A.4.2 - Ensino de Química ENCENAÇÃO DE UMA PEÇA TEATRAL DE UM ATO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA QUÍMICA Daniela Marques Alexandrino* (PG) 1. Pós-graduanda do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo – IQSC/USP; *[email protected] Palavras Chave: História da Ciência, Jogos teatrais, Ensino de química. Introdução Durante o processo de formação, devemos pensar para além dos conhecimentos específicos pertinentes a área, em propor estratégias de ensino diferenciadas durante a etapa de formação do aluno durante a graduação. Ter contato com outros instrumentos, que não seja apenas a resolução de exercícios, provas e apresentação de seminários. Pensando nessas estratégias, a ludicidade tem ganhado espaço no ensino de química com diferentes propostas a serem trabalhadas na educação básica, porém pouco tem sido discutido na sua aplicação no ensino superior. Para Cunha (2012) para a utilização de atividades lúdicas faz-se necessário que sua utilização seja planejada dentro de uma proposta pedagógica consistente. “É indispensável que professores e pesquisadores em Educação Química reconheçam o real significado da educação lúdica para que possam aplicar os jogos adequadamente em suas pesquisas e nas aulas de química”. Dentre as diversas atividades lúdicas, daremos destaque aos jogos teatrais, que segundo Messeder Neto (2013) “trabalham com o potencial interpretativo que todas as pessoas possuem, além de que, com os jogos, as pessoas podem aprender a partir da experiência, envolvendo-se em todos os níveis: intelectual, físico e intuitivo”. O objetivo deste trabalho foi apresentar a utilização de uma peça publicada por Roque (2007) “Uma festa no céu” como um dos instrumentos de avaliação na disciplina de História da Química. O roteiro é apresentado de forma atemporal, e vai narrando a história da química através da evolução da teoria dos gases, com foco principal o século XVIII e seus principais precursores: Black, Scheele, Priestley, Cavendish e Lavoisier. A história consegue ainda juntar a proposta de Dalton sobre os primórdios do átomo, Boyle aparece como um dos precursores da Química Pneumática. Toda a história sendo orquestrada por Bohr, tendo seu espaço em cena como um organizador das ideias químicas. A disciplina de História da Química é oferecida anualmente para os alunos do 4º semestre dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Química da UESB, campus Itapetinga. São 3 h/a semanais durante o semestre. A encenação fez parte da avaliação final do semestre. Os participantes avaliaram a atividade através de um questionário em escala “Likert”, que é um tipo de escala de resposta psicométrica muito usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação (LIKERT, 1932). O formato típico é uma escala que varia de 1 a 5 sendo: 1. Não concordo totalmente; 2. Não concordo parcialmente; 3. Indiferente; 4. Concordo parcialmente; 5. Concordo totalmente. Resultados e Discussão O interesse na utilização do teatro partiu-se pela grande demanda de leitura na disciplina de História da Química aliada ao baixo interesse dos alunos frente essa atividade. Inicialmente, a História da Química foi abordada desde seus primórdios na pré-história até o século XX, fazendo parte do planejamento da disciplina, além de possibilitar a familiarização com o contexto histórico. O roteiro foi distribuído entre os alunos e cada um deveria pesquisar sobre seu personagem. Em seguida, elaboraram o cenário da peça. O enfoque da peça é o Estudo dos Gases, desde a época da civilização grega (atomismo) até o início do século XIX, com a proposta de Dalton para o átomo. Foram utilizadas 9 h/a (3 semanas) para os ensaios e mais 3 h/a para encenação e avaliação do professor. A avaliação da atividade pelo professor foi feita através da frequência, participação dos alunos, além da pesquisa teórica dos personagens. Na Figura 1, descreve as etapas: Figura 1. Etapas de desenvolvimento e avaliação. Leitura do texto em grupo Pesquisa bibliográfica dos personagens Expressão oral e corporal Encenação Para avaliação final da disciplina foi utilizada a encenação da peça. Ao final da encenação os alunos responderam um questionário sobre a utilização do teatro como avaliação na disciplina de História da Química. Essa atividade foi realizada com as turmas de 2010.2 e 2011.2, apenas com os alunos do curso de Licenciatura em Química. As adequações do perfil dos personagens e figurinos ficaram por conta dos alunos. Nas Figuras 2 e 3, mostram as duas adaptações. Figura 2. Turma de 2010.2. Figura 3. Turma 2011.2. Fonte: a Autora. Conclusões Os alunos demostraram uma aversão inicial ao uso do teatro, alegaram timidez, que não teriam tempo para ensaiar e até que seria melhor fazer prova. Após a encenação, ao responderem o questionário percebeu-se que foi muito satisfatório. A maioria sugeriu que fosse utilizado em outras turmas. O fruto desse trabalho foi a utilização do teatro nas escolas através do PIBID Química. Agradecimentos LIPEC da UESB-IT. ____________________ CUNHA, M.B. QNESC. v. 34, n 2, p. 92-98, mai-2012. MESSEDER NETO, H.S. et al. QNESC. v. 35, n 2, p. 100-106 mai-2013. ROQUE, N. F. QNESC. v. 25, p. 30-33, mai-2007. LIKERT, R. Archives of Psychology.140: p. 1-55. 1932. 67ª Reunião Anual da SBPC