando. Em seguida, ele pede que o profissional fale sobre suas propostas. Se traduzirmos a necessidade de idéias somadas a realizações, concluiremos que o gerente refere-se à criatividade. A criatividade é a imaginação aliada à concretização, que quando certeira, abre novos caminhos para a humanidade. Essa situação ilustrativa apresenta três pontos vitais para o florescimento do potencial criativo dentro das organizações: o conhecimento da empresa, o ambiente favorável e a motivação por parte dos escalões superiores. Este último é o catalisador no processo criativo. Esses elementos resultam da transparência, de um clima de trabalho que renda prazer e alegria e não somente remuneração e de uma relação funcionáriodirigente composta por interesse, comunicação e estímulo. Este tripé compõe o modo como o esforço criativo é recebido. A relação transparente requer um contato direto entre integrantes da equipe de trabalho. A troca de informações sobre a empresa pode ser feita em encontros periódicos, em que todos possam apresentar suas realizações, dúvidas e anseios. É a valorização dos grupos, tornando cada membro co-responsável pelo resultado da organização. Esses encontros representam mais uma oportunidade para os profissionais conhecerem a realidade da empresa — as metas, os diferenciais e os aspectos a serem aperfeiçoados. Esse conhecimento é que dá sustentação para o início do processo criativo. Afinal, quanto melhores forem as informações que você domina sobre um problema, maiores serão as chances de encontrar uma solução. A importância desses momentos não cabe em banco de idéias ou caixa de sugestões. É vital a comunicação direta, a veiculação de informações sobre os vários setores, o encontro de idéias, as respostas e os estímulos. Nas reuniões, é possível a identificação de grupos inovadores, formados por algumas pessoas com caráter criativo e outras com potencial realizador. Nesses eventos, pode-se alcançar o chamado “QI grupal”, a soma de todos os talentos de cada integrante. É fundamental que a cultura empresarial encoraje o hábito de expressão de novas idéias. Cultivar a formação da cooperação criativa é investir em “grandes inovações”, que “vêm sendo cada vez mais obra de esforços conjuntos”.Por ser a criatividade um fato também social, ela requer a adesão dos outros, a receptividade do público-alvo. Sem acesso aos parceiros de trabalho, o processo criativo é desmoronado. Elimina-se, com isso, o aproveitamento do potencial criador do indivíduo e o ganho 8 IBEF EM REVISTA “A cultura empresarial deve encorajar a expressão de novas idéias” de eficiência das organizações pelo uso dessa habilidade. À direção da organização cabe o papel de despertar a consciência dos indivíduos para a sua capacidade imaginativa, desbloqueálos, criar um ambiente que propicie a atuação de forma criativa para que todos possam maximizar seu poder inovador.Mas, por que as diretorias assumiriam mais essa atribuição? Porque a necessidade crescente da criatividade está na competição empresarial que marca o momento atual. “A criatividade tem sido apontada como a habilidade de sobrevivência para o próximo milênio”. A razão é simples: a velocidade do desenvolvimento tem envelhecido o conhecimento muito rapidamente e as incertezas e complexidades inviabilizam a previsão de novidades. Nesse contexto, somente a habilidade de adaptação ao novo pode sustentar a sobrevivência das organizações. Uma sobrevivência que depende da capacidade de respostas imediatas às exigências mutáveis do consumidor por produtos e serviços novos e melhores. A importância da criatividade tem conquistado seu lugar também nos ambientes educacionais. Uma instituição de nível superior, em São Paulo, tem a matéria “Oficina de Criação” em todos os seus currículos de graduação e de pós-graduação. O curso visa ao desenvolvimento da