1 Aline Swarovsky A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA ELABORAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: um estudo a partir da atuação do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul como um espaço para a prática democrática deliberativa Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito – Mestrado e Doutorado - Área de Concentração em Demandas Sociais e Políticas Públicas da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Direito. Orientador: Prof. Doutor Rogério Gesta Leal Santa Cruz do Sul, novembro de 2011 2 A Deus, pelo dom da vida; Às duas pessoas mais importantes da minha vida: pai e mãe, por todo o apoio e amor incondicionais. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, aos meus pais pelo amor, incentivo e pelo exemplo de vida e de determinação; aos professores do Programa de Pós-Graduação em Direito – Mestrado e Doutorado – da UNISC, pelas contribuições que enriqueceram minha formação e ajudaram a me tornar uma pessoa melhor. Em particular, ao Professor Dr. João Pedro Schmidt, por indicar e fornecer material bibliográfico muito útil à realização deste trabalho. Em especial, ao meu orientador, Professor Doutor Rogério Gesta Leal, responsável pela minha inserção e pelo meu crescimento na pesquisa e com quem sempre pude contar, mostrando-se sempre muito solícito e confiante na realização do meu trabalho. Aos colegas, que partilharam dos mesmos anseios, angústias, dúvidas, incertezas, e, ao mesmo tempo, das mesmas realizações e sucesso. Agradeço, ainda, com carinho especial, à colega Ana Carolina Ghisleni, pela companhia e pelos momentos de descontração desfrutados ao longo desses dois anos de convivência. Por fim, aos funcionários do Mestrado e Doutorado em Direito da UNISC, Rosana Maria Fabra, Tatiane Goeritz e Rosane Michelotti, pela disponibilidade e por todos os auxílios prestados. 4 Aprenda como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer amanhã. Mahatma Gandhi 5 RESUMO O presente trabalho pretende avaliar o potencial deliberativo do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul no que tange às políticas de saúde, analisando sua atuação como órgão representativo, fiscalizador e deliberativo. Para tanto, num primeiro momento é realizada uma análise histórica e política sobre o tema das políticas públicas, tendo em vista que este é um conceito, muitas vezes empregado com sentido vago, o que dificulta a compreensão do tema. A abordagem também se presta ao exame da ingerência das políticas públicas com a política, o Estado, o governo e as relações de poder, o que leva a compreendê-las como os meios de que o Estado se utiliza para viabilizar sua ação governamental. Na sequência do estudo, busca-se avaliar o processo democrático de tomada de decisões. Assim, utiliza-se como parâmetro a matriz democrática deliberativa, na medida em que ela é a responsável por qualificar a participação e é a forma mais adequada para avaliar o nível dos debates realizados nas instituições participativas. Para tanto, são avaliados os princípios basilares que conduzem os processos deliberativos (igualdade, publicidade, reciprocidade, reflexividade, accountability, autonomia, ausência de coerção e respeito mútuo) e que devem estar presentes para garantir a legitimidade e a simetria deste processo. Por fim, é feita uma abordagem prática, em que se analisa a função do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul na formação de um espaço público de implementação da prática deliberativa. Esta análise é feita com base na avaliação conjunta da legislação municipal regulamentadora do Conselho (Lei de Criação e Regimento Interno) e das atas reunião que documentam detalhadamente os encontros realizados no período compreendido entre novembro de 2010 e novembro de 2011. Esta avaliação fornece um conjunto de dados suficientes para avaliar o potencial deliberativo do Conselho. O método de abordagem utilizado neste trabalho foi o indutivo-dedutivo, partindo-se de perspectiva geral para um caso particular (o do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul) e a técnica de pesquisa bibliográfica, por meio da consulta a livros, periódicos e demais materiais disponíveis sobre os assuntos abordados, bem como à pesquisa documental, baseada na análise das atas de reuniões do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. O método de procedimento adotado foi o monográfico e o estatístico, porquanto a análise também implicou na apresentação e na avaliação dos números e percentuais obtidos. Palavras-chave: Políticas Públicas; Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul; Processos de Tomada de Decisão; Democracia Deliberativa; Participação Social. 6 ABSTRACT This work intends to evaluate the potential of deliberative Municipal Health Council of Santa Cruz do Sul in relation to health policies, analyzing its performance as an agency representative, supervisory and deliberative. To do so, at first is an analysis of historical and policy on the issue of public policy, given that this is a concept often employed with vague, making it difficult to understand the theme. The approach also lends itself to an examination of the interference of public policy and politics, the state government and power relations, which leads to understand them as the means of the state to allow its use for government action. Following the study, we assessed the democratic decision-making. Thus, it is used as a parameter the deliberative democratic framework, to the extent that it is responsible for qualifying and participation is the most appropriate way to assess the level of discussions on participatory institutions. For this purpose, the basic principles are evaluated leading deliberative processes (equality, publicity, reciprocity, reflexivity, accountability, autonomy, freedom from coercion and mutual respect) that must be present to ensure the legitimacy and the symmetry of this process. Finally, there is a practical approach, which examines the role of the Municipal Health Council of Santa Cruz do Sul in the formation of a public implementation of deliberative practice. This analysis is based on joint assessment of the regulatory Council municipal legislation (Act of Creation and Bylaws) and meeting minutes that document in detail the meetings in the period between November 2010 and November 2011. This assessment provides a set of sufficient data to evaluate the potential Deliberative Council. The method of approach used in this study was inductive-deductive, starting from the overview for a particular case (the Municipal Health Council of Santa Cruz do Sul) and technical literature, by consulting the books, periodicals and other materials available on the topics discussed, as well as documentary research, based on analysis of the minutes of meetings of the Municipal Health Council of Santa Cruz do Sul. The method of procedure adopted was the monograph and the statistical analysis because it also implied in the presentation and evaluation numbers and percentages obtained. Key-words: Public Policy; Municipal Health Council of Santa Cruz do Sul; DecisionMaking Processes; Deliberative Democracy; Social Participation. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 ...................................................................................................................120 Figura 2 ...................................................................................................................123 Figura 3 ...................................................................................................................128 Figura 4 ...................................................................................................................132 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 ...................................................................................................................122 Tabela 2 ...................................................................................................................127 Tabela 3 ...................................................................................................................131 Tabela 4....................................................................................................................135 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 1 POLÍTICAS PÚBLICAS: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS CONCEITUAIS, DEMARCAÇÕES HISTÓRICAS E MARCOS ESTRUTURAIS NO CENÁRIO POLÍTICO-JURÍDICO BRASILEIRO ........................................................................ 15 1.1 Gênese histórico conceitual das políticas públicas e sua ingerência com a política, o Estado, o governo e o poder ..................................................................... 16 1.1.1 Política, política pública e política social........................................................... 17 1.1.2 Surgimento e desenvolvimento das políticas públicas ..................................... 21 1.1.3 Principais conceituações e os aspectos operacionais das políticas públicas ... 25 1.2 Direito e democracia: marcos estruturais das políticas públicas ......................... 36 1.2.1 A institucionalização das políticas públicas como categoria jurídica ................ 36 1.2.2 Democracia: um pressuposto fundamental para as políticas públicas ............. 42 1.3 As interações entre políticas públicas e Administração: um novo paradigma de execução compartida de políticas públicas ............................................................... 46 2 MATRIZ DEMOCRÁTICA DELIBERATIVA NOS PROCESSOS DE TOMADA DE DECISÃO: O ESTUDO DOS PROCESSOS DELIBERATIVOS EM BUSCA DA LEGITIMIDADE DAS DECISÕES JURÍDICO- POLÍTICAS ..................................... 56 2.1 Definições histórico-conceituais e modelos de democracia: das primeiras definições ao advento do modelo deliberativo........................................................... 57 2.2 A face deliberativa da democracia e a importância da adoção de um modelo deliberativo de democracia........................................................................................ 63 2.2.1 Os princípios e as virtudes da deliberação pública: a promoção da igualdade, do senso crítico e de uma atitude voltada ao bem comum ....................................... 68 2.2.2 As teorias de justificação da democracia e as implicações práticas das concepções que concebem a democracia como transformadora das preferências morais das pessoas .................................................................................................. 73 2.2.3 A conotação pública da deliberação e sua relação com a legitimidade do processo de tomada de decisões .............................................................................. 79 2.2.4 Deliberação e consenso: o processo democrático deliberativo de tomada de decisão e as políticas públicas .................................................................................. 82 10 2.3 Democracia, desacordo, votação e regra da maioria: dimensões de uma mesma teoria ......................................................................................................................... 86 3 O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SANTA CRUZ DO SUL E A CONCRETIZAÇÃO DAS PARTICIPAÇÃO SOCIAL POLÍTICAS E DE PÚBLICAS: UM IMPLEMENTAÇÃO ESPAÇO DE DA PRÁTICA DEMOCRÁTICA DELIBERATIVA ........................................................................... 94 3.1 Conselhos Municipais: do surgimento à concretização do marco democrático inaugurado a partir da Constituição Federal de 1988 ................................................ 94 3.2. O regramento jurídico brasileiro sobre a composição, a representação e a atuação dos Conselhos de Saúde: os reflexos na deliberação ............................... 102 3.3 O papel do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul na formação de um espaço público de discussão: representação, deliberação e controle ............... 111 3.3.1 Formação do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul ............... 111 3.3.2 Avaliação do potencial deliberativo do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul: uma comparação entre o que diz a lei e o que refletem as atas de reuniões .................................................................................................................. 113 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 138 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 144 ANEXO A ................................................................................................................ 151 ANEXO B ................................................................................................................ 161 ANEXO C ................................................................................................................ 169 ANEXO D ................................................................................................................ 177 ANEXO E ................................................................................................................ 187 11 INTRODUÇÃO Os assuntos relacionados às políticas públicas vêm ocupando espaço de destaque no cenário político-jurídico brasileiro, especialmente a partir da reforma constituinte iniciada com a Constituição Federal de 1988, que forneceu novos contornos às ações governamentais, baseando-as em ideais de democracia e de descentralização. Contudo, nem sempre foi assim. Até o início dos anos 80, as políticas públicas refletiam o tipo de relação existente entre Estado e sociedade, que se caracterizava por uma perversa distância da última dos processos de tomada de decisão, que se concentravam na esfera estatal. Assim, as políticas neste período eram marcadas pela centralização decisória e financeira na esfera federal. Aos Municípios, quando muito, cabia uma tímida participação neste processo, que se dava em sua fase final, ou seja, na tarefa de execução das políticas públicas formuladas centralmente. Por óbvio que essa ótica não poderia subsistir. Em um país com dimensões continentais como o Brasil, com elevados índices de assimetrias sociais, políticas e financeiras, seria praticamente impossível que um plano de ação elaborado na esfera federal pudesse abranger, de forma adequada, a totalidade dos problemas sociais existentes nas distintas realidades brasileiras. Assim, a partir da Carta de 88, houve uma verdadeira reforma no campo das políticas públicas, que privilegiou a democratização dos processos decisórios (que passariam a contar com a participação da população) e a descentralização das atividades de formulação e implementação das políticas públicas, notadamente as de cunho social, que passaram a ser pensadas também na esfera municipal. Com vistas a concretizar a realização destas mudanças, foi incentivada a criação de fóruns públicos de debate, destacados do sistema político, mas que, ao mesmo tempo, com ele mantivessem alguma relação. A busca de instrumentos aptos a incentivar a participação consciente e motivada dos cidadãos nos processos de formulação e implementação de políticas públicas, faz frente às propostas do modelo liberal, que se preocupa em fixar limites à esfera pública e assegurar a 12 autonomia privada do indivíduo perante o Estado. Foi neste contexto que surgiram os Conselhos Municipais que atualmente encontram-se disseminados na maioria das cidades brasileiras. Dessa forma, este estudo apresenta estimada relevância para a ciência jurídica, devido ao fato de que os assuntos relativos à democracia têm sido alvo de discussões, sobretudo no que diz respeito à legitimidade dos processos de tomada de decisão e, assim, do próprio direito. Além disso, ao buscar encontrar, no âmago da sociedade, a legitimidade das decisões políticas através de um envolvimento motivado dos grupos sociais, a pesquisa contribui, no âmbito social, para ressaltar a importância da constituição de uma democracia que supere as limitações do modelo representativo. Em outro plano, o trabalho também é oportuno, pois permite o atendimento de uma demanda específica e especialmente urgente: a necessidade de legitimação das decisões, para que seus destinatários figurem também na condição de autores e não fiquem à margem do processo decisional. Assim, a elaboração deste trabalho foi orientada por duas hipóteses pontuais: a) Primeiramente, a de que os Conselhos Municipais, em geral, e assim, o Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, exercem seu papel de fortalecimento da participação democrática da população na formulação e implementação de políticas públicas. b) Por outro lado, os Conselhos Municipais podem servir tão somente para legitimar as decisões políticas dos governos, não cumprindo, assim, seu papel de espaço público aberto à deliberação. Com a finalidade de responder as hipóteses aventadas, foi adotado o método de abordagem indutivo-dedutivo, pois, em um primeiro plano, apresentam-se questões teóricas, para, em seguida, partir da perspectiva geral para um caso particular (o do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul). A técnica de 13 pesquisa adotada foi a bibliográfica, tendo em vista que o trabalho foi elaborado por meio da consulta a livros, periódicos e demais materiais disponíveis sobre os assuntos abordados, bem como à pesquisa documental, baseada na análise das atas de reuniões do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. Por fim, o método de procedimento adotado foi o monográfico e o estatístico, porquanto a análise também implicou na apresentação e na avaliação dos números e percentuais obtidos. Desta forma, em um primeiro momento deste trabalho, pretende-se estudar o amplo e complexo tema das políticas públicas, seus aspectos introdutórios e conceituais, bem como as demarcações históricas e o atual tratamento jurídico e político fornecido ao tema na esfera nacional. Para isso, busca-se estudar as relações estabelecidas entre a política, o Estado, o governo e os círculos de poder, bem como apresentar as principais conceituações e aspectos operacionais das políticas públicas. Ao cabo, este capítulo apresenta, ainda, as interações entre as políticas públicas e a Administração Pública, sugerindo um novo paradigma, baseado na execução compartida das políticas. Na sequência e de acordo com a perspectiva democrática e de participação social, o estudo se encarrega da tarefa de analisar a matriz deliberativa que fundamenta os processos de tomada de decisão. Objetiva-se, por meio do estudo das regras e princípios que regem os processos deliberativos, verificar em que medida este modelo contribui para fornecer legitimidade às decisões tomadas nas esferas jurídico-políticas. Assim, as primeiras considerações gravitam em torno do surgimento do modelo de governo conhecido por democracia, passando às considerações sobre a importância da adoção de um modelo deliberativo de democracia, bem como acerca das virtudes intrínsecas à deliberação pública. Este tópico aborda, ainda, as teorias de justificação da democracia e as implicações práticas das concepções que concebem a democracia como transformadora das preferências morais das pessoas. Exatamente por acreditar nessa possibilidade de mudança, estas teorias depositam credibilidade na pessoa humana e na sua capacidade de aperfeiçoamento no seu convívio em sociedade, 14 sendo o desenvolvimento deste tema de grande relevância para a análise proposta neste trabalho. Por fim, o terceiro capítulo se presta a realizar um estudo de caso com base na atuação do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul como espaço público de implementação da prática democrática deliberativa, analisada no segundo capítulo. Assim, são examinados os aspectos históricos e políticos relacionados ao surgimento dos Conselhos Municipais, bem como sua ligação com as disposições da Constituição Federal de 1988 acerca da participação da população nas políticas sociais. Em seguida, é apresentado o regramento jurídico brasileiro sobre a composição, a representação e a atuação dos Conselhos de Saúde, bem como os reflexos destas determinações legais na prática deliberativa dessas instituições. E, no último ponto, é analisado o papel do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul na formação de um espaço público viabilizador da prática deliberativa. Assim, a análise se baseia numa avaliação conjunta da legislação municipal que regula o Conselho (Lei de Criação e Regimento Interno) e das atas de reunião relativas aos encontros realizados no período compreendido entre novembro de 2010 e novembro de 2011. Neste ponto, os resultados obtidos serão expressos na forma de gráficos e de tabelas, que possibilitarão a verificação, em números, da existência (ou não) de um potencial deliberativo no Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. Cabe ressaltar, ainda, que este trabalho se enquadra na linha de pesquisa denominada Políticas Públicas de Inclusão Social, do Programa de Pós Graduação em Direito – Mestrado e Doutorado, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, cujos estudos se centram na capacidade das políticas públicas não apenas promoverem a inclusão, por meio de programas de ação destinados a segmentos sociais marginalizados, como também, na possibilidade das pessoas serem incluídas nos processos de formação dessas políticas. 15 1 POLÍTICAS PÚBLICAS: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS CONCEITUAIS, DEMARCAÇÕES HISTÓRICAS E MARCOS ESTRUTURAIS NO CENÁRIO POLÍTICO-JURÍDICO BRASILEIRO O tema das políticas públicas, embora proveniente da teoria política, vem sendo amplamente explorado pela área jurídica. Dentre os vários sentidos que apresentam, sem dúvidas, pode-se dizer que, em linhas gerais, tratam-se de programas de ação do governo (embora não exclusivamente) conectados com a realização de direitos sociais. Todavia, as políticas nem sempre estiveram diretamente relacionadas a esta realidade. Até antes dos anos 80, elas tinham por escopo a realização do paradigma da eficiência, no qual prevaleciam interesses de cunho econômico. Assim, a sua realização estava intimamente ligada à proteção de uma liberdade puramente formal, que acabava por tornar a noção de democracia restrita a comportamentos institucionais. Mais tarde, a reforma no campo das políticas que se deu entre os anos 80 e 90 teve como eixos a democratização dos processos decisórios e a equidade dos resultados, concebidas por meio da participação dos cidadãos e da descentralização. Desde então, a busca por instrumentos aptos a incentivar a participação consciente e motivada dos cidadãos nos processos de formulação e implementação de políticas públicas faz frente às propostas do modelo liberal, que se preocupa em fixar limites à esfera pública e assegurar a autonomia privada do indivíduo perante o Estado1. Assim, este trabalho partirá de uma breve explanação sobre conceitos fundamentais para o estudo das políticas públicas, com especial atenção ao fato de que este instituto, ontologicamente, provém da ciência política e, por isso, mesmo, exige esclarecimentos pontuais. Para tanto, num primeiro momento será feita uma 1 Neste trabalho, utilizar-se-á a diferenciação clara e precisa de Höfling acerca dos conceitos de Estado e de Governo. Estado é entendido como o “conjunto de instituições permanentes – como órgãos, legislativos, tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico necessariamente – que possibilitam a ação do governo; e Governo, como o conjunto de programas e projetos que parte da sociedade (políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros), propõe para a sociedade como um todo, configurando-se a orientação política de um determinado governo que assume e desempenha as funções de Estado por um determinado período”. HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, vol.21, n.55, Campinas, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 16 abordagem histórica e conceitual acerca das políticas públicas, destacando sua relação com a política, abordando seu surgimento e sua evolução no tempo, bem como as conceituações mais relevantes e os aspectos operacionais acerca do instituto. Na sequência, a abordagem se dedicará à apresentação dos marcos estruturais das políticas públicas, percebidos aqui como sendo o direito e a democracia. Com isso, pretende-se demonstrar o valor que as políticas públicas passaram a ter para a ciência jurídica, especialmente os aspectos jurídicos que se correlacionam com o tema. Simultaneamente, objetiva-se demonstrar a importância da inserção das políticas públicas sociais em sociedades democráticas (Estado Democrático de Direito), e o que isto implica em relação aos processos de tomada de decisão. Por fim, será feita uma análise acerca das interações entre administração e política, apresentando-se a importância da construção de uma gestão compartida em sede de políticas públicas, com a aproximação do cidadão dos processos de formulação e implementação das políticas públicas. Este ponto assume relevância na medida em que demonstra a imprescindibilidade de a administração se desvestir de sua estrutura extremamente burocratizada e tornar-se mais acessível à população, que é a destinatária final de suas ações. 1.1 Gênese histórico conceitual das políticas públicas e sua ingerência com a política, o Estado, o governo e o poder As “políticas públicas” constituem tema muito focado atualmente e que ganha destaque em diversas áreas do saber. Não poderia ser diferente para com o direito, sendo o termo empregado quando se fala em políticas públicas de segurança, políticas públicas sociais, políticas públicas tributárias, entre outras. Porém, antes de se falar em políticas públicas, é necessário ter domínio de sua noção, fundamentos e limites, ou seja, em última instância, caracterizá-las, para que não se resumam a um conceito vazio. 17 Em linhas gerais, o objetivo do presente tópico é analisar, ainda que brevemente, a gênese conceitual das políticas públicas, suas demarcações históricas, bem assim, construir um quadro com as suas principais conceituações e aspectos operacionais. Para tanto, num primeiro momento serão abordados os principais aspectos atinentes às diferenças entre política, política pública e política social, perpassando pelo seu surgimento e desenvolvimento, para, apresentar, na atualidade, as principais noções acerca dessas políticas. 1.1.1 Política, política pública e política social O significado clássico de política, “politikós”, tem sua origem no adjetivo pólis, que tem relação com tudo a que se refere à cidade, ou seja, ao que é urbano, civil, público e social. Foi Aristóteles, contudo, um dos precursores da expansão do termo, graças à grande influência de sua obra denominada “Política”, a qual é tida como a primeira grande sistematização da natureza, funções e divisões do Estado, bem como das formas de governo2. Nela o autor equivale o termo política à arte ou ciência de governo.3 Conceitualmente, o termo “política” perdeu seu significado original (em comparação à perspectiva clássica), passando a ser entendido como “a atividade ou conjunto de atividades que de alguma maneira têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado.” Portanto, o conceito de política pode ser definido como forma de atividade ou práxis humana, o qual está intimamente ligado ao conceito de poder.4 Na mesma linha de raciocínio, Ribeiro considera que o termo “política”, em qualquer de seus usos, seja na linguagem comum ou na linguagem dos especialistas, refere-se ao exercício de alguma forma de poder e, obviamente, às 2 Sobre a definição de governo, ver nota nº. 1. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Tradução Carmen C. Varrialle et al. 4. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998. p. 954. 4 BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Tradução Carmen C. Varrialle et al. 4. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998. p. 954. 3 18 diversas consequências desse exercício. Ocorre que, naturalmente, todos os meios pelos quais se exerce o poder estão imiscuídos de complexidade, embora isto não esteja tão explícito num primeiro momento.5 Dessa forma, as decisões políticas são produto, em sua maioria, de relações de poder, ou seja, envolvem, sumariamente, uma inter-relação entre a fonte de poder (que criou/implementou a decisão) e os subordinados à força deste poder (aqueles que direta ou indiretamente serão afetados pela decisão).6 Contudo, a conceituação de política não se perfectibiliza tão somente com a referência do termo ao exercício de poder. O conceito ainda permanece vago, razão pela qual se faz necessário esclarecer o significado de poder, bem assim de suas implicações para com o campo da política e das políticas públicas. Bobbio aduz que na filosofia política o problema do poder é apresentado sob três aspectos, a partir dos quais se formam três teorias fundamentais sobre o poder: a substancialista, a subjetivista e a relacional. A teoria substancialista concebe o poder como algo que se possui e se utiliza como tantos outros bens. Assim, pode ser qualquer coisa (desde os meios naturais, como força, inteligência, quanto os adquiridos, como a riqueza) que possibilite alcançar aquilo que é o objeto do próprio desejo. Nesta corrente, destaca-se a interpretação substancialista de Hobbes. Já para os subjetivistas, como Locke, o poder não é o meio que serve para alcançar o objetivo, mas a capacidade de se obter determinados efeitos. Esta forma de compreender o poder é a utilizada pelos juristas para definir o direito subjetivo na medida em que ter um direito desta natureza é consequência da concessão do ordenamento jurídico do poder de produzir certos efeitos.7 Complementando este conceito, Rodrigues define poder, numa perspectiva moderna, a partir da contribuição do sociólogo alemão Max Weber, concebendo-o como “a probabilidade de um ator social (a burocracia, por exemplo) levar adiante 5 RIBEIRO, João Ubaldo. Política: quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. p. 13. 6 RIBEIRO, João Ubaldo. Política: quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. p. 13. 7 BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade: por uma teoria geral da política. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. p. 77-78. 19 sua vontade, apesar das resistências que ela enfrenta, isto é, mesmo que esta seja em oposição à vontade do outro.”8 Este entendimento denota claramente que o tom conferido ao poder é de dominação. E o tipo de dominação que se destaca aqui é o baseado no poder organizacional da burocracia, usado como “instrumento de rotinização da vida humana.” Assim, em função da máquina burocrática caracterizar-se pela impessoalidade, competência e hierarquia de cargos, a legitimação deste poder, denominado de legal-racional, deriva da confiança que a sociedade deposita no aparelho administrativo.9 Na definição de Bobbio, poder significa a “capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos”, envolvendo tanto indivíduos ou grupos de pessoas, quanto objetos ou fenômenos naturais.10 No entanto, a definição mais aceita para a ciência política é a de que “o poder é uma relação e esta relação ocorre entre pessoas”.11 Assim, na conjuntura das políticas públicas, a política pode ser entendida como um “conjunto de procedimentos que expressam relações de poder e que se orienta à resolução de conflitos no que se refere aos bens públicos.”12 Complementando, a política é a forma de resolução não violenta de conflitos, ou seja, sua função principal é resolver as dissensões sem que isto implique na destruição dos grupos em desacordo. Ela tem a capacidade de desarmar o conflito e transformá-lo em uma alternativa não destrutiva para a coletividade em geral.13 Outra diferenciação que deve ser feita diz respeito às noções de política pública e política social. De acordo com a já referida Rodrigues, pode-se dizer, sinteticamente, que as políticas sociais fazem parte de um subconjunto pertencente a um conjunto maior que se denomina de políticas públicas. Nas palavras da própria 8 RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p.15-16. RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 16. 10 BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Tradução Carmen C. Varrialle et al. 4. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998. p. 933. 11 DAHL, Robert Alan. The Concept of Power, Behavioral Science, p. 203, jul. 1957. Texto original: “Let us agree that power is a relation, and that this is a relation among people.” 12 RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 13. 13 SCHMITTER, Philippe C. Reflexões sobre o conceito de política. Curso de Introdução à Ciência Política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. p. 33. 9 20 autora, “toda política social é uma política pública, mas nem toda a política pública é uma política social.”14 Daí porque se falar em políticas públicas sociais. Veja-se que a expressão política pública, além de ser composta pelo termo “política” – e de todos os significados inerentes a este conceito – também é formada pela palavra “pública”, que igualmente é carregada de sentido e utilizada em diversas acepções. Assim, o conceito de política pública também leva, invariavelmente, ao domínio do que é público e de todo o seu universo, ou seja, remete às questões coletivas. Numa análise preliminar, pode-se dizer que o termo difere do que é considerado privado, individual e íntimo para se focar nas questões que dizem respeito a uma coletividade.15 Num segundo plano, o público difere-se do estatal, não correspondendo a um sinônimo deste. O público abarca uma perspectiva mais ampla, que se divide em estatal e não estatal. A atuação estatal deve estar voltada essencialmente ao que é público. Contudo, existem instituições e organizações da sociedade que manifestamente também possuem objetivos públicos e que, em decorrência disso, recebem a denominação de públicas não estatais.16 Desta afirmativa, percebe-se que a política externa, econômica, administrativa, dentre outras, são políticas públicas relevantes porque dizem respeito à ação do Estado, mas não se relacionam às políticas sociais, embora, muitas vezes, o sucesso de uma política social seja consequência da eficácia das políticas públicas mais abrangentes.17 No entendimento de Högling, as políticas sociais têm intrínseca ligação com o modelo de garantias sociais adotado por determinado Estado. Em suas palavras, 14 RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 9. SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2311. 16 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2311. 17 RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 9. 15 21 [...] políticas sociais se referem a ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio, para a redistribuição dos benefícios sociais visando a diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. As políticas sociais têm suas raízes nos movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos surgidos entre capital e 18 trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais. Por óbvio que quando o foco está nas políticas sociais (habitualmente entendidas como as de saúde, previdência, educação, saneamento, habitação, entre outras), os fatores envolvidos para avaliar o êxito ou o fracasso dessas políticas são complexos, diversificados e requerem maior concentração de esforços.19 Esclarecidos estes aspectos iniciais, passa-se à análise do surgimento e desenvolvimento das políticas públicas, a começar por sua evolução no cenário internacional e posterior incorporação pela esfera nacional. 1.1.2 Surgimento e desenvolvimento das políticas públicas Originariamente, como já demonstrado, as políticas públicas têm sua raiz na palavra “política”, sendo Aristóteles o principal responsável pela disseminação do vocábulo, que expressa, de uma forma geral, um conjunto de relações de poder com vistas à resolução de conflitos de forma não violenta. No entanto, as políticas públicas, como área específica da ciência política, começaram a ser estudadas apenas em meados do século XX, quando a complexidade da sociedade começava a exigir ações governamentais concatenadas, tanto nos setores econômicofinanceiro quanto social. Assim foi que, nos Estados Unidos, no início dos anos 50, essa vertente da ciência política começou a se instituir sob o rótulo de “policy science”, em especial com a obra de Harodl Dwight Lasswel, enquanto que na Europa, mais precisamente na Alemanha, a preocupação com certos campos da política só aparece no início 18 HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, Campinas, p. 31, v.21, n.55, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 19 HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, Campinas, p. 31, v.21, n.55, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 22 dos anos 70, quando, graças ao movimento socialdemocrata, as políticas setoriais foram significativamente expandidas.20 Já no Brasil, as políticas públicas foram vistas, num primeiro momento, com certo descrédito, em vista da ação estatal negativa. No período de transição para o século XXI, a imagem que subiste a respeito é uma imagem negativa, influenciada pela perspectiva minimalista. Apesar de já estar circulando uma nova perspectiva acerca do consenso antiestatal nas nações desenvolvidas e mesmo no campo das agências financeiras que determinam parte considerável das políticas públicas nos países em desenvolvimento, no Brasil prevalece uma atmosfera de receio com relação ao setor estatal, que sequer leva em consideração a capacidade do Estado em promover o desenvolvimento.21 Outro fator a ser considerado é o descrédito da população em relação ao Estado e à Administração Pública, principalmente no que diz respeito à atuação estatal, às políticas públicas e aos políticos em geral. Mesmo após o processo de democratização iniciado nos anos 80, a disseminação de práticas clientelistas, marcadas pela corrupção e a maior publicidade destes fenômenos, provenientes do próprio processo, somaram-se à ideologia neoliberal que estimula a redução radical do Estado. Tudo isso contribuiu, sobremaneira, para agravar a confiança que os cidadãos depositam na ação governamental e na administração pública em todas as esferas do governo.22 Há, de uma forma geral, uma “ausência de perspectivas”, que conduz ao pensamento de que não apenas o Estado é ineficaz por natureza, como também na relação entre Estado e Sociedade no Brasil, tudo parece ter permanecido igual e jamais mudará, tendo em vista que os vícios desta relação são intrínsecos ao 20 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 214, jun. 2010. 21 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 5, abril 2000. 22 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 5, abril 2000. 23 Estado. Esta visão consagra o entendimento de que não há solução para o Estado além de reduzi-lo ao Estado mínimo.23 Historicamente, as políticas públicas promovidas pelo Estado Brasileiro vêm perpassando uma trajetória que demonstra sua evolução no tempo. Farah demarca quatro características das políticas até o início dos anos 80. Em primeiro lugar, as políticas eram marcadas pela centralização decisória e financeira na esfera federal, incumbindo aos Municípios – quando participantes de uma política específica – a tarefa de executar as políticas formuladas centralmente. Nesse sistema, tendia-se a estabelecer uma relação de cunho clientelista entre governos estaduais, municipais e federais, baseada na troca de favores.24 Outra característica das políticas deste período era a fragmentação institucional25, marcada por ações desintegradas, desconectadas, sem coordenação na ação dos diversos órgãos. A setorialidade é a terceira característica das políticas públicas deste período, porquanto cada política e cada setor do serviço público eram tidos de forma autônoma, sem a necessária articulação entre as diversas áreas, sendo esta peculiaridade responsável pela perda dos potenciais efeitos positivos das ações. 26 Por fim, a última característica das políticas vigentes até o início dos anos 80 é a exclusão da sociedade civil do processo de formação e implementação das políticas públicas. Com isso, o processo decisório relativo às políticas e programas restringia a relação entre Estado e Sociedade a três gramáticas: clientelismo, corporativismo e insulamento burocrático.27 23 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 5, abril 2000. 24 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 6-7, abril 2000. 25 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 7, abril 2000. 26 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 7, abril 2000. 27 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 8, abril 2000. públicas no públicas no públicas no públicas no públicas no 24 Este último aspecto, do desenvolvimento de um “padrão não democrático de articulação Estado-Sociedade”, marcado pela ausência de meios de controle das ações estatais e por um modelo de gestão hierarquizado das políticas, contribuiu apenas para reforçar a exclusão de vastos segmentos da sociedade ao acesso a bens e serviços públicos.28 Assim, embora houvesse em todo o mundo, já no final dos anos 50, especialmente nos países do pós-guerra, a proposta de um envolvimento da sociedade civil na busca de soluções para as questões sociais, no Brasil prevaleceu, até os anos 80, como referência à formulação de políticas públicas, o modelo centrado na provisão estatal.29 Diante desse quadro, fez-se necessário uma verdadeira reforma nas políticas públicas, que foi estimulada pelo processo de democratização experimentado pelo país e concretizado na Constituição Federal de 1988.30 Com respeito a essa nova perspectiva, que introduziu uma nova relação entre Estado e Sociedade, marcada por um perfil cidadão da sociedade civil, Gerschman assevera que foi precisamente a idéia de cidadania como motor dos movimentos sociais que promoveu a formação de uma identidade entre portadores de "iguais" carências e que conduziu à inclusão dos direitos sociais nos direitos de cidadania. As políticas sociais, adquirindo o sentido de instrumento da justiça social, passaram a ser o fio transmissor entre a sociedade e um Estado omisso no período. A interdição do Estado torna-se insuficiente para controlar a ação coletiva destes novos atores, passando os movimentos sociais a se articular enquanto organismos políticos de representação da sociedade. A sua contrapartida, no exercício da política governamental já na democracia, os Conselhos Societários, se constituíram em tema central das políticas sociais e atravessaram a discussão política até o fim da década de 31 80. A partir dessa nova perspectiva, pode-se visualizar a relevância da construção de estruturas e implementação de mecanismos democráticos que incluam o cidadão 28 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 8-9, abril 2000. 29 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 9, abril 2000. 30 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 10, abril 2000. 31 GERSCHMAN, Silvia. Conselhos Municipais de Saúde: atuação e representação das comunidades populares. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro. vol. 20, n. 6 , nov. 2004 Disponível em: <http://www.scielosp.org> Acesso em: 6 jul. 2010. 25 nos processos de tomada de decisão. Este tema, contudo, será objeto de discussão em tópico específico (1.2.2), que tratará sobre a influência da democracia nas políticas públicas, entendida como um marco fundamental destas. 1.1.3 Principais conceituações e os aspectos operacionais das políticas públicas Vários são os conceitos elaborados sobre políticas públicas, sendo que se pode vislumbrar a presença de um elemento comum entre eles, qual seja, o fato de o núcleo central do conceito estar focado no conjunto de ações promovidas pelo Estado com vistas a atender um determinado fim, geralmente de cunho econômico e/ou social. Para Schmidt, o estudo das políticas públicas pode ter sua relevância destacada sob dois aspectos distintos: o prático e o acadêmico. Do ponto de vista prático, no qual se situam os agentes políticos, os grupos de interesses e os cidadãos em geral, uma proximidade maior do tema permite, especialmente aos cidadãos, que entendam o que estas políticas veiculam e vinculam, quais seus efeitos, como estão sendo implantadas, os interesses e as forças envolvidas neste processo.32 Contudo, e, diante do que foi anteriormente exposto, acredita-se que as forças e interesses em jogo envolvem relações de poder e que, sendo assim, podem não estar tão aparentes à primeira vista. Do ponto de vista acadêmico, o referido autor elucida que o crescente interesse pelos efeitos das ações governamentais tornou imprescindível a busca por um referencial teórico acerca dos seus elementos constitutivos e da dinâmica característica das políticas. O campo de estudos que centra suas investigações nos resultados das políticas é denominado de análise de políticas (policy analysis) e será detalhado mais adiante.33 32 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2308. 33 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2308. 26 A ideia que se tem a respeito das políticas públicas está associada a uma série de ações articuladas com recursos humanos e financeiros próprios, que engloba uma dimensão de tempo (duração) e certa capacidade de causar impacto.34 Contudo, mostra-se necessário destacar que, a despeito de seu caráter público, “estas políticas não se reduzem à implantação de serviços, pois englobam projetos de natureza ético-política e compreendem níveis diversos de relações entre o estado e a sociedade civil na sua constituição”.35 Um traço peculiar que pode auxiliar na conceituação das políticas públicas é a presença do aparelho público estatal em sua definição, acompanhamento e avaliação, assegurando seu caráter público, embora ocorram algumas parcerias em sua implantação.36 Nesse contexto, assume relevo a advertência que, já em 1997, Bucci fazia no sentido de registrar que o tema das políticas públicas assumiu uma posição de interesse para o direito há menos de duas décadas, sendo muito precário o “acúmulo teórico sobre sua conceituação, sua situação entre os diversos ramos do direito e o regime jurídico a que estão submetidas a sua criação e implementação”. Aliás, as dificuldades apontadas para sua conceituação na seara jurídica são consequência de sua origem, que não é ontologicamente jurídica, mas proveniente do universo de inquietações da teoria política.37 Assim, dada sua origem desconexa à ciência do direito, compreende-se, com Bucci, que o “instrumental jurídico de análise centrado na norma e no ordenamento jurídico não é o mais adequado para captar o caráter eminentemente dinâmico e 34 RAUPP, Liane; MILNITSKY-SAPIRO, Clary. Reflexões sobre concepções e práticas contemporâneas das políticas públicas para adolescentes: o caso da drogadição. Disponível em: <http://www.scielo.br> Acesso em: 20 ago. 2011. 35 RAUPP, Liane; MILNITSKY-SAPIRO, Clary. Reflexões sobre concepções e práticas contemporâneas das políticas públicas para adolescentes: o caso da drogadição. Disponível em: <http://www.scielo.br> Acesso em: 20 ago. 2011. 36 RAUPP, Liane; MILNITSKY-SAPIRO, Clary. Reflexões sobre concepções e práticas contemporâneas das políticas públicas para adolescentes: o caso da drogadição. Disponível em: <http://www.scielo.br> Acesso em: 20 ago. 2011. 37 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e Direito Administrativo. Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 89, jan. 1997. 27 funcional das políticas públicas”.38 Portanto, este estudo também se propõe a abordar algumas questões pontuais sobre este tema, que flutua entre a ciência jurídica e a teoria política. Trazendo à tona a noção do interesse público, que estaria relacionado com o fim das atividades do Estado, Lucchese aponta que as políticas públicas: podem ser definidas como conjuntos de disposições, medidas e procedimentos que traduzem a orientação política do Estado e regulam as atividades governamentais relacionadas às tarefas de interesse público. São também definidas como todas as ações de governo, divididas em atividades diretas de produção de serviços pelo próprio Estado e em 39 atividades de regulação de outros agentes econômicos. Nesse campo, é central o papel do Estado no processo de formação das políticas públicas, cujos resultados não dependem somente de sua coerência econômica, mas, igualmente, de sua viabilidade política e das alternativas institucionais. “Isto ainda é mais facilmente perceptível no caso das políticas de desenvolvimento a longo prazo, cujo objetivo seja a melhoria das condições sociais da população”.40 Capella levanta o seguinte questionamento: “Como um idéia se insere no conjunto de preocupações dos formuladores de políticas, transformando-se em uma política pública?”41 Para responder a esta pergunta, ela se utiliza do ensinamento de Kingdom, segundo o qual as políticas públicas são formadas por um conjunto de quatro processos, que se inicia coma formação de uma agenda de políticas públicas, seguida da “consideração das alternativas para a formulação de políticas públicas, com base nas quais as escolhas serão realizadas; a escolha dominante entre o conjunto de alternativas disponíveis e, finalmente, a implementação da decisão”.42 38 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e Direito Administrativo. Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 89, jan. 1997. 39 LUCCHESE, Patrícia. Introdução: políticas públicas em saúde. Disponível em: <http://itd.bvs.br>. Acesso em: 23 jul. 2009. 40 BERCOVICI, Gilberto. Políticas Públicas e o Dirigismo Constitucional. Revista da Academia Brasileira de Direito Constitucional, Curitiba, v. 3, p. 173, jan. 2003. 41 CAPELLA, Ana C. Perspectivas teóricas sobre o processo de formulação de políticas públicas. In: HOCHMAN, G., ARRETCHE, M.; MARUQES, Eduardo (Orgs.). Políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. p. 87. 42 CAPELLA, Ana C. Perspectivas teóricas sobre o processo de formulação de políticas públicas. In: HOCHMAN, G., ARRETCHE, M.; MARUQES, Eduardo (Orgs.). Políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. p. 88. 28 Em se tratando do fundamento das políticas públicas, este se encontra na própria necessidade de concretização de direitos por via de prestações positivas do Estado, sendo o desenvolvimento nacional a principal política pública, conformando e harmonizando todas as demais. Ademais, analisando o caso brasileiro, denota-se que o processo de desenvolvimento é marcadamente fundado em decisões políticas.43 Merece atenção, também, o conceito de política pública contido em documento do Ministério da Saúde, referido e transcrito por Schmidt, em razão de sua formulação atualizada e por explicitar a relevância dessas políticas para orientar a ação do governo e da sociedade: políticas públicas configuram decisões de caráter geral que apontam rumos e linhas estratégicas de atuação governamental, reduzindo os efeitos da descontinuidade administrativa e potencializando os recursos disponíveis ao tornarem públicas, expressas e acessíveis à população e aos formadores de opinião as intenções do governo no planejamento de 44 programas, projetos e atividades. A definição acima transcrita possui caráter normativo, porquanto apresenta indícios do que uma política pública deve ser. A partir desta concepção, o autor destaca o papel relevante exercido pelas políticas públicas, como instrumentos que “orientam a ação estatal, diminuindo os efeitos de um dos problemas constitutivos do regime democrático: a descontinuidade administrativa, decorrente da renovação periódica dos governantes.”45 Ainda que se vislumbre um lado positivo a partir dos avanços e inovações dessa descontinuidade, que permite a alternância de governos, há uma faceta bastante negativa neste processo, consistente no abandono das diretrizes vigentes e 43 BERCOVICI, Gilberto. Políticas Públicas e o Dirigismo Constitucional. Revista da Academia Brasileira de Direito Constitucional, Curitiba, v. 3, p. 174, jan. 2003. 44 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2312. 45 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2312. 29 na criação de outras, profundamente distintas e não raro contraditórias às anteriores, acarretando desperdício de energia política e de recursos financeiros. 46 Bucci constrói o conceito de políticas públicas a partir de dois fundamentos, um mediato, outro imediato. Levando em conta o fundamento mediato das políticas públicas, ou seja, o que justifica seu aparecimento no cenário brasileiro, acertadamente a autora avalia que “é a própria existência dos direitos sociais – aqueles, dentre o rol de direitos fundamentais do homem, que se concretizam por meio de prestações positivas do Estado”. Enquanto que o fundamento imediato das políticas públicas está na função de governar em si, portanto, “no uso do poder coativo do Estado a serviço da coesão social”.47 De outra banda, a atividade estatal de gerenciar as ações públicas e privadas na persecução dos direitos sociais – à saúde, à habitação, à previdência, à educação – legitima-se pela convicção da sociedade quanto à relevância da efetivação desses direitos.48 Para Höfling, as políticas públicas podem ser definidas como o “Estado em ação”, isto é, é “o Estado implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas para certos setores específicos da sociedade”.49 A autora tem o cuidado, contudo, de esclarecer que Estado não pode ser restringido à burocracia pública, aos organismos estatais responsáveis por conceber e implementar as políticas públicas. As políticas são compreendidas como as de responsabilidade do Estado no que diz respeito à implementação e manutenção, desde que a partir de um procedimento de tomada de decisões que permita o envolvimento de órgãos públicos e diferentes agentes e organismos da sociedade que guardem relação com a política a ser implementada. E, neste viés, as políticas 46 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2312. 47 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e Direito Administrativo, Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 90-91, jan. 1997. 48 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e Direito Administrativo, Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 90, jan. 1997. 49 HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, vol.21, n.55, Campinas, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 30 públicas não podem ser restringidas a políticas estatais, porquanto invocam o envolvimento dos diversos atores sociais.50 Apontando as principais características das políticas públicas, Rodrigues indica que, além de serem o produto da atividade estatal, demandam várias ações estratégicas com vistas à consecução dos objetivos almejados, o que envolve mais de uma decisão política. Portanto, uma das principais características das políticas públicas reside no fato de que se compõem de ações e decisões cobertas pela autoridade soberana do poder público.51 Sendo ações estatais, destinadas ao atendimento de interesses de cunho público, as políticas públicas envolvem a produção de bens públicos, assim entendidos os destinados ao interesse coletivo. Deste modo, outra característica importante apontada por Rodrigues acerca dessas políticas está no fato de serem mandatórias e impositivas, uma vez que é aí que figura o seu caráter público e não nos resultados sociais que o bem que produzem é capaz de atingir. 52 Em outras palavras, o caráter público da política pública reside fundamentalmente no fato de ser obrigatória (não uma opção) e imposta, ou seja, independente de aceitação. É importante verificar que na ciência política costuma-se assinalar três pontos de abordagem, de acordo com os problemas de investigação aventados: o questionamento clássico da ciência política, que se refere ao sistema político, como o que é um bom governo e qual o melhor Estado para assegurar e proteger a felicidade dos cidadãos; o questionamento político propriamente dito, que diz respeito às forças políticas que agem no processo de decisão e, por fim; as investigações sobre os resultados que certo sistema político vem produzindo, consistentes na avaliação do desempenho das estratégias adotadas. 53 É nesta última abordagem que se situa a análise de campos específicos das políticas públicas (policy analysis), cuja finalidade vai além de produzir conhecimento 50 HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, vol.21, n.55, Campinas, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 51 RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 14. 52 RODRIGUES, Marta Maria Assumpção. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010. p. 18. 53 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 213, jun. 2010. 31 sobre planos e projetos desenvolvidos. Por meio da explanação das leis e princípios inerentes às políticas específicas, a policy analysis busca estudar a inter-relação entre as instituições políticas, o processo político e os conteúdos das políticas, em conjunto com a vastidão de questionamentos típicos da ciência política.54 Dentro da análise de políticas públicas (policy analysis), é possível estabelecer uma abordagem sobre os aspectos conceituais das políticas públicas a partir da literatura inglesa, que estabeleceu três termos distintos para designar as diferentes dimensões das políticas: polity, politics e policy.55 Polity é utilizada para denominar as instituições políticas, ou seja, diz respeito “à ordem do sistema político, delineada pelo sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-administrativo.”56 Compreende a análise das instituições políticas e das questões administrativas da burocracia estatal. Situam-se nesta dimensão os aspectos estruturantes da política institucional, como as formas de governo, estrutura e funcionamento do legislativo, do executivo e do judiciário.57 A politics, por sua vez, refere-se ao processo político, geralmente de caráter conflituoso, no que tange à determinação de objetivos, aos conteúdos e às decisões de distribuição.58 Por se referir ao processo político, abrange a competição pelo poder e a disputa pelos recursos do Estado, que são marcadas tanto por conflitos como pela colaboração entre forças políticas e sociais, de acordo com os assuntos e interesses em jogo. A esta dimensão das políticas pertencem questões como as relações entre o poder executivo, legislativo e judiciário, o procedimento de tomada 54 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 214, jun. 2010. 55 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2310. 56 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 216, jun. 2010. 57 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2310. 58 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 216-217, jun. 2010. 32 de decisão que ocorre nos governos, a atuação e influência das forças políticas nos governos, as relações entre Estado, Governo e Sociedade, dentre outros.59 E, por fim, a policy diz respeito “aos conteúdos concretos, isto é, à configuração dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas”.60 Elas constituem as políticas públicas propriamente ditas, isto é, correspondem à atuação do Estado, como resultado da política institucional (polity) e processual (politics). Certamente estas dimensões da política não são compartimentos estanques e isolados. Elas se inter-relacionam continuamente, especialmente as dimensões da policy (programas políticos) e da politics (processo político). Daí também poder se deduzir certa independência da variável polity (que diz respeito ao arcabouço institucional e estrutura administrativa). De fato, “as disputas políticas e as relações das forças de poder sempre deixarão suas marcas nos programas e projetos desenvolvidos e implementados”.61 Portanto, as políticas públicas, de uma forma geral, são os meios que o Estado se utiliza para viabilizar sua estratégia governamental. Em outras palavras, podem ser definidos como “programas de ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados”62. De fato, há um elemento material e finalístico na noção de política pública figurando como “programa de ação governamental para um setor da sociedade ou um espaço geográfico”,63 objetivando a concretização de direitos por meio de prestações positivas do Estado. 59 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2310. 60 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 217, jun. 2010. 61 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 219, jun. 2010. 62 BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas, São Paulo: Saraiva, 2002. p. 241. 63 MULLER, Pierre; SUREL, Yves. L’analyse des politiques publiques. Paris: Montchrestien, 1998. p. 16 (os autores se referem à conceituação de Mény e Thoenig, em Politiques publiques, 1989), apud BUCCI, Maria Paula Dallari, op. cit., p. 252. 33 Há também uma vertente de investigação que se dedica ao estudo das fases que por que passam as políticas públicas. “Esta tipologia vê a política pública como um ciclo deliberativo, formado por vários estágios e constituindo um processo dinâmico e de aprendizagem”.64 Corroborando com esta tipologia de análise das fases das políticas, Schmidt sustenta que “sendo a política um conjunto dinâmico, em permanente movimento, é importante que a análise identifique os principais momentos dos processos políticoadministrativos, que compõem o que se denomina ciclo político.”65 Geralmente, este ciclo das políticas é constituído de cinco fases: percepção e definição de problemas; inserção na agenda política; formulação; implementação; e, avaliação.66 Na primeira fase é onde ocorre a transformação de uma problemática social em um problema político. Portanto, “transformar uma situação de dificuldade em problema político é a primeira condição para que uma questão possa gerar uma política pública.”67 Ocorre que estas situações de dificuldade são, hoje, praticamente infinitas e nem todas lograrão o êxito de constituírem parte efetiva de uma política pública. Além disso, deve-se levar em conta o grande papel de influência que a mídia exerce sobre a definição da agenda política, vindo ela, em conjunto com a sociedade, a constituir mecanismos suficientemente capazes de chamar a atenção sobre os problemas sociais e tentar incluí-los na agenda política. Assim, na segunda fase, esta dificuldade social passa a integrar a agenda política (agenda setting), que pode ser concebida como o conjunto das dificuldades 64 SOUZA, Celina. Políticas públicas: uma revisão de literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p. 29. 65 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2315. 66 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2315. 67 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2315. 34 e assuntos que despertam a atenção do governo e dos cidadãos. Em suma, não se trata de um documento escrito ou formal, mas de um rol dos temas relevantes debatidos pelos agentes públicos e sociais, que refletem profundamente na opinião pública.68 A terceira fase, por sua vez, é a da formulação da política pública, ou seja, o momento em que ocorre a escolha sobre a maneira mais adequada de solucionar o problema político em pauta e a eleição das alternativas a serem adotadas. Esta fase processa-se tanto no campo do Legislativo, como no do Executivo. “É um momento que envolve conflitos, negociação e acordos entre os agentes com capacidade de decisão (decision-makers) e os grupos sociais interessados”, ressalvando-se, todavia, que “a formulação de uma política pública nunca é puramente técnica. É sempre política, ou seja, orientada por interesses, valores e preferências, e apenas parcialmente orientada por critérios técnicos.”69 De forma concisa, pode-se dizer que “a formulação de uma política compreende, ademais, o estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas, bem como a atribuição de responsabilidades.” 70 Assim, nesta fase são desenvolvidos os programas e projetos, ou seja, é onde as políticas adquirem concretude. Na quarta fase, ocorre a implementação da política pública anteriormente formulada, ou seja, opera-se a concretização da terceira fase por meio de ações e atividades que consolidem as diretrizes, projetos e programas. Estas tarefas constituem atividades predominantemente a cargo do aparelho burocrático (administrativo).71 68 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2316. 69 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2318. 70 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2318. 71 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2318. 