SAÚDE DO TRABALHADOR: PERFIL EPIDEMOLÓGICO
DOS MOTOTAXISTAS ASSISTIDOS NO CEREST DE
SANTARÉM – PA, EM RELAÇÃO A IDADE, IMC E
NÍVEIS DE GLICEMIA
Rodrigo Luis Ferreira da Silva1
Danilo Lacerda Camargo2
Perspectiva Amazônica - Santarém - PA. Ano I. Vol. 2 p. 90-98 ago. 2011
RESUMO
A saúde do trabalhador aparece como questão na luta pela democracia, por cidadania e por liberdade na
organização dos trabalhadores. O trabalho de motorista aparece nessa luta, visto que nessa profissão estão
presentes fatores como: sedentarismo, diabetes mellitus e estresse. Objetivo: avaliar o perfil epidemiológico,
relacionado à idade, índice de massa corpórea e níveis glicêmicos, dos trabalhadores mototaxistas atendidos no
Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST). Metodologia: A pesquisa foi realizada no CEREST,
através de coletas de dados de arquivos cedidas pelo Centro de Referência de Saúde do trabalhador. Resultados:
Em relação ao IMC, foi observado o predomínio de investigados com padrões normais (20,7-26,4). Em relação
aos níveis glicêmicos constatou-se que a maioria dos mototaxistas se encontravam normoglicêmicos. No que se
refere à idade, percebeu-se que os indivíduos encontraram-se em sua maioria na faixa etária de 37-42 anos.
Conclusão: Portanto, houve significância não só nas variações dos níveis glicêmicos e faixas etárias como
também em relação as faixas etárias e IMC, nos mototaxistas investigados.
Palavras-chave: Glicemia, saúde do trabalhador, IMC
ABSTRACT
The worker's health appears as matter in the fight by the democracy, for citizenship and for freedom in the
workers' organization. The driver appears to work in this fight, since this occupation are factors such as: physical
inactivity, diabetes and stress. Objective: Evaluate the epidemic profile, related to age, index of corporal mass
and hyperglycemia, of the hard working mototaxistas attended at the centre of Worker Health Reference
(CEREST). Methodology: This research had quantitative approach, since boarded variable that are quantified
and of the point of view of your objective was descriptive since aimed describe characteristics of a population.
Results: Regarding IMC, the predominance was observed of investigated with the normal weight, 20,7-26,4.
Regarding the glycemia levels it verified that most mototaxistas meet normal glycemia. With regard to age
noticed itself that the individuals meet in her majority in the band 37-42 year. Conclusion: Therefore there was
relevance not only in the glycemia levels variations and of age bands as well as in relation the of age bands and
IMC, in mototaxistas investigated.
Keywords: Glycemia, worker health, IMC.
1
Professor Efetivo da Universidade do Estado do Pará e FIT, fisioterapeuta e mestre em ciência da motricidade humana.
2
Graduando em Medicina – Universidade do Estado do Pará – Campus XII
90
O campo de saúde do trabalhador no Brasil surge na década de 80, como questão na luta pela
democracia, por cidadania e por liberdade na organização dos trabalhadores e com o compromisso de mudar o
quadro de saúde da população. Suas origens são marcadas por movimentos sociais que se configuram como
respostas as posturas específicas por partes das empresas e do Estado, que, em resumo, atestam as dificuldades
na adoção de políticas mais efetivas neste campo (LOUZADA, 2005).
Anteriormente à constituição da saúde do trabalhador no Brasil, os estudos que articulavam saúde e
trabalho, vinculavam-se predominantemente a medicina do trabalho e a saúde ocupacional. Estas, no entanto,
não apresentavam instrumentos para lidar com a chamada “organização do trabalho”, ou seja, ritmo,
hierarquias, turnos, divisão do trabalho. Além disso, essas abordagens propunham uma ação exclusiva sobre
indivíduo, seja no diagnóstico, seja no tratamento de problemas orgânicos, revelando seu caráter marcadamente
positivista (LACAZ, 2000).
Percebe-se atualmente, o aumento do trabalho informal e alternativo no mundo e especialmente no
Brasil, esse aumento é decorrente do processo de reestruturação produtiva do Brasil e o processo de
globalização. Em consequência desses processos, surgiu como trabalho alternativo a profissão dos mototaxistas
(LIMA, 2006).
O trabalho alternativo com motos começou em 1990, Cráteus no norte do Ceará. No entanto, foi Sobral a
primeira cidade a regulamentar a profissão, servindo de modelo e inspiração pra outras regiões do nordeste e
demais estados brasileiros (FORTALEZA, 2009).
