RONALDO FERNANDO DE OLIVEIRA EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU INESPECÍFICA EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA: UM ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2012 RONALDO FERNANDO DE OLIVEIRA EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU INESPECÍFICA EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA: UM ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO Dissertação apresentada para a obtenção do Título de Mestre em Fisioterapia, na Universidade Cidade de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa e co-orientação do Prof. Dr. Richard Eloin Liebano. UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2012 ii Banca Examinadora: Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa Universidade Cidade de São Paulo _________________________________________ Profa. Dra. Sandra Maria Sbeghen Ferreira de Freitas Universidade Cidade de São Paulo _________________________________________ Prof. Dr. Paulo Roberto Garcia Lucareli Universidade Nove de Julho _____________________________ iii Sumário 1. Agradecimentos................................................................................................ 1 2. Resumo.............................................................................................................. 3 3. Abstract............................................................................................................. 5 4. Contextualização.............................................................................................. 4.1 Objetivo de Pesquisa........................................................................................ 10 5. Métodos............................................................................................................. 11 5.1. Análise Estatística............................................................................................ 7 18 5.2. Cuidados Éticos e Registro do Ensaio Clínico............................................... 19 6. Resultados........................................................................................................ 20 7. Discussão........................................................................................................... 24 8. Referências........................................................................................................ 28 9. Apêndice 1 - Apostila de Avaliação................................................................ 10. Apêndice 2 - Artigo Submetido à Physical Therapy..................................... 41 32 iv 1. Agradecimentos Ao longo do Mestrado passei por muitos obstáculos e tive muitos momentos de dificuldades, mas também muitas alegrias, no entanto, toda essa dificuldade tornou-se algo fácil de superar com muito esforço, perseverança, dedicação e muita fé. Por isso, agradeço a todas as pessoas que me ajudaram nessa longa e árdua caminhada, sem essa ajuda com certeza às coisas seriam muito mais difíceis. Em especial gostaria de agradecer meu tio Alcides e tia Neuza além de toda sua família, por me oferecerem o seu melhor por todo esse tempo em São Paulo, que Deus derrame muitas graças nessa família. Agradeço ao Diretor do Departamento de Saúde Moacyr Sebastião Batista e ao Prefeito da Cidade de Santo Antônio do Aracanguá Luiz Carlos dos Reis Nonato por terem compreendido meus objetivos, solicitado todas as unidades de saúde para o desenvolvimento do meu estudo e por me ajudarem conciliar trabalho e estudos. Agradeço e sou muito grato a minha sogra Isabel Biudes pela disponibilidade, vontade de me ajudar, além de muita atenção sempre que precisei. Agradeço também a uma pessoa muito importante na minha vida e que foi em muitos momentos meu lugar de segurança, teve paciência com minha impaciência, me ofereceu muito amor a todo o momento, e muitas vezes foi minha conselheira, Letícia Biudes eu só tenho uma coisa pra dizer, te amo. Agradeço a todos os professores do programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, por ajudarem a aumentar meu conhecimento em pesquisa e mais que isso, a me lapidar também como pessoa, em especial ao meu co-orientador Dr. Richard Eloin Liebano, que acrescentou muito ao nosso estudo, a minha amiga de trabalho Lívia Letícia Rissato que me ajudou na coleta de dados e a Dra. Lucíola da Cunha Menezes Costa pela grande parceria e 1 ensinamentos. Porém, tenho que agradecer a pessoa que teve a maior influência na minha trajetória do mestrado, o professor, orientador e grande amigo Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa, por ter acreditado no meu potencial desde o primeiro momento, e que além de ser meu grande amigo, soube conciliar distância e qualidade na minha orientação, não medindo esforços para tal. Obrigado Leo, que Deus abençoe você, sua família e sua caminhada maravilhosa e de grande sucesso como pesquisador. E jamais eu poderia deixar de agradecer a toda minha família, especialmente minha avó Idália e seus filhos que me ajudaram a sair do estresse do mestrado com conversas boas e muitos cafés da tarde! Em especial, agradeço muito a minha tia Elisabeth por me ajudar financeiramente em momentos de sufoco. Por fim tenho que agradecer e dedicar essa conquista a mais três pessoas, que foram e sempre serão meu alicerce, minha fortaleza e meu único bem ao longo dessa vida, meus pais Lázaro e Regina e minha irmã Lígia, amo vocês mais que tudo nessa vida, e saibam que em cada momento de dificuldade meu pensamento sempre esteve em nossa família, e isso bastava para continuar firme e forte, já que vocês me deram vários exemplos de como passar pelas dificuldades em busca de um objetivo maior. Sendo assim, meu último agradecimento é pra Deus, que meu deu saúde, força, sabedoria, e muita proteção me livrando de todo mal, senhor muito obrigado por mais essa conquista Amém! 2 2. Resumo Contextualização: Pouco se sabe do efeito imediato de técnicas de terapia manipulativa para o tratamento da dor lombar crônica, assim como se há verdadeira necessidade de que essas técnicas manipulativas devam ser realizadas de forma específica (isto é, no segmento doloroso). Objetivo: Analisar o efeito imediato de técnicas manipulativas realizadas em um nível vertebral específico definido (coluna lombar) durante o exame clínico de acordo com os princípios da osteopatia versus em um nível vertebral inespecífico (vértebras torácicas altas) em pacientes com dor lombar crônica não específica para os desfechos intensidade da dor (mensurado pela escala numérica verbal de dor) e limiar de dor pressórico (mensurado pelo algômetro de pressão). Participantes: Participaram do estudo pacientes que apresentavam dor lombar crônica não específica (com duração superior a 12 semanas) com idade entre 18 e 80 anos, sem contraindicações à técnicas manipulativas e com uma intensidade da dor superior a três pontos na Escala Numérica Verbal de Dor de 11 pontos. Intervenções: Uma única manipulação foi realizada na região torácica alta nos pacientes alocados no grupo “manipulação inespecífica” e nos segmentos lombares álgicos nos pacientes alocados no grupo “manipulação específica”. Randomização: Foi realizada por um programa de computador e a alocação secreta foi obtida através da utilização de envelopes selados e opacos. Cegamento: O avaliador que coletou todos os dados estava cego no que diz respeito à distribuição dos grupos. Não foi possível cegar terapeuta e pacientes. Resultados: Um total de 148 pacientes participaram do estudo (74 pacientes em cada grupo). Não foram detectadas diferenças entre grupos estatisticamente significantes para todos os desfechos avaliados. A diferença entre grupos para o desfecho primário (intensidade da dor) foi de 0,50 pontos (IC 95% -0,10 a 1,10), p=0,10. Reações adversas: Nenhum paciente relatou algum tipo de reação adversa aos tratamentos. 3 Conclusão: Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos nos desfechos analisados. Isso significa que pacientes com dor lombar crônica podem se beneficiar tanto de manipulações no segmento vertebral definido durante o exame clínico, quanto de manipulações em segmentos vertebrais distais ao segmento álgico. Esses resultados só devem ser generalizados levando em consideração os efeitos imediatos das técnicas. Palavras chave: Manipulação osteopática, manipulação da coluna, limiar de dor pressórico. 4 3. Abstract Background: Little is known about the immediate effects of spinal manipulative therapy in the treatment of chronic low back pain and whether these manipulations need to be specifically performed or not (i.e. applied to painful vertebral levels). Objectives: To analyze the immediate effects of a single, specific spinal manipulation defined during the clinical examination versus a single non-specific spinal manipulation (applied on a upper thoracic vertebrae) in patients with chronic non-specific low back pain for the outcomes pain intensity (measured by the Pain Numerical Rating Scale) and pressure pain threshold (measured with a pressure algometer). Participants: This study included patients with chronic non-specific low back pain (with pain duration of at least 12 weeks), without contraindications to spinal manipulative therapy and with a pain intensity of at least three points on the 11-point Pain Numerical Rating Scale. Interventions: A single high-velocity manipulation was administered to the upper thoracic region of the patients allocated to the “non-specific manipulation” group and to the painful lumbar levels of the patients allocated to the “specific manipulation” group. Randomization: The randomization schedule was generated by an independent statistician and was concealed by using consecutive numbered sealed opaque envelopes. Blinding: The assessor who collected all the data was blind to the group allocation. It was not possible to blind the therapist and patients. Results: A total of 148 patients participated in the study (74 in each group). There was no loss of follow up. No between-group differences were observed for all outcomes. The between-group difference for the primary outcome (pain intensity) was 0.50 points (95% CI -0.10 to 1.10; p=0.10). Adverse Reactions: No adverse reactions were observed. Conclusion: We have not detected between-group differences in both pain intensity and pressure pain threshold. This means that patients with chronic low back pain could benefit from 5 single manipulations to the painful spinal regions as well as manipulations to the spinal points distal to the painful regions. These results can only be generalized if taking into account the immediate effects of these techniques. Keywords: spinal manipulative therapy, pressure pain threshold, pain intensity. 