35 Por fim, a quinta fase se traduz no estudo dos êxitos e fracassos do processo de implementação, podendo condicionar a continuidade ou a supressão da política pública. Sendo avaliação, é um julgamento valorativo, feito com base em valores, isto é, nunca consegue ser neutra ou genuinamente técnica. Cabe a advertência de que no Brasil, não há uma tradição de avaliação criteriosa sobre as políticas públicas executadas, que acaba por comprometer a confiabilidade da comunidade nas avaliações realizadas.72 Nesta fase, é oportunizado “indagar os déficits de impacto e os efeitos colaterais indesejados para poder deduzir conseqüências para ações e programas futuros”, sendo, por isso, “a fase de avaliação imprescindível para o desenvolvimento e adaptação contínua das formas e instrumentos da ação pública”.73 Normalmente os aspectos avaliados das políticas são a eficácia (resultados obtidos) e a eficiência (entendida como a relação entre resultado e custo). Não obstante estes critérios, em política, a avaliação que melhor traduz a aceitação e o sucesso de uma política é a feita pelos cidadãos. Em função disso, esta última fase representa um instrumento democrático, uma vez que capacita o eleitorado a praticar o controle sobre as ações dos governantes.74 Conquanto o tema seja implexo e propicie ampla discussão, acredita-se que, explanados seus principais aspectos conceituais e operacionais, há condições de se analisar a ingerência que fatores como direito e democracia exercem sobre as políticas públicas. Destarte, passa-se, de imediato, às considerações acerca da relação do direito e da democracia no campo das políticas públicas. 72 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2319-2320. 73 FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, p. 229, jun. 2010. 74 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 23192321. 36 1.2 Direito e democracia: marcos estruturais das políticas públicas Tão relevante quanto as considerações a respeito dos aspectos históricos, conceituais e operacionais das políticas, é avaliar sua intersecção com outros campos de estudo. A partir de uma revisão dos principais aspectos considerados pela doutrina na análise das políticas como forma de atuação governamental, foram eleitos, para o presente estudo, dois marcos estruturais, quais sejam, o direito e a democracia. Sendo assim, pretende-se examinar como e a partir de que acontecimentos, as políticas públicas passaram a ter relevância e despertar o interesse da área jurídica. Igualmente imprescindível torna-se o estudo da democratização nos processos de criação e implementação de políticas públicas. 1.2.1 A institucionalização das políticas públicas como categoria jurídica A questão das políticas públicas se apresenta para o direito a partir da necessidade de concretização dos direitos sociais insculpidos na Carta Política de 1988. Estes direitos exigem prestações materiais por parte do Estado, que deve utilizar-se de todo o aparato jurídico-político para garantir sua efetivação. É perceptível que “o exame das políticas públicas requer análise sobre o atual estágio de desenvolvimento das formas de atuação do Estado para a realização dos Direitos Fundamentais sociais, econômicos e culturais.”75 Teorizar juridicamente a compreensão das políticas assume relevância na medida em que é sobre o direito que se acomoda o aparato institucional no qual atua determinada política. Em suma, trata-se da comunicação entre o Poder Legislativo, o governo (ao qual cabe a direção política) e a Administração Pública 75 BREUS, Thiago Lima. Políticas Públicas no Estado Constitucional: problemática da concretização dos direitos fundamentais pela administração pública brasileira contemporânea. Belo Horizonte: Fórum, 2007. p. 211. 37 (que se compõe pela estrutura burocrática), ordenada pelo respectivo regramento jurídico.76 Embora se tenha traçado alguns apontamentos sobre o conceito do instituto na primeira parte deste trabalho, ainda é árdua a tarefa de compreender sua natureza que, em alguns momentos, parece ser jurídica, enquanto que em outros, parece aproximar-se de típica política a ser implementada. No entanto, a confusão deve ser evitada. Concebidas como programas de ação governamental, as políticas públicas são compostas e concretizadas por normas e atos, não se confundindo, contudo, com os mesmos. Acerca dessa dificuldade, Comparato esclarece que a política pública “não é uma norma nem um ato, ou seja, ela se distingue nitidamente dos elementos da realidade jurídica, sobre os quais os juristas desenvolvem a maior parte de suas reflexões”.77 A necessidade de apreensão das políticas públicas como categoria jurídica se evidencia na medida em que se buscam formas de concretização de uma categoria particular dos direitos humanos: os direitos sociais. Os direitos humanos de primeira geração são os direitos individuais, que correspondem a direitos de liberdade, ou seja, aqueles cujo exercício pelo cidadão requer que o Estado e nenhuma instituição ou outros indivíduos perturbem seu gozo. 78 Os direitos sociais, por sua vez, positivados a partir do século XX, aparecem como direitos-meio, o que significa que sua principal função é garantir que toda pessoa tenha condições de fruir os direitos individuais de primeira geração. Assim, por exemplo, para um analfabeto ter direito à livre manifestação do pensamento, precisa ter assegurado o direito à educação (direito social garantido pela Constituição Federal de 1988). Desta forma, os direitos sociais, ditos de segunda 76 BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _______ (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 37. 77 COMPARATO, Fábio Konder. Ensaio sobre o juízo de constitucionalidade de políticas públicas. Revista de Informação Legislativa, Brasília, n. 138, p. 44, abr./jun. 1998. 78 BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _______ (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 3. 38 geração, que mais especificamente abrangem os direitos econômicos, sociais e culturais, surgem para assegurar, de forma plena, os direitos de primeira geração.79 Esta evolução demonstra que a fruição dos direitos humanos é uma questão complexa, que vem continuamente exigindo um aparato de garantias e medidas sólidas por parte do Estado. Em decorrência disso, as dimensões deste Estado agigantam-se cada vez mais, de forma que seja capaz de regular todo o processo social, por meio da criação de meios de institucionalização das forças sociais que combatam os efeitos negativos e excludentes da economia capitalista, proporcionando o desenvolvimento da pessoa humana.80 É característico das democracias evoluídas a observância e o respeito às normas jurídicas abstratas e impessoais e aos direitos dos demais como fundamento essencial da convivência social. Todavia, uma análise baseada apenas na perspectiva jurídica é limitada e insuficiente para dimensionar a amplitude e a riqueza dos variados fatores que compõem o fenômeno estatal.81 A despeito desta discussão, infere-se que se tratam de visões não excludentes, que projetam um efeito complementar uma em relação à outra. “A perspectiva da política pública integra adequadamente a dimensão jurídica e esta se auxilia dos insumos que as análises de política pública lhe provêm”.82 Para Comparato, a atuação governamental se modifica, vindo o government by law (governo pela lei) ser substituído pelo government by policies (governo pelas políticas), exigindo do governo um planejamento de suas atividades futuras, que passou a ocorrer pela implantação de políticas públicas com efeitos a médio e longo prazo: 79 BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _______ (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 3. 80 BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _______ (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 4. 81 SARAIVA, Henrique. Introdução à teoria da política pública. In: SARAIVA, Henrique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Políticas públicas: coletânea. Brasília: ENAP, 2006. p. 27. 82 SARAIVA, Henrique. Introdução à teoria da política pública. In: SARAIVA, Henrique; FERRAREZI, Elisabete (Orgs.). Políticas públicas: coletânea. Brasília: ENAP, 2006. p. 27. 39 O government by policies, em substituição ao government by law, supõe o exercício combinado de várias tarefas que o Estado liberal desconhecia por completo. Supõe o levantamento de informações precisas sobre a realidade nacional e mundial, não só em termos quantitativos (para o qual foi criada a técnica da contabilidade nacional), mas também sobre fatos não redutíveis a algarismos, como em matéria de educação, capacidade inventiva ou qualidade de vida. Supõe o desenvolvimento da técnica previsional, a capacidade de formular objetivos possíveis e de organizar a conjunção de forças ou a mobilização de recursos – materiais e humanos – para a sua 83 consecução. Em uma palavra, o planejamento . Assim, ao passo que o government by law é essencialmente voltado à redução da complexidade na ordenação da sociedade e ao equilíbrio entre facticidade e validade, o government by policies é o responsável por ocasionar o fenômeno da inflação legislativa, que forma um sistema normativo quase caótico. Deste modo, o governo por meio de políticas vem justamente para dar uma resposta sensata à complexidade social, sem, contudo, abreviá-la do modo como operava o sistema anterior.84 Pelas características acima destacadas, percebe-se que as políticas públicas no Brasil foram marcadas, inicialmente, por uma falta de preocupação com a questão social e por se aterem demasiadamente aos poderes centrais. Com o tempo, esse quadro foi se alterando, propiciando um envolvimento maior dos cidadãos – por meio da descentralização – e por uma reestruturação da relação entre políticas públicas e concretização dos direitos sociais 85 – “aqueles, dentre o rol de direitos fundamentais do homem, que se concretizam por meio de prestações positivas do Estado”86, expressos na constituição e assegurados por meio do dirigismo constitucional87. 83 COMPARATO, Fábio Konder. Para viver a democracia. São Paulo: Brasiliense, 1989. p.102. MASSA-ARZABE, Patrícia Helena. Dimensão jurídica das Políticas Públicas. In: BUCCI, Maria Paula Dallari (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 54. 85 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 86 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e Direito Administrativo. Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 90, jan. 1997. 87 “De forma ampla, uma constituição dirigente é aquela que enuncia diretrizes, programas e fins a serem pelo Estado e pela sociedade seguidos”. Nesse sentido, cabe à “constituição regular também as bases da vida não-estatal, intervindo na área social, econômica e também cultural”. Portanto, é uma constituição “não mais associada ao impedimento de políticas ou programas de longo prazo, mas incluindo o planejamento como forma de execução de políticas públicas”. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Apresenta informações sobre a Constituição Dirigente. Disponível em: <http://academico.direitorio.fgv.br>. Acesso em: 6 dez. 2010.. Explica Bercovici que, a Constituição de 1988, portanto, “é uma constituição dirigente, pois define, por meio das chamadas normas 84 40 Silva, utilizando os ensinamentos de Charles-Albert Morand, avalia as transformações das estratégias de ação do Estado, materializadas sob a forma de políticas públicas, conjuntamente com as alterações substanciais da estrutura jurídica.88 Dessa maneira, ela evidencia a correlata ligação entre as formas de se conceber as políticas públicas e o direito. À luz desse critério, os modelos de Estado qualificam-se por uma forma de intervenção, configurando tipos ideais que não refletem fielmente a realidade, mas que garantem, contudo, sua decodificação. Assim, os diversos tipos de Estado e de sistemas jurídicos existem concomitantemente. Ao Estado liberal equivale o direito moderno, composto pela junção dos Estados de polícia, liberal e de direito. Já o Estado providência (assegurador de prestações positivas como os serviços públicos), conduziu à formação de um arcabouço jurídico intermediário entre os Estados moderno e propulsivo. No Estado propulsivo, o direito adquire a forma de programas finalísticos e o sistema jurídico se delineia de forma a incentivar os destinatários a participarem em sua concepção e implementação. Já os programas advindos dessa participação provocam outras mutações no sistema do direito e, dessa forma, ao Estado reflexivo equivale o direito de programas relacionais, os quais se justificam “pelo fato da sociedade tornar-se progressivamente complexa e pela capacidade dos sistemas sociais autônomos – autopoiéticos – de resistirem aos comandos estatais”. O Estado incitador, por sua vez, está diretamente relacionado ao direito constituído pela persuasão e influência, onde se visualiza uma tendência do Estado a substituir a coerção pela informação e persuasão.89 Em síntese, o direito das políticas públicas ocasiona uma mudança fundamental do raciocínio jurídico rumo ao imperativo da eficácia, adentrando no constitucionais programáticas, fins e programas de ação futura no sentido de melhoria das condições sociais e econômicas da população. Na mesma linha das Constituições anteriores de 1934 e 1946, a Constituição de 1988 construiu um Estado Social [...] além de uma ordem econômica fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por objetivo ‘assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social’ (art. 170)” BERCOVICI, Gilberto. A Problemática da Constituição Dirigente: algumas considerações sobre o caso brasileiro. Revista de Informação Legislativa, v. 36, n. 142, p.36, abr./jun.1999. 88 SILVA, Solange Teles da. Políticas públicas e estratégias de sustentabilidade urbana. Série Grandes Eventos: meio ambiente. Disponível em: <http://www3.esmpu.gov.br>. Acesso em: 7 dez. 2010. p. 4. 89 SILVA, Solange Teles da. Políticas públicas e estratégias de sustentabilidade urbana. Série Grandes Eventos: meio ambiente. Disponível em: <http://www3.esmpu.gov.br>. Acesso em: 7 dez. 2010. p. 4. 41 período pós-moderno. Já no Estado social, as políticas públicas passaram a ser formuladas em sentido diverso da interferência sobre a atividade privada90, “mas de diretriz geral tanto para a ação dos indivíduos e organizações, como do próprio Estado” 91. Não obstante, deve-se advertir que a exteriorização da política pública está muito distante de um padrão jurídico claro e uniforme, que possibilite sua apreensão de forma robusta pelo direito. Este panorama dificulta consideravelmente o trabalho do cientista jurídico, visto que o seu objeto é vasto e com muitos pontos de intersecção com outras ciências.92 Avaliando as diversas possibilidades de concepção das políticas públicas como categoria normativa e suas relações com o direito, notadamente os direitos sociais, Bucci termina por delinear, como linha de trabalho mais fecunda a da admissibilidade das políticas públicas como programas de ação designados a realizar tanto os direitos a prestações, de forma direta, quanto a organização, as normas e processos indispensáveis para tanto. A partir disso, ela conclui que as políticas públicas não são categoria definida e estabelecida pelo direito, mas um conjunto de variáveis complexas, características da atividade político-administrativa, com as quais a ciência jurídica deve se adaptar, ser capaz de descrever, compreender e avaliar, de forma a agregar à atuação política os métodos e valores típicos do mundo do direito.93 O aspecto mais proeminente da relação entre direito e políticas públicas está, todavia, na questão do controle judicial das políticas públicas. Não obstante terem surgido como instrumentos aptos a viabilizar programas de ação com vistas à melhoria das condições sociais e econômicas da população, nem sempre o Estado consegue viabilizar as políticas estabelecidas constitucionalmente. Assim, o controle 90 SILVA, Solange Teles da. Políticas públicas e estratégias de sustentabilidade urbana. Série Grandes Eventos: meio ambiente. Disponível em: <http://www3.esmpu.gov.br>. Acesso em: 7 dez. 2010. p. 5. 91 BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 247. 92 BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _______ (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 22. 93 BUCCI, Maria Paula Dallari. O conceito de política pública em direito. In: _______ (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 31. 42 judicial das políticas públicas surge desta ineficácia do Estado em realizar as políticas públicas segundo as determinações constitucionais, seja em função da limitação decisória decorrente dos mecanismos tradicionais de representação do Estado, seja em decorrência da rediscussão do papel de interferência do Estado na sociedade, que tem seu papel restringido em vista da redistribuição dos recursos conforme as determinações de mercado.94 Com relação à ingerência do direito no campo das políticas públicas e sua intrínseca ligação, oportuno também transcrever as palavras da já citada Solange Teles da Silva, para quem: Não se devem abandonar as exigências da legalidade, mas no confronto entre as políticas públicas e o princípio da legalidade, símbolo da unidade do direito moderno, este sai estilhaçado. [...] Em realidade, as políticas públicas adotam programas finalísticos que por natureza são flexíveis, e as exigências da legalidade devem ser diferenciadas em função do grau de 95 finalização da ação como também do grau de imperatividade das normas. Vê-se, assim, que o direito participa de todas as fases de constituição das políticas públicas. Pauta sua formação e implementação – através da expedição de normas e atos – além de atuar como instrumento de controle, na medida em que permite regular a execução das políticas, exigindo seu cumprimento em caso de ineficácia de sua prestação por parte do Estado. 1.2.2 Democracia: um pressuposto fundamental para as políticas públicas Ao lado do direito, outro fator de suma importância é a inclusão do processo democrático, que garante a possibilidade de participação aos cidadãos. Apesar de amplamente discutido, o processo democrático de participação social ainda é tímido. A verificação do espaço de construção da política pública como espaço de discussão, num país marcado por décadas de exclusão social e apatia política, não é uma construção imediata. 94 BREUS, Thiago Lima. Políticas Públicas no Estado Constitucional: problemática da concretização dos direitos fundamentais pela administração pública brasileira contemporânea. Belo Horizonte, Fórum, 2007. p. 241. 95 SILVA, Solange Teles da. Políticas públicas e estratégias de sustentabilidade urbana. Série Grandes Eventos: meio ambiente. Disponível em: <http://www3.esmpu.gov.br>. Acesso em: 7 dez. 2010. p.5. 43 Isso se deve, em parte, pelo desenvolvimento de políticas calcadas em ideais demasiadamente econômicos, desvinculadas de efeitos sociais inclusivos. Como consectário deste cenário, a descrença no processo político e a correspondente inércia participativa são consequências diretas do modelo de gestão eleito até então. Reforçando esta tese, pesquisadores paulistas traçaram um mapa socioeconômico do país, que se pode dizer, trata-se de uma verdadeira radiografia da exclusão social no Brasil, decorrente de décadas de políticas concatenadas tão somente com objetivos econômicos, sem a devida atenção à inclusão social da população: Entre 1950 e 2000, mesmo registrando uma das mais altas taxas de crescimento econômico do mundo, o Brasil não conseguiu alcançar resultados sociais significativos, em comparação com o desempenho dos países desenvolvidos. Deve-se deixar claro que o problema nacional não foi o crescimento econômico, muito pelo contrário – especialmente entre os 1950 e 1980 –, mas sim a natureza e as características das políticas sociais adotadas no país, associadas ao padrão de acumulação concentrador de 96 renda. (Grifos aditados) Esse panorama revela que não raro, crescimento econômico não é sinônimo de crescimento social. Se o primeiro prevalece em detrimento do último, a desigualdade se acentua. Diante do cenário acima descrito, facilmente se presume que as políticas adotadas daquele momento em diante necessitariam de uma mudança estrutural para fazer frente às novas demandas e à nova ordem constitucional instaurada pela Carta de 1988. Ainda sob este aspecto de um panorama de políticas demarcado pelo predomínio de interesses econômicos sobre os sociais, pautados em uma ótica de mercado, Leal ressalva que no Brasil da metade da década de 1960 até a abertura democrática, a noção e prática das políticas públicas no contexto das prioridades governamentais caracterizou-se pela implementação de um novo paradigma, o da eficiência, no qual os interesses econômicos prevaleceram sobre os interesses sociais, fundamentalmente porque assentado sobre conceitos e perspectivas induzidas pelo mercado. Como reflexo disto, as políticas governamentais nas áreas de bem-estar coletivo – saúde pública, 96 POCHMANN, Maurício et al. Atlas de Exclusão Social: agenda não liberal da inclusão social. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2005. v. 5. p. 58-59. 44 saneamento, educação, habitação e nutrição – tiveram pequeno destaque na agenda governamental, haja vista, exemplificativamente, a política 97 habitacional e previdenciária decorrente do período . O supracitado autor também correlaciona exclusão social com os baixos níveis de participação social. Nessa linha, o contexto que prevaleceu no Brasil até os anos 80, não possibilitou uma mudança significativa do perfil de desigualdade social dominante que, somado aos baixos salários e ao desemprego, implicaram em progressivo declínio das já precárias condições da população. Deste modo, historicamente, a formulação das políticas públicas nunca correspondeu a um processo de negociação e envolvimento com diferentes setores sociais e forças políticas, “passando sequer a existir ou dependendo principalmente do que se convencionou chamar de ação tecnoburocrática, através da ênfase aos programas de racionalização e organização do setor público”.98 Desse entendimento não dissente substancialmente Dantas, que aponta como possíveis fatores pelos quais o Estado Social brasileiro não produziu os efeitos redistributivos e emancipatórios a “falta de vontade política, a crise e o desencantamento do processo político-decisório, a eleição de prioridades de governo em detrimento das prioridades constitucionais, dentre outros.”99 Embora o quadro apresentado até o presente momento seja um tanto pessimista, ele demonstra porque a questão da cidadania no Brasil ainda é uma atitude a ser incentivada, fomentada e construída. As marcas tradicionais das políticas públicas (ideário econômico, execução centralizada), somados a um Estado Administrador tecnicista100, que, frente a sua complexidade, exclui de plano a população dos processos decisionais, dentre outros fatores, evidenciam a necessidade de uma mudança de paradigmas que envolve Estado e Sociedade. 97 LEAL, Rogério Gesta. Como os déficits de interlocução política atingem a atuação da cidadania democrática no Brasil. Revista do Instituto de Hermenêutica Jurídica, n. 7, p. 18, dez. 2010. 98 LEAL, Rogério Gesta. Como os déficits de interlocução política atingem a atuação da cidadania democrática no Brasil. Revista do Instituto de Hermenêutica Jurídica, n. 7, p. 18-19, dez. 2010. 99 DANTAS, Miguel Calmon. O dirigismo constitucional sobre as políticas públicas. p. 2345. Trabalho publicado nos Anais do XVII Encontro Preparatório para o Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em Salvador – BA. Disponível em: <http://www.conpedi.org.br>. Acesso em: 9 dez. 2010. 100 Expressão utilizada por LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p.72. 45 Com o advento da Constituição Federal de 1988, alcançaram-se avanços significativos. Todavia, o modelo de democracia que se consagrou – modelo representativo ocidental, fundado na ideia de representação social – não desenvolve exatamente o sentimento participativo, porquanto se funda e se legitima na crença das comunidades/indivíduos de que os mandatários (seus representantes) serão fiéis às demandas dos mandantes.101 Quando a representação dos governados pelos governantes é frustrada, a descrença no sistema político como um todo se instaura e a vontade política desaparece. Apesar de a democracia constituir uma forma de controle social em sede de políticas públicas, ainda é pouco explorada pela população. Muito se deve, como já apontado, pelos problemas de exclusão social e instabilidade financeira por que passa grande parcela da população, que é levada a concentrar suas forças no sustento familiar. A esse respeito, é a reflexão de Stefanello: A democracia e seu fortalecimento favorecem e propiciam a participação popular em todas as fases que envolvem o ciclo de políticas públicas, mas tem especial destaque no controle da sua execução, ao verificar a destinação correta dos recursos, a observância das finalidades dos programas sociais e os seus beneficiários finais. A participação social no acompanhamento das políticas públicas, contudo, não acontece na proporção da importância que o tema possui. A decepção com os políticos ocupantes de cargos eletivos, de uma forma geral, bem como as preocupações com o desemprego e a manutenção da própria família, afasta a população da vida política do país, justamente quando deveria ocorrer o fenômeno inverso, ou seja, aumentar a participação para mudar essa 102 realidade social. Há de se compreender que, em tais circunstâncias, urge o estabelecimento de políticas públicas de inclusão social que, simultaneamente, viabilizem espaços democráticos e deliberativos de tomada de decisão. Em última análise, o que se está a propagar é necessidade da construção de uma gestão pública compartida, a partir da avaliação das interações entre as políticas públicas e a administração, tema objeto do próximo tópico. 101 LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 26-27. 102 STEFANELLO, Alaim Giovani Fortes. O papel do direito no controle social de políticas públicas. Disponível em:<http://www.advocef.org.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 46 1.3 As interações entre políticas públicas e Administração: um novo paradigma de execução compartida de políticas públicas Primeiramente, cabe ressaltar que, por constituírem programas de ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes, cabe, precipuamente, à Administração Pública a tarefa de criação e implementação de políticas públicas. Este ponto toma por base o entendimento de que “a análise das políticas públicas não pode ser feita de forma fragmentada nem isolada da análise mais geral sobre os rumos do Estado e da sociedade.”103 A despeito de suas peculiaridades e fundamentações teóricas próprias, as políticas não podem ser dissociadas da realidade na qual estão inseridas e para a qual foram criadas, dado que sua existência não se justifica em função de si mesmas. Elas são o produto da política e a sua análise deve levar em consideração as instituições e os processos políticos, que estão mais ligados às questões gerais da sociedade. Atualmente, entre as grandes questões inseridas na agenda social e política, assumem relevo as discussões em torno do desenvolvimento e da inclusão social.104 Nessa linha de raciocínio, é crucial perceber que a separação outrora efetuada – ao longo do século XX – entre Administração Pública e política não pode mais subsistir. “O entendimento de que os políticos governam e os funcionários públicos 103 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2309. 104 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2309-2310. 47 (a burocracia) exercem a administração da máquina pública foi formulado de forma lapidar por Max Weber.”105 Tomando a análise a partir da separação entre ambos os institutos, aos funcionários públicos caberia apenas o exercício das atividades administrativas, não lhes competindo nenhum papel político. Pensando, pois, esta estrutura em termos de políticas públicas, a definição das responsabilidades é bastante clara: a formulação das políticas compete aos políticos, enquanto que sua execução fica por conta dos funcionários (os burocratas), esperando-se que estes ajam de forma profissional e permaneçam politicamente neutros.106 Assim, o que se deduz deste modelo, é que as políticas públicas, tanto na fase de sua criação, quanto de sua implementação, operam um verdadeiro sistema de exclusão da sociedade civil dos processos formação e execução das políticas. Este sistema, além de burocratizar excessivamente este processo, é responsável, em grande medida, pela existência de políticas que não correspondem aos anseios e necessidades da população, tornando-a mera cliente das políticas adotadas pelo Estado. Percebe-se, assim, a falência e a artificialidade da cisão entre administração e política, surgindo, atualmente, tendências que apontam para a politização da elite burocrática, e outras, para a burocratização dos políticos.107 Não obstante, cabe advertir que a ordem globalizante, especialmente em função de seu caráter econômico e neoliberal, considera as políticas públicas sociais como entraves ao seu desenvolvimento. Para os adeptos desta visão, a intervenção do Estado constitui propriamente uma ameaça aos interesses e liberdades privadas, 105 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2321. 106 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2321-2322. 107 SCHMIDT, João Pedro. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, Jorge Renato dos; LEAL, Rogério Gesta (Org.). Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008. p. 2322. 48 criando obstáculos à livre iniciativa, à concorrência privada, podendo, inclusive, inibir os mecanismos gerados pelo mercado com o intuito de restaurar seu equilíbrio. 108 É claro, porém, que esta tese neoliberal não pode subsistir. Em virtude do que foi visto até o momento, sabe-se que o mercado não é um bom conselheiro em termos de políticas sociais, pois se ocupa do desenvolvimento econômico, que, como apontado, não guarda relação de causa e efeito com o desenvolvimento social. Assim, a despeito de não transformar substancialmente as relações sociais instituídas, a tarefa do Estado na implementação das políticas públicas é tentar harmonizar as disparidades ocasionadas pela economia de mercado. Nas palavras elucidativas de Höfling: Em um Estado de inspiração neoliberal as ações e estratégias sociais governamentais incidem essencialmente em políticas compensatórias, em programas focalizados, voltados àqueles que, em função de sua "capacidade e escolhas individuais", não usufruem do progresso social. Tais ações não têm o poder – e freqüentemente, não se propõem a – de alterar 109 as relações estabelecidas na sociedade. Atento a esta visão, em especial, “ao papel estratégico que as políticas públicas desempenham no capitalismo contemporâneo”, Leal considera inviável a troca destas políticas (atuantes no campo social) pela coordenação da economia de mercado – conforme sugerido pela ideologia neoliberal – tendo em vista “tanto o alcance que possuem em face das demandas emergentes, como a amplitude do campo de visibilidade que propiciam à opinião pública, afetas, que ficam, à sindicabilidade institucional e política.”110 Tecidas essas considerações preliminares, que justificam os motivos pelos quais a Administração faz uso destas políticas e porque as mesmas são pertinentes e imprescindíveis, dedica-se espaço para analisar as possibilidades de uma gestão compartilhada em sede de políticas públicas. 108 HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, vol.21, n.55, Campinas, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 109 HÖFLING, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, vol.21, n.55, Campinas, nov. 2001. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 8 dez. 2010. 110 LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 146. 49 Os pressupostos para a efetivação desta gestão podem ser apontados como sendo a participação social e a cidadania, ou seja, ações provenientes de um sentimento de vontade política. Sem essa vontade, esse animus, não há como a Administração compartilhar com a sociedade a gerência de algo que não lhe desperta interesse. O que se verifica, portanto, é que há a necessidade de um sentimento de pertença para com o que é público. A possibilidade de participar, por si só, não se mostra suficiente. Deve haver alguma espécie de motivação, capaz de refletir na seara pública a mesma determinação encontrada na persecução de interesses particulares. Nessa via, percebe-se, como sabiamente apontado por Leal, a insurgência de uma crise da materialidade da vontade, a qual se manifesta em países que, como o Brasil, têm seu tecido social fragmentado em virtude de graves déficits de políticas públicas comunitárias e de um elevado índice de tensão e conflituosidade em sua cidadania. Esta estrutura degenerada converte o Estado em “um repositório de estratégias perversas de gestão dos interesses corporativos das elites 111 dominantes.” O que há, de um modo geral, é um cansaço da participação política: as pessoas cansam facilmente quando estão se ocupando de coisas alheias, tratando de interesses que não são seus (ou entende não serem seus), tendo que compor com um universo e com sujeitos que não têm a sua identidade (econômica, social, cultural, biológica). Diante desse quadro, é muito difícil se chegar a níveis de participação satisfatórios. A falta de percepção destes fatores são causas da debilidade da vontade de participação. Urge, pois, adotar uma metodologia que se preocupe com fatores equalizadores destas causas de indiferença e de fadiga participante Assim, começase a entender porque é fácil deixar a democracia representativa agir por si mesma, numa relação de quase inércia. Para evitar isto, é imprescindível a criação de 111 LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 26. 50 mecanismos de minimização dos impactos negativos que estes fatores, diferenças, pontos de tensão, causam na democracia deliberativa. Uma metodologia que queira discutir o tema das políticas públicas tem que levar em conta estas variáveis. Nessa linha de raciocínio, Kliksberg enumera a democratização da sociedade como uma das demandas importantes que se apresentam ao que ele denomina de “gerência pública para os novos tempos”. Na sua visão, não se pode mais conceber nenhuma sociedade contemporânea que se contente com a simples participação no processo eleitoral, “como votar, uma vez, a cada tantos anos, para eleger autoridades”. As sociedades contemporâneas almejam, cada vez mais, possibilidades de uma participação mais direta e cotidiana, através da qual possam decidir acerca dos temas que avaliam relevantes. O autor considera que é a partir daí que surgem demandas por mudanças organizacionais, para que a administração pública seja mais aberta à participação dos cidadãos, para que os atos públicos sejam mais transparentes e para que se instituam mecanismos que permitam aos cidadãos exercer o efetivo controle social.112 Nesse contexto de clamor por processos de tomada de decisão mais democráticos e acessíveis à população, em especial no campo políticas públicas, é que surgem os primeiros esforços no sentido de construir espaços públicos aptos a fomentar o debate e, acima de tudo, a incluir novos segmentos da população até então desprezados. Conforme esclarece Gerschman, é Com base nas reivindicações de participação da sociedade na gestão das políticas sociais, foram criados, após a Constituição de 1988 e como resultado da definição constitucional relativa às mesmas, inúmeros Conselhos co-gestores de políticas públicas desde o âmbito municipal até o federal. Os Conselhos foram incorporados à Constituição, na suposição de que se tornariam canais efetivos de participação da sociedade civil e formas inovadoras de gestão pública a permitir o exercício de uma cidadania ativa, incorporando as forças vivas de uma comunidade à gestão de seus problemas e à implementação de políticas públicas destinadas a solucionálos. A sociedade, atuando nos Conselhos, teria a possibilidade de contribuir para a definição de um plano de gestão das políticas setoriais, conferindo 112 KLIKSBER, Bernardo. Uma gerência pública para os novos tempos. In: O desafio da exclusão: para uma gestão social eficiente. Fundap, 1997. p. 85. 51 maior transparência às alocações e favorecendo a responsabilização dos 113 políticos e dos técnicos da administração pública. No entanto, no caso brasileiro, Leal aduz que os institutos tradicionais da democracia associam mecanismos ou regras de procedimentos das políticas públicas à proteção de uma liberdade meramente formal, restringindo a noção de democracia à técnica de posturas e de comportamentos institucionais.114 Diversos autores vêm destacando uma concepção deliberativa de democracia por considerá-la uma boa alternativa ao modelo representativo, que restringe a participação social ao voto. Uma das contribuições mais significativas provém de Jürgen Habermas, que desenvolve um conceito de democracia a partir da noção de esfera pública, concebido como um espaço para a interação, “cuja principal característica é a participação de um sujeito plural que discute os problemas a partir de um processo comunicativo ou dialógico onde prevalece a autoridade do melhor argumento”.115 Ao delinear o seu modelo discursivo do procedimento de tomadas de decisão democrático, Habermas avoca, simultaneamente, elementos de vertente liberal e republicana116 e, a partir do estudo de seus limites, cria um modelo alternativo, baseado substancialmente na formação de um diálogo, voltado ao entendimento. O resultado dessa deliberação estaria legitimado, assim, pelo fato de perpassar por um 113 GERSCHMAN, Silvia. Conselhos Municipais de Saúde: atuação e representação das comunidades populares. Disponível em: <http://www.scielosp.org>. Acesso em: 6 jul. 2010. 114 LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 29. 115 LÜCHMANN, Lígia Helena Hahn. Possibilidades e limites da democracia deliberativa: a experiência do orçamento participativo de Porto Alegre. 2002. 215 f. Tese (Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002. p. 22. 116 Segundo Roberto Basilone Leite, “Habermas utiliza-se da expressão republicanismo [...] para referir-se à vertente liberal que se costuma denominar comunitarismo [...]”. Considera que provavelmente Habermas “equipara comunitarismo a republicanismo em razão de semelhanças significativas existentes entre eles: ambos se ocupam da preservação dos valores cívicos, pressupõem um ativismo do governo em prol do bem-estar da sociedade e atribuem primazia ao ideal de autogoverno”. LEITE, Roberto Basilone. Hermenêutica constitucional como processo político comunicativo: a crítica de Jürgen Habermas às concepções liberal e comunitarista. In: LOIS, Cecilia Caballero (Org.). Justiça e Democracia: entre o universalismo e o comunitarismo – a contribuição de Rawls, Dworkin, Ackerman, Raz, Walzer e Habermas para a moderna Teoria da Justiça. São Paulo: Landy, 2005. p. 201-202. Na nota de rodapé. 52 processo democrático, onde a decisão a ser tomada seria fruto de um diálogo, da formação de uma vontade comum. Nas palavras de Habermas, este processo democrático estabelece um nexo interno entre considerações pragmáticas, compromissos, discursos de auto-atendimento e discursos da justiça, fundamentando a suposição de que é possível chegar a resultados racionais e eqüitativos. Nesta linha, a razão prática passa dos direitos humanos universais ou da eticidade concreta de uma determinada comunidade para as regras do discurso e as formas de argumentação, que extraem seu conteúdo normativo da base de validade do agir orientado pelo entendimento e, em última instância, da estrutura da comunicação 117 lingüística e de ordem insubstituível da socialização comunicativa. A democracia deliberativa inaugurada por Habermas propõe, assim, uma democracia que acontece no seio da arena pública livre, igualitária e aberta, cujo objetivo é, por meio do diálogo argumentativo, obter um consenso social em que as partes abdiquem do seu interesse próprio (individual) em prol do interesse comum e que assim, minimizem os obstáculos inerentes ao convívio social. É uma democracia característica da sociedade complexa, em que os participantes reconhecem as diferenças culturais e o pluralismo, mas, sobretudo, aderem, por intermédio da deliberação pública, que se desenvolve a partir de cessões e concessões, a um mínimo comum, em prol do bem de todos.118 Habermas aponta a comunicação como problema central da gestão política e da política em geral. As instituições e as pessoas, em sua maioria, não se entendem: trabalham com conceitos gramaticalmente diferentes (ex.: conceito de interesse no público e no privado), conceitos semânticos diferentes (ex.: diferença de bem no público e no privado), que, por sua vez, geram sentidos diferentes e, ainda, com conceitos pragmáticos diferentes (ex.: conceito de eficiência no direito público e no privado). Nesse universo de diferentes concepções, deve-se fazer pactos de linguagem: um consenso voltado ao entendimento no campo da comunicação. Só assim, a partir do entendimento mútuo, é que se pode pensar em 117 HABERMAS, Jürgen. Direito e Democracia: entre facticidade e validade. Traduzido por: Flávio Beno Siebeneichler. 2. ed., v. 2, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003. p. 19. 118 JUCÁ, Roberta Laena Costa. A realização da democracia deliberativa habermasiana na esfera pública municipal: concretização do Estado Democrático de Direito. p. 4179. Trabalho publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em Brasília – DF. Disponível em: <http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/brasilia/15_608.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2010. 53 uma gestão pública compartida, em que os membros da sociedade se unam na persecução de um mesmo objetivo, que é o bem comum. No entanto, a gestão pública deflagra a complexidade de isso vir a acontecer na prática, porque envolve uma grande complexidade, situada na alta tecnicidade da organização da Administração Pública e do seu nível burocrático. No setor público, a convergência de entendimentos e compreensões é muito difícil de ser alcançada e, diversas vezes, é o principal entrave. Farah, transcrevendo excerto do Plano Diretor do Aparelho do Estado datado de 1995, emitido pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE) em um período de discussão sobre a reforma do Estado, assevera que o processo de modernização do Estado, capaz de superar os limites da administração burocrática objetiva reforçar a governança – a capacidade de governo do Estado – através da transição programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento da cidadania. O governo brasileiro (...) enfrenta (...) um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da 119 máquina administrativa. Como alternativa a este modelo que denota a falência do modelo tradicional de Administração Pública gerida pelo Estado de Direito120, é que Leal propõe uma alternativa inovadora de gestão compartida de interesses públicos.121 119 FARAH, Marta Ferreira Santos. Inovação e governo local no Brasil contemporâneo. In: JACOBI, Pedro; PINHO, José Antonio (Orgs.). Inovação no campo da gestão pública local: novos desafios, novos patamares. Rio de Janeiro: FGV, 2006. p. 52. 120 O Estado de Direito, segundo Elias Diaz, é composto das seguintes características: “a) império da lei: lei como expressão da vontade geral; b) Divisão dos Poderes: legislativo, executivo e judiciário; c) Legalidade da Administração, atuando segundo a lei e suficiente controle judicial; d) Direitos e liberdades fundamentais: garantia jurídico-formal e efetiva realização material.” DIAS apud LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 30. 120 BREUS, Thiago Lima. Políticas Públicas no Estado Constitucional: problemática da concretização dos direitos fundamentais pela administração pública brasileira contemporânea. Belo Horizonte, Fórum, 2007. p. 241. 121 LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 49. 54 O mesmo entendimento é compartilhado por Bucci, para quem o sucesso da uma política pública encontra-se atrelado às condições de um processo administrativo claro, objetivo e dinâmico: Em grande parte, porém, o sucesso da política pública, qualquer que seja ela, está relacionado com a qualidade do processo administrativo que precede a sua realização e que a implementa. As informações sobre a realidade a transformar, a capacitação técnica e a vinculação profissional dos servidores públicos, a disciplina dos serviços públicos, enfim, a solução dos problemas inseridos no processo administrativo, com o sentido lato emprestado à expressão pelo direito americano, determinarão, no plano concreto, os resultados da política pública como instrumento de 122 desenvolvimento. Não obstante, é possível a gestão pública operar-se através de um diálogo, de uma interlocução permanente entre Estado e sociedade (administrados). Mas é necessário mais do que isso. É indispensável criar condições objetivas para que essa gestão ocorra, como se sucedeu no caso do orçamento participativo. No início, as pessoas não entendiam muito bem seu funcionamento, mas, com o tempo, adaptaram-se a essa nova forma de gestão e passaram a acompanhar sua execução. Por isso, é preciso estabelecer e incentivar o desenvolvimento de procedimentos adequados para a operacionalização das ferramentas de gestão pública compartida. Ferramentas existem, como os Conselhos Municipais. Os procedimentos terão em comum a possibilidade de emancipação dos cidadãos, pela participação crítica e autônoma. Estas formas de participação vão contribuir para a maior efetividade ou não destas ferramentas, as quais devem ser então operacionalizadas conforme os pressupostos que garantam a emancipação e autonomia política. Desse panorama, emergem profundas modificações na compreensão da esfera política e governamental, em direção à inclusão dos destinatários das ações do Estado nos processos de tomada de decisão, temas introduzidos nos textos constitucionais dos dias de hoje, bem como na Constituição Federal de 1988.123 122 BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas e Direito Administrativo. Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 34, n. 133, p. 97, jan. 1997. 123 LEAL, Rogério Gesta. Estado, Administração Pública e Sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. p. 58. 55 Ao fim, visualiza-se que a democracia deliberativa é mais eficaz na discussão da democracia em si, porque ela toca em pontos que dizem com a natureza humana e o seu comportamento, bem assim com a necessidade de revisão de alguns de seus paradigmas comportamentais. A democracia participativa oxigena a representativa. A caminhada para uma democracia deliberativa é uma caminhada que surte efeitos positivos sempre. Apenas em função da sua persecução, já se tem ganhos em termos de amadurecimento político e social. Em função do sistema capitalista, que exige cada vez mais trabalho e produção, para um número cada vez maior de consumidores, as pessoas estão cansadas, céticas, exploradas, espoliadas, descrentes, muito preocupadas consigo mesmas e, por essas razões, cabe ao Estado criar as ferramentas para sensibilizar a população, causar uma mudança de paradigmas. Então, está no Estado a responsabilidade maior em razão destas circunstâncias: ele deve provocar, ele deve estimular e fomentar. De acordo com o proposto neste capítulo, a análise da gênese conceitual das políticas públicas, suas demarcações históricas, marcos estruturais e, especialmente, sua ingerência/intersecção com o campo do direito, mostram-se fundamentais para determinar que a implementação das políticas públicas depende de um processo democrático. Em consonância com este propósito, o capítulo seguinte se prestará à análise deste processo democrático de decisão, bem como de seus fundamentos teóricos, sua aplicabilidade e sua viabilidade nos espaços públicos destinados à participação social. 56 2 MATRIZ DEMOCRÁTICA DELIBERATIVA NOS PROCESSOS DE TOMADA DE DECISÃO: O ESTUDO DOS PROCESSOS DELIBERATIVOS EM BUSCA DA LEGITIMIDADE DAS DECISÕES JURÍDICO- POLÍTICAS O tema da democracia constitui-se em elemento essencial para avaliação das instituições políticas contemporâneas. Sua emergência no campo político do século XX deflagra a relevância que vem agregando, constituindo objetivo geral da maioria dos países do ocidente a implementação, manutenção e aperfeiçoamento dos regimes democráticos. Apesar do modelo adotado mundialmente ser o da democracia representativa, vem surgindo, notadamente da segunda metade do século XX em diante, novas formas de se conceber a democracia, que trazem um elemento inovador, que é a reinserção de sua dimensão social, com a inclusão dos cidadãos nos processo de tomada de decisão. A democracia participativa já representa um avanço em termos de mecanismos de envolvimento da sociedade nos processo de decisão. No entanto, a progressiva complexidade da sociedade e as novas demandas emergentes, exigem um modelo que propicie uma participação política de qualidade, questão da qual se ocupa a democracia deliberativa. Com efeito, este ponto pretende abordar as características mais relevantes da democracia, especialmente no que diz respeito à reinserção de sua dimensão social, notadamente destacada pela matriz democrática deliberativa. Para tanto, realizar-seá uma evolução histórica, perpassando pela análise da gênese conceitual, bem como dos modelos de democracia para, a partir do estudo da matriz democrática deliberativa, verificar sua aplicabilidade nos Conselhos Municipais gestores de políticas públicas, com vistas à formação de um espaço de deliberação pública. É necessário, portanto, explorar o intricado campo em que se desenvolve a teoria da democracia deliberativa, adentrando no universo de possibilidades que ela oferece como forma de legitimar as decisões que mais tarde serão executadas pelo poder público. Da mesma forma, apresentar seus benefícios como mecanismo viabilizador da autonomia e do exercício da cidadania por parte dos indivíduos são tarefas imperiosas para atestar a impossibilidade de afastá-la da alcunha que a 57 considera uma das melhores opções para atender às demandas do pluralismo das sociedades modernas. Sem adotar uma construção teórica específica, o objetivo é trazer um conjunto de estudos, os quais, em sua maioria, pertencem ao campo da Ciência Política, que escrevem, problematizam e fazem referências críticas à democracia deliberativa, para que, a partir disso, construa-se uma compreensão sobre o tema. Da mesma forma, pretende-se utilizá-lo como base teórica para, no terceiro ponto deste trabalho, estudar como e se há reais possibilidades de se efetuar uma democracia deliberativa em um espaço público determinado: o Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. Em vista disso, a abordagem que segue apresenta relevância na medida em que fundamenta e fornece embasamento teórico à investigação empírica realizada no último ponto deste trabalho, a qual se ocupa em analisar como (e se efetivamente) ocorrem os processos deliberativos desenvolvidos no Conselho Municipal de Saúde do Município de Santa Cruz do Sul. 2.1 Definições histórico-conceituais e modelos de democracia: das primeiras definições ao advento do modelo deliberativo As experiências do que se pode entender por “democracia” na humanidade datam de aproximadamente 2.500 anos, quando os gregos inovaram ao chamar os cidadãos à atividade de gerir e governar suas cidades-estados. Entre períodos de auge e decadência ou, até mesmo, de quase total extinção, essa forma de governo subsistiu no tempo e é atualmente disseminada em grande parte dos países contemporâneos, sendo utilizada para designar as formas de governo nas quais (em tese) quem detém o poder das decisões políticas é o povo. A palavra democracia, cuja origem grega é demokratia – demos, o povo e kratos, governar –, era utilizada pelos atenienses e por outros gregos para se referir ao governo de Atenas e de muitas outras cidades gregas. Ao contrário do que se conhece hoje por democracia – manifestamente pelo modelo representativo – a democracia dos gregos se aproximava bem mais de um modelo de democracia 58 participativa, pois nas Assembléias, quem elegia tinha as mesmas chances de ser eleito e um cidadão comum não raro poderia a vir presidir o governo pelo menos uma vez na vida.124 Aproximadamente na mesma época em que se desenvolveu a democracia grega, Roma também experimentou os traços de um governo popular. No entanto, os romanos decidiram chamar o seu sistema de república125, que é a soma de res: que no latim significa coisa ou negócios e de publicus: pública, que poderia ser entendida como a coisa pública ou os negócios do povo.126 Embora a definição de república sugira a ideia de um governo popular, os direitos de participar no governo eram inicialmente restritos aos patrícios, ou seja, aos aristocratas. Com o tempo e após veementes reivindicações, o povo também adquiriu esse direito. Apesar de a república romana ter durado significativamente mais tempo do que a democracia ateniense, por volta do ano 130 a.C., as inquietudes civis, a militarização, a corrupção e o enfraquecimento do engajamento cívico acabaram por deixá-la vulnerável, culminando com a ditadura de Júlio César e, em seguida, com a sucessão do governo de Imperadores. O governo popular veio a reaparecer na Itália apenas em torno do ano 1.100 d.C.127 Menos conhecida, porém não menos importante, é a experiência democrática das Assembléias locais dos vikings. Eles se reuniam em uma assembléia judicial, denominada Ting, na qual os homens livres resolviam disputas, deliberavam, aprovavam ou rejeitavam leis, discutiam sobre a proposta de mudança de religião (como ocorreu quando aceitaram e religião cristã no lugar da religião até então vigente, a nórdica). Embora apresentassem esse sistema de decisão bem 124 DAHL, Robert. Sobre democracia. Trad. Beatriz Sidou. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. p. 21-22. 125 Utilizar-se-á aqui os termos “democracia” e “república” como sinônimos. Contrariamente, o autor James Madison apresenta ambos os termos como diferentes entre si, entendendo que “uma democracia pura [...] é uma sociedade consistindo num número pequeno de cidadãos, que se reúnem e administram o governo pessoalmente”, enquanto que uma “república [...] é um governo em que há um sistema de representação” (MADISON apud DAHL, 2009, p.26). No entanto, segundo Dahl, essa distinção não possui base histórica, pois, em verdade, “todas as primeiras democracias cabiam muito bem na definição de Madison para democracia” (DAHL, 2009, p. 26). 126 DAHL, Robert. Sobre democracia. Trad. Beatriz Sidou. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. p. 23. 127 DAHL, Robert. Sobre democracia. Trad. Beatriz Sidou. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. p. 23-25. 59 estruturado, acredita-se que os vikings pouco ou nada sabiam a respeito das experiências políticas democráticas e republicanas do milênio anterior na Grécia e em Roma. Na realidade, existia entre os vikings a ideia de igualdade, restrita, porém, aos homens livres e, ainda assim, entre esses havia diferenças de riqueza e status.128 Destarte, deve-se levar em consideração que, nas práticas democráticas até aqui elencadas, o direito de participar se restringia aos homens livres (escravos e mulheres estavam excluídos da participação), sistema que se repetiu em todas as democracias posteriores, perdurando até o século XX.129 Seja como for, parece que entre as cidades-estados e povos da Idade Antiga e Média, sempre que se utilizou do governo ou de formas, ainda que primitivas, de democracia, havia um elemento comum, fundado num sentimento de igualdade entre todos, sem grandes distinções hierárquicas. Esse elemento, mais tarde se transmutará no que se conhece atualmente por igualdade política. Por meio da associação desse princípio – igualdade política – à liberdade, séculos mais tarde, mais exatamente no princípio do século XIX, Kelsen (notadamente conhecido por ser um teórico positivista) construía as bases para sua teoria sobre democracia. Para ele, da ideia de que as pessoas são idealmente iguais, deduz-se que ninguém deve ser mandado por ninguém. Contudo, a experiência demonstra que quando se deseja que todos sejam realmente iguais, as pessoas devem se deixar ser lideradas e assim, aceitarem o comprometimento de parte de sua liberdade. Portanto, a síntese dos princípios da igualdade e da liberdade é justamente a característica da democracia.130 Sem dúvidas, Kelsen é indissociável das experiências que viveu. As provações por que passou (especialmente os períodos de guerra e o movimento de ascensão do nacional-socialismo), levaram-no a recriminar a articulação entre política e direito. 128 DAHL, Robert. Sobre democracia. Trad. Beatriz Sidou. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. p. 28-29. 129 DAHL, Robert. Sobre democracia. Trad. Beatriz Sidou. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. p. 23. 130 KELSEN, Hans. A essência e o valor da democracia. In: A democracia. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 27. 60 Por meio de seu projeto metodológico, que objetiva fundamentar a legitimidade da normatividade política, investiga a natureza e o valor da democracia, analisando as duas únicas figuras ideais típicas da política: a democracia e a autocracia. 131 Sobre estes sistemas de governo, ele afirma que no regime democrático, coloca-se, no lugar de um homem, a figura do Estado como sujeito de poder e que isso, de certa forma, disfarça o que ocorre na prática, ou seja, o comando de um homem por outro. Eis suas considerações: No regime autocrático, um homem de carne e osso – mesmo que divinizado – é considerado mandante. No regime democrático é o próprio Estado que aparece como sujeito do poder. Aqui o véu da personificação do Estado cobre o fato, insuportável para uma sensibilidade democrática, do domínio do homem pelo homem. A personificação do Estado torna-se a base da teoria do direito público contemporâneo, tem suas raízes na ideologia da 132 democracia. A teoria democrática de Kelsen também é conhecida como hegemônica, porque trata a questão da democracia como forma e não como substância. Para ele o ponto central era criticar a ideia de que a democracia corresponderia a um conjunto de valores determinados e a uma única forma de organização política. O procedimentalismo kelseniano tentou interligar o relativismo moral com mecanismos para solução de divergências (mecanismos que passariam pelo crivo parlamentar), bem como maneiras mais eficientes de expressão. Por meio do relativismo moral, buscava-se a solução da questão da legitimidade pela legalidade.133 Também enfatizando a questão da igualdade, Dworkin constrói sua teoria, por meio da qual funda sua concepção constitucional de democracia. Para ele, promover a igualdade é, em síntese, a própria essência da democracia. Contudo, promover a igualdade não significa, necessariamente, aderir à premissa majoritária em todas as circunstâncias. 131 GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia? Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 303-304. 132 KELSEN, Hans. A essência e o valor da democracia. In: A democracia. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 33. 133 SANTOS, Boaventura de Sousa; AVRITZER, Leonardo. Introdução: para ampliar o cânone democrático. In: SANTOS, Boaventura de Sousa. Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 44. 61 É bom ter em mente que a construção democrática de Dworkin parte da experiência constitucional norte-americana, em que as Cortes constitucionais têm grande poder nas mãos, pois interpretam a Constituição, ou seja, “dizem” o significado que deve ser dado às leis, enfim, “dizem “o próprio direito. Em sua obra intitulada “O Direito da Liberdade: a leitura moral da constituição norte-americana,” Dworkin trata da leitura moral e da premissa majoritária, baseando sua análise a partir do tipo de democracia que ele defende, ou seja, o modelo baseado em uma democracia constitucional que, dessa forma, refuta, de plano, qualquer apelo à premissa majoritária como forma de se garantir decisões justas. Apesar disso, Dworkin reconhece que a premissa majoritária é uma teoria a respeito dos resultados justos de um processo político: A premissa majoritária é uma teoria a respeito dos resultados justos de um processo político: insiste em que os procedimentos políticos sejam projetados de tal modo que, pelo menos nos assuntos importantes, a decisão a que se chega seja a decisão favorecida pela maioria dos cidadãos ou por muitos entre eles, ou seja, pelo menos a decisão que eles favoreceriam se dispusessem de informações adequadas e de tempo suficiente para refletir. Esse objetivo parece perfeitamente razoável, e muita gente, talvez sem refletir o bastante, tomou-o como expressão da própria essência da democracia. Essas pessoas acreditam que os complexos arranjos políticos que constituem o processo democrático devem direcionarse para essa meta e tomá-la como critério: a meta de que as leis geradas pelo complexo processo democrático e os cursos de ação por ele seguidos 134 sejam, no fim, os aprovados pela maioria dos cidadãos. Contudo, apesar deste reconhecimento, para ele esta tese não pode subsistir porque “em certas ocasiões a vontade da maioria não deve predominar. [...] não deve ser sempre a juíza suprema de quando o seu próprio poder deve ser limitado para protegerem-se os direitos individuais”135. Em suma, a essência da democracia não pode se restringir às decisões tomadas pela maioria. Em linhas gerais, a reflexão mais importante que Dworkin provoca é a respeito do objetivo que define o conceito de democracia. O autor defende uma concepção constitucional da democracia – que efetivamente rejeita a premissa majoritária – 134 DWORKIN, Ronald. O Direito da Liberdade: a leitura moral da constituição norte-americana. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 24. 135 DWORKIN, Ronald. O Direito da Liberdade: a leitura moral da constituição norte-americana. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 62 para a qual o fato das decisões coletivas serem normalmente a decisão que a maioria das pessoas tomaria se fossem devidamente informadas, “não é nem uma meta, nem uma definição de democracia”. Assim, o objetivo que define o conceito de democracia está no fato de que as decisões coletivas devem ficar a cargo de instituições políticas cuja estrutura, composição e modo de operação concedam a todos os membros da comunidade, considerados individualmente, a mesma consideração e respeito.136 A concepção constitucional demanda procedimentos majoritários porque pretende proteger a igualdade dos cidadãos, ao invés de se ater a deveres de soberania da maioria. Em virtude disso, a aceitação do emprego de determinados procedimentos não-majoritários em situações especiais – nas quais este processo pode proteger ou promover a igualdade – de acordo com essa teoria, é a própria essência da democracia.137 Embora estes autores desenvolvam teses interessantes a respeito da democracia, quando se analisam os elementos que envolvem suas concepções, percebe-se que nenhum deles se preocupa efetivamente com o procedimento usado nos processos decisórios. Quando, por exemplo, confrontam-se as ideias de Dworkin e Habermas, percebe-se que o primeiro se atém ao resultado, ao conteúdo das decisões, enquanto que Habermas se ocupa do procedimento em que estas decisões ocorrem. Ele admite, assim como Dworkin, o instituto da revisão judicial, mas apenas na medida em que ele atue como garantidor dos processos de tomada de decisão democráticos. Em decorrência da ênfase concedida por Habermas ao procedimento de tomada de decisão, reconhece-se o elemento inovador da sua teoria: retirar o cidadão da posição mero expectador e receptor das benesses de um Estado de Bem-Estar e o colocar na posição de agente político, com direitos e deveres. Assim, o paradigma procedimental proposto, que coloca o indivíduo como cidadão que participa da deliberação política, assegura a todos e a cada um o direito de tomar 136 DWORKIN, Ronald. O Direito da Liberdade: a leitura moral da constituição norte-americana. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 26. 137 DWORKIN, Ronald. O Direito da Liberdade: a leitura moral da constituição norte-americana. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 26. 63 parte na interpretação da Constituição. E é a análise desse modelo deliberativo que se procede na sequência do presente estudo. 