Hoje, no Brasil cerca de 3500 dos 5564 municípios brasileiros contam com os serviços de transporte
realizados por moto. E o país terá 1 milhão de mototaxistas legalizados até o final de 2010 (FORTALEZA,
2009). Segundo o Sindicato dos Mototaxistas de Santarém, o número total de trabalhadores legalizados chega a
450.
Com o desenvolvimento urbano e o aumento da frota de veículos, constata-se um aumento significativo
na ocorrência de acidentes e da mortalidade decorrente destes (HOFFMANN, 1996). Além disso, fatores como
o stress dos ruídos dos motores dos carros, contato direto com a população diariamente, engarrafamento,
pressão decorrente das exigências de comprimento de horário e a poluição, contribuem não só para os acidentes
como também para a piora da qualidade de vida dos motoristas (MENDES, s-d).
Sabe-se que os condutores de veículos são expostos diariamente a altos níveis de estresse (MENDES, sd), não sendo diferente com os mototaxistas. O estresse resulta da interação entre a pessoa e o mundo em que ela
vive, e o efeito negativo do estresse surge quando os limites insuportáveis à adaptação ocorrem, não havendo
mais recursos, o homem adoece (LIPP, 1998).
Esta exposição constitui fator de risco para o aparecimento de doenças ocupacionais como: estresse,
fadiga, ansiedade, depressão; bem como doenças músculo-esqueléticas, incluindo dor nas costas e pescoço;
problemas pessoais, baixa autoimagem, entre outros (CECIL, 2009; SOUZA e SILVA, 1998; ZANELATO e
OLIVEIRA, 2003). Consequentemente, a este desgaste geral do organismo, frequentemente podem surgir
patologias como hipertensão e diabetes nos motoristas de moto (LIPP, 1998, LOLIO et al, 1993).
Com relação à hiperglicemia, é importante frisar que alguns dos fatores de risco para diabetes mellitus,
que podem ser: dieta habitual, tabagismo, excesso de peso, inatividade física, conhecidos como fatores
mutáveis (DIRETRIZES DASOCIEDADE BRASILIERADE DIABETES, 2006; FRANCO et al, 2004).
91
Perspectiva Amazônica - Santarém - PA. Ano I. Vol. 2 p. 90-98 ago. 2011
1 INTRODUÇÃO
Conhecendo e analisando o perfil epidemiológico dos mototaxistas legalizados de Santarém, em relação
à idade, IMC e os níveis glicêmicos pode-se indagar não só a qualidade de vida desses trabalhadores, mas
também se essa profissão corrobora para o aparecimento de diabetes mellitus.
A pesquisa teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionado á idade, IMC e níveis
glicêmicos.
2 METODOLOGIA
Perspectiva Amazônica - Santarém - PA. Ano I. Vol. 2 p. 90-98 ago. 2011
2.1 TIPO DE ESTUDO
Este estudo utilizou parâmetros de classificação embasados por Silvia e Menezes (2001). Quanto a sua
natureza foi classificada como do tipo aplicada, pois objetivou gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigidos à solução de problemas específicos. Quanto ao ponto de vista de abordagem do problema, foi dita
quantitativa já que abordou variáveis quantificáveis, e necessitou o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, mediana, desvio-padrão). Do ponto de vista de seus objetivos ela foi dita descritiva já que
a mesma visou descrever as características de uma população e o estabelecimento de relações entre as variáveis.
2.2AMOSTRA
Este estudo utilizou como sua amostra os dados de todos os mototaxistas avaliados pelo Centro de Saúde
do Trabalhador (CEREST), em campanha que objetivava traçar o perfil epidemiológico destes profissionais, e
que foi realizada no período de 27 a 31 de julho de 2008.
Foram excluídos da presente pesquisa os dados dos mototaxistas que não se apresentavam em jejum, das
mulheres mototaxistas (uma vez que seu número era bastante reduzido, e não alcançava uma significância
científica), assim como também daqueles que não apresentavam dados suficientes para pesquisa em seus
formulários.
2.3 LOCAL E DATA
As avaliações dos mototaxistas foram realizadas no CEREST, localizado no município de Santarém,
estado do Pará, no período já descrito anteriormente. Contudo as análises destes dados, para compor este estudo,
foram realizadas entre os meses de março e maio de 2009, no Campus XII da Universidade do Estado do Pará.
