Saúde Geral São Paulo, 28 de novembro de 2014 Equipe Responsável: Atividade Física na Terceira Idade Antes de recomendar e falar dos benefícios da atividade física na terceira idade, é importante entender o que acontece nessa fase. O envelhecimento é marcado por um conjunto de mudanças fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que determinam a perda gradativa e progressiva das funções. Consultora Paula Fiquetti - CREFITO 3/112950 Consultora Anny Cuofano- CREFITO 3/145698-F A principal causa de morte nessa faixa etária está relacionada a doenças cardiovasculares, pois ocorrem mudanças nas estruturas cardíacas. Coração e vasos se tornam mais rígidos e isso leva a uma série de alterações e adaptações em todo o sistema cardiovascular, contribuindo para o aumento da pressão arterial e, consequentemente, para o risco de infarto e de acidente vascular cerebral. Considerando o sistema musculoesquelético, há perda na força muscular – em torno de 6% por década dos 35 aos 50 anos e 10% por década a partir dos 50 –, em razão do aumento da gordura subcutânea e intramuscular. Além disso, há redução da habilidade para controlar a postura e a marcha, o que implica no aumento da perda de equilíbrio e fraturas decorrentes de quedas nessa população. A postura também sofre alterações no alinhamento vertebral, baseada em compensações e sobrecargas sofridas ao longo da vida. Há diminuição da estatura, devido ao aumento das curvaturas fisiológicas e à desidratação dos discos intervertebrais. Outra condição característica da senilidade é a osteoporose (redução da massa óssea) mais frequente em mulheres, que pode predispor à ocorrência de fraturas. No aspecto articular, há uma degradação natural da cartilagem articular, que leva à degenerações diversas, gerando deformidades, dor e perda dos movimentos. As funções cognitivas também são alteradas, a percepção, aprendizado, memória, atenção e raciocínio se tornam cada vez mais lentos. Diante de todas as alterações que ocorrem no processo de envelhecimento, a atividade física vem sendo recomendada para minimizar e retardar os déficits funcionais e prevenir doenças. Com o aumento da expectativa de vida existe a necessidade de acrescentar qualidade aos anos adicionais de vida e a manutenção da independência são partes fundamentais nesse processo. Há várias modalidades de exercícios que são recomendados e um programa que contenha exercícios aeróbicos, de força muscular e flexibilidade agrega mais benefícios e resultados à essa população. Além disso, o contato social é potencializado, melhora da auto-estima e autoconfiança, reduzindo a ansiedade e a depressão, doenças comuns nessa faixa etária. Exercícios aeróbicos estão diretamente relacionados às condições cardiovasculares. Melhoram a circulação periférica, o controle da glicemia, da pressão arterial, diminuem o colesterol ruim e o peso corporal, além de maximizar a função pulmonar. Paralelamente, exercícios realizados com a sustentação do próprio peso corporal promovem fixação de cálcio nos ossos, auxiliando na • WHO mais Statement on the Meeting of the International Health Regulations Emergency prevenção e tratamento da osteopenia e da osteoporose. Notheentanto, eles não devem Committee Regarding 2014 Ebola Outbreak in West Africa. substituir a terapia medicamentosa. http://who.int/mediacentre/news/statements/2014/ebola-20140808/en/ • Update on Ebola virus disease. Travel and transport. 2014 Ebola Virus Disease (EVD) outbreak in West Africa. http://who.int/ith/updates/20140421/en/ Saúde Geral São Paulo, 28 de novembro de 2014 Os exercícios que visam o ganho de força e resistência muscular aumentam a massa muscular, minimizando a sobrecarga nas articulações, principalmente nos casos de osteoartrose. Outros pontos favoráveis do fortalecimento muscular são a manutenção da postura e a melhora do equilíbrio e do andar, condições importantes para a independência nas atividades diárias. Os exercícios de alongamento melhoram a flexibilidade e o movimento, além de proporcionarem sensação de bem-estar. Antes de iniciar qualquer atividade física, é importante passar por uma avaliação médica a fim de verificar se há algum risco cardíaco associado à prática. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza 150 minutos/semanais de atividade física. No entanto, vale ressaltar que o tempo e a frequência do exercício deve ser recomendado conforme as condições físicas de cada um. Para praticar atividade física na terceira idade com segurança, é recomendado: • Hidratar-se antes, durante e após a atividade física. • Assegurar ambientes bem ventilados, iluminados e com piso antiderrapante. • Nunca exercitar-se em jejum. • Interromper a atividade se houver dor ou desconforto. • Fazer aquecimento prévio à atividade para evitar lesões. • Utilizar tênis e roupas leves e confortáveis. • Iniciar os exercícios de forma lenta e gradativa para permitir adaptação. Exercícios físicos realizados regularmente aumentam a expectativa de vida e proporcionam um envelhecimento saudável. Este boletim tem como objetivo informar sobre os benefícios da atividade física na terceira idade e leva em consideração o posicionamento da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Fonte: • CARVALHO, Eluciene Maria Santos et al. A postura do idoso e suas implicações clínicas. Geriatria & Gerontologia, v. 5, n. 3, p. 170-4 2011. Envie suas dúvidas e sugestões sobre este tema para o e-mail [email protected] • FRANCHI, Kristiane Mesquita Barros; MONTENEGRO, Renan Magalhães. Atividade física: uma necessidade para a boa saúde na terceira idade. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 18, n. 3, p. 152-156, 2005. • JACOB FILHO, Wilson. Atividade física e envelhecimento saudável. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 20, p. 73-7, set. 2006. Suplemento n. 5. • NÓBREGA, Antonio Claudio Lucas da et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 5, n. 6, nov./dez. 1999. • SILVEIRA, Michele Marinho da et al. Envelhecimento humano e as alterações na postura corporal do idoso. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano 8, n. 26, out./dez. 2010.