criatividade nos alunos. Nos Estados Unidos, há mais de cem universidades com programas de criatividade. Lá, a cada ano, mais de 40 mil executivos participam desse tipo de projeto. Enquanto no Brasil o desenvolvimento da habilidade criativa começa a caminhar para a valorização no aspecto educacional, a empresa deve estimular o profissional a pensar de maneira flexível e imaginativa, somando à imaginação os instrumentos da realidade — o pensamento lógico e a avaliação crítica. Isso significa a preparação para o futuro. A adoção de uma perspectiva criativa causa mudanças vigorosas no ambiente de trabalho. A satisfação se integra não apenas aos resultados finais, mas também ao processo do trabalho, com a valorização da disposição dos funcionários em aprenderem, em avançarem por conta própria e em expressarem suas idéias. Uma pessoa apreciada e feliz é também mais dedicada e eficiente, pois o envolvimento com o trabalho gera a motivação intrínseca. A questão está em como dirigir uma organização despertando o prazer nos profissionais, valorizando a cada membro e respeitando as diferenças. O primeiro passo pode estar em ouvir o inaudível, enxergar o invisível e compreender o que muitos consideram inadmissível. *Diretor Corporativo da Mail Center Participações e diretor do Conselho Regional de Administração - CRA-SP e associado do Ibef. Velocidade da informação A TECNOLOGIA A SEU FAVOR! D Maçano reconhece que muitas vezes os próprios gestores de TI das empresas contribuem para esse desconhecimento. Ele defende que cada vez mais o gestor de tecnologia entenda os negócios da empresa e não fale somente como um tecnólogo e sim como um alguém que realmente entenda a linguagem do executivo, orientando sobre a importância estratégica desses sistemas de informação, na evolução dos negócios da corporação. FRAUDES DIGITAIS Voltando a história da senha debaixo do teclado, a TI inegavelmente trouxe inúmeros benefícios, mas trouxe também os hackers e as fraudes digitais. “Se estamos vulneráveis andando na rua, com a tecnologia não é diferente. O executivo precisa saber o grau de vulnerabilidade do sistema. Precisa entender que o uso de e-mails também pode expô-lo a essa vulnerabilidade. Deve APROVAR TODAS - A saber que uma senha pode usabilidade é a maneira ser roubada. Como funciocomo as pessoas utilizam a na a certificação digital? tecnologia nas suas tarefas São coisas novas que vão profissionais. “Antes o chefe se incorporando à rotina despachava com a secreprofissional e precisam ser tária. Hoje tudo isso foi para compreendidas, princio computador. A diferença palmente por alguém que é que ele aprova através de ocupa um cargo de coum sistema informatizado. mando”, aconselha o esNo sistema tem um bopecialista. tãozinho dizendo ‘aprovar Maçano: novas tecnologias incorporam É inegável que toda essa todas’. Se ele clicar nesse expressões como usabilidade , tecnologia também sufoca botão pode estar aprovando vulnerabilidade e empregabilidade as pessoas, em especial o algo que não deveria. É como executivo, que normalmente assinar um monte de tem uma agenda diária repleta de compromissos. “É documentos sem ler”, explica Maçano. Ele acrescenta muita informação a todo distante”. Maçano cita um que como profissional de TI que atuou em diversas conceito na área de TI, chamado Ciclo de Vida da corporações, tem percebido que os executivos que Informação. A informação nasce, tem o seu período de chegam ao topo da carreira, em razão disso, valorivalidade e depois morre. Classificar essa informação zam muito mais a sua própria experiência e o nos níveis adequados que fluem dentro de uma conhecimento do negócio onde atuam, em detriorganização, é uma tarefa primordial da área de mento das novas tecnologias da informação, que tecnologia, ou seja, avaliar para quem deve ir ou não. podem ajudá-los nas tarefas