2.2 A face deliberativa da democracia e a importância da adoção de um modelo deliberativo de democracia Muitos autores vêm trabalhando e desenvolvendo uma concepção acerca da democracia deliberativa em razão dela superar as fronteiras da democracia liberal, incorporando elementos de cunho republicano. Em linhas gerais, o modelo deliberativo baseia-se na ampliação da política para além das limitações de tempo, espaço e representação fixadas pelo sufrágio universal.138 De uma forma geral, quando se fala em deliberação pública, é praticamente impossível não fazer referência a um dos principais estudiosos no assunto, o filósofo alemão Jürgen Habermas. Apesar de pesquisas anteriores já se preocuparem com a necessidade de uma reflexão crítica sobre os procedimentos democráticos, foi ele, contudo, o precursor dos primeiros trabalhados que se ocuparam de delimitar efetivamente a base conceitual da noção de deliberação pública. A teoria habermasiana encontrou aceitação maciça entre os mais renomados teóricos deliberativos em virtude de sua capacidade de articulação entre dois processos que eram anteriormente vistos como em sentidos opostos: as dinâmicas institucionais e a conversação cívica entre os cidadãos. Desta forma, a deliberação deve desenvolver formas capazes de assegurar a legitimidade das políticas públicas, criando redes de articulação discursivas entre o discurso institucional e o debate que ocorre entre os cidadãos, também denominado de redes periféricas do espaço público político.139 Não obstante, assim como na política, a deliberação foi pensada, inicialmente, por Aristóteles “para ser a atividade paradigmática da virtude política e da 138 MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro. As interseções entre o processo comunicativo e deliberação pública. In:_________ (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.13 139 MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro. As interseções entre o processo comunicativo e deliberação pública. In:_________ (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.12. a e a e 64 autorregulação”.140 Seguindo uma definição que remete a Aristóteles, para a tradição filosófica, “deliberação significa o processo de formação da vontade, o momento particular que precede a escolha, e na qual o indivíduo pondera diferentes soluções antes de se filiar a uma delas”.141 Além de Habermas, outros autores contemporâneos também descrevem a deliberação tomando por base as relações que constroem entre a deliberação e outros campos da ciência, bem como as variáveis que o processo pode sofrer, (de acordo com a maneira como ponderam suas concepções de justiça e de bem comum). Marques relaciona a deliberação com o processo comunicação, o qual se constitui em um movimento em direção ao outro, isto é, que se esforça em considerar a opinião do outro, assegurado o respeito mútuo. Segundo ela, a deliberação é Um processo social de comunicação através do qual os indivíduos têm a oportunidade de apresentar seus pontos de vista e suas perspectivas diante dos outros, interpelando-os e demandando-lhes a validação de seus 142 argumentos após uma discussão baseada no respeito recíproco. Bohman, por sua vez, entende a deliberação pública como uma forma de discurso ou argumentação, semelhante a uma atividade cooperativa ou coletiva. Assim, ela assuma a forma de “um processo dialógico de troca de razões com propósito de solucionar situações problemáticas que não podem ser resolvidas sem a coordenação e cooperação interpessoais”.143 Outra característica da teoria democrática deliberativa a ser destacada é o seu caráter normativo, isto é, o fato dela apontar o modo pelo qual a deliberação deve 140 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.31. 141 MANIN, Bernard. Legitimidade e deliberação política. In: WERLE, Denis Luis; MELO, Rúrion Soares (Orgs.). Democracia deliberativa. São Paulo: Singular, 2007. p. 23. 142 MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro. As interseções entre o processo comunicativo e a deliberação pública. In:_________ (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.13. 143 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.36. 65 operar, os princípios e regras que deve obedecer, dentre outros. Assim sendo, ela não é uma teoria meramente descritiva, porquanto se ocupa da tarefa de estabelecer os critérios e as condições que o processo deliberativo deve seguir. Desta forma, a teoria da democracia deliberativa possui a capacidade de transcender a clássica dicotomia da política majoritária versus as garantias liberais relativas aos direitos e liberdades fundamentais, na exata medida em que os condicionantes normativos dos discursos, como os direitos e as liberdades básicas, exemplificadamente, devem ser encarados como regras do jogo que podem ser objetadas através do próprio jogo, porém, apenas a partir do momento em que os participantes concordam em jogar de acordo com o conteúdo dessas regras.144 A fim de assegurar a legitimidade e a simetria deste processo, os envolvidos na deliberação necessitam firmar um acordo acerca das regras e princípios normativos, que são, ao mesmo tempo, os encarregados por determinar o tipo de vínculo formado entre os participantes e a dinâmica que regerá as trocas de argumentos. A maioria dos teóricos menciona, de forma geral, os princípios da igualdade, publicidade, reciprocidade, reflexividade, accountability, autonomia, ausência de coerção e respeito mútuo.145 Desta forma, a teoria deliberativa sugere modos pelos quais é possível se intensificar a democracia e, simultaneamente, criticar as instituições que não atendam o padrão normativo. Especificamente, esta teoria se apresenta como um modo mais justo e genuinamente democrático de se relacionar com o pluralismo do que os demais modelos (como os agregativos 146). Em consequência disso, ela 144 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.129. 145 MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro. As interseções entre o processo comunicativo e a deliberação pública. In:_________ (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.14. 146 Segundo Mouffe, o modelo agregativo “teve início com o trabalho seminal de Joseph Schumpeter de 1947, Capitalism, Socialism and Democracy, que argüia que, com o desenvolvimento da democracia de massa, a soberania popular, como entendida pelos modelos clássicos de democracia, tornara-se inadequada. Um novo entendimento da democracia fazia-se necessário, colocando a ênfase na agregação de preferências, disposta por meio de partidos políticos em que as pessoas teriam a capacidade de votar em intervalos regulares. Segue-se sua proposta de definir a democracia como o sistema no qual as pessoas teriam a oportunidade de aceitar ou rejeitar seus líderes graças a 66 afasta-se substancialmente das compreensões individualistas liberais ou econômicas da democracia, abrindo espaço para um modelo ancorado nos ideais de accountability147 e de discussão.148 Adeptos dos sistemas baseados nos processos de votação encaram a democracia como um espaço no qual preferências e interesses fixos e predeterminados competem por intermédio de mecanismos justos de agregação. Em contraposição, a democracia deliberativa centra-se nos processos comunicativos de formação da opinião e da vontade que antecedem o voto. O conceito de accountability assume notada relevância porque passa a ser o elemento central da legitimidade, substituindo o consentimento, especialmente porque entende que uma ordem política é legítima quando pode ser justificada a todos os submetidos às suas leis. Nessa via, a accountability pode ser concebida como um processo no qual uma política pública é articulada, explicada e, mais importante, justificada publicamente. O consentimento (e é claro, a votação) não desaparece. Pelo contrário, ele ganha uma interpretação mais complexa e rica no modelo deliberativo do que no modelo agregativo. Embora os teóricos da democracia deliberativa apresentem diferentes pontos de vista acerca de quão críticos são em relação às instituições representativas existentes, a democracia deliberativa não é geralmente entendida como uma alternativa à democracia representativa. Ela é, na verdade, uma ampliação da democracia 149 representativa. um processo eleitoral competitivo”. MOUFFE, Chantal. Por um modelo agonístico de democracia. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 25, nov. 2005, p. 12. 147 Embora não haja uma tradução específica para a palavra accountability, ela será utilizada no presente trabalho no sentido de “responsabilidade” ou “responsabilização”, como obrigação de prestar contas. Nessa linha de raciocínio, Pinho e Sacramento sustentam que “não existe um termo único em português que defina a palavra accountability, havendo que trabalhar com uma forma composta. Buscando uma síntese, acountability encerra a responsabilidade, a obrigação e a responsabilização de quem ocupa um cargo em prestar contas segundo os parâmetros da lei, estando envolvida a possibilidade de ônus, o que seria a pena para o não cumprimento dessa diretiva”. PINHO, José Antonio Gomes de; SACRAMENTO, Ana Rita Silva. Accountability: já podemos traduzi-la para o português? Revista da Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 43, n. 6, nov. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.com.br>. Acesso em: 10 out. 2011. 148 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 241. 149 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 241. 67 Já para Cooke, o desejo de buscar processos públicos de justificação racional – que é o que ele denomina de accountability racional – é, em suas palavras “o coração da democracia deliberativa.”150 Segundo o autor, isso se deve ao fato de que o ideal deliberativo democrático se adéqua melhor à ideia de “quem somos” e não porque oferece um equilíbrio ético perfeito, já que, dificilmente, os desentendimentos éticos poderão um dia ser superados.151 De imediato, percebe-se que tais concepções colocam a deliberação como intrínseca à atividade política virtuosa, com a função de possibilitar a discussão, baseada na troca de razões em um ambiente de respeito recíproco entre os participantes, com vistas ao alcance da solução mais adequada às demandas sociais em discussão. Passando por este processo de deliberação, a decisão restaria legítima, e, portanto, passível de ser cumprida por todos os seus destinatários. Na medida em que a todos é possibilitado ter voz e vez neste processo, seja individualmente, seja por meio de grupos que representam parcelas da sociedade, a decisão formada a partir daí adquire forte presunção de legitimidade, pois obedeceu a um procedimento racional, a regras e princípios preestabelecidos, aos quais os participantes já manifestaram prévia concordância. Portanto, pode-se dizer, preliminarmente, que as decisões que surgem dos processos democráticos deliberativos estão de acordo com os princípios mais nobres da democracia. Devido à complexidade das sociedades atuais, ao número crescente de pessoas e aos limites de se estabelecer uma democracia fundamentalmente direta, o modelo deliberativo não exclui o modelo representativo, funcionando como ferramenta complementar a ele. 150 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 172. 151 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 172. 68 Embora estas definições introdutórias pareçam delimitar em termos claros a deliberação, ainda existem muitas questões controvertidas e diferentes fundamentações teóricas que defendem o uso do procedimento deliberativo de formas variadas. A abordagem inicial se ocupará em apresentar os principais princípios e virtudes da deliberação pública. 2.2.1 Os princípios e as virtudes da deliberação pública: a promoção da igualdade, do senso crítico e de uma atitude voltada ao bem comum Em linhas gerais, quando se aborda o tema da deliberação pública, grande parte dos autores aponta um conjunto de princípios que assegura um procedimento de deliberação imparcial e livre de constrangimentos. Da mesma forma, por ser pública e se basear no diálogo, apresenta virtudes intrínsecas, que fortalecem os argumentos ao seu favor. Frise-se que a deliberação também segue regras e princípios predeterminados, como a publicidade, que possibilita que todos tenham acesso às informações referidas na discussão e o princípio do igual respeito pelos cidadãos, por meio do qual todos são considerados como agentes morais autônomos com visões de mundo distintas. Isto também implica que nas discussões racionais nas quais são trazidos argumentos morais (os quais são sempre, em princípio, relevantes em discussões que versem sobre leis, princípios políticos e políticas públicas), toda a contribuição de qualquer dos cidadãos deve ser tratada como digna de consideração.152 Tão relevante quanto o caráter público da deliberação e, pode-se dizer que até, como decorrência sua, é a exigência da igualdade. Na primeira parte deste capítulo já foram traçadas algumas considerações sobre o princípio. Contudo, agora, pretende-se analisá-lo sob o prisma democrático deliberativo. 152 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.155. 69 Nas políticas democráticas atuais, todos os cidadãos são igualmente empoderados e dispõem de liberdade para participar conjuntamente da deliberação a respeito das decisões que afetam suas vidas. Uma das principais consequências da cidadania democrática é a igualdade política, que confere aos cidadãos os mesmos direitos civis, a subsunção de todos à lei de forma igual e o mesmo direito de ter voz na tomada de decisões.153 Há, também, a reciprocidade (ou justificação), que assegura que os cidadãos devem justificar uns aos outros as leis e as políticas públicas que os vinculam de forma mútua e que desenvolveram coletivamente. O escopo de uma teoria que leva a reciprocidade a sério é ajudar as pessoas a construírem um acordo político tomando por base princípios que podem ser justificados aos demais que compartilham o objetivo de alcançar esse entendimento.154 Esta justificação mútua não se restringe apenas a fornecer razões a outras pessoas, ou, ainda, apresentar razões que elas pareçam inclinadas a concordar. Ela significa oferecer razões que formem uma justificação pelo fato de impor leis que vinculam outras pessoas.155 Cabe advertir que o requerimento que a deliberação põe em evidência não é simplesmente o problema de tentar garantir que os cidadãos sintam que suas opiniões foram levadas em conta, mesmo quando discordavam da solução. A deliberação pública é exigida, em certo momento, para justificar uma lei diante de uma sociedade situada em um espaço de tempo específico. Isto significa que o procedimento de troca de razões é indispensável não somente para declarar uma lei como legítima, mas também como justa.156 153 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 33. 154 GUTMANN, Amy; THOMPSON, Dennis. Democracia deliberativa para além do processo. A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.180-181. 155 GUTMANN, Amy; THOMPSON, Dennis. Democracia deliberativa para além do processo. A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.181. 156 GUTMANN, Amy; THOMPSON, Dennis. Democracia deliberativa para além do processo. A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.183. 70 Outra característica distintiva da deliberação e que revela seu potencial inclusivo é que não há a exigência de que o debate público seja especializado. Ao contrário de representar um modelo para a deliberação pública, discursos especializados são mais bem recepcionados e mais bem vistos como restritos a instituições formais, como os procedimentos que ocorrem nas cortes de justiça. No caso do debate público entre cidadãos, regras procedimentais podem impor limites ao uso público da razão, guiando os participantes para tipos demasiadamente específicos de razões. Há outras tentativas de restringir o discurso político, como o que é feito por meio de constrangimentos formais, que inserem uma limitação desnecessária e constrangimentos conversacionais, inclusive restrições à informação e questões favorecidas por algumas formas recentes de liberalismo.157 Com relação às virtudes da deliberação pública, importante destacar os cinco argumentos trazidos por Cooke a favor da democracia deliberativa, os quais se focam, respectivamente: (1) na capacidade educativa do processo de deliberação pública; (2) na aptidão de gerar comunidade do procedimento deliberativo; (3) na justiça do processo de deliberação pública; (4) na qualidade epistêmica dos resultados advindos da deliberação pública e (5) na convergência do ideal de política veiculado pela democracia deliberativa com “quem somos”158 O primeiro argumento, a favor da educação, sustenta que a democracia deliberativa deveria ser promovida, primeiramente, por seus potenciais efeitos educativos sobre os cidadãos. Apresentam-se como defensores desta visão, J. S. Mill e Hannah Arendt, pois, não obstante as diferenças entre suas concepções, ambos compartilham a visão de que a participação nos assuntos públicos é algo bom em si mesmo, não apenas como um mecanismo utilizado para viabilizar a criação e implementação das decisões políticas e das leis. Ademais, sob esse enfoque, os benefícios advindos da participação nas matérias públicas são especialmente pessoais, uma vez que a participação desenvolve as qualidades 157 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.54 - 55. 158 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 143. 71 morais, intelectuais e práticas dos participantes, isto é, não apenas os tornam cidadãos melhores, como também indivíduos mais evoluídos. 159 Com relação ao poder de gerar comunidade, este argumento se baseia tanto nas versões comunitaristas da democracia deliberativa (propostas por Benjamim Barber ou Charles Taylor, como nas versões discursivas (propostas por Jürgen Habermas e Seyla Benhabib). No caso dos comunitaristas, a ênfase no bem comum é, de uma forma geral, acompanhada pela concepção de que o indivíduo se torna consciente e concretiza seu pertencimento a uma forma coletiva de vida apenas por meio de práticas de troca pública de razões com outras pessoas que se identificam com os mesmos valores e tradições.160 Já no caso dos modelos discursivos, os teóricos consideram a deliberação como um procedimento em que as pessoas assumem a perspectiva alheia e, de certa forma, são compelidas a pensar sobre o que poderia constituir uma boa razão para os demais envolvidos no processo de tomada de decisão ou por ele afetados.161 A ênfase destes dois primeiros argumentos está no processo da deliberação pública. Os próximos dois argumentos, contudo, dirigem o foco também para o resultado desta deliberação. O terceiro argumento pode ser sintetizado como a compreensão de que o procedimento da deliberação pública enriquece os resultados do processo democrático, tornando-os mais justos. Assim, este argumento promove uma visão estritamente procedimental. O ponto central é que não há, contudo, nenhum padrão 159 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 145. 160 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 146. 161 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 147. 72 de justiça que não seja procedimental. Isto significa que, se o procedimento for justo, o resulta também o será.162 Por sua vez, o quarto argumento faz uma distinção entre justiça do procedimento e a racionalidade do resultado. A partir disso, ele estabelece padrões independentes para o acesso à qualidade da deliberação. Este argumento diferencia-se dos demais em função da sua demanda de que a deliberação pública colabore de forma construtiva para a qualidade dos resultados democráticos obtidos. Este argumento compõe a teoria da democracia deliberativa de Habermas. De forma concisa, o que este argumento veicula é que a deliberação pública contribui, em alguma medida, de forma positiva, para a racionalidade das leis e políticas democráticas, bem assim para sua implementação.163 O último argumento, contudo, é o que o autor considera mais relevante e vigoroso. A democracia deliberativa veicula um ideal de política que mais se aproxima com o ideal de “quem somos”. E isto porque deliberação permite a criação de um ambiente no qual os cidadãos se sentem em pé de igualdade e têm a mesma possibilidade de participar na discussão. Estas considerações revelam as virtudes intrínsecas e externas do processo deliberativo. Conforme acima aventado, é comum nas teorias deliberativas a formulação da hipótese de que a deliberação pode transformar opiniões e formas de pensar. Contudo, ainda que se considere que este não seja (ou raramente) seja o caso, a deliberação ainda apresenta vantagens. Embora sejam poucos aqueles que aderem à visão de que a deliberação conduz, inevitavelmente, ao consenso, muitos acreditam que a deliberação erigida sob as condições certas terá uma tendência de expandir perspectivas, incentivar a tolerância e o entrosamento entre os grupos e, de modo geral, encorajar o exercício de uma atitude dirigida ao bem coletivo. 164 162 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 148. 163 COOKE, Maeve. Cinco argumentos a favor da democracia deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.150-151. 164 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 254. 73 Assim, diante dos benefícios aqui aventados, a deliberação parece ser um procedimento adequado para ser empregado em fóruns públicos de discussão. Ela tem um duplo valor que se encontra tanto no processo em que ocorrem as discussões (obedecem princípios), como nos resultados (se não forem justos, terão minimamente, a prerrogativa da legitimidade). Na sequência serão apresentadas e analisadas as duas principais teorias sobre a justificação da democracia, que tratam os interesses dos indivíduos de forma totalmente opostas. Esta diferenciação é fundamental na medida em que as formas de se considerar a natureza humana implicam na adoção de formas distintas de políticas democráticas. 2.2.2 As teorias de justificação da democracia e as implicações práticas das concepções que concebem a democracia como transformadora das preferências morais das pessoas Cabe ressaltar que, de uma forma geral, a literatura da teoria democrática sugere dois enfoques tradicionalmente diferentes para a justificação da democracia. No primeiro grupo, estão as teorias que pretendem separar uma esfera para a realização da política democrática, em que as questões morais não são controvertidas e na qual a evolução moral é suspensa a priopri porque se leva em consideração o valor do processo político.165 De acordo com esta visão, o processo democrático considera os interesses e as preferências das pessoas como um fato dado, inclusive quando são egoístas ou moralmente reprováveis. Da mesma forma, este processo toma como já determinadas as ações políticas das pessoas e dos grupos sobre as bases de suas preferências. Considera-se que a democracia gera uma dinâmica de ação coletiva que produz resultados moralmente aceitáveis. Portanto, não se faz necessário, para 165 STOTZKY, Irwin P. Crear las condiciones para la democracia. In: In: KOH, Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p.190. 74 esta visão, converter as preferências das pessoas em um sentido moralmente virtuoso.166 Na maioria das vezes, este tipo de perspectiva da democracia introduz uma visão pessimista da natureza humana e da possibilidade de transformação das inclinações egoístas. Além disso, esta conotação pessimista também se estende à formação dos grupos e corporações. Enquanto se aceita que as associações de pessoas que atuam sobre a base de seu próprio interesse poderiam vir a ser uma ameaça aos direitos dos indivíduos, os defensores destas visões alegam que a virtude da democracia reside justamente na neutralização do poder destes grupos ou corporações e não na extinção de seu poder por meio de uma série de mecanismos que levam a resultados respeitosos aos direitos dos indivíduos. 167 Em consequência disso, estas visões geralmente pressupõem uma postura cética, duvidando da existência de razões objetivas para desqualificar as preferências das pessoas como imorais. Seus defensores afirmam que a mesma pretensão de encontrar razões objetivas conduz a projetos políticos autoritários e intervenções na vida privada das pessoas. Para evitar isso, consideram que a virtude do processo democrático reside no fato de que este opera de tal forma que nada pode qualificar as preferências dos outros indivíduos como imorais e que o sistema busca acomodar as preferências de todos sem julgar o seu conteúdo moral. Assim, o resultado deste processo moralmente neutro emerge como moralmente valioso.168 O segundo grupo de teorias de justificação da democracia adota o enfoque exatamente oposto no que diz respeito a sua capacidade de modificar as preferências e as inclinações das pessoas, e desta forma, insere o processo democrático dentro do domínio da moral. Segundo esta concepção, a virtude da democracia está precisamente na incorporação de meios que transformam as 166 STOTZKY, Irwin P. Crear las condiciones para la democracia. In: In: KOH, Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p.190. 167 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 102. 168 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 102. 75 preferências originais autointeressadas das pessoas em outras mais altruístas e imparciais. Assim, a democracia não apenas pode determinar resultados moralmente aceitáveis – como o faz o primeiro grupo de teorias – mas também os produz mediante a moralização das preferências das pessoas e, talvez, através da sua própria moralização. Isto sugere uma visão muito mais otimista da natureza humana e de como ela pode ser moldada utilizando-se mecanismos sociais que estejam de acordo com determinado conjunto de valores.169 Ao contrário da primeira família de teorias apresentada, esta não é cética. Ela acredita que existe a possibilidade de conferir razões objetivas a respeito da moralidade de certos resultados e que o processo democrático em si ajuda a produzir o resultado moralmente correto. Somado a isso, ela se ocupa de superar a crítica de que este objetivismo poderia conduzir a um autoritarismo moral e a tipos de democracia que são insensíveis ao reconhecimento dos direitos liberais.170 Em decorrência disso, torna-se importante analisar as implicações práticas das concepções que concebem a democracia como transformadora das preferências morais das pessoas. São as qualidades morais do diálogo (ou da deliberação) que justificam as concepções de democracia que pressupõem a transformação das preferências dos cidadãos. Embora existam diferentes versões que correspondem a esta perspectiva geral, todas elas encontram no diálogo algum meio para conter os interesses egoístas e o poder dos grupos que se baseiam neles. Este limite é obtido graças à peculiaridade do diálogo de excluir aqueles posicionamentos que não podem ser defendidos sob um ponto de vista imparcial.171 Contudo, um diálogo dificilmente progride se as pessoas não discutem sobre a correção, ajuste ou melhora dos princípios morais e se atêm a discutir algo que já 169 STOTZKY, Irwin P. Crear las condiciones para la democracia. In: In: KOH, Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p.191. 170 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 103. 171 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 142. 76 sabem de antemão, isto é, o fato de que possuem pontos de vista diferentes sobre questões sobre as quais deveriam concordar. Ocorre que esta diferença se dá justamente em função da variedade de concepções morais que são trazidas à prática deliberativa. Nas palavras de Nino: Es difícil percibir cómo es posible que las personas entablen un diálogo si se descartada la posibilidad de discutir acerca de la corrección moral de principios morales intersubjetivos y ni siquiera puede hacerse referencia a los respectivos intereses. Un diálogo difícilmente pueda progresar si los participantes se limitan a describir lo que ya saben desde el comienzo: que sus instereses son diferentes y que posiblemente se encuentren en 172 conflicto. É óbvio que o mero fato de que os representantes se encontram submetidos às restrições do diálogo não soluciona os problemas atinentes à falta de legitimidade. Um dos principais problemas que as concepções dialógicas devem superar é explicar como é viável garantir que todas as partes interessadas participem no processo de deliberação e o façam sobre uma mesma base de igualdade.173 Ocorre que a legitimidade pode também estar mascarada, parecendo ser algo, que, na verdade, é apenas pretendido que assim seja considerado, com vistas à manutenção da estabilidade do sistema. Geralmente é mais cômodo oferecer uma legitimidade fabricada à sociedade, do que arcar com os ônus de promover decisões genuinamente legítimas. Constitucionalistas e atores políticos se encontram frequentemente envolvidos no processo de consolidação de regimes democráticos. Eles julgam relevantes as concepções de democracia somente sob a perspectiva da legitimidade subjetiva e, por assim dizer, sob a perspectiva da estabilidade e da funcionalidade do sistema político. A legitimidade subjetiva consiste na crença generalizada da população na justificação moral do governo e de suas diretivas. A democracia é vista, então, como um instrumento para alcançar o fim da estabilidade. Com efeito, aqueles que se 172 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 142-143. Tradução livre: É difícil perceber como é possível que as pessoas dialoguem se descartada a possibilidade de discutir acerca da correção moral de princípios morais intersubjetivos e nem sequer se pode fazer referência aos respectivos interesses. Um diálogo dificilmente pode progredir se os participantes se limitam a descrever o que já sabem desde o começo: que seus interesses são diferentes e que possivelmente se encontram em conflito. 173 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 144. 77 encontram envolvidos em uma transação democrática e propõem ou instauram reformas institucionais, tratam de concretizar e estabilizar as estruturas democráticas, ao mesmo tempo em que pretendem evitar as ameaças de regredir a modelos autoritários. Objetivam preservar e promover na consciência social a ideia de que o sistema vigente é legítimo, especialmente considerando-se os prováveis inconvenientes em satisfazer as demandas sociais.174 Assim, está-se omitindo uma dimensão essencial do desenho institucional, que é a legitimidade objetiva. Portanto, a questão não se centra nas crenças que certa comunidade tenha sobre aquilo que justifica moralmente um regime político, mas sim no que realmente faz com que este regime se encontre moralmente justificado175, o que se apresenta como uma questão bem objetiva. Ainda de acordo com Nino, um processo de discussão moral com certo limite de tempo dentro do qual uma decisão majoritária deve ser tomada – o núcleo do conceito de democracia da visão normativa por ele articulada – tem maior poder epistêmico para construir decisões moralmente corretas do que qualquer outro procedimento de tomada de decisões coletivas.176 A teoria que este autor defende é, portanto, uma concepção dialógica. Não obstante que algumas visões deste tipo mantenham uma separação entre política e moral, sua concepção se baseia no fato de que estas duas esferas estão interconectadas e colocam o valor da democracia na moralização das preferências das pessoas. Assim, para ele, o valor da democracia reside na sua natureza epistêmica no que tange à moralidade social.177 Corroborando com esse entendimento, Silva defende que o desenvolvimento da reflexão acerca das questões morais em um espaço coletivo, é um elemento potente para uma política ancorada na deliberação: 174 NINO, Carlos Santiago. La constitución Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 21. 175 NINO, Carlos Santiago. La constitución Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 23. 176 NINO, Carlos Santiago. La constitución Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 168. 177 NINO, Carlos Santiago. La constitución Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 154. de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. 78 Em suma, apresentar justificativas para a decisão – tornando essa última uma “decisão informada”, com implicação para a educação moral dos cidadãos – parece ser o elemento forte de uma política baseada na deliberação. Ela envolve, ademais de um desenvolvimento moral dos cidadãos, também uma experiência coletiva devida à formação pública da vontade, e que deriva da necessidade de persuasão mútua. Um tal exercício reflexivo, conquanto possa ser realizado na solidão da consciência, é menos rico de conseqüências do que quando realizado em conjunto, pois nesse caso podem-se comparar as razões e argumentos que cada um oferece para as soluções apontadas: por que alguém “ganhou” ou 178 “perdeu”?; saber (aprender por meio) das razões apresentadas. Desta forma, o procedimento da discussão e decisão coletivas constituído pelo discurso moral é o método mais confiável de aproximação da verdade moral. Claro que este não é o único método, pois, ainda que improvável, é possível que, por meio da reflexão individual, uma pessoa possa compreender adequadamente os conflitos de interesses e consiga chegar a uma conclusão correta e imparcial. É totalmente concebível que um indivíduo isolado obtenha conclusões mais corretas do que as que foram alcançadas por meio da discussão coletiva. Isto é, inclusive, o que explica a capacidade de contribuição individual que cada um pode fornecer à discussão e porque um único indivíduo pode legitimamente solicitar que uma discussão seja reaberta. Ocorre que, diante do fato de que o processo de deliberação coletiva frequentemente é mais confiável do que a reflexão individual, e, em função de que a reflexão coletiva restaria sem efeitos e até mesmo dispensável se sempre se optasse por seguir os resultados da ponderação individual, a obrigação de seguir o que é decidido coletivamente encontra-se simplesmente justificada.179 Nino sabe das dificuldades de se chegar a uma decisão unânime. A partir disso, considera a unanimidade como um equivalente funcional da imparcialidade. 180 Por isso, descreve a ausência de imparcialidade não como resultado das inclinações egoístas dos atores sociais e políticos, mas como sendo, a mera ignorância quanto ao conteúdo dos interesses dos demais181 e isto porque não há meios de se obter 178 SILVA, Leonardo Mello e. É possível uma política deliberativa para o trabalho? Lua Nova, São Paulo, n. 72, p. 147-148, 2007. 179 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 165. 180 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 166. 181 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 168. 79 uma decisão imparcial quando só se conhecem os interesses e argumentos de um lado, os quais constituem apenas parte de todos os interesses em jogo. Diante destas considerações, tudo indica que a teoria da democracia deliberativa que melhor se amolda aos objetivos do presente trabalho deve pertencer e/ou apresentar elementos do segundo grupo de teorias democráticas, que se propõe a transformar as preferências e os interesses das pessoas. E, justamente por acreditar nessa possibilidade de mudança, estas teorias depositam credibilidade na pessoa humana e na sua capacidade de aperfeiçoamento no seu convívio em sociedade. Não obstante, deve-se enfatizar que se está diante de uma teoria democrática de deliberação que é pública. Assim, é necessário que sejam feitas considerações direcionadas a elucidar o sentido e as peculiaridades que a palavra “pública” agrega à deliberação. 2.2.3 A conotação pública da deliberação e sua relação com a legitimidade do processo de tomada de decisões A deliberação aqui está em discussão é pública e a junção deste termo tem uma conotação que não pode ser ignorada. A deliberação se baseia na troca de razões, que, portanto, devem ser públicas, obedecendo aos princípios da igualdade (igual condição de participação) e da publicidade (devido ao caráter público da deliberação). Numa primeira acepção, o termo deliberação, no seu sentido interpessoal, refere-se ao processo de formação da razão pública, que é aquela que todos consideram plausível no processo deliberativo. Ocorre que não apenas as razões formadas para a produção da decisão são mais convincentes do que aquelas que não são submetidas ao escrutínio público de um diálogo livre e acessível a todos os cidadãos, como também são mais apropriadas e justificáveis do que as últimas.182 182 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 33. 80 Bohman entende que o termo “público” tem uma dupla conotação, pois leva a crer na existência de espaços públicos para a tomada de decisão, ao mesmo tempo em que exige que o diálogo que leva a esta decisão seja pautado por razões também públicas. Em suas palavras: O “público” se refere não só ao modo como os cidadãos deliberam, mas também aos tipos de razões que oferecem na deliberação. O público denota não só o corpo de cidadãos, mas a existência de esferas superpostas de produção de decisão, discussão e sondagens de informação que deveriam, em princípio, estar abertas a todos. Esse termo também se refere às razões oferecidas para a deliberação em uma esfera pública, as quais possuem um escopo específico; ou seja, elas precisam ser convincentes para todos. Esse fato sobre a deliberação constitui um padrão mínimo para o que 183 constitui um acordo entre cidadãos livres e iguais. A dimensão pública de uma razão também depende da audiência dos demais. A deliberação conjunta dos cidadãos deve ser feita diante da audiência de todos os envolvidos, que devem ser tratados com igualdade política. Isso significa que essa audiência submete as razões a certos constrangimentos, na medida em que elas devem ser apresentadas de forma que os outros participantes tenham condições objetivas de compreensão, de avaliação/aceitação e de resposta de acordo com suas próprias convicções.184 As razões formadas conforme estes padrões são muito mais suscetíveis a resultarem em decisões que todos podem perceber como legítimas, principalmente porque ainda que não exista unanimidade, os cidadãos concordam o bastante para prosseguir cooperando no processo deliberativo. Em contrapartida, decisões políticas ilegítimas, responsáveis por frequentemente causar afronta ou desvantagem para um grande número de cidadãos, são precisamente adotadas quando se recorre a razões não públicas de formas não públicas.185 183 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 33. 184 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 34. 185 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 33. 81 Oportuno ressaltar que a deliberação é uma atividade que não possui um campo único. Ela engloba atividades diversas, tais como estabelecer e alcançar objetivos coletivos, tomar decisões políticas sobre meios e fins, solucionar conflitos de interesse e de princípio, além de lidar como os demais problemas que surgem no curso da vida social. Todavia, ainda assim, essas atividades são democráticas na proporção em que respeitam os princípios de igualdade, não tirania e publicidade. 186 Essa diversidade do domínio político torna mais abrangente o ponto de partida da legitimidade: as decisões públicas devem ser justificadas apenas em função de alguma razão pública. Em geral, a deliberação se refere à resolução de problemas com o auxílio de recursos típicos às instituições políticas. No momento em que é iniciada em instituições problemáticas, a deliberação denota que a vida social está num processo de construção e, muitas vezes, é frágil. É nesse momento, quando a deliberação pública falha, que é mais vantajoso encará-la como uma forma cooperativa e conjunta da ação social do que como um mero procedimento. Essa alteração para a ação cooperativa, encarada como o próprio modelo para a deliberação, além de se adaptar melhor à forma como as questões políticas são resolvidas atualmente, desenvolve um melhor sentido para a promoção dos acordos políticos que emergem nas sociedades atuais.187 A questão da publicidade é também, inevitavelmente, foco de críticas. E isso porque nem todas as decisões públicas serão, via de regra, melhores do que as decisões não públicas, notadamente quando a comunidade está maculada por erros e preconceitos. Da mesma forma, estas decisões não promoverão necessariamente mais eficiência e nem sempre trarão as melhores consequências ou utilidade social.188 186 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 65. 187 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 65. 188 BOHMAN, James. O que é a deliberação pública? Uma abordagem dialógica. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 35. 82 Contudo, mesmo que as decisões tomadas pelo público não sejam sempre as mais confiáveis em comparação com as adotadas por seus membros mais bem informados – como especialistas, por exemplo –, ainda assim, a deliberação pública poderia ser defendida, tendo em vista todos os argumentos aqui já expostos. 2.2.4 Deliberação e consenso: o processo democrático deliberativo de tomada de decisão e as políticas públicas Não restam dúvidas acerca dos benefícios da deliberação: ela transforma as opiniões, permite o acesso a novas formas de ver e de pensar, a novos pontos de vista, possibilita a discussão, amplia perspectivas, proporciona a reflexão e o acesso á informação, além de incentivar o respeito mútuo, por meio da consideração da opinião dos outros. Mas será que isso leva os participantes necessariamente a um consenso? Compreende-se aqui que o principal objetivo da deliberação não é chegar necessariamente a um consenso (embora este represente um ponto positivo), mas sim, tornar legítimas as decisões submetidas ao procedimento deliberativo. Obviamente que o consenso também pode ser um fim a ser alcançado, mas na condição de um fim subsidiário e não fundamental, eis que o cerne da deliberação é possibilitar a participação (da maior parte possível) de pessoas que serão atingidas pela norma/decisão, com vistas a fornecer legitimidade à opção escolhida. Benhabib aponta que as sociedades democráticas modernas, desde a Segunda Guerra Mundial, vêm enfrentando a tarefa de assegurar três bens públicos fundamentais: a legitimidade, o bem-estar econômico e uma concepção viável de identidade coletiva. Eles são considerados bens na exata medida em que a realização deles é considerada valiosa e estimada pela grande maioria dos membros dessas sociedades. Além disso, a manutenção e o equilíbrio entre eles são essenciais para o bom funcionamento das sociedades contemporâneas.189 189 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.109. 83 Nesse sentido, o bem que qualquer teoria da democracia deve perseguir é o bem da legitimidade democrática, que deve ser entendido como o resultado da deliberação pública livre e isenta de constrangimentos com respeito a tudo aquilo que diz com questões de interesse comum. Desta forma, a presença de uma esfera pública de deliberação sobre demandas de interesse comum é vital para assegurar a legitimidade das instituições democráticas.190 Aliado a isso, há o fato de que o consentimento não parece ser o modo intuitivo pelo qual as pessoas chegam a soluções e resolvem os conflitos e tensões no meio social. Na verdade, nas circunstâncias da política, ele parece ser algo difícil de obter em uma sociedade tão complexa e plural. Teoricamente falando, as teorias consensualistas vêm a democracia como a única forma em que um governo pode ser compatível com a autonomia da pessoa. Cada pessoa é seu próprio soberano e o governo somente pode interferir com seu plano de vida quando, de uma forma ou outra, essa interferência tenha sido aceita.191 É importante destacar que esta teoria pertence ao grupo de concepções da democracia que supõem os interesses das pessoas como inalteráveis, ou seja, apresenta certa descrença na natureza humana. Ocorre que o fracasso da justificação consensual reside justamente na impossibilidade de todas as suas variantes de tentar justificar a democracia sem levar em conta o impacto na transformação das preferências das pessoas.192 Assim, partindo desse pressuposto, embora existam pontos importantes e positivos no consentimento, ele não pode ser a essência de uma teoria da democracia. Ele pode vir a ocorrer e até pode ser um dos fins a ser alcançado, mas, 190 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.110. 191 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto. P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 124. 192 NINO, Carlos Santiago. La constitución de la democracia deliberativa. Tradução de Roberto. P. Saba. Barcelona: Gedisa, 1996. p. 131. 84 de acordo com o que é defendido aqui,uma teoria que se baseia tão somente na ideia do consenso não pode ser considerada como a mais adequada. Como já dito, a ordem política e jurídica é legítima quando as decisões e as leis estão justificadas para as pessoas. Portanto, o consenso, ainda que possa vir a se instaurar, não é o objetivo mais importante, nem os participantes devem limitar a deliberação à tentativa exaustiva de atingi-lo. Especificamente com relação às políticas públicas, como defendido desde as primeiras abordagens relativas à matéria, elas devem ser formuladas juntamente com a população, para que possibilitem uma autonomia local democrática, que viabilize a apropriação do espaço público pelos cidadãos. Apenas descentralização e autonomia pura e simplesmente não são sinônimos adequados à democracia. As políticas públicas são o local onde, atualmente, a democracia deliberativa encontra um dos mais férteis campos de expansão. Foi, contudo, nas últimas décadas – final dos anos 80 e início dos anos 90 –, que se assistiu a uma real mudança na ciência política, que passou de uma concepção concentrada na visão dos especialistas à possibilidade de inclusão dos cidadãos nos debates políticos.193 De forma ampla, os estudos sobre políticas públicas podem ser divididos em duas abordagens essencialmente distintas. Enquanto uma desenvolve uma abordagem procedimental, que se foca no desenho de arenas para a eleição e o desenvolvimento de políticas, a outra se detém na utilização de um modelo deliberativo para originar políticas que consigam produzir resultados substanciais.194 Políticas públicas que fazem parte da orientação procedimental são aquelas que vão desde os debates corriqueiros sobre as iniciativas promovidas nos limites de uma vizinhança até as conversações em nível nacional. As propostas podem ser bem específicas, como a sugestão de fundação e consolidação de conselhos de 193 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 250. 194 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 250-251. 85 cidadãos como parte de uma reforma eleitoral, ou, também, mais amplas, como as abordagens que se dedicam a investigar padrões de análise de política.195 Ainda que se faça uma abordagem procedimental das políticas públicas, é necessário ter em vista que os procedimentos são ordenados para promover e facilitar a deliberação e não com a finalidade de garantir uma regra decisória justa. Em razão de que as decisões precisam ser tomadas, da mesma forma, regras justas de decisão necessitam ser estabelecidas. Ocorre que a dimensão deliberativa das políticas públicas focaliza-se nos aspectos qualitativos da conversação que antecede as decisões e não em uma regra decisória matemática. Na verdade, ao esquematizar e sugerir fóruns deliberativos, usualmente os pesquisadores possuem quatro objetivos: agregar maior legitimidade por meio da accountability e da participação; incentivar, através da cooperação, uma postura de “espírito público” diante das questões políticas; utilizar a inclusão e a civilidade para estimular uma postura de respeito mútuo entre as partes concernidas; e, ao final, aperfeiçoar a qualidade das decisões, bem assim das opiniões, com o auxílio de um debate informado e substantivo.196 Uma crítica comum dirigida ao processo de deliberação no campo das políticas é que, geralmente, é oportunizado aos cidadãos tomar parte apenas na fase final da formulação das decisões, quando seria no campo da iniciativa e da análise da política que a deliberação poderia ocorrer de forma mais concreta. Contudo, sabe-se que em um modelo deliberativo, em sua essência, os cidadãos participam de todos os estágios de construção das políticas, inclusive os processos de pesquisa e descoberta. Desta forma, a matriz deliberativa incentiva os cidadãos para que solucionem, de forma cooperativa, dissensões políticas, ao invés de meramente votarem em opções políticas.197 195 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 251. 196 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 252. 197 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 252-253. 86 Nessa via, o que se depreende dos aspectos analisados, é a visão de que o modelo deliberativo estimula e proporciona o exercício da autonomia e da cidadania de forma ativa. O ideal deliberativo deve ser realizado numa medida de cooriginariedade entre Estado e sociedade já na perspectiva da formulação dessas políticas públicas (sua primeira fase), o que poderia ajudar a reduzir, inclusive, a judicialização das políticas públicas, fornecendo maior legitimidade ao direito. Deve-se ressaltar, entretanto, que a sociedade deve construir suas decisões e o próprio direito dentro do Estado e não fora dele, porque se feito fora dos domínios estatais, pode contrariar a Constituição e ficar à mercê das maiorias eventuais. Se feito dentro da esfera estatal, o empoderamento da sociedade estará de acordo com os princípios e preceitos constitucionais. Por fim, ainda é necessário realizar alguns esclarecimentos pontuais sobre questões que se relacionam com a democracia deliberativa e que, por isso mesmo, não podem ser ignoradas. Elas podem ser sintetizadas nas ideias desenvolvidas sobre o desacordo, a votação e a regra da maioria. 2.3 Democracia, desacordo, votação e regra da maioria: dimensões de uma mesma teoria Há uma relação intrínseca entre democracia, desacordo, votação e regra da maioria. Numa análise rápida, já se pode perceber que a democracia é um regime de governo em que se pressupõe a existência de diferentes concepções de bem comum e de interesses distintos, ou seja, de um prévio desacordo sobre o que é melhor para a sociedade, de uma forma geral. De acordo com Benhabib, “desentendimentos sobre os mais altos bens da existência humana e a conduta adequada de uma vida moralmente correta são características fundamentais do nosso moderno universo valorativo.” 198 Isso significa que, desde o fim da lei natural, nos séculos XVI e XVII, e da cisão entre Igreja e 198 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.117. 87 Estado, o que vem se colocando como desafio à racionalidade democrática é a obtenção de formulações aceitáveis do bem comum.199 Partindo-se dessa premissa, há de se trabalhar com a árdua tarefa de definir padrões e/ou procedimentos que consigam levar em consideração tamanha diversidade de opiniões e formas de pensar. Assim, este tópico pretende demonstrar que o voto e a regra da maioria são compatíveis com um modelo de democracia deliberativa, pois são instrumentos que podem ser utilizados quando o consenso parece algo de difícil alcance. Waldron procura romper com a rigidez da lógica que tenta excluir o recurso ao voto e à regra da maioria do campo de qualquer deliberação bem sucedida. Para ele, preliminarmente, deve-se levar em conta dois condicionantes fundamentais: a impressão que se tem sobre o fato de que é provável que em uma discussão surja uma multiplicidade de opiniões imparciais sobre a justiça e o bem, além do fato quase inevitável de que o consenso geralmente não é esperado na política. Essa deveria ser, segundo o autor, a premissa fundamental e, como consequência dela, não deveria mais haver tanta a aversão acerca da convivência entre deliberação e voto majoritário.200 Assim, o objetivo é desenvolver uma teoria em que o voto tenha espaço, ou, em outras palavras, que converta o voto em algo compatível com a deliberação e não como uma indicação de que a deliberação tenha sido, em alguma medida, inadequada ou inexistosa. Para ele, há a necessidade da concepção de uma teoria deliberativa que se encaixe com a votação e não se sinta incomodada com este procedimento. 201 199 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.117. 200 CHAMBERS, Simone. A teoria democrática deliberativa. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 252. 201 WALDRON, Jeremy. Deliberación, desacuerdo y votación. In: KOH,Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p. 251-252. 88 Nessa via, o cerne de sua teoria reside na tentativa de reconciliar e, essencialmente, de demonstrar que não há nada de errado ou incompatível entre a deliberação, o desacordo e a votação. Para embasar e comprovar a viabilidade disto, o autor utiliza como exemplo a Suprema Corte dos Estados Unidos, a qual é um corpo decisório, composto de nove membros. Ocorre que, da mesma forma que no cotidiano político das instituições, muitas vezes os juízes da Suprema Corte também não chegam a um consenso e precisam decidir os casos sob sua responsabilidade. Diante do fato de que os juízes estão em desacordo sobre os méritos de determinada questão e que eles compõem a instância final de julgamento, o que restaria a eles além de votar?202 Nestas situações, a Suprema Corte recorre, sem maiores constrangimentos, ao princípio da regra da maioria, que continua permanecendo como a base fundamental para a resolução do desacordo sobre os méritos de uma questão entre os membros de diversos tribunais por uma questão óbvia: não há mais ao que recorrer. Na verdade, a utilização da regra da maioria torna-se um elemento necessário ou, pelo menos, inevitável simplesmente, mas, nem por isso, alguém duvida que a Suprema Corte seja um órgão deliberativo ou que o deixe de ser quando seus membros estão em desacordo. Mesmo que a votação faça com que uma posição prevaleça por cinco votos a quatro, ainda assim ela restará legítima e será acatada.203 O fato, para Waldron, de que a maioria das pessoas prefere delegar determinadas questões aos tribunais para sua decisão é sintomática: ela reflete uma desnconfiaça nas decisões tomadas de forma democrática. Mas, o problema é ainda mais profundo, pois ela revela uma desconfiança nas pessoas: não se confia nos eleitores comuns ou em seus representantes eleitos para resolver estas questões; prefere-se atribuir tal tarefa aos juízes. Portanto, na verdade não se está diante de 202 WALDRON, Jeremy. Deliberación, desacuerdo y votación. In: KOH,Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p. 255. 203 WALDRON, Jeremy. Deliberación, desacuerdo y votación. In: KOH,Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p. 255. 89 uma desconfiança no princípio da maioria, já que ele segue sendo aplicado nos tribunais.204 Para realizar o exercício de pensar sobre instituições e política, é preciso que cada um esteja disposto, pelo menos em parte, a considerar suas próprias convicções acerca da justiça – por mais verdadeiras ou relevantes que se as pondere – apenas como um grupo de convicções dentre tantos outros na sociedade e estar disposto a enfrentar, de forma relativamente neutra, a realidade do que cada um, como membro de uma sociedade, deve fazer com relação ao fato de que as pessoas discordam entre si sobre questões sobre as quais é necessário ter uma opinião comum. E é o reconhecimento desta perspectiva que poderá conceder unidade à comunidade.205 Em suma, a teoria defendida por Waldron é uma tentativa, ainda que inacabada, de, respeitosamente, complementar a argumentação construída por Nino sobre a relação transformadora entre a deliberação e a votação, por meio da desmistificação da conotação negativa que a Filosofia Política fornece quando se recorre à votação em processos deliberativos.206 Ainda sobre a decisão majoritária, referido autor defende que, além de um processo decisório eficaz, trata-se de um processo respeitoso e igual. É um critério objetivo que respeita e considera as diferenças de opinião quanto a questões de justiça e de bem comum, ao mesmo tempo em que não exige que a opinião de ninguém seja menosprezada ou ignorada sob o manto da unanimidade. É, sobretudo, um processo que deflagra que, nas circunstâncias da política, tudo com o que se pode contar é a compreensão do igual respeito encontrado na decisão majoritária.207 204 WALDRON, Jeremy. Deliberación, desacuerdo y votación. In: KOH,Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p. 255. 205 WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Tradução de Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fonte, 2003. p. 111. 206 WALDRON, Jeremy. Deliberación, desacuerdo y votación. In: KOH,Harold Hongju; SLYE, Ronald C. (Orgs.). Democracia deliberativa y derechos humanos. Tradução de Paola Bergallo y Marcelo Alegre. Barcelona: Gedisa, 2004. p. 255. 207 WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Trad. Luís Carlos Gomes. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 192-193. 90 O autor não está defendendo que a sociedade sempre deve chegar a uma opinião unânime sobre os assuntos discutidos. No entanto, esclarece que, nas circunstâncias da política, quando se necessita chegar a uma decisão comum e há opiniões individuais conflitantes entre si, “a decisão majoritária pode parecer um procedimento político antes respeitável que arbitrário”208. E isso porque se reconhece a dissensão como intrínseca à política. Não se visualiza a necessidade da construção política em um espaço onde todos pensam da mesma forma. Para ele: não devemos desejar eliminado o fato de que nos encontramos vivos e agindo ao lado de muitos com os quais não há a menor perspectiva de 209 compartilharmos uma visão sobre justiça, direitos ou moralidade política. No que diz respeito à decisão majoritária – na linha do que o autor denomina de a física do consentimento210 – entende que esta decisão se apresenta como algo além de um mero procedimento de decisão eficaz, porquanto se revela respeitoso, e respeita os indivíduos de duas formas. Primeiramente, respeita e leva em conta a realidade das diferenças de concepção quanto à justiça e ao bem comum. Ademais, a decisão majoritária não exige que a opinião de ninguém seja desprezada ou silenciada por causa da relevância idealizada do consenso. E, por fim o procedimento decisório não requer que ninguém finja haver um consenso onde não há, apensa porque se pensa que deveria haver.211 Além disso, o poder de legislar, quando colocado nas mãos de diversas pessoas (sendo que elas mesmas estão sujeitas às leis que fizeram) gera um proximidade e uma obrigação para que o exercitem com vistas ao bem público. 208 WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Trad. Luís Carlos Gomes. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 183. 209 WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Trad. Luís Carlos Gomes. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. p. 187 210 Teoria que o aturo constrói com vistas a defender a adoção do princípio majoritário nas decisões políticas. Nas palavras de Waldron: “estou explorando uma interpretação, baseada no consentimento, da visão de Locke de que a decisão majoritária é natural. O consentimento original, então, é consentimento para ser obrigado por um ou outro processo decisório, um processo decisório que pode muito bem envolver algo menos que a unanimidade” (p. 170). “Nesse sentido, a decisão majoritária apresenta-se como um método eqüitativo de decisão e como interpretação natural da agregação física das forças na física do consentimento” (p. 181). Em: WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Trad. Luís Carlos Gomes. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 211 WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Trad. Luís Carlos Gomes. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 192-193. 91 Assim, deve-se encorajar uma cultura política de participação dos cidadãos: atenta para a importância da discussão e da deliberação coletiva, da comunicação civil como forma das pessoas se envolverem mutuamente nos raciocínios morais. Compartilhando da mesma linha de raciocínio, Benhabib pondera que, em muitas instâncias, a regra da maioria pode ser considerada um procedimento de decisão justo e racional. Contudo, isso não se deve ao fato de que a legitimidade se mede em números, mas porque a maior parte das pessoas está convencida sobre determinado ponto baseando-se em razões formuladas como o resultado, o mais próximo possível, de um processo de deliberação discursiva em que se decidiu alguma coisa. Assim, esta decisão pode se manter válida no tempo até que seja desafiada por boas razões criadas por outra pessoa ou grupo de pessoas.212 Portanto, não são os números que fundamentam a racionalidade de uma decisão, mas o pressuposto de que, se um número considerável de pessoas vê determinados problemas de certa forma, como consequência da utilização de certos tipos de procedimentos racionais de deliberação e de produção de decisão, a conclusão a que se chega é que esta decisão possui uma forte presunção para ser considerada racional até que se demonstre o contrário213.214 Isso demonstra, portanto, que o modelo deliberativo não é absolutamente seguro, nem é garantia para nada, nem contra nada. Na verdade, conforme destaca Benhabib, ele sugere uma condição de racionalidade prática indispensável, mas não absolutamente suficiente, porque, assim como qualquer procedimento, ele pode ser mal aplicado, mal utilizado ou mal interpretado. Em suas palavras: Os procedimentos não podem ditar resultados, não podem definir a qualidade das razões oferecidas na argumentação nem controlar a qualidade das trocas de razões e das regras de lógica e inferência utilizadas 212 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.116-117. 213 Para um estudo mais aprofundado da Constituição agindo como limite à regra da maioria, ver SARTORI, Giovanni. A Teoria da Democracia Revisitada. São Paulo: Ática, 1987. 214 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.117. 92 pelos participantes. 215 indeterminados. Modelos procedimentais de racionalidade são Ciente disso, o modelo discursivo elege algumas providências contra seus próprios maus e abusos, especialmente tomando em conta que a reflexividade estruturada no interior do modelo permite que abusos e empregos errôneos realizados num primeiro momento sejam desafiados em um segundo momento (ou nível) do discurso. Ademais, a igual possibilidade de que todos os concernidos iniciem o debate deliberativo indica que nenhum resultado está previamente fixado, mas é passível de ser revisado e submetido a uma nova análise. Seria essa, em suma, a justificação para a adoção da regra da maioria como procedimento decisório proveniente desse modelo e é por isso que o reconhecimento e a aceitação da vontade da maioria deflagram ser este um método justo e racional.216 Esse argumento é também o responsável por indicar que a teoria deliberativa não pode se limitar a meros princípios procedimentais. Ela não tem problemas em admitir e, inclusive permitir, que aquilo que a maioria decide, mesmo após uma longa deliberação, está errado. Ainda que se utilize uma teoria deliberativa, é necessário estar apto a reprovar a tirania da maioria em termos substantivos: é necessário o pronto reconhecimento de que uma maioria (apesar de todas as presunções ao seu favor) age incorretamente se viola a liberdade básica ou mesmo a igualdade.217 É preciso, desta forma, ter em vista o procedimento deliberativo com um processo de tomada de decisão justo e razoável, realizado em determinado espaço de tempo, com vistas a resolver um conjunto de demandas sociais localizado em um espaço geográfico determinado, o qual, contudo, permite ser revisado sempre que se verifique qualquer irregularidade, erro ou abuso, ou quando, simplesmente, a decisão tomada não mais se justifica. Por tudo isso, uma das características mais 215 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.116. 216 BENHABIB, Seyla. Rumo a um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro (Org.). A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.116. 217 GUTMANN, Amy; THOMPSON, Dennis. Democracia deliberativa para além do processo. A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas: textos fundamentais. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.187-188. 93 relevantes que a teoria deliberativa oferece para as sociedades atuais reside na flexibilidade, isto é, na opção de mudar o que foi anteriormente decidido, sem que isso sugira qualquer indício de fracasso no processo de deliberação. Os benefícios da deliberação, apresentados e discutidos ao longo deste capítulo demonstram que, objetivamente, o fim de qualquer teoria da democracia continua sendo o de promover a dignidade da pessoa humana em sua acepção mais forte: melhorar a sociedade, os cidadãos e desvesti-los de seus interesses egoístas. Por todo o exposto, fica claro que a teoria deliberativa, baseada na discussão livre e igual entre os cidadãos parece ser o modelo que melhor representa e persegue este propósito. Assim, pode-se considerar que o objetivo final da democracia deliberativa é “converter indivíduos que, tanto num sistema liberal quanto num sistema comunitário não passariam de meros espectadores, em atores da história e, por conseguinte, do direito”.218 Nesse sentido, funcionando como ambiente de discussão e de tomada de decisões voltadas para a satisfação e o alcance do bem de todos, é que se vislumbram os Conselhos Municipais como espaços propícios ao desenvolvimento das práticas democráticas deliberativas. Assim, o próximo capítulo se ocupa da análise do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul como órgão de participação e de controle social, com vistas a identificar como (e se) se desenvolvem as práticas deliberativas no interior desde conselho. 