Quarta-feira – 23/06/2010
N° 108/2010
RECURSOS MINERAIS, HÍDRICOS E GEOLÓGICOS
Petrobras encontra novos indícios de petróleo
em reservatórios do pré-sal
(Agência Brasil)
Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou, nessa terça-feira (22) à noite, a
descoberta de novos indícios de óleo em um reservatório de petróleo
localizado na área de concessão do Campo de Albacora Leste, no pré-sal
da Bacia de Campos, no litoral norte fluminense.
Estimativas preliminares sugerem a acumulação de petróleo leve e de boa
qualidade, embora ainda seja necessária nova perfuração para avaliar volume,
extensão e produtividade desses reservatórios - bem como a possibilidade de
aproveitar a infraestrutura de produção e de escoamento existente na área.
Segundo nota divulgada pela estatal, a descoberta se deu abaixo dos arenitos
(rochas sedimentares) produtores do campo, como resultado da pesquisa que
identificou estrutura testada em um poço exploratório na região.
“A descoberta se deu a 130 quilômetros da costa do estado do Rio, a 1.956
metros sob a superfície do mar e a uma profundidade de 4.536 metros”, diz a
nota.
O campo de Albacora Leste é operado pela Petrobras (com 90% de
participação societária) em parceria com a Repsol (com 10%).
Em decorrência do período de silêncio a que está obrigada, por conta da oferta
pública de ações que fará e que foi aprovada nessa terça-feira pela Assembleia
Geral de Acionistas, a Petrobras ressalta o fato de que o comunicado é “de
caráter meramente informativo. Não se constitui numa oferta, convite ou
solicitação de oferta de subscrição ou compra de quaisquer valores mobiliários
no Brasil ou em qualquer outra jurisdição e, portanto, não deve ser utilizado
como base para qualquer decisão de investimento”.
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Brasil quer parcerias com Argentina e Peru em
medicina nuclear
(Folha Online)
O Brasil estuda parcerias com a Argentina e o Peru para garantir sua
autossuficiência na produção de molibdênio-99, elemento essencial para a
produção de radiofármacos, usados em exames de imagem e no tratamento de
doenças como o câncer.
No ano passado, o país sofreu uma escassez temporária do produto, depois da
parada de um reator nuclear do Canadá, seu fornecedor tradicional. Teve que
recorrer à Argentina, que forneceu um terço da demanda brasileira.
O presidente da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), Odair
Gonçalves, anunciou que uma missão técnica irá na próxima semana a Buenos
Aires para discutir a eventual participação do vizinho no projeto e na
construção do reator multipropósito brasileiro.
O reator nuclear ficará em terreno do Centro Experimental de Aramar, em Iperó
(SP). Além de produzir o molibdênio-99, o equipamento servirá para teste de
material e pesquisa científica.
A previsão é que esteja concluído em seis anos. O custo estimado é de R$ 850
milhões, mas até agora só foram liberados R$ 50 milhões.
O Brasil cogita lançar uma licitação internacional para a construção do
equipamento ou fechar a parceria com a Argentina. Neste caso, a participação
do vizinho seria por intermédio da Invap, estatal que já construiu reatores para
Austrália, Egito, Argélia e Peru.
A associação seria facilitada pelos planos argentinos de construção de um
reator de pesquisa próprio mais avançado, nos moldes do planejado pelo
Brasil.
“Podemos unir forças para aumentar a eficiência e reduzir custos”, disse Héctor
E. Otheguy, gerente-geral da Invap.
O uso posterior dos reatores, no entanto, caberia a cada país, disse Gonçalves,
que participou no Rio do simpósio anual da seção latino-americana da
Sociedade Nuclear das Américas.
No caso da parceria com o Peru, segundo explicou o presidente da Cnen, a
ideia é modernizar um reator peruano que já produz alguns radiofármacos mas
está subutilizado.
A Argentina, que construiu o equipamento, também participaria desse projeto.
Caso se concretizasse, os planos incluem a criação de uma empresa
subsidiária da Cnen para atender à demanda brasileira e de outros países da
região.
Segundo Luiz Alfredo Salomão, assessor da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência, 1,5 milhão de brasileiros são usuários de
radiofármacos. “Há uma crise mundial na oferta de isótopos médicos”, disse
Otheguy no simpósio.
Dos países da América Latina que têm programas nucleares, o Brasil é o único
que já enriquece urânio a 19,9%, ainda em caráter experimental.
Limite máximo permitido para usos pacíficos pela AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica), esse é o combustível dos reatores como o que será
construído. O Brasil tem quatro outros reatores de pesquisa, mas nenhum
produz molibdênio.
Brasil e Argentina firmaram em 2008 um acordo para aumentar a cooperação
na área nuclear. Mas o presidente da Cnen descartou a possibilidade de
compartilhar a tecnologia nacional de enriquecimento.
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ECONOMIA
Confiança do consumidor brasileiro melhora
em junho - FGV
(Reuters)
SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do consumidor brasileiro aumentou 1,9
por cento em junho sobre maio, devido a melhores avaliações tanto do
presente quanto do futuro, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), divulgada nesta quarta-feira.