cotidianas. Maçano cita Se o executivo entender em linhas gerais esse procomo exemplo o desconhecimento por parte dos cesso, já terá dado um bom salto no seu nível de executivos, do funcionamento de um sistema básicompreensão das ações de TI. co de aplicativo integrado, que controla todas as Por fim e não menos importante, a empregabilidade operações de uma corporação, desde a entrada da do executivo engloba todo esse conhecimento em TI e matéria-prima até a emissão da nota fiscal do produto suas aplicações. O executivo ao entender a tecnologia, acabado. Na sua visão, é um erro grave o executivai vislumbrar novas oportunidades, otimizar o seu tempo vo desconhecer como funciona esse aplicativo. Code trabalho, ter mais segurança e aumentar a sua mo esse executivo vai entender as necessidades da produtividade. Portanto, explica Maçano, aumentar o grau corporação e aprovar investimentos em TI, se de empregabilidade depende de uma decisão pessoal. desconhece os seus benefícios? eixar a senha debaixo do teclado do computador ou achar que o filho é um gênio da informática somente porque ele utiliza o Skype para conversar com a namorada são indícios que a tecnologia da informação não está tão presente no seu dia-dia. A advertência é do especialista no assunto, Daniel Maçano Jr., 44 anos, coordenador do grupo de Tecnologia da Informação do Ibef-Campinas, com formação em Análise de Sistemas pela Puccamp, pósgraduação em Administração de Empresas pela Faap, MBA pela Fundação Getúlio Vargas e especialização nos Estados Unidos, onde morou por algum tempo. Ele explica que a evolução tecnológica incorporou para o dia-dia dos executivos, expressões como usabilidade, vulnerabilidade e empregabilidade. IBEF EM REVISTA 9 Balanço INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS DE FINANÇAS – CAMPINAS BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DE RESULTADO EM 31/12/2007 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO 140.956,70 ATIVO CIRCULANTE 35.795,47 DISPONÍVEL 35.795,47 CAIXA 2.376,67 BANCOS 33.418,80 ATIVO REALIZÁVEL CURTO PRAZO 1.319,66 ATIVO PERMANENTE 103.841,57 BENS IMÓVEIS 81.294,62 BENS MÓVEIS 25.928,40 DEPRECIAÇÃO -3.381,45 PASSIVO 140.956,70 PASSIVO CIRCULANTE 17,99 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 17,99 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 140.938,71 PATRIMÔNIO SOCIAL 131.532,96 SUPERÁVIT EXERCÍCIO 2007 9.405,75 DEMONSTRATIVO DE RESULTADO RECEITAS DE SÓCIOS 117.220,60 RECEITAS DE EVENTOS 257.835,50 RECEITAS FINANCEIRAS 3.104,69 TOTAL DAS RECEITAS 378.160,79 DESPESAS COM PESSOAL 76.682,16 DESPESAS GERAIS 97.152,45 DESPESAS TRIBUTÁRIAS 2.071,57 DESPESAS FINANCEIRAS 5.411,89 DESPESAS COM EVENTOS 187.436,97 TOTAL DAS DESPESAS 368.755,04 SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO 9.405,75 JOSÉ FRANCISCO MARSIGLI TEC.CONT. – CRC 1SP 075515/0-2 – CPF 600.814.578-04 PARECER DO CONSELHO FISCAL Tendo examinado o Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultados do Exercício de 2007 e também a escrituração e documentação contábil e tendo encontrado tudo em perfeita ordem , somos do parecer favorável ao encaminhamento dos mesmos à aprovação da assembléia geral . Campinas , 26 de Maio de 2008. Conselheiros: Sebastião C. Ribeiro / MaurÍcio J. Ferreira / Fernando M. Henriques 10 IBEF EM REVISTA ANIVERSARIANTES Julho 2 – José Roberto Migotto 3 – Fernando Antonio M. Calaes 4 – Claudia A. E. Carmona 4 – Guilherme A. F. Albuquerque 6 – José Roberto Correa 7 – Maury de Mattos 7 – Helen de Oliveira Coelho 8 – Raimundo Danés 9 – Daniel E. Rivas Mendez 9 – Fernando Magano Henriques 10 – Magno Luciano Barcellos 11 – Eduardo C. B. Fiorini 11 – Walquíria Carvalho Bertho 12 – Elezir J. Silva Jr. 13 – Felício C. do Prado Junior 13 – Daniel Maçano Junior 14 – Fernando L.M. Madureira 15 – Henrique R. C. Sperandio 15 – Paulo