218 LOIS, Cecilia Caballero. Prefácio. In:_________ (Org.). Justiça e Democracia: entre o universalismo e o comunitarismo – a contribuição de Rawls, Dworkin, Ackerman, Raz, Walzer e Habermas para a moderna Teoria da Justiça. São Paulo: Landy, 2005. p.19 (prefácio). 94 3 O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SANTA CRUZ DO SUL E A CONCRETIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: UM ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DE IMPLEMENTAÇÃO DA PRÁTICA DEMOCRÁTICA DELIBERATIVA As instituições participativas e deliberativas existentes atualmente fazem parte de um contexto maior, localizado na busca, por parte da população, do direito de poder atuar nos processos de tomada de decisão sobre assuntos que lhe digam respeito. Ocorre que essa participação objetiva não apenas tornar a decisão, lei ou política legítima. Ela almeja especificamente possibilitar aos cidadãos a oportunidade de efetivamente influir nos processos políticos e nas políticas a serem executadas. Assim, como um espaço público de participação e de deliberação, é que o presente estudo foca sua análise sobre a atuação do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, com vistas a avaliar seu potencial na formação de um espaço de discussão, criação, controle e fiscalização das políticas da saúde. Para tanto, primeiro serão feitas considerações sobre os Conselhos Municipais, de uma forma geral, e sobre os benefícios da constituição desses espaços à comunidade. Num segundo momento, será examinado o regramento jurídico brasileiro relativo à composição, representação e a atuação dos Conselhos de Saúde e os reflexos destes dispositivos na prática deliberativa. Por fim, será feito um estudo de caso, no qual serão avaliados os aspectos capazes de revelar a existência (ou não) de algum potencial deliberativo no Conselho de Saúde do Município de Santa Cruz do Sul. 3.1 Conselhos Municipais: do surgimento à concretização do marco democrático inaugurado a partir da Constituição Federal de 1988 Com o advento da Constituição Federal de 1988, houve um aumento significativo da participação dos municípios na repartição de receitas e assistiu-se a um protagonismo maior destes entes estatais, principalmente, no que diz respeito às suas ações no campo das políticas públicas, com vistas ao desenvolvimento local. 95 Essa forma de descentralização faz parte de um contexto maior, qual seja, o formado pelos movimentos sociais a partir das décadas de 70 e 80, “que recebem uma influência marcante da conjuntura política caracterizada pela transição do regime militar à democracia”.219 A busca por mudanças nos padrões de desigualdade social, civil e política e a insatisfação com o tipo de relação entre Estado e sociedade, entre os anos 1970 e 1980 conduziram a intensas transformações na gramática social da nação. Organizações da sociedade civil e movimentos sociais reivindicaram a democratização através da participação nos processos de tomada de decisões sobre as políticas públicas, inserindo na agenda política o próprio significado da democracia, bem como os novos contornos de relação entre Estado e sociedade.220 Em relação a esse mesmo período, Farah destaca que o debate acerca das políticas públicas, ou seja, sobre a reforma da ação do Estado na área social, definiu-se sob a forma uma agenda de reforma, que inspirou novas iniciativas por parte, inclusive, dos governos estaduais de oposição. Essa agenda se consolidou com o advento da Constituição de 1988, tendo como “eixos a democratização dos processos decisórios e a equidade dos resultados das políticas públicas, sendo a democratização vista como condição da equidade dos resultados”221. A autora acrescenta que “as propostas enfatizadas, neste momento, foram a descentralização e a participação dos cidadãos na formulação e implementação das políticas públicas”.222 Assim, o período da redemocratização brasileira pode ser visto como um momento privilegiado, a partir do qual atores políticos e sociais se rearticularam e tiveram a possibilidade de abrir espaço para a transformação das relações de poder até então vigentes. No caso brasileiro, o já referendado marco legal, que viabilizou 219 GERSCHMAN, Silvia. Conselhos Municipais de Saúde: atuação e representação das comunidades populares. Disponível em: <http://www.scielosp.org>. Acesso em: 6 jul. 2010. 220 CUNHA, Eleonora S. M. O potencial dos conselhos de políticas e Orçamentos Participativos para o aprofundamento democrático. In: DAGNINO, Evelina; TATAGIBA, Luciana. Democracia, sociedade civil e participação. Chapecó: Argos, 2007. p. 25. 221 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 10, abril 2000. Grifos aditados. 222 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 10, abril 2000. Grifos aditados. 96 esse processo de ampliação democrática foi a Constituição de 1988. Porém, ela foi além da institucionalização da participação por meio da determinação da existência de conselhos gestores nas diversas áreas das políticas sociais, implantando o princípio da descentralização, que pode ser apontado como o principal fator que impulsionou robustamente a criação e disseminação de mecanismos pioneiros de participação, como os Orçamentos Participativos e Conselhos Municipais.223 Os Conselhos Municipais surgem, dessa forma, no final da década de 80 e início dos anos 90, no contexto dos processos de municipalização das políticas sociais, com o intuito de melhorar o aparato da administração pública a partir da criação de novas formas de gerência pública. Essas novas formas devem ser capazes de incluir e estimular a participação da sociedade civil, o que exige a criação de instrumentos que possibilitem a coparticipação nos serviços públicos, onde a sociedade civil se articula com o Estado e se empenha nessa parceria e no exercício do controle social.224 Tendo em vista a necessidade deste envolvimento cidadão e do exercício do controle social, pode-se dizer que, Os conselhos gestores de políticas públicas são canais efetivos de participação, que permitem estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixe de ser apenas um direito, mas uma realidade. A importância dos conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática 225 da população na formulação e implementação de políticas públicas. São organizações instituídas no momento em que a sociedade brasileira vive o processo de redemocratização, onde a descentralização aparece como uma nova forma de gestão pública eficiente. Eles surgem por exigência legal do processo de municipalização das políticas sociais, como um elo que se estabelece entre 223 MOTA, Aurea. Sobre Contexto(s) e História(s): o centralismo como limite concreto à possibilidade de efetivação de práticas de participação política ampliada. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 314. 224 CARVALHO, Juvenilda; CASTRO, Rocío; REGO, Vinícius; MASSOQUETTE, Bernadete B. Conselhos Municipais: sua contribuição para o desenvolvimento local. Disponível em: <http://anpad.org.br/enanpad/1999/dwn/enanpad1999-ap-10.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2010. 225 BRASIL. Portal da Transparência. Controle Social – Conselhos municipais e controle social. Disponível em: <http://www.portaltransparencia.gov.br>. Acesso em: 14 jul. 2010. 97 sociedade civil e sociedade política, ambos idealizados como meios de controle sobre tais políticas.226 Em virtude disso, os conselhos municipais gestores de políticas públicas podem ser considerados uma das principais experiências de democracia participativa no Brasil contemporâneo. Estrategicamente implantados na maioria dos municípios brasileiros, estruturados desde o âmbito federal, abrangendo uma variedade de setores sociais, como saúde, educação, moradia, meio ambiente, transporte, cultura, entre outros, simbolizam uma notória conquista sob a perspectiva do desenvolvimento de uma institucionalidade democrática entre os indivíduos. Seu pioneirismo reside em acreditar “na intensificação e na institucionalização do diálogo entre governo e sociedade [...] como condição para uma alocação mais justa e eficiente dos recursos públicos”.227 A relevância dos estudos que tratam destes órgãos reside no fato de que os conselhos de políticas públicas, juntamente com os orçamentos participativos, foram “as instituições participativas que realmente influenciaram as políticas públicas no Brasil democrático”228, pois possibilitaram, por meio do acesso a espaços públicos de discussão, a aproximação da sociedade dos processos de tomada de decisão, anteriormente restritos aos comandos governamentais. Isso se traduz em números, como os que revelam que “há hoje no Brasil mais de 10 mil conselhos e existem mais conselheiros do que vereadores no país”229. Nesse sentido, propiciam um espaço público – assemelhando-se muito à acepção de esfera pública habermasiana – de deliberação, proporcionando que os indivíduos interajam uns com os outros, num exercício de avaliar, criticar, sugerir ou indicar alternativas na discussão de cada assunto. 226 CARVALHO, Juvenilda; CASTRO, Rocío; REGO, Vinícius; MASSOQUETTE, Bernadete B. Conselhos Municipais: sua contribuição para o desenvolvimento local. Disponível em: <http://anpad.org.br/enanpad/1999/dwn/enanpad1999-ap-10.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2010. 227 TATAGIBA, Luciana. Conselhos gestores de políticas públicas e democracia participativa: aprofundando o debate. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, 25, p. 209, nov. 2005. 228 AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 34. 229 AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 28. 98 De todo pertinente a arguta observação de Gohn a respeito da formação deste espaço no seio dos conselhos, o qual se constitui em uma esfera que comporta a interação entre grupos organizados da sociedade, originários das mais diversas entidades, organizações, associações, movimentos sociais, etc. A natureza dessa esfera é essencialmente política argumentativa. É um espaço para o debate, face a face, dos problemas coletivos da sociedade, diferenciado do debate no 230 espaço estatal propriamente dito. Importante definição sobre os conselhos também é encontrada no site do Ministério da Saúde. Enfatizando seu caráter deliberativo e sua função de formulador e regulador da política de saúde, os conselhos desta área são definidos como órgãos permanentes e deliberativos com representantes do Governo, dos prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. Atuam na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, 231 inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. A esfera municipal dentro da qual atuam os Conselhos possui inúmeras vantagens quando se pensa em cogestão e em participação social, pois ela “tem o condão de proporcionar a prática do diálogo racional argumentativo e, conseqüentemente, a tomada consciente de decisões”232. Outros fatores, como a proximidade entre as pessoas, inerente ao âmbito municipal, têm a capacidade de transformar em realidade o ideal de igualdade entre os cidadãos, na proporção em que é capaz de garantir igual acesso aos procedimentos de deliberação, além de lhes assegurar mesmo grau de poder decisório. Destarte, os resultados advindos desse protagonismo municipal são a inclusão social e o respeito às minorias.233 230 GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e participação sociopolítica. São Paulo: Cortez, 2001. p. 36. 231 BRASIL. Ministério da Saúde. Participação e controle social – Conselho Municipal de Saúde. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br>. Acesso em: 14 jul. 2010. 232 JUCÁ, Roberta Laena Costa. A realização da democracia deliberativa habermasiana na esfera pública municipal: concretização do Estado Democrático de Direito. p. 4184. Trabalho publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em Brasília – DF. Disponível em: <http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/brasilia/15_608.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2010. 233 JUCÁ, Roberta Laena Costa. A realização da democracia deliberativa habermasiana na esfera pública municipal: concretização do Estado Democrático de Direito. p. 4184. Trabalho publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em Brasília – DF. Disponível em: <http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/brasilia/15_608.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2010. 99 Etzione, autor de vertente comunitarista, não deixa de levar em consideração a importância do desenvolvimento de políticas públicas em favor das comunidades, ou seja, políticas públicas que levem em conta que muitas vezes os limites geográficos das comunidades não correspondem aos limites administrativos, pelo fato de que em muitos casos elas são menores do que as divisões administrativas.234 As políticas públicas em termos de comunidade devem adequar-se às peculiaridades locais, especialmente com o retorno da participação comunitária na tomada de decisões, que permite a mais cidadãos participarem em seu próprio governo, oportunizando um maior envolvimento nos assuntos políticos e um a melhora nos seus hábitos cívicos e suas relações. E, nesse sentido, nada mais próximo do cidadão e convidativo à participação do que a instituição de Conselhos Municipais. Ademais, além de todas as vantagens da criação desses espaços públicos destinados à participação, o incentivo para que a população assuma a posição de autora de suas políticas evita maiores dispêndios financeiros por parte do Estado. A postura da cidadania como cliente das políticas públicas, sem a presença de um sentimento de corresponsabilidade com o alcance do consenso, apenas contribui para que o Estado tenha que reservar um aporte de recursos públicos cada vez maior para manter o sistema estável. Esse quadro acentua as proporções da crise estrutural do Estado em sua dimensão tradicional, representada pela crise de financiamento, ou, em outras palavras, pelo déficit público elevado.235 É claro que este processo de empoderamento local, a despeito de suas qualidades, não é um processo isento de problemas. Em primeiro lugar, o deslocamento de iniciativas de políticas sociais para esferas subnacionais de governo não ocorre de forma homogênea em todo o país, sendo bem diversificada a capacidade de cada município fazer frente aos novos desafios. Ademais, nem sempre a descentralização tem significado a superação das características críticas 234 ETZIONI, Amitai. La Tercera Vía hacia uma buena sociedad: propuestas desde el comunitarismo. Madrid: Minimal Trotta. 2001. p. 39. 235 HERMANY, Ricardo. (Re) discutindo o espaço local: uma abordagem a partir do direito social de Gurvitch. Santa Cruz do Sul: Unisc, 2007. p. 16. 100 do padrão anterior de relação Estado-Sociedade, podendo ser citado, por exemplo, a intensificação de práticas clientelistas em alguns municípios.236 No entanto, podem-se visualizar modificações neste quadro. Uma primeira mudança significativa nas políticas sociais implementadas por governos locais consiste na promoção de ações integradas (tradicionalmente fragmentadas em diversos setores), dirigidas a um mesmo público-alvo. A promoção de políticas sociais com esta perspectiva – com a coordenação da ação de diversas secretarias e órgãos – significa, de um modo geral, a superação da setorialização e da fragmentação institucional, típicas até o início dos anos 80.237 Assim, é no ambiente municipal que a ação comunicativa tem maiores possibilidades de êxito, porquanto, O reduzido espaço físico do município e os estreitos laços entre as pessoas favorecem a conciliação das diferenças, a redução das desigualdades e o consenso em prol do bem de todos, mormente porque viabilizam a ocorrência de um diálogo verdadeiramente argumentativo e racional acerca 238 dos interesses coletivos. No âmbito municipal é que se permite esta maior aproximação entre governantes e governados e onde se podem visualizar de forma mais clara os problemas que as políticas públicas devem abranger. O Município é local onde as pessoas conhecem suas necessidades e onde o diálogo e a comunicação podem ocorrer de forma mais linear. É “no espaço municipal que a democracia participativa adquire força maior, dada a proximidade dos cidadãos com o governo local e com o centro de decisão”.239 236 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 16-17, abril 2000. 237 FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 17, abril 2000. 238 JUCÁ, Roberta Laena Costa. A realização da democracia deliberativa habermasiana na esfera pública municipal: concretização do Estado Democrático de Direito. p. 4184. Trabalho publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em Brasília – DF. Disponível em: <http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/brasilia/15_608.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2010. 239 MERLIN, Meigla Maria Araújo. O município e o federalismo: a participação na construção da democracia. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004. p. 236. 101 Deve-se proceder, portanto, através dos Conselhos Municipais, ao resgate da governabilidade local, esquecida durante muito tempo em função da concentração das atividades em um poder central. A esse respeito, Dowbor ensina que O resgate da governabilidade local significa portanto um potente processo de racionalização administrativa, que traz consigo um impacto político fundamental, o de restituir ao cidadão o direito de decidir sobre a construção da dimensão social da sua qualidade de vida. Uma população solidamente organizada em poderes locais constitui neste sentido um tipo de lastro, de âncora que pode devolver aos níveis superiores do Estado a sua capacidade de governo, ao aumentar significativamente a densidade 240 organizacional da sociedade. Inúmeras são as áreas de abrangências dos Conselhos, compreendendo Conselhos Municipais de Saúde, da Criança e do Adolescente, de Alimentação Escolar, de Assistência Social, todos tratando de problemas sociais. Muitos Conselhos advém da implementação de programas sociais na esfera municipal, como o exemplo trazido por Farah, do programa Gestão Semiplena – SUS, desenvolvido nas cidades de Brumadinho e Betim, no estado de Minas Gerais, bem como Médico de Família, os quais buscam efetivar o processo de descentralização e a gestão do sistema de saúde por meio da participação da população na definição de prioridades e na gestão dos recursos pela via dos Conselhos Locais e Municipais de Saúde.241 Em relação à participação desencadeada na ambiência municipal pelos processos democráticos das sociedades modernas, o já citado Dowbor afirma que O cidadão das democracias mais avançadas participa hoje de numerosas organizações comunitárias. Participa de gestão da escola, do seu bairro, de decisões do seu município, de grupos culturais etc. A descentralização dos recursos públicos constitui assim um processo articulado com uma evolução do funcionamento do Estado. Quando o uso dos recursos é decidido localmente, as pessoas participam efetivamente, pois não vão numa reunião política para bater palmas para um candidato, e sim para decidir onde ficará a escola, que tipos de centros de saúde serão criados, como será utilizado o 242 solo da cidade e assim por diante. 240 DOWBOR, Ladislau. A Reprodução Social. v. 3. Petrópolis: Vozes. 2003. p. 35. FARAH, Marta Ferreira Santos. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 18, p. 25, abril 2000. 242 DOWBOR, Ladislau. A Reprodução Social. v. 3. Petrópolis: Vozes. 2003. p. 35. 241 102 Diante desse quadro, o que se percebe é que a essência deliberativa dos Conselhos Municipais é que assegura que a sua função de garantidor de um processo de tomada de decisão mais democrático em sede de políticas públicas seja cumprida. Nessa perspectiva, dado o seu papel privilegiado, do ponto de vista do conhecimento recíproco, que facilita o diagnóstico dos problemas sociais e fomenta um engajamento motivado e responsável dos grupos sociais, é que resulta a formação de relações de confiança e credibilidade. Tendo em vista sua natureza deliberativa, no tópico seguinte serão abordadas questões relativas ao regramento jurídico aplicável aos Conselhos de Saúde no que diz respeito à sua composição, representação e formas de participação nas políticas de saúde. Estes fatores apontam para o potencial deliberativo dos conselhos. 3.2. O regramento jurídico brasileiro sobre a composição, a representação e a atuação dos Conselhos de Saúde: os reflexos na deliberação Assim como as demais instituições participativas, a criação dos Conselhos de Políticas de Saúde foi incentivada a partir da Constituição Federal de 1988, que passou a fornecer um tratamento democrático à gestão da saúde no Brasil. Esta democratização incluía a descentralização das atividades de escolha e implementação de políticas públicas na área da saúde. Portanto, a partir desse quadro histórico-político, pode-se perceber que a criação dos Conselhos de Saúde esteve diretamente atrelada à nova visão constitucional, ou seja, ao mandamento constitucional insculpido no art. 198243, segundo o qual as ações e serviços públicos de saúde possuem como diretrizes fundamentais: a descentralização de suas atividades (inciso I) e a participação da comunidade (inciso III). Ressalte-se, por oportuno, que esse artigo, a exemplo de outros que regulam a participação nas demais políticas sociais, determina a necessidade da participação 243 Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I descentralização, com direção única em cada esfera de governo; [...]III - participação da comunidade. 103 nas políticas de saúde de forma genérica, sem determinar, contudo, nenhum formato específico sobre como ela deveria ocorrer em termos práticos.244 O diploma legal que foi fundamental para, além de regulamentar juridicamente a participação social na saúde, definir o formato “conselho” e suas bases de funcionamento, foi a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Esta lei dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Conforme cartilha de Orientações para conselheiros de saúde, lançada pelo Tribunal de Contas da União e disponibilizada aos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, foi a Lei nº 8.142/90 que determinou que a União, os estados e os municípios criassem seus respectivos conselhos nesta área. Todavia, deve-se ressalvar que a existência do conselho de saúde significa muito mais do que o simples cumprimento de uma determinação legal, porque a institucionalização dos conselhos de saúde é uma garantia de melhoria contínua do sistema de saúde 245 e a participação da comunidade, em especial dos usuários, uma forma de assegurar que os mais afetados pela política de saúde irão participar, em alguma medida, em alguma fase de sua formulação. Desta forma, a participação pode ser vinculada a um direito que tem como contrapartida o “fato de as decisões de um governo afetarem todos os membros de uma comunidade. Nessa medida, os afetados têm o direito de exercer influência sobre o governo, isto é, participar de alguma forma de tomada de decisões”. 246 Quanto à institucionalização dessa participação, o art. 1º, inciso II, § 2º da lei é claro ao estabelecer as principais características dos conselhos de saúde, enfatizando seu caráter deliberativo, sua atuação, bem como sua composição plural (governo, prestadores de serviço, profissionais da saúde e usuários): 244 AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 34. 245 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 19. 246 ARAÚJO, Cícero. República, participação e democracia. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 63. 104 Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: [...] II - o Conselho de Saúde. § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente 247 constituído em cada esfera do governo. A compreensão desse conceito exige alguns esclarecimentos. Primeiramente, o caráter permanente refere-se ao fato de que o conselho de saúde deve existir continuamente, independentemente de decisões da gestão da União, do estado ou do município, ou seja, não é um órgão passível de extinção por nenhuma autoridade ou lei estadual ou municipal. Para tanto, seria necessária a promulgação de outra lei federal.248 Com relação ao caráter deliberativo do conselho de saúde, o governo federal demonstrou a preocupação em tornar este conceito objetivo e acessível aos conselheiros. Para tanto, designou que “deliberar significa conversar para analisar ou resolver um assunto, um problema, ou tomar uma decisão”. Da mesma forma, indicou que “o conselho de saúde deve reunir-se com o objetivo de discutir determinados assuntos ou temas e chegar a um acordo ou uma decisão”. 249 Por fim, sua organização na forma de órgão colegiado é o que lhe confere a característica de espaço público plural. Segundo as orientações do governo federal, “um órgão colegiado é composto por pessoas que representam diferentes grupos da sociedade”250. Desta forma, os conselhos de saúde são compostos por representantes dos gestores (Secretaria de Saúde Municipal, na esfera municipal), representantes dos prestadores de serviço (instituições conveniadas ao SUS ou filantrópicas), dos trabalhadores de saúde (membros de sindicatos e de conselhos 247 Grifo nosso. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 19. 249 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 19. 250 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 19. 248 105 profissionais da área de saúde) e por representantes dos usuários251 dos serviços de saúde (associações de trabalhadores, associações de moradores, sindicatos, associações de portadores de patologias dentre outros). Essa composição revela, também, a característica híbrida dos conselhos, isto é, o fato de contarem com a participação de atores do Executivo e de atores da sociedade civil vinculados à área temática na qual o conselho atua.252 A partir disso, observa-se que o objetivo da função de órgão colegiado é fazer com que, de uma forma ou de outra, a população do estado ou do município esteja devidamente representada no conselho. Deste modo, as decisões tendem a ser mais democráticas, eis que fruto do debate entre representantes de diferentes segmentos sociais. O conceito também traz a questão relativa à atuação do conselho na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde. Esta atribuição refere-se ao controle social que a população dos estados e dos municípios deve realizar por meio do conselho, planejando a política de saúde e fiscalizando como o governo a vem tratando. Da mesma forma, é tarefa sua verificar o cumprimento da legislação relacionada ao SUS e fiscalizar as questões financeiras atinentes ao gerenciamento da saúde no estado ou no município.253 Por fim, o conceito apresenta o aspecto da homologação das decisões, a ser realizada “pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo” (art. 1º, II, § 2º, da Lei nº 8.142/90). Isto significa que o prefeito ou o secretário municipal, em se tratando do conselho municipal de saúde, devem aprovar as decisões tomadas pelo conselho relativas à formulação das estratégias de saúde. Cabe ressaltar, contudo, que a fiscalização desempenhada pelos membros do conselho de saúde não está subordinada ao prefeito ou secretário de saúde, uma 251 “O usuário é aquele que não está comprometido de forma direta ou indireta com os demais grupos (gestores, prestadores de serviço e profissionais de saúde), não possuindo qualquer vínculo empregatício na área de saúde.” BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 19. 252 AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 28. 253 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 20. 106 vez que os conselheiros devem ter sua atuação pautada pela independência e imparcialidade.254 Outra questão importante trazida pela lei diz respeito à composição dos conselhos, que, de acordo com a Lei nº 8.142/1990255, deve ser paritária. Isso significa que “a soma dos representantes dos usuários de saúde deve ser igual à soma dos representantes dos trabalhadores de saúde e dos representantes dos gestores e prestadores de serviços do SUS”.256 Em termos práticos isso significa que 50% dos conselheiros devem representar os usuários, ou seja, devem pertencer a sindicatos, associações, movimentos sociais, entre outros. Dos 50% restantes, 25% (metade) devem ser representados por profissionais da saúde, podendo ser médicos, enfermeiros, sindicatos e conselhos profissionais e, os 25% finais, de prestadores de serviços ao SUS e gestores (instituições filantrópicas ou conveniadas, como hospitais e representantes do governo). Em suma, a paridade deve existir, porque, num primeiro momento, sendo os usuários metade dos conselheiros, torna-se mais fácil promover a melhoria do SUS para os próprios usuários.257 Toda vez em que o conselho não obedece ao que determina a lei sobre a paridade na sua representatividade, ele está a cometer uma violação de duplo sentido: viola, em um primeiro plano, o dispositivo legal que exige a paridade e, em decorrência disso, viola o direito dos usuários de terem seus direitos e interesses devidamente representados. Não estando devidamente representados, é provável, também, que os conselhos excluam grandes segmentos populacionais dos processos políticos, 254 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 21. 255 A paridade está prevista no inciso II, do artigo 4º: “Art. 4°. Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: [...] II Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990”. Este decreto, contudo, foi revogado pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, que passou a vigorar no seu lugar. 256 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 22. 257 AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 34. 107 empobrecendo a deliberação e a qualidade das razões públicas apresentadas. Além disso, as orientações do governo federal indicam a necessidade de uma autonomia política das entidades que compõem o conselho em relação ao Poder Executivo: As entidades que participam do conselho devem ser independentes da gestão (governo municipal ou estadual). Para o conselho dar certo, deve haver independência política. Isso para que as decisões reflitam, de fato, as reais necessidades dos usuários do SUS. Antes de qualquer coisa, o conselheiro luta pela defesa e pela melhoria da saúde da população, através do SUS. Ele deve ser a favor do SUS, e não de uma entidade X ou 258 Y. Assim, tendo em vista a promulgação de legislação específica sobre participação na saúde, pode-se considerar que a sistematização, na forma de lei, da participação popular na política de saúde, exigida constitucionalmente, agregou um elemento organizacional aos Conselhos de Saúde, que passaram a ter certo padrão de institucionalização e funcionamento. Como bem assevera Avritzer, os conselhos surgiram na primeira metade da década de 1990, em decorrência da regulamentação dos artigos da Constituição de 1988 que tratavam sobre a participação nas políticas públicas. Foi precisamente a regulamentação dos artigos na área da saúde e da assistência social que ocasionou a expansão inicial dos conselhos, que ocorreu, em um primeiro momento, nas grandes capitais, seguidas das cidades de médio porte, que experimentaram essa expansão apenas na década seguinte.259 Esta extensão dos conselhos, por sua vez, foi responsável pela homogeneização de determinadas características organizacionais que nasceram nos primeiros conselhos implantados em grandes capitais. Há alguns elementos centrais, que parecem estar presentes na organização da maioria dos conselhos, como representação paritária da sociedade civil e existência de um plenário 260 que 258 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 22. 259 AVRITZER, Leonardo. Introdução: A dinâmica da participação local no Brasil. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 33. 260 O termo plenário pode ser entendido no sentido que a ele é dado pelo Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde do Município de Santa Cruz do Sul (Decreto nº 7.732, de 06 de abril de 2009), no seu artigo 15, § único: “Por plenário de uma reunião se entende o número de conselheiros 108 toma decisões importantes. Estes elementos são um indicativo da considerável presença da sociedade civil nessas instituições, embora não sirvam para sugerir que referida presença possui o mesmo efeito democratizante em todas as ocasiões.261 A par disso e das modificações necessárias para o aperfeiçoamento das funções deliberativa e de controle social da política de saúde, o Conselho Nacional de Saúde, em sua Centésima Trigésima Sexta Reunião Ordinária, realizada em novembro de 2003, elaborou a Resolução nº 133, de 4 de novembro de 2003, que aponta um série de diretrizes para criação, reformulação, estruturação e funcionamento dos conselhos de saúde. Esta resolução tornou-se fundamental e oportuna, pois, como ela mesma veicula, foi levada em consideração na elaboração de suas orientações, a experiência já acumulada do controle social da saúde, bem como as reiteradas demandas de conselhos estaduais e municipais no que concerne às propostas de composição, organização e funcionamento dos Conselhos de Saúde. 262 Assim, em sua primeira diretriz, apresenta-se uma definição sobre o que vem a ser o Conselho de Saúde, agregando alguns elementos novos à definição anteriormente exposta, veiculada pela Lei nº 8.142/90. Destacam-se, desta forma, a indicação dos conselhos de saúde como integrantes do Ministério da Saúde, a importância do processo de descentralização para a criação de novos conselhos e o papel destes na concretização da participação da sociedade na administração da área da saúde: Conselho de Saúde é órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde - SUS em cada esfera de Governo, integrante da estrutura básica do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, que assinaram o livro de presença. Regimentalmente, o presidente verificará o quorum e declarará abertos os trabalhos”. De forma semelhante, segundo as orientações do governo federal, o plenário, que deve estar estabelecido no regimento interno de cada conselho, “é o encontro oficial de todos os conselheiros de saúde para deliberar sobre assuntos previamente agendados na pauta da reunião”. BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 23. 261 AVRITZER, Leonardo. Introdução: A dinâmica da participação local no Brasil. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 33. 262 BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em: 17 nov. 2011. 109 organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90. O processo bemsucedido de descentralização tem determinado a ampliação dos conselhos de saúde que ora se estabelecem também em Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos Distritais Sanitários Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. O Conselho de Saúde consubstancia a participação da sociedade organizada na administração da Saúde, como Subsistema da Seguridade Social, propiciando seu controle social. Parágrafo Único: Atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive, nos seus aspectos econômicos e financeiros. Nessa via, a natureza deliberativa dos Conselhos de Saúde, expressamente prevista e exigida em lei (art. 1º, inciso II, § 2º da Lei nº 8.142) e reafirmada pela Resolução nº 133, do Conselho Nacional de Saúde, permite analisá-los tomando por base a teoria da democracia deliberativa, porquanto a participação está diretamente associada à deliberação sobre a política. Um dos pressupostos dessa teoria é que o voto ou a manifestação de preferências é precedido por processos públicos nos quais ocorre a exposição e o debate de ideias, que colaboram para a formação e/ou alterações das preferências, permitindo a ação reflexiva e cooperada. Igualmente, entende que a legitimidade das decisões provém da participação das pessoas que a elas estão submetidas nos processos de formação dessas decisões. Também considera que os procedimentos que coordenam a deliberação devem viabilizar o uso do raciocínio e da argumentação pública e incentivar a cooperação e a justificação das decisões por intermédio de razões reciprocamente aceitáveis e inteligíveis a todos. Aliado a esse princípio da publicidade, encontram-se os da pluralidade e da igualdade, que demandam que as diversas opiniões e interesses presentes na deliberação devem ter a mesma condição de se expressar.263 A igualdade entre os participantes da deliberação pode ser expressa em condições equitativas de recursos, como status, talento e poder. Contudo, a desigualdade é uma situação que habita a maioria das deliberações e, para resolver este impasse, os teóricos deliberacionistas acreditam que o benefício da deliberação 263 CUNHA, Eleonora Schettini M. Inclusão social e política: o desafio deliberativo dos conselhos municipais de Assistência Social. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 97. 110 se encontra exatamente na exibição da desigualdade à crítica pública e na possibilidade de que se formem condições mais justas nos debates futuros.264 Assim, no seio dos conselhos, a efetividade deliberativa pode ser concebida como a capacidade efetiva dessas instituições influenciarem, controlarem e decidirem sobre determinada política pública, expressa na institucionalização dos procedimentos, na pluralidade da composição, na deliberação pública e inclusiva, na proposição de novos temas, na decisão 265 sobre as ações públicas e no controle sobre essas ações. Desta forma, as características deliberativas dos conselhos demonstram a importância que a “voz” adquiriu na política atual, identificada por muitos como a essência dessa ação. É por intermédio da manifestação vocal, isto é, da expressão de ideias e da argumentação, que as pessoas podem apresentar os tópicos que entendem mais relevantes para o debate público, as prioridades que se esperam ser resolvidas na área da política pública, fornecendo uma noção a respeito das opiniões que se formam entre os diferentes segmentos. Isso possibilita a construção de acordos públicos que repercutem na sociedade de forma geral, especialmente na esfera dos usuários.266 Assim, diante de todas as exigências da teoria democrática deliberativa, das determinações legais da participação na política da saúde e dos benefícios conexos a essa participação, especialmente para a política desenvolvida e para as próprias pessoas envolvidas na discussão, o último ponto deste trabalho se ocupará em analisar o potencial deliberativo do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. 264 CUNHA, Eleonora Schettini M. Inclusão social e política: o desafio deliberativo dos conselhos municipais de Assistência Social. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 97. 265 CUNHA, Eleonora S. M. A efetividade deliberativa dos conselhos municipais de saúde e de criança e adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A participação social o Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 139. 266 CUNHA, Eleonora Schettini M. Inclusão social e política: o desafio deliberativo dos conselhos municipais de Assistência Social. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 96. 111 3.3 O papel do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul na formação de um espaço público de discussão: representação, deliberação e controle Avaliar o potencial deliberativo de um Conselho Municipal requer, antes de tudo, um conhecimento prévio sobre sua formação, isto é, sobre o contexto histórico, político e cultural no qual ocorreu sua institucionalização. Estes dados revelam, num primeiro momento, o nível da capacidade e da iniciativa associativa da população. Nesse sentido, acredita-se que a presença do associativismo civil sugere a existência de uma comunidade com maior habilidade cívica, que, consequentemente, redunda em efeitos democráticos mais densos, os quais se demonstram por meio do desenvolvimento de capacidades políticas, como pressionar e monitorar governos. Sendo assim, é plenamente viável considerar que ambientes sociais com propensão associativa mais elevada tendem a tornar as instituições não só mais participativas, mas também capazes de assumir responsabilidades e exigir que os representantes do governo façam o mesmo.267 Para tanto, neste primeiro momento, será procedido a um pequeno relato histórico da constituição do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul/RS, destacando-se as reivindicações da população e os direitos pelos quais se mobilizavam. 3.3.1 Formação do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul Os primeiros esforços para a criação do atual Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul se originaram muito antes da Constituição Federal de 1988, como fruto de uma forte mobilização da comunidade, dentro da perspectiva da atuação do movimento sanitarista, que se articulava em nível nacional. Inicialmente, as reivindicações giravam em torno da construção de um modelo de saúde pública acessível a todos, visto que, até então, a saúde pública só contemplava os 267 FARIA, Claudia Feres; RIBEIRO, Uriella Coelho. Entre o legal o real: o que dizem as variáveis institucionais sobre os conselhos municipais de políticas públicas. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 63-64. 112 trabalhadores com carteira assinada, excluindo todas as demais pessoas do acesso aos serviços públicos de saúde gratuitamente. 268 Assim, há pouco mais de 20 anos atrás, existiam três tipos de brasileiros: uma parte da população rica, que podia pagar diretamente consultas, exames e internações; uma outra parcela, os trabalhadores com carteira assinada, que tinha direito à saúde da Previdência Social; e a terceira, formada pela maioria, que não tinha direito 269 a absolutamente nada, ou seja, eram objeto da filantropia e da caridade . Desta forma, foi na tentativa de incluir este grande segmento da população que não possuía qualquer direito à saúde garantido, que se iniciaram as primeiras atividades do Conselho, que, num primeiro momento, constituiu-se sob a forma de uma Comissão da Saúde.270 Posteriormente, com a reforma constituinte de 88, institui-se o direito à saúde como “um direito de todos e dever do Estado”. 271 No entanto, a regulamentação desse direito, com a instituição do Sistema Único de Saúde – SUS, e a regulamentação da participação na forma de conselhos de políticas, ocorreu apenas dois anos mais tarde, com a promulgação da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 e da Lei nº 8.142/90, respectivamente. Assim, pode-se dizer que a formação do Conselho de Saúde de Santa Cruz do Sul se deu como parte de um contexto de grande mobilização social pela reforma sanitária, que se expandia por todo o país. Ademais, foi impulsionado pelo processo 268 COSTA, João José. Entrevista sobre a formação do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul: 2011. O entrevistado é membro do Conselho de Saúde do município, representando os usuários, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (STIFA). 269 TEMPORÃO, José Gomes. SUS completa 20 anos com novos desafios. Brasília: 2008. Entrevista concedida à Agência Saúde. BRASIL, Portal da Saúde. Brasília: 2008. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude>. Acesso em: 22 nov. 2011. 270 COSTA, João José. Entrevista sobre a formação do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul: 2011. O entrevistado é membro do Conselho de Saúde do município, representando os usuários, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (STIFA). 271 Conforme art. 196, da Constituição Federal: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” 113 de redemocratização, sendo instituído, oficialmente, na forma de Conselho, em 1998, com a promulgação da Lei nº 3.217, de 10 de julho de 1998.272 3.3.2 Avaliação do potencial deliberativo do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul: uma comparação entre o que diz a lei e o que refletem as atas de reuniões Com o intuito de analisar a efetividade deliberativa do Conselho Municipal de Saúde do Município de Santa Cruz, realizou-se um estudo conjunto que envolveu, num primeiro momento, a análise da legislação municipal relativa à sua instituição (Lei de criação e Regimento Interno), a partir da qual se analisaram dados indicativos da participação social e da deliberação. Em um segundo momento, procedeu-se à análise das atas das reuniões do Conselho, elegendo-se aspectos relevantes para a avaliação do seu potencial deliberativo. Esse tipo de avaliação encontra respaldo nos resultados obtidos em experiências já desenvolvidas em outros estudos. Assim, por exemplo, Avritzer determina a capacidade deliberativa por meio da avaliação das “características do Regimento Interno e da capacidade dos representantes da sociedade civil de propor projetos ou de participar dos debates no interior dos conselhos”273. Um primeiro dado que pode ser avaliado a partir do Regimento Interno diz respeito à institucionalização do Conselho. Embora o Conselho tenha sido criado pela Lei Municipal nº 3.217/98, ou seja, estar funcionando desde o final dos anos 90, o seu Regimento Interno (Decreto nº 7.732/2009) foi instituído apenas em 2009, sendo que o instrumento que regulamentava as atividades do Conselho até então era a própria legislação que o instituía. Verifica-se, assim que, embora o Conselho de Saúde do município tenha sido criado ainda na década de 90, “houve um longo processo de maturação para a 272 COSTA, João José. Entrevista sobre a formação do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul: 2011. O entrevistado é membro do Conselho de Saúde do município, representando os usuários, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (STIFA). 273 AVRITZER, Leonardo. Introdução: A dinâmica da participação local no Brasil. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 37. 114 criação do Regimento Interno após a abertura e o funcionamento pleno do conselho municipal”274. A partir do Regimento Interno, observa-se, também, a instituição do plenário (art. 14) e da mesa diretora (art. 18), a qual também é composta pelos cargos de Presidente, Vice-Presidente, Primeiro Secretário e Segundo Secretário. Além disso, o Conselho possui quatro comissões temáticas, quais sejam, Comissão Institucional de Saúde do Trabalhador, de Relatórios, de Orçamentos e de Contratualização, bem como uma Assessoria de Comunicação e uma Assessoria Técnico-Financeira. Apesar de participarem das reuniões, os membros das assessorias não exercem a função de conselheiros.275 A existência desse conjunto de estruturas burocráticas de funcionamento é fundamental, pois revela que o conselho se especializou em determinados assuntos e fornece pareceres sobre os temas específicos a serem apreciados em plenário.276 O Regimento aponta ainda, como se dá a escolha dos representantes dos usuários, do Poder Executivo, dos profissionais da saúde e dos prestadores de serviços. Assim, a escolha dos representantes do Poder Executivo cabe ao Prefeito Municipal e nos demais casos, às respectivas entidades.277 Isso significa que os usuários, os profissionais de saúde e os prestadores de serviços são indicados ou eleitos pelas respectivas entidades a que pertencem (sindicatos ou associações). A eleição dos membros da mesa diretora se dá em reunião do próprio Conselho, que, de preferência, deve ser específica para tal fim. Importante salientar que a composição da Mesa Diretora segue a mesma paridade de representação do Conselho, o que demonstra que o funcionamento do Conselho está de acordo com 274 AVRITZER, Leonardo. Conselhos Municipais de Saúde de Porto Alegre e de Salvador: a influência do contexto político e os determinantes da efetividade deliberativa. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 344. 275 COSTA, João José. Entrevista sobre a formação do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul: 2011. O entrevistado é membro do Conselho de Saúde do município, representando os usuários, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (STIFA). 276 AVRITZER, Leonardo. Conselhos Municipais de Saúde de Porto Alegre e de Salvador: a influência do contexto político e os determinantes da efetividade deliberativa. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 344. 277 Art. 12, § único, do Regimento Interno. 115 as diretrizes estabelecidas na legislação pátria. Isso significa, igualmente, que não há indicação do Chefe do Poder Executivo ou de qualquer outra pessoa para a composição da mesa, que se dá por meio de eleição, fortalecendo a autonomia política do órgão deliberativo.278 Deve-se atentar para os efeitos perversos das entidades em que ocorre a simples indicação do secretário da Saúde para ocupar a presidência do conselho. Esse tipo de situação gera um monopólio que, além de violar o princípio representativo, baseado no consentimento dos representantes para com a presidência, revela, antecipadamente, o predomínio do governo frente aos demais grupos que compõem o conselho.279 Cabe ressaltar que no período analisado no presente trabalho (nov/2010 a nov/2011), os dois presidentes em exercício representavam a categoria dos usuários (conforme Atas 402 a 421, em anexo). Esta informação é relevante porque a presidência concentra poder e ter conhecimento de quem ocupa a presidência e como se chega a este cargo torna-se um fato importante para avaliar como ocorre o processo democrático no interior da instituição280. Além destes pontos, deve-se ressaltar a frequência com que ocorrem as reuniões no Conselho. De acordo com o Regimento Interno, as reuniões ordinárias deverão ocorrer pelo menos uma vez ao mês281, mas, a própria análise das atas revela que elas ocorrem, geralmente, duas vezes ao mês (de 15 em 15 dias), dandose preferência para que ocorram nas terças-feiras, enquanto que as extraordinárias podem ocorrer a qualquer tempo do ano, mediante respectiva convocação.282 Outro dado relevante diz respeito à ciência da convocação e dos assuntos da pauta. Esta deve ser feita com pelo menos três dias de antecedência. 283 Mas, na 278 Conforme art. 18 do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno) e art. 4º, § 1º da Lei nº 3.217/98 (Lei de criação). 279 AVRITZER, Leonardo. Introdução: A dinâmica da participação local no Brasil. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 75. 280 AVRITZER, Leonardo. Introdução: A dinâmica da participação local no Brasil. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010. p. 75. 281 Conforme art. 10, caput, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). 282 Conforme art. 11, caput, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). 283 Conforme art. 10, § 2º, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). 116 prática, a antecedência é ainda maior, visto que a ciência da convocação e dos assuntos a serem discutidos ocorre na quinta-feira anterior à reunião (que corre nas terças-feiras), ou seja, há um intervalo de cinco dias entre a comunicação da data do próximo encontro e da respectiva pauta, de sua realização,284 o que poderia possibilitar maior acesso dos conselheiros às informações discutidas. Contudo, embora haja antecedência com relação à comunicação da reunião e dos assuntos a serem discutidos, percebe-se que, via de regra, não há uma discussão prévia para a definição desses assuntos. Geralmente, o que ocorre é a inclusão de itens na pauta por sugestão ou pedido do Poder Executivo, de alguma entidade, associação, pessoa ou grupo de pessoas, não sendo realizado um debate sobre a relevância e a necessidade da inclusão dos temas na pauta, ou mesmo, para o aprofundamento do conhecimento sobre o assunto. A ausência de discussão prévia é um ponto a ser considerado, pois pode comprometer a qualidade do debate e até mesmo, das decisões tomadas. Esta constatação advém do entendimento de que, para se construir uma opinião sobre determinado tema, é preciso, primeiro, possuir um mínimo de conhecimento a seu respeito. Ainda sobre a convocação, verificou-se a presença de dois pontos que merecem ser comentados. O primeiro diz respeito aos projetos e resoluções a serem votados. Há a previsão de que, quando não aprovados, serão arquivados, possibilitando-se sua reapresentação.285 Isso quer dizer que, existindo razões, os temas podem ser objeto de nova análise, demonstrando, assim, a existência de certa flexibilidade com relação às decisões tomadas pelo Conselho. O segundo ponto refere-se à exigência de anexação de documentos necessários para subsidiar os debates,286 o que revela a preocupação em fornecer um prévio conhecimento aos conselheiros sobre os assuntos que serão debatidos, além de promover um debate mais qualificado. 284 CÔRREA, João Carlos da Rosa. Entrevista sobre o funcionamento do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul: 2011. O entrevistado é membro do Conselho de Saúde do município, representando o Poder Executivo, pela Secretaria Municipal de Saúde. 285 Conforme art. 8º, inciso V, alínea “b”, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). 286 Conforme art. 8º, § único, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). 117 Com relação à publicidade das reuniões, este princípio está plenamente garantido, eis que as reuniões não só são abertas ao público em geral, como a eles é concedido o direito a voz.287 Este tipo de conduta demonstra o respeito e a transparência das atividades do conselho com a comunidade, eis que não há necessidade de ser um membro do conselho para poder participar das reuniões. Embora este ponto seja positivo, a participação dessas pessoas no debate pode restar seriamente prejudicada, eis que provavelmente não terão tido acesso prévio à pauta e, assim, não terão conhecimento suficiente acerca dos temas a serem discutidos. A falta desse conhecimento compromete, sobremaneira, a qualidade das razões apresentadas. No que tange às decisões tomadas pelo Conselho, apesar de possuir autonomia política, este órgão não dispõe de autonomia para executar prontamente suas decisões, pois muitas envolvem recursos públicos municipais e interferência no orçamento. Assim, suas decisões são homologadas pelo chefe do Poder Executivo (conforme determinação do art. 1º, inciso II, parágrafo 2º, da Lei nº 8.142/90, que trata da participação da comunidade na gestão do SUS), a quem cabe avaliação final da viabilidade da execução de um projeto ou política. Não obstante, a maioria das decisões do Conselho de Saúde de Santa Cruz do Sul é homologada pelo Executivo288, o que, além de revelar a viabilidade e a concretização das políticas sugeridas, demonstra a confiança do governo nas decisões provenientes do Conselho. Ainda assim, não há dados sobre quais decisões efetivamente são homologadas, se houve casos de não homologação, ou quais os critérios utilizados para a homologação do Poder Executivo. Este seria um dado interessante, pois seria um indicativo capaz de revelar a vinculatividade do governo com as decisões do conselho, comprovando sua autonomia política e sua capacidade de influência na política de saúde desenvolvida pelo município. Da mesma forma, esta informação seria relevante para afastar, como já constatado em alguns casos relatados em 287 Conforme art. 14, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). CÔRREA, João Carlos da Rosa. Entrevista sobre o funcionamento do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul: 2011. O entrevistado é membro do Conselho de Saúde do município, representando o Poder Executivo, pela Secretaria Municipal de Saúde. 288 118 outros estudos, “posturas de gestores que ignoram essas instituições ou as deliberações nelas ocorridas, entendo a sua existência e funcionamento apenas como um requisito a ser cumprido para o recebimento de recursos federais”.289 Por fim, uma questão que ainda merece atenção na análise do Regimento Interno, diz respeito ao exercício da função de conselheiro, a qual “não será remunerada, considerando-se como serviço de relevância pública”.290 Essa previsão traduz a perspectiva sobre a qual atua o conselheiro, que não deve exercer o cargo por interesse ou para mera promoção. Ela acentua, ainda, a necessidade de que a pessoa que ocupe este cargo o faça por vontade e convicção próprias, eis que exige comprometimento e dispêndio de tempo, sem nenhuma contrapartida financeira. Feita esta primeira análise do regramento jurídico que regula a composição, a representação e as atividades do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, passa-se, na sequência, à análise das atas de reunião do conselho. O período escolhido para análise foi o compreendido entre novembro de 2010 e novembro de 2011, tendo em vista o tempo disponível e o tempo exigido para a coleta e a sistematização dos dados. A metodologia de avaliação das atas291 baseou-se na consideração de três categorias: frequência dos conselheiros às reuniões (por grupo – usuário, profissionais/trabalhadores da saúde, prestadores de serviços e Poder Executivo); assuntos discutidos (fiscalização e controle, projetos, gestão da saúde, repasse de recursos, organização interna do conselho e outros assuntos, não englobados nestes); vocalização, isto é, quem mais fala nas reuniões do conselho (por grupo – usuário, profissionais/trabalhadores da saúde, prestadores de serviços e Poder 289 CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Municipais de Saúde e de Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A participação social no Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 141. 290 Conforme art. 22, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). 291 A escolha dos pontos a serem analisados nas atas se deu com base nos seguintes estudos: AVRITZER, Leonardo. Conselhos Municipais de Saúde de Porto Alegre e de Salvador: a influência do contexto político e os determinantes da efetividade deliberativa. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010 e CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Municipais de Saúde e de Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A participação social no Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. 119 Executivo); e, por fim, um cruzamento de dados capaz de revelar a capacidade de vocalização de cada conselheiro por encontro. Um primeiro dado que deve ser trazido ao trabalho, antes de se adentrar à avaliação do conteúdo das atas, é o que diz com o acesso a elas. As atas foram plenamente disponibilizadas, sem haver qualquer resistência no fornecimento dos documentos. Este acesso facilitado revela, num primeiro momento, a transparência e a publicidade da atuação do Conselho, que possui todos os seus encontros detalhadamente registrados. A esse respeito, adverte Cunha: Encontrar resistência em possibilitar o acesso a documentos públicos ou mesmo deparar com a inexistência de registro de reuniões ou de decisões são indicadores do grau de institucionalização e de organização dessas instituições participativas e deliberativas, bem como do padrão de relação 292 que tem se estabelecido entre sociedade e Estado. Assim, o acesso às atas foi um ponto que demonstrou, de antemão, a organização do Conselho e o tipo de cultura política que se incentiva, dado que tais documentos estavam na posse do representante do Poder Executivo junto ao Conselho. Feitas essas considerações, o primeiro item analisado nas atas para avaliar o grau deliberativo do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul foi o relativo à frequência dos conselheiros às reuniões. O Conselho é composto por 40 conselheiros, sendo 20 titulares e 20 suplentes. Destes, metade, isto é, 20 são representantes dos usuários (10 titulares e 10 suplentes), respeitando a paridade exigida entre os membros do conselho. Dos 20 restantes, metade é formada pelos profissionais da área da saúde e a outra metade composta por representantes do Poder Executivo e representantes dos prestadores de serviços da saúde. Os profissionais da saúde são representados por 10 conselheiros (5 titulares e 5 suplentes). O Poder Executivo está representados por 6 conselheiros (3 titulares e 3 292 CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Municipais de Saúde e de Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A participação social no Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 141. 120 suplentes) e, por fim, os prestadores de serviços estão representados por 4 conselheiros (2 titulares e 2 suplentes). Da análise das atas verificou-se que compareciam, em todos os setores representados, tanto membros titulares como suplentes. Assim, na primeira apreciação, que mostra a frequência dos membros às reuniões, considerou-se o número total de conselheiros nomeados (titulares e suplentes, no total de 40) e, destes, quantos compareceram às reuniões no período analisado, compreendido entre novembro de 2010 e novembro de 2011, no qual ocorreram 20 reuniões. A figura 1, abaixo, mostra o resultado: Figura 1 - Total de conselheiros que compareceram às reuniões no período: Conselheiros que compareceram 37% Conselheiros que não compareceram 63% Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. Apesar de estes dados revelarem que a frequência dos conselheiros, analisados sob o número total (40 conselheiros), é relativamente baixa, é importante dizer que sempre esteve acima do quorum mínimo exigido pelo Regimento Interno (art. 12) em primeira e segunda chamada, que é de 11 e de 8 conselheiros, respectivamente. Assim, verifica-se que o número de presentes esteve sempre acima do mínimo exigido em primeira chamada. 121 A análise das atas (nas quais estão identificados os conselheiros presentes), também revela outra realidade: geralmente são os mesmos conselheiros que se fazem presentes nas reuniões, o que denota o forte comprometimento de alguns membros, em detrimento dos demais. O segundo dado considerado foi o comparecimento dos representantes de cada segmento às reuniões. Estes números foram obtidos sobre o total de conselheiros presentes em cada reunião entre novembro de 2010 e novembro de 2011. De início, procedeu-se ao levantamento do número de conselheiros presentes em cada reunião. Depois, foi feita a classificação dos conselheiros, de acordo com o setor que representavam (Poder Executivo, profissionais da saúde, prestadores de serviços na área da saúde e usuários, de acordo com os nomes constantes nas Portarias emitidas pelo Poder Executivo, que nomeiam os representantes de cada segmento) e deste modo, obteve-se a quantidade de conselheiros de cada setor que compareceu a cada reunião. Estes dados foram sistematizados conforme tabela abaixo: 122 Tabela 1 Ata/reunião Poder Executivo Profissionais Prestadores Usuários 2 3 3 10 Total de presentes 18 1 3 2 8 14 3 2 3 8 16 2 1 4 6 13 2 4 2 8 16 3 4 3 10 20 3 4 1 10 18 3 4 3 9 19 2 4 3 9 18 2 4 2 9 17 2 2 3 8 15 2 3 2 9 16 2 3 2 7 14 2 3 2 5 12 1 3 1 8 13 2 2 2 6 12 3 2 1 5 11 2 2 3 8 15 2 3 2 6 13 2 2 3 6 402 403 404 405 406 407 408 409 410 411 412 413 414 415 416 417 418 419 420 421 13 Total 43 58 47 155 Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. 