2.4 COLETADE DADOS
A coleta de dados realizou-se por meio de protocolo próprio, através de visitas autorizadas ao CEREST,
para a obtenção das informações.
2.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS
O Perfil Epidemiológico foi definido através do programa BioEstat 5.0, por meio de tabulação e de um
tratamento estatístico descritivo (média aritmética e desvio padrão).
92
2.6 PRINCÍPIOS ÉTICOS DAPESQUISA
Este estudo não necessitou do contato direto com seres humanos, definindo sua amostra como os dados
provenientes do arquivo do CEREST, referente a campanha que objetivava traçar o perfil epidemiológico de
profissionais mototaxistas. Não houve identificação dos indivíduos pesquisados em qualquer momento desta
pesquisa.
Vale ressaltar, que os autores deste estudo somente tiveram contato com os dados de interesse para
pesquisa, após a apresentação do projeto a Secretaria Municipal de Saúde, onde foi preciso a assinatura e
autorização da divisão técnica.
Neste capítulo serão apresentados os resultados desta pesquisa, com interesse para o tratamento
estatístico voltado para responder aos objetivos listados.
A tabela 1 trata-se das estatísticas descritivas do perfil epidemiológico em relação à idade, glicemia,
estatura, peso e IMC dos mototaxistas investigados no Centro de referência de saúde do trabalhador.
TAB ELA 1 . E statística Descritiva dos d ados gerais d os m ototaxistas legalizad os investigados.
Idade
Glicem ia (m g/d L)
Estatura (m )
Peso (Kg)
IM C
Tam anho da am ostra
1 08
108
108
108
108
M ínim o
24
65
1.48
47
1 8.7
M áxim o
66
303
1.81
106.2
3 8.9
Am p litu de Total
42
238
0.33
59.2
2 0.2
M ediana
42
88
1.66
76.45
2 7.5
M éd ia Aritm ética
40.88
97.66
1.66
76.5
27.58
V ariância
65.17
1539.6 1
0.0038
162 .97
17.31
Desvio Padrão
8.0 73
39.24
0.0613
12.77
4 .16
C oeficiente de Variação
1 9.75%
40.18%
3.68%
16.69%
15.09%
FO N TE : CERE ST (2008).
O gráfico 1 apresenta os dados de distribuição
O gráfico 2 apresenta os dados de distribuição dos
dos investigados de acordo com índice de massa corpórea.
investigados de acordo com os níveis glicêmicos.
Fonte: CEREST (2008).
Fonte: CEREST (2008).
93
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3. RESULTADOS
O gráfico 3 apresenta os dados de distribuição dos
O gráfico 4 apresenta os dados de relação entre
investigados de acordo com a faixa etária.
os níveis glicêmicos e a faixa etária.
Fonte: CEREST (2008).
Fonte: CEREST (2008).
Perspectiva Amazônica - Santarém - PA. Ano I. Vol. 2 p. 90-98 ago. 2011
Na tabela 2 apresentam-se os dados de análise de variância (ANOVA2 critérios) na relação entre os níveis glicêmicos e as diferentes faixas etárias.
TABELA2. Análisedevariância(ANOVA2critérios) narelaçãoentreos níveis glicêmicos eas diferentes faixas etárias.
Fpara variaçãoentreos níveis Glicêmicos
88.040
Ppara variaçãoentreos níveis Glicêmicos
0.0047
Fpara variaçãoentreas faixas etárias
13.518
Ppara variaçãoentreas faixas etárias
0.3081
Testet (LSD)
T
P
(Hipoe Normo)
3.871
0.0022
(HipoeHiper)
0.534
0.6031
(NormoeHiper)
Fonte: CEREST(2008).
3.337
0.0059
O gráfico 5 apresenta os dados da distribuição dos
mototaxistas quanto ao seu IMC e faixa etária.
Fonte: CEREST (2008).
94
Tabela 3. Análise de variância (ANOVA 2 critérios) na relação entre IMC e as diferentes faixas etárias.
F para variação entre os IMC
6,93
p para variação entre os IMC
0,001
F para variação entre as faixas etárias
7,91
p para variação entre as faixas etárias
0,0002
Teste t (LSD)
T
P
(Peso normal e Abaixo do peso)
5,004
< 0.001
(Peso normal e Leve acima do peso)
3,20
0,004
(Peso Normal e Obeso)
2,92
0,008
Teste t (LSD)
T
P
(24-29 - 30-36)
1,31
0,2007
(24-29 – 37-42)
3,45
0,0021
(24-29 – 43-48)
3,13
0,005
( 30-36 - 37-42)
2,14
0,05
( 30-36 - 61-66)
2,96
0,0068
( 37- 42- 49-54)
3,45
0,002
( 37-42 - 55-60)
4,66
< 0.001
( 37-42 - 61-66)
5,10
< 0.001
( 43-48 - 49-54 )
3,13
0,0046
( 43-48 - 55-60)
4,28
< 0.001
( 4 3-48- 61-66)
4,77
< 0.001
Fonte: CEREST (2008).
