Canal: SindTêxtil-SP
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Veículo: O Liberal
Publicação: 02/04/2013
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Medidas ajudam, mas não salvam as empresas têxteis
Principais medidas de apoio à indústria nacional anunciadas pelo governo, a desoneração da folha de pagamento dos
seguimentos com mão-de-obra intensiva e a redução da tarifa de energia elétrica não empolgaram o empresariado têxtil.
Representantes do setor consideram "tímido" o ganho de competitividade alcançado pelas empresas nos últimos meses.
Segundo sindicatos, impacto foi bom para tinturarias, tecelagens e fiações; média de desconto ficou em 18% Arquivo/O
Liberal Um termômetro desse desânimo é a pesquisa de indicadores industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria)
relativa ao mês de janeiro deste ano, ainda com a conta de luz "antiga". Em comparação com o mesmo período do ano
passado, o levantamento traz números negativos de faturamento (-3,5%), emprego (-2,2%), massa salarial (-7,8) e rendimento
médio real (-5,8). O único número positivo para o setor revelado pela confederação é o aumento de utilização da capacidade
instalada. Segundo a pesquisa, ela cresceu 4,1% no primeiro mês de 2013. "O ano passado foi péssimo, um ano perdido
para a indústria. Essa recuperação pequena é boa porque mostra melhora em relação a 2012, mas não é nada a se
comemorar" analisa o presidente do Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa
Bárbara d'Oeste e Sumaré), Dilézio Ciamarro. O presidente o Sinditêxtil (Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do
Estado de São Paulo), Alfredo Bonduki, avalia que a venda aquecida no varejo nos últimos meses do ano gerou o acréscimo
de produtividade. "Os estoques foram consumidos rapidamente no fim de ano. E, para repor com rapidez, o varejo apela para
o produto nacional. Isso não significa que ele vai deixar de importar", explica. A desoneração da folha de pagamentos faz
parte do Plano Brasil Maior, anunciado em agosto de 2011 e colocado em prática no ano passado. Em tese, ele consiste na
substituição da contribuição patronal para a previdência de 20% sobre a folha por 1% ou 2% sobre o faturamento, com o
objetivo de reduzir o custo da mão-de-obra e, portanto, da produção, e gerar mais empregos formais. Na prática, no entanto,
nem todas as empresas listadas como beneficiadas saíram ganhando com a medida. "Aquelas indústrias que tinham maior
produção interna, com maior número de funcionários, acabaram beneficiadas de 1% a 1,5% do seu faturamento. Para um
setor que trabalha com margens muito exprimidas, isso é bastante. Para as empresas que terceirizam mais, foi prejudicial",
avalia Bonduki. "Para algumas empresas houve redução no recolhimento, enquanto que para outras aumentou. Outras não
tiveram impactos nem positivos nem negativos. Tudo depende da quantidade de mão-de-obra contratada", completa Ciamarro.
Redução de tarifa não chega a 30% Quando a presidente Dilma Rousseff entrou em rede nacional para anunciar a queda no
valor cobrado dos brasileiros pelas concessionárias de energia a promessa, ratificada pela Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica), a informação era de que a redução para o setor industrial poderia chegar a 32%. "A conta de luz, neste ano
de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para indústria, agricultura, comércio e serviços. Ao mesmo
tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa
produção de energia e ela irá crescer ainda nos próximos anos", disse Dilma durante o pronunciamento, de pouco mais de
oito minutos. Os empresários afirmam que o valor nas contas já recebidas não atingiu esse índice e que os impactos
sentidos foram diferentes para confecções, tecelagens, tinturarias e fiações. "As contas estão vindo com valor menor. Dá
uma ajuda às empresas no custo, mas não salva o setor" afirma o dirigente do Sinditec. "Na confecção, o impacto foi muito
pequeno. Nas tinturarias, tecelagens e fiações foi bom, uma média de 18% de desconto, não os 30% anunciados. Traz um
alívio ao redor de 4% ou 5% do custo. Nada disso representa, por exemplo, uma ajuda maior que o câmbio tem dado. Com o
dólar na casa dos R$ 2, o ganho de competitividade do produto nacional cresceu um pouco", estima o presidente do
Sinditêxtil. INDICAR COMENTARCOMPARTILHAR IMPRIMIRINDICARCOMENTARCOMPARTILHARLINK: INDICAR NOTICIA
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