O índice passou para 118,5 pontos neste mês, contra 116,3 pontos em maio,
com ajuste sazonal.
O componente de situação atual subiu 1,6 por cento, para 130,6 pontos em
junho, batendo recorde pelo terceiro mês. O componente de expectativas se
recuperou da queda de maio e avançou 2,1 por cento neste mês, para 112,1
pontos, o melhor resultado desde maio do ano passado.
O número de consumidores prevendo melhora da situação econômica nos seis
meses à frente subiu de 27,5 por cento em maio para 28,8 por cento em junho.
A pesquisa foi feita em 2.000 domicílios em sete das principais capitais
brasileiras entre 31 de maio e 18 de junho.
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DIVERSOS
Um em cada quatro universitários usou drogas
no último mês, diz estudo
(O Estado de São Paulo)
Levantamento inédito da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
com 18 mil estudantes revelou que o índice é muito maior que o da
população em geral, de 4,5%. Mais de 60% dos estudantes usaram álcool
no período, contra 38% na população
Uma pesquisa da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) com
18 mil universitários do País comprovou que eles usam mais drogas lícitas e
ilícitas, como o álcool e a maconha, que a população em geral. Mais de 60%
dos entrevistados tinham consumido álcool nos últimos 30 dias (entre a
população em geral o índice é de 38,3%) e 25,9% usaram drogas ilícitas (na
população o índice é de 4,5%).
Os pesquisadores esperavam que existisse uma diferença entre os dois
públicos, mas se surpreenderam com o tamanho do degrau. O levantamento,
obtido com exclusividade pelo Estado, foi feito em parceria com o Grupo
Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo e é o primeiro de abrangência nacional.
Foram entrevistados alunos de cem instituições particulares e públicas de
ensino superior nas 26 capitais do País, mais o Distrito Federal. A intenção
agora é usar os resultados da pesquisa para a criar políticas específicas contra
o uso de drogas.
"O governo vem realizando uma série de ações voltadas a populações mais
vulneráveis, como é o caso dos universitários", afirmou a titular da Senad,
Paulina Duarte. "O levantamento foi fundamental para que pudéssemos
conhecer qual é a exata situação de uso de drogas nessa população e, a partir
disso, planejar, em parceria com as universidades, intervenções eficazes."
Para o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, da USP, um dos responsáveis
pelo estudo, o desafio será encontrar uma forma de mobilizar os universitários.
"A informação já existe. Mas o fato de eles conhecerem os malefícios não faz
com que consumam menos drogas", afirma.
Segundo o médico, além da quantidade, os universitários consomem álcool e
outras drogas de forma perigosa. "Os jovens estão fazendo uso de múltiplas
drogas simultaneamente. Além disso, um em cada quatro bebe de forma
exagerada e 3% apresentam padrão de dependência, algo que costumávamos
encontrar só em alguém com 40, 50 anos", diz o médico.
O exagero no álcool, de acordo com pesquisas científicas, deixa a pessoa
exposta a riscos como acidentes de trânsito, intoxicação, atos de violência,
sexo desprotegido, além de potencialmente prejudicar o desempenho
acadêmico, profissional e social do usuário.
Dos entrevistados, 18% disseram que já dirigiram embriagados, 27% pegaram
carona com pessoas embriagadas e 43,4% admitiram ter usado álcool
simultaneamente com outras drogas.
Das drogas ilícitas, as mais consumidas foram maconha, haxixe ou skunk
(26,1% dos universitários já consumiram alguma delas), anfetamínicos (13,8%),
tranquilizantes e ansiolíticos sem prescrição médica (12,4%), além de cocaína
(7,7%).
Obrigações. A psicóloga Ilana Pinsky, da Unidade de Pesquisa em Álcool e
Drogas da Universidade Federal de São Paulo, diz que os jovens consomem
mais drogas porque eles ainda têm menos obrigações e mais fácil acesso que
os adolescentes.
"Nessa fase também há uma tolerância maior, já que os prejuízos costumam
ser menores, os problemas crônicos ainda não apareceram", afirma.
Mas a idade não deve ser vista como desculpa para o consumo de drogas e o
exagero na bebida. "Existe na sociedade a ideia de que é uma fase, de que é
normal, mas isso é falso", afirma. "Se a gente considerar só a quantidade de
mortes e incapacitações em acidentes causados por motoristas alcoolizados, já
temos um problema muito sério."
Renan Rebello, de 23 anos, estudante de Economia em São Paulo, reconhece
que o consumo de álcool o coloca em situações de risco. "Chega a ser
perigoso, especialmente quando bebo e dirijo", afirma. Rebello, que começou a
beber aos 13, conta que na adolescência era mais comum tomar porres. "Antes
bebia mais em quantidade. Hoje bebo com mais frequência, mas às vezes
ainda fico bem louco." Para ele, beber é importante como fator de integração
social.
A aluna de Direito Carol Korte, de 20 anos, relata que seu consumo de álcool
aumentou muito em quantidade e frequência desde que entrou na faculdade.
"A gente chega estressado depois de um dia inteiro trabalhando e estudando e
acaba se reunindo no bar para conversar, descontrair", afirma. "Quem não
bebe é um estranho no ninho."
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