303 Desta análise, verificou-se que 51,15% dos conselheiros presentes nos encontros representam os usuários, sendo que a presença varia entre 45,45% (mínima registrada) e 56,25% (máxima registrada), ou seja, a variação de sua presença foi baixa, o que demonstra certa regularidade na presença dos usuários. O restante dividiu-se entre: 14,19% dos conselheiros representando o Poder Executivo, 19,14% representando os profissionais da saúde representando os prestadores de serviços, conforme figura abaixo: e 15,51% 123 Figura 2 – Conselheiros que compareceram às reuniões no período de nov/2010 a nov/2011 por segmento: Prestadores 15,51% Profissionais 19,14% Usuários 51,15% Poder Executivo 14,19% Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. Os resultados obtidos revelam o forte comprometimento dos representantes dos usuários, além de refletir o cumprimento da paridade exigida pela Lei nº 8.142/1990. Embora os usuários estejam praticamente na porcentagem correta (50%), verifica-se que os profissionais da saúde estão representados quase 6% menos do que o considerado ideal, que é de 25%. Os representantes do Poder Executivo e dos prestadores representam quase 30% (29,7%), quando, na realidade deveriam corresponder a 25% dos conselheiros presentes. Contudo, ainda assim, pode-se dizer que a paridade está respeitada na sua maior parte, o que é um bom indicativo do potencial deliberativo do Conselho, eis que todos os segmentos que o compõem estão representados nos encontros. O cumprimento dessa exigência legal da paridade é extremamente importante, pois os conselhos de saúde trabalham com pessoas com pensamentos diferentes umas das outras, opiniões que podem ter semelhanças ou diferenças e sugestões que podem, inclusive, ir contra sugestões de outras pessoas. Essas diferenças se mostram relevantes, contudo, para que o conselho construa uma visão mais ampla 124 da saúde, adotando diferentes perceptivas e respeitando sempre todos os pontos de vista em suas decisões.293 Também há outro dado importante que se levantou a partir da análise das atas, que diz respeito ao fato de que em todas as sessões do conselho houve a presença de pessoas da comunidade, como usuários, médicos, pessoas representando prestadores de serviços, como os hospitais, alunos, entre outros. Não foi possível catalogar numericamente estes dados, eis que não havia nas atas referência à quantidade dessas pessoas, nem referência a quem eram ou o que/quem representavam, limitando-se as atas a fornecer informações mais genéricas. Outro ponto da análise se deu em torno dos assuntos discutidos nas reuniões. Esses assuntos foram divididos em seis grandes áreas: fiscalização e controle, projetos, gestão da saúde, repasse de recursos, organização interna do conselho e a categoria “outros” para os assuntos que não se classificavam em nenhuma das categorias anteriores.294 Cumpre destacar quais os assuntos englobados em cada área, pois podem restar dúvidas quanto à classificação de determinado assunto, que, muitas vezes poderia pertencer a mais de uma área. Com vistas a evitar qualquer confusão entre as atividades pertencentes a cada categoria, foram utilizados os parâmetros a seguir expostos para classificar os assuntos discutidos nas reuniões. Foi considerado como temas de “fiscalização e controle” a apuração de denúncias dos usuários quanto à falta de medicamentos, quanto à falta de médicos nos postos de saúde dos bairros, denúncias de profissionais da área da saúde que são ameaçados por alguns usuários (e também o acompanhamento da atuação do Poder Executivo na solução destas e de outras demandas relacionadas à área da saúde). Nesta categoria também foram inseridos assuntos que digam com a 293 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para conselheiros de saúde. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2010. p. 22. 294 A escolha dos assuntos a serem analisados se deu com base nos seguintes estudos: AVRITZER, Leonardo. Conselhos Municipais de Saúde de Porto Alegre e de Salvador: a influência do contexto político e os determinantes da efetividade deliberativa. In:_____(Org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010 e CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Municipais de Saúde e de Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A participação social no Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. 125 fiscalização do funcionamento de entidades que prestam serviços de saúde, bem como avaliação dos relatórios de prestações de contas de referidas entidades. Ainda, foram incluídas questões relativas ao funcionamento das ambulâncias e de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) móveis, denúncias sobre falta de transporte nos serviços de saúde e demais denúncias envolvendo os serviços de saúde no município. Nesta categoria também estão as avaliações sobre os serviços prestados pelas entidades de saúde, como pareceres sobre os atendimentos prestados, sobre a efetiva solução das demandas da comunidade, bem como avaliações sobre a eficiência dos serviços, dentre outros. Na categoria “projetos”, foram incluídos todos os projetos de uma forma geral, sejam os apresentados pelos conselheiros ou pelos membros externos, tendo como objetivo a melhora e aperfeiçoamento nos serviços de saúde, programas de ação, planos de ações e metas. Também fazem parte dessa categoria os Projetos de lei, de orçamento, enfim, todos os Projetos e Projetos de Lei governamentais ou de entidades voltados à área da saúde. No terceiro item analisado, “gestão da saúde no município”, estão questões gerais que tenham a ver com a administração da saúde, que propiciem a melhoria dos serviços de saúde, como a construção de novos consultórios e centros de atendimento à saúde, compra de equipamentos para hospitais e para centros de atendimento à saúde, bem como questões relativas à compra e fornecimento de medicação, à contratualização dos hospitais e à falta de leitos. Em “repasse de recursos” foram englobados assuntos relacionados ao repasse de recursos para convênios, a exemplo dos Consórcios Intermunicipais, bem como o repasse de recursos para outras entidades prestadoras de serviços na área da saúde. Nesta atividade, os conselheiros também avaliam como estas entidades vêm desenvolvendo suas atividades, para fins de recebimento dos recursos. Este item ficou um pouco prejudicado, pois os projetos de lei que versavam sobre fontes de financiamento foram incluídos no item “projetos”. Como “organização interna do conselho” foram eleitos temas relativos à nomeação de novos membros, recursos para manutenção do conselho, data e local 126 dos encontros, conferências para as quais os conselheiros são convidados a participar e cursos de capacitação à disposição. Este ponto, abrange, portanto questões relativas ao próprio funcionamento do conselho. Por fim, na categoria “outros” estão quaisquer assuntos não pertencentes às categorias acima mencionadas, tais como a indicação de representantes do Conselho Municipal de Saúde para o Comitê Municipal de Prevenção à Violência, ou, ainda, outros temas relevantes, como o relativo à instalação de Empresa de Aviação Agrícola no aeroporto local de Linha Santa Cruz e o caso da inadequação da estrutura de resgate das concessionárias dos pedágios de acesso a Santa Cruz do Sul às determinações legais. Os dados dos assuntos discutidos foram obtidos por meio do levantamento do número de assuntos debatidos em cada reunião. Na sequência, estes assuntos foram classificados conforme os critérios acima mencionados (fiscalização e controle, projetos, gestão da saúde, repasse de recursos, organização interna do conselho e “outros”). Desta forma, obteve-se a quantidade de assuntos de cada categoria discutidos em cada reunião. Estes dados foram sistematizados numericamente, conforme tabela abaixo: 127 Tabela 2 Ata/reunião Fiscalização e controle Projetos Gestão Repasse de recursos Organização interna Outros 0 0 1 1 0 Total de assuntos 5 402 2 1 1 403 2 1 0 3 7 404 4 0 2 0 1 0 7 405 0 1 2 0 0 2 5 406 2 1 0 0 0 0 3 407 4 1 0 0 1 1 7 408 2 2 0 0 1 1 6 409 4 1 0 0 0 2 7 410 1 2 0 0 0 0 3 411 1 1 0 0 0 1 3 412 3 1 0 0 0 2 6 413 2 1 0 0 0 2 5 414 1 1 0 0 0 0 2 415 1 3 1 0 0 0 5 416 3 1 1 0 0 0 5 417 3 1 0 0 0 0 4 418 2 2 0 0 0 0 4 419 4 1 0 0 0 0 5 420 0 3 1 0 0 1 5 421 Total 1 4 0 0 0 5 42 29 9 0 1 3 15 99 Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. 128 Desta análise, verificou-se que 42,42% dos assuntos discutidos nas reuniões são relacionados aos temas de fiscalização e controle, seguidos de projetos, com 29,29%, dos assuntos denominados como “outros”, com 15,15%, de assuntos relacionados à gestão, com 9,09%, dos temas relativos à organização interna, com 3,03% e, por fim, dos assuntos referentes ao repasse de recursos, que registrou a incidência de 1,01%. A Figura 3, abaixo mostra a intensidade dos assuntos discutidos: Figura 3 – Assuntos discutidos nas reuniões no período de nov/2010 a nov/2011: Organização interna 3,03% Repasse de recursos 1,01% Gestão 9,09% Outros 15,15% Fiscalização e Controle 42,42% Projetos 29,29% Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. Estes dados assumem relevância na medida em que refletem que a atuação do Conselho realmente se dá nas áreas para os quais foi criado. As primeiras posições ocupadas pelos assuntos relacionados à fiscalização e controle (dentro do qual também estão as atividades de prestação de contas) e também aos projetos a serem desenvolvidos pelos gestores da área constituem indicativos precisos de “um maior grau de efetividade deliberativa sobre a política de saúde, uma vez que 129 são decisões que dizem respeito tanto à própria política quanto ao controle público sobre as ações de saúde (antiga reivindicação dos movimentos de saúde).”295 Assim, o controle sobre as ações públicas não se mostra apenas um elemento característico da democracia deliberativa, como também uma atividade prevista no ordenamento jurídico dos conselhos, que atribui destaque à sua natureza deliberativa e à sua capacidade de controle e fiscalização sobre as respectivas políticas.296 O último critério de avaliação utilizado diz respeito à vocalização, isto é, à análise de quem está se manifestando nas reuniões. Este critério é, na verdade, o que vai demonstrar quem realmente está propondo assuntos, discutindo, trazendo opiniões, ou seja, quem está participando da deliberação e em que medida. Para isto, os faltantes foram divididos em seis grandes grupos: usuários, formados pelos conselheiros representantes da categoria no Conselho; profissionais da área da saúde, formado pelos conselheiros que representam a categoria na instituição; Poder Executivo, composto pelos membros do conselho que representam este segmento; prestadores de serviços, constituído pelos conselheiros que representam o segmento no conselho; não conselheiros ou outros, na qual foram incluídos membros assessores técnicos do próprio conselho, mas que não exercem a função de conselheiros e todas as demais pessoas da comunidade que participaram das reuniões e se manifestaram, tais como professores, médicos, servidores públicos, representantes de associações de moradores, entre outros. Por fim, também foi criada a categoria “não contabilizada”, utilizada em todas as manifestações nas quais não se conseguiu identificar o emissor da fala. Isso se deu, na maioria das vezes, pelo fato de haver coincidência de nomes entre alguns conselheiros, não havendo como identificá-los nas atas, que faziam menção apenas ao primeiro nome, impossibilitando a categorização destas manifestações. 295 CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 148. 296 CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 151. Municipais de Saúde e de A participação social no Municipais de Saúde e de A participação social no 130 As informações relativas à vocalização foram levantadas por meio da apuração de quem se manifestava e de quantas vezes o fazia (propondo, respondendo, argumentando ou perguntando). Assim, foi obtido o número de pessoas que se manifestou em cada reunião e, em seguida, procedeu-se à classificação destas pessoas de acordo com o segmento que representavam, conforme os parâmetros acima descritos. Os respectivos dados constam na tabela abaixo: 131 Tabela 3 Ata/reunião Usuários Profissionais 402 15 6 Poder Executivo 9 Outros /Não conselheiros 9 Não contabilizados 1 Total de manifestações 41 403 8 1 3 1 6 1 0 19 404 20 2 7 405 7 2 3 6 1 0 36 3 4 0 19 406 7 0 2 0 5 1 15 407 8 1 1 1 3 0 14 408 5 0 0 0 0 0 5 409 17 4 5 3 3 1 33 410 5 4 5 3 9 3 29 411 8 8 5 2 5 0 28 412 9 5 5 2 4 0 25 413 9 3 1 1 6 1 21 414 4 2 2 1 6 0 15 415 9 4 5 0 3 0 21 416 11 2 0 1 9 2 25 417 7 4 3 2 1 0 17 418 11 3 7 1 2 1 25 419 4 2 4 2 2 0 14 420 2 4 7 1 1 4 19 421 Total 7 2 8 2 2 0 21 173 59 82 38 76 14 442 Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011 Prestadores de serviços 132 Um primeiro dado interessante a se extrair da tabela é que ela aponta para um número final de 442 manifestações em 20 encontros, o que corresponde a uma média de 22,1 manifestações por encontro. Isso por si só já revela que os participantes das reuniões (entre conselheiros e não conselheiros) efetivamente exercitam o ato da fala nas discussões, exteriorizando suas ideias e opiniões. Os números extraídos mostram (em porcentagem) que 39,14% das manifestações no total das reuniões avaliadas foram dos usuários, seguidos pelo Poder Executivo, que se manifestou em 18,55% das vezes. O índice mais surpreendente, no entanto, fica por conta das manifestações realizadas pelos Não Conselheiros, que ficou com 17,19% do total, seguida pela participação dos profissionais da saúde e dos prestadores de serviços, com 13,34% e 17,19%, respectivamente. A figura 4 revela os números em porcentagem: Figura 4 – Vocalização nas reuniões no período de nov/2010 a nov/2011 : Não contabilizados 3,16% Não conselheiros 17,19% Usuários 39,14% Prestadores de serviço 8,59% Poder Executivo 18,55% Profissionais 13,34% Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. Os resultados são muito satisfatórios não só do ponto de vista da grande capacidade de fala dos usuários, mas, especialmente, pelo alto índice de pessoas falantes que não exercem função de conselheiros. Isso significa, em outras palavras, 133 que a comunidade não tem só participado das reuniões, mas também tem se manifestado, apresentando projetos, denúncias, queixas, propondo e cobrando soluções, enfim, tendo voz e vez no espaço público oferecido pelo Conselho Municipal de Saúde. Este resultado também vem ao encontro do que preceitua o Regimento Interno, o qual, como anteriormente exposto, ordena que as reuniões sejam abertas ao público de forma geral, sendo assegurado a eles o direito de fala. 297 Este dado expressa, em última análise, que a prática reflete e está de acordo com o disposto em lei. Ademais, o fato de os usuários ocuparem quase 40 % das falas é um índice que revela que o setor que mais é atingido pelas políticas de saúde é o que mais está se manifestando. Isso também demonstra que, a despeito de muitos não acreditarem no potencial participativo e deliberativo destas instituições, ao menos no presente estudo, resta comprovado que a sociedade civil tem buscado espaço para exercer influência sobre a política de saúde adotada no município, demonstrando sua capacidade de ser protagonista na elaboração e fiscalização das políticas de saúde a que será submetida. Os altos índices de participação obtidos na análise da vocalização, especialmente na porcentagem relativa aos não conselheiros (o que significa a intervenção/participação de membros externos) e usuários revela uma valiosa perspectiva com a qual trabalha o presente estudo, que é a de que “a participação da sociedade civil nas políticas públicas amplia a presença desta última e melhora a qualidade da representação no Brasil”.298 Outra espécie de avaliação relacionada à vocalização pode ser obtida cruzando-se os dados da Tabela 1 com os da Tabela 3. Veja-se que da análise da Tabela 1, é possível – dividindo-se o número total de participantes pela quantidade 297 Conforme art. 14, do Decreto nº 7.732/09 (Regimento Interno). AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. p. 28. 298 134 final de encontros – chegar ao número médio de participantes conselheiros nas reuniões no período analisado, que resulta em 15,15 participantes. Reformulando-se a Tabela 3, por meio da exclusão das manifestações de pessoas que não são conselheiras, obtém-se o número do total de manifestações realizadas apenas pelos conselheiros. Para se obter a média de manifestações destes, divide-se o número total de manifestações pela quantidade de encontros realizados, o que gera uma média de 18,3 manifestações por encontro. 135 Tabela 4 - Manifestações nas reuniões (excluídas as dos Não Conselheiros) Ata/reunião Usuários Profissionais Poder Executivo 402 15 6 9 403 8 1 404 20 2 405 7 406 Prestadores de Não serviços contabilizados 1 3 1 6 Total de manifestações 32 0 18 7 6 0 35 2 3 3 0 15 7 0 2 0 1 10 407 8 1 1 1 0 11 408 5 0 0 0 0 5 409 17 4 5 3 1 30 410 5 4 5 3 3 20 411 8 8 5 2 0 23 412 9 5 5 2 0 21 413 9 3 1 1 1 15 414 4 2 2 1 0 9 415 9 4 5 0 0 18 416 11 2 0 1 2 16 417 7 4 3 2 0 16 418 11 3 7 1 1 23 419 4 2 4 2 0 12 420 2 4 7 1 4 18 421 Total 7 2 8 19 173 59 82 2 38 0 14 366 Fonte: Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul – 2010/2011. 136 Agora, cruzando-se os dados obtidos na Tabela 1 com os dados refletidos na terceira Tabela (excluídas as manifestações dos não conselheiros), pode-se dizer que houve uma média de 18,3 manifestações de conselheiros por encontro, enquanto havia em média 15,15 conselheiros presentes, o que faz concluir que os conselheiros presentes manifestaram-se pelo menos uma vez e, em alguns casos, mais de uma vez, gerando uma média de 1,2 manifestações por reunião. Este resultado apenas fortalece o comprometimento com o debate e a deliberação no interior do Conselho. A consideração deste dado assume relevância, pois a deliberação tem a função de construir uma decisão que tenha influência, isto é, que cause algum impacto na política a ser elaborada. Assim, a deliberação tende a se fortalecer “na medida em que os participantes em atividades conjuntas reconhecem que eles influenciaram e contribuíram para que certos desfechos ocorressem”. 299 Ademais, é em ambientes como estes, que articulam sociedade e Estado, onde os procedimentos possibilitam o exercício do raciocínio público e da argumentação pública, da cooperação e da justificação das decisões através do oferecimento de razões recíprocas (mutuamente aceitáveis) e onde se estabelecem compromissos na solução de demandas coletivas, que a teoria da democracia deliberativa se concretiza. As decisões tornam-se legítimas por serem fruto do debate coletivo, incorporando as diferentes perspectivas apresentadas e, justamente por isso, mesmo que vinculem todos no presente, são passíveis de serem revisadas no futuro, mediante a apresentação de novas razões.300 Portanto, a análise do potencial deliberativo do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul revela que a prática democrática deliberativa efetivamente existe e os dados carreados a este trabalho sugerem que ela ocorre em uma alta intensidade. Somado a isso, da análise conjunta da legislação referente ao Conselho e das atas de reuniões, constatou-se o respeito aos princípios informadores da deliberação 299 AVRITZER, Leonardo. Teoria democrática e deliberação pública. Lua Nova, São Paulo, n. 49, p. 42, 2000. 300 CUNHA, Eleonora Schettini M. A efetividade deliberativa dos Conselhos Municipais de Saúde e de Criança e Adolescente no Nordeste. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). A participação social no Nordeste. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 139. 137 (publicidade, igualdade de condições de participar no debate, reflexividade, respeito mútuo, autonomia e ausência de coerção), que foram expostos no segundo capítulo deste trabalho. Desta forma, diante de todos os dados aqui trazidos e avaliados, pode-se considerar que o Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul cumpre com sua função de representação, controle e fiscalização, e funciona como efetivo canal de participação e de comunicação entre Governo e Sociedade. Da mesma forma, funciona como um espaço de debate público, pois a formação de suas decisões (ainda que passe pelo processo de votação) é precedida por um processo prévio de exposição ao escrutínio público. 138 CONCLUSÃO Recentemente, as políticas públicas assumiram papel de notória relevância como garantidoras de direitos sociais. Apesar disso, o tema das políticas públicas se tornou uma categoria de interesse para o direito há apenas duas décadas, quando, impulsionadas pelos imperativos da abertura democrática e descentralização, passaram a ser protagonistas de ações governamentais direcionadas à concretização de direitos sociais básicos, como saúde, educação, alimentação, entre outros. Ao garantir estes direitos, as políticas públicas também estão atendendo aos princípios constitucionais e ao objetivo da própria ordem econômica brasileira, de “assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social” (art. 170, Constituição Federal de 1988). O sucesso das políticas públicas também depende de fatores que influem diretamente no processo de sua constituição e implementação, quais sejam, o direito, a democracia e a participação popular. Sem o aval jurídico, não haveria normas a disciplinar/regular a formulação e implementação das políticas públicas; a ausência de democracia acarretaria a exclusão da sociedade civil do seu processo de formação e implementação e, consequentemente, estariam inviabilizadas as formas de participação social. Foram questões como a complexidade das relações sociais, os movimentos sociais em busca de voz e vez nas questões políticas, dentre outros, que implicaram em mudanças estruturais no paradigma democrático vigente. Nesse contexto, o grande trunfo da democracia deliberativa está em ir além da preocupação com a participação social como um fim em si mesma. Ao enfatizar o procedimento, ou seja, os pressupostos e condições que conduzem esta participação – qualidade, igualdade e deliberação – a proposta deliberativa objetiva a construção e consolidação de um espaço de discussão em que a participação não seja fictícia. Nessa via, a própria dimensão do Estado exige sua compreensão como espaço público, isto é, não mais reduzido à burocracia pública e aos organismos institucionais. Por meio dessa percepção mais ampla de interlocução pública e de deliberação política, marcada por determinados parâmetros positivos, 139 constitucionais, entende-se que as políticas públicas – no que concerne a sua formação e manutenção – devem partir de um processo decisório envolvendo os órgãos públicos competentes e os atores correspondentes da sociedade civil. Portanto, o objetivo deste trabalho foi fazer uma reflexão histórico-conceitual sobre o tema das políticas públicas e comprovar que o procedimento de tomada de decisão que elege prioridades, define formas de implementação e execução das políticas, pode e deve ocorrer publicamente, por meio de um processo deliberativo e interlocutório, através do qual se busca, além de legitimar as decisões, possibilitar que as pessoas que serão afetadas por elas tenham garantido o direito de exercer algum tipo de influência no processo de constituição dessa decisão. Assim, em um primeiro momento deste trabalho, dedicou-se espaço ao estudo do tema das políticas públicas, tendo em vista que este é um conceito, muitas vezes empregado com sentido vago, não agregando significado às pesquisas. Para evitar qualquer indeterminação terminológica, foram apresentados seus principais aspectos históricos e conceituais, especialmente, sua relevância para a área jurídica. Também se analisou a ingerência das políticas públicas com a política, o Estado, o governo e as relações de poder, chegando-se ao entendimento de que as políticas podem ser concebidas como os meios de que o Estado se utiliza para viabilizar sua ação governamental. Na mesma oportunidade, foi feito um levantamento sobre os marcos estruturais das políticas públicas, que para o presente estudo, foram determinados como sendo o direito e a democracia. Assim, verificou-se em que medida se deu a institucionalização das políticas públicas como categoria jurídica e de que forma a democracia, funcionando como um pressuposto fundamental para as políticas, possibilitou o alcance de resultados sociais mais desejáveis. Dentro dessa ótica democrática e de participação social, o estudo evoluiu para um segundo momento, no qual se buscou avaliar o processo democrático de tomada de decisões. Assim, elegeu-se como parâmetro a matriz democrática deliberativa, por se considerar a mais adequada para avaliar a qualidade dos debates realizados nas instituições participativas. Para tanto, foram trabalhados os princípios basilares 140 que regem os processos deliberativos (igualdade, publicidade, reciprocidade, reflexividade, accountability, autonomia, ausência de coerção e respeito mútuo) e que devem estar presentes para garantir a legitimidade e a simetria deste processo. Por fim, foi procedido a um estudo de caso envolvendo a verificação da ocorrência (ou não) da prática deliberativa no Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul. Este estudo iniciou por meio de um breve relato histórico do surgimento dos Conselhos Municipais, bem como da sua relação com a Constituição Federal de 1988, que foi responsável por uma ampla reforma democrática no padrão de relação entre Estado e Sociedade até então vigente. O espaço de protagonismo que os entes municipais assumiram a partir da Carta de 88, fez deles o espaço ideal para as definições das prioridades de cada comunidade, tendo em vista a proximidade do governo do cidadão, bem como diante do fato de a esfera municipal ser mais acessível aos cidadãos em termos de fiscalização e controle das políticas executadas in loco. Assim, a análise do potencial deliberativo do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul se deu por meio de uma comparação entre o que determina a lei e o que refletem as atas de reuniões. Assim, procedeu-se, inicialmente, à análise da legislação municipal relativa à instituição (Lei de criação e Regimento Interno), a partir da qual se buscou analisar dados indicativos da participação social e da deliberação. Em seguida, procedeu-se à análise das atas das reuniões do Conselho, elegendo-se aspectos pontuais e relevantes para a avaliação do seu potencial deliberativo. Os dados obtidos foram sistematizados em tabelas e gráficos, que revelaram, por meio de números e de porcentagens, o nível de deliberação do Conselho. A avaliação das atas tomou por base três grandes categorias: frequência dos conselheiros às reuniões; assuntos discutidos; e vocalização, isto é, quem mais se manifestou nas reuniões do conselho. Ao final, com vistas a tornar mais específica a análise da vocalização, foi feito, ainda, um cruzamento de dados que revelou a capacidade de vocalização de cada conselheiro por encontro. 141 Os resultados desta análise são otimistas e apontam para um potencial deliberativo relativamente alto. Isso se demonstra pela rápida análise da frequência às reuniões e das manifestações realizadas por reunião: em ambos os casos, os usuários foram o segmento a registrar os mais altos índices. Em outras palavras, isso quer dizer que os usuários, além de serem os que mais compareceram, foram os que mais fizeram o uso da palavra nas reuniões, denotando o potencial social deliberativo e inclusivo da instituição. Estes índices satisfatórios podem estar relacionados a dois principais fatores. O primeiro deles tem a ver com o grau de institucionalização dos Conselhos de Saúde em nível nacional, cuja criação vem sendo estimulada desde a Constituição de 1988. A participação na política da saúde também foi incentivada com a criação do Sistema Único de Saúde, em 1990 e, da promulgação, no mesmo ano, da lei regulamentando a participação da comunidade no SUS. Além disso, existem vários incentivos do governo federal, como a organização de Conferências de Saúde, a disponibilização de cursos de capacitação para Conselheiros, distribuição de material e de informações, enfim, uma série de fatores que agrega conhecimento e qualidade às deliberações. Outro fator que poderia estar relacionado ao bom desempenho da prática deliberativa é o que diz com a cultura cívica vivenciada no Município de Santa Cruz do Sul. Por possuir uma tradição comunitária, associativa e sindical fortes, a população tende a refletir essas qualidades na participação em fóruns públicos de deliberação. Portanto, a presença do associativismo civil pressupõe a existência de uma comunidade com habilidades cívicas bem desenvolvidas, capaz de monitorar e controlar o governo de forma mais eficiente. Assim, de acordo com uma das hipóteses aventadas no início deste trabalho, pode-se constatar que não é apenas presumível que os Conselhos Municipais e assim, o próprio Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, exercem seu papel de fortalecimento da participação democrática da população na formulação e implementação de políticas públicas, como este fato também constitui uma realidade. Esta é a razão pela qual foram idealizados os Conselhos Municipais e pela qual devem ser mantidos em funcionamento. Esta hipótese foi confirmada 142 tendo em vista a reflexão teórica estabelecida ao longo dos três capítulos do trabalho, em especial o aparato jurídico brasileiro analisado, que converge nesta direção. Isso significa, também, que qualquer instituição participativa que não cumpra minimamente com esta função, deve ser repensada. Outra hipótese levantada como linha condutora da pesquisa, de que os Conselhos Municipais podem servir tão somente para legitimar as decisões políticas dos governos, não cumprindo, assim, seu papel de espaço público aberto à deliberação, não foi confirmada. A não confirmação dessa hipótese foi reforçada em termos práticos, com base na experiência do Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, que permite à população realmente influenciar, em alguma medida, na política de saúde a ser executada na esfera municipal. Apesar destas constatações, os desafios persistem. A análise realizada, ainda que fundamental, não avaliou outros parâmetros importantes, como, por exemplo, se as propostas discutidas efetivamente se tornaram uma política. Além disso, pôde-se perceber, da análise do conteúdo das atas, que há um grupo de conselheiros que está altamente evolvido e comprometido com as atividades do Conselho, enquanto outro apresenta uma participação de menor intensidade. Além disso, foi constatado que, embora se comunique a reunião e os assuntos da pauta com certa antecedência, não há uma prática de discussão preliminar sobre a definição, relevância e necessidade de discussão desses assuntos, que permitiria aos participantes um conhecimento mínimo para formar sua opinião e, deste modo, expor boas razões no debate. Assim, a formação da pauta é, em alguma medida, um momento ainda negligenciado, que requer mais atenção. Também se verificou que paira certa imprecisão com relação à homologação das decisões do Conselho pelo Poder Executivo. Como oportunamente apresentado, não há dados sobre as decisões homologadas, as não homologadas e os critérios eleitos para homologar ou não o que é decidido pelo conselho. Esta questão assume relevância na medida em que possibilita aferir o nível da vinculatividade do governo com as decisões do conselho, que, em última instância, revelam a vontade da comunidade em cada situação. Portanto, coletar e armazenar 143 dados sobre decisões homologadas e não homologadas é uma tarefa imprescindível para determinar a intensidade da influência do Conselho na política de saúde e é um ponto que ainda deve ser desenvolvido pela instituição. Seria preciso, desse modo, um exame mais acurado para avaliar a forma como o Conselho conduz estes e outros desafios, pois o Conselho de Saúde de Santa Cruz do Sul, como tantos outros órgãos participativos, envolve diferentes pessoas, com diferentes ideias e formas de pensar e, mediar todos esses interesses, por meio do debate público sobre relevantes questões que dizem respeito, em alguma medida, a todos os envolvidos, não é uma tarefa tão simples. Embora ainda haja muito a se fazer em termos de instituições participativas, os primeiros passos foram dados e os Conselhos Municipais são, atualmente, meios que detêm a prerrogativa de possibilitar que as políticas públicas assumam a feição de cada localidade em que forem implantadas, cabendo aos cidadãos intervirem neste processo, analisando, debatendo e decidindo, conjuntamente, as prioridades a serem atendidas. É isso o que se constatou a partir do estudo envolvendo o Conselho Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul que, apesar de possuir as suas dificuldades, constitui um efetivo espaço de realização da prática deliberativa, por meio da interlocução política e do diálogo em torno de questões importantes, como as prioridades coletivas a serem atendidas e a alocação dos recursos públicos. Assim, o Conselho tende a produzir e reproduzir uma cultura política de participação e, em consequência, a fortalecer a cidadania, estando, portanto, de acordo com a nova ótica do Estado Democrático de Direito veiculada pela Constituição Federal de 1988. 144 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Cícero. República, participação e democracia. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:_______(Org.). Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2010. ________. 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São Paulo: Martins Fonte, 2003. 151 ANEXO A Resolução nº 333, de 04 de novembro de 2003, do Conselho Nacional de Saúde 152 RESOLUÇÃO Nº 333, DE 04 DE NOVEMBRO DE 2003 - CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE - 301 O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Centésima Trigésima Sexta Reunião Ordinária, realizada nos dias 03 e 04 de novembro de 2003, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, considerando: a) os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas 9ª, 10ª e 11ª Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde; b) a experiência já acumulada do Controle Social da saúde e reiteradas demandas de Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento dos Conselhos de Saúde, conforme § 5º inciso II artigo 1º da Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990; c) a ampla discussão da Resolução do CNS nº 33/92 realizadas nos espaços de Controle Social, entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; d) o objetivo de consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais,Municipais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde; e) que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva participação da sociedade civil organizada, representam um pólo de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas demais esferas da ação do Estado. RESOLVE: Aprovar as seguintes DIRETRIZES PARA CRIAÇÃO, REFORMULAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE: 301 Fonte: BRASIL, Conselho Nacional de Saúde. <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em: 17 nov. 2011. 153 DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE Primeira Diretriz: Conselho de Saúde é órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde - SUS em cada esfera de Governo, integrante da estrutura básica do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização tem determinado a ampliação dos conselhos de saúde que ora se estabelecem também em Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos Distritais Sanitários Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. O Conselho de Saúde consubstancia a participação da sociedade organizada na administração da Saúde, como Subsistema da Seguridade Social, propiciando seu controle social. Parágrafo Único: Atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive, nos seus aspectos econômicos e financeiros. DA CRIAÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Segunda Diretriz: A criação dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei municipal, estadual ou federal, com base na Lei nº 8.142/90. Parágrafo Único: na criação e reformulação dos Conselhos de Saúde o poder executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher às demandas da população, consubstanciadas nas conferências de saúde. DA ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Terceira Diretriz: A participação da sociedade organizada, garantida na Legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A Legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários, em 154 relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de Usuários, de Trabalhadores de Saúde, do Governo e de Prestadores de Serviços de Saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do Conselho, em Reunião Plenária. I - O número de conselheiros será indicado pelos Plenários dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde, devendo ser definido em Lei. II - Mantendo ainda o que propôs a Resolução nº 33/92 do CNS e consoante as recomendações da 10ª e 11ª Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma: a) 50% de entidades de usuários; b) 25% de entidades dos trabalhadores de Saúde; c) 25% de representação de governo, de prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. III - A representação de órgãos ou entidades terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto de forças sociais, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, poderão ser contempladas, dentre outras, as seguintes representações: a) de associações de portadores de patologias; b) de associações de portadores de deficiências; c) de entidades indígenas; d) de movimentos sociais e populares organizados; e) movimentos organizados de mulheres, em saúde; f) de entidades de aposentados e pensionistas; g) de entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; h) de entidades de defesa do consumidor; i) de organizações de moradores. j) de entidades ambientalistas; k) de organizações religiosas; l) de trabalhadores da área de saúde: associações, sindicatos, federações, confederações e conselhos de classe; m) da comunidade científica; 155 n) de entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; o) entidades patronais; p) de entidades dos prestadores de serviço de saúde; q) de Governo. IV - Os representantes no Conselho de Saúde serão indicados, por escrito, pelos seus respectivos segmentos entidades, de acordo com a sua organização ou de seus fóruns próprios e independentes. V - O mandato dos conselheiros será definido no Regimento Interno do Conselho, não devendo coincidir com o mandato do Governo Estadual, Municipal, do Distrito Federal ou do Governo Federal, sugerindo-se a duração de dois anos, podendo os conselheiros serem reconduzidos, a critério das respectivas representações. VI - A ocupação de cargos de confiança ou de chefia que interfiram na autonomia representativa do conselheiro, deve ser avaliada como possível impedimento da representação do segmento e, a juízo da entidade, pode ser indicativo de substituição do conselheiro. VII - A participação do Poder Legislativo e Judiciário não cabe nos Conselhos de Saúde, em face da independência entre os Poderes. VIII - Quando não houver Conselho de Saúde em determinado município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da 1ª Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a criação e a definição da composição do conselho municipal. O mesmo será atribuído ao CNS, quando da criação de novo Estado da Federação. IX - Os segmentos que compõem o Conselho de Saúde são escolhidos para representar a sociedade como um todo, no aprimoramento do Sistema Único de Saúde - SUS. X - A função de Conselheiro é de relevância pública e, portanto, garante sua dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro, durante o período das reuniões, capacitações e ações específicas do Conselho de Saúde. 156 DA ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Quarta Diretriz: Os Governos garantirão autonomia para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, secretaria executiva e estrutura administrativa. I - O Conselho de Saúde define, por deliberação de seu Plenário, sua estrutura administrativa e o quadro de pessoal conforme os preceitos da NOB de Recursos Humanos do SUS. II - As formas de estruturação interna do Conselho de Saúde voltadas para a coordenação e direção dos trabalhos, deverão garantir a funcionalidade na distribuição de atribuições entre conselheiros e servidores, fortalecendo o processo democrático, no que evitará qualquer procedimento que crie hierarquia de poder entre conselheiros ou permita medidas tecnocráticas no seu funcionamento. III - A Secretaria Executiva é subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão. IV - O orçamento do Conselho de Saúde será gerenciado pelo próprio Conselho de Saúde. V - O Plenário do Conselho de Saúde que se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, funcionará baseado em seu Regimento Interno já aprovado. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência. As reuniões plenárias são abertas ao público. VI - O Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funcionamento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais, estabelecidas na Lei nº 8.080/90, instalará comissões internas exclusivas de conselheiros, de caráter temporário ou permanente, bem como outras comissões intersetoriais e grupos de trabalho para ações transitórias. Grupos de trabalho poderão contar com integrantes não conselheiros. VII - O Conselho de Saúde constituirá uma Coordenação Geral ou Mesa Diretora, respeitando a paridade expressa nesta Resolução, eleita em Plenário, inclusive o seu Presidente ou Coordenador. VIII - As decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quorum mínimo da metade mais um de seus integrantes. 157 IX - Qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preservará o que está garantido em Lei, e deve ser proposta pelo próprio conselho e votada em reunião plenária, para ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor do nível correspondente. X - A cada três meses deverá constar das pautas e assegurado o pronunciamento do gestor das respectivas esferas de governo, para que faça prestação de contas em relatório detalhado contendo dentre outros, andamento da agenda de saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria contratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei n.º 8.689/93, destacando-se o grau de congruência com os princípios e diretrizes do SUS. XI - Os Conselhos de Saúde, desde que com a devida justificativa, buscarão auditorias externas e independentes, sobre as contas e atividades do Gestor do SUS, ouvido o Ministério Público. XII - O Pleno do Conselho deverá manifestar-se por meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos. As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada a resolução, nem enviada pelo gestor ao Conselho justificativa com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo, quando necessário, ao Ministério Público. DA COMPETÊNCIA DOS CONSELHOS DE SAÚDE Quinta Diretriz: Aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis federais, bem como, em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete: I - Implementar a mobilização e articulação contínuas da sociedade, na defesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS, para o controle social de Saúde. 158 II - Elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de funcionamento. III - Discutir, elaborar e aprovar proposta de operacionalização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde. IV - Atuar na formulação e no controle da execução da política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros e propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado. V - Definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e sobre eles deliberar, conforme as diversas situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços. VI - Estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados como os de seguridade, meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e outros. VII - Proceder à revisão periódica dos planos de saúde. VIII - Deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao processo de incorporação dos avanços científicos e tecnológicos, na área da Saúde. IX - Estabelecer diretrizes e critérios operacionais relativos à localização e ao tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde públicos e privados, no âmbito do SUS, tendo em vista o direito ao acesso universal às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde em todos os níveis de complexidade dos serviços, sob a diretriz da hierarquização/regionalização da oferta e demanda de serviços, conforme o princípio da eqüidade. X - Avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS. XI - Avaliar e deliberar sobre contratos e convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais. XII - Aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (art. 195, § 2º da Constituição Federal), observado o princípio do processo de planejamento e orçamentação ascendentes (art. 36 da Lei nº 8.080/90). 159 XIII - Propor critérios para programação e execução financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação e destinação dos recursos. XIV - Fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da União. XV - Analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros, acompanhado do devido assessoramento. XVI - Fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar os indícios de denúncias aos respectivos órgãos, conforme legislação vigente. XVII - Examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho, nas suas respectivas instâncias. XVIII - Estabelecer critérios para a determinação de periodicidade das Conferências de Saúde, propor sua convocação, estruturar a comissão organizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde correspondente, explicitando deveres e papéis dos conselheiros nas préconferências e conferências de saúde. XIX - Estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de Saúde e entidades governamentais e privadas, visando à promoção da Saúde. XX - Estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre assuntos e temas na área de saúde pertinentes ao desenvolvimento do Sistema Único de Saúde SUS. XXI - Estabelecer ações de informação, educação e comunicação em saúde e divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde, seus trabalhos e decisões por todos os meios de comunicação, incluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões. XXII - Apoiar e promover a educação para o controle social. Constarão do conteúdo programático os fundamentos teóricos da saúde, a situação epidemiológica, a organização do SUS, a situação real de funcionamento dos serviços do SUS, as atividades e competências do Conselho de Saúde, bem como a Legislação do SUS, suas políticas de saúde, orçamento e financiamento. 160 XXIII - Aprovar, encaminhar e avaliar a política para os Recursos Humanos do SUS. XXIV - Acompanhar a implementação das deliberações constantes do relatório das plenárias dos conselhos de saúde. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ficam revogadas as Resoluções do CNS de nº 33/1992 e a de nº 319/2002. HUMBERTO COSTA Presidente do Conselho Nacional de Saúde Homologo a Resolução CNS Nº 333, de 04 de novembro de 2003, nos termos do Decreto de Delegação de Competência de 12 de novembro de 1991. HUMBERTO COSTA Ministro de Estado da Saúde 161 ANEXO B Lei nº 3.217, de 10 de julho de 1998 – Lei de Criação do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul Lei nº 5.470, de 08 de julho de 2008 – Altera a redação do artigo 3º, da Lei nº 3.217, de 10 de julho de 1998, que institui o Conselho Municipal de Saúde e dá outras providências 162 LEI Nº 3.217, DE 10 DE JULHO DE 1998 Institui o Conselho Municipal de Saúde e dá outras providências. SÉRGIO IVAN MORAES, PREFEITO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO SUL. Faço saber, em cumprimento ao disposto no inciso V, do artigo 61 da Lei Orgânica do Município, que o Poder Legislativo aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º. Fica instituído o Conselho Municipal de Saúde - CMS, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, em caráter permanente, como órgão deliberativo e fiscalizador do Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito Municipal. Art. 2º. Sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, são competências do CMS: I - atuar na formulação de diretrizes e estratégias da política municipal de saúde e no controle de sua execução; II - participar no estabelecimento de prioridades e diretrizes a serem observadas na elaboração do Plano Municipal de Saúde, apreciá-lo e aprová-lo; III - propor medidas para a organização e aperfeiçoamento do SUS no município; IV - propor critérios para a programação e para a execução financeira e orçamentária do Fundo Municipal de Saúde, acompanhando a movimentação e o destino dos recursos (Planos de Aplicação e Prestação de Contas); V - acompanhar, avaliar e fiscalizar as ações e serviços de saúde prestados à população pelos órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do SUS; VI - propor critérios para a elaboração de contratos e convênios entre o setor público e as entidades privadas de saúde, no que tange à prestação de serviços de saúde; VII - apreciar previamente os contratos referidos no inciso anterior e outros, inclusive termos aditivos a serem fixados pela Secretaria Municipal de Saúde; VIII - participar no estabelecimento de diretrizes quanto à localização e o tipo de unidades prestadoras de serviços de saúde, públicas e privadas, no âmbito do SUS; IX - apreciar e aprovar os relatórios de gestão do SUS apresentados pela 163 Secretaria Municipal de Saúde; X - apreciar, analisar e deliberar sobre as políticas setoriais de saúde, bem como acompanhar e fiscalizar sua implementação; XI - aprovar o regulamento, organização e as normas de funcionamento das conferências municipais de saúde realizadas ordinariamente e convocá-las extraordinariamente; XII - examinar propostas e denúncias relacionadas às ações e aos serviços de saúde municipais, encaminhando as providências cabíveis; XIII - estimular a participação comunitária no controle, acompanhamento e avaliação do sistema municipal de saúde; XIV - elaborar seu Regimento Interno; XV - outras atribuições estabelecidas em normas complementares. Art. 3º. O CMS terá a seguinte composição: I - Do Governo: - 02 representantes da Secretaria Municipal de Saúde; - 01 representante do Secretaria Municipal de Fazenda; - 01 representante da Secretaria Municipal de Educação; - 01 representante da Secretaria Municipal de Administração. II - Dos Prestadores de Serviços de Saúde: - 02 representantes dos prestadores filantrópicos conveniados ao SUS ou privados contratados pelo SUS. III - Dos Profissionais de Saúde: - 03 representantes de entidades das categorias de profissionais de saúde. IV - Dos Usuários: - 10 representantes de entidades, associações e/ou conselhos comunitários, sindicatos, entidades patronais, associações de portadores de deficiências e/ou patologias e outras entidades da sociedade civil organizada. Art. 4º. O CMS será constituído por Plenário, Mesa Diretora, Comissões Técnicas e Comissões Especiais. § 1º. Os membros da Mesa Diretora (que deverá ser paritária), inclusive seu presidente, serão eleitos entre os Conselheiros Titulares que compõem o Plenário do CMS, mediante voto direto, para um período de 01 (um) ano. 164 § 2º. A cada titular do CMS corresponderá um suplente. § 3º. Será considerada como existente, para fins de participação no CMS, a entidade regularmente organizada. § 4º. A representação dos profissionais de saúde, no âmbito do município, poderá ser definida por indicação conjunta das entidades representativas das diversas categorias. § 5º. O número de representantes do grupo de usuários deverá ser igual (paritário) ao número de representante do outro grupo (governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde). Art. 5º. A indicação dos membros efetivos do CMS é privativa das respectivas bases, entidades ou segmentos sociais: I - cabe ao Prefeito escolher os representantes do governo; II - e às respectivas entidades nos demais casos. § 1º. O Secretário Municipal de Saúde é membro nato do CMS, como um dos representantes do governo. § 2º. A Mesa Diretora é composta pelo Presidente, Vice-presidente, Primeiro Secretário e Segundo Secretário. § 3º. A nomeação dos conselheiros será formalizada por ato do Poder Executivo. § 4º. Os membros do CMS poderão ser substituídos mediante solicitação da entidade ou autoridade responsável, apresentada ao Prefeito Municipal. Art. 6º. O CMS terá seu funcionamento regido pelas seguinte normas: I - O exercício da função de conselheiro não será remunerado, considerandose como serviço de relevância pública; II - Os membros do CMS serão substituídos, caso faltarem sem motivo justificado a 03 (três) reuniões consecutivas ou 05 (cinco) reuniões intercaladas no período de 01 (um) ano; III - o órgão de deliberação máxima é o Plenário; IV - as sessões plenárias serão realizadas ordinariamente 02 (duas) vezes por mês e extraordinariamente quando convocadas pelo Presidente ou por requerimento da maioria de seus membros; V - para a realização das sessões será necessária a presença da maioria 165 absoluta dos membros do CMS, que deliberará pela maioria dos votos dos presentes; VI - cada membro do CMS terá direito a um único voto na sessão plenária; VII - as decisões do CMS serão consubstanciadas em resoluções, que deverão ser homologadas pelo Secretário Municipal de Saúde em 30 dias. Art. 7º. O Orçamento da Secretaria Municipal de Saúde contemplará recursos financeiros para o desenvolvimento das atividades do CMS (despesas de custeio e de capital). Parágrafo único. A Secretaria Municipal de Saúde prestará apoio administrativo e operacional às atividades do CMS, cedendo recursos humanos e materiais necessários ao seu funcionamento. Art. 8º. Para melhor desempenho de suas funções, o CMS poderá recorrer a pessoas e entidades, mediante os seguintes critérios: I - consideram-se colaboradores do CMS, as instituições formadoras de recursos humanos para a saúde e as entidades representativas de profissionais e usuários dos serviços de saúde, sem embargo de sua condição de membros; II - poderão ser criadas comissões internas, constituídas por entidadesmembros do CMS e outras instituições, para promover estudos e emitir pareceres a respeito de temas específicos. Art. 9º - As sessões plenárias, ordinárias e extraordinárias, do CMS deverão ter divulgação ampla e acesso ao público. Parágrafo único. As resoluções do CMS, bem como os temas tratados em plenário, reuniões de diretoria e comissões, deverão ser amplamente divulgadas. Art. 10. O CMS elaborará seu Regimento Interno no prazo de 60 (sessenta dias) após a promulgação deste Lei, definindo sua organização e funcionamento, que deverá ser aprovado pelo Plenário. Art. 11. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias constantes do Orçamento Programa. Art. 12. Ficam revogadas as Leis Municipais nºs 2.378, de 18 de setembro de 1991, 2.540, de 19 de novembro de 1993, 3.094, de 22 de outubro de 1997, e 166 demais disposições em contrário. Art. 13. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Santa Cruz do Sul, 10 de julho de 1998. SÉRGIO IVAN MORAES Prefeito Municipal Registre-se, publique-se e cumpra-se AMYR JOSÉ ROCKENBACH Secretário Municipal de Administração em exercício 167 LEI Nº 5.470, DE 08 DE JULHO DE 2008 Altera a redação do artigo 3º, da Lei nº 3.217, de 10 de julho de 1998, que institui o Conselho Municipal de Saúde e dá outras providências. A PREFEITA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO SUL. FAÇO SABER em cumprimento ao disposto no inciso V, do artigo 61 da Lei Orgânica do Município, que o Poder Legislativo aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º Fica alterada a redação do artigo 3º, da Lei nº 3.217, de 10 de julho de 1998, que institui o Conselho Municipal de Saúde e dá outras providências, que passa a viger com a seguinte redação: “Art. 3º O CMS será composto por 20 (vinte) membros, dos quais 25% representarão o Governo e prestadores de serviço, 25% os trabalhadores do SUS e 50% os usuários, conforme segue: I – governo: a) 02 representantes da Secretaria Municipal de Saúde; b) 01 representante da Secretaria Municipal de Fazenda; II – dos prestadores de serviços de saúde: a) 02 representantes dos prestadores filantrópicos conveniados ao SUS ou privados contratados pelo SUS; III – dos profissionais de saúde: a) 05 representantes de entidades das categorias de profissionais de saúde; IV – dos usuários: a) 10 representantes de entidades, associações e/ou conselhos comunitários, sindicatos, entidades patronais, associações de portadores de deficiências e/ou patologias e outras entidades da sociedade civil organizada.” Art. 2º Esta lei entrará em Santa Cruz do Sul, 08 de julho de 2008. vigor na data de sua publicação. 168 HELENA HERMANY Prefeito Municipal Registre-se, publique-se e cumpra-se. CARLOS ALBERTO HAAS Secretário Municipal de Administração 169 ANEXO C Decreto nº 7.732, de 06 de abril de 2009 – Regimento Interno do Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul 170 DECRETO Nº 7.732, DE 06 DE ABRIL DE 2009. INSTITUI O REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE. A PREFEITA MUNICIPAL DE SANTACRUZ DO SUL, no uso de suas atribuições legais, e de conformidade com o inciso VIII, do artigo 61 da Lei Orgânica do Município, DECRETA: CAPÍTULO I DA FINALIDADE Art. 1º O Conselho Municipal de Saúde tem por finalidade deliberar e fiscalizar sobre a Política Municipal de Saúde, conforme competências estabelecidas na Lei Municipal nº 3217, de 10 de julho de 1998, e lei Municipal nº 5470, de 08 de julho de 2008, e Resolução nº 333, de 04 de novembro de 2003. CAPÍTULO II DA ESTRUTURAÇÃO Art. 2º O CMS tem a seguinte estrutura: I - Plenário II - Mesa Diretora III - Comissões Técnicas IV - Comissões Especiais Art. 3º O CMS é composto por tres representantes da Prefeitura Municipal, cinco representantes dos profissionais da Saúde, dois representantes dos prestadores de serviços e dez representantes dos usuários. 171 § 1º Os representantes acima serão considerados Membros Titulares do CMS, com direito a voto. § 2º A cada membro Titular caberá um Membro Suplente que, no impedimento daquele, o substituirá. Art. 4º Integram o CMS vinte conselheiros, nomeados pelo Prefeito Municipal, assim distribuídos: a) Não usuários: I - O Secretário Municipal da Saúde — é membro nato; II - Dois membros da Prefeitura Municipal: um deles deverá ser membro da Secretaria Municipal da Saúde; o outro deverá ser membro de alguma outra secretaria do Executivo Municipal. III - Cinco representantes dos Profissionais de Saúde: – representando entidades das categorias de profissionais da saúde. IV - Dois representantes dos Prestadores de Serviços em Saúde: – representando os prestadores filantrópicos e/ou privados, conveniados e/ou contratados pelo SUS. b) Usuários: I - Dez representantes representando entidades, associações e/ou conselhos comunitários, sindicatos, entidades patronais, associações de portadores de deficiências e/ou patologias e outras entidades da sociedade civil organizada. Parágrafo Único A escolha dos representantes do Executivo caberá ao Prefeito Municipal e às respectivas entidades nos demais casos. Art. 5º A nominata dos membros do CMS deverá ser entregue ao Prefeito Municipal até a data da primeira reunião ordinária do CMS no mês de março. Art. 6º Uma vez de posse da nominata, o Prefeito Municipal terá o prazo de cinco dias úteis para a divulgação da mesma através da imprensa oficial. Art. 7º Com exceção do Secretário Municipal da Saúde, todos os demais membros titulares e/ou suplentes, terão mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos. Parágrafo único Em caso de vacância do cargo, o conselheiro substituto sê-lo-a exclusivamente para completar o tempo de mandato do substituído. 172 CAPÍTULO III DA CONVOCAÇÃO Art. 8º A convocação para as reuniões do CMS deverá explicitar: I - O caráter da reunião: ordinária ou extraordinária; II - A data da reunião; III - O local da reunião; IV - O horário da reunião Em 1ª chamada; Em 2ª chamada. V - A pauta da reunião a) Projeto(s) de resolução(ões) a ser(em) votados quando houver: - Se aprovadas, as resoluções deverão ser publicadas imediatamente, com previsão da vigência. - Se não aprovadas, serão arquivados, podendo ser reapresentadas. b) Assunto(s) a ser(em) discutido(s) e elaboração do respectivo parecer: - O parecer deve ser elaborado e aprovado na própria reunião; - Caso necessitar de assessoria especializada, obrigatoriamente deve ser apresentado e votado na reunião subseqüente; c) Assuntos gerais, sem caráter deliberativo; nominá-los preferencialmente. Parágrafo Único Nas convocações devem ser anexados os documentos necessários para subsidiar as discussões. CAPÍTULO IV DAS REUNIÕES E DO QUÓRUM DAS REUNIÕES Art. 9º O CMS é um fórum permanente de tudo aquilo que diga respeito a saúde no Município. Regimentalmente, se reunirá: I - Ordinariamente II – Extraordinariamente 173 Art. 10 As reuniões ordinárias ocorrerão, pelo menos, uma vez por mês, de acordo com a respectiva convocação. § 1º Deverá ser obedecido o prazo de sete dias, no mínimo, entre uma e outra reunião ordinária. § 2º O conselheiro - e/ou o órgão ou entidade por ele representada - deverão ter ciência da convocação, pelo menos, três dias antes da data da reunião. Art. 11 As reuniões extraordinárias ocorrerão a qualquer tempo do ano, de acordo com a respectiva convocação. § 1º Deverá ser obedecido o prazo de três dias no mínimo entre uma e outra reunião extraordinária ou entre uma reunião ordinária e uma reunião extraordinária. § 2º O conselheiro - e/ou o órgão ou entidade por ele representada deverá ter ciência da convocação, pelo menos, vinte e quatro horas antes da data da reunião. § 3º A convocação de uma reunião extraordinária se fará: a) Por ato da presidência da mesa diretora b) Por ato de qualquer um dos demais conselheiros: - neste caso, com a concordância por escrito de, no mínimo, quinze conselheiros. c) Por ato do Executivo Municipal. Art. 12 O quorum necessário para a realização de uma reunião do CMS será de: Em 1ª chamada: onze conselheiros; Em 2ª chamada: oito conselheiros. Parágrafo único Para a realização de uma reunião extraordinária o quorum será de onze conselheiros. Art. 13 Modificações neste regimento interno somente poderão ocorrer em reunião na qual o quorum for igual ou superior a onze conselheiros. Art. 14 As reuniões do CMS serão abertas ao público em geral, que terá direito a voz. CAPITULO V DO PLENÁRIO Art. 15 O plenário da reunião é o órgão de deliberação máxima. 174 Parágrafo único Por plenário de uma reunião se entende o número de conselheiros que assinaram o livro de presença. Regimentalmente, o presidente verificará o quorum e declarará abertos os trabalhos. Art. 16 As decisões do plenário serão por maioria simples. I - Em nenhuma hipótese, será aceito o voto cumulativo e/ou por procuração. II - Para a votação deverão ser observados os seguintes preceitos: a) Além dos casos expressos em lei, será feita, por escrutíneo secreto, toda a votação que interesse diretamente a qualquer membro do conselho; b) Nos demais casos, a votação será simbólica, constando da ata apenas o número de votos favoráveis ou contrários; c) Qualquer conselheiro poderá solicitar que seja consignado em ata o seu voto; d) Se algum conselheiro requerer, a votação será nominal, desde que o assunto não exija votação secreta; e) Nenhum conselheiro desimpedido poderá excusar-se de dar o seu voto; f) O presidente terá apenas o voto de qualidade. CAPÍTULO VI DOS TRABALHOS NAS REUNIÕES Art. 17 Constituído o plenário, as reuniões constarão de duas partes: 1ª) EXPEDIENTE: - destinado a discussão e votação da ata da reunião anterior, leitura do expediente, comunicação dos conselheiros e apresentação dos projeto(s) de resolução(ões) e/ou assunto(s) a ser(em) pautados; § 1º Os conselheiros deverão ter conhecimento prévio da ata em discussão de, pelo menos, vinte e quatro horas; § 2º Aprovada a ata, ela será subscrita pelos componentes da Mesa Diretora e pelos conselheiros presentes. 2ª) ORDEM DO DIA: - destinada à discussão e votação da matéria constante da pauta. 175 CAPÍTULO VII DA MESA DIRETORA Art. 18 - O CMS será coordenado por uma Mesa Diretora que terá a seguinte constituição: - Presidente - Vice-Presidente - Primeiro Secretário - Segundo Secretário § 1º A Mesa Diretora terá a mesma proporcionalidade de representação do Conselho, ou seja: deverá ser paritária, em relação aos usuários e não usuários. § 2º Os membros da Mesa Diretora serão eleitos em reunião do CMS — de preferência, específica para tal fim — para o mandato de um ano, podendo ser — individual ou coletivamente — reconduzidos consecutivamente uma única vez. Art. 19 Compete ao presidente: a) Convocar as reuniões; b) Dirigir os trabalhos nas reuniões; c) Designar comissões técnicas e/ou especiais e seus membros; d) Representar o CMS: - a critério do plenário, poderá delegar poderes de representatividade; e) Executar as decisões do Conselho; f) Em tempo hábil, deflagrar o processo eleitoral para a renovação do Conselho; g) Apresentar, ao final do seu mandato, um relatório da sua gestão, a quem julgar conveniente e, obrigatoriamente, ao plenário que deverá emitir parecer sobre o mesmo. Art. 20 Compete ao Vice-Presidente: a) Substituir o Presidente nos casos de impossibilidade do mesmo. Art. 21 Compete ao primeiro secretário, a responsabilidade de tudo o que diga respeito às atas; Parágrafo único Ao segundo secretário compete auxiliar o primeiro secretário. 