O gráfico 6 evidencia a relação do IMC com os
níveis glicêmicos dos mototaxistas investigados,
percebendo-se que os níveis de glicemia acima do
normal predominam em indivíduos com peso normal e
acima do peso. Constata-se também, indivíduos
hiperglicêmicos levemente acima do peso e obesos. É
importante ressaltar a presença de indivíduos
hipoglicêmicos com peso normal.
Fonte: CEREST (2008).
A tabela 4 demonstra a relação do IMC e os níveis glicêmicos, ratificando a variação siginificante dos
níveis glicêmicos, (p=0.0017). Obeserva-se também que a variação entre os investigados hipoglicêmicos e
normoglicêmicos (p=0.001),assim como, normoglicêmicos e hiperglicêmcos (p=0.0017) foi significante.
T A B E L A 4. A nálise
F p ara variação entre
p para variação en tre
F p ara variação entre
p para variação en tre
T este t (L SD )
de variâ ncia (A N O V A 2 critérios) na relação entre IM C e as níveis glicê mico s.
os IM C
2,42
os IM C
0,13
os níveis G licê micos
1 6,98
os níveis G licê micos
0,0017
T
M édias (H ipo e N orm o)
M édias (H ipo e H iper)
M édias (N orm o e H iper)
Fo nte: C ER E ST (2 008 ).
5,38
0,74
4,68
95
P
< 0 .0 01
0,4 8
0,00 17
Perspectiva Amazônica - Santarém - PA. Ano I. Vol. 2 p. 90-98 ago. 2011
A tabela 3 apresenta os dados de análise de variância (ANOVA 2 critérios) na relação entre IMC e as
diferentes faixas etárias.
Perspectiva Amazônica - Santarém - PA. Ano I. Vol. 2 p. 90-98 ago. 2011
4 DISCUSSÃO
No que se refere a idade, observou-se que a máxima foi de 66 anos e a mínima de 24 anos , evidenciando
que existem profissionais adultos e idosos. Verificou-se ainda que, a média de idade desses profissionais foi de
42 anos (Tabela 1).
Em relação ao IMC, foi constatado o valor mínimo, 18.9 e o valor máximo de 38.9. Segundo os critérios
do CEREST, o peso normal foi considerado baseado no IMC igual a 20,7 a 26,4 e os investigados são considerados obesos quando apresentam IMC maior que 31,1 (Tabela 1).
Ficou também evidenciado que os mototaxistas encontravam-se predominantemente com peso normal.
Entretanto observou-se um número significante de indivíduos acima do peso e obesos (Tabela 1). Isso pode ser
consequência dos maus hábitos alimentares, inatividade física, sedentarismo notados nessa profissão. É importante ressaltar a presença dos indivíduos obesos, pois segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes,
a obesidade é um fator de risco para hiperglicemia.
No Gráfico 1 evidenciou-se que a maioria dos investigados encontravam-se com o peso normal. Porém,
notou-se a presença de muitos indivíduos acima do peso normal e também obesos. Isso é preocupante devido a
estreita relação entre a obesidade e diabetes mellitus.
No Gráfico 2 ficou demonstrado que a maioria dos investigados encontravam-se normoglicêmicos.
Porém, foi notado que 14% dos investigados apresentavam hiperglicemia. O valor encontrado nesta pesquisa é
preocupante quando comparado com as estimativas feitas pelo Ministério da Saúde para o ano de 2010 (5,2% da
população brasileira).
É importante ressaltar, os indivíduos observados com hiperglicemia não podem ser considerados como
diabéticos neste estudo (Diretrizes da Sociedade Brasileiras de Diabetes, 2006), visto que o exame do nível de
glicemia foi realizado uma única vez e não tinha a intenção de realizar diagnóstico e sim conhecer os níveis glicêmicos dos mototaxistas investigados.
No que se refere a distribuição dos mototaxistas nas diferentes faixas etárias, percebeu-se que a maioria
dos indivíduos encontravam-se nas faixas etárias 37-42 anos e 43-48 anos. Também chama a atenção a presença
de um único indivíduo na faixa etária de 61-66 anos (Gráfico 3).