Eduardo de C. Vallim 16 – Dino Giachini Filho 16 – Alexandre Cruz 18 – Miguel Arcângelo Ruzene 19 – Élson Sampaio 22 – Luciana J. Cecconello 23 – José Antonio de Souza Melo 24 – Aldo Mauri 26 – Líris C. M. Marchiori Agosto 3 – Alberto Romanini Neto 3 – Renato Luiz Cardinalli 3 – Thelma Piccolo Rosalen 3 – Antonio Carlos P. Fernandes 5 – Rubens Monteiro 8 – Regina Maria Biglia 9 – Nylton Pereira 10– Andréa Serpa Santos 10 – Ricardo Garcia 11– Raimundo B. N. Baptista 12– Norberto M. Cunha Caldeira 12 – Saulo Duarte Pinto Jr. 14 – João Roberto Tiol 14 – Jorge Henrique de M. Barreto 17 – Jarib B.Duarte Fogaça 19 – Aléxis J, da S. Fonteyne 22– Rosana Soares Mariano 24 – Mauri Gomes da Silva 27 – João Batista Pereira Junior 27 – Paulo Roberto Alves Silva 29 – Elica Daniela da S. Martins 30 – Paulo César Stefanini Setembro 2 – José Francisco Marsigli 5 – Antonio D. Rubbo 7 – Aloide Candido Lopes 7 – Mateus Gaeta 9 – Alessandro Russano Pinto 9 – José Fortunato da Cunha 11 – Carlos Eduardo N. de Souza 12 – Georg F. Schmidt 16 – Adriano Gama 17 – Alex Andrade Vaz da Silva 19 – Maria de Jesus M. De Paoli 20 – Wilson Rio Mardonado 21 – Luiz Peretto Filho 21 – Romualdo G. de Souza Jr. 22 – Luiz Ferreira de Menezes 23 – Gentil U. de Freitas 23 – Sergio Ricardo Siani 26 – João Oscar de Carvalho 26 – Edmilson Robles Castilla 28 – Leopoldo Cielusinsky Jr. NOVOS SÓCIOS • • • • • • Alexandre de O. Cruz – Estática Instal. Com. Ltda. Antonio C.P. Fernandes –Invicta Viagens e Inc. Ltda. Gilson Roberto Granzier – Nutriplant Ind. Com. S/A Karina Roiuk Saran – Deloitte Marcelo Adriano Casarin – C&A Modas Ltda. Marcelo Q. B. Figueiredo – Sanasa • • • • • • Maria de Fátima B. Tolentino – Sanasa Pedro Cláudio da Silva – Sanasa René Betini - Mabe Camoinas Eletrod.Ltda. Ricardo Kohl – Invicta Viagens e Inc. Ltda. Rodrigo Bortolini Rezende – Fertilizantes Heringer Rosemary S. Fortuna – Agrop. Princesa D’Oeste NOVIDADES • A festa do prêmio Equilibrista 2008 já está marcada. Será no dia 12 de dezembro, uma sexta-feira, na Sociedade Hípica de Campinas e conta com o patrocínio do Itaú-BBA. • Traga um amigo para o Ibef-Cam- pinas. A diretoria informa aos associados que quiserem indicar algum amigo que deseje tornar-se sócio da entidade, favor entrar em contato com a Comissão de Admissão e Frequência da entidade. • A secretaria do Ibef-Campinas ([email protected]) solicita aos associados que atualizem endereço e e-mail, para receber os comunicados da entidade. Ibef-Campinas - Entidade de Utilidade Pública Municipal IBEF EM REVISTA 11 Foto Divulgação Entrevista com Mara Luquet VIDA PROFISSIONAL APÓS OS 60 ANOS A vida profissional pode e deve existir depois dos 60 anos. Esse é o tema da entrevista com a jornalista Mara Luquet, colunista da Rádio CBN, sócia da Editora Letras & Lucros, especializada na edição de livros de finanças pessoais. Autora dos livros O Assunto é Dinheiro, em parceria com o jornalista Carlos Alberto Sardenberg , Aposentada Ficava Sua Avó, em parceria com a jornalista Andréa Assef e Tristezas Não Pagam Dívidas . Mara atuou em diversos veículos de comunicação e escreveu três guias Valor Econômico, sendo um sobre Planejamento da Aposentadoria, publicado pela Editora Globo. Ibef Em Revista - Há alguns anos, um profissional na faixa dos 60 anos estava aposentado. Com o aumento da expectativa de vida essa realidade mudou. Como o mercado de trabalho está se adequando a essa realidade? Mara Luquet - Algumas empresas brasileiras já adotaram em suas políticas de recursos humanos, programas para a contratação de pessoas na terceira idade, mas ainda é incipiente. O trabalho depois de aposentado é um desafio pessoal e a geração que começa a se aposentar agora é que vai ter que desbravar esse mercado. Ibef - Recentemente na Rádio CBN, você comentou que na Europa, a população acima de 60 anos já representa 