6 4. Contextualização A dor lombar é um problema importante de saúde em nível mundial1,2 tanto do ponto de vista de incapacidade e absenteísmo no trabalho, quanto economicamente3. A dor lombar é definida como “uma dor ou desconforto entre as margens costais e as pregas glúteas inferiores com ou sem irradiação para os membros inferiores”4. Uma revisão sistemática sobre a prevalência da dor lombar observou que a prevalência pontual variou entre 12% e 33%, a prevalência nos últimos 12 meses variou entre 22% e 65% e a prevalência em algum momento da vida variou entre 11% e 84%5. Essa alta prevalência justifica o alto custo empregado no tratamento de pacientes que apresentam dor lombar. A mais recente revisão sistemática sobre custos associados à dor lombar indica que os maiores gastos diretos com o tratamento da dor lombar foram com fisioterapia (17%), seguido por medicamentos (13%) e demais cuidados primários de saúde (13%), sendo que estes custos representam apenas uma pequena parcela dos gastos totais com essa condição (isto é, os maiores gastos são indiretos com afastamentos do trabalho e redução da produtividade)3. Para facilitar o diagnóstico e a escolha de um melhor tratamento para pacientes com dor lombar foi proposto uma triagem diagnóstica6, que classifica os pacientes em três grupos distintos: 1) Doenças severas da coluna como, por exemplo, tumores, infecções, fraturas e doenças inflamatórias da coluna lombar (como a espondilite anquilosante, por exemplo); 2) Comprometimento de raiz nervosa, como os prolapsos do disco intervertebral com compressão das estruturas neurais, estenoses de canal lombar, aderências cicatriciais secundárias a cirurgias de coluna, síndrome de cauda equina entre outras; e 3) Dor lombar não específica, que pode ser definida como dor mecânica de origem musculoesquelética, sem causa propriamente definida6,7. Menos de 1% dos pacientes apresentam doenças severas de coluna, cerca de 5% destes apresentam 7 comprometimento de raiz nervosa, e cerca de 95% dos pacientes estão dentro do grupo denominado dor lombar não específica6,7. A dor lombar também pode ser classificada quanto a duração dos sintomas em que os pacientes podem ser classificados como agudos (duração inferior a 6 semanas), subagudos (entre 6 e 12 semanas) e crônicos (duração superior a 12 semanas)4,7 sendo que para uma melhor determinação do prognóstico e possibilidades de tratamento torna-se importante entender essas classificações. Uma revisão sistemática sobre o prognóstico da dor lombar aguda e crônica8, na qual foram incluídos 33 estudos coorte totalizando 11.160 pacientes, concluiu que pacientes com dor lombar aguda ou crônica tendem a melhorar rapidamente logo nas primeiras seis semanas, sendo que a média da dor lombar crônica (numa escala de 0 a 100) foi de 33 pontos (95% IC 29-38) em 6 semanas, 26 pontos (IC 95% 20-33) em 26 semanas e 23 pontos (IC 95% 16-30) em 52 semanas, sendo que após esse período essa velocidade de melhora diminui8. Isso representa que infelizmente os tratamentos para a dor lombar ainda não são totalmente eficazes para a resolução completa dessa condição. Na tentativa de reduzir os grandes impactos associados à dor lombar crônica, um grande número de tratamentos tem sido recomendado pelas Diretrizes Européias para o Tratamento da Dor Lombar4 na qual preconiza-se a utilização de tratamentos baseados nos princípios da terapia cognitivo-comportamental, a prática de exercícios ativos supervisionados e Back Schools4. Além disso, as Diretrizes Europeias não aconselham o afastamento do trabalho, repouso absoluto ou limitar a execução das atividades de vida diária até que a dor desapareça4. Por fim, as Diretrizes Européias recomendam também o uso de medicamentos analgésicos simples9 e a fisioterapia manipulativa4 que é um tipo de tratamento muito utilizado por médicos e fisioterapeutas por todo o mundo. 8 A fisioterapia manipulativa pode ser definida como um conjunto de técnicas que utilizam as mãos como instrumento de trabalho que possuem diversos tipos de abordagem como os conceitos de Maitland10, Mulligan11, Osteopatia12 e Quiropraxia13. Como qualquer outro tratamento, a fisioterapia manipulativa deve ser baseada em evidências quanto a sua segurança e eficácia para os pacientes que as utilizam14. A fisioterapia manipulativa preconiza a necessidade de um exame clínico minucioso e se baseia que o corpo não pode ser tratado de forma segmentar, mas sim como um todo, procurando assim encontrar disfunções existentes em fáscias, ligamentos, raízes nervosas, articulações, sistema ósseo, circulatório e muscular, esses que em disfunção podem causar dor e incapacidade aos pacientes12. Na fisioterapia manipulativa uma avaliação detalhada é utilizada para que se defina qual intervenção deve ser a mais adequada. Uma boa avaliação ajudará a identificar o nível vertebral exato a ser tratado15 já que essa vértebra pode se encontrar em posições não fisiológicas que os terapeutas manuais definem como NSR (Neutral/Side Bending/Rotation), FRS (Flexion/Rotation/Side Bending) e ERS (Extension/Rotation/Side Bending). Essas posições em que a vértebra estaria biomecânicamente posicionada de forma inadequada, podem estar associadas ao quadro álgico que afetaria músculos, fáscias, raízes nervosas e circulação12. Nesse caso torna-se necessário a manipulação de um nível vertebral específico para que o sistema músculoesquelético volte a funcionar de forma adequada12. Por outro lado terapeutas manuais também acreditam que níveis vertebrais que não apresentam algia também poderiam estar relacionados com disfunções em vértebras localizadas distalmente, sendo assim, a fisioterapia manipulativa em algumas situações julga necessária a realização de técnicas manipulativas em outras regiões que embora não apresentem sintomas, poderiam estar relacionadas com o problema em si12. 9 Apesar de ser aceito entre terapeutas manuais que essas técnicas podem ser aplicadas diretamente no nível álgico ou não, e apesar dessa prática ser comum, não há estudos que dão suporte para o uso de técnicas manipulativas em vértebras específicas (localizadas em segmentos previamente definidos no exame clínico) ou não. Sendo assim, foi realizado um estudo para elucidar essa questão utilizando de técnicas de alta velocidade e curta amplitude (manipulação) e utilizando como desfechos não somente a intensidade da dor, mas também mensurando o limiar de dor pressórico. Esses desfechos podem elucidar os princípios pelos quais esses tratamentos poderiam (ou não) ser úteis em pacientes com dor lombar crônica não específica. 4.1. Objetivo da pesquisa Analisar o efeito imediato de técnicas manipulativas realizadas em um nível vertebral lombar específico definido durante o exame clínico de acordo com os princípios da osteopatia versus em um nível vertebral inespecífico (vértebras torácicas altas) em pacientes com dor lombar crônica não específica para os desfechos intensidade da dor e limiar de dor pressórico. 10 5. Métodos Tipo de estudo Estudo controlado aleatorizado de dois braços com avaliador cego. Critérios de inclusão e exclusão: Foram considerados elegíveis para o estudo pacientes que estavam à procura de tratamento para dor lombar crônica não específica (ou seja, com duração superior a 12 semanas)4,6, além daqueles com sintomas de dor lombar crônica que foram recrutadas da comunidade, que tinham idade entre 18 e 80 anos de ambos o gêneros com um nível mínimo de dor de três pontos mensurados pela Escala Numérica Verbal de Dor16 que contém 11 pontos (variando de 0 a 10 pontos). Foram excluídos os pacientes que apresentavam qualquer contraindicação aos tratamentos (estenose de canal medular, fratura vertebral, espondilolistese com espondilólise, câncer, infecções agudas, osteoporose avançada, afecções reumáticas em fase aguda, doenças hemorrágicas, tuberculose ativa e trombose venosa profunda recente)12, além de gestantes e pacientes com comprometimentos de raiz nervosa ou que foram submetidos à cirurgia de coluna. Local de coleta de dados Os dados foram coletados na Unidade Básica de Saúde da cidade de Santo Antônio do Aracanguá-SP, no qual a coleta de dados teve início em setembro de 2011 e terminou em janeiro de 2012. Procedimentos Todos os participantes foram informados sobre os objetivos e procedimentos do estudo e caso concordassem em participar, foram convidados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (apêndice 1). Em seguida foram avaliados por um terapeuta cego no que diz respeito à distribuição dos grupos de tratamento, em que o mesmo coletou os dados demográficos, além da intensidade da dor (mensurada pela 11 Escala Numérica Verbal de Dor)16, o limiar da dor pressórico (mensurado pelo algômetro de pressão) nos níveis lombares L3 e L5 bilateralmente, assim como na porção média do músculo tibial anterior também bilateralmente. Completando a avaliação foi mensurada a percepção do efeito global (mensurada pela Escala de Percepção do Efeito Global)17 e a incapacidade associada à dor lombar (mensurada pelo Questionário Roland Morris de Incapacidade)16,18. Devido à natureza das intervenções, não foi possível cegar a terapeuta e os participantes do estudo. Distribuição aleatória, avaliações físicas e intervenções Após a avaliação inicial, os participantes foram conduzidos à sala de tratamento. Nesse momento a terapeuta fez a anamnese e exame clínico (detalhes da avaliação abaixo), em que a terapeuta determinou qual seria o “nível vertebral ideal” a ser manipulado. Em seguida a mesma abriu um envelope de randomização que continha a informação se o nível vertebral a ser manipulado seria o “de acordo com o exame físico” ou o “em uma vértebra torácica alta”. Os códigos de randomização foram realizados por computador e por um pesquisador não envolvido com as coletas de dados na proporção de 1:1. Esses códigos de randomização foram colocados em envelopes selados e opacos sendo numerados consecutivamente, o que garantiu a alocação secreta dos participantes do estudo19. Avaliação e