176 CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 22 O exercício da função de conselheiro não será remunerada, considerando-se como serviço de relevância pública. Art. 23 À exceção do Secretário Municipal da Saúde — que é membro nato — os demais membros do CMS serão automaticamente substituídos caso faltarem, sem motivo justificado, a três reuniões consecutivas e/ou a cinco reuniões intercaladas no período de um ano. § 1º A justificativa da falta será apresentada ao presidente que, na primeira reunião posterior a data de apresentação, deverá submetê-la à decisão do plenário. § 2º Uma vez constatada a necessidade de substituição, caberá ao plenário decidir sobre o fato, na reunião ordinária subseqüente. Art. 24 O CMS terá como sede de apoio executivo as instalações indicadas pela Prefeitura Municipal e da estrutura administrativa por parte da Secretaria Municipal da Saúde. Art. 25 Os casos omissos, bem com as dúvidas suscitadas na execução deste regimento, serão dirimidas pelo CMS. Art. 26 Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente o Decreto nº 5226, de 02 de maio de 2001, e Decreto nº 6507, de 21 de novembro de 2005. Santa Cruz do Sul, 06 de abril de 2009. NEIVA TERESINHA MARQUES Prefeita Municipal Registre-se, publique-se e cumpra-se ANTONIO NELSON NASCIMENTO Secretário Municipal de Administração 177 ANEXO D Portarias que nomeiam os representantes de cada segmento que exercerão a função de Conselheiro no Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul: Portaria nº 14.488, de 21 de março de 2010 Portaria nº 15.372, de 27 de setembro de 2010 Portaria nº 15.589, de 23 de dezembro de 2010 Portaria nº 15.745, de 03 de fevereiro de 2011 Portaria nº 16.039, de 01 de abril de 2011 Portaria nº 16.217, de 06 de junho de 2011 Portaria nº 16.388, de 26 de julho de 2011 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 ANEXO E Atas de reunião do Conselheiro no Conselho Municipal de Santa Cruz do Sul: Atas 402 a 421 – 23 de novembro de 2010 a 08 de novembro de 2011 188 ATA 402 Aos vinte e três dias do mês de novembro de dois mil e dez, às dezoito horas e 15 minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Ernani dos Santos, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozzetto Ambrosi, José Bonifácio Almada Martins e Jonas Israel Vedoy; e dos conselheiros suplentes: Elton Bigolin, Telmo Waldy Zanette e Alexandre Paulus. Presentes, ainda, Paulo Weiss - médico e assessor técnico do CMS - e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Darci Benke - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação do adendo ata 399 e ata 401, segundo item da pauta, que, colocada em votação o adendo a ata 399 e a ata 401 sendo aprovadas por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas Ofício nº 61 – de 10/11/2010 para a Promotoria de Justiça, solicitando audiência para esclarecimentos sobre arquivamento do Inquérito Civil 134/2008 – Irregularidades na Comunidade Terapêutica Recomeçar, conforme notificação recebida; Ofício nº 62 – de 18/11/2010 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocação para a reunião ordinária de 23/11/2010 (enviado para todos os conselheiros via email); Ofício 63 – de 19/11/2010 para a Câmara Municipal de Vereadores, solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do CMS – dia 14 de dezembro de 2010; Correspondências Recebidas - Ofício de 23/09/2010, proveniente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul, Herveiras, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras, justificando a impossibilidade de seus representantes conselheiros participarem da reunião ordinária do dia 26/10/2010; Ofício de 27/10/2010, proveniente do Comitê de Ações de Redução da Mortalidade Infantil e Fetal, convidando este conselho para participar da 4ª Semana Municipal do Bebê que se realizou no dia 10/11/2010 na Câmara Municipal de Vereadores; Ofício nº 1727/SMS/2010 de 11/10/2010, proveniente da Secretario Municipal de Saúde informando o repasse de R$ 26.570,04 mensal a partir de outubro de 2010 para ser incorporado ao teto do Município de Santa Cruz do Sul na Ficha de Programação Orçamentária do CIS-Vale do Rio Pardo (assunto de pauta na presente reunião); Ofício de 09/11/2010, proveniente da UNISC, convidando este conselho para participar de reunião no dia 19/11/2010, às 10 horas, no auditório do CEREST, para esclarecimentos dos objetivos e funcionamento do projeto VER-SUS CIES 13 – UNISC; Ofício nº 776/2010 - PJIJ – de 11/11/2010, proveniente da Promotora Simone Spadari, convidando o presidente deste conselho para participar de audiência no dia 13 de dezembro de 2010 para tratar de assuntos relacionados à implementação de um centro de práticas restaurativas no Município; Ofício nº 163/SMEC/2010 de 16/11/2010, proveniente da Secretaria Municipal de Educação, convidando para participar do encontro mensal do Fórum Permanente da NãoViolência, dia 01/12/2010, às 8h 30 min, no Auditório de Secretaria; Ofício DG/193/2010 de 17/11/2010, proveniente do Hospital Santa Cruz, encaminhando cópia do parecer técnico emitido pela Comissão de Óbitos do HSC (assunto já discutido neste conselho); Cópia do Ofício CIST DE 19/11/2010 encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde informando das carências da UMREST, como falta de recursos humanos e matérias; Mandado de Notificação para cientificar este 189 conselho do arquivamento do Inquérito nº 134/2008 destinado a apurar eventuais irregularidades na Comunidade Terapêutica Recomeçar; Convite ao presidente deste conselho para participar da solenidade de abertura do ENART/2010 – dia 19/11/2010, 19 horas; Convite para participação deste conselho na cerimônia de inauguração das novas instalações do Centro Obstétrico e visitação à nova Unidade de Cuidados Intermediários no Hospital Santa Cruz, dia 18/11/2010, às 19 horas (convite enviado via email a todos os conselheiros); Email de 27/11/10 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, convidando para participar do Curso de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas – Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias, a partir do dia 21/10/2010, em Santa Catarina (email enviado a todos os conselheiros); Email de 04/11/10 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando a proposta de Regulamento da XVI Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, para conhecimento e divulgação (email enviado a todos os conselheiros); Email de 05/11/2010 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, apresentando a nominata da Mesa Diretora do Colegiado para a gestão 2010/2012 (email enviado a todos os conselheiros); Email de 05/11/2010 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, apresentando a Programação da XVI Plenária Nacional de Conselhos de Saúde (email encaminhado a todos os conselheiros); Email de 05/11/2010 proveniente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, convidando para a programação visando detectar problemas de câncer de mamas em mulheres do município com oferecimento de exames, dia 06/11/2010 – Praça Getúlio Vargas, das 9 horas às 15 horas; Email de 16/11/2010, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando pauta: Contratualização Hospital Santa Cruz – Alteração do início do contrato; Email de 17/11/2010, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando pauta: Resolução 323/10-CIB/RS - Repasse R$ 54.814,80 – Ressonância Magnética; Email de 19/11/2010, proveniente da UNISC – Professora Margarida Mayer, solicitando pauta: Projeto PET Saúde Mental; Email de 19/11/2010, proveniente da UNISC – Professora Margarida Mayer, solicitando a inclusão do Projeto PET Saúde Mental como primeiro assunto da pauta na reunião do dia 23/11/2010. O presidente Darci manifestou-se dizendo que quanto a solicitação de audiência para tratar do assunto Clinica Recomeçar, encaminhada para a Promotoria, terá definição após o retorno das férias da promotora depois do dia doze dezembro quando contatará para definir a data da audiência, ainda, realizou a leitura do parecer da comissão de óbitos referente ao assunto do natimorto tratado em pauta neste conselho. O conselheiro Gilberto Saraiva manifestou-se dizendo que conforme a notificação o inquérito esta arquivado, questionando o representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio sobre a prestação de contas da Clinica Recomeçar de recursos públicos repassados com aval deste conselho, sendo que Cássio concordou da necessidade da prestação de contas, respondendo que tem conhecimento que estavam atrasados conforme manifestação da Secretaria Municipal da Fazenda, ressaltando do direito deste conselho analisar os documentos dessa prestação de contas, acredita que o arquivamento do inquérito ocorreu em função de que a Vigilância Sanitária do estado esteve na clinica e aprovou as instalações. O conselheiro Penha manifestouse dizendo que este conselho deve ter acesso ao laudo da Vigilância Sanitária. O assessor Técnico Paulo Weiss manifestou-se dizendo que após a audiência com a promotoria será esclarecidos os questionamentos. O conselheiro Gilberto Saraiva manifestou-se dizendo que outras cláusulas do TAC não estão sendo cumpridas. Em continuidade, o presidente Darci, manifestou-se colocando a solicitação de inversão de pauta da Professora Margarida que precisava ministrar aula na UNISC, 190 às dezenove horas, sendo que o plenário acatou de forma unânime, passando para o sétimo item de pauta – Projeto PET/Saúde Mental. A representante da UNISC, professora Margarida, manifestou-se fazendo a explanação do projeto, sendo que no final colocou-se à disposição para questionamentos. O presidente Darci perguntou de que forma o projeto vai intervir dentro da saúde, sendo respondido pela Professora Margarida de que será dentro dos CAPSs, sendo que são ações conjuntas, terá duração de doze meses, mas que o edital não diz nada a respeito da prorrogação, mas que tem conhecimento de que o Mistério da Saúde tem intenção dar continuidade, será aplicado na rede regional, desta forma outros municípios serão beneficiados. O assessor técnico Paulo Weiss manifestou-se perguntando se o atendimento será diferenciado ou o mesmo atendimento que está sendo executado, sendo respondido pela Professora Margarida de que poderão ser ampliados estes atendimentos quando necessários, sendo que o projeto visa a ação do ensino sobre os serviços participando os acadêmicos com o professor tutor, existindo assim os profissionais, os acadêmicos e o professor tutor, envolvidos oito cursos da UNISC. O presidente Darci pergunta se o aluno e o professor vão participar juntos no atendimento, considerando que hoje é muito difícil conseguir uma consulta com uma psicóloga na rede, sendo respondido pela Professora Margarida que às vezes sim, sempre com o profissional ou o professor. O representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio manifestou-se dizendo que este projeto vai contribuir ao combate a drogatização, com a integração da rede, além disso, é importante na formação de profissionais, estando a UNISC de parabéns por esta ação. O conselheiro Penha manifestou-se dizendo que tem preocupações, dizendo que a área de saúde mental é complicada pois trata com drogas e litígios sendo que abordar este problema é complicado, questiona qual seria a relação acadêmica com o tipo de paciente, outra questão é a necessidade de abordagem especializada em que alunos dos primeiros semestres não teriam requisitos para enfrentar determinados tipos de situações, devendo afunilar a área de ação, pois abrir o leque preocupa o manejo do paciente, sendo necessários profissionais especializados. O conselheiro Ângelo Hoff manifestou-se dizendo que devemos aprofundar estes análises para levar em consideração, ressaltando que existem vantagens no projeto, pois é financiamento externo, considerando que o projeto vai atuar na formação dos profissionais com ênfase à atenção básica de saúde, a existência de bolsa com capacitação para vivenciar realidades, sendo que os tutores são selecionados com perfil visando preparar o aluno para que tenham a formação de base social futura, desta forma devemos considerar estes riscos e aprovar o projeto, fazendo o controle social. O conselheiro Lídio questiona de que forma vai ser feita a escolha. A Professora Margarida manifestou-se respondendo os questionamentos dizendo o projeto também visa a qualificação de funcionários e dos profissionais, concorda que os alunos com maior avanço em semestres nos cursos são mais preparados, ressaltando que o projeto em que ser interdisciplinar conforme o edital. Não havendo mais questionamentos o presidente Darci coloca em votação o Projeto – PET/Saúde Metal sendo aprovado por unanimidade o Projeto – PET/Saúde Mental. A Professora Margarida manifestou-se se colocando a disposição do conselho para informar o andamentos dos Projetos PETs, sendo elogiada pela atitude de querer vir neste conselho pelo Assessor Técnico Paulo Weiss, considerando que muitos projetos são aqui aprovados e não sabemos os resultados. O presidente Darci agradece a presença da Professora Margarida, em seguida manifestou-se pelo andamento da reunião passando para o quarto item de pauta – Resolução 312/10-CIB/RS Repasse mensal de R$ 26.570,04 (vinte e seis 191 mil quinhentos e setenta reais e quatro centavos), passando a palavra para o representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio, que explanou e explicou o teor da resolução ressaltando que Santa Cruz do Sul não esta sendo beneficiada com a contemplação do recurso, por que tem gestão plena, mas que a secretaria não concorda com a decisão e vai tentar reverter a situação. O conselheiro Gilberto Saraiva manifestou-se dizendo que a CIS-VALE mantem um péssimo atendimento com determinados médicos, que não ira mais aprovar nada neste conselho relacionado com a CIS-VALE, relatando problema enfrentado em atendimento com determinada médica que estava falando mal do SUS. O representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio manifestou-se dizendo que concorda com o conselheiro Gilberto e que os serviços são muito bem pagos a CIS-VALE, informando que a secretaria conseguiu contratar exames pela tabela SUS aumentando o número que era somente quatro por mês passando para quarenta, comemora com este avanço, mas que mantemos o vínculo com a CIS-VALE pela carência de especialistas e pelo fato de ser Santa Cruz do Sul referência e possuir gestão plena. O conselheiro José Carlos manifestou-se perguntando: Na avaliação do gestor é necessário o serviços da CIS-VALE para o município, sendo respondido por Cássio que o problema é os médicos especialistas, mas que a proposta é realizar concurso e projetar uma policlínica com diversos especialistas. O presidente Darci, após fazer a leitura do parecer favorável da comissão de finanças nº 29//2010, coloca em votação a Resolução 312/10-CIB/RS Repasse mensal de R$ 26.570,04 (vinte e seis mil quinhentos e setenta reais e quatro centavos) sendo aprovado pelo plenário com voto contrário do conselheiro Gilberto Saraiva. Passamos ao quinto item de Pauta – Resolução 323/10-CIB/RS Repasse de R$ 54.814,80 (cinqüenta e quatro mil oitocentos e quatorze reais e oitenta centavos), o presidente Darci passou a palavra ao representante da Secretaria Municipal de Saúde que explicou o teor da resolução colocando-se a disposição para perguntas, sendo atendidos os questionamentos de alguns conselheiros, o presidente Darci, após fazer a leitura do parecer favorável da comissão de finanças n. 30/2010, coloca em votação a Resolução 323/10-CIB/RS Repasse de R$ 54.814,80 (cinqüenta e quatro mil oitocentos e quatorze reais e oitenta centavos) sendo aprovada por unanimidade. Passamos ao sexto item de pauta – Contratualização Hospital Santa Cruz/Alteração da data de início, o presidente Darci passou a palavra para o representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio que fez as considerações dos motivos da alteração da data, ficando à disposição dos conselheiros para possíveis indagações. O conselheiro Gilberto Saraiva manifestou-se questionando da inclusão da clausula sugerida pelo conselho conforme consta no final da ata n. 399 da reunião ordinária do dia vinte e oito der setembro de 2010, sendo respondido por Cássio de que foi encaminhado para a Procuradoria Jurídica do Município e ainda não veio retorno. O assessor técnico Paulo Weiss manifestou-se dizendo que a inclusão da cláusula teve a anuência do Hospital Santa Cruz e iria solucionar problemas eventuais como o caso da usuária que faleceu, assunto discutido neste conselho. Após várias manifestações de diversos conselheiros ficou acordado por unanimidade que a Comissão de Contratos e Convênios poderá deliberar sobre esta pauta, após a verificação de que a sugestão do conselho constante no final da ata 399 da reunião ordinária do dia vinte e oito de setembro de 2010 constar como clausula na contratualização do Hospital Santa Cruz com início no dia primeiro de janeiro de 2011, ficando no aguardo da confirmação da Secretaria Municipal de Saúde. Passamos para o oitavo item de pauta – Assunto Gerais – como primeiro inscrito, o conselheiro José Carlos manifestou-se fazendo a leitura de um e-mail 192 recebido do Conselho Municipal de Saúde de uma usuária que encaminhou assunto de falta de medicação, sendo que encaminhado o documento à mesa diretora, o presidente Darci determinou que seja oficiado à Secretaria Municipal de Saúde para esclarecimentos e possíveis soluções do caso, com oportuno retorno ao Conselho Municipal de Saúde. O presidente Darci manifestou-se dizendo que foi procurado pelos profissionais dentistas do Hospitalzinho quando alegaram que estão sendo ameaçados de que os consultórios serão transferidos para o Pró-Saúde II, na ocasião ficou acertado do encaminhamento da ata da reunião do dia 11 de maio de 2010, onde a Coordenadora do Hospitalzinho diz que não haverá a transferência, sendo respondido pelo representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio de que realmente é objetivo da gestão construir um consultório em anexo junto ao PróSaúde, mas que esta orientação de ameaçar não partiu da secretaria. O presidente Darci manifestou-se dizendo que irá providenciar a ata para os profissionais, ressaltando a tensão que encontravam-se estas pessoas quando da reunião realizada. O conselheiro Jonas manifestou-se dizendo que existem no município aproximadamente dois mil trabalhadores, sendo que esta situação deverá ser discutida no conselho. O presidente Darci manifestou-se relatando o caso ocorrido no Posto de Saúde Verena em que as funcionárias Astrid e a Médica Débora sofreram ameaças por parte de um apenado que estava trabalhando na praça enfrente ao posto, levando a funcionária Astrid adoecer e entrar em laudo médico. O representante da secretaria Cássio manifestou-se dizendo que não recebeu a comunicação desta situação e vai constatar com o posto. O conselheiro SINFIN manifestou-se dizendo que seguidamente acontece estes problemas de ameaças envolvendo com os apenados e cidadãos, mas somente quando ocorrer uma desgraça é que a administração vai tomar alguma atitude. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que os profissionais da saúde são diariamente coagidos e ameaçados em todos os setores, inclusive dentro dos hospitais. O presidente Darci manifestou-se dizendo que recebeu uma denuncia de que no Posto de Saúde do SENAI e Bom Jesus falta médicos, e que por este motivo pessoa idosas estão entrando nas filas para remarcar consultas, sendo que o representante da secretaria respondeu que o médico do SENAI esta de férias e a médica do Bom Jesus esta em licença-maternidade e quanto a questão dos idosos fará uma verificação dos fatos. Por fim, o presidente Darci, manifestou-se dizendo que recebeu outra denúncia de falta de medicamentos na farmácia municipal, esta denúncia é do usuário Beto Barbosa referente ao remédio Metropholol-110 Ml que não esta disponível aos usuários na farmácia sendo encaminhada ao representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio, por fim agradeceu a presença de todos dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, Secretário, e pelo Presidente, Darci Benke. Presidente Secretario 193 ATA 403 Aos quatorze dias do mês de dezembro de dois mil e dez, às dezoito horas e 15 minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Marina Inês Silva Gomes, João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, Oswaldo Balparda, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Ernani dos Santos, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozzetto Ambrosi, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio Almada Martins e Jonas Israel Vedoy; e dos conselheiros suplentes: Elton Bigolin, Telmo Waldy Zanette, Renato Goerck e Alexandre Paulus. Presentes, ainda, Paulo Weiss - médico e assessor técnico do CMS - e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Darci Benke - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da ata 402, segundo item da pauta, que, colocada em votação a ata 402 sendo aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas - Ofício nº 64 – de 25/11/2010 para a Secretaria Municipal de Saúde, encaminhando denuncia da Sra. Leonalda no Conselho Estadual de Saúde sobre falta de medicamentos; Ofício nº 65 – de 10/12/2010 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocação para a reunião ordinária de 14/12/2010 (enviado para todos os conselheiros via email); Correspondências Recebidas - Ofício Gab. DG nº 7911 de 26/11/2010, proveniente do Tribunal de Contas do Estado, cientificando este conselho do relatório Final de Auditoria Operacional das Ações do Executivo de Santa Cruz destinas à Atenção Básicas da Saúde da Família nos exercícios de 2008 e 2009; Ofício nº 1900/SMS/2010 de 29/11/2010, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, respondendo ao Ofício nº 64 emitido por este conselho onde informa que o estado é responsável pelo fornecimento do medicamento da Sra Leonalda, sendo que os medicamentos estão à disposição da usuária conforme processo encaminhado (foi encaminhado a resposta para o Conselho Estadual de Saúde por este conselho); Ofício/1905/SMS/GAB/2010 de 02/12/2010, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, encaminhando a proposta para a Lei Orçamentária Anual – LOA 2011; Ofício de 06/12/2010, proveniente do Hospital Ana Nery comunicando o desligamento do Sr. Gilnei Lopes da instituição e apresentando a Sra. Sandra Mara Weiler como representante suplente do Hospital Ana Nery neste conselho em substituição ao Gilnei Lopes; Ofício Circular nº 1908/SMS/GAB/2010 de 02/12/2010, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, convidando um representante deste conselho para fazer parte da Comissão Julgadora do Concurso Decoração Natalina da Secretaria Municipal de Saúde; Ofício nº 25 de 13/12/2010 proveniente da Associação Riograndense de Apoio ao Diabético de Santa Cruz do Sul, apresentado o Sr. Abrelino Israel da Silva como representante suplente da entidade neste conselho; email de 01/12/2010 proveniente do Conselheiro João Costa, encaminhando Lei Municipal do Rio de Janeiro e Resolução Normativa RN nº 44 que trata da exigência de deposito de caução em dinheiro nos Hospitais (emails enviado a todos os conselheiros); email de 01/12/2010 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando matérias sobre o Dia Mundial de Luta contra a Aids (email enviado a todos os conselheiros); email de 08/12/2010 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando a versão preliminar do Boletim Epidemiológico DST/Aids 2010 divulgado pelo Ministério da Saúde; email de 08/12/2010 proveniente da 194 UNISC, solicitando pauta na reunião ordinária do dia 14/12/2010 para tratar assunto de projeto do Hospital Santa Cruz; email de 08/12/2010, proveniente do Hospital Santa Cruz , solicitando pauta para o assunto Contratualização Hospital Santa Cruz; email de 10/12/2010 proveniente do Hospital Ana Nery, solicitando pauta para tratar assunto na reunião ordinária do dia 14/12/2010; email de 10/12/2010 proveniente do CEMAS, solicitando pauta para tratar assunto na reunião ordinária do dia 14/12/2010; email de 10/12/2010 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando cronograma das reuniões plenárias 2011 (email enviado a todos os conselheiros), Convite do CEMAS para participar do evento 15 anos do CEMAS, dia 01/12/2010, 14 horas, no Colégio São Luis (sala Marcelino Champagnat); email de 14/12/2010 proveniente da CEREST/Vales Dra. Adriane, encaminhando Consulta Pública sobre Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS (email enviado a todos os conselheiros). Em continuidade o presidente Darci manifestou-se deixando em aberto para os informes. O conselheiro Oswaldo manifestou-se dizendo que em pesquisa recente o Hospital Santa Cruz conquistou o primeiro lugar em atendimento conforme usuários do SUS. A conselheira Caroline manifestou-se informando que no ano de 2011 acontecerá a 14ª Conferência Nacional de Saúde, bem como a Estadual e Municipal. O conselheiro Jonas manifestou-se dizendo que até a presente data não recebeu da Secretaria Municipal de Saúde resposta do ofício encaminhado há mais de dois meses, sendo que tal resposta deverá ser fornecida em até quarenta e cinco dias com forme a promotoria de justiça, encaminhando cópia do oficia a mesa diretora. O presidente Darci manifestou-se relatando da sua participação na reunião com a promotoria de justiça onde foi tratado assuntos referente a garantia de direitos das crianças e adolescentes com todas as entidades que lutam por esta causa. Passamos ao quarto item de pauta – Contratualização do Hospital Santa Cruz e Resolução, o presidente passou a palavra ao conselheiro Gilberto que se manifestou dizendo que a comissão de contratos e convênios chamou os conselheiros em reunião excepcional quando foi informado pela secretaria de que a cláusula sugerida na Ata 399 e adendo contrariava a legislação, onde foi apresentada como sugestão à emissão de resolução para assegurar a situação mencionada na referida cláusula. A conselheira Marina manifestou-se dizendo que a cláusula sugerida por este conselho não tem respaldo legal, pois o Hospital Santa Cruz não esta credenciado para a prestação daquele serviço junto ao CNES, sendo que a secretaria apresentou sugestão da emissão de portaria para orientar situações futuras, fazendo a leitura da minuta da portaria para posterior análise. Após diversas manifestações e discussões dos conselheiros sobre o assunto em pauta chegou-se ao consenso de que a inclusão da cláusula aprovada por este conselho conforme ata 399 e adendo fosse retirada da contratualização do Hospital Santa Cruz por motivos que contraria a legislação do SUS, sendo sugerida a criação de uma resolução a ser discutida e elaborada pelo plenário deste conselho com base na minuta apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde. O presidente Darci colocou em votação a proposta de elaboração de resolução conforme minuta apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde, sendo aprovada por unanimidade. Em continuidade ao assunto de pauta, o presidente Darci colocou em votação a proposta de Contratualização Hospital Santa Cruz com a alteração início de contrato para 01 de janeiro de 2010, a qual foi aprovada por unanimidade. Passamos ao quinto item de pauta – Orçamento 2011, o presidente Darci passou a palavra para o representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio Arend que se manifestou fazendo uma explanação de orçamento 2011 apresentando quadros comparativos e analíticos, 195 colocando-se ao final à disposição dos conselheiros para possíveis esclarecimentos. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci, colocou em votação o Orçamento 2011 sendo aprovado por unanimidade. O representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio Arend manifestou-se agradecendo ao Conselho Municipal de Saúde, ressaltando da importância do clima de discussão e construção do maior orçamento da saúde da história de Santa Cruz do Sul. O conselheiro Ângelo Hoff manifesto-se dizendo que em análise aos números nota-se crescimento real, com incremento no volume da união considerando um indicador positivo, ressaltando o trabalho da secretaria na captação de recursos, o que será cobrado por este conselho no ano de 2011. O presidente Darci manifestou-se destacando os avanços na construção do orçamento, tanto da parte da secretaria como do conselho, pois o objetivo é buscarmos mais recursos com isto teremos mais atendimentos, sempre defendendo os direitos dos usuários. Passamos ao sexto item de pauta - PAM – Plano de Ações e Metas 2011 – CEMAS, o presidente Darci passou a palavra para a representante do CEMAS, Sra. Cristina que se manifestou explanando o plano, ao final, colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação o PAM – Plano de Ações e Metas 2011 – CEMAS sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sétimo item de pauta Prestação de Contas da “Nota Solidária” 22º Trimestre – Hospital Ana Nery, o presidente Darci passou a palavra para a representante do Hospital Ana Nery, Sra. Lídio Rauber que se manifestou explanando a prestação de contas, ao final, colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação a Prestação de Contas da “Nota Solidária” 22º Trimestre – Hospital Ana Nery sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao oitavo item de pauta - Plano de Trabalho do Projeto “Reforma da área física e aquisição de mobiliário e equipamentos para a unidade assistencial – Ala São Francisco – destinada ao atendimento de pacientes internados pelo SUS aprovado pela Consulta Popular 2010/2011 – Hospital Santa Cruz, o presidente Darci passou a palavra para o representante do Hospital Santa Cruz, Sr. Elton Bigolin que se manifestou explanando o plano, ao final, colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação Plano de Trabalho do Projeto“Reforma da área física e aquisição de mobiliário e equipamentos para a unidade assistencial – Ala São Francisco – destinada ao atendimento de pacientes internados pelo SUS aprovado pela Consulta Popular 2010/2011 – Hospital Santa Cruz, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao nono item de pauta - Plano de Trabalho do Projeto Custeio de Leitos da Maternidade, Pediatria e Alojamento Conjunto – Convênio 068/05 – Alteração de material de consumo – Hospital Santa Cruz, o presidente Darci passou a palavra para a representante do Hospital Santa Cruz, Sr. Elton Bigolin que se manifestou explanando o plano, ao final, colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação o Plano de Trabalho do Projeto Custeio de Leitos da Maternidade, Pediatria e Alojamento Conjunto – Convênio 068/05 – Alteração de material de consumo – Hospital Santa Cruz, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao décimo item da pauta Reaproveitamento de saldo do convênio 019/2008 – Consulta Popular 2007/2008 – Projeto de reforma e readequação de leitos e estrutura física da linha assistencial materno-infantil, unidade de recém-nascidos e partos de alto risco – Hospital Santa Cruz, o presidente Darci passou a palavra para o representante do Hospital Santa 196 Cruz, Sr. Elton Bigolin que se manifestou explanando o plano, ao final, colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação o Reaproveitamento de saldo do convênio 019/2008 – Consulta Popular 2007/2008 – Projeto de reforma e readequação de leitos e estrutura física da linha assistencial materno-infantil, unidade de recém-nascidos e partos de alto risco – Hospital Santa Cruz, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao décimo primeiro item de pauta Assuntos Gerais, o presidente Darci colocou a palavra a disposição do conselheiro Alexandre que se manifestou relatando caso de ocorrido no Plantão de Atendimento – PA envolvendo uma possível falha de atendimento. O conselheiro Oswaldo manifestou-se solicitando que Alexandre dispusesse do nome da paciente para possível averiguação dos fatos e retorno, sendo respondido por Alexandre de que fornecerá o nome da usuária envolvida. O presidente Darci manifestou-se a presença de todos dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Darci Benke. Presidente Secretário ATA 404 Aos onze dias do mês de janeiro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul - Palacinho, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Cássio Arend representando Marina Inês Silva Gomes, João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, Oswaldo Balparda, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozzetto Ambrosi, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio Almada Martins e Jonas Israel Vedoy; e dos conselheiros suplentes: Elton Bigolin, Carlos Roberto de L. Machado Jr., Telmo Waldy Zanette, Renato Goerck e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Darci Benke dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da ata 403, segundo item da pauta, que, colocada em votação a ata 403 sendo aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas - Ofício nº 66 – de 15/12/2010 para a Câmara Municipal de Vereadores, solicitando o plenário para as reuniões ordinárias dos dias 11 e 25 de janeiro de 2011; Ofício nº 67 – de 16/12/2010 para Prefeita Municipal, solicitando a emissão de portaria nomeando os novos representantes de entidades neste conselho, conforme solicitação de ofícios recebidos por esta mesa diretora; Ofício 68 – de 06/01/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde, solicitando a convocação do coordenador dos motoristas para comparecer nesta reunião, bem como questionamentos sobre o funcionamento das ambulâncias; Ofício nº 69 – de 07/01/2011 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocando para a reunião ordinária de 11/01/2011 (enviado para todos os conselheiros via email); Ofício nº 70 – de 07/01/2011 para Promotoria de Justiça, 197 solicitando moveis e equipamentos para equipar a Sala do Conselho, conforme contato do Presidente Darci com a Promotora Nádia; Correspondências Recebidas – Ofício nº 04/2011 de 03/01/2011, proveniente do Hospital Santa Cruz, solicitando pauta para esta reunião ordinária do assunto: Relatório de Atividade 2010 – Contrato 369/2008; Ofício nº 13/SMS de 06/01/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando a indicação de representante e suplente do conselho no Comitê Municipal de Prevenção à Violência; email de 04/01/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para os assuntos: Contratualização PA/Hospital Santa Cruz e MGS - Relatório de Monitoramento de Gestão em Saúde III Trimestre 2010; email de 04/01/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando pauta para esta reunião ordinária do assunto: Relatório de Atividade 2010 – Contrato 369/2008; email de 04/01/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião ordinária do assunto: Análise Prestação de Contas – Liga Feminina de Combate ao Câncer; email de 07/01/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando Of. Cir – CES/RS/001/11 que apresenta os temas aprovados nos eixos e subeixos da 14ª Conferência Nacional de Saúde (email enviado para todos os conselheiros); email de 07/01/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando Carta do Ministro Alexandre Padilha aos conselheiros (email enviado para todos os conselheiros); email de 11/01/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, informando os nomes dos deputados e senadores que receberam doações da indústria farmacêutica para suas campanhas eleitorais (email enviado para todos os conselheiros); email de 11/01/2011 proveniente do Hospital Ana Nery solicitando pauta para esta reunião ordinária do assunto: Aprovação da prestação de contas Nota Solidária – 23º Trimestre; cartão de boas festas da Empresa Philip Morris; exemplares do Jornal do CNS – Conselho Nacional de Saúde estando à disposição dos senhores conselheiros na sala do conselho. O presidente Darci manifestou-se dizendo que a Promotoria disponibilizou moveis para equipar s Sala do Conselho, sendo que foi encaminhado o ofício e o conselheiro João foi verificar os referido móveis que poderão ser aproveitados na sala, sendo que a indicação dos conselheiros para participarem do Comitê Municipal de Prevenção a Violência ficará para discussão no final da reunião, ressaltando ainda que comissão de contratualização do Hospital Monte Alverne ainda está em aberto os nomes dos conselheiros participantes devendo ser preenchida, sendo concordado pelo conselheiro Renato que deverá ser discutido na próxima reunião. O presidente Darci manifestou-se determinando a continuidade da reunião e, seguindo a pauta passamos ao quarto item – MGS: Relatório de Monitoramento de Gestão em Saúde – III Trimestre 2010 e com a inversão de pauta, com consenso do plenário, o sétimo item de pauta – Análise Prestação de Contas: Liga Feminina de Combate ao Câncer, que foi logo em seguida explanado os dois assuntos pelo representante da Secretaria Municipal de Saúde, João Carlos dos Santos, que após sua fala colocou-se a disposição para questionamentos dos conselheiros. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação o MGS: Relatório de Monitoramento de Gestão em Saúde – III Trimestre 2010 com parecer favorável da Comissão de Finanças, sendo aprovado por unanimidade, logo após colocou em votação Análise Prestação de Contas: Liga Feminina de Combate ao Câncer com parecer favorável da Comissão de Finanças, sendo aprovado por unanimidade, com a ressalva de que as notas fiscais deverão serem acompanhadas dos cupons fiscais. Passamos ao quinto item de pauta – Funcionamento das Ambulâncias, o presidente Darci fez relatos de fatos que impulsionaram a colocação do assunto em pauta, passando a palavra para o 198 conselheiro Marcos que se manifestou dizendo que um “senhor” estava esperando ambulância desde segunda-feira, sendo que terça-feira procurou o Cássio para disponibilizar a ambulância e, por surpresa quarta-feira ainda não tinha sido solucionado o problema, pois o próprio Cássio teria determinado que a ambulância não seria disponibilizada. O representante da Secretaria de Saúde, Cássio Arend, manifestou-se dizendo que recebeu uma correspondência da Coordenação do SAMU dia 22/12/2011, onde foi informado de que não haverá mais a cedência para o transporte de pacientes para a realização de exames, informando que a secretaria não tem ambulância UTI porque existe o SAMU, mas que liberou o transporte assumindo risco, considera que o SAMU não consegue atender todas estas ocorrências. O conselheiro Marcos manifestou-se questionando Cássio sobre o que fazer neste caso, sendo respondido por Cássio de que no caso esta assumindo o risco, mas que vai questionar o SAMU para rever a situação do impedimento. O conselheiro Almada manifestou-se perguntando onde esta a UTI Móvel adquirida uns anos atrás, sendo respondido por Cássio de que todas as ambulâncias da secretaria não são UTI, mas acha que depois da instalação do SAMU, os equipamentos foram reutilizados. O conselheiro Lídio manifestou-se dizendo que recebeu correspondência em 03/01/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando que a remoção de doentes é de responsabilidade do Hospital, considerando um absurdo, não aceitando esta posição, pois a remoção é do gestor não sendo responsabilidade dos hospitais existindo inclusive uma resolução de 30/06/2000 que atribui a responsabilidade às esferas estaduais e municipais conforme o caso, considera a decisão do SAMU arbitrária. O conselheiro Oswaldo manifestou-se dizendo que também recebeu Ofício do mesmo teor do Hospital Ana Nery, considera que não é obrigação dos hospitais a remoção de usuários, outro fato a considerar é que não esta previsto na contratualização, desta forma esta responsabilidade não pode ser repassada aos hospitais. O conselheiro Marcos manifestou-se dizendo que Secretaria Marina não tinha conhecimento da resolução mencionada, mas tem que ter uma solução para o problema já que hospitais não podem transportar os usuários. O representante da Secretaria Cássio Arend manifestou-se dizendo que também não tinha conhecimento, mas que vai conversar com a secretária sobre o documento, acha que quanto a ambulância UTI o equipamento foi remanejado e a ambulância é uma das quatro que estão lotadas na secretaria. O conselheiro Lídio manifestou-se dizendo que os equipamentos tem vida útil de quatro a cinco anos, acreditando que os equipamentos não estão mais em condições de uso. O conselheiro Carlos manifestou-se dizendo que a ambulância UTI foi doada para os bombeiros ficando por mais ou menos três anos, mas depois foi buscada para a secretaria. O presidente Darci manifestou-se perguntando para o coordenador Paulo, quantas ambulâncias existem, sendo respondido por Paulo que existem quatro ambulâncias com diversas atribuições específicas, sendo que é levado para Porto Alegre aproximadamente seiscentos e vinte pessoas/mês com o micro-ônibus conforme agendamento da Central da Marcação e as ambulâncias transportam para Porto Alegre setenta pessoas/mês. O presidente Darci manifestou-se questionando o porque de esperar a ambulância de Porto Alegre para pegar o usuário de Lajeado, sendo respondido pelo representante da secretaria Cássio de que seria para otimizar os serviços, pois estaria na rota da volta da ambulância, informando ainda caso em que o Hospital Bruno Born deu alta a um usuário a meia noite e não deixaram a acompanhante ficar dentro do hospital, obrigando a pessoa a ficar em hotel, sobre esta questão encaminhará correspondência relatando a situação e acordando para que não ocorra mais esta 199 situação novamente. O conselheiro Ângelo Hoff manifestou-se questionando quantas ambulâncias são necessárias para suprir a demanda, sendo respondido pelo representante da secretaria, Cássio Arend, que seriam necessárias mais duas ambulâncias, mas que existem determinados usuários solicitam carro porque o micro-ônibus sai muito cedo, informa que a meta da secretaria é adquirir mais duas ambulâncias. O conselheiro Jonas manifestou-se perguntando ao representante da secretaria Cássio, como será o transporte para quem precisar fazer exame de cateterismo, sendo respondido de que irão fazer o transporte, mas se o paciente estiver na UTI e precisa de cateterismo será requerido para o SAMU. O presidente Darci manifestou-se dizendo que a gestão deverá priorizar a compra de duas ambulâncias. O conselheiro Carlos manifestou-se dizendo que somente foram retirados os transportes para exames eletivos. O conselheiro Almada manifestou-se perguntando quanto custa para equipar uma UTI móvel, sendo respondido pelo conselheiro Lídio de que o problema maior é manutenção com a estrutura de pessoal que é muito onerosa. O conselheiro Ângelo Hoff manifestou-se concordando de que deverá o gestor fazer um esforço para a aquisição de mais duas ambulâncias. O representante da secretaria Cássio Arend manifestou-se agradecendo a oportunidade colocando-se sempre a disposição para quaisquer esclarecimentos, como também o coordenador Paulo. Passamos ao sexto item de pauta – Contratualização do PA, o presidente Darci colocou a palavra para o representante da Secretaria, Cássio Arend, que explanou os termos da minuta do contrato de contratualização, sendo que ao final colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. O presidente Darci manifestou-se dizendo que o assunto passou pelas comissões e foi levantada pelo conselheiro Gilberto a questão dos atestados que não são fornecidos pelos médicos plantonistas do PA. O conselheiro Gilberto manifestou-se dizendo que os médicos plantonistas não fornecem atestados para ninguém, alegando que é ato médico, informando que quando existia o PU, este conselho emitiu uma resolução, onde foi fixado em local visível, cujo teor obrigava ao fornecimento de atestado quando necessário, informa que em debate na comissão de contratos e convênios houve um entendimento de que o Hospital Santa Cruz proporcionaria uma reunião com os representantes da comissão, a Secretaria de Saúde e médicos do hospital para buscar um entendimento no assunto, esta reunião seria chamada a partir de segunda quinzena de fevereiro. O conselheiro Oswaldo manifestou-se dizendo que vai se buscar um entendimento, pois legalmente não se pode exigir a emissão de atestados pela questão do “ato médico”. O presidente Darci manifestou-se dizendo que outra questão levantada é a do fornecimento de medicação para os usuários do PA durante a noite e nos finais de semana, sendo que em contato com o Cássio foi colocada a possibilidade dos remédios serem distribuídos no Hospitalzinho, considerando que já distribui para os usuários deste. O representante da secretaria Cássio Arend manifestou-se dizendo que poderá se construir a proposta de ponto de distribuição de medicamentos aos usuários do PA durante à noite e finais de semana, podendo ser no Hospitalzinho ou no CEMAI. O conselheiro Paulo manifestou-se questionando a questão de segurança usada no PA, se vigilância ou portaria, sendo respondido pelo conselheiro Oswaldo de que o Hospital Santa Cruz não trabalha com vigilância, mas tem contato com a Guarda Municipal quando necessário, informa que esta sendo estudado a colocação da Brigada Militar com posto dentro do hospital, pois o Hospital é considerado público pelo fato de não existir Hospital público na cidade, reforçando por fim que trabalha somente com portaria. O presidente Darci manifestou-se fazendo a leitura dos pareceres 200 favoráveis da Comissão de Finanças e Comissão de Contratos e Convênios. O conselheiro Carlos manifestou-se solicitando que nos próximo contrato sejam também convocada a Comissão de Urgências e Emergências, sendo acatado pelo presidente Darci e repassada a posição ao secretário conselheiro João Carlos Corrêa. O presidente Darci manifestou-se colocando em votação a Contratualização do PA – Minuta do Contrato entre a Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul e Hospital Santa Cruz com pareceres favoráveis da Comissão de Finanças e da Comissão de Contratos e Convênios, sendo aprovada pelo plenário com abstenção do conselheiro Marcos. Passamos ao oitavo item de pauta – Relatório Atividade 2010 – Contrato nº 369/2008 – Apoio a Hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Santa Cruz, o presidente Darci manifestou-se passando a palavra para o representante do Hospital Santa Cruz Elton Bigolin que fez a explanação do relatório. Em continuidade o presidente Darci colocou em votação o Relatório Atividade 2010 – Contrato nº 369/2008 – Apoio a Hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Santa Cruz, sendo aprovado por unanimidade. O presidente Darci manifestou-se dizendo que recebeu para incluir na pauta o seguinte assunto:Prestação de Contas Nota Solidária – 23º Trimestre, passando para o representante do Hospital Ana Nery , Lídio, que explanou a prestação de contas. Em continuidade o presidente Darci manifestou-se colocando em votação a Prestação de Contas Nota Solidária – 23º Trimestre, sendo aprovada por unanimidade. Como assuntos gerais, o presidente Darci, realizou a leitura da correspondência da Secretaria de Saúde, em que solicita a indicação de titular e suplente representante do conselho para compor o Comitê Municipal de Prevenção à Violência, sendo proposto ao plenário para ser indicado os conselheiros na próxima reunião. Não havendo mais assuntos a serem tratados o presidente Darci manifestou-se agradecendo a presença de todos dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Darci Benke. Presidente Secretário Basicamente, o assunto discutido na ata foi sobre uma ambulância estar disponível. ATA 405 Aos vinte e sete dias do mês de janeiro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul - Palacinho, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Marina Inês Silva Gomes, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, Oswaldo Balparda, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Gilberto de Moraes Saraiva e dos conselheiros suplentes: Elton Bigolin, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette, Renato Goerck, Alexandre Paulus e Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, Paulo Weiss - médico e assessor técnico do CMS, os alunos do Projeto VER-SUS e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Darci Benke - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os 201 presentes, passando a apreciação da ata 404, segundo item da pauta, sendo apresentado pelo conselheiro João Correa o seguinte adendo encaminhado pelo Conselheiro Carlos: inclusão da palavra eletivos na manifestação do representante da secretaria municipal de saúde, ficando assim redigida: “O representante da Secretaria de Saúde, Cássio Arend, manifestou-se dizendo que recebeu uma correspondência da Coordenação do SAMU dia 22/12/2011, onde foi informado de que não haverá mais a cedência para o transporte de pacientes para a realização de exames eletivos, informando que a secretaria não tem ambulância UTI porque existe o SAMU, mas que liberou o transporte assumindo risco, considera que o SAMU não consegue atender todas estas ocorrências”; na manifestação do conselheiro Lídio, após ser confirmado por este conselheiro, a substituição da palavra SAMU por Secretaria Municipal e da palavra arbitrária por equivocada, ficando assim redigida: ” O conselheiro Lídio manifestou-se dizendo que recebeu correspondência em 03/01/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando que a remoção de doentes é de responsabilidade do Hospital, considerando um absurdo, não aceitando esta posição, pois a remoção é do gestor não sendo responsabilidade dos hospitais existindo inclusive uma resolução de 30/06/2000 que atribui a responsabilidade às esferas estaduais e municipais conforme o caso, considera a decisão do Secretaria Municipal de Saúde equivocada”, na manifestação do conselheiro Carlos a inclusão da frase “ ... os transportes de urgência e emergência continuam sendo executados pelo SAMU”, ficando assim redigida: “O conselheiro Carlos manifestou-se dizendo que somente foram retirados os transportes para exames eletivos, sendo que os transportes de urgência e emergência continuam sendo executados pelo SAMU”; a inclusão de “s” e exclusão do “m” na manifestação do conselheiro Carlos, ficando assim redigida: “O conselheiro Carlos manifestou-se solicitando que nos próximos contratos seja também convocada a Comissão de Urgências e Emergências, sendo acatado pelo presidente Darci e repassada a posição ao secretário conselheiro João Carlos Corrêa. Em continuidade, o presidente Darci, coloca em votação à ata 404 com os adendos apresentados pelo conselheiro João Corrêa por solicitação do conselheiro Carlos, sendo aprovada com abstenção do conselheiro José Carlos. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas - Ofício nº 71 – de 26/01/2011 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocando para a reunião ordinária de 27/01/2011 (enviado para todos os conselheiros via email); Ofício nº 72 – de 26/01/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores, solicitando o plenário para as reuniões ordinárias dos dias 08 e 22 de fevereiro de 2011; Correspondências Recebidas – Oficio de 25/01/2011, proveniente do Hospital Monte Alverne, solicitando a este conselho que encaminhe Oficio ao Secretário Estadual de Saúde – Sr. Ciro Simoni, pedindo prioridade para liberação de recurso para compras de equipamentos conforme processo em tramite naquela secretaria; Requerimento do Sindicatos dos Empregados no Comércios de Santa Cruz e Região, solicitando a substituição dos atuais representantes neste conselho pelos Srs. Afonso Schwengber, como titular e Manoel José Trindade Teixeira, como suplente; email de 12/01/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando convite para os conselheiros participarem do 1º Curso de Especialização/Aperfeiçoamento em Educação, Informação em Saúde com ênfase em Educação Popular (email enviado para todos os conselheiros); email de 17/01/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, informando os casos de doações da INTERFARMA no Rio Grande do Sul aos parlamentares candidatos, no 202 último pleito eleitoral (email enviado para todos os conselheiros); email de 20/01/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando pauta para esta reunião ordinária do assunto: Não assinatura do Contrato de Pronto Atendimento SUS já aprovado no Conselho Municipal de Saúde; email de 25/01/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião ordinária do assunto: Projeto de Lei Abertura de Crédito Especial – Superávit Financeiro 2010; email de 27/01/2011 proveniente do Sindicato dos Vigilantes, justificando a não participação do conselheiro Paulo Rogério de Lara nesta reunião motivo ter outro compromisso agendado; email de 26/01/2011 proveniente do conselheiro Carlos justiçando da impossibilidade de participação na presente reunião e solicitando adendo a ata 404; Portaria nº 15589 de 23 de dezembro de 2010 da Sra Prefeita Municipal nomeando a Sra. Sandra Mara Weiler como suplente representante do Hospital Ana Nery e o Sr. Abrelino Israel da Silva como suplente representante da Associação Rio-Grandense de Apoio ao Diabético de Santa Cruz do Sul, conforme solicitação das entidades. O conselheiro João Corrêa manifestou-se informando da presença na reunião dos universitários do Projeto VER-SUS, cumprimento a UNISC pela iniciativa do brilhante projeto. O presidente Darci colocou à disposição a palavra para os estudantes, sendo que a estudante Pauline manifestou-se agradecendo a oportunidade, reconhecendo a importância do conselho no controle social. O presidente Darci manifestou-se determinando a continuidade da reunião e, seguindo a pauta passamos ao quarto item – Contratualização Hospital Ana Nery, que foi logo em seguida explanado pela representante do Hospital Ana Nery, Sra. Sandra e da Secretaria Municipal de Saúde, Secretária Marina, sendo que após as explicações colocoram-se a disposição para questionamentos dos conselheiros. Após diversos questionamentos dos conselheiros, o presidente Darci colocou em votação a Minuta da Contratualização do Hospital Anan Nery, com parecer favorável da Comissão de Finanças e da Comissão de Contratos e Convênios, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao quinto item de pauta – Não assinatura do Contrato do Pronto Atendimento SUS já aprovado no CMS. O conselheiro Gilberto manifestou-se solicitando que na próxima reunião seja incluída na pauta a discussão da resolução que ficou de ser emitida pelo conselho, sendo que foi acatado pela mesa e plenário de que a Comissão de Contratos e Convênios deverá reunir-se para a elaboração da resolução e na próxima reunião deverá ser trazida para apreciação no plenário. O conselheiro Oswaldo manifestou-se dizendo o que levou o pedido da pauta é que a partir de 01 de fevereiro não existe contrato do Pronto Atendimento, e que sem contrato é ilegal, que em um ano esteve o Hospital Santa Cruz e a Secretaria discutindo, e que ocorreram reuniões prévias com a Prefeita Municipal, Vice-Prefeito e Secretaria Municipal de Saúde e representante da Procuradoria Jurídica que acolheram as solicitações resultando em um contrato que somente faltava à assinatura, mas que por surpresa nos foi informado de que a Procuradoria Geral do Município não concordou com a minuta do contrato, sendo desmarcada uma reunião dez minutos antes, com esta situação solicitamos pauta para este conselho pois já é dia vinte e sete e ainda não temos solução para o caso. A conselheira e secretária de saúde, Marina Gomes, manifestou-se dizendo que esta constrangida com a situação, mas que pelo fato do Hospitalzinho não mais servir de apoio ao Pronto Atendimento ocorreram modificações que foram apresentadas em reuniões, mas que entende o entendimento da procuradoria considerando que o primeiro contrato passou pelo legislativo e Ministério Público, sendo assim não teríamos tempo hábil até final de janeiro para este procedimento, desta forma a proposta da procuradoria é de fazer um aditivo ao contrato sem perda financeira 203 para o Hospital Santa Cruz, sendo que tais documentos estão sendo elaborados e a secretaria deverá encaminhar até amanhã. O conselheiro Alexandre manifestou-se perguntando à Secretária Marina se o contrato poderá ser mudado depois, sendo respondido pela mesma de que o contrato poderá ser mudado a qualquer momento. O conselheiro Gilberto manifestou-se dizendo que este procedimento sugerido contemplando as partes poderá ser considerado um “tampão”, depois poderá ser feito novos estudos e realizar um novo contrato com a anuência do Legislativo e Ministério Público, ressaltando que o Vice-Prefeito Campis garantiu o documento vai ser assinado. O assessor técnico Paulo Weis manifestou-se sugerindo ao Hospital Santa Cruz que estipule prazo para a realização do contrato único ou que o plenário do conselho estipule, pois o provisório poderá virar permanente. O conselheiro Jose Carlos manifestou-se perguntando se vai modificar somente o esboço jurídico do contrato ou haverá mudanças de contrapartida, sendo respondido pelo Conselheiro Oswaldo que imagina que a mudança será somente na estrutura contratual, sendo preservado as obrigações e valores já acertados, ressaltando que não recebeu ainda a minuta, reconhecendo o esforço da Secretária Marina e equipe, entendendo que deverá ser realizado um contrato somente, um único contrato. O assessor técnico Paulo Weiss manifestou-se dizendo que as decisões do conselho têm que ter validade, sugerindo que deverá ser colocado prazo. O conselheiro Oswaldo manifestou-se dizendo que prazo inferior a um ano é ilegal, mas que espera o contrato até amanhã, conforme prazo estipulado pela Secretária Marina, sugerindo que até final de marca sejam unificados os dois contratos, por fim, considera que o Hospital Santa Cruz foi desprestigiado, ofendido com o acontecimento, com a manifestação do alguém da procuradoria geral do município colocando um ponto final por telefone. O conselheiro Penha manifestou-se dizendo que o desprestigio é de todos nós conselheiros, devemos saber quem é esta pessoa que informou por telefone ao Hospital Santa Cruz, sugerindo que seja encaminhado ofício solicitando esclarecimentos sobre os fatos. O presidente Darci manifestou-se dizendo que mais uma vez este conselho foi desrespeitado, pois o contrato foi passado pelo jurídico da secretaria, aprovado por este conselho, a procuradoria deveria pelo menos conversar com os conselheiros, por outros fatos acontecidos o procurador Luciano Almeida é muito arrogante e se acha prefeito de Santa Cruz, espera o consenso e que o Hospital Santa Cruz não trabalhe sem contrato. O assessor técnico Paulo Weiss manifestou-se dizendo que o trâmite destes processos na Secretaria Municipal de Saúde é o seguinte: primeiro pelo jurídico da secretaria, depois para procuradoria e depois retorna para secretaria. O presidente Darci manifestou-se dizendo que estamos chateados com esta situação e esperamos que se resolva até amanhã, pois considera o PA um salto de qualidade para Santa Cruz do Sul, mas caso não ocorrer entendimento, esta situação deverá ser pautada novamente, por fim, coloca para o plenário a proposta do conselheiro Penha de encaminhar ofício para a Procuradoria Geral do Município solicitando esclarecimentos sobre os fatos, o que foi aprovado por unanimidade. Passamos ao sexto item de pauta – Projeto de Lei do Executivo Municipal – Crédito Especial R$ 1.117.292,80 – CAPS – CAPSIA e CAPS AD – Superávit Financeiro, o presidente Darci colocou a palavra para o representante da Secretaria, Marina Gomes, que explicou o projeto, sendo que ao final colocou-se à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após diversos questionamentos o presidente Darci manifestou-se colocando em votação o Projeto de Lei do Executivo Municipal – Crédito Especial R$ 1.117.292,80 – CAPS – CAPSIA e CAPS AD – Superávit Financeiro com parecer favorável da Comissão de Finanças, sendo aprovada por unanimidade. Passamos ao sétimo item de pauta 204 – Indicação de representantes do Conselho Municipal de Saúde no Comitê Municipal de Prevenção à Violência, o presidente Darci manifestou-se fazendo a leitura de ofício recebido da coordenação do PPV, perguntando ao plenário se algum conselheiro tem interesse de participar como titular ou suplente no mencionado comitê, não havendo interesse de nenhum conselheiro, restou prejudicada as indicações. Como assuntos gerais, o presidente Darci, convidou o plenário e demais pessoas presentes para participarem do encontro de discussão da privatização de água em Santa Cruz do Sul que será realizado hoje a aprtir das vinte horas na Câmara Municipal de Vereadores, com transmissão direta da Rádio Comunitária, informando ainda que na próxima reunião será pautado assunto sobre Conferência Municipal de Saúde, por solicitação da estudante Gerusa. O conselheiro Gilberto manifestou-se questionando a Secretária Marina sobre a prestação de contas da Clinica Recomeçar, sendo respondido que não tem conhecimento do andamento do assunto, sugerindo que seja encaminhado ofício para a secretaria sobre a questão. Não havendo mais assuntos a serem tratados o presidente Darci manifestou-se agradecendo a presença de todos dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Darci Benke. Presidente Secretário ATA 406 Aos vinte e dois dias do mês de fevereiro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Cássio Arend (Secretário Municipal de Saúde Interino), João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, Ângelo Hoff, José Calos Hass, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Gilberto de Moraes Saraiva, Paulo Rogério de Lara e José Bonifácio de Almada e dos conselheiros suplentes: Carlos Roberto de L. Machado Jr., Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette, Renato Goerck, Manoel José Trindade Teixeira, Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, Paulo Weiss - médico e assessor técnico do CMS e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Darci Benke - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação do Adendo a Ata 404 e Ata 405, segundo item da pauta, que, colocada em votação o Adendo a Ata 404 e Ata 405, sendo aprovados por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas - Ofício nº 01/CMS/2011 – de 01/02/2011 para o Secretário Estadual de Saúde – Ciro Simoni, solicitando informações sobre a liberação de repasse de recursos ao Hospital Monte Alverne; Ofício nº 02/CMS/2011 de 01/02/2011 para a Prefeita Municipal, solicitando a nomeação do titular e suplente representantes neste conselho do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul – Sr. Afonso Schwengber e Sr. Manoel José Trindade Teixeira como titular e suplente respectivamente; Ofício nº 03/CMS/2011 de 01/02/2011 para a Procuradoria Geral do Município solicitando informações sobre os fatos que levaram 205 a não assinatura do contrato do PA/Hospital Santa Cruz; Ofício nº 04/CMS/2011 de 16/02/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde solicitando a convocação do Médico Auditor para participar de diligência de fiscalização; Ofício nº 05 de 18/02/2011 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocando para a reunião ordinária de 22/02/2011 (enviado para todos os conselheiros via email); Ofício nº 06 de 18/02/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde solicitando informações sobre a prestação de contas dos recursos repassados para a Clínica Recomeçar; Correspondências Recebidas – Oficio de 26/SMS/2011 10/01/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, informando da situação da contratação do Assessor Contábil deste Conselho; Cópia do Ofício 156/SMS/2011 de 03/02/2011 proveniente da Sra. Marina Gomes em que encaminhou a Sra. Prefeita Municipal o Relatório de gestão do período de outubro de 2009 até dezembro de 2010 referente às ações e medidas adotadas frente à Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz (Relatório à disposição dos senhores conselheiros); Ofício Circ. nº 004/2011 de 14/02/2011 proveniente do CEREST/VALES, convidando para o 6º Seminário Regional de Combate à LER/DORT, que será realizado no dia 28 de fevereiro de 2011, no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e da Alimentação – Rua Fernando Abott, 1212 (enviado para todos os conselheiros via email); Ofício Circ. nº 007/SMEC/2011 de 14/02/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, convidando para o Encontro Mensal do Fórum Permanente da NãoViolência, que será realizado no dia 03 de março, às 8 h 30 min. no Auditório da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Ofício 011/2011 de 15/02/2011 proveniente da APAE, solicitando Atestado de Funcionamento; email de 26/01/2011 proveniente do conselheiro Carlos, solicitando pauta em reunião para apresentar o seguinte assunto: Ações do PET/Saúde (Tuberculose) - Semana de Combate a Tuberculose; email de 31/01/2011 proveniente do CEREST/VALES, solicitando pauta em reunião para apresentar o seguinte assunto: Resolução 01/2011 do Conselho Gestor; email de 07/02/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde, encaminhando Cartilha de Orientações para Conselheiros de Saúde (email enviado para todos os conselheiros); email de 22/02/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz, informando da impossibilidade de seus representantes participarem desta reunião ordinária; email de 22/02/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando pauta em reunião para apreciar Projeto de Lei de abertura de Crédito Especial no valor de R$ 145.228,31; Portaria nº 15.745 de 03 de fevereiro de 2011, nomeando os novos representantes do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul – Sr. Afonso Schwengber e Sr. Manoel José Trindade Teixeira como titular e suplente respectivamente neste conselho; Convite para o lançamento do Cartão Municipal de Prevenção da Saúde do Idoso, endereçado ao Presidente Darci Benke, que será realizado no dia 28/02/2011, às 9 horas no Ambulatório do Idoso, Hipertenso e Diabético, rua Ernesto Alves, 858. Nos informes, a estudante Gerusa do DCE-Unisc manifestou-se informando das datas que deverão ser realizadas as conferências municipais e estaduais de saúde, sendo que o tema da conferência nacional é “Todos usam o SUS”, ao final colocou o DCE à disposição para participar da organização e preparação da conferência municipal, sendo que o presidente Darci manifestou-se ressaltando da importância da participação do DCE na última conferência. O conselheiro João Corrêa manifestou-se fazendo um agradecimento a Secretaria Marina Gomes que deixou a Secretaria Municipal de Saúde para exercer cargo na gestão estadual ressaltando que Marina foi inspiração para ser mais um defensor do SUS. Passamos ao quarto item de pauta - Ações do PET Saúde (Tuberculose) – Semana de Combate a Tuberculose, o presidente Darci manifestou- 206 se dizendo que a ordem de pauta será mantida após consulta ao conselheiro Carlos, solicitante da pauta, muito embora fosse requerida a reversão pelos representantes do CEREST. O conselheiro Carlos manifestou-se passando a palavra para o coordenador do PET/Saúde, Sr. Caco, que manifestou-se fazendo explanação sobre o projeto e, logo em seguida, passou a palavra para as professoras especialistas que trabalham no projeto, Sras Lia e Cristiane, que passaram a explanar o projeto, respondendo aos questionamentos dos conselheiros. O coordenador do PET/Saúde, Sr. Caco manifestou-se colocando à disposição junto com o DCE para colaborar com a preparação da conferencia de saúde, bem como informa que deverá ser encaminhado para a apreciação do conselho o relatório do PET/Saúde. O presidente Darci manifestou-se agradecendo a presença dos representantes do PET/Saúde. Passamos ao quinto item de pauta - Resolução nº 01/2011 – Conselho Gestor do CEREST/Vales, o presidente Darci manifestou-se fazendo a leitura do Ofício CG nº 03/2011, do Conselho Gestor do CEREST-Vales em que apresenta documentos sobre a utilização de Recurso Federal de custeio do CEREST/Vales pela Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul em dezembro de 2010, passando a palavra para as representantes do Conselho Gestor, Srs. Mara Rejane e Adriana, que se manifestaram explanando os fatos acontecidos e os procedimentos adotados pelo Conselho Gestor do CEREST, sendo que após vários questionamentos e colocações de diversos conselheiros e representantes do CEREST/Vales, sendo inclusive questionado a questão das ações de vigilância à saúde do trabalhador, presidente Darci manifestou-se colocando que o fato foi encaminhado ao Ministério Público Federal e que esta tendo um entendimento com o Gestor Municipal de Santa Cruz do Sul, conforme colocado pelos representantes do CEREST, propõe que seja colocado em votação o apoio a Resolução do Conselho Gestor do CEREST que propõe a devolução imediata dos valores para as contas específicas do CERES/Vales, colocado em votação em plenário, foi aprovado pelos conselheiro com abstenção do conselheiro Cássio Arend. Passamos ou sexto item de pauta Prestação de Contas Clínica Recomeçar, o presidente Darci manifestou-se dizendo que foi encaminhado Ofício deste conselho para a Secretaria de Saúde solicitando as informações e que não teve resposta, ficando a pauta para próxima reunião. O conselheiro Gilberto manifestou-se dizendo que foi solicitado para a secretaria que disponibilizasse um médico auditor para fazer uma fiscalização na Clínica Recomeçar, mas foi impossível conseguir o profissional, dificultando a operação de fiscalização, por solicitação da Promotora Nádia até amanhã deveria ser efetivada esta fiscalização. O conselheiro Cássio manifestou-se dizendo que conforme contato com Gilberto o auditor teria se comprometido de fazer o acompanhamento, mas que poderá ser realizado uma determinação formal. O presidente Darci manifestou-se dizendo que a próxima reunião deveria ser no dia 08 de março, mas é feriado de carnaval, propondo ser realizada no dia 15 de março, sendo acatado a data por todos os conselheiros. O conselheiro Gilberto manifestou-se propondo que seja observado o horário limite de 20 h e 30 min para término das reuniões. Não havendo mais assuntos a serem tratados e pelo adiantado da hora (21 h 15 min), o presidente Darci manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Darci Benke. 