POSTERS INFLAMAÇÃO OCULAR, GLAUCOMA E SUP. OCULAR EXTERNA POSTER 08.30 | 11.00 SALA NEPTUNO Presidente:João Lisboa Moderadores:Conceição Ornelas, Pinto Ferreira 09:05 PO8 - COROIDITE SERPIGINOSA ASSOCIADA A INFECÇÃO POR MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS – UM CASO CLÍNICO. Marta Guedes, Maria Picoto, Ana Almeida, Sara Patrício, Fernanda Vaz, António Rodrigues (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental- Hospital de Egas Moniz) Introdução: A coroidite serpiginosa é uma doença rara, crónica e progressiva com envolvimento primário da coróide e coriocapilar e caracterizada pela presença de placas brancas-acinzentadas ao nível do EPR com uma extensão centrífuga a partir da região peri-papilar. Anteriormente tratada apenas com imunossupressão, esta patologia foi recentemente associada a infecção sistémica concomitante por Mycobacterium tuberculosis pelo que se recomenda terapêutica anti-bacilar em doentes com evidência de infecção latente por este microrganismo. Objectivo: Descrever um caso clínico de coroidite serpiginosa associada a infecção por Mycobacterium tuberculosis. Material e Métodos: Doente do sexo masculino e 58 anos de idade que recorreu à urgência de oftalmologia por diminuição da acuidade visual (AV) OE. Apresentava, ao exame oftalmológico, uma AV de 10/10 OD e 1/10 OE. Não apresentava alterações significativas à biomicroscopia. A fundoscopia OE era compatível com uveíte posterior com vitrite e lesões de coriorretinite caracterizadas pela presença de placas brancas-acinzentadas, com limites mal-definidos, distribuídas ao longo de todo o pólo posterior e região peri-papilar nasal. O estudo laboratorial não revelou alterações significativas e foi realizado teste de Mantoux. Às 48h após a injecção, o doente apresentava uma induração >30mm com prova de tuberculina claramente positiva pelo que foi iniciada terapêutica anti-bacilar tripla com rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Resultados: Cerca de 15 dias após o início da terapêutica, o doente apresentava uma AV OE de 6/10 com regressão parcial das lesões focais de coriorretinite. Aos 30 dias, a AV OE era de 8/10 apresentando apenas alterações pigmentares da região macular à fundoscopia. Conclusão: Na presença de coriorretinite compatível com coroidite serpiginosa, devem ser realizados testes para despiste de infecção latente por Mycobacterium tuberculosis como a prova cutânea da tuberculina e/ou os interferon gamma release assays (IGRA) já que a terapêutica antibacilar, isoladamente ou em associação a corticoterapia sistémica, pode melhorar substancialmente a função visual e curso clínico desta uveíte posterior.