exame físico A terapeuta que participou do estudo possuía quatro anos de experiência clínica no tratamento de pacientes com dor lombar, além de possuir especialização em Osteopatia Estrutural há dois anos, sendo que a mesma trabalha majoritariamente com técnicas manipulativas no Centro de Saúde da cidade onde foi realizado o estudo. Durante o exame físico foi solicitado ao paciente para identificar o nível vertebral doloroso que foi confirmado pela inspeção da terapeuta. Em seguida solicitou-se ao 12 paciente que realizasse todos os movimentos de tronco (flexão, extensão, latero-flexão e rotação) em que se observou a presença de dor e restrição ao movimento. Foi observado também se o paciente adotava uma postura antálgica, e em seguida foi realizada a palpação dos tecidos ósseo e muscular. Foram palpados os processos espinhosos das vértebras lombares, além dos processos articulares posteriores. Na palpação muscular, permitiu-se notar a presença ou não de espasmos que se apresentavam em forma de pontos dolorosos e reativos a palpação12. O teste de palpação diagnóstica no plano transversal foi utilizado para verificar posicionamento e a movimentação vertebral (esse teste é conhecido como Teste de Mitchell)20,21. Nesse teste a terapeuta fez uma palpação bilateral do nível vertebral avaliado sobre os processos transversos (com as mãos apoiadas sobre a musculatura paravertebral), e observou se havia alguma hipomobilidade com o paciente nas posições de decúbito ventral e extensão lombar com o tronco apoiado nos antebraços (figura 1). Caso a terapeuta tivesse notado mobilidade semelhante em ambos os processos transversos, esse posicionamento vertebral foi classificado como ERS (Extension/Rotation/Side Bending). Após isso, o teste foi repetido na posição de decúbito ventral em flexão de tronco com os joelhos flexionados e sentado sobre os calcanhares e com os membros superiores estendidos ao longo da maca (figura 2). Caso a terapeuta tivesse notado mobilidade semelhante em ambos os processos transversos, esse posicionamento foi classificado como FRS (Flexion/Rotation/Side Bending). 13 Figura 1- Teste de Mitchell para avaliar uma ERS Figura 2- Teste de Mitchell para avaliar uma FRS. Finalmente se após a realização das palpações nas duas posturas não fosse observada a similaridade na mobilidade nos processos transversos o posicionamento foi classificado como NSR (Neutral/Side Bending/Rotation). Com isso ao final do exame a terapeuta determinava qual seria o nível vertebral lombar a ser tratado, e se a vértebra 14 em disfunção encontrava-se em NSR, FRS e ERS12. A confiabilidade dos testes de palpação diagnóstica no plano transversal (como o teste de Mitchell) é considerada moderada (Coeficientes de correlação Kappa variando entre 0,56 e 0,72) para examinadores com alta experiência clínica (superior a 3 anos de experiência)20-22. Intervenções Quando o participante foi alocado para o grupo “manipulação inespecífica”, o mesmo recebeu uma manipulação “global” (que não foi definida pelo exame clínico) na região torácica alta entre os níveis T1 a T5, manipulação essa que foi realizada com o paciente em decúbito dorsal. Quando o participante foi alocado para o grupo “manipulação específica”, o mesmo foi manipulado de acordo com o exame clínico do terapeuta. Em seguida, os participantes foram novamente avaliados para os desfechos intensidade da dor e limiar de dor pressórico, além de questionados sobre possíveis efeitos adversos aos tratamentos. Resultados esperados Nossa hipótese era que o grupo tratado com manipulação de acordo com o exame clínico da terapeuta (específica) teria uma maior redução nos níveis de intensidade da dor e um maior aumento dos limiares pressóricos de dor do que o grupo tratado inespecificamente. Cegamento O avaliador foi cego, no qual o mesmo realizou uma avaliação antes e após a intervenção. Para testar o cegamento do avaliador, o mesmo, após a avaliação dos desfechos clínicos anotou na ficha de avaliação, qual o tipo de manipulação que o avaliador imaginou que os pacientes teriam recebido. 15 Instrumentos de medida e desfechos Para a avaliação dos participantes, foi utilizada uma ficha que continha: data do início dos tratamentos e os critérios de inclusão e exclusão. Foram coletadas informações demográficas dos participantes como idade, massa corpórea, estado civil, escolaridade e dados para contato (Apêndice 1). Além desses foram coletados os dados referentes à incapacidade associada à dor lombar, percepção do efeito global, intensidade da dor e limiar pressórico de dor, sendo que as variáveis intensidade da dor e limiar pressórico de dor foram definidas como desfechos primário e secundário, respectivamente16. A descrição de cada um dos instrumentos de medida encontra-se abaixo. Escala Numérica Verbal de Dor A Escala Numérica Verbal de Dor (Pain Numerical Rating Scale) avaliou a intensidade de dor (desfecho primário do estudo) dos participantes, numa escala de 11 pontos, no qual 0 significa “dor nenhuma” e 10 significa “pior dor possível”16 (Apêndice 1). A intensidade da dor foi mensurada no pré e pós-tratamento. Algômetro de pressão O algômetro é um aparelho que mensura a pressão e/ou força aplicada sobre qualquer parte do corpo. O limiar de dor por pressão (Pressure Pain Threshold, PPT, desfecho secundário do estudo) foi mensurado pelo avaliador cego através da utilização de um algômetro de pressão da marca Kratos®, modelo DDK, antes e após o tratamento (Apêndice 1). O participante permaneceu deitado em uma maca em que se demarcaram dois pontos bilateralmente, sendo o primeiro localizado a cinco centímetros lateralmente ao processo espinhoso de L3, e o segundo a cinco centímetros lateralmente ao processo 16 espinhoso de L523. Foi demarcado também um ponto no terço médio do músculo tibial anterior bilateralmente24. Durante a mensuração do PPT, a sonda circular do algômetro (que continha 1cm2 de área) foi posicionada perpendicularmente à pele em que o avaliador foi treinado para exercer uma pressão a uma velocidade de aproximadamente cinco Newtons/segundo. Os participantes foram solicitados a dizer ‘pare’ quando a sensação de pressão ou desconforto se tornou uma sensação nítida de dor. Três medidas (em Newtons) foram coletadas de cada área com intervalo de 30 segundos entre elas. A média das três medidas foi utilizada para a análise de dados. Quando o participante não relatava dor com uma força equivalente a 100 Newtons, o teste era interrompido e esse valor foi considerado como o PPT24. Em cada participante realizou-se duas demonstrações do procedimento nos músculos extensores do antebraço dominante para assegurar que os mesmos tinham compreendido o teste. Caso houvesse alguma dúvida uma terceira demonstração era realizada. Para a análise dos dados de limiar de dor foram utilizados valores médios para a região lombar e para o músculo tibial anterior. Um estudo preliminar de confiabilidade intra-examinador para a mensuração do limiar de dor pressórico foi realizado pelo avaliador desse estudo nos pontos descritos anteriormente. Foram recrutados 10 pacientes com dor lombar crônica que foram avaliados em duas ocasiões com intervalo de 48 horas entre elas. A confiabilidade foi considerada excelente com um Coeficiente de Correlação Intraclasse (tipo 3,3) de 0,95 (IC 95% 0,82 a 0,99) e 0,92 (IC 95% 0,69 a 0,98) para o tibial anterior e musculatura lombar, respectivamente. Questionário Roland Morris de Incapacidade O questionário Roland Morris de Incapacidade foi traduzido e adaptado para a população brasileira16, e mensura os níveis de incapacidade associados à dor lombar. O 17 mesmo contém 24 itens relacionados a atividades do cotidiano no qual o individuo tinha dificuldade em realizar devido à dor lombar, sendo que quanto maior as alternativas preenchidas, maior era a incapacidade16,25. Esse questionário foi aplicado somente no pré-tratamento para descrever os níveis de incapacidade dos participantes (Apêndice 1). Escala de Percepção do Efeito Global. A Escala de Percepção do Efeito Global17 é uma escala de 11 pontos que varia de menos cinco pontos (muito pior), zero (nenhuma mudança) a cinco pontos (recuperado completamente). Para todas as medidas do efeito global percebido os participantes foram questionados: "comparado com o início desse episódio como você descreveria a sua coluna nos dias de hoje?". Pontuações positivas representam melhor recuperação e pontuações negativas indicam piora dos sintomas17. Essa escala foi aplicada somente no pré-tratamento para descrever os níveis de incapacidade dos participantes (Apêndice 1). Todos os instrumentos de medida foram previamente traduzidos e adaptados transculturalmente para o português e testados para as suas propriedades de medida em pacientes com dor lombar e possuem propriedades de medida aceitáveis e equivalentes às versões originais em inglês16,26. 5.1. Análise estatística O cálculo amostral foi determinado a priori e foi baseado em diversos ensaios clínicos conduzidos anteriormente27-29 para detectar uma diferença de 1,0 ponto para o desfecho intensidade da dor medido pela Escala Numérica Verbal de Dor (com um desvio padrão estimado de 1,84 pontos). Foi considerado para o cálculo amostral um poder estatístico de 80%, um alfa de 5% e uma possível perda amostral de até 15%. Sendo assim, foram necessários 74 pacientes por grupo (148 no total). 18 A normalidade dos dados foi testada através da inspeção visual de histogramas, sendo que todos os desfechos possuíam distribuição normal. A caracterização dos participantes foi realizada através de testes estatísticos descritivos. O cegamento do avaliador foi testado através do teste Qui-quadrado através da comparação dos códigos de randomização com a opinião do avaliador. A diferença entre os grupos e seus respectivos intervalos de confiança foram calculados através de modelos lineares mistos30 utilizando termos de interação de “tempo versus grupo”. Esses termos de interação tempo versus grupo equivalem às diferenças entre grupos (efeito da intervenção). Utilizamos o software SPSS 18 para as análises, e as mesmas foram realizadas seguindo os princípios de intenção de tratamento. 5.2 Cuidados éticos e registro do ensaio clínico Esse estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa na Universidade Cidade de São Paulo-UNICID (PP 13601854 - CAAE 0073.0.186.000-11), e registrado previamente ao início das coletas de dados no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ - Registro número RBR-7cb9yc). 