207 Presidente Secretário ATA 407 Aos quinze dias do mês de março de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Gilnei Luis de Oliveira, Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, José Calos Hass, Oswaldo Luis Balparda, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Ernani dos Santos, Afonso Schwengber, Gilberto de Moraes Saraiva, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio de Almada Martins e Jonas Israel Vedoy e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Carlos Roberto de L. Machado Jr., Elton Bigolin, Telmo Waldy Zanette, Manoel José Trindade Teixeira e Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, Paulo Weiss - médico e assessor técnico do CMS e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Darci Benke dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 406, segundo item da pauta, que, colocada em votação a Ata 406, sendo aprovada por pelo plenário com abstenção dos conselheiros Oswaldo, Elton e Afonso. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas - Ofício nº 07 de 11/03/2011 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocando para a reunião ordinária de 15/03/2011 (enviado para todos os conselheiros via email); Ofício nº 08 de 11/03/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do dia 15/03/2011 e 22/03/2011; Correspondências Recebidas – Oficio de 387/SMS/2011 10/03/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando pauta em reunião para apresentar o seguinte assunto: Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde – MGS; email de 23/02/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde informando sobre a Conferência Estadual de Saúde (email enviado para todos os conselheiros); email de 24/02/2011 proveniente do CEREST, encaminhando Projeto Idade da Pedra – Prevenção ao Uso de Entorpecentes (email enviado para todos os conselheiros); email de 03/03/2011 proveniente do Hospital Ana Nery, solicitando pauta em reunião para apresentar o seguinte assunto: Aprovação do Relatório de Atividades do Projeto Saúde Perto de Você; email de 03/03/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando pauta em reunião para apreciar o seguinte assunto: Relatório – Aplicação dos recursos vinculados as ações e serviços públicos de saúde – Exercício Financeiro 2010; email de 04/03/2011 proveniente da prefeita Municipal de Santa Cruz do Sul enviando mensagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher; email de 04/03/2011 proveniente da conselheira suplente Sandra Weiller informando que estará de férias até o dia 24/03/2011; email de 11/03/2011 proveniente de Hospital Monte Alverne apresentando o Relatório de Atividades do Projeto Saúde Perto de Você, assunto que será pauta de reunião; email de 11/03/2011 proveniente do CEREST, solicitando pauta em reunião para apresentar o seguinte assunto: Resolução Conselho Gestor; email de 10/03/2011 proveniente do Hospital Monte Alverne, solicitando pauta em reunião 208 para apresentar o seguinte assunto: Aprovação do Relatório de Atividades do Projeto Saúde Perto de Você; email de 10/03/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde, solicitando pauta em reunião para apreciar o seguinte assunto: Relatório de Gestão – Indicadores de Saúde; email de 11/03/2011, proveniente do CEREST/Vales solicitando pauta para o seguinte assunto: Resolução do Conselho Gestor do CEREST/Vales; email de 14/03/2011 proveniente do DCE/UNISC, justificando a ausência das conselheiras Caroline e Andreza na reunião ordinária do dia 15/03/2011; email de 15/03/2011, proveniente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras, justificando a ausência dos conselheiros: Roque e Renato na reunião ordinária do dia 15/03/2011. Nos informes, a conselheira Ângela manifestou-se informando que vai substituir o conselheiro Ângelo no conselho. Passamos ao quarto item de pauta – Eleição da Mesa Diretora, o presidente Darci manifestou-se dizendo que historicamente e por recomendação do Conselho Nacional de Saúde, o presidente e o segundo secretário deverão serem do seguimento usuários, sendo que o vice e o primeiro secretário do seguimento não usuários. Após várias colocações de diversos conselheiros, o presidente Darci sugeriu que cada seguimento tratasse as indicações separadamente, sendo definido um intervalo para as discussões, em seguida a reunião tem prosseguimento com a formação da chapa: Presidente: Gilberto de Moraes Saraiva, Vice-Presidente: Ângela C. Ferreira da Silva, Primeiro Secretário: João Carlos da Rosa Corrêa e Segundo Secretário: José Bonifácio Almada Martins, colocada em votação esta chapa foi aclamada por unanimidade pelo plenário. Em continuidade, o presidente Darci manifestou-se agradecendo a participação de todos os conselheiros e companheiros de diretoria em sua gestão e, empossando a nova mesa diretora passa a presidência ao novo presidente eleito Gilberto Saraiva que se manifestou ressaltando a importância do conselho atribuindo o mérito a todos os conselheiros e que nesta eleição da mesa houve indicação e não disputa, dispondose a buscar harmonia entre os conselheiros, agradecendo a indicação. Passamos ao quinto item de pauta – Projeto do Executivo Municipal Abertura de Crédito Especial – R$ 145.228,31, o presidente Gilberto relata o teor do projeto de lei, após o conselheiro José Carlos, membro da comissão de finanças, relata que o parecer da comissão foi favorável condicionando a apresentação do plano de aplicação de recurso o que foi apresentado nesta reunião para a mesa e cópias aos conselheiros. Após os questionamentos, o presidente Gilberto manifestou-se fazendo a leitura do Parecer favorável da Comissão de Finanças nº 03/2011, colocando em votação o Projeto do Executivo Municipal Abertura de Crédito Especial – R$ 145.228,31, que foi aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao sexto item de pauta – Relatório de Gestão Municipal de Saúde 2010, a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Sra. Fabiane Bastos explanou o relatório, ficando ao final à disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. O conselheiro Darci manifestou-se questionando os casos de demanda reprimida quanto aos especialistas, relatando o caso da usuária Sandra Moraes que necessita fazer uma cirurgia nos olhos e precisa de uma avaliação de um cardiologista, sendo que foi marcada duas vezes e posteriormente desmarcada e até a presente data espera a consulta com o especialista. O conselheiro Edison manifestou-se ressaltando da importância da saúde preventiva realizada pelo Programa ESF que atua nos bairros e interior, devendo ser incrementado com a busca de dados e índices para comparar os índices de outros municípios e estados, pois os índices deverão serem estudados em conjunto e não de forma individual. O assessor Paulo Weiss manifestou-se cumprimentando o Gilberto pela eleição, dizendo que o fato levantado pelo 209 conselheiro Darci é pontual e deverá ser encaminhado diretamente à Secretaria de Saúde, ressaltando que somente acredita em índices com a informatização, gostaria que não se repetisse o fato acontecido anteriormente quando era trazido um fato ao conselho, os secretários mudavam o rumo da discussão falando na prevenção, pois trata-se de resolução, ou melhor resolutividade para os problemas, considera que o programa ESF no papel é o melhor programa de saúde. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que são necessárias ações que visam informar os usuários do SUS, ressaltando as ações iniciadas pela Secretária Marina nas suas manifestações, pois existem dados de que 53 % das pessoas que recebem receituários de medicamentos não adquirem os mesmos, aumentando em quatro vezes as internações, com aumento direto considerável nas despesas com saúde, considera que o Projeto ESF funciona muito bem. O presidente Gilberto, após a leitura do Parecer favorável da Comissão de Relatórios nº 02/2011 realizada pelo conselheiro secretário João Corrêa, coloca em votação o Relatório de Gestão Municipal de Saúde 2010 sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao sétimo item de pauta – Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde (MGS) – IV Trimestre 2010, o representante da Secretaria Municipal de Saúde, João Santos, manifestou-se saudando a todos em especial a nova mesa diretora, secretário de saúde, diretores e demais conselheiros, explanando o relatório com material visual, ficando ao final à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após vários questionamentos e com a leitura do Parecer favorável da Comissão de Finanças nº 02/2011 realizada pelo conselheiro secretário João Corrêa, o presidente Gilberto coloca em votação o Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde (MGS) – IV Trimestre 2010 sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao oitavo item de pauta – Relatório e Parecer: Aplicação dos Recursos Vinculados às Ações e Serviços Públicos de Saúde 2010, o representante da Secretaria Municipal de Saúde, João Santos, manifestou-se explanando o relatório, ficando ao final à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após vários questionamentos e com a leitura do Parecer favorável da Comissão de Finanças nº 01/2011 e o Parecer favorável da Comissão de Relatórios nº 01/2011 realizada pelo conselheiro secretário João Corrêa, o presidente Gilberto coloca em votação o Relatório e Parecer: Aplicação dos Recursos Vinculados às Ações e Serviços Públicos de Saúde 2010 sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao nono item de pauta – Relatório de Atividades do Hospital Ana Nery: Programa Saúde Perto de Você e Relatório de Atividades do Hospital Monte Alverne: Programa Saúde Perto de Você, o conselheiro Lídio explanou os relatórios dizendo que é uma formalidade exigida. Em continuidade, com a leitura do Parecer favorável da Comissão de Relatório nº 03/2011 e do Parecer favorável nº 04/2011 realizada pelo conselheiro secretário João Corrêa, o presidente Gilberto coloca em votação o Relatório de Atividades do Hospital Ana Nery: Programa Saúde Perto de Você e o Relatório de Atividades do Hospital Monte Alverne: Programa Saúde Perto de Você sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. O presidente Gilberto manifestou-se requerendo que o décimo item de pauta - Resolução 01/CMS/2011 não seja apreciado nesta reunião sendo encaminhado para próxima reunião, tendo em vista ao adiantado da hora, o que foi acatado de forma unânime pelo plenário. Passamos ao décimo primeiro item de pauta – Conferência Municipal e Estadual de Saúde, o presidente Gilberto manifestou-se dizendo que participará da reunião na 13ª Coordenadoria de Saúde para tratar do assunto e que na próxima reunião realizará um relato da reunião. Passamos ao décimo segundo item de pauta – Assuntos 210 Gerais, o conselheiro Afonso solicita pauta do assunto: Legislação Municipal - Ações Saúde do Trabalhador/Atribuições e atuação do CEREST. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ADENDO ATA 407 Adendo à ata 407 apresentado pelo conselheiro Afonso que se manifestou solicitando a alteração da ata referente a pauta da eleição da mesa diretora do conselho considerando que não existiu acordo entre os usuários e não usuários antes do intervalo sugerido pelo presidente, podendo qualquer seguimento apresentar seus candidatos à mesa do conselho. Em regime de votação: aprovado por unanimidade, devendo ser retificada a Ata 407. Nada mais. Presidente Secretario ATA 408 Aos vinte e dois dias do mês de março de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Gilnei Luis de Oliveira, Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, José Carlos Hass, Darci Benke, Afonso Schwebgber, Gilberto de Moraes Saraiva, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio de Almada e Jonas Vedoy e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Carlos Roberto de L. Machado Jr., Elton Bigolin, Renato Goerck, Daniel Simon, Andreza Gomes e Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 407, segundo item da pauta, sendo apresentado adendo à ata 407 pelo conselheiro Afonso que manifestou-se dizendo que não existiu acordo entre os usuários e não usuários antes do intervalo sugerido pelo presidente, podendo qualquer seguimento apresentar seus 211 candidatos, ao final foi colocada em votação a Ata 407, sendo aprovada pelos conselheiros com o adendo apresentado. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas - Ofício nº 09 de 17/03/2011 para os Conselheiros Municipais de Saúde, convocando para a reunião ordinária de 15/03/2011 (enviado para todos os conselheiros via e-mail); Correspondências Recebidas – Ofício 04/BMQ/SMS/2011 18/03/2011, proveniente da Coordenação do Comitê Municipal de Ações de Redução da Mortalidade Infantil e Fetal, solicitando indicação de nome para compor o comitê como representante deste conselho, bem como indicado da data da reunião no dia 05/04/2011, às 10 horas na Secretaria Municipal de Saúde; Requerimento do Hospital Monte Alverne de 16/03/2011 solicitando atestado de pleno e regular funcionamento daquela entidade, atestado fornecido pela mesa diretora, e-mail de 16/03/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde repassando documentos da Conferência Nacional de Saúde (email enviado para todos os conselheiros); e-mail de 16/03/2011 proveniente do ARAD – Associação Riograndense de Apoio ao Diabético – Santa Cruz do Sul, solicitando pauta em reunião para apresentar o seguinte assunto: Apresentação do Projeto Atenção Farmacêutica; e-mail de 22/03/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para videoconferência que será realizada no dia 25/03/2003, das 14 horas às 17 horas na sede da DATASUS em Porto Alegre (e-mail enviado para todos os conselheiros); e-mail de 22/03/2011 proveniente do Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Santa Cruz do Sul, enviando ofício solicitando a substituição do titular representante neste conselho Sr. Ernani dos Santos pelo Sr. Jaime Gaudêncio Câmara. Nos informes, o conselheiro Darci, apresentou Convite da 13ª Coordenadoria da Plenária Regional sobre Suicidas na Região que será realizada no dia 30 de abril de 2011 em Venâncio Aires, devendo os interessados inscreverem-se com o Secretário João, junto ao conselho até quarta-feira junto à sala do conselho. Ainda, nos informe, o conselheiro Afonso manifestou-se dizendo fazendo alusão que no dia de hoje comemora-se o Dia Mundial da Água e água significa saúde, devendo ser pública, sendo bem da humanidade, sendo necessária esta menção neste conselho. Passamos ao quarto item de pauta – Resolução Conselho Gestor CEREST/Comissões, o presidente Gilberto passou a palavra para a representante do CEREST, Dra. Adriana, que se manifestou explanando a resolução, sendo questionada por diversos conselheiros e, satisfeitos todos os questionamentos, o presidente Gilberto, coloca em votação a Resolução Conselho Gestor CEREST/Comissões, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao nono item de pauta – Legislação Municipal: Ações Saúde do Trabalhador/Atribuições e atuação do CEREST, o conselheiro Afonso manifestou-se dizendo da necessidade de construção de uma legislação municipal para dar atribuições ao CEREST e UMREST, com poderes de autuação na vigilância em saúde do trabalhador, sugerindo a criação de uma comissão para tratar este assunto; Após várias colocações de diversos conselheiros, o presidente Gilberto, coloca em votação a proposta de criação de comissão juntamente com o CEREST, para discutir o assunto e apresentar proposta de legislação para o Poder Executivo, sendo aprovado por unanimidade, ficando indicados os nomes dos conselheiros Afonso e Penha para participarem dos trabalhos. Passamos ao quinto item de pauta – Apresentação do Projeto Atenção Farmacêutica para inclusão de serviços no Ambulatório Central, o conselheiro Jonas explanou o projeto ficando à disposição dos demais conselheiros para questionamentos, sendo que após vários questionamentos de diversos 212 conselheiros, o presidente Gilberto coloca em votação o Projeto Atenção Farmacêutica para inclusão de serviços no Ambulatório Central, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário devendo ser encaminhado para o gestor municipal. Passamos ao sexto item de pauta – Resolução 01/2011/CMS, o presidente Gilberto explanou a resolução dizendo que esta vinculada as contratualizações dos Hospitais de Santa Cruz. O conselheiro Afonso manifestou-se fazendo questionamentos ressaltando que não se sente em condições de votar. Após entendimentos, com o parecer favorável da Comissão de Contratos e Convênios nº 01/201, o presidente Gilberto coloca em votação a Resolução 01/2011/CMS, sendo aprovada por unanimidade por todos os conselheiros. Passamos ao sétimo item de pauta – Comissões, o presidente Gilberto manifestou-se dizendo da necessidade de composição dos membros das comissões pela troca de conselheiros. Após entendimentos em plenário ficou acertado de que os membros das comissões serão substituídos pelos mesmos representantes das entidades que foram também substituídos. Passamos ao oitavo item de pauta – Conferência Municipal e Estadual de Saúde, o presidente Gilberto manifestou-se informando dos prazos para a realização das conferências municipais, bem como da proposta de realização de pré-conferências em determinadas regiões do município, sendo sugerido a UNISC, Zona Sul, Rio Pardinho e Monte Alverne. Após entendimentos em plenário a data sugerida para a conferência ficou para 30 de junho ou 01 de julho, devendo o conselho participar da preparação da conferência e pré-conferência através de representantes. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 409 Aos doze dias do mês de abril de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, José Carlos Hass, Oswaldo Balparda, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozetto Ambrosi, Paulo Rogério de Lara e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Carlos Roberto de L. Machado Jr., Elton Bigolin, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette, Andreza Gomes, Alexandre Paulus e Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião cumprimentando todos os presentes, colocando a solicitação de inversão de pauta do item sexto para que seja colocado como primeiro assunto a ser discutido, conforme pedido da estudante e conselheira Andreza, que justificou o pedido pelo fato de ter prova na universidade, sendo acatado pelo plenário por unanimidade. Passamos a apreciação do Adendo a Ata 407 e Ata 408, segundo item da pauta, que colocada em votação, o Adendo a Ata 407, pelo presidente Gilberto foi aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da 213 pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 10/CMS/2011 de 29/03/2011 para a Prefeita Municipal solicitando audiência para tratar do assunto: Legislação Municipal – Ações Saúde do Trabalhador / Atribuições e Atuação do CEREST; Ofício nº 11/CMS/2011 de 30/03/2011 para Câmara Municipal de Vereadores, solicitando plenário para as reuniões ordinárias dos dias 12 e 26 de abril de 2011 do CMS; Ofício nº 12/CMS/2011 de 29/03/2011 para a Prefeita Municipal solicitando portaria de nomeação dos novos conselheiros representantes da Secretaria Municipal de Saúde e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 13/CMS/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 12 de abril de 2011 (cópia enviado via email para todos os conselheiros); emissão de atestado de pleno funcionamento do Hospital Santa Cruz/APESC; emissão de atestado de pleno funcionamento do Hospital Beneficente Monte Alverne; Correspondências Recebidas – Oficio Circular 018/SMEC/2011 de 22/03/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, convidando para o Fórum Permanente da Não-Violência que se realizou no dia 07 de abril de 2011, às 8 horas e 30 min no Auditório da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Ofício DG nº 074/2011 de 23/03/2011, proveniente do Hospital Santa Cruz, informando que esta em falta no mercado a medicação: Imunoglobulina Anti RH; Ofício de 24/03/2011 proveniente do Hospital Ana Nery saudando o presidente Gilberto Saraiva pela sua eleição para a presidência da mesa diretora deste conselho; Ofício nº 480/SMS/2011 de 28/03/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando os novos nomes representante da Secretaria Municipal de Saúde neste conselho: Titular – Edison André Rabuske e Suplente – Cássio Arend; Portaria nº 16039 de 01/04/2011 da Prefeita Municipal de Santa Cruz do Sul nomeando os novos nomes representantes da Secretaria Municipal de Saúde neste conselho: Titular – Edison André Rabuske e Suplente – Cássio Arend; Ofício de 12/04/2011 proveniente do Sindicato dos trabalhdores Rurais de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras justificando a impossibilidade de comparecimento de seus representantes na presente reunião ordinária; Convite do Hospital Ana Nery para o presidente Gilberto Saraiva participar de jantar no dia 07/04/2011 às 19h na Sede da Associação dos Funcionários do Hospital Ana Nery, onde será apresentado prestação de contas à comunidade; email de 23/04/2011 proveniente da conselheira Ângela solicitando pauta para explanação das atividades do Curso de Farmácia do UNISC pela coordenação do curso; email de 24/03/2011 proveniente do DCE/UNISC encaminhando convite para sessão solene em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher que se realizou no dia 28/03/2011 na Escola de Ensino Médio Vera Cruz; email de 29/03/2011 proveniente da Coordenação do Comitê Municipal do Programa de Prevenção da Violência reiterando a solicitação de indicação de representante deste conselho para compor o comitê Municipal do PPV; Email de 01/04/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando declaração de pleno funcionamento; email de 04/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para a plenária que se realizar-se-á no dia 12/04/2011, 13h 30min na Sede do Sindicato dos Metalúrgicos de POA; email de 04/04/2011 proveniente do Departamento de Informática do SUS – DATASUS informando da disponibilidade para o conselho de uma TV 32’ e uma impressora conforme documentação já enviada; email de 06/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para atividade referente ao Dia Mundial de Saúde que será realizada em Pelotas – RS no dia 07/04/2011 a partir das 9h no Largo 214 Edmar Fetter; email de 05/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para II Encontro Regional do Controle Social para Educação Permanente que se realizou no dia 09/04/2011 em São Leopoldo-RS; email de 05/04/2011 proveniente do Conselho Municipal de Saúde convidando para o evento da FEESERS, dia 11/04/2011, das 14h às 17h – O SUS como promotor da Igualdade no Atendimento à Saúde (atividade paralela ao I Fórum da Igualdade); email de 05/04/2011 proveniente do Conselho Municipal de Saúde informando do Programa de Inclusão Digital dos Conselhos de Saúde o qual disponibilizou uma TV 32’ e uma impressora para o CMS de Santa Cruz do Sul; email de 06/04/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta em reunião para apresentação de projetos da gestão que será encaminhado junto ao Fundo Nacional de Saúde; email de 07/04/2011 proveniente do Conselho Municipal de Saúde convidando o evento 5º Seminário de Políticas Sociais, que será realizado no dia 12/05/2011(email enviado a todos os conselheiros); email de 12/04/2011 proveniente do conselheiro Afonso justificando a impossibilidade de participar na presente reunião ordinária. Passamos ao sexto item de pauta – Preparação da conferência Municipal e Estadual de Saúde, por solicitação anterior de inversão de pauta, a conselheira estudante Andreza manifestou-se informando da decisão das datas e locais das préconferências: dia 05/05/2011 – Rio Pardinho na Sociedade Comunitária; dia 19/05/2011 - Menino Deus - Zona Sul no Pólo Comunitário; dia 02/06/2011 – Monte Alverne no Pavilhão da SECMA e dia 19/06/2011 na UNISC, Anfiteatro do Bloco 18, sendo que a Conferência Municipal de Saúde será no dia 30/06/2011, às 14 hs e serão distribuído folders da programação. O presidente Gilberto manifestou-se ressaltando que será encaminhado a todos os conselheiros a programação via email. O conselheiro Darci manifestou-se questionando como vai ser o processo de divulgação das pré-conferências e que em Monte Alverne, Zona Sul e Rio Pardinho deverá ser realizada durante a noite, sugerindo outras formas de divulgação como carro de som volante. O assessor Paulo Weiss sugere a divulgação através dos Padres e Pastores. O presidente Gilberto manifestou-se colocando que a comissão esta à disposição para sugestões de palestrantes. Passamos ao quarto item de pauta – Prestação de contas Hospital Ana Nery / Enfrentamento desastres ambientais, o presidente Gilberto passou a palavra para a conselheira Sandra, representante do Hospital Ana Nery, que explanou a prestação de contas ficando á disposição para questionamentos. Após questionamentos de diversos conselheiros e com a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº 04/2011, o presidente Gilberto colocou em votação a Prestação de contas Hospital Ana Nery / Enfrentamento desastres ambientais, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao quinto item de pauta – Apresentação de cinco projetos da Secretaria Municipal de Saúde para ser encaminhado junto ao Fundo Nacional da Saúde, o presidente Gilberto passou a palavra para a Sra. Fabiane Bastos que explanou os cinco projetos, ficando à disposição dos conselheiros para qualquer esclarecimento. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo da necessidade do conselho fiscalizar a aplicação dos recursos quanto à aquisição dos materiais dos projetos. O conselheiro Edison manifestou-se parabenizando a equipe que realizou os projetos visando a busca dos recursos, sendo único município que aprovou projeto para encaminhamento. O presidente Gilberto manifestou-se colocando em votação a Apresentação de cinco projetos da Secretaria Municipal de Saúde para ser encaminhado junto ao Fundo Nacional da Saúde: Aquisição de Equipamentos e Material Permanente para a Casa de Saúde Ignês Irene Moraes, Aquisição de Equipamentos e Material Permanente para Atenção 215 Básica de Saúde – Saúde Bucal, Aquisição de Equipamentos e Material Permanente para o CEMAI, Aquisição de Equipamentos e Material Permanente para a Unidade Básica de Saúde Linha Santa Cruz e Aquisição de Equipamentos e Material Permanente para Atenção Básica de Saúde ESF Bom Jesus , sendo aprovados por unanimidade. Passamos ao sétimo item de pauta – Ocorrência de óbito no Plantão de Atendimento do Hospital Santa Cruz (Relato reunião da Comissões de Ouvidoria e Urgência e Emergência), o presidente Gilberto manifestou-se relatando a ocorrência da reunião, informando que o conselho não foi convidado para participar das reuniões que estão tratando sobre o fato, mas que o Hospital Santa Cruz fez o convite para participar de reunião realizada com a 13ª Coordenadoria, CISVALE e Secretaria Municipal de Saúde, parabenizando o Hospital Santa Cruz pela atitude. Em continuidade passou a palavra ao conselheiro secretário João que fez a leitura da memória da ata da reunião das comissões, sendo encaminhado as seguintes sugestões: encaminhamento de notas explicativas na imprensa sobre o SUS, ofício para a CISVALE, AMVARP, Secretaria Municipal de Saúde e 13ª Coordenadoria Regional de Saúde informando que este conselho deverá participar em toda a reunião que trate de assuntos referentes ao Pronto Socorro Regional, construção de novas referências e investigação do fato ocorrido e Ofício para Brigada Militar repudiando a atitude da prisão dos profissionais. O conselheiro Carlos sugeriu que o oficio para a Brigada Militar seja solicitado esclarecimentos da ação da policia no episódio. O assessor Paulo Weiss manifestou-se dizendo que poderá no ofício solicitar a Brigada Militar para comparecer neste conselho. O conselheiro Penha manifestou-se dizendo que existem dois fatos conforme comentários na comunidade: primeiro a existência de rixa pessoal entre a autoridade policial e o enfermeiro e o segundo é o uso de algemas, considerando ato de truculência. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que concorda com a proposta de convidar a Brigada Militar para participar de reunião, para esclarecer possível ilegalidade de ato de poder no fato ocorrido ou a intervenção da Brigada Militar no caso. O conselheiro Alexandre questiona se existem médicos ou enfermeiros para fazerem substituições quando necessárias, sendo respondido pelo conselheiro Oswaldo que existem mais de um enfermeiro e mais de um médico no plantão atuando em setores diferentes, mas sempre deverão ser substituídos quando ocorrer vacância, isto quando numa rotina normal. O conselheiro Darci manifestou-se dizendo que o Ofício direcionado ao Comandante da Brigada Militar deverá solicitar a informação da existência ou não de sindicância interna para apurar os fatos e convidando para esclarecimentos. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que existem comentários de que o enfermeiro estava pedindo a substituição quando foi abordado e algemado pela Brigada Militar. O conselheiro Penha manifestou-se relatando caso concreto de vazamento de informações para a imprensa que usou de forma sensacionalista. O conselheiro Edison manifestou-se fazendo coro a manifestação do conselheiro Penha, relatando caso ultimo divulgado na imprensa de usuário que estava em uma barraca nos fundos de uma residência sem tratamento, caso típico de preconceito, neste caso espera que as instituições, profissionais liberais entidades se manifestem. O presidente Gilberto manifestou-se aproveitando o espaço para reforçar um pedido de um assessor de imprensa, para que as ações do conselho e da saúde possam ser divulgadas. O conselheiro Oswaldo manifestou-se agradecendo ao conselheiro Almada que se colocou à disposição do Hospital Santa Cruz após a ocorrência dos fatos, ressaltando que o Hospital Santa Cruz esta à disposição dos processos e inquéritos instaurados, considerando que as notícias veiculadas nos meios de 216 comunicação geram desinformação, agradecendo a participação deste conselho, colocando que a representatividade do Hospital Santa Cruz neste conselho irá abster-se em votar pelo fato de ser parte envolvida neste processo. O conselheiro José Carlos manifestou-se questionando o encaminhamento da notas explicativas na imprensa, sendo que o presidente Gilberto manifestou-se dizendo que deverá esperar o desdobramento da Brigada Militar. O conselheiro Edison manifestou-se dizendo que coloca à disposição deste conselho a estagiária que estará contratando para a secretaria, devendo esta realizar uma assessoria paralela. O presidente Gilberto manifestou-se colocando ao plenário a sugestão, tendo aprovação unânime. O presidente Gilberto manifestou-se colocando ao plenário os seguintes encaminhamentos: Ofício para a Brigada Militar, Ofício para CISVALE, AMVARP, Secretaria Municipal de Saúde e 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, sendo aprovado pelo plenário com abstenção do conselheiro Oswaldo Balparda. Passamos ao oitavo item de pauta – Assuntos Gerais, a conselheira Ângela, manifestou-se dizendo que esta trazendo informações do Curso de Farmácia, conforme ficou acertado na última reunião, sendo que o fato do conselheiro Jonas não estar presente na reunião passou as informações ao conselheiro secretário João. O conselheiro Darci manifestou-se relatando fato envolvendo atendimento da médica do Hospitalzinho, Sra. Valquiria Borges Muller, que prestou atendimento de forma desrespeitosa a seu filho, tratando com verdadeiro “pataço”. O conselheiro Edison manifestou-se informando que o assunto deverá ser encaminhado a ouvidoria, junto à Secretaria Municipal de Saúde. O conselheiro Alexandre manifestou-se elogiando os serviços do SAMU, mas questionou o tempo de chegada ao local do acidente ou do chamado, sendo respondido pelo conselheiro Penha dizendo que existe regulação dos serviços que centraliza os atendimentos. O conselheiro Edison manifestou-se dizendo que o assunto da regulação dos serviços do SAMU esta sendo questionado junto à Secretaria Estadual de Saúde, pois existe deficiência na regulação. O conselheiro Carlos manifestou-se dizendo que considera favorável a colocação de que não possui reclamações dos serviços e sim da regulação. O conselheiro Alexandre manifestou-se colocando um fato envolvendo usuário e atendimento no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz sendo que o conselheiro Oswaldo manifestou-se propondo que este fato seja encaminhado à ouvidoria ou auditoria da Secretaria Municipal de Saúde. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que os encaminhamentos para os assuntos gerais deverão ser agendados no início de cada reunião. O conselheiro Paulo manifestou-se relatando outro fato de atendimento do Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz, sendo novamente informado pelo conselheiro Oswaldo de que deverá ser encaminhado a ouvidoria ou auditoria da Secretaria Municipal de Saúde. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário 217 ATA 410 Aos onze dias do mês de maio de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, José Carlos Hass, Oswaldo Balparda, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozetto Ambrosi, Paulo Rogério de Lara e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Carlos Roberto de L. Machado Jr., Elton Bigolin, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette, Andreza Gomes, Alexandre Paulus e Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 409, segundo item da pauta, que colocada em votação a Ata 409, sendo aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, João Carlos Corrêa, conselheiro secretário, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 14/CMS/2011 de 15/04/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores, solicitando plenário para as reuniões ordinárias dos dias 10 e 24 de maio de 2011 do CMS; Ofício nº 15/CMS/2011 de 15/04/2011 para a Prefeita Municipal encaminhando a Resolução 01/CMS/2011; Ofício nº 16/CMS/2011 de 15/04/2011 para o Sr. Joni Lisboa da Rocha – Presidente da CISVALE colocando este conselho à disposição para participar de qualquer reunião que trata de assuntos referente ao pronto Socorro Regional, construção de novas referências e investigação de fatos ocorridos envolvendo saúde pública como o caso do óbito no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz; Ofício nº 17/CMS/2011 de 15/04/2011 para o Sr. Mário Rabuske – Presidente da AMVARP colocando este conselho à disposição para participar de qualquer reunião que trata de assuntos referente ao pronto Socorro Regional, construção de novas referências e investigação de fatos ocorridos envolvendo saúde pública como o caso do óbito no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz; Ofício nº 18/CMS/2011 de 15/04/2011 para o Sr. Edison André Rabuske – Secretário Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul colocando este conselho à disposição para participar de qualquer reunião que trata de assuntos referente ao pronto Socorro Regional, construção de novas referências e investigação de fatos ocorridos envolvendo saúde pública como o caso do óbito no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz; Ofício nº 19/CMS/2011 de 15/04/2011 para o Sr. Paulo Augusto Gomes – Delegado Regional de Saúde colocando este conselho à disposição para participar de qualquer reunião que trata de assuntos referente ao pronto Socorro Regional, construção de novas referências e investigação de fatos ocorridos envolvendo saúde pública como o caso do óbito no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz; Ofício nº 20/CMS/2011 de 15/04/2011 para o Major Valmir Jose dos Reis – Comandante do 23º BPM convidando para participar da reunião ordinária deste conselho, dia 26 de abril de 2011, à 18 horas, na Câmara Municipal de Vereadores para prestar esclarecimentos sobre a ação da Polícia Militar no episódio ocorrido no Hospital Santa Cruz que resultou no óbito de usuário do Sistema Único de Saúde (documento entregue, posteriormente avisado do cancelamento da reunião); Ofício nº 21/CMS/2011 de 15/04/2011 para a Sra. Arani Borges Hax – Coordenadora do 218 PPV, apresentando os nomes dos conselheiros João Carlos da Rosa Corrêa e Gilberto de Moraes Saraiva, titular e suplente respectivamente, como representantes deste conselho no Comitê Municipal de Prevenção à Violência; Ofício nº 22/CMS/2011 de 08/04/2011 para a Secretária Municipal de Saúde informando o número de horas de serviços prestados de assessoria contábil ao Conselho Municipal de Saúde no mês de março de 2011 para efetivação de pagamento; Ofício nº 23/CMS/2011 de 04/05/2011 para a Secretária Municipal de Saúde informando o número de horas de serviços prestados de assessoria contábil ao Conselho Municipal de Saúde no mês de abril de 2011 para efetivação de pagamento; Ofício nº 24/CMS/2011 de 04/05/2011 para o Major Valmir Jose dos Reis – Comandante do 23º BPM convidando para participar da reunião ordinária deste conselho, dia 10 de maio de 2011, às 18 horas, na Câmara Municipal de Vereadores para prestar esclarecimentos sobre a ação da Polícia Militar no episódio ocorrido no Hospital Santa Cruz que resultou no óbito de usuário do Sistema Único de Saúde; Ofício nº 25/CMS/2011 de 05/05/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 10 de maio de 2011 (cópia enviado via email para todos os conselheiros); Correspondências Recebidas – Oficio Circular 029/SMEC/2011 de 26/04/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, convidando para o Fórum Permanente da Não-Violência que se realizou no dia 05 de maio de 2011, às 8 horas e 30 min no Auditório da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Ofício nº 108/2011 de 04/05/2011, proveniente do Hospital Santa Cruz, encaminhando projeto de Credenciamento de Alta Complexidade Cardiovascular do Hospital Santa Cruz que devera ser apresentado neste conselho; Ofício DG nº 110/2011 de 05/05/2011, proveniente do Hospital Santa Cruz, informando da incapacidade de acolher novas internações na Unidade de Tratamento Intensivo Neo-Pediátrica, por tempo indeterminado, dado o grau de gravidade dos paciente internados; Ofício de 09/05/2011 proveniente da Comunidade Terapêutica Recomeçar, informando que em Assembléia Geral realizada no dia 28 de abril do corrente ano foi eleita e empossada a nova diretoria, tendo como presidente o Senhor Antonio João Weber; Convite do Hospital Santa Cruz para o presidente Gilberto Saraiva participar do evento de lançamento da obra da Ala São Francisco e apresentação da sala de cirurgia cardíaca do Centro Cirúrgico – dia 02 de maio, às 17 horas no Hospital Santa Cruz; e-mail de 13/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando a relação das Consultas públicas da Anvisa de 2011 (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 13/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde divulgando cópia do Acórdão nº 16/2010, referente ao processo nº TC 000.239/2008-1 que versa sobre a Avaliação das Ações Governamentais no âmbito do programa Nacional de Combate à Dengue(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 20/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando convite para o III Seminário em Saúde do Trabalhador(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 20/04/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde – Fabiane Bastos encaminhando o Folder da 5ª Conferência Municipal de Santa Cruz do Sul; e-mail de 25/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Resolução nº 12/2010 do Conselho Estadual de Saúde – CES/RS que trata da reestruturação dos Conselhos Regionais de Saúde(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 27/04/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde lembrando da reunião do dia 03 de maio de 2011 no Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, que tratará do assunto: posicionamento do Movimento Sindical nas Conferências Municipais e Estadual de Saúde(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 27/04/2011 219 proveniente da Gestão da Assistência Farmacêutica encaminhando convite para o Curso de Especialização em Gestão da Assistência Farmacêutica(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 28/04/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para o seguinte assunto: Projeto de Cardiologia do Hospital Santa Cruz; e-mail de 02/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando o regimento Interno da 6ª Conferencia Estadual de Saúde que será realizada na cidade de Tramandaí de 01 a 4 de setembro de 2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 04/05/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando pauta na reunião do dia 10/05/2011, para o seguinte assunto: Apresentação do projeto de Credenciamento de Alta Complexidade Cardiovascular – Hospital Santa Cruz; e-mail de 09/05/2011 proveniente do Professor e Mestre Carlos Machado divulgando o Curso de Atendimento Pré-Hospitalar Profissional (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 09/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando o Ofício Circular nº 012/11 referente a participação e divulgação da 6ª Conferencia Estadual de Saúde que será realizada na cidade de Tramandaí de 01 a 4 de setembro de 2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 10/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Informativo Eletrônico que comunica o lançamento do site da 14ª Conferência Nacional de Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros). Nos informes, o conselheiro José Carlos manifestou-se questionando o andamento da diligência realizada pelos representantes deste conselho e Secretaria Municipal de Saúde, sendo repondido pelo Presidente Gilberto de que o relatório deverá ser entregue pelo médico auditor ao Secretário Municipal de Saúde e, pelo conselheiro Cássio que manifestou-se dizendo eu ira cobrar do relatório do auditor. O conselheiro João Corrêa manifestou-se propondo que a mesa encaminhe Ofício solicitando o andamento do processo de diligência, o que foi acatado pela mesa. A conselheira Caroline manifestou-se informando da realização da Semana Integrada da Saúde que será realizada de 17 a 20 de maio na UNISC, sendo que encaminhará ao conselho, a programação para divulgação. Em continuidade, o presidente Gilberto manifestou-se propondo a inversão da pauta conforme requerimento do Hospital Santa Cruz, em que solicitou que o sexto item seja apreciado imediatamente. Após ouvido o representante da Brigada Militar e plenário, com a concordância da inversão da pauta, passamos ao quinto item de pauta – Projeto Cardiologia Hospital Santa Cruz. O representante do Hospital Santa Cruz, conselheiro Elton, manifestou-se justificando a ausência do diretor do hospital Oswaldo Balparda, passando a palavra para a equipe técnica que explanou o projeto, ficando ao final à disposição para perguntas dos conselheiros. O presidente Gilberto manifestou-se questionando se esta previsto o aumento de leitos e ampliação da UTI, sendo respondido que existe projeto de aumento de leitos na Ala São Francisco (dezesseis leitos) e projeto modernização da UTI com aumento de leitos tambem. O conselheiro Cássio manifestou-se dizendo que após o credenciamento a referencia regional passa para o Hospital Santa Cruz e não mais para o Hospital Bruno Born. O conselheiro Darci manifestou-se questionando quanto às consultas, o aumento nas consultas da rede com referencia a implantação do projeto, sendo respondido pelo Dr, Abdala. O conselheiro Penha manifestou-se solicitando que seja respeitado as inscrições e que as perguntas sejam mais objetivas. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que todo o serviço novo é bem vindo, mas esta preocupado com o sistema que esta afogado, perguntando se são necessários mais leitos na UTI e clínica, sendo repondido pelo Dr. Abdala de que com a implantação do projeto as situações serão realizadas com resolução de 220 forma eficiente e rápida, pois existirá cardiologista desde a urgência. O conselheiro Cássio manifestou-se dizendo que o gestor municipal apoia a implantação do projeto, solicitando que seja aprovado neste conselho com a ressalva de que deverá ser com a alta complexidade e a média complexidade (vascular periférica), conforme decisão já provada pelo COGERE. Em continuidade, o presidente Gilberto Saraira colocou em votação o Projeto Cardiologia Hospital Santa Cruz incluindo a média complexidade, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. O assessor técnico Paulo Weiss manifestou-se parabenizando a aprovação do projeto, sugerindo que seja apresentado projeto na área de neurocirurgias. O presidente Gilberto manifestou-se solicitando a retirada dos itens de pauta: sexto, sétimo e oitavo, pois foram esclarecidos pelo representante do gestor e conselheiro Cássio. Passamos ao quarto item de pauta - Ocorrência do Óbito no Plantão de Atendimento do Hospital Santa Cruz: Manifestação da Brigada Militar, o representante da Brigada Militar, Cap. Marconatto, manifestou-se dizendo que veio para prestar os esclarecimentos pois exerce a função de comando da área centro, relatando os fatos conforme os depoimentos colhidos nos inquéritos em andamento, sendo que ao final colocou-se a disposição esclarecimentos dos conselheiros. O conselheiro Carlos manifestou-se questionando sobre o fato do enfermeiro sair algemado do hospital sendo que conforme relatos paralelos a vítima teria grau de parentesco com os policiais militares ou que estes teriam desavenças pessoais com o enfermeiro. O Cap. Marconatto manifestou-se respondendo que conforme os depoimentos do inquérito o enfermeiro teria resistido o encaminhamento para a Delegacia de Polícia, sendo que o médico inclusive deslocou-se em seu carro particular. O conselheiro Carlos questionou se o enfermeiro estava providenciando a sua substiuição para sair do plantão, sendo que foi respondido pelo Cap. Marconatto que não tem conhecimento dessa informação e que não sabe de ligação de suposto parentesco dos policiais com os familiares da vítima, informando que estes são de Rio Pardo e a vítima era de Herveiras, bem como também não sabe de qualquer rixa envolvendo o enfermeiro e os policiais. O delegado Regional de Saúde, Sr. Paulo, manifestou-se dizendo que esta sendo realizado um mapeamento regional de todas as referencias juntamente com o Ministério Público, parabenizando a aprovação deste conselho do Projeto de Cardiologia do Hospital Santa Cruz. O conselheiro Penha manifestou-se lamentando a postura do reitor da UNISC, Vilmar Thomé, que foi nos meios de comunicação anunciar a demissão do profssional médico envolvido no caso em questão, relatando fato que sofreu com um assalto em sua residencia, sendo que a Brigada Militar levou aproximadamente 45 minutos para chegar no local, questionando o tempo de resposta no caso em debate, em que a Brigada Militar logo em seguida chegou acompanhada com a imprensa local, questiona ainda a pressão que estão sofrendo hoje os funcionário do local, a relação de confiança das pessoas, lamentando os espetáculo pirotécncio ocorrido. O Cap. Marconatto manifestou-se respondendo que a Brigada Militar tem a bandeira de reduzir o tempo de resposta ao 190, ressaltando que a viatura chegou por que estava perto, considerando a pirotecnia dos fatos extremamente curiosa. O assessor especial Paulo Weiss manifestou-se solictando que seja proposto ao plenário do conselho uma moção de apoio ao artigo de opinião publicado no Jornal Gazeta do Sul do dia 07 e 08 de maio de 2001, página 12, com o título “Enforquem o Médico”, sendo encaminhado para a mesa. O presidente Gilberto Saraiva manifestou-se dizendo que tal artigo deverá ser encaminhando a todos os conselheiros devendo ser pauta da próxima reunião. O Cap. Marconatto manifestou-se dizendo que a Brigada Militar tem missão constitucional de manutenção da ordem pública e patrimônio público ou privado e 221 que esta acontecendo um fenômeno de diversas reclamações de atendimento na saúde pública, sendo que a instituição esta qualificando o pessoal para orientar as pessoas. O conselheiro Lidio manifestou-se dizendo que existe um contrato devidamente contruído com o Ministério Público, ressalta que alguém determinou para que o profissional tivesse aquela posição, sendo que a demissão do funcionário terá que ser sempre avaliada. O conselheiro Elton manifestou-se dizendo que o caso ocorrido esta sendo conduzido pela APESC, ressaltando que depois do evento tem ocorrido fatos que inflingem as referências, questionando o modo como é realizado o filtro, sendo respondido pelo Cap. Marconatto que o filtro está sendo realizado, sendo que na reunião anunciada deverá ser estabelecido as formas e requisitos. O conselheiro Carlos manifestou-se dizendo que a maioria dos serviços da Brigada Militar é bom, mas os fatos acontecidos devem ser olhados de forma diferente, como o uso de algemas, com o objetivo de não se tornar rotina, sendo respondido pelo Cap. Marconatto de que a Brigada Militar age dentro dos limites, mas que abusos, falhas e desvios são encaminhados para sindicâncias e mecanismos disciplinares. Por fim, o presidente Gilberto Saraiva agradece a presença do Cap. Marconatto, passando para o quinto item de pauta - Projeto de Lei do Executivo Abertura de Crédito Especial – R$ 5.353,45, que foi apresentado pelo representante da Secretaria Municipal de Saúde, logo após colocado em votação o Projeto de Lei do Executivo Abertura de Crédito Especial – R$ 5.353,45, com o parecer favorável da Comissão de Finanças nº 05/2011, sendo aprovado por unanimidade. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 411 Aos vinte e quatro dias do mês de maio de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha, José Carlos Hass, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Afonso Schwengber, Caroline Bozetto Ambrosi, José Bonifácio Almada Martins e Jonas Israel Vedoy e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Luis Selmar de Queiroz, Elton Bigolin, Telmo Waldy Zanette, Renato Goerke e Alexandre Paulus . Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS e pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, a Vice-Presidente Ângela Ferreira, que preside a reunião pela ausência do presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 410, segundo item da pauta, que colocada em votação a Ata 410, foi aprovada pelo plenário com a abstenção do conselheiro Afonso. Em 222 seguida, no terceiro item da pauta, a presidente Ângela Ferreira, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 26/CMS/2011 de 16/04/2011 para o Sr. Edison André Rabuske – Secretário Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, solicitando informações sobre o andamento do procedimento realizado sobre a diligência em que este conselho participou; Ofício nº 27/CMS/2011 de 16/05/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 24 de maio de 2011 (cópia enviado via email para todos os conselheiros); Ofício nº 28/CMS/2011 de 16/05/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores, solicitando plenário para as reuniões ordinárias dos dias 14 e 28 de junho de 2011 do CMS; Correspondências Recebidas – Oficio Gab. Pres. Nº 55/2011 de 19/05/2011 proveniente da APESC apresentando o novo Diretor Geral do Hospital Santa Cruz, Sr. Leo Kraether Neto que será no titular representante da entidade neste conselho bem como confirmando o Sr. Elton Bigolin como suplente; Oficio nº 714/EACS/ESF/SMS/2011 de 13/05/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando o desligamento de quatorze agentes de saúde das Estratégias de Agentes de Saúde e Saúde da Família, seguindo anexos os nomes e os motivos, bem como convidando para o processo de abertura do processo que será realizado no dia 26 de maio, às 8 h 30 min no Sindicato dos Metalúrgicos; e-mail de 10/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde divulgando o Informativo Eletrônico do CNS – nº 10-06/05/2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 11/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando a Programação do Seminário preparatório da 6ª Conferência Estadual de Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 11/05/2011 proveniente da Conselheira Caroline Ambrosi encaminhando a programação da IV Semana Integrada da Saúde; e-mail de 11/05/2011 proveniente da Coordenação do programa Primeira Infância Melhor/Santa Cruz do Sul, encaminhando a 1ª Edição do Informativo da primeira Infância Melhor - PIM(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 12/05/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde encaminhando matéria “Enforquem o médico”, publicada no Jornal Gazeta do Sul – Dia 07/05/2011 - (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 16/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Ofício nº 541/2011/PFDC/MPF-CGP referente ao resultado sobre o Seminário Aspectos Jurídicos, Econômicos e Sociais da Medida provisória nº 520/2010; e-mail de 17/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando documento: Cálculo do número de Delegados das Conferências Municipais de Saúde para a 6ª Conferência Estadual de Saúde do RS; e-mail de 18/05/2011 proveniente da conselheira Sandra Weller informando da impossibilidade de participar da reunião da comissão no dia 23/05/2011; Convite ao presidente Gilberto Saraiva: Coquetel de inauguração do Escritório Regional do SINDUSCON-RS, dia 18 de maio de 2011, às 20h 30 min, no Parque da Oktoberfest após a Solenidade de Abertura da CONSTRUARTE; e-mail de 20/05/2011 proveniente do DCE UNISC divulgando evento no dia 21/05/2010 – Programa Amigos da Água – Projeto “Patrulha Ambiental – Bairro Beckcamp. Nos informes o novo representante do Hospital Santa Cruz, Sr. Leo, após a apresentação pessoal dos conselheiros presentes, realizou uma síntese de seu currículo, ressaltando ao final os nomes dos novos diretores da administração do hospital, bem como os propósitos da nova administração. O conselheiro Afonso manifestou-se sugerindo que seja encaminhado a todos os conselheiros exemplares da revista da primeira Conferência Municipal de Saúde, o que foi acatado pela mesa diretora. O conselheiro José Carlos manifestou-se saudando o novo representante do Hospital Santa Cruz desejando vitórias no novo 223 cargo, ao final questionou o secretário Edison sobre o andamento da diligência realizada com a participação do conselho, sendo respondido pela conselheira Ângela que foi encaminhado correspondência conforme leitura anterior, sendo que ainda não veio resposta da secretaria. O conselheiro e secretário de saúde Edison manifestou-se saudando a todos, destacando a importância da academia vir para a vida, espera que o novo diretor do Hospital Santa Cruz, Sr. Leo, trabalhe dando continuidade os serviços prestados pelo Hospital Santa Cruz, informando que foi implantado turno prolongado no PSF Esmeralda, até às 21 horas, , com atendimento pediátrico, pelo fato de que os usuários do CEMAI são provenientes da zona sul, o que deverá ser ampliada para outros PSFs, conforme a necessidade e ajustes, informa que também teve mudanças nas diretorias da secretaria, o Dr. Gilberto foi substituído pelo Dr. Roney, por motivos pessoais, mas vai continuar prestando serviços no CEMAI, onde já atendia, a diretora Cândida foi substituída pela enfermeira Vera Silva com o objetivo de fortalecer o vinculo da rede, solicitando para apresentação de relatório com dados dos atendimentos que embasaram tais procedimentos. O assessor Paulo Weiss manifestou-se saudando a todos, questionando o secretário Edison sobre a regionalização do SAMU. O conselheiro Darci manifestou-se saudando a todos dando as boas vindas ao representante do Hospital Santa Cruz, diretor Leo, questionando o secretario Edison sobre como vai ser o atendimento no Esmeralda, visto que recebeu reclamações de demora no atendimento. O conselheiro e secretário da saúde Edison manifestou-se respondendo que tomou cautela em fazer as mudanças sem alarde, visando adequação dos serviços, informando que os serviços serão oferecidos a partir das 17 horas e 30 min com pediatria, mas esta sendo adequado os serviços e vamos testar alguns modelos como o atendimento com hora marcada, ressaltando que em três meses tivemos dez mil atendimentos no CEMAI e somente cindo reclamações de horário e espera, informando que qualquer plano de saúde não dispõe de plantão de urgência pediátrica, informando que no Bom Jesus existe quinhentos atendimento/mês no CEMAI e possui uma estrutura de atenção básica de saúde o que é um desafio para a secretaria deixando uma tensão nos profissionais de saúde, por fim considera os serviços do CEMAI o mais qualificado do Estado do Rio Grande do Sul. O conselheiro Penha manifestou-se dizendo que: “nem o mestre Jesus conseguiu agradar à todos, muitos criticam porém poucos realizam”. Passamos ao quarto item de pauta – Aprovação do Pacto pela Saúde, a representante da Secretária Municipal de Saúde, Sra. Isabel, manifestou-se dizendo da importância de ter uma mulher presidindo esta reunião, parabenizando a conselheira Ângela, logo após explanou os documentos do Pacto pela Saúde, colocando-se à disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. O conselheiro Darci manifestouse informando que a partir de agora com a assinatura do pacto qualquer município vai ter de ser plena. O conselheiro Penha manifestou-se questionando o caso das capacitações dos servidores, pois existe a Portaria 2048 e 1893 que regulamenta a capacitação de emergência, questionando como vai funcionar na prática, pois os cursos do SAMU tem de serem revalidados de dois em dois anos, exigência do profissional com qualificação técnica, sendo respondido pela representante da secretária Isabel, de que os recursos são com destinação específicas. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se fazendo um agradecimento público do assessor Paulo Weiss, que presta ajuda a todo o momento em assuntos relacionado à saúde junto à secretaria, ressaltando que esta no momento de discutir saúde de forma regional e que Santa Cruz do Sul é referência pelo qualidade de atendimento que faz, destaca a possibilidade de avanço em relação ao SAMU que esta sendo tratado 224 na possibilidade de o município acionar o SAMU e depois comunicar, quanto a qualificação dos profissionais do SAMU, esta deverá ser partilhada sendo rateada com os municípios, ressaltando ainda que o Venâncio Aires esta para devolver os serviços do SAMU tendo como base os altos custos dos serviços de Santa Cruz do Sul, informando que o coordenador do SAMU e o Dr. Roney apresentaram um préprojeto complementar que esta sendo discutido e esta em construção. O conselheiro Penha manifestou-se dizendo que não esta somente preocupado com o SAMU mas com todos os setores da rede exemplificando que o CEMAI tem carência de profissionais treinados e com cursos na traumatopediatria e as emergências dos hospitais? A conselheira Ângela manifestou-se sugerindo que o assunto seja pauta de reuniões posteriores. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que tem preocupação no que se refere ao controle social, nas condições do Conselho Municipal de Saúde para ser equipado e autônomo, pois na realidade o governo estadual e federal deverá cumprir o que esta na lei, sendo que o corte no orçamento realizado pela Presidenta Dilma vai refletir na saúde, o município aplica vinte e quatro por cento na saúde acima que esta na lei, ressaltando que o momento de discutir este assunto é agora na Conferência Estadual, Nacional e Municipal de Saúde, perguntando ao secretario o valor do salário do médico em Santa Cruz do Sul e a questão da informatização. O conselheiro e secretário Edison respondendo os questionamentos informa que o salário do médico por vinte horas é de R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais) e quanto a informatização esta sendo licitado cento e setenta computadores que serão instalados prioritariamente nos seis pontos de maior fluxo de pessoas, devendo ser capacitados os funcionários para ser implantado a cultura da informatização. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que se sente frustrado pela possível não aprovação da Ementa Constitucional 29, pois pacto da saúde somente é eficaz com dinheiro. O representante diretor do Hospital Santa Cruz, Sr Leo, manifestou-se dizendo que a capacitação é papel de uma instituição de ensino, ressaltando que a associação do Dr. Penha é exemplo, pois realizou uma capacitação de traumatopediatria, sendo que será feitos capacitação com financiamento público ou não. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se que aplicabilidade da EC 29 definiu um valor astronômico, dez por cento do orçamento e não vai ter presidente que tenha condições de bancar, mas que existe expectativa de que no ano que vem, conforme informações da Secretaria Estadual de Saúde, a aplicação chegue aproximadamente a sete por cento, maior que os quatro por cento aplicados no ano anterior e que o governo do estado vai chegar ao final dos quatro anos no percentual de doze por cento. O conselheiro Lídio manifestou-se cumprimentando aos “chegantes”, dizendo que a discussão é mais ampla, pois os prestadores tem dificuldades inclusive com os índices de aumentos solicitados pelos funcionários, sendo que o único que cumpriu é o município, a CPMF foi feita para a saúde e foi levada para outros lados, concordando que os treinamento tem que serem feitos. O conselheiro Jose Carlos manifestou-se contrapondo à manifestação do conselheiro Lídio dizendo que os funcionários estão pleiteando aumento real, pois estão ganhando apenas R$ 716,00 (setecentos e dezesseis reais) enquanto a prefeitura esta oferecendo em torno de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), sendo respondido pelo conselheiro Lídio: “da onde tirar o dinheiro para pagar”. A conselheira Ângela, após a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº 06/2011 e da Comissão de Contratos e Convênios nº 02/2011, colocou em votação o Pacto pela Saúde de Santa Cruz do Sul, sendo aprovado por unanimidade o PACTO PELA SAÚDE DE SANTA CRUZ DO SUL o que incluiu os seguintes itens: Termo de 225 Compromisso de Gestão Municipal, o Termo de Cooperação entre entes Públicos, Declaração da CIB de Comando Único do Sistema pelo Gestor Municipal, Termo do Limite Financeiro Global do Município de Santa Cruz do Sul. Passamos ao quinto item de pauta – Ajuste de Metas dos itens 41 e 42 do SISPACTO, a representante da Secretária Municipal de Saúde, Sra. Isabel, manifestou-se explanando os documentos do SISPACTO (itens 41 e 42), colocando-se à disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. Em continuidade a conselheira Ângela, após a leitura do parecer favorável da Comissão de Contratos e Convênios nº 03/2011, colocou em votação o Ajuste de Metas dos itens 41 e 42 do SISPACTO, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao sexto item de pauta - Moção de apoio à publicação do Jornal Gazeta do Sul dia 07/05/2011, Pagina 12 e Exoneração Diretor Hospital Santa Cruz, o assessor técnico Paulo Weiss manifestou-se fazendo a leitura do artigo publicado, ao final sugeriu que seja envidada correspondência para o autor que foi membro deste conselho. O conselheiro Afonso manifestou-se sugerindo que se desse publicidade também da decisão, concordando abertamente com a moção, pois tem relação com os fatos ocorridos vinculados na mídia local referente à saúde pública. A conselheira Ângela colocou em votação a Moção de apoio à publicação do Jornal Gazeta do Sul dia 07/05/2011, Pagina 12, com a expedição de correspondência ao autor do artigo e encaminhamento para o Jornal Gazeta do Sul informando da decisão deste conselho, sendo aprovado pelo plenário com a abstenção do conselheiro João Carlos Corrêa. Em continuidade, a conselheira Ângela, manifestou-se propondo a retirada da segunda parte do sexto item de pauta: Exoneração do Diretor do Hospital Santa Cruz, pelo motivo da pauta ser sugerida pelo conselheiro Gilberto e este não esta presente nesta reunião. Passamos ao sétimo item de pauta – Assuntos Gerais, o conselheiro Darci manifestou-se informando de que as pré-conferências realizadas nos dias 05 e 19 de maio não houve a participação dos conselheiros, ressaltando que as foram consideradas boas, propondo que seja realizada reunião deste conselho em Rio Pardinho, informando que no Menino Deus não teve participação de muita gente, reforçando convite para a pré-conferência de Monte Alverne dia 02 de junho e UNISC 16 de junho, sendo que esta sendo colocada à disposição uma Combi na Secretaria Municipal de Saúde para deslocamento à Monte Alverne, ressaltando a importância da participação também na Conferência Municipal de Saúde que será realizada no dia 30 de junho de 2011 na Câmara Municipal de Saúde, às 14 horas quando irá ser eleito os representantes dos usuários na Conferência Estadual de Saúde, questionando os custos de deslocamento de usuários eleitos que não sejam conselheiros, devendo ser verificado como vai ser solucionado esta questão. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que não sabia das pré-conferências, propondo que seja feita a divulgação, sendo respondido pelo conselheiro Darci que foi feita a divulgação junto à Gazeta, mas os meios de comunicação não deram a importância devida. O conselheiro Jonas manifestou-se sugerindo que seja abordada a emancipação na pré-conferência de Monte Alverne. A conselheira Ângela manifestou-se dizendo que foram encaminhadas folders e informações das pré-conferências e conferencia municipal via e-mail a todos os conselheiros. Não havendo mais assuntos a serem tratados, a conselheira Ângela manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos da Rosa Corrêa, secretário, e pela vice-presidente, Ângela Silveira. 226 Vice-presidente Secretário ATA 412 Aos quatorze dias do mês de junho de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: José Carlos Hass, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Roque Paulus, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio Almada Martins e dos conselheiros suplentes: Cássio Arend, Pedro Carlos Greiner, Ângela C. Ferreira da Silva, Elton Bigolin, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette, Manoel José Trindade Teixeira, Andreza Gomes e Abrelino Israel da Silva. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS, como também, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 411, segundo item da pauta, que colocada em votação a Ata 411, foi aprovada por unanimidade com algumas correções de erros ortográficos. Em seguida, no terceiro item da pauta, o presidente Gilberto, substituindo o secretário João, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 29/CMS/2011 de 06/06/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 14 de junho de 2011 (cópia enviado via email para todos os conselheiros); Ofício nº 30/CMS/2011 de 06/06/2011 para a Prefeita Municipal solicitando portaria de nomeação do representante titular do Hospital Santa Cruz e o representante suplente da Secretaria Municipal de Saúde neste conselho; Ofício nº 31/CMS/2011 de 07/06/2011 para a Secretária Municipal de Saúde informando o número horas de serviços prestadas da assessoria contábil ao Conselho Municipal de Saúde no mês de maio de 2011 para efetivação de pagamento; Correspondências Recebidas – Oficio Circ. nº 046/SMEC/2011 de 25/05/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura convidando para o encontro mensal do Fórum Permanente da Não Violência que se realizou no dia 02 de junho de 2011, às 8 h 30 min no Auditório da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Oficio nº 816/SMS/2011 de 26/05/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde apresentando o novo suplente, Sr. Pedro Carlos Greiner, como representante da Secretaria Municipal de Saúde neste conselho; Oficio nº 899/SMS/2011 de 06/06/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta em reunião para o assunto: Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde (MGS) – I Trimestre de 2011; email de 23/05/2011 proveniente da secretaria Municipal de Saúde convidando para a inauguração do UBS Bom Jesus (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 23/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando a Programação do Seminário preparatório da 6ª Conferência Estadual de Saúde (email enviado a todos os conselheiros); e-mail de 24/05/2011 proveniente do Hospital Ana Nery solicitando pauta em reunião para o assunto: Aprovação Plano de Trabalho Consulta Popular 2011/2011; e-mail de 24/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando convite para a 1ª Vídeo Conferência sobre a 14ª Conferência Nacional de Saúde – dia 01 de junho de 2011 (e-mail 227 enviado a todos os conselheiros); e-mail de 25/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando cópias dos Ofícios nºs 149, 152, 153 e 154/2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 25/05/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando das datas das reuniões de acompanhamento da contratualização Hospital Monte Alverne dia 26.05.2011 e Hospital Santa Cruz dia 31.05.2011 (enviado e-mail com a data das reuniões para os conselheiros que fazem parte da comissão); e-mail de 25/05/2011 proveniente da secretaria Municipal de Saúde informando que a data da inauguração do UBS Bom Jesus foi transferida para o dia 10 de junho de 2011 (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 27/05/2011 proveniente do CEREST – Dra. Adriana, repassando assunto de políticas públicas voltada aos trabalhadores do SUS (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 25/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Boletim da 6ª Conferência Estadual de Saúde (email enviado a todos os conselheiros); e-mail de 30/05/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta em reunião apara o assunto: Projeto de Lei do Executivo Municipal: repasse R$ 20.000,00 para Liga Feminina de Combate ao Câncer; e-mail de 31/05/2011 proveniente de Samantha Torres convidando para a 9ª Mostra Anual Universitária de Teatro: Teatro pesquisa e Extensão – Teatro “A Mulher de Putifar”, estréia quarta-feira, dia 01 de junho no TPE – Entrada Franca (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 03/06/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde informando o novo endereço eletrônico da 6ª Conferência Estadual de Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros); email de 03/05/2011 proveniente do Hospital Ana Nery enviando o Plano de Trabalho Consulta Popular 2010/2011; e-mail de 06/06/2011 proveniente do CEREST – Dra. Adriana, repassando link de publicação especial da revista Lancet sobre Saúde no Brasil (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 06/06/2011 proveniente do CEREST – Dra. Adriana, repassando link de publicação especial da revista Lancet sobre Saúde no Brasil (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 06/06/2011 proveniente do CEREST – Dra. Adriana, repassando a notícia: O Brasil tem jeito – TST lança Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (e-mail enviado a todos os conselheiros). No informes foi justificado o não comparecimento dos conselheiros representantes do Sindicato dos Metalúrgicos motivo doença. O assessor Paulo Weiss manifestou-se relembrando da aprovação da nota de apoio à matéria publicada “Enforquem o médico”, solicitando ao plenário a concordância de que faça a matéria, trazendo para apreciação na próxima reunião, o que foi aprovado pelo plenário. Por solicitação da representante da Liga Feminina de Combate ao Câncer foi aprovado a inversão de pauta, passamos ao sexto item de pauta – Projeto de Lei do Executivo/Repasse R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para a Liga Feminina de Combate ao Câncer, a representante da associação, Sra. Berenice Trevisan explanou o projeto dizendo que o recurso será para aquisição de medicamentos nos meses de junho e julho. O conselheiro Darci manifestou-se questionando de onde vai sair o recurso e quais os medicamentos, sendo respondido pelo conselheiro Cássio de que o recurso sairá do Gabinete da Prefeita, mas a parceria com a Liga está ampliada através das mamografias e outras exames, afirmando que este recurso para a Liga não sai da Secretaria Municipal de Saúde e sim do Gabinete da Prefeita. O conselheiro José Carlos manifestou-se questionando os recursos, pois se esses são poucos, como ficam os outros meses. A representante da Liga, Sra. Berenice, manifestou-se esclarecendo que o estatuto da Liga prevê a ajuda aos hospitais, informando que esse é o único auxílio da prefeitura. O conselheiro Cássio manifestou-se defendendo o repasse 228 dizendo que os recursos não são para os hospitais, relatando que a Liga ofereceu novecentas mamografias que o município não gastou com estes exames. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que como não tem parecer da comissão por que não tem plano de aplicação sugere que seja encaminhado para apreciação do plenário. A conselheira Ângela manifestou-se sugerindo que venha o plano de aplicação para que possamos cobrar e nos resguardar de futuros problemas. O presidente Gilberto manifestou-se defendendo a não votação sem plano de aplicação. O conselheiro Cássio manifestou-se colocando à disposição da mesa o Plano de Aplicação, ficando para a próxima semana a apreciação do plano. Em continuidade o presidente Gilberto colocou em votação o Projeto de Lei do Executivo/Repasse R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para a Liga Feminina de Combate ao Câncer, sendo aprovado pelo plenário com quatro abstenções. Passamos ao terceiro item de pauta – MGS-Relatório de Monitoramento de Gestão em Saúde I Trimestre 2011, o representante da Secretaria Municipal de Saúde, SR. João dos Santos, explanou o relatório, ficando ao final à disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. O conselheiro José Carlos manifestou-se questionando dados percentuais de dezessete por cento do primeiro trimestre em relação aos demais meses que são de até vinte e dois por cento, sendo respondido pelo conselheiro Cássio de que nos meses de janeiro e fevereiro há menos procura por atendimentos, poucas cirurgias, sendo que ao longo do ano vai sendo suplementado. O presidente Gilberto colocou em votação o MGS-Relatório de Monitoramento de Gestão em Saúde I Trimestre 2011, após a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças 08/2011 realizado pelo conselheiro Darci, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao quinto item de pauta – SIOPS ANUAL 2010, a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Sra. Ivanete explanou o documento, ficando ao final à disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. O presidente Gilberto colocou em votação o SIOPS ANUAL 2010, após a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº 09/2011 realizado pelo conselheiro Darci, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. O conselheiro Cássio coloca à disposição os dados aos conselheiros. O conselheiro Darci manifestou-se questionando sobre o início da obras no Jardim Esmeralda, sendo respondido por Cássio de que o início é para novembro e término para o ano que vem. Passamos ao sétimo item de pauta - Aprovação do Plano de Trabalho Consulta Popular 2010/2011 – Hospital Ana Nery, o conselheiro Lídio apresenta o plano de aplicação onde serão construídos sete consultórios para prevenção com mamografias e pequenos procedimentos e com pequeno ambulatório. O conselheiro José Carlos manifestou-se perguntando: isto é uma parte ou a totalidade dos recursos, sendo respondido então pelo conselheiro Lídio que é total, explicando a estrutura física e a configuração da obra. O conselheiro Darci manifestou-se dizendo que o Deputado Marcon está vendo uma liberação de quinhentos mil reais, sendo respondido pelo conselheiro Lídio de que as emendas parlamentares são longas, mas que estão sendo encaminhadas, informando ainda que o Hospital Ana Nery esta buscando recursos, sendo que deverá ser apresentado na reunião do COGERE projeto para aquisição de um micro ônibus para o trabalho de prevenção do câncer no interior. O presidente Gilberto colocou em votação a Aprovação do Plano de Trabalho Consulta Popular 2010/2011 – Hospital Ana Nery, após a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº 07/2011 realizado pelo conselheiro Darci, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. O presidente Gilberto Saraiva manifestou-se informando da retirada do oitavo item de pauta da reunião. Passamos ao nono item de pauta -Assuntos 229 Gerais, o presidente Gilberto manifestou-se fazendo a leitura do Ofício de 13 de junho de 2011, recebido pelo conselheiro Lídio, no qual os representantes comunitários manifestam-se pela não instalação da Empresa de Aviação Agrícola no aeroporto local, motivo: a possibilidade de causarem danos indiretos à saúde da população de Santa Cruz do Sul. O conselheiro Lídio manifestou-se solicitando pauta do assunto para a próxima reunião, pois o assunto merece um estudo mais profundo. O conselheiro Cássio manifestou-se dizendo que ficou sabendo do assunto pela imprensa, sugerindo que seja convidada para a reunião a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O conselheiro Darci manifestou-se sugerindo que seja convidada também a UNISC, Secretaria do Meio Ambiente e a comunidade local, O representante da comunidade, Sr. Roque manifestou-se dizendo que a comunidade da Linha Santa Cruz está mobilizada. O conselheiro Almada manifestou-se dizendo que existe uma empresa em Vera Cruz e que os serviços são realizados perto do Bom Jesus. O conselheiro Gilberto Saraiva manifestou-se falando das Préconferências e Conferência Municipal de Saúde, sendo que esta deveria ser de oito horas, o que não estava previsto para o dia trinta de junho de 2011, elogiando os conselheiros Darci e João Costa que estão participando de todas as préconferências. A conselheira Ângela manifestou-se falando das dificuldades para o dia 30 de junho de 2011, sugerindo que a palestra seja realizada pela manhã, por fim convida para a pré-conferência na UNISC dia 16 de junho de 2011, às 19 horas, na UNISC. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, Ângela Silveira, secretária substituindo no momento o secretário executivo João Carlos Corrêa, e pelo presidente, Gilberto Silveira. Presidente Secretária ATA 413 Aos vinte e oito dias do mês de junho de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Marco Aurélio Pereira Penha; Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Afonso Schwengber, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozetto Ambrosi, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio Almada Martins e Jonas Vedoy e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Carlos Roberto de L. Machado Jr., Elton Bigolin e Telmo Waldy Zanette. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS, como também, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos 230 os presentes, passando a apreciação da Ata 412, segundo item da pauta, que colocada em votação não foi aprovada pelo fato de não ter sido enviada aos conselheiros via e-mail, ficando para pauta da próxima reunião. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 32/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Prefeita Municipal convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 33/CMS/2011 de 21/06/2011 para o Vice-Prefeito Municipal convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 34/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Secretária Municipal de Saúde convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 35/CMS/2011 de 21/06/2011 para a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 36/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 37/CMS/2011 de 21/06/2011 para a UNISC convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 38/CMS/2011 de 21/06/2011 para a 2ª Promotoria de Justiça Cível convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 39/CMS/2011 de 21/06/2011 para a RBS TV Santa Cruz convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 40/CMS/2011 de 21/06/2011 para o Jornal Gazeta do Sul convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 41/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Rádio Gazeta FM convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 42/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Rádio Gazeta AM convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 43/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Rádio Comunitária convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 44/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Rádio Santa Cruz convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 45/CMS/2011 de 21/06/2011 para a Rádio Atlântida FM convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 46/CMS/2011 de 21/06/2011 para o Jornal Rio Vale convidando para a 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 47/CMS/2011 de 21/06/2011 para o Jornal Diário Regional convidando para a 5ª Conferência. Municipal de Saúde; Ofício nº 48/CMS/2011 de 27/06/2011 para a UNISC convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 49/CMS/2011 de 27/06/2011 para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 50/CMS/2011 de 27/06/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias dos dias 12 e 26 de julho de 2011; Ofício nº 51/CMS/2011 de 27/06/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 14 de junho de 2011 (cópia enviada via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 52/CMS/2011 de 27/06/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde informando as horas do mês de junho do assessor contábil; Ofício Circ.nº 53/CMS/2011 de 27/06/2011 para diversos convidando para 5ª Conferência Municipal de Saúde; Correspondências Recebidas – Oficio nº 164/2011 de 21/06/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz informando o nome do Dr. Leandro Bizarro Muller, como Diretor Técnico do Hospital Santa Cruz; e-mail de 13/06/2011 proveniente da UNISC solicitando 231 a indicação de um membro do Conselho Municipal de Saúde para fazer parte da Comissão Gestora local do Pró-Saúde, sendo que foi indicado no nome da representante do DCE-UNISC; e-mail de 15/06/2011 proveniente do Conselheiro Penha encaminhando apontamentos sobre as atividades do Serviço de Resgate da Empresa Santa Cruz Rodovias (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 16/06/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando instruções e relatórios das conferências que estão sendo realizadas; e-mail de 17/06/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para o seguinte assunto: Prestação de Contas Projeto Reestruturação do Abrigo de Animais São Francisco de Assis; e-mail de 24/05/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando documento elaborado em conjunto com a CUT, Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador e Fórum em Defesa do SUS, para conhecimento e defesa do mesmo junto as nossas Conferências Municipais de Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros). Nos informes, o assessor Paulo Weiss manifestou-se dizendo que conforme consta na ata da reunião anterior, ficou responsável pela elaboração do documento de apoio à matéria publicado no Jornal Gazeta do Sul: “Enforquem o médico”, com a aprovação do plenário do conselho, sendo que apresenta para apreciação dos conselheiros o documento elaborado. Após as manifestações de diversos conselheiros, o presidente Gilberto colocou em votação o documento elaborado pelo assessor técnico Paulo Weiss que deverá ser encaminha ao jornal pelo próprio assessor, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Em continuidade o presidente Gilberto manifestou-se solicitando ao plenário a inclusão de pauta para apreciação do Regimento Interno da Quinta Conferência Municipal de Saúde, apresentando o esboço do regimento, sendo necessário o aval do conselho para a comissão organizadora da conferência terminar a redação, sendo colocado em votação o Regimento Interno da Quinta Conferência Municipal que deverá amanha dia vinte e nove de julho, ser encaminhado via e-mail a todos os conselheiros, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao quarto item de pauta – o presidente Gilberto manifestou-se dizendo que a solicitação da pauta provem da manifestação de associação de moradores através de correspondência encaminhada a este conselho, informando que recebeu o Ofício nº 06/2011 da UNISC comunicando que o professor Jair Putzke estará impossibilitado de participar desta reunião, o que ficaria prejudicado o debate do assunto, desta forma sugestiona que seja pautado na reunião do dia doze de julho e que fossem convidados a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, FEPAM e Vigilância Sanitária, passando a palavra para os representantes da comunidade manifestaram-se sobre o assunto. O cidadão Antelmo manifestou-se dizendo que a instalação da empresa coloca em risco a comunidade pelos riscos de acidentes aéreos. O cidadão Silvio manifestou-se dizendo que é previsto o aumento de aeronaves de duas para dez. O cidadão Ernani manifestou-se dizendo naquela imediação existe lençol freático e postos artesianos, ressaltando as péssimas instalações da empresa. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que esta preocupado com a situação, sugerindo que o poder público cesse as atividades da empresa. O conselheiro Lídio manifestou-se sugerindo que a promotoria seja convidada para o debate, considerando que este conselho não tem autoridade para requerer que sejam cessadas as atividades da empresa. A representante do CEREST, Dra. Adriana, manifestou-se 232 sugerindo que o CEREST e UMREST realizem uma vigilância na empresa, considerando que a saúde do trabalhador e meio ambiente deve caminhar juntas na suas ações. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que acredita que esta ação não deve ter oposição de nenhum conselheiro, colocando ao plenário a sugestão de que este assunto deverá ser pautado na reunião do dia doze de julho de 2011, sendo pauta específica, reunião ordinária que deverá ser realizada na localidade de Linha Santa Cruz, o que foi aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao quinto item de pauta – o representante da CIST, Sr. João Costa, manifestou-se dizendo que o regimento somente foi entregue na presente reunião e os conselheiros não tiveram tempo hábil para análise, sugerindo que o assunto seja pautado para a reunião do dia vinte e seis de julho, relatando que a CIST existe desde ano de dois mil, sendo que deverá ser discutida também a questão da UMREST, a primeira unidade do estado, a reestruturação da UMREST, informando que a Secretária Marina comprometeu-se na transferência da unidade, pois existe uma escada de acesso totalmente imprópria, posteriormente foi apresentado ao Secretário Edison um novo local que foi aprovado pela equipe, sendo que deveria ser dada resposta ao proprietário até maio, mas até a presente data não foi dada a resposta, destaca o empenho do João na solução do problema da mudança para o local adequado, ressaltando que também deverá ser discutido a composição da equipe, que esta faltando um médico na equipe da Unidade. A conselheira Ângela, assumindo a presidência da reunião pela ausência do conselheiro presidente Gilberto, manifestou-se encaminhando o assunto da UMREST e CIST para ser pautado na reunião do dia vinte e seis de julho de 2011, quando deverão ser encaminhados mais subsídios para discussão, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao sexto item de pauta – Prestação de Contas: Despesas como o Projeto de Reestruturação do Abrigo de Animais São Francisco de Assis, o presidente Gilberto passa a palavra para o representante da Comissão de Finanças, conselheiro Darci, que fez a leitura do Parecer favorável nº 11/2011, explicando o assunto pautado. Em continuidade o presidente Gilberto coloca em votação a Prestação de Contas: Despesas como o Projeto de Reestruturação do Abrigo de Animais São Francisco de Assis, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao sétimo item de pauta – Projeto de Lei do Executivo - Abertura de Crédito Especial de R$ 11.596,47, o presidente Gilberto passa a palavra para o representante da Comissão de Finanças, conselheiro Darci, que fez a leitura do Parecer favorável nº 12/2011, explicando a projeto de lei. Em continuidade o presidente Gilberto coloca em votação o Projeto de Lei do Executivo -Abertura de Crédito Especial de R$ 11.596,47, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao nono item de pauta - Assuntos Gerais, o presidente Gilberto manifestou-se colocando a palavra à disposição dos conselheiros inscritos. O conselheiro e Secretário de Saúde Edison manifestou-se dizendo que neste conselho não deverá ser trazida demanda individual, pois existem demandas reprimidas na rede, devendo ter discussão mais profunda, não devendo virar rotina a discussão de demandas individuais neste conselho. O conselheiro Penha manifestou-se sobre correspondência recebida e encaminhada aos conselheiros tratando sobre o caso da estrutura de resgate das concessionárias dos pedágios de acesso a Santa Cruz do Sul, determinando que as estruturas de resgates não estão adequadas em 233 conformidade com a Portaria 2048 que regulamenta os serviços, devendo ser revisado os contratos de concessão se existe fiscalização nos serviços. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que é adepto da idéia de acabar com os pedágios. O conselheiro Penha manifestou-se dizendo que existe a necessidade de estudar o assunto devendo ser solicitado cópias dos contratos, e existindo descumprimento acionar o Ministério Público. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que é pertinente a discussão do assunto e devemos avançar neste debate. O conselheiro Carlos manifestouse dizendo que apóia a proposição do conselheiro Penha, ressaltando que a empresa tem sede em Santa Cruz do Sul, atrás da Justiça do Trabalho, onde trocam os plantões. O conselheiro Darci manifestou-se dizendo que tem dois assuntos para encaminhar: o primeiro é a falta de leitos em Santa Cruz do Sul, se existe a previsão para melhorar a situação ou a possibilidade de compra de leitos fora de Santa Cruz como ocorreu em situações anteriores, o segundo seria o assunto relacionado às Clínicas Geriátricas onde é negada a remoção dos idosos, devendo este assunto ser pautado para discussão. A conselheira Ângela manifestou-se dizendo que enfrentou a situação concreta quando sua mãe estava internada em uma Clínica Geriátrica, mas considera que sendo o serviço privado não acha que seja de responsabilidade da gestão do SUS. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que considera também a responsabilidade da clínica e não do gestor, pois a clinica geriátrica é privada, mas que o assunto deverá ser pautado para discussão, sendo este outro item de pauta para posterior reunião. Não havendo mais assuntos a ser tratado, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, Secretário Executivo, e pelo presidente Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 414 Aos quatorze dias do mês de julho de dois mil e onze, às dezenove horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, no Pavilhão Comunitário Católico – Linha Santa Cruz, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, Leo Kraether Neto, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Roque Paulus, Jaime Gaudêncio Câmara, Afonso Schwengber e Jonas Israel Godoy e dos conselheiros suplentes: Ângela C. Ferreira da Silva, Telmo Waldy Zanette e Alexandre Paulus. Presentes, ainda, pessoas da comunidade local. Verificado o quórum regimental, primeiro ítem da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva - dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, em especial aos moradores da localidade, informando aos conselheiros que a Secretaria Municipal de Saúde encaminhou o seguinte assunto: Implantação de Novas Estratégias de Saúde da Família, o que foi consultado o 234 plenário sendo aprovada a inclusão na pauta nesta reunião ordinária, passando a apreciação da Ata 412 e Ata 413, segundo ítem da pauta, que colocada em votação a Ata 412 e 413, foi aprovada pelos conselheiros com a abstenção do conselheiro Afonso na votação da Ata 412 e a abstenção do conselheiro José Carlos na votação da Ata 413. Em seguida, no terceiro ítem da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 54/CMS/2011 de 06/07/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 12 de julho 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 55/CMS/2011 de 06/07/2011 para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 56/CMS/2011 de 06/07/2011 para a UNISC convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 57/CMS/2011 de 06/07/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde convidando o Coordenador da Vigilância Sanitária para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 58/CMS/2011 de 06/07/2011 para a FEPAM – Santa Cruz do Sul convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 59/CMS/2011 de 06/07/2011 para o Ministério Público convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Ofício nº 60/CMS/2011 de 06/07/2011 para a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Instalação de Empresa de Aviação Agrícola no Aeroporto de Santa Cruz do Sul; Correspondências Recebidas – Oficio nº 029/2011 de 29/06/2011 proveniente do Ministério Público informando da impossibilidade de comparecimento na 5ª Conferência Municipal de Saúde; Oficio nº 174/2011 de 06/07/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz informando o nome do Sr. Sérgio Almeida Migowski como novo suplente representante neste conselho, em substituição ao Sr. Elton Bigolin; Oficio nº 031/2011 de 12/07/2011 proveniente do Ministério Público informando da impossibilidade de comparecimento nesta reunião ordinária conforme convite encaminhado por este conselho; Ofício nº 33/2011 de 12/07/2011 provenientes do CEREST enviando o Relatório de Vigilância em Ambiente de Trabalho; Convite do Ministério Público para a Audiência Pública Tema “Educação Infantil no Município e Região”, que será realizada no dia 14 de julho de 2011, às 14 horas na Câmara Municipal de Vereadores; e-mail de 01/07/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando sobre a regulamentação da Lei Orgânica da Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 01/07/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando convite para o Seminário de Educação e Participação em Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 04/07/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando comentários sobre artigo 20 do Decreto nº 7.508 de 28 de Junho de 2011 (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 06/07/2011 proveniente do Conselheiro Jonas encaminhando cartilha (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/07/2011 proveniente do Conselheiro Carlos encaminhando notícia divulgada nos meios de comunicação (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/07/2011 proveniente do Conselheiro Carlos 235 encaminhando divulgação da página Código Vermelho (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 08/07/2011 proveniente do Conselheiro Carlos encaminhando justificativa da impossibilidade de comparecimento da reunião ordinária do dia 12 de julho de 2011; e-mail de 08/07/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando ofício circular referente aos prazos de entrega da delegação e relatório das Conferências Municipais (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 12/07/2011 proveniente da UNISC informando que o Professor Jair irá comparecer a reunião deste conselho após a aplicação de exame acadêmico; e-mail de 12/07/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando a Lei nº 12.438 para conhecimento dos conselheiros (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 12/07/2011 proveniente do DCE - UNISC encaminhando justificativa da impossibilidade do comparecimento dos representantes do DCE na reunião ordinária do dia 12 de julho de 2011. No informes no conselheiro Afonso manifestou-se solicitando que o secretário realizasse a leitura das duas moções aprovadas pela 5ª Conferência Municipal de Saúde. O secretário e conselheiro João Carlos Corrêa realizou a leitura das referidas moções, bem como do ofício de encaminhamento a Sra. Prefeita Municipal de Santa Cruz do Sul. Passamos ao terceiro item de pauta – Implantação de Novas Estratégias de saúde da Família – Bairros: Belvedere, Monte Alverne, Arroio Grande, Santa Vitória, Carlota/Loteamento Beckemcamp, Faxinal e Renascença, o Secretário Edison realizou as explanações dos projetos, sendo respondidos os questionamentos de diversos conselheiros. Em continuidade o presidente Gilberto colocou em votação a Implantação de Novas Estratégias de saúde da Família - Bairros: Belvedere, Monte Alverne, Arroio Grande, Santa Vitória, Carlota/Loteamento Beckemcamp, Faxinal e Renascença sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao quinto item de pauta – Instalação de Empresa no Aeroporto – Linha Santa Cruz, o presidente Gilberto manifestou-se convidando o Secretário Edison Rabuske, a representante da UMREST Sra. Cristine, a representante da 13ª CRS Sra. Rosaura, o professor Ernani e o representante da Associação Sr. Ricardo, ressaltando que o Professor Jair, representante da UNISC irá comparecer a essa reunião logo após a aplicação de um exame conforme justificativa apresentada. Por solicitação do conselheiro Afonso os conselheiros foram apresentados para a comunidade local, logo após o Sr. Ricardo, representante da Associação manifestou-se saudando os presentes. Em continuidade o Sr. Ernani apresentou material visual no data show onde explanou toda a problemática e histórico da reinvidicação. O Sr. Ermani Sigart, agrônomo e representante da comunidade também realizou uma explanação técnica sobre o assunto. O Secretário Municipal de Saúde manifestou-se esclarecendo que a competência não é do município e sim da FEPAM em autorizar a instalação, informando que a Sra. Prefeita posicionou-se no sentido de que o tema deve ser avaliado com mais maturidade, pois existem ao risco para a comunidade, concordando que o conselho deve acompanhar de forma próxima a questão com debate mais técnico e mais rápido com resultado efetivo. A representante da 13ª Coordenadoria de Saúde, Sra. Rosaura, manifestou-se concordando com o Secretário Edison, no sentido em que a FEPAM tem responder sobre este assunto. A representante da UMREST, Sra. Cristiane, manifestou-se apresentando o relatório das Vigilâncias realizado no local (aeroporto) pelo CEREST e UMREST. O conselheiro Ângelo manifestou-se dizendo que a UNIS não tem posição contra ou favorável ao assunto, mas que determinadas posições são particulares e não referem-se a posição da universidade, destacando a existência de duas situações: a primeira é que os aeroportos são problemas para as comunidades e precisa ter um 236 debate mais amplo e a segunda é a questão da Aviação Agrícola onde existem duas posições, um sinal verde e um sinal vermelho, devendo existir cautela e prudência. O conselheiro Lídio manifestou-se dizendo que o projeto no mínimo é inseguro e não tem sinal verde que pague a nossa saúde, pois com certeza vai existir problema e risco. O conselheiro José Carlos manifestou-se lamentando a não presença do Secretário Municipal do Meio Ambiente. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que estamos no caminho certo, informando que o assunto foi votado numa sessão extraordinária, reforçando sua posição contrária, pois agrotóxicos é morte, parabenizando o conselheiro Lídio e a comunidade local pela posição. O conselheiro Alexandre questionou por que a empresa esta funcionando e se autorização é desde 2005, sendo respondido pelo Sr. Ernani que a autorização é do município de Guilhermando de Aguiar, mas pode operar em todo o estado. O secretário Edison manifestou-se destacando a oportunidade de debate, mas que comunidade já tinha conhecimento da questão, destacando que a FEPAM deveria estar presente nesta reunião, pois não esta havendo fiscalização, não sendo competência do município, que a FEPAM deverá manifestar-se de forma formal, assumindo o compromisso de assumir diálogo próximo com a Sra. Prefeita e Conselho Gestor. O Sr. Ernani manifestou-se dizendo que a lice4ça é desde 2005, começou operar em 2007, sendo somente para uma aeronave, mas que a notícia veiculada seriam dez aeronaves. O conselheiro Darci manifestou-se dizendo que o assunto deverá ser encaminhado para a promotoria. O Sra. Leoni, diretora da escola local, manifestouse dizendo que a questão comunitária deve ser tratada acima dos interesses privados, mas que sai muito tranqüila da reunião com a Sra. Prefeita, confiando que o problema terá solução. Em continuidade, após várias colocações dos conselheiros e cidadãos da comunidade local, o presidente Gilberto Saraiva manifesto-se fazendo o encaminhamento ao plenário em regime de votação: Posição Contrária do Conselho Municipal de Saúde da Instalação de qualquer tipo de empresa de aviação agrícola no aeroporto municipal, sendo aprovado por unanimidade. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 415 Aos vinte e seis dias do mês de julho de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, no Palacinho – Praça da Bandeira, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, Darci Benke, Gilberto de Moraes Saraiva, Caroline Bozetto Ambrosi e Jonas Israel Vedoy e dos conselheiros suplentes: Luis Selmar de Queiroz, Cralos Roberto de L. Machado Jr., Sergio de Ameida Migowszki, Sandra Mara Weiler e Telmo Waldy Zanette. Presentes, ainda, representantes da Secretaria 237 Municipal de Saúde e Hospital Santa Cruz. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva dá início à reunião cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 414, segundo item da pauta, que colocada em votação foi aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 61/CMS/2011 de 15/07/2011 para Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do mês de agosto de 2011; Ofício nº 62/CMS/2011 de 15/07/2011 para a Prefeita Municipal solicitando portaria de nomeação do novo suplente conselheiro representante do Hospital Santa Cruz Sr. Sérgio Almeida Migowszki; Ofício nº 63/CMS/2011 de 15/07/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 26 de julho 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 64/CMS/2011 de 21/07/2011 para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social convidando para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Clínicas Geriátricas - Disponibilidade Ambulâncias do SUS para remoção de pacientes idosos; Ofício nº 65/CMS/2011 de 21/07/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde convidando o Coordenador das Ambulâncias para participar da reunião ordinária desta terça feira, para discutir o seguinte assunto de pauta: Clínicas Geriátricas - Disponibilidade Ambulâncias do SUS para remoção de pacientes idosos; Correspondências Recebidas – Oficio nº 075/2011 de 15/07/2011 proveniente do PESC/UNISC solicitando pauta para esta reunião; Oficio nº Circ. nº 057/SMEC/2011 de 15/07/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura convidando para o encontro mensal do Fórum permanente da Não-Violência que será realizado no dia 08 de agosto do corrente ano, às 8h 30min no Auditório da SMEC; e-mail de 18/07/2011 proveniente da Associação Riograndense de Apoio ao Diabético de Santa Cruz encaminhando matéria para divulgação (e-mail envidado para todos os conselheiros); e-mail de 20/07/2011 proveniente do Hospital santa Cruz solicitando pauta para esta reunião; e-mail de 21/07/2011 proveniente do Hospital santa Cruz solicitando pauta para esta reunião – Plano de Trabalho Convênio 037/2005. Não existindo informes, o presidente Gilberto solicitou ao plenário a aprovação da inversão da pauta conforme solicitação dos representantes do Hospital Santa Cruz, o que foi aceito de forma unânime pelo plenário. Seguindo a inversão de pauta, passamos ao sétimo item de pauta - Movimento – Emergência para as Santas Casas e Hospitais sem Fins Lucrativos - Hospital Santa Cruz, sendo passado a palavra para o representante do Hospital Santa Cruz, Sr. Egardo Kuentzel que explanou o movimento com relatórios fundamentados em tabelas expositivas da situação das Santas Casas e Hospitais sem Fins Lucrativos, buscando a adesão deste conselho no movimento. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que é solidário ao movimento, protestando pela não participação de nenhum dos hospitais na Conferência Municipal de Saúde, destacando o descontentamento como presidente do conselho, considerando que a conferência seria a instância certa para esta discussão. O conselheiro Luis Selmar manifestou-se destacando o item do relatório que argumenta os baixos salários e rotatividade dos trabalhadores em saúde, informando que a representatividade sempre votou em favor dos hospitais neste conselho, colocando caso de profissional capacitado que pediu demissão do bloco cirúrgico do Hospital Santa Cruz para trabalhar no Supermercado Big por uma diferença de salário de setenta reais a mais. Desta forma solicita a sensibilização dos prestadores hospitais na convenção coletiva dos trabalhadores, sendo que reinvidicam um percentual misero de dois por 238 cento. O conselheiro Ângelo manifestou-se dizendo que desde 1988 é histórica a crise de financiamento do SUS, sendo que o prejuízo é absorvido pelo recurso público. O Secretário e Conselheiro Edison manifestou-se fazendo um análise de dados da aplicação de recursos públicos na saúde no Brasil, ressaltando a importância das discussões nas instâncias próprias, devendo a discussão ser feita numa visão holística de saúde. O presidente Gilberto manifestou-se colocando em votação o apoio ao Movimento – Emergência para as Santas Casas e Hospitais sem Fins Lucrativos, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sexto item de pauta – Plano de Trabalho para Utilização de Saldo Remanescente do Convênio 037/2005 – R$ 7.719,01/Hospital Santa Cruz, sendo explanado pelo representante do Hospital Santa Cruz Sr. Sergio. Em continuidade, o presidente Gilberto, após questionamentos de conselheiros com a devida resposta do Sr. Sérgio, manifestouse colocando em votação Plano de Trabalho para Utilização de Saldo Remanescente do Convênio 037/2005 – R$ 7.719,01/Hospital Santa Cruz, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao quarto item de pauta – Clínicas Geriátricas - Disponibilidade Ambulâncias do SUS para remoção de pacientes idosos, o conselheiro Darci manifestou-se explanando o problema proveniente da Clínica Lar Santa Vitória, a qual informa que não tem condições de manter este serviço contratando ambulância particular, ressaltando ainda que esteve na clínica e considera que a casa não tem condições de abrigar idosos. O representante da secretaria Sr. Arnildo manifestou-se dizendo que por determinação em portaria, a clínica tem que ter ambulância disponível, mas em caso de urgência deverá ser chamado o SAMU. O conselheiro Luis Selmar manifestou-se dizendo que sabe da dificuldade que passa o município, pois a demanda é muito grande, sendo que o valor cobrado pelas clinicas geriátricas é acima de mil reais. O conselheiro Jonas manifestou-se dizendo que as clínicas exercem atividades com fins econômicos. O conselheiro João Carlos Corrêa manifestou-se esclarecendo que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social não mandou representante para a discussão do problema considerando ser questão de saúde, informando que as clínicas inclusive não dispõem de acompanhantes aos idosos encaminhados aos hospitais. Após várias manifestações o presidente Gilberto manifestou-se colocando em votação a sugestão de encaminhamento de um convite à proprietária do Lar Santa Vitória situado na rua João Pessoas, 320 (fone 3717-3876, Rose-9674-6687 e Maria-9638-1266) para participar da reunião deste conselho, o que foi aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao quinto item de pauta – Projeto Ambulatório do Sistema Prisional de Santa Cruz do Sul / Plano Municipal de Saúde no Sistema Penitenciário de Santa Cruz do Sul, o secretário e conselheiro Edison manifestou-se explanando o plano, ficando à disposição dos conselheiros para qualquer esclarecimento. Após vários questionamentos respondidos, o presidente Gilberto manifestou-se colocando em votação o Projeto Ambulatório do Sistema Prisional de Santa Cruz do Sul / Plano Municipal de Saúde no Sistema Penitenciário de Santa Cruz do Sul, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao oitavo item de pauta -Assuntos Gerais, o Sr. Antelmo, representante da Associação de Moradores de Linha Santa Cruz manifestou-se agradecendo o apoio do conselho na luta contra a instalação de empresa agrícola no aeroporto, colocando que a Sra Prefeita garantiu que não ocorreria o investimento naquele local, sendo que seria disponibilizada outra área no município, provavelmente no Parque de Eventos. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que a luta não parou aí, pois existe muito malefício direto, sendo que o problema vai continuar em outra localidade. O conselheiro Jonas manifestou-se requerendo que a Secretaria 239 Municipal de Saúde confirmasse a disponibilidade da medicação insulina lantus, sendo informado os médicos e usuários. O presidente Gilberto questionou o Secretário Edison sobre a disponibilidade de remédios para os pacientes que não participam da reunião do grupo de diabéticos. O conselheiro Jonas manifestou-se dizendo que pela portaria do Ministério da Saúde a Secretaria Municipal de Saúde tem que formar o programa do qual os usuários deverão participar. Considera que a distribuição de medicamentos deve ser realizada na Farmácia Municipal. O Secretário e Conselheiro Edison manifestou-se dizendo que existe a regra mas a exceção deve ser tratada como tal, pois deve ter uma reeducação e solicitar que as pessoas participem dos grupos, pois são medidas simples que reduzem internações hospitalares e uso de medicamentos. O conselheiro Jonas manifestou-se sugerindo que os encontros dos grupos sejam realizados nos sábados, sendo acolhido pelo Secretario Edison. O presidente Gilberto manifestou-se relatando o fato ocorrido com sua filha no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz quando esperou quatro horas sentada aguardando resultados de exames. O conselheiro Luis Selmar manifestou-se dizendo que este assunto deverá ser levado para a ouvidoria, considerando que os exames poderão ser disponibilizados em até trinta minutos. O Secretário e Conselheiro Edison manifestou-se dizendo que será inaugurado no antigo Plantão de Urgência um Ambulatório Central que funcionará das doze horas até as vinte e uma horas, que irá atender a Região Central e Arroio Grande, sendo aliviado a demanda do Plantão de Atendimento que realizou 6.200 atendimentos no último mês. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 416 Aos nove dias do mês de agosto de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, João José Costa, Roque Paulus, Jaime Gaudêncio Câmara, Afonso Schwengber, Gilberto de Moraes Saraiva, Paulo Rogério de Lara, José Bonifácio Almada Martins e Jonas Israel Vedoy; conselheiros suplentes: Carlos Roberto de L. Machado Junior e Sergio Almeida Migowszki. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS, como também, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 415, segundo item da pauta, que colocada em votação foi aprovada por unanimidade, com a ressalva do conselheiro Carlos verificando que seu nome estava escrito erroneamente. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a 240 leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 66/CMS/2011 de 02/08/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde informando as horas do mês de junho do assessor contábil; Ofício nº 67/CMS/2011 de 03/08/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 09 de agosto 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 68/CMS/2011 de 04/08/2011 para a Clínica Geriátrica – Lar Santa Vitória para participar da reunião ordinária de hoje para discutir o seguinte assunto de pauta: Clínicas Geriátricas - Disponibilidade Ambulâncias do SUS para remoção de pacientes idosos; Ofício nº 69/CMS/2011 de 04/08/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde encaminhando a Ata 415 da reunião do dia 26/07/2011; Correspondências Recebidas – Portaria nº 16.388 de 26 de julho de 2011 da Prefeita Municipal de Santa Cruz do Sul nomeando o Sr; Sérgio Almeida Migowski como suplente representante do Hospital Santa Cruz no Conselho Municipal de Saúde; Ofício nº 200/2011 de 05 de agosto de 2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando pauta para esta reunião para apresentar o seguinte assunto: Relatório de Atividade /2011 referente ao contrato 369/2088 – Apoio aos Hospitais vinculados ao SUS; Ofício nº 1378/SMS/2011 de 09/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde justificando da impossibilidade de comparecimento dos representantes da secretaria nesta reunião ordinária; e-mail de 01/08/2011 proveniente do Hospital Ana Nery solicitando pauta para esta reunião – Assunto: Apresentação do Plano de Trabalho/Aquisição de Materiais para Melhorias no Sistema de Água; e-mail de 03/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião – Assunto: Projeto de Lei do Executivo Abertura de Crédito Especial de R$ 79.144,05; e-mail de 02/08/2011 proveniente do conselheiro Carlos convidando para o Curso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) Profissional (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 04/08/2011 proveniente do Sr. Luciano de Pellegrini M. Pereira convidando para participar da Audiência Pública: Emergência para as Santas Casas e Hospitais Sem Fins Lucrativos que será realizada no dia 09 de agosto em Porto Alegre (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 05/08/2011 proveniente da CISVALE convidando para o I Seminário Estadual de Consórcios Públicos do Rio Grande do Sul (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 04/08/2011 proveniente do Hospital Ana Nery cancelando pauta solicitada para esta reunião – Assunto: Apresentação do Plano de Trabalho/Aquisição de Materiais para Melhorias no Sistema de Água; e-mail de 05/08/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando pauta para esta reunião – Assunto: Relatório de Atividades 2011 – Convênio 367/2008 – Apoio aos hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Santa Cruz. Nos informes a representante do CEREST, funcionária Patrícia manifestou-se convidando a todos os conselheiros para o Seminário Macrorregional sobre Alimentação Orgânica que será realizado no dia 17 de agosto do corrente ano no Clube Aliança, cuja programação e material de divulgação esta à disposição dos conselheiros até o final da reunião. O conselheiro José Carlos manifestou-se relatando da participação do Movimento dos Hospitais Filantrópicos que lotou três auditórios na OAB, onde estiveram reunidos o governo estadual, trabalhadores da saúde, gestores municipais, sindicatos e associação, quando o Piratini assegurou o repasse de cem milhões para os hospitais do estado, salientando que o estado e a união não estão fazendo a sua parte refletindo em nós que somos usuários. Passamos ao quarto item de pauta – Clínicas Geriátricas - Disponibilidade de Ambulâncias do SUS para remoção de pacientes idosos, a representante da Clínica, Senhora Maria Eva Grassel, sendo convidada para participara desta reunião através de ofício, manifestou-se dizendo que o problema da falta de ambulâncias para o 241 transporte de pacientes da clínica existe por mais de dois anos, esperando que seja resolvido. O presidente Gilberto manifestou-se questionando se todos os internos são particulares, qual o valor pago pelos pacientes e o que oferece, sendo respondido pela Senhora Maria de que são todos pacientes particulares, pagando de oitocentos a mil reais, mas que existem pacientes que pagam um salário-mínimo e que a clínica oferece alimentação e tudo o que o idoso necessita. O assessor Paulo Weiss manifestou-se questionando se a clínica tem alvará para funcionar, sendo respondido pela Senhora Maria que o alvará deste ano esta atrasado. O representante das ambulâncias da Secretaria Municipal de Saúde manifestou-se dizendo que existe uma resolução determinando que as clínicas devam ter serviços de ambulâncias para remoção, informa que a clínica em questão possui irregularidades para emissão de alvará junto a Vigilância Sanitária e que existe uma demanda muito grande na solicitação de ambulâncias da secretaria. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que está surpreso com o relato em ata da reunião posterior onde foram mencionadas as condições da clínica, sendo estas clínicas particulares e possuem alvarás de funcionamento, ressaltando que a remuneração dos trabalhadores em saúde nas clínicas será objeto de discussão na convenção coletiva. O representante da Clínica Vovô Arlindo manifestou-se dizendo que no caso de urgência é chamado o SAMU e que dentro de cinco a dez minutos são atendidos, mas que o transporte de paciente para exames e consultas a clinica oferece para o cliente, considera que o fluxo das ambulâncias da Secretaria é muito grande devendo ser repensado a cobrança. O conselheiro Afonso manifestou-se ressaltando que esta muito feliz com a manifestação do conselheiro Jose Carlos, tendo preocupação com as clínicas que não tem condições de funcionabilidade. O assessor Paulo Weiss manifestou-se informando em conversa com o Paulo coordenador da Vigilância Sanitária, este informou que as clínicas geralmente procuram espaços para instalação com um maior número de quartos e depois encaminham os papeis. O conselheiro Ângelo Hoff manifestou-se dizendo que devemos levantar o ponto de vista legal, ou seja, se pode ou não fazer, devendo ficar claro as atribuições e o porquê que determinadas clínicas conseguem e outras não, no caso de não emergência, pois urgência e emergência são com o SAMU, devem ser questionados os representantes da secretaria. Após várias considerações dos conselheiros e convidados o presidente Gilberto manifestou-se esclarecendo que a clínica é particular e os atos são de responsabilidade da empresa, propondo que a mesa solicite parecer legal da Secretaria Municipal de Saúde sobre a questão com posterior cientificação da parte, sendo aprovado pelo plenário. Passamos ao quinto item de pauta – UMREST – Funcionamento da Unidade e Proposta do Regimento Interno CIST, o conselheiro e membro da CIST, João Costa, manifestou-se propondo que seja designado representante do conselho para acompanhar o processo de elaboração do regimento da CIST, sendo que a questão da UMREST fica prejudicada pela ausência do gestor secretário de saúde, ressaltando que existe nos últimos anos uma desestruturação do serviço da UMREST, outro fato relacionado a saúde do trabalhador é o caso da devolução do recurso do CEREST que o executivo sinalizou a devolução conforme manifestação da Prefeita. A coordenadora do CEREST, Senhora Micila, manifestou-se solicitando a participação do conselho no conselho gestor. O conselheiro Afonso manifestou-se dizendo que esta indignado com o andamento das situações como o caso da funcionalidade da UMREST e CEREST que estão amarradas por falta de leis normativas, devendo este conselho ser respeitado como tal e não esta mais afim de fazer papel de palhaço. O presidente Gilberto manifestou-se informando que depois 242 de quatro meses de insistência o executivo recebeu a comissão, mas até o momento não houve resposta sobre a proposta de normatização da vigilância, propondo que os membros da Comissão da Saúde do Trabalhador deste conselho acompanhem a CIST para a realização do regimento, sendo aprovado pelo plenário. Passamos ao sexto item de pauta – Projeto de Lei do Executivo Municipal Abertura Crédito Especial – R$ 79.144,05, a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Senhora Izabel manifestou-se explicando projeto, sendo que ao final colocou-se à disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. Após diversos questionamentos com as devidas respostas da representante da secretaria e com a leitura do parecer favorável da comissão de Finanças nº 13/2011 realizada pelo conselheiro José Carlos, o presidente Gilberto colocou em votação o Projeto de Lei do Executivo Municipal Abertura Crédito Especial – R$ 79.144,05, sendo aprovado por unanimidade pelo plenário. Passamos ao sétimo item de pauta – Não fornecimento de Atestado de Óbitos, o conselheiro Afonso, solicitante da pauta, explanou situação vivenciada particularmente quando a família do falecido teve que pagar pelo atestado de óbito. O conselheiro Gilberto manifestou-se relatando mais dados da situação ocorrida, quando a funerária fez a cobrança do atestado de óbito, informando que existe médicos que trabalham para as funerárias, devendo os familiares pegar recibo e levar para a promotoria de justiça. O assessor Paulo Weis manifestou-se considerando verdade o que foi relatado, mas devemos minimizar a corrupção, sugerindo que deveria ter um procedimento de como preencher atestado de óbito, por fim, realizou a leitura da Resolução sobre a declaração de óbito. O conselheiro Carlos manifestou-se informando que no conselho representa o segmento trabalhadores na saúde, ressaltando que existe a constatação de óbito e atestado de óbito, sendo que a constatação de óbito pode ser serviço do SAMU, o atestado de óbito determina uma causa provável, considerando que a solicitação de serviço médico para atestado de óbito com revisão de prontuário o profissional poderá cobrar, devendo ser observado o que determina a legislação. O presidente Gilberto manifestou-se propondo que seja aguardada a manifestação do Secretário Edison que se comprometeu de trazer uma saída para a solução do problema. Passamos ao oitavo item de pauta – Relatório de Atividades 2011 – Convênio 367/2008 – Apoio aos hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Santa Cruz, o representante do Hospital Santa Cruz e conselheiro Sérgio explanou o relatório ficando à disposição dos conselheiros para quaisquer esclarecimentos. O presidente Gilberto manifestou-se colocando em votação o Relatório Atividades 2011 – Convênio 367/2008 – Apoio aos hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Santa Cruz, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao nono item de pauta – Assuntos Gerais, o conselheiro Carlos manifestou-se informando que esta sendo encaminhado um projeto para buscar recurso incentivo para o SAMU – Emergências/Salvar no valor de quarenta e cinco mil reais mensais, sendo que o projeto deverá ser discutido neste conselho. O conselheiro Almada manifestou-se dizendo que em todas as reuniões deste conselho irá questionar a devolução do recurso do CEREST. O conselheiro Afonso manifestou-se propondo que as reuniões do conselho fossem transmitidas via rádio. Não havendo mais assuntos a ser tratado, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente, Gilberto Saraiva. 243 Presidente Secretário ADENDO ATA 416 Adendo à ata 416 apresentado pelo conselheiro Sergio que se manifestou informando que a grafia de seu nome foi redigida de forma errônea, sendo correto Sérgio Almeida Migowski, sugerindo que fosse escrito corretamente. Em regime de votação: aprovado por unanimidade, devendo ser retificada a Ata 416. Nada mais. Presidente Secretario ATA 417 Aos vinte e três dias do mês de agosto de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Caroline Bozetto Ambrosi e José Bonifácio Almada Martins e dos conselheiros suplentes: Sergio Almeida Migowski, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette e Manoel José Trindade Teixeira, Presentes, ainda, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 416 e Adendo a Ata 415, segundo item da pauta, que colocada em votação foram aprovadas por unanimidade com a ressalva do conselheiro Sergio verificando que seu nome estava escrito erroneamente. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 70/CMS/2011 de 11/08/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde solicitando parecer técnico jurídico sobre o assunto: Clínicas Geriátricas Disponibilidade de Ambulâncias do SUS para remoção de pacientes idosos; Ofício nº 71/CMS/2011 de 18/08/2011 para todos os conselheiros convocandos para a reunião ordinária do dia 23 de agosto 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 72/CMS/2011 de 18/08/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do mês de setembro; Correspondências Recebidas – Ofício nº 08/2011 de 22 de junho de 2011 proveniente do CEREST solicitando a indicação de um conselheiro para compor a Comissão de Finanças do CEREST/Vales; Ofício Circ. nº 071/SMEC/2011 de 15/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura convidando para o Fórum Permanente da Não-Violência que será realizado no dia 01 de setembro, às 8 h 30 min no Auditório da Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Ofício de 11/08/2011 proveniente da UMREST convidando os conselheiro 244 membros da Comissão da Saúde do Trabalhador para participarem da reunião da CIST que será realizada na última quinta-feira de cada mês