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Ano 1 | Número 28 | Segunda, 14 de setembro de 2015
Exame
Dívida no Brasil é desafiadora, mas não
explosiva, diz Fitch
A agência de classificação de risco Fitch disse nesta terça-feira, 8, que as dinâmicas
de dívida no Brasil são desafiadoras, mas não "explosivas"
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A agência de classificação de risco Fitch disse nesta terça-feira, 8, que as dinâmicas de dívida no Brasil são
desafiadoras, mas não "explosivas". A declaração consta em uma apresentação feita pela diretora de ratings
soberanos da América Latina, Shelly Shetty, durante conferência em Londres.
A Fitch afirma que o Brasil tem desafios crescentes na questão fiscal e também no crescimento. O
crescimento médio de cinco anos está abaixo da mediana dos países com rating na faixa BBB e a inflação está
bem acima da mediana desse grupo.
Já o superávit primário vem caindo basicamente desde a média de 3,6% entre 2003 e 2005 e se transformou
em déficit no ano passado. "A meta de superávit (para este ano) foi reduzida de 1,1% para 0,15%", aponta a
agência na apresentação.
Na semana passada, ao comentar a proposta de Orçamento do governo para 2016, que veio com déficit de R$
30,5 bilhões, a agência afirmou que "as revisões para baixo colocam a tendência do superávit primário bem
abaixo do cenário base da Fitch usado em abril (quando o rating do Brasil foi reafirmado) e refletem os
crescentes riscos para a trajetória das finanças públicas e da dívida".
Na apresentação desta terça-feira, a Fitch aponta que a dívida bruta brasileira estava em quase 60% do PIB no
fim de 2014, acima da mediana da faixa BBB, de 40%, enquanto os gastos com juros como porcentual das
receitas do governo estavam em mais de 15%, sendo que a mediana do grupo é de menos de 10%.
"As dinâmicas de dívida são desafiadoras, mas não explosivas", afirma o texto, mostrando um gráfico que
mostra que a dívida brasileira deve rodar perto de 65% até 2017.
Nesse slide, intitulado "Brasil: o grau de investimento está em risco?", a Fitch lembra que quando a Croácia
foi rebaixada para o nível especulativo, em 2013, o principal motivo foi o crescimento fraco e os desafios
fiscal. Na época, a dívida bruta daquele país estava em 69% do PIB.
Mesmo assim, a apresentação indica que o Brasil ainda tem alguns pontos positivos, como a alta proporção de
dívida em moeda local e as contas externas robustas, inclusive com uma melhora na balança comercial nos
últimos meses. A agência aponta ainda que a inflação está acima da meta, mas que as expectativas estão
melhor ancoradas.
Os desafios políticos, no entanto, crescem, com a popularidade da presidente Dilma Rousseff em uma mínima
recorde. A Fitch também cita a recente desvalorização do real e a leve redução nos estoques de swap cambial
nos últimos meses.
Nos slides de sua apresentação, Shelly compara as diferenças entre o Brasil, que tem rating BBB, com
perspectiva negativa, e o México, com nota BBB+ e perspectiva estável.
Os custos dos contratos de swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos dos dois países
começaram a se distanciar em meados de 2013 e agora o Brasil está em mais de 300 pontos-base, enquanto o
México está abaixo de 150 pontos-base.
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