19 6. Resultados O recrutamento e inclusão dos participantes foram realizados entre os meses de setembro de 2011 e janeiro de 2012. As características dos participantes no prétratamento estão descritas na tabela 1. Os participantes foram em sua maioria do gênero feminino, com idade média de 46 anos, possuíam sintomas de dor lombar por um longo período (duração média superior a 100 meses) assim como apresentavam níveis moderados de intensidade da dor e incapacidade. Os valores das variáveis demográficas, assim como os desfechos são similares no pré-tratamento. Foram avaliados 150 pacientes e desses apenas dois foram excluídos por apresentarem níveis muito baixos de intensidade de dor (inferiores a três na Escala Numérica Verbal de Dor) e 100% dos participantes foram reavaliados. O diagrama de fluxo detalhado do processo de recrutamento, exclusão, avaliação e intervenção estão apresentados na figura 3. 20 Tabela 1-Características clínicas e demográficas no pré-tratamento. Variáveis Idade (anos) Altura (metros) Massa Corpórea (quilos) Duração dos Sintomas (meses) Gênero Feminino Masculino Estado Civil Solteiro Casado Divorciado Viúvo Escolaridade Fundamental Incompleto Fundamental Médio Superior Pós Graduado Tabagista Sim Não Incapacidade (RMDQ 0-24) Percepção do efeito global (GPE -5 a +5) Desfechos Intensidade da dor (NRS 0-10) Limiar de dor pressórico (em Newtons) Níveis lombares Tibial anterior Manipulação Inespecífica 45,95 (12,30) 1,64 (0,10) 74,84 (13,93) 103,82 (112,07) Manipulação Específica 46,32 (10,22) 1,63 (0,68) 75,45 (16,42) 112,47 (125,55) 50 (67,6) 24 (32,4) 59 (79,7) 15 (20,3) 10 (13,5) 54 (73) 4 (5,4) 6 (8,1) 6 (8,1) 56 (75,7) 9 (12,2) 3 (4,1) 1 (1,4) 32 (43,2) 22 (29,7) 18 (24,3) 1 (1,4) 2 (2,7) 36 (48,6) 23 (31,1) 12 (16,2) 1 (1,4) 12 (16,2) 62 (83,8) 9,36 (5,68) 0,74 (2,77) 10 (13,5) 64 (86,5) 11,26 (5,69) -0,12 (2,91) 5,95 (2,20) 6,07 (2,12) 48,90 (23,99) 61,11 (19,55) 49,63 (19,46) 60,21 (22,36) Variáveis categóricas estão expressas em número e percentuais (%), variáveis contínuas estão expressas em média e desvio-padrão (DP), RMDQ (Questionário de incapacidade de Roland Morris); GPE (Escala de percepção do efeito global); NRS (Escala numérica verbal de dor). 21 Figura 3- Diagrama de fluxo do estudo. 22 Ambos os grupos apresentaram melhora para os desfechos intensidade da dor, porém, não foram detectadas diferenças entre grupos estatisticamente significantes para esse desfecho (tabela 2). Similarmente, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos para o limiar de dor pressórico. Não foram observados efeitos adversos em nenhum dos participantes do estudo. Tabela 2- Valores obtidos na avaliação após o tratamento de manipulação específica e inespecífica dos pacientes com dor lombar crônica Médias (DP) não ajustadas Desfechos Manipulação Específica Manipulação Inespecífica 6,07 (2,12) 4,16 (2,34) Limiar de dor lombar Pré tratamento Pós tratamento Limiar de dor tibial anterior Pré tratamento Pós tratamento Intensidade da dor Pré tratamento Pós tratamento Manipulação específica versus Manipulação inespecífica Diferença entre as médias ajustadas (IC 95%) p 5,95 (2,20) 4,54 (2,25) 0,50 (-0,10 a 1,10) 0,10 48,90 (23,99) 51,49 (20,23) 49,63 (19,46) 52,55 (24,77) -1,78 (-6,40 a 2,82) 0,44 61,11 (19,55) 63,34 (19,94) 60,21 (22,36) 61,25 (22,10) 1,19 (-2,60 a 4,98) 0,53 A linha sombreada em cinza se refere ao desfecho primário, as demais linhas se referem aos desfechos secundários. Valores positivos indicam melhora em favor da manipulação específica e valores negativos indicam melhora em favor da manipulação inespecífica. O cegamento do avaliador foi confirmado uma vez que o mesmo só acertou o local manipulado em 48,1% das vezes (p=0,92). 23 7. Discussão Esse estudo analisou o efeito imediato de técnicas manipulativas realizadas em um nível vertebral específico, definido durante o exame clínico, de acordo com os princípios da osteopatia versus em um nível vertebral inespecífico (vértebras torácicas altas) em pacientes com dor lombar crônica não específica, para os desfechos intensidade da dor e limiar de dor pressórico. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para os dois desfechos analisados. Há evidência de alta qualidade metodológica que dá suporte ao uso de técnicas manipulativas no tratamento da dor lombar crônica, sendo que são amplamente recomendadas pelas diretrizes de prática clínica para o tratamento da dor lombar4,31, assim como para várias outras disfunções musculoesqueléticas32. Nosso estudo converge com os resultados positivos de uma revisão sistemática em relação à terapia manipulativa no tratamento da dor lombar33, no entanto, esse efeito não é superior a outros tipos de tratamento, como por exemplo, os tratamentos baseados em exercícios34,35. Os resultados do nosso estudo questionam também a necessidade de uma avaliação e tratamento minuciosos que são largamente preconizados pelos principais autores em terapia manual12, já que uma manipulação inespecífica foi tão eficaz quanto uma manipulação específica. A melhora dos níveis de dor obervados em todos os pacientes que receberam a manipulação específica pode ser explicada através do ajuste vertebral (correção do posicionamento articular) que aconteceu durante a realização da técnica, uma vez que esses ajustes podem ativar as fibras aferentes de grande diâmetro (Aβ), que por sua vez ativariam circuitos locais inibitórios no corno posterior da medula espinal, inibindo os estímulos dolorosos aferentes (teoria das comportas)36,37. As técnicas de mobilização e manipulação articular promovem redução da atividade do fuso muscular, levando à 24 redução da excitabilidade dos motoneurônios e reduzindo o espasmo da musculatura paravertebral38-41. A redução do espasmo diminui a isquemia tecidual e dessa forma reduz a sensibilização dos nociceptores e diminui a aferência dos estimulos nociceptivos ao nível do corno posterior da medula espinal42. A manipulação promove a ativação de receptores de serotonina e noradrenalina ao nível do sistema nervoso central (SNC), promovendo a facilitação de vias neuronais inibitórias descendentes a partir do bulbo ventral rostral e do tegmento dorsolateral da ponte39,42. A terapia manual não ativa receptores de GABA ou de opióides no SNC para produzir analgesia41. Finalmente a melhora dos sintomas álgicos observados nos dois grupos também pode ter acontecido por efeito placebo e/ou regressão para a média, o que é esperado em qualquer estudo que envolve efeitos de intervenção. A única forma de controlar para esses fatores de confusão seria através da inclusão de um grupo “manipulação placebo”, que é um tópico controverso na literatura43, uma vez que líderes em pesquisa em dor lombar não souberam estabelecer qual seria o placebo ideal para a manipulação vertebral. No entanto, uma recente revisão sistemática aponta evidências que manipulação vertebral é somente explicada por efeitos placebo44. Apesar de não haver evidências preliminares sobre o efeito da manipulação em segmentos torácicos para pacientes com dor lombar, há evidências que dão suporte ao uso dessa técnica para o tratamento de outras articulações45, como por exemplo, o efeito da manipulação da coluna torácica alta em disfunções na coluna cervical46. Esse estudo avaliou o efeito da manipulação na coluna torácica alta na amplitude de movimento da coluna cervical e na redução da intensidade de dor em pacientes que foram manipulados no segmento torácico, e observou uma melhora estatisticamente significante para ambos os desfechos46. Outro estudo avaliou os efeitos de uma manipulação torácica para o tratamento de disfunções no ombro e demonstrou que em curto prazo a manipulação 25 torácica foi eficaz no tratamento dessas disfunções para os desfechos dor e incapacidade47. Na prática clínica, os resultados desse estudo podem contribuir para uma diminuição no tempo de avaliação e proporcionam aos terapeutas manuais uma opção adicional de tratamento para pacientes com hiperalgia na região da coluna lombar. Esses pacientes poderiam receber como primeira opção uma manipulação em níveis distais ao segmento doloroso, uma vez que foi observado que uma manipulação torácica tem um mesmo efeito no alívio imediato da dor. Além disso, essa possibilidade de tratamento proporcionaria um maior conforto ao paciente quando comparado a uma manipulação realizada no segmento vertebral doloroso12. Pontos fortes e limitações do estudo Todos os cuidados possíveis foram tomados para que esse estudo tivesse o menor risco de viés possível, dentre esses cuidados podemos citar os procedimentos de randomização adequada, alocação secreta, cegamento do avaliador, similaridade ao ponto de partida, análise por intenção de tratamento, entre outros. Esses cuidados foram tomados utilizando um contingente amostral suficiente para que nossas conclusões sejam interpretáveis e válidas. O cegamento do avaliador foi confirmado pelo fato do mesmo não conseguir julgar quais pacientes foram alocados para os grupos de manipulação específica ou inespecífica. Em contrapartida, não foi possível cegar o terapeuta e pacientes devido à natureza das intervenções, o que não elimina o risco de viés, portanto, poderia ser interpretado como uma limitação do estudo. Sugestões para novos estudos Os resultados desse estudo estão restritos aos efeitos imediatos da manipulação (inferior a 24 horas), porém, não se sabe se esses efeitos possuem sustentação ao longo do tempo. Dessa forma esses resultados precisariam ser validados em tratamentos de 26 longa duração. Os efeitos dessas técnicas poderiam ser analisados para saber quais os efeitos que as mesmas teriam em pacientes com dor lombar aguda ou subaguda. Outra possibilidade de novos estudos seria analisar o quanto uma manipulação da coluna torácica influenciaria na mobilidade da coluna lombar, o que poderia elucidar um possível mecanismo de ação para a eficácia dessa técnica inespecífica. Além disso, tornam-se necessários novos estudos que tenham como objetivo testar as propriedades de medida (confiabilidade, sensibilidade/especificidade) dos testes palpatórios utilizados por terapeutas manuais na prática clínica. 