Percebe-se de forma curiosa, que nas faixas etárias de 37-42 e 43-48 apesar de se observar uma predominância de indivíduos normoglicêmicos, também se observaram os maiores índices de hiperglicemia (Gráfico 4),
entre todas as faixas etárias pesquisadas.
Analisando a relação entre os níveis glicêmicos e as faixas etárias, percebeu-se uma possível influência
da faixa etária de 37-48 anos para a ocorrência de hiperglicemia entre os investigados. Contudo, essa situação
também pode guardar relação direta com a predominância de investigados nesta faixa etária, como se pode verificar no Gráfico 3.
Na Tabela 2 demonstra-se a significância na variação dos níveis glicêmicos. A análise estatística
demonstrou uma variação significante não somente na comparação entre a frequência de mototaxistas normoglicêmicos e hiperglicêmicos, como também na comparação entre mototaxista hipoglicêmicos e normoglicêmicos, ratificando que a quantidade de indivíduos normoglicêmicos foi prevalente entre os mototaxistas.
O Gráfico 5 demonstra a relação entre IMC e idade, sendo verificado que nas faixas etárias de 37-42 e
43-48 anos houve um predomínio de indivíduos acima do peso normal, ressaltando-se que na faixa etária de 4348 anos, a quantidade de indivíduos que encontravam-se levemente acima do peso normal e obesos, também
96
5 CONCLUSÃO
Portanto, conseguiu-se demonstrar o perfil epidemiológico dos investigados no CEREST. Em relação à
faixa etária, foi constatado o predomínio das faixas 37-42 e 43-48. No que se refere aos níveis glicêmicos, foi
notado a predominância dos mototaxistas normoglicêmicos. Em relação ao IMC verificou-se que a maioria dos
investigados encontram-se com o IMC normal, correspondente a 20,7-26,4.
Entretanto, é importante frisar a incidência de indivíduos hiperglicêmicos que estão acima do peso normal nesta população, o que pode representar um importante fator de risco para o surgimento de doenças crônicodegenerativas.
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97
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ocupavam lugar de destaque.
ATabela 3 evidenciou que a idade dos mototaxistas caracterizou-se como um importante fator influenciador para o aumento de peso destes profissionais. O Gráfico 4 demonstrou que a idade pode ser um fator indicativo para a elevação dos níveis glicêmicos. Comparando-se essas tabelas pode-se sugerir que a idade dos mototaxistas pode se constituir um indicativo não só para elevação dos níveis glicêmicos, mas também para aumento
de peso desta população.
Na Tabela 3 foi verificada variação significante nas seguintes comparações: peso normal e abaixo do
peso; abaixo do peso e acima do peso; abaixo do peso e obeso; peso normal e leve acima do peso; peso normal e
obeso.
Foi constatado ainda que as variações entre as idades evidenciaram-se significantes nas seguintes comparações de faixas etárias: 24-29 e 37-42; 24-29 e 43-48; 30-36 e 37-42; 30-36 e 55-60; 30-36 e 61-66; 37-42 e
49-54; 37-42 e 55-60; 37-42 e 61-66; 43-48 e 49-54; 43-48 e 55-60; 43-48 e 61-66.
Estes achados ratificam o que foi concluído no Gráfico 5, pois também foi notado neste Gráfico que a
idade pode implicar nas variações do peso nessa população estudada.
O Gráfico 6 demonstrou que a maioria dos indivíduos normoglicêmicos estão com o peso normal, seguidos de investigados acima do peso, leve acima do peso e obesos. Observou-se também que os mototaxistas
hiperglicêmicos apresentam-se em sua maioria com peso normal, entretanto, notou-se também a presença de
indivíduos hiperglicêmicos, acima do peso, leve acima do peso e obesos. Através da análise desses dados, percebeu-se que a variação entre o IMC e os níveis glicêmicos não foi significante.
A Tabela 4 refere-se a análise da estatística do IMC em relação aos níveis glicêmicos. Essa tabela corrobora com a Tabela 2, evidenciando a significância das variações dos níveis glicêmicos.
Entretanto, no que se refere ao IMC, foi observado não ter relação significante com os níveis glicêmicos,
sugerindo que entre os mototaxistas investigados o IMC não caracterizou-se como um fator de risco para a
hiperglicemia. Esse achado contrasta como o que preconiza as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes,
que indica o aumento de peso como fator de risco para o aparecimento de hiperglicemia.
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