50% e com isso é necessário repensar não somente o mercado, mas também como funcionará a previdência. Como está o Brasil nesse contexto? Mara - O debate sobre previdência no Brasil ainda está limitado à idade mínima da aposentadoria. A revolução da longevidade traz questões bem mais amplas à aposentadoria. Se você vai viver 100 anos ou mais, não dá para se aposentar aos 60 e passar os outros 40 sem fazer nada. Não será bom para a mente, para o corpo e para o bolso. Por isso, prepare-se você terá que trabalhar além dos 60 e isso pode ser muito bom. Mas preste atenção: não significa que você ficará acomodado no seu cargo, com as mesmas funções por mais 40 anos. Será preciso se reinventar e essa pode ser uma boa notícia se você se planejar para ter a liberdade de fazer o que gosta. Ibef - Você comentou no seu programa que a flexibilização das leis trabalhistas são importantes para absorver a mão-de-obra com mais de 60 anos. Que aspectos dessa legislação devem ser modificados? Mara - Uma das principais reclamações é a dificuldade de contratar pessoas na terceira idade ou que já estão aposentadas por conta da legislação trabalhista que engessa muito. Esse grupo de profissionais é muito experiente, comprometido e pode agregar valor a qualquer empresa. No entanto, eles querem trabalhar apenas meio período ou ter horários mais flexíveis, por exemplo. A empresa tem receio de contratar esse profissional e gerar alguns passivos trabalhistas. Eles teriam os mesmos direitos do que profissionais regulares, como plano de saúde? E planos de previdência? Esses dois custos vêm pesando muito para empresas em todo o mundo e são questões relevantes na contratação desses profissionais. 12 IBEF EM REVISTA Ibef - Quais são os principais dados apontados pela pesquisa do Boston College, com relação aos mitos idade x trabalho? Mara - Os professores Alicia H. Munnell e Steven A. Sass, ambos do Center for Retirement Research do Boston College, são autores do livro Working Longer, onde falam sobre o desafio da renda na aposentadoria. Há muitos dados interessantes no livro, mas o que mais me chamou a atenção é a necessidade de se manter saudável para continuar no mercado de trabalho. Então o maior requisito para se trabalhar na terceira idade é a saúde e muitos executivos “workaholic” são completamente relapsos com sua saúde. Não fazem exercícios, comem mal, são estressados, enfim estão comprometendo o instrumento de trabalho que os deixará mais competitivos na terceira idade - a boa saúde física e mental. Ibef - Quais os principais pontos que fazem com que as empresas ainda sejam refratárias em contratar profissionais com mais de 60 anos e em outro caso, manter aqueles que estão se aproximando dessa faixa etária? Mara - Tenho visto muitos estudos nessa área e acho que a questão de custos de saúde ainda é o principal ponto de entrave. Porque a verdade é que custear planos de saúde após os 60 anos é extremamente caro. Ibef - Que atitudes os executivos que se aproximam dessa idade devem ter para que o mercado não os veja como pessoas “à beira da aposentadoria” e desconectados com as exigências de um mercado globalizado? Mara - O executivo que deixar para pensar na aposentadoria às vésperas dos 60 anos terá problemas de toda a sorte. O melhor é começar a se aposentar aos 40 ou até antes. Ou seja, ao longo de sua vida profissional tente não se acomodar com o “emprego” ou seu “patrão” por melhor que ele seja. Seu ciclo de vida profissional é um problema que você tem que gerenciar, talvez este seja seu maior desafio profissional. Por isso, tenha uma visão mais ampla, que ultrapasse as paredes de seu escritório confortável. Pense diariamente no que gostaria de estar fazendo em cinco ou dez anos e vá se programando para atingir esse objetivo. O maior desafio é conseguir deixar de ser refém do sobrenome corporativo.