27 8. Referências 1. Volinn E. The epidemiology of low back pain in the rest of the world. A review of surveys in low- and middle-income countries. Spine 1997;22:1747-54. 2. van Tulder MW, Koes BW, Bouter LM. A cost-of-illness study of back pain in The Netherlands. Pain 1995;62:233-40. 3. Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of illness studies in the United States and internationally. Spine J 2008;8:8-20. 4. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, et al. Chapter 4. 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Sim Não Critérios de inclusão e de exclusão Critérios de inclusão Todas as questões devem ser respondidas SIM para determinar a entrada do paciente no estudo Sim Não Dor lombar há pelo menos 3 meses Idade entre 18 e 80 anos e dor 3 na Pain Numerical Pain Scale Critérios de exclusão Todas as questões devem ser respondidas NÃO para determinar a entrada do paciente no estudo Sim Não Contra indicações a fisioterapia manipulativa Patologias graves de coluna Contra-indicações para os tratamentos (estenose de canal medular, fratura vertebral, câncer, tumores, infecções agudas, osteoporose avançada, afecções reumáticas em fase aguda, áreas hemorrágicas, tumores, tuberculose ativa, trombose venosa recente). Comentários (Se o sujeito for inelegível, por favor registrar abaixo o motivo): ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________. 33 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO As informações que seguem estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária nesta pesquisa cujo título é “Efeito imediato da terapia manipulativa vertebral específica ou inespecífica em pacientes com dor lombar crônica: um estudo controlado aleatorizado”. Objetivos do estudo: Analisar os efeitos analgésicos da manipulação de um nível vertebral específico nas vértebras lombares comparado com o mesmo tratamento em outro nível vertebral (na região torácica) em pacientes com dor lombar crônica nos quesitos qualidade de vida, limiar e intensidade da dor. Segue abaixo o planejamento da pesquisa: 1ª etapa - decisória para sua participação na pesquisa Preenchimento da ficha de avaliação, que conterá informações como: dados pessoais, história do quadro da dor, características da dor e critérios de elegibilidade que determinarão sua participação ou não nessa pesquisa (apresentar dor lombar há 3 meses ou mais e não apresentar doença grave de coluna. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------2ª etapa – avaliação -Avaliação da dor na coluna - Pain Numerical Rating Scale -Avaliação do quanto essa dor interfere na realização de suas atividades diárias - Roland Morris Disability Questionnaire -Como os sintomas se apresentam no momento - Escala de Percepção do Efeito Global -Limiar da dor - Algômetro ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------3ª etapa: Após a avaliação, o examinador sorteará um número que determinará com qual técnica você será atendido: Manipulação específica ou inespecífica. Ambos os tratamentos serão realizados por um mesmo terapeuta no Centro de Saúde de Santo Antônio do Aracanguá-SP. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------4ª etapa: após o término da manipulação você será avaliado novamente da mesma forma descrita na 2ª etapa. O presente estudo é orientado pelo Profª Leonardo Oliveira Pena Costa e coorientador Richard Eloin Liebano, em que será realizado pelo aluno do curso de mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, Ronaldo Fernando de Oliveira (2249-7753). 34 Os pesquisadores garantem que não há riscos de qualquer natureza para os participantes. Você também tem a garantia de que terá acesso aos pesquisadores responsáveis para esclarecimento de eventuais dúvidas. Se desejar, é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as dos demais participantes, não sendo divulgada a identificação dos mesmos. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Os pesquisadores se comprometem a utilizar os dados coletados somente para esta pesquisa. Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos. Concordo voluntariamente em participar desta pesquisa e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante a mesma, sem penalidades ou prejuízo. Eu, ______________________________________________________________, RG.: _________________________de ______________, do sexo ____________, Nascido em ____________________, residente à __________________________________________________________________ na cidade de ______________, declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo sobre as técnicas e procedimentos e que estarei sendo submetido e sobre os riscos e desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total de sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Sei que minha participação esta isenta de despesas e que tenho direito a tratamento hospitalar (ou outro), se necessário. Assim, concordo em participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer beneficio (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada). Data: ___/___/_____ ___________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante 35 COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA Pesquisador responsável / orientador Eu, Ronaldo Fernando de Oliveira Responsável pela pesquisa “Efeito imediato da terapia manipulativa vertebral específica ou inespecífica em pacientes com dor lombar crônica: um estudo controlado aleatorizado”, declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este estudo. Data:___/___/____ _____________ Assinatura Pesquisador DADOS DO PACIENTE Informações gerais Duração da dor lombar:____________________(Meses) Idade___________ Data de nascimento:___/___/______ Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino Estado civil: Estado civil: solteiro ( ) casado ( ) divorciado( ) viúvo ( ) Peso (em quilos):___________ Altura (em metros):___________ Alfabetizado: ( ) Não ( ) Sim Escolaridade completa: ( ) fundamental ( ) médio ( ) superior ( ) Pós – Graduado ( ) Mestrado ( ) Doutorado. Profissão:_________________. Você utiliza algum medicamento para a dor lombar? Sim Não Qual?_____________ Você teve algum episódio de dor lombar recentemente? Sim Não Você pratica alguma atividade física? Sim Não Se sim, qual___________________ Há quanto tempo__________ Freqüência/Duração____________ Fumante? Sim Não Dados para contato Por favor escreva abaixo seus dados para contato: Telefone residencial: Telefone celular: Telefone comercial: Email:__________________________________________________ 36 Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente – Linha de Base Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dor possível Algômetro: Medida 1 Medida 2 Medida 3 Vértebra L3 Direita Vértebra L3 Esquerda Vértebra L5 Direita Vértebra L5 Esquerda TA Direita TA Esquerda Escala de Percepção do Efeito Global 37 Brasil Roland Morris Instruções: Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldades em fazer algumas coisas que normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado para se descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ler (ou ouvir) estas frases poderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ler (ou ouvir) a lista pense em você hoje. Quando ler ou ouvir uma frase que descreve você hoje, responda sim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase. Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje. 1-Sim Não Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas. 2-Sim Não Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis. 3-Sim Não Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas. 4-Sim Não Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos que geralmente faço em casa. 5-Sim Não Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas. 6-Sim Não Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar freqüentemente. 7-Sim Não Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me levantar de uma cadeira normal. 8-Sim Não Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as coisas por mim. 9-Sim Não Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas. 10-Sim Não Eu somente fico de pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas costas. Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar. 11-Sim Não 12-Sim Não Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas costas. 13-Sim Não As minhas costas doem quase o tempo todo. 14-Sim Não Tenho dificuldade em me virar na cama por causa de minhas costas. 15-Sim Não Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas. 16-Sim Não Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das dores em minhas costas. 17-Sim Não Caminho apenas curta distâncias por causa de minhas dores nas costas. 18-Sim Não Não durmo tão bem por causa de minhas costas. 19-Sim Não Por causa de minhas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas. 20-Sim Não Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas. 21-Sim Não Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas. 22-Sim Não Por causa de minhas dores nas costas, fico mais irritado e mal humorado com as pessoas do que o habitual. 23-Sim Não Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o habitual. 24-Sim Não Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas. Pontuação: _____. 