INTERMAIL
“Não se espera
que o Estado seja
o motor do mar”
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Bruno Bobone,
presidente do FEEM
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O JORNAL ECONÓMICO
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Número 1383 | quarta-feira, 17 de outubro de 2012 | Preço 1 cênt. | Diretor Guilherme Borba
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SUPLEMENTO
CAPITALIZAR & CRESCER
Saiba onde estão as oportunidades
para apoiar a expansão e a internacionalização
“Quero crescer no meu negócio! Quero internacionalizar! Quero procurar novas geografias para lançar
uma nova atividade!” Estas são as afirmações do momento e para as quais o suplemento Capitalizar
e Crescer avança algumas pistas
POR VÍTOR NORINHA
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Vendas auto
agravam queda
na Europa
Espanha prepara
resgate mas não
quer o dinheiro
EURO
O SINAL está dado. Espanha está a
negociar o resgate mas condicionado. As informações avançadas em
Madrid, mas sem fonte oficial, indicam que Mariano Rajoy, o chefe de
Governo espanhol, está disposto a
solicitar formalmente a ajudas do
Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, mas não a usar os
fundos, a não ser que seja estritamente necessário.
Com esta medida, Espanha consegue cumprir os parâmetros impostos pelo BCE de que a compra de
obrigações soberanas só poderá
acontecer em países que solicitaram ajuda financeira. Espanha,
dentro deste modelo, estará formalmente sob intervenção da Troika e
o BCE poderá comprar diretamente
dívida espanhola no mercado secundário e baixar os juros.
A mera expectativa de que este
modelo poderá funcionar fez baixar, ontem, o prémio de risco das
obrigações espanholas a 10 anos pa-
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Renault-Nissan
pretende duplicar
sinergias
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Goldman Sachs
volta aos lucros
no 3.º trimestre
ra os 430 pontos. O mercado bolsista entrou num pequeno “rally”
com aquela informação não oficial
mas que, regista-se, foi logo pela
manhã avançada pelo Financial Times. Entretanto, a meio da tarde de
ontem, informação veiculada pela
agência Bloomberg dava conta de
que o Governo e parlamento germânicos poderiam avançar com uma
linha de crédito preventiva à quarta
maior economia europeia. As yields
das obrigações espanholas caíram
em todos os prazos.
Entretanto, a Alemanha tem outras preocupações: apresentar um
programa de resgate ao eleitorado
quando tem eleições gerais marcadas para o próximo ano, sabendo-se
que estas soluções de financiamento aos países em dificuldades orçamentais não são bem vistas. O Governo de Angela Merkel estará a incluir num pacote o caso espanhol,
grego, cipriota e eslovaco para apresentar ao parlamento. Os analistas
questionam-se sobre o impacto em
Itália do “bailout” a Espanha.
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J&J ganha
menos mas supera
estimativas
Pág. 6
Portugal em terceiro
na queda de emprego
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na OCDE
Zona Euro com
excedente de
6,6 mil milhões
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Espaços de Negócios
ENTREVISTA
ENTREVISTA
ÍNDICE
Miguel Palmeiro,
responsável pelo
Brazilian Desk
da consultora CBRE
André Navarro, partner
e responsável pela gestão
de centros comerciais
na Cushman & Wakefield
Os fundos portugueses
de investimento imobiliário
tiveram um retorno total
anual de 0,9%
PAGS IV e V
PAGS VI e VII
PAG VIII
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Estado no Banif
sem maioria do
poder de voto
BANCA
O ESTADO vai entrar no capital do
Banif sem a maioria do poder de voto, disse o presidente da instituição,
Jorge Tomé, que está nos EUA a captar novos investidores para o banco.
O responsável pelo Banif integrava a comitiva que participou no
“Dia de Portugal” na Bolsa de Nova
Iorque, nos EUA, tendo várias reuniões com fundos de investimento
que, segundo disse aos jornalistas,
podem entrar como acionistas do
banco no aumento de capital que
vai fazer em breve.
Sobre se os investidores com
quem falou se mostraram preocupados com o facto de o Estado se ir
tornar acionista do banco, Jorge Tomé garantiu que isso não é um problema. “Podia fazer diferença se o
Estado tivesse a maioria do poder
de voto, que em princípio não vai
acontecer”, afirmou.
O Banif está neste momento num
processo de recapitalização, que vai
passar por um aumento de capital
para cumprir até final do ano as
metas em termos de rácios de capital do Banco de Portugal. A imprensa está a avançar com valores na
ordem de 800 milhões de euros.
