• Termo mudança climática: Introdução • Efeito estufa: causado por GEE. – Efeito estufa natural:necessário para a vida. – Problema: intensificação do efeito estufa a partir da revolução industrial • Conseqüências do aquecimento global – Elevação do nível dos oceanos – Derretimento de geleiras e calotas polares – Mudanças nos regimes de chuva e ventos – Desertificação e diminuição da água potável – Perda de áreas agriculturáveis – Aumento da incidência de algumas doenças – Aumento do risco de incêndios Cap.9 – Área de conhecimento interdisciplinar – Economia: • Instrumentos econômicos e seus custos. • custos econômicos das mudanças climáticas • Gases do Efeito Estufa (GEE): – Vapor d`água, Ozônio, Dióxido de Carbono, Metano, Oxido Nitroso, Clorofluorcarbonos, Hidrofluorcarbonos, Perfluorcarbonos • Fontes de GEE – Dióxido de Carbono: combustíveis fosseis, indústrias, desmatamento – Metano (CH4): agropecuária, desmatamento, lixo e esgoto, vazamentos de petróleo gás natural e carvão mineral May, Lustosa, Vinha: 2003 1 Processos Econômicos e o Aquecimento Global • Revolução industrial: resultou no aumento da emissão dos GEE. – Aumento do uso de combustíveis fósseis – Crescimento das atividades industriais – Mudanças no uso do solo • Apesar da incerteza quanto a origem do aquecimento global: pesquisas científicas evidenciam o papel crucial das atividades humanas no aumento das emissões atmosféricas de GEE. • Paises desenvolvidos: em virtude de seu pioneirismo, foram responsáveis pela maior parte das emissões. Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 2 A Economia Política da Mudança Climática: incertezas e o Princípio da Precaução. • 1988: Conferencia mundial sobre mudanças atmosféricas defende uma convenção internacional sobre mudanças climáticas. Criação do IPCC para fornecer informações sobre o aquecimento global: – 1o relatório (1990): Aquecimento global ameaça humanidade, impondo a necessidade de um tratado internacional sobre o problema. – 2o relatório (1995): Emissões humanas de GEE são causa das mudanças climáticas – 3o relatório (2001): Atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento global. – 4o relatório (2007): Reafirma importância das atividades humanas no aquecimento. • Princípio da precaução (um dos princípios da convenção a ONU): – Adiamento das respostas intensifica a catástrofe potencial. – Incerteza cientifica e otimismo tecnológicos não devem servir de desculpas. Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 3 Convenção da ONU Sobre a Mudança do Clima • Texto aprovado em NY Rio 92: 150 paises firmam convenção. • Princípios da convenção – – – – Principio da precaução Necessidades especificas dos paises em desenvolvimento Direito das partes ao desenvolvimento sustentável Equidade e responsabilidade comum: cada pais deve contribuir conforme sua responsabilidade comum mas diferenciada, e respectiva capacidade • Convenção reconhece que maior parte das emissões históricas e atuais de GEE é dos paises desenvolvidos, e que emissões de GEE nos paises em desenvolvimento ainda irá crescer. Divide os paises em 2 grupos conforme sua responsabilidade no aquecimento global. – Anexo I: 63% emissões, 25% população mundial – Não-anexo I: 37% emissões, 75% população mundial. Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 4 O Protocolo de Quioto • Convenção: partes listadas no anexo I devem fazer seus níveis de emissão retornar ao patamar de 1990 em 2000. • No entanto, observou-se aumento das emissões nos paises do anexo I. terceira conferencia das partes (COP3 – Quito): negociado protocolo de Quioto para assegurar cumprimento das metas de abatimento Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 5 Metas Diferenciadas e Mecanismos de Flexibilidade • Protocolo: anexo A define 6 GEE e respectivas metas de abatimento. • Compromissos de limitação e redução de emissão de GEE – Para paises do anexo I da Rio 92. – Variam de redução de 8% a aumento de 10% ante nível de 1990. – Prazo para atingir meta: 2008 a 2012. • Mecanismos de flexibilidade – Permitem que pais contabilize redução de GEE através da aquisição direta ou investimento em outros paises – Segue o principio da eficiência: CMg abatimento diferente. • Mecanismos de flexibilidade – Entre paises anexo I: Comercio das emissões de GEE, implementação conjunta. – Entre paises anexo I e não-anexo I: Mecanismos de desenvolvimento limpo. Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 6 Origens do MDL: implementação conjunta e o fundo de desenvolvimento limpo. • Proposta brasileira: fundo de desenvolvimento limpo – Meta de emissão baseada na contribuição histórica de emissão de GEE – Segue principio poluidor-pagador: multas para paises que não cumprirem metas de abatimento. • Proposta final: mecanismo de desenvolvimento limpo – Fundo transforma-se em mecanismo, multas transformam-se em certificados que ajudam paises do anexo I a cumprirem suas metas. – Paises anexo I podem implementar projetos de redução de emissões nos paises não anexo I, obtendo reduções certificadas de emissões (CERs). – Critérios para elegibilidade dos projetos: • Mitigação dos GEE deve trazer benefícios mensuráveis • Principio da Adicionalidade: reduções devem ser adicionais aquelas que ocorreriam mesmo sem atividade certificada pelo projeto. Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 7 As duas vertentes da experiência brasileira com o protocolo de Quioto • Mitigação dos efeitos da emissão de GEE: – Redução da emissão – Remoção dos gases Oportunidades para atividades que: – produzem gases – removem gases da atmosfera Duas vertentes: – Energética: eficiência energética, troca entre combustíveis fosseis, energia renováveis – Florestal: Seqüestro de carbono, aumento do volume de florestas... Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 8 A vertente florestal • Brasil: Alto potencial de MDL no setor florestal • Dúvidas do MDL no setor florestal: seqüestro de carbono • MDL: não aceita projetos para evitar desmatamento, só aceita – Adicionalidade projetos de reflorestamento. – Vazamento por deslocamento das atividades emissoras para outra área Requisitos básicos dos projetos – Comprovação da adicionalidade – Concordância com política nacional para o desenvolvimento sustentável. • florestal: permanência do – Atividades incluídas – Medição do seqüestro de carbono • • Controvérsia na questão MDL no Brasil passivo nos paises desenvolvidos deu origem a um mercado incipiente para créditos de carbono. • Brasil: 3 projetos em andamento, – Insuficiente para redirecionar rumo da política florestal nacional – Pode melhorar viabilidade financeira de investimentos florestais Cap.9 • interesse de segmentos com alto totalizando investimentos de US$ 18,4 milhões. May, Lustosa, Vinha: 2003 9 Reflorestamento para seqüestro de carbono no noroeste do mato grosso. • Executor: Office National de Forêts • Investidor: PSA Peugeotcitroen • Participação de instituições nacionais: Instituto pró-natura, consultorias privadas, UFMT. • Região: Noroeste do MT • Área: 5.000 há • Seqüestro de carbono: 2 milhões de toneladas • Créditos de carbono: não • Valor do investimento: US$ 12 milhões • Duração do projeto: 40 anos. Cap.9 • Ações: reflorestamento em pastagens e capoeiras – 1999: inicio da 1a etapa do projeto (2.500 ha) na fazenda de propriedade da ONF – Realização de plantios agroflorestais em 22 pequenos proprietários. • Principais objetivos – Absorção de carbono por reflorestamento – integração sócio-econômica dentro da região. – Promover o conhecimento e manejo de dos ecossistemas florestais: teste de espécies nativas, estudos de fluxo de carbono e acumulo de biomassa May, Lustosa, Vinha: 2003 10 Ação Contra o Aquecimento Global • Executor: Sociedade de proteção a vida silvestre • Investidor: Central & Southwest Co. • Região: litoral do Paraná • Área do projeto: 7.000 há • Seqüestro de carbono: 1 milhão de toneladas • Créditos de carbono: sim • Valor do Investimento: US$ 5,4 milhões • Duração do projeto: 40 anos Cap.9 • Ações: – Recuperação florestal de 7000ha – Proteção de florestas naturais – Promoção de alternativas de renda para o desenvolvimento econômico sustentável nas comunidades vizinhas – Controle de vazamentos – Monitoramento dos ganhos de carbono durante 40 anos do projeto. • Objetivos – Obtenção de créditos de carbono através do reflorestamento (500 mil toneladas em 40 anos) – Proteção de florestas naturais – Conservação da biodiversidade. – Criação de um fundo permanente para garantir manutenção do projeto após 40 anos. – Adicionalidade: substituir a criação de búfalos extensiva pela criação em confinamento. May, Lustosa, Vinha: 2003 11 Seqüestro de Carbono da Ilha de Bananal e seu Entorno • Executor: ONG Ecológica • Investidor: AES Barry Fundation • Colaboração: Governo de Tocantins, IBAMA • Região: Ilha do Bananal • Área do Projeto: 1.700.000 ha • Seqüestro de Carbono: 25 milhões de toneladas • Créditos de Carbono: Não • Valor do Investimento: 600 mil libras em 4 anos • Duração do projeto: 25 anos Cap.9 • Ações desenvolvidas: – Preservação, Regeneração, Agrossilvicultura – Pesquisa ambiental: • Processos de certificação de créditos de carbono • Levantamento dos recursos naturais • Desenvolvimento de alternativas de utilização de recursos naturais – Educação ambiental, criação de alternativas de renda, participação da comunidade • Objetivo: contribuir para redução dos efeitos locais e globais das mudanças climáticas May, Lustosa, Vinha: 2003 12 A Vertente Energética • Espaço para ampliação das fontes renováveis na matriz energética brasileira – Substituição de diesel e óleo combustível por biomassa para geração elétrica em áreas isoladas – Co-geração, especialmente geração elétrica com bagaço da cana. – Substituir combustíveis fósseis por Álcool e biodiesel – Reciclagem e Geração elétrica com gás de lixo – Racionalização do uso da energia nas construções e no transporte – Eficiência energética na industria, administração publica, serviços e residências. – Geração elétrica por energia eólica, solar e hidráulica. Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 13 Conclusões • Brasil: Potencial e vantagem comparativa para projetos de mitigação de GEE com baixo custo nas vertentes florestal e energética • Metas do protocolo de Quioto – Contribuem pouco para a redução da emissão global de GEE – Dificuldade para cumprir estas metas 3 mecanismos de flexibilidade – Aumenta custo relativo dos combustíveis fósseis • Estimula energias renováveis e atividades de seqüestro de carbono • Oposição da industria de petróleo reduziu o ritmo das negociações • Recusa dos EUA de participar do protocolo de Quioto em 2001 – Retrocesso em caminho humanidade terá de percorrer – Retarda dinamismo de projetos de seqüestro de carbono Cap.9 May, Lustosa, Vinha: 2003 14