38 Avaliação do Terapeuta PERGUNTAS ESPECÍFICAS Tossir / espirrar / esforço ( ) positivo ( ) negativo Bexiga: ( ) normal ( ) anormal Imagens: ( ) sim ( ) não ___________________________________________________________ Cirurgia recente ou de grande porte: ( ) sim ( ) não Dor durante a noite: ( ) sim ( ) não Outros:_______________________________________________________________ Característica da dor: Inspeção Dinâmica Teste de mobilidade articular (quick scaning): ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Polegares ascendentes: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Teste de Mitchel (NSR/FRS/ERS): ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 39 AVALIAÇÃO APÓS A INTERVENÇÃO Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente – Após o tratamento Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dor possível Algômetro: Medida 1 Medida 2 Medida 3 Vértebra L3 Direita Vértebra L3 Esquerda Vértebra L5 Direita Vértebra L5 Esquerda TA Direita TA Esquerda 40 10. Apêndice 2 - Artigo Submetido à Physical Therapy Immediate Effects of Specific and Non-Specific Spinal Manipulative Therapy in Patients with Chronic Low Back Pain: A Randomized Controlled Trial Ronaldo Fernando de Oliveira1, Richard Eloin Liebano1, Luciola da Cunha Menezes Costa1, Lívia Letícia Rissato2, Leonardo Oliveira Pena Costa1,3* 1 Masters in Physical Therapy, Universidade Cidade de São Paulo, Brazil 2 Private Physical Therapist 3 Musculoskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney, Australia *Corresponding Author: Rua Cesário Galeno 448, São Paulo, Brazil, 03071-000 email: [email protected] Phone +55 11 2178 1564 Trial registration: RBR-7cb9yc http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/RBR-7cb9yc/ 41 Abstract Background: Manual therapists typically advocate the need for a detailed clinical examination in order to decide which vertebral level should be manipulated in patients with low back pain. However, it is unclear if spinal manipulation needs to be specific. Objectives: To analyze the immediate effects of a single, specific spinal manipulation defined during the clinical examination versus a single non-specific spinal manipulation (applied on a upper thoracic vertebrae) in patients with chronic non-specific low back pain for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold. Participants: Patients with chronic non-specific low back pain (with pain duration of at least 12 weeks) Randomization: The randomization schedule was generated by an independent statistician and was concealed by using consecutive numbered sealed opaque envelopes. Interventions: A single high-velocity manipulation was administered to the upper thoracic region of the patients allocated to the “non-specific manipulation” group and to the painful lumbar levels of the patients allocated to the “specific manipulation” group. Blinding: The assessor who collected the data was blinded to the group allocation. It was not possible to blind the therapist and patients. Results: A total of 148 patients participated in the study (74 in each group). There was no loss of follow up. Both groups improved in terms of pain intensity, however no between-group differences were observed. The between-group difference for the primary outcome (pain intensity) was 0.50 points (95% CI -0.10 to 1.10; p=0.10). Adverse Reactions: No adverse reactions were observed. Conclusion: Patients with chronic low back pain could benefit from single manipulations to the painful spinal regions as well as manipulations to the spinal points distal to the painful regions. Keywords: spinal manipulative therapy, pressure pain threshold, pain intensity. 42 Introduction Low back pain is a significant health condition worldwide1,2 due to its impact on work disability, absenteeism and costs3. A systematic review on the prevalence of low back pain identified that the point prevalence of low back pain ranges from 12% to 33%, the prevalence in the last 12 months ranges from 22% to 65%, and the lifetime prevalence ranges from 11% to 84%4. This high prevalence is associated with high treatment costs3. The most recent systematic review on the prognosis of this condition indicates that, although patients with acute low back pain (with a pain duration of at least six weeks) recover rapidly, only a third of patients with chronic low back pain (with a pain duration of at least 12 weeks) recovered in 12 months after the onset of symptoms5. In an attempt to reduce the great impact associated with chronic low back pain, a large number of treatments have been recommended by the European Guidelines for the Management of Chronic Nonspecific Low Back Pain6, such as treatments based on the principles of cognitive behavioral therapy, supervised active exercise, Back Schools6, the use of simple analgesics7, and spinal manipulative therapy6, which are widely used by physicians, chiropractors, osteopaths and physical therapists throughout the world. A detailed clinical examination is used by manual therapists to determine the most adequate intervention8. This examination will help to identify the exact vertebral level to be treated (manipulated)9, given that the vertebrae may be in non-physiological positions that could be possibly associated with pain affecting muscles, fascia, nerve roots, and circulation8. In this case, a specific vertebral level should be manipulated to allow the musculoskeletal system to return to normal function8,10. In contrast, manual therapists also claim that vertebral levels that are not painful could also be related to dysfunctions in distal vertebrae. Therefore, in certain situations, 43 manual therapists believe that it is necessary to manipulate other vertebral levels that, although asymptomatic, could be related to the problem itself8. Despite this common practice, however, there are no studies to support the use of spinal manipulative techniques on specific (located in the painful levels defined from a clinical examination) or non-specific vertebral levels. Thus, the objective of this study was to analyze the immediate effects of a single manipulation at a defined, specific vertebral level of the lower back during a clinical examination versus a non-specific vertebral level (high thoracic vertebrae) in patients with chronic non-specific low back pain for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold. Methods Study Type A two-arm, randomized controlled trial with a blinded assessor. Inclusion and exclusion criteria We considered eligible for the study patients who were seeking treatment for chronic non-specific low back pain (i.e. lasting more than 12 weeks)6,11 and those recruited from the community with symptoms of chronic low back pain who were aged from 18 to 80 years of both genders and with a minimum pain intensity score of three in the 11-point Pain Numerical Rating Scale12 (ranging from 0 to 10 points). The exclusion criteria were: contraindication to the treatment (spinal canal stenosis, spinal fracture, acute rheumatic diseases, hemorrhagic diseases, active tuberculosis, and recent deep vein thrombosis)8, pregnancy, nerve root compromise and previous spinal surgery. Source of Patients The study was conducted at the Physical Therapy department of the city of Santo Antônio do Aracanguá, Brazil, between September 2011 and January 2012. 44 Procedures All participants were informed about the study objectives and procedures and, if they agreed to participate, they were invited to sign an informed consent form. Following that, they were assessed by a therapist who was blinded to the allocation to treatment groups. The therapist also collected demographic data and assessed pain intensity (measured by the Pain Numerical Rating Scale)12; pressure pain threshold (measured with a pressure algometer) at lumbar levels L3 and L5 bilaterally and at the middle of the tibialis anterior muscle also bilaterally; global impression of recovery (measured by the Global Perceived Effect Scale)13; and disability associated with low back pain (measured by the Roland Morris Disability Questionnaire)12,14. Due to the nature of the interventions, it was not possible to blind the therapist and the study participants. Random allocation, physical assessments, and interventions After the initial assessment, the participants were taken to the treatment room and the therapist conducted the anamnesis and the clinical examination (details below) to determine the “ideal vertebral level” to be manipulated. Next, the therapist opened the randomization envelope informing whether the vertebral level should be manipulated “according to the physical examination” or “at an upper thoracic vertebrae”. A researcher not involved in the data collection generated the randomization codes with a 1:1 allocation ratio using Excel for Windows software. The randomization codes were placed in consecutive numbered, sealed opaque envelopes, thus ensuring the concealed allocation of participants15. Assessment and physical examination The therapist who took part in the study had four and a half years of clinical experience in treating low back pain patients and is specialized in manual therapy, 45 working mainly with spinal manipulative therapy techniques at the health centre of the city where the study was conducted. During the physical examination, the therapist asked the patient to identify the painful vertebral level and confirmed this upon inspection and palpation. The therapist then asked the patient to perform all of the trunk movements (flexion, extension, side bending, and rotation) to observe the presence of pain and restricted movement, as well as antalgic posture, followed by palpation of bone and muscle tissues. The therapist palpated the spinous processes of the lumbar vertebrae, the posterior articular processes, and then the muscles to verify the presence of spasms evidenced by tender points8. The diagnostic palpation test in the transverse plane, also known as Mitchell’s Test, was used to verify vertebral positioning and mobility8. In this test, the therapist performed bilateral palpation of the assessed vertebral level over the transverse processes (with hands placed over the paravertebral muscles) to determine whether there was any hypomobility with the patient in prone and lumbar extension with the trunk supported by the forearms (Figure 1). If the therapist noticed similar mobility in both transverse processes, this vertebral positioning was classified as ERS (Extension/Rotation/Side Bending). After that, the palpation test in the transverse plane was repeated with the patient in prone and trunk flexion, bent knees, and sitting over the heels with arms extended over the table (Figure 2). If the therapist noticed similar mobility in both transverse processes, this vertebral positioning was classified as FRS (Flexion/Rotation/Side Bending). Figures 1 and 2 about here If after palpation in both postures the therapist did not find similar mobility in the transverse processes, the positioning was classified as NSR (Neutral/Side 46 Bending/Rotation). Thus, at the end of the examination, the therapist would determine the level to be treated and the classification of the dysfunctional vertebra (NSR, FRS or ERS)8. The reliability of the diagnostic palpation tests in the transverse plane was described in a recent systematic review and is considered as moderate for examiners with large clinical experience (i.e. more than three years)16-18. Interventions If the participant had been allocated to the “non-specific manipulation” group, the participant received a single, “global” high velocity manipulation (not defined by the clinical examination) at the upper thoracic region between T1 and T5 levels in the dorsal decubitus position. If allocated to the “specific manipulation” group¸ the participant was manipulated according to the therapist’s clinical examination. Then, the participants were reassessed for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold by a therapist who was masked with regards to the treatment allocation. The participants were also interviewed regarding any possible adverse effects of the treatment. Expected results Our hypothesis was that the group treated with specific manipulation (according to the therapist’s clinical examination) would have a greater reduction in pain intensity and a greater increase in pressure pain thresholds compared to the group treated with non-specific manipulation. Blinding The assessor was blind to the treatment allocation and performed an assessment before and after the intervention. To test the blinding, the assessor, after the assessment of the clinical outcomes, wrote on the patient’s chart which type of manipulation he thought the patient had received. These codes were later compared to the randomization codes. 