As negociações para o aumento
de capital do Banif, nomeadamente
com o Estado, que irá entrar na estrutura acionista do banco, deverão
estar concluídas ainda esta semana.
O responsável disse ainda que, no
aumento de capital, “pode haver
bancos a tomarem firme a operação
sem entrar no capital” do Banif,
afirmando, no entanto, que não deverão ser internacionais. Não adiantou, no entanto, sobre se esse papel
poderá caber ao BES.
“Neste momento não posso dizer
nada sobre isso”, afirmou.
FED REÚNE-SE COM BANCOS
A Reserva Federal norte-americana
reuniu-se com os responsáveis dos
principais bancos portugueses, em
Nova Iorque, para avaliar a situação
em Portugal e a resiliência do sistema bancário.
Negócios
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quarta-feira 17 de outubro de 2012
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SEM LENÇO E SEM DOCUMENTO
OJE JULGO EU
José Pedroso
de Melo*
No momento em que escrevo estas
linhas, foram finalmente conhecidos
os contornos finais da proposta de lei
do Orçamento do Estado para 2013
apresentada aos deputados. Sem surpresa, e contrariando alguns rumores
postos a circular durante o fim de
semana, o documento agora apresentado mantém, no essencial, as notícias arrasadoras que há já alguns
dias vinham sendo anunciadas, agravando-as, até, inesperadamente, para
parte dos contribuintes (é o caso dos
profissionais liberais abrangidos pela
categoria dos designados “recibos
verdes”, que vêm a sua base tributável do IRS aumentada em 10%).
Tão dramático talvez como o enorme
aumento generalizado dos impostos
é a dura confirmação da inexistência
de quaisquer medidas fiscais de
promoção da competitividade das
empresas ou de estímulo ao investimento. Nem uma ideia, uma única,
que transmita às empresas e
cidadãos uma crença no retomar do
crescimento, uma vez libertados do
espartilho imposto pelos credores
internacionais.
Quando, é preciso dizê-lo, nenhuma
condicionante externa parece impor
tamanha estreiteza de horizontes.
Como aqui o escrevi faz algum
tempo, se zona existe em que a
escassa soberania ainda permite
alguma margem de influência no
comportamento das variáveis
económicas, essa é a área da política
fiscal. E, nessa área, este Orçamento
surge-nos como um desmoralizador
deserto de ideias e uma última facada nalguma réstia de esperança, alimentada por mais de 20 horas de
conturbada reunião do conselho de
ministros.
Há que reconhecer que nem tudo o
que consta do Orçamento são más
notícias. Não se desconhece, e louva-se, aliás merecidamente, a anunciada
e há tanto reclamada medida de criação de um regime de caixa em IVA
para as pequenas empresas e que
traduz seguramente um passo
certeiro no sentido do desafogo da
tesouraria de parte importante dos
Nem uma ideia, uma
única, que transmita
às empresas e cidadãos
uma crença no retomar
do crescimento
contribuintes (ainda que, sendo essa
a intenção, seja no mínimo incompreensível que se proponha, ao
mesmo tempo, o aumento do valor
dos pagamentos por conta do IRC
a exigir dos mesmos contribuintes).
Assim como se aplaude, também, a
medida, há muito igualmente reivindicada, de subtrair as rendas dos
imóveis às obscenas taxas gerais do
IRS (sujeitando-as à taxa especial de
28%). O que, se não estimular a oferta imobiliária nesta área, como se
presume desejado, terá pelo menos o
condão de trazer para a economia
formal parte substancial dos arrendamentos.
Não menosprezando a importância de
cada uma daquelas medidas, e de
alguns outros escassos paliativos, a
verdade é que, no demais, todo o
documento se apresenta como um
exercício de tão incompreensível,
quanto contraproducente, resignação
e autoflagelação. Se alguém, por
hipótese quase absurda (mas incrivelmente verídica), estivesse à espera
deste momento para decidir entre o
ir e ficar, desistir ou persistir, seguramente terá tomado a sua decisão.
Resta, para os que ficam (por opção
ou falta dela), uma penosa caminhada contra o vento, que muito
provavelmente, pela sua violência, os
empurrará lá para trás. Como o
caranguejo.
* advogado principal da CCA
Advogados e responsável pelo
departamento de fiscal:
[email protected]
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Espanha prepara resgate mas não quer o dinheiro