ACESSO DA POPULAÇÃO MASCULINA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA EM FEIRA DE SANTANA-BAHIA
Élika Carla Moura Rodrigues da Silva, Jéssica Suzarte Carvalho, Vanessa Santos Silva,
Juliana Alves Leite Leal
O Programa de Saúde da Família vem sendo utilizado como principal estratégia de
reorganização do modelo assistencial, e chega a ser reconhecido como Política Pública de
maior potencial capaz de alcançar a meta de acesso à atenção integral. Neste sentido,
indistintamente de sexo, todos os brasileiros devem ter condições de acessibilidade aos
serviços de saúde. A inclusão do homem na participação e nas ações de saúde é
considerada um desafio, que esta ligada a diferentes razões, dentre elas à influência da
socialização de gênero nos processos de morbidade. Atualmente a maioria dos indicadores
tradicionais de saúde mostra que a mortalidade masculina é maior que a feminina em
praticamente todas as idades e para quase a totalidade de causas. Nesta perspectiva a
presente pesquisa teve como objeto de estudo o acesso da população masculina aos
serviços da ESF no município de Feira de Santana-BA. Nesse sentido, o estudo objetivou
caracterizar o acesso da população masculina aos serviços da estratégia de saúde da família
no município de Feira de Santana-BA e identificar as barreiras e as facilidades ao acesso
dessa população a assistência primária de saúde neste município. Metodologicamente o
estudo é exploratório de caráter descritivo e natureza qualitativa Foi realizado em algumas
ESF nas zonas rural e urbana do município de Feira de Santana-Bahia. Como técnica de
coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada e os sujeitos deste estudo foram
quatro profissionais enfermeiros das ESF da zona urbana e zona rural do município e treze
homens residentes nas áreas de abrangências das Unidades de Saúde da Família (USF)
selecionados para este estudo que assinaram previamente o termo de consentimento livre e
esclarecido respeitando a Resolução 196/96. Os resultados obtidos na pesquisa mostram
que há pouca procura do sexo masculino às USF, apesar dos enfermeiros relatarem que já
são executadas estratégias para atrair esse grupo aos serviços de saúde pesquisados.
Existem homens que nunca procuraram os serviços de atenção básica e que só procuram
quando têm algum problema de saúde, e outro grupo que tem acompanhamento regular na
USF por ser portador de alguma patologia crônica. Sobre as dificuldades encontradas no
acesso aos serviços da Unidade de Saúde as explicações reveladas pelas entrevistas
indicam que existem barreiras socioculturais e institucionais, principalmente no horário de
funcionamento dos serviços de saúde. Verificamos que existem diversas necessidades de
saúde presentes nessa população e que muitos não têm conhecimento sobre a Política
voltada para a saúde do homem, e outros, que já ouviram falar, não acreditam na
contribuição de tal política. Isso demonstra que ainda existem muitas demandas a serem
supridas para, de fato, garantir o acesso do sexo masculino as unidades de atenção básica
de saúde e que a participação dos homens nas ações de saúde constitui-se um desafio na
visão dos profissionais de saúde, devido à desvalorização da saúde por parte do próprio
homem.
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