47 Measurement instruments and outcomes To assess the participants, a chart was used containing the following: start date of treatment and inclusion and exclusion criteria. The participants provided demographic data such as age, body mass, marital status, educational level, and contact details. They also provided data related to disability associated with low back pain, global impression of recovery, pain intensity, and pressure pain threshold. The variables pain intensity and pressure pain threshold were defined as primary and secondary outcomes, respectively12. The description of each measurement instrument is given below. Pain Numerical Rating Scale The 11-point Pain Numerical Rating Scale assessed the pain intensity (primary outcome), with 0 representing “no pain” and 10 representing the “worst possible pain”12. Pain intensity was measured before and after treatment. Pressure Algometer The algometer is a device that measures pressure and/or applied force on any part of the body. The pressure pain threshold (PPT, secondary outcome) was measured by the blind assessor with the pressure algometer DDK (Kratos®) before and after the treatment. The assessor asked the participant to lie down on the table and marked two points bilaterally: the first was located five centimeters laterally from the L3 spinous process, and the second, five centimeters laterally from the L5 spinous process19. A point was also marked bilaterally on the middle third of the tibialis anterior muscle20. During PPT measurement, the assessor positioned the algometer’s circular probe (1cm2 in area) perpendicularly to the skin and pressed at a rate of approximately 5 Newtons per second (N/sec). The participants were asked to say ‘stop’ when the sensation of pressure or discomfort became a clear sensation of pain. Three measures (in 48 N) were collected for each area at 30-second intervals. The mean of three measures was used for the data analysis. If the participant did not report pain to a force equivalent to 100N, the test was interrupted and this value was considered the PPT20. For each participant, the assessor performed two demonstrations of the procedure on the extensor muscles of the dominant forearm to ensure that they understood the test. If they had any questions, a third demonstration was performed. For the pain threshold data analysis, the mean values for the lumbar region and the tibialis anterior muscle were used. The assessor of the present study performed a preliminary intra-examiner reliability study for the PPT measurement of the points described above. Ten participants with chronic low back pain were recruited and assessed on two occasions with a 48-hour interval. Reliability was considered excellent with an intraclass correlation coefficient (type 3,3) of 0.95 (95% CI 0.82 to 0.99) and 0.92 (95% CI 0.69 to 0.98) for the tibialis anterior and the lumbar muscles, respectively. Roland-Morris Disability Questionnaire The Roland-Morris Disability Questionnaire has been translated and crossculturally adapted to the Brazilian population12, and it measures disability levels associated with low back pain. The questionnaire contains 24 items related to daily activities that the patients may have difficulty performing due to low back pain. The more items checked, the greater the disability21. This questionnaire was only applied in the pre-treatment assessment to describe the participants’ level of disability at baseline. Global Perceived Effect Scale The Global Perceived Effect Scale13 is an 11-point scale that ranges from -5 (vastly worse), zero (no change) to +5 (completely recovered). For all of the measures of perceived global effect, the participants were asked the following question: “Compared to when this episode first started, how would you describe your back these 49 days?” Positive scores represent greater recovery and negative scores represent worsening of the symptoms13. All measurement instruments were previously translated and cross-culturally adapted into Brazilian-Portuguese and tested for their measurement properties in patients with low back pain. Their measurement properties are acceptable and equivalent to the original versions in English12,22. Statistical analysis The sample size was calculated a priori to detect a difference of 1.0 point for the outcome pain intensity measured by the Pain Numerical Rating Scale (with an estimated standard deviation of 1.84 points). A statistical power of 80%, alpha of 5%, and sample loss of follow-up to 15% were considered, therefore 74 patients were needed per group (148 total). Data normality was tested through visual inspection of histograms, and all of the outcomes had normal distribution. Participant description was performed through descriptive statistical tests. Assessor blinding was tested with the chi-square test. The between-group differences and their respective 95% confidence intervals were calculated through mixed linear models using the interaction terms of time versus group. These interaction terms are equivalent to the between-group differences (i.e. the effect of the intervention). We used the software SPSS 18 for the analyses, which were performed on an intent-to-treat basis. Ethics approval and clinical trial registration This study was approved by the Research Ethics Committee of the Universidade Cidade de São Paulo-UNICID (number PP 13601854 - CAAE 0073.0.186.000-11) and registered prior to the beginning of data collection at the Brazilian Clinical Trial Registry (http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ - Registration number RBR-7cb9yc). 50 Results Participant recruitment and inclusion was conducted between September 2011 and January 2012. Participant characteristics at baseline are described in Table 1. The participants were mainly female with a mean age of 46 years, with long-term symptoms of low back pain (mean duration of symptoms of more than 100 months) and moderate levels of pain intensity and disability. The demographic characteristics and the outcomes were similar at baseline. A total of 150 patients were considered for inclusion and only two were excluded due to low levels of pain intensity (lower than three points in the Pain Numerical Rating Scale). All participants were followed up. A detailed flow diagram of the process of recruitment, exclusion, assessment, and intervention is presented in Figure 3. Table 1 about here Figure 3 about here Both groups improved in terms of pain intensity; however no between-group statistically significant differences were detected (Table 2). Similarly, there were no between-group statistically significant differences for pressure pain threshold. No adverse effects were observed in any of the participants. Table 2 about here Assessor blinding was confirmed as the assessor only guessed the correct location of manipulation in 48.1% of the cases (p=0.92). Discussion This study assessed the immediate effects of a single, high velocity manipulation performed at a specific vertebral level defined during the clinical examination versus at a non-specific vertebral level (upper thoracic vertebrae) in patients with chronic non- 51 specific low back pain for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold. No between group differences were observed for both outcomes. There is high methodological quality evidence to support the use of spinal manipulative therapy in the treatment of chronic low back pain. This intervention is also recommended by clinical practice guidelines for the treatment of low back pain6,23 and other musculoskeletal disorders24. Our study corroborates the positive results of a systematic review with regards to spinal manipulative therapy in the treatment of low back pain25, as both groups presented an improvement in pain intensity after treatment. The results of the present study also question the need for the detailed assessment and widely recommended specific and targeted treatments advocated by many authors in the manual therapy field8, given that non-specific manipulation was just as effective as specific manipulation. The improvement in pain levels observed in patients who received specific manipulation can be explained by the vertebral adjustment that might occurred after manipulation. This adjustment can activate the large-diameter (Aβ) afferent fibers, which in turn activate local inhibitory circuits in the posterior horn of the spinal cord, inhibiting the painful afferent stimuli (gate control theory)26,27. Joint mobilization and manipulation techniques promoted a decrease in muscle spindle activity and subsequent reduction in motoneuron excitability and paravertebral muscle spasms28-31. Spasm reduction decreases tissue ischemia, thereby reducing nociceptor sensitization and the afference of nociceptive stimuli at the level of the posterior horn of the spinal cord32. The manipulation usually activates the serotonin and noradrenergic receptors at the level of the central nervous system (CNS), promoting the stimulation of descending inhibitory pathways from the rostral ventromedial medulla and dorsolateral pontine tegmentum29,32. Manipulation does not activate γ-aminobutyric acid (GABA) or opioid 52 receptors of the spinal cord to produce analgesia31. Finally, the improvement in pain symptoms observed in both groups may also be due to the placebo effect and/or regression to the mean. The only way to control for these confounding factors would be to include a “placebo manipulation” group, which is a controversial topic in the literature33, given that the leading low back pain researchers have not been able to establish the ideal placebo for vertebral manipulation. Although there is no preliminary evidence of the effect of manipulation on thoracic regions for patients with low back pain, there is evidence to support the use of this technique for the treatment of other joints10, such as the effect of manipulation of the upper thoracic spine in neck pain34. This study assessed the effect of manipulation of the upper thoracic spine on range of motion of the cervical spine and in the reduction of pain intensity in patients manipulated at the thoracic region and found a significant improvement for both outcomes34. Another study assessed the effect of a thoracic manipulation to treat shoulder dysfunctions and observed that thoracic manipulation was effective in treating these dysfunctions in terms of pain and disability35. In clinical practice, the results of this study could contribute to a reduction in assessment time and provide manual therapists with an additional treatment option for lumbar hyperalgesia. As a first option, these patients could receive manipulation at the distal level of the painful region; given the evidence a thoracic manipulation has a similar effect on immediate pain relief. Additionally, this option provides more comfort compared to a manipulation of the painful vertebral area8. Strengths and limitations of the study All possible care was taken to ensure that the present study had a low risk of bias by including adequate randomization procedures, concealed allocation, blinding of the assessor, similarity at baseline, intent-to-treat analysis, among others. These precautions 53 were taken using a sample size that would make our conclusions interpretable and valid. Blinding of the assessor was confirmed by the fact that the assessor was not able to guess which patients were allocated to the specific and non-specific manipulation groups. In contrast, it was not possible to blind the therapist or the patients due to the nature of the interventions, which does not eliminate the risk of bias. Therefore, this could be interpreted as a limitation of the study. Suggestions for future studies The results of this study are restricted to the immediate effects of manipulation (less than 24 hours), however it is not known whether these effects are maintained over a longer period of time. Therefore, these results would have to be validated for longterm treatment. The effects of these techniques could be analyzed to determine their effect on acute or subacute low back pain. Another possibility for new studies would be to analyze the extent to which a thoracic spine manipulation would influence low back mobility, thus elucidating a possible action mechanism for the efficacy of this nonspecific technique. 54 References 1. Volinn E. The epidemiology of low back pain in the rest of the world. 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Variables Age (years) Hight (meters) Body mass (Kilograms) Duration of symptoms (months) Gender Female Male Marital status Single Married Divorced Widow Education status Elementary degree (incomplete) Elementary degree (complete) High school Graduate Post graduate Smoking status Yes No Disability (RMDQ 0-24) Global impression of recovery (GPE -5 to +5) Outcomes Pain Intensity (NRS 0-10) Pressure pain threshold (Newtons) Lumbar spine Tibialis anterior Non-specific manipulation 45.95 (12.30) 1.64 (0.10) 74.84 (13.93) 103.82 (112.07) Specific manipulation 46.32 (10.22) 1.63 (0.68) 75.45 (16.42) 112.47 (125.55) 50 (67.6) 24 (32.4) 59 (79.7) 15 (20.3) 10 (13.5) 54 (73) 4 (5.4) 6 (8.1) 6 (8.1) 56 (75.7) 9 (12.2) 3 (4.1) 1 (1.4) 32 (43.2) 22 (29.7) 18 (24.3) 1 (1.4) 2 (2.7) 36 (48.6) 23 (31.1) 12 (16.2) 1 (1.4) 12 (16.2) 62 (83.8) 9.36 (5.68) 0.74 (2.77) 10 (13.5) 64 (86.5) 11.26 (5.69) -0.12 (2.91) 5.95 (2.20) 6.07 (2.12) 48.90 (23.99) 61.11 (19.55) 49.63 (19.46) 60.21 (22.36) Categorical variables are expressed as number (%), continuous variables are expressed as mean (SD) RMDQ (Roland Morris Disability Questionnaire); GPE (Global Perceived Effect); NRS (Pain Numerical Rating Scale). 60 Table 2- Unadjusted mean (SD) and adjusted mean difference (95% confidence intervals) for pain intensity and pressure pain threshold. Unadjusted mean (SD) Outcomes Specific versus non-specific manipulation Specific manipulation Non-specific manipulation Adjusted mean differences (95% CI) p 6.07 (2.12) 4.16 (2.34) 5.95 (2.20) 4.54 (2.25) 0.50 (-0.10 to 1.10) 0.10 Pressure Pain Threshold (lumbar levels) Baseline After treatment 48.90 (23.99) 51.49 (20.23) 49.63 (19.46) 52.55 (24.77) -1.78 (-6.40 to 2.82) 0.44 Pressure Pain Threshold (Tibialis anterior) Baseline After treatment 61.11 (19.55) 63.34 (19.94) 60.21 (22.36) 61.25 (22.10) 1.19 (-2.60 to 4.98) 0.53 Pain Intensity Baseline After treatment Primary outcome is highlighted in grey. Positive estimates indicate improvement in favour of specific manipulation while negative estimates indicate improvement for non-specific manipulation. 61 CONSORT 2010 checklist of information to include when reporting a randomised trial* Section/Topic Item No Reporte d on page No Checklist item Title and abstract 1a 1b Identification as a randomised trial in the title Structured summary of trial design, methods, results, and conclusions (for specific guidance see CONSORT for abstracts) 1 2 Introduction Background and objectives 2a 2b Scientific background and explanation of rationale Specific objectives or hypotheses 3 4 Methods Trial design 3a Description of trial design (such as parallel, factorial) including allocation ratio Important changes to methods after trial commencement (such as eligibility criteria), with reasons Eligibility criteria for participants Settings and locations where the data were collected The interventions for each group with sufficient details to allow replication, including how and when they were actually administered Completely defined pre-specified primary and secondary outcome measures, including how and when they were assessed Any changes to trial outcomes after the trial commenced, with reasons How sample size was determined When applicable, explanation of any interim analyses and stopping guidelines 4 Method used to generate the random allocation sequence Type of randomisation; details of any restriction (such as blocking and block size) Mechanism used to implement the random allocation sequence (such as sequentially numbered containers), describing any steps taken to conceal the sequence until interventions were assigned Who generated the random allocation sequence, who enrolled participants, and who assigned participants to interventions If done, who was blinded after assignment to interventions (for example, participants, care providers, those assessing outcomes) and how If relevant, description of the similarity of interventions Statistical methods used to compare groups for primary and secondary outcomes Methods for additional analyses, such as subgroup analyses and adjusted analyses 5 5 3b Participants Interventions 4a 4b 5 Outcomes 6a Sample size 6b 7a 7b Randomisation: Sequence generation 8a 8b Allocation concealment 9 mechanism Implementation 10 Blinding 11a Statistical methods 11b 12a 12b Results Participant flow (a diagram is strongly recommended) Recruitment 13a 13b Baseline data 14a 14b 15 Numbers analysed 16 For each group, the numbers of participants who were randomly assigned, received intended treatment, and were analysed for the primary outcome For each group, losses and exclusions after randomisation, together with reasons Dates defining the periods of recruitment and follow-up Why the trial ended or was stopped A table showing baseline demographic and clinical characteristics for each group For each group, number of participants (denominator) included in each analysis and whether the analysis was by original assigned groups 4 4 5 6 8 n/a 10 n/a 5 5 8 8 10 10 20 20 11 11 21 11 62 Outcomes and estimation 17a 17b Ancillary analyses 18 Harms 19 Discussion Limitations 20 Generalisability Interpretation 21 22 Other information Registration Protocol Funding 23 24 25 For each primary and secondary outcome, results for each group, and the estimated effect size and its precision (such as 95% confidence interval) For binary outcomes, presentation of both absolute and relative effect sizes is recommended Results of any other analyses performed, including subgroup analyses and adjusted analyses, distinguishing pre-specified from exploratory All important harms or unintended effects in each group (for specific guidance see CONSORT for harms) 22 22 n/a 12 Trial limitations, addressing sources of potential bias, imprecision, and, if relevant, multiplicity of analyses Generalisability (external validity, applicability) of the trial findings Interpretation consistent with results, balancing benefits and harms, and considering other relevant evidence 14 Registration number and name of trial registry Where the full trial protocol can be accessed, if available Sources of funding and other support (such as supply of drugs), role of funders 11 11 11 14 13 *We strongly recommend reading this statement in conjunction with the CONSORT 2010 Explanation and Elaboration for important clarifications on all the items. If relevant, we also recommend reading CONSORT extensions for cluster randomised trials, non-inferiority and equivalence trials, non-pharmacological treatments, herbal interventions, and pragmatic trials. Additional extensions are forthcoming: for those and for up to date references relevant to this checklist, see www.consort-statement.org. Nota: os números de página dessa tabela se referem aos números de página do artigo submetido, não das páginas dessa dissertação. A Physical Therapy exige o envio desse checklist junto com os demais documentos de submissão. 63