www.diarinho.com.br DIARINHO Sábado e domingo, 10 e 11 de dezembro de 2011 decréscimo eleitoral. É isso que nós não queremos pro PSDB de Santa Catarina. DIARINHO - Com o surgimento do PSD, teve deputado tucano saindo do ninho. Hoje a bancada do PSDB está unida? Marcos - Nenhum deputado do PSDB saiu do ninho. Me diga um. [O Eskudlark, não?] Não! Ele é suplente. O PSDB continua com seis deputados eleitos. Deputado Dado Cherem, deputado Nilson Gonçalves, deputado Gilmar Knaesel, deputado Dóia, deputado Serafim Venzon e deputado Marcos Vieira. Nenhum desses se desfiliou do partido. Quem perdeu bancada foi o PP, que perdeu um deputado estadual. E quem perdeu bancada federal foi o PT, que foi o deputado Jorge Boeira. [E a saída do Eskudlark, mesmo sendo suplente…] O deputado Maurício Eskudlark estava em exercício do mandato em razão do chamamento de alguns titulares pra ser secretário de Estado. É uma pessoa guerreira, trabalhadora. Nós lhe pedimos muito pra que não saísse do PSDB, que continuasse nesse processo de solidificação do PSDB em Santa Catarina. Não tenho a menor dúvida disso. Mas infelizmente ele optou por sair do PSDB. Mas o PSDB está se recompondo nas áreas onde ele atuava. E a foz do rio Itajaí era uma dessas áreas onde ele atuava muito. Nós estamos nos recompondo. E também no Extremo-Oeste de Santa Catarina nós estamos nos recompondo, ocupando o espaço com outros peessedebistas. DIARINHO - O senhor está no PSDB desde 1995. Já pensou em deixar o partido? RAIO-X Marcos – Nunca! Muito pelo contrário. Se eu levei seis anos pra me decidir pela filiação do PSDB... Se eu for pensar em sair do partido, com certeza, o tempo vai ser tão longo que eu vou morrer antes. DIARINHO - O senhor achava que venceria a disputa pelo comando do PSDB de Santa Catarina este ano? Como ficou a relação com Pavan depois que o senhor se candidatou ao posto dele, que parecia indiscutível? Marcos – Eu sei separar as coisas. Sou amigo pessoal do ex-governador Leonel Pavan. Podemos nos sentar em qualquer lugar pra conversar sobre qualquer assunto. E aí a afinidade é 100% boa – ou num jantar, ou num almoço, ou num entretenimento, enfim... Ou tratar problemas do estado, ou dos municípios. Agora, isso é público e notório: o que eu não concordo é a forma como ele administra o partido. Aí é que tá a minha discordância. Por isso que me lancei candidato. E se eu concordasse com a forma como ele administra o partido, eu teria aberto mão da disputa em favor dele. DIARINHO - Como foi a discussão que tirou o Leonel Pavan do sério a ponto de ele quebrar os dedos esmurrando a mesa? Marcos – Foi um ato que... [e um sorrisinho tímido]. Aquele tal negócio, a gente usa a expressão “mau jeito”. Bateu de mau jeito na mesa. O ex-governador Leonel Pavan tem um jeito próprio, o de sempre falar alto, de gesticular. É um jeito dele e eu respeito, porque eu tenho o meu jeito também. E eu faço a defesa dos meus pontos de vista, foi isso. O Pavan, infelizmen- Nome: Marcos Luiz Vieira Naturalidade: Florianópolis/SC Idade: 58 anos Estado civil: casado Filhos: duas filhas Formação: advogado Trajetória profissional: foi servidor concursado do instituto de Previdência do estado (Ipesc). Dirigiu empresas públicas e privadas. Entre 1997 e 1998 foi chefe de gabinete da presidência da Assembleia Legislativa. Em janeiro de 2003 assumiu a secretaria estadual da Administração. Foi secretário geral do PSDB por dois mandatos; em 2010 foi presidente do diretório municipal do partido em Florianópolis. Cumpre o segundo mandato de deputado estadual, sendo, no primeiro mandato, presidente da comissão de Finanças e Tributação, vicepresidente da comissão de Constituição de Justiça (CCJ) e membro da de Turismo e Meio Ambiente. Atualmente, ocupa a presidência da comissão de Segurança Pública da Assembleia. [email protected] te, não concordou com meu ponto de vista, se exaltou um pouco e, de mau jeito, bateu na mesa e aí teve aquele pequeno probleminha no dedo da mão. [O senhor lembra qual era o motivo da discussão?] Lembro, lembro. E não tenho segredo disso. Eu estava pedindo a ele que distribuísse os critérios de formação do diretório aos presentes e aos demais deputados que não estiveram presentes, para que pudéssemos discutir numa reunião seguinte. Por tratarse de um ato importante, relevante para os destinos do PSDB. E não houve a concordância dele. [Num outro momento o senhor criticou a propaganda do partido...] Esse foi um outro episódio que, aliás, depois se concretizou a minha reclamação. A eleição é uma eleição municipal. Nós temos muitas administrações exitosas em Santa Catarina, do PSDB. Se é uma eleição municipal e se a propaganda eleitoral é gratuita e permitida neste ano, por que não colocarmos na televisão as administrações exitosas do PSDB? Por quê? Porque o ex-governador Leonel Pavan reiteradas vezes disse que não será candidato a prefeito no ano que vem. Então, se não será candidato a prefeito no ano que vem, nada melhor do que nós botarmos quem vai pra reeleição ou quem vai ser candidato. Num primeiro momento ele apareceu sozinho com o senador Paulo Bauer na televisão. Depois apareceram al- guns tucanos que gravaram para a população ver o que estão fazendo. No primeiro momento eu reclamei, depois acatou-se a minha reclamação, vamos dizer assim. DIARINHO - Quais seus planos políticos? Ser presidente do PSDB de Santa Catarina ainda é uma pretensão? Marcos – O meu projeto prioritário, o pra agora, é o de exercer o mandato na sua plenitude. Meu segundo mandato. Eu tenho percorrido Santa Catarina, graças a Deus eu já conheço 280 municípios de Santa Catarina. Só este ano nós já visitamos, pelo menos uma única vez, 160 municípios, alguns 10, 15, 20 vezes. Por exemplo, Dionísio Cerqueira, no Extremo-Noroeste do estado de Santa Catarina, já fomos 10 vezes. Nós estamos percorrendo o estado, conhecendo os problemas, conversando com lideranças empresariais, lideranças sindicais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores... O intuito é conhecer a realidade de Santa Catarina. Infelizmente, e eu vou repetir, infelizmente, nós temos uma pirâmide muito perversa no Brasil. A pirâmide perversa a que me refiro é a que na base dela nós temos a maioria dos municípios brasileiros sem nenhum recurso, ou quase nada. No meio desta pirâmide nós temos os poderes executivos estaduais com algum recurso. Recursos estes que são disponibilizados para si próprios, os estados, e ainda podem ser disponibilizados pra alguns municí- Isso é público e notório: o que eu não concordo é a forma como ele [Leonel Pavan] administra o partido Entrevistão 15 pios. Mas no topo desta pirâmide nós temos o governo federal, que fica com mais de 63% de tudo que se arrecada no país. E aí eu pergunto pra você, será que a presidente Dilma Rousseff (PT) – e aí eu digo qualquer presidente, não é só ela – sabe onde é que fica a cidade de Flor do Sertão? Vocês não sabem! [Afirma aos jornalistas, que concordam. Pesquisando depois do Entrevistão, descobrimos que é uma cidadezinha do Oeste catarinense, com pouco mais de 1,5 mil habitantes] Se vocês que são catarinenses não sabem, ela mesmo que não vai saber. Se ela não sabe onde fica Flor do Sertão, será que ela sabe se na rua central daquela cidade tem algum buraco? Menos ainda! Será que naquela cidade a escola tá precisando da construção de uma sala de aula? Muito menos ainda! E isso é importante. Voltando na questão partidária, o PSDB está firme. Isso porque os outros quatro partidos maiores tiveram um decréscimo de votação nas últimas eleições. E o PSDB é o único partido desses grandes que aumentou em votação e em quantidade de eleitos em todas as votações que disputou em Santa Catarina. Dois dados importantes: o primeiro prefeito nós elegemos em 1992, na cidade de Saudades; em 1996 nós elegemos oito prefeitos; em 2000 elegemos 19; em 2004, 27 prefeitos; e em 2008 nós elegemos 36 prefeitos. O primeiro deputado estadual eleito pelo PSDB foi em 2004 e hoje nós temos seis deputados estaduais. Então, o PSDB é o único partido que vem crescendo em Santa Catarina. Todos os outros já abaixaram a votação. É fácil constatar: só pegar a votação desses partidos em 1998 e ver agora, em 2010, que daí vão ver que há um decréscimo. [Aproveitando que o senhor falou da importância do governo conhecer os problemas das cidades menores. O senhor acha que as secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs) continuam funcionando como, ao menos aparentemente, funcionavam durante o governo Luiz Henrique da Silveira (PMDB)? Porque a impressão que deu é que não estavam dando a mínima pras SDRs, até pela questão da demora em anunciar a composição das equipes. Hoje está sendo dada a mesma atenção pras SDRs que antes? Elas estão sendo efetivas?] O cobertor ficou um pouquinho mais curto. O governador Luiz Henrique da Silveira, quando ele entrou no governo, o cobertor dele era muito curto. Então, os secretários de Estado foram sugerindo como captar recurso pra dentro do governo. E isso foi feito. E o cobertor nos anos seguintes ficou menos curto. Com a relação às secretarias de Desenvolvimento Regional, o fluxo de recursos pras secretarias era realmente maior. O governador Raimundo Colombo entrou no governo. Pegou também um cobertor curto. Porque aqueles programas de captação de recursos que o Luiz Henrique tinha, ele fez e investiu o dinheiro no estado, ok... O governador Raimundo Colombo também botou os seus secretários a pensarem em como captar recur-