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PALAVRAS PARA FAZER OUVIR 0 MODER NO: SOBRE 0 ROMANCE
Coordenador(a):
E SEUS CAMINHOS
Sylvia Helena Te/arolli de Almeida Leite
Asambiguidades da era moderna, decorrentes dos ideais paradoxais da Revolu<;:aoFrancesa
e da Revolu<;:aoIndustrial, encontram na configura<;:oo proteiforme do romance espa<;:o
privilegiado de expressao. Sob esse ponto de vista, 0 genero romanesco tematiza narrativamente a incessante "busca" do sujeito moderno, ora pela configura<;:ao do her6i ou do
enredo, por exemplo, ora por uma constitui<;:aodiscursiva que privilegia constru<;:6esmetaficcionais. Estesimp6sio prop6e a articula<;:aode reflex6es acerca do romance e suasrela<;:6es
com os principais temas surgidos a partir da modernidade. Pretende-se, a partir do debate
proposto por cada integrante: i) observar a maneira pel a qual
0
romance traz
a
luz as
principais discuss6es do periodo moderno, configurando-se como vefculo de critic a em
rela<;:aoa sua contemporaneidade;
Ii)apreender como a forma romanesca absorve em sua
constru<;:aotais discuss6es,reconstruindo-se a partir delas e configurando-se, assim, como
produ<;:ooauto-crftica; ili) analisar a maneira como
0
romance se constitui como espa<;:ode
constru<;:aoe afirma<;:aodo individuo enquanto sujeito; Iv) refletir sobre a transforma<;:aodo
tessitura romanesca em sua relac;:aocom
DA VIRTUDE
E SEU REVES:
HERO IS
0
redimensionamento de identidades
As AVESSAS
EM DOIS ROMANCES
DE MARCIO SOUZA
Rejane Cristina Rocha (UNIANA (GO))
Galvez, imperador do Acre e A resistivel ascensao do Boto Tucuxi, do amazonense Marcio Souza,
sac romances vazados pela satira politico-social, construidos pelo concurso da par6dia a textos
e generos liteni.rios consagrados e enformados pela mordacidade da ironia. Em ambas as obras,
e possivel observar tra<,;osrelacionados a tradi<,;aopicaresca, recorrente na literatura brasileira
principalmente em personagens caracterizados como anti-her6is malandros, que tern no Leonardo de Mem6rias de urn Sargento de Milicias 0 seu antepassado mais remoto. A proposta dessa
comunica<,;aoe observar de que forma a visada critica, constituinte fundamental na formula<,;ao
do texto satirico, pode ser construida pela presen<,;ade urn personagem picaresco, caracterizado
pela vacuidade de valores e pela individualidade exacerbada, alem disso sera analisado
0
modo
como essa configura<,;ao,aparentemente paradoxal, resulta, nessas obras, em uma fabula moral
as avessas, em uma apologia da virtude pela superexposi<,;aodo vicio.
o FRAGMENTARIO
EM A JANGADA
DE PEDRA,
DE JOSE
SARAMAGO
Agnes Teres Colturato Cintra
A enfase na fragmenta<,;aodo contintente europeu, na altura dos Pirineus, com
deslecamento da Peninsula Iberica que, como uma "jangada de pedra" navega
0
consequente
a deriva no Oceano
Atlantico, encamina reflexoes em torno do momenta hist6rico e politico da produ.;:ao do romance
"Ajangada de pedra" (1986), de Jose Saramago. A alegoria produzida a partir da narra<;ao desse
"incidente geografico" instaura
0
olhar critico do escritor portugues sobre
0
Portugal do seu tempo
atravessado por uma "mitologia da saudade", mesclada a esperan<;a em novo projeto nacional.
o
registro de acontecimentos
ins6litos que envolvem a a<;ao das personagens num campo
semantico multiplo refor<;a0 fragmentario como materia prima de constru<;ao ficcional. A par do
olhar objetivo sobre
ao expor
0
mundo, a narrativa contempla a busca da pr6pria constitui<;ao discursiva
fio narrativo a fragmenta<;ao e a um constante movimento a deriva,em busca de cais
0
diversos onde aportar.
RELAc;OES
ENTRE REGIONALISMO
E FIcc;Ao
EM DOIS IRMAos,
DE MILTOM HATOUM
Sylvia Helena Telarolli de Almeida Leite rUNES?)
Esta comunica<;ao abordara as rela<;oesentre elementos regionais, vinculados ao Norte do Brasil,
em especial a cidade de Manaus, presentes
em Dois irmaos (2000), de Milton Hatoum,
reconstituidos no texto pelo fio condutor da mem6ria.A analise explorara, sobretudo,
como se expressa
libaneses
0
0
modo
narrador, para registrar especificidades do universo cultural dos imigrantes
e seus descendentes,
sem perder a amplitude no enfoque da humanidade
das
personagens.
SERTAo,
SERTOES:
JOSE
CANDIDO
DE CARVALHO
E 0
REGIONALISMO
LITERARIO
BRASILEIRO
Juliana
o
Santini rUNES?)
romance regionalista brasileiro teve seu momenta de apogeu na decada de 30 do seculo XX,
estendendo-se ate meados dos anos 40, periodo em que a literatura do nordeste desenvolveu-se
sob uma perspectiva sociol6gica de desvendamento do universo regional e, simultaneamente,
sob a analise critica de uma sociedade que permanecia
a
margem do progresso, agonia do
passado em urn presente de carencia. Enquanto a obra de Joao Guimaraes Rosa remodela
regionalismo literario e circunscreve
0
0
universal no particular por meio de urn trabalho diverso
com a tematica local, a critica literaria a aponta como a ultima etapa da literatura regionalista
no quadro nacional, ora por meio de uma classifica<;ao que a coloca como "super regionalismo",
ora por al<;a-la a uma categoria que despreza
0
que ha de regional em suas paginas. Partindo de
urn percurso critico a respeito do regionalismo literario brasileiro,
observar a maneira como
0
romance 0 coronel e
0
0
objetivo desse trabalho e
lobisomem, publicado por Jose Candido de
Carvalho em 1964, filia-se a urn novo paradigma regionalista, seja por meio da fusao do
imaginario popular local na narrativa, seja pelo trabalho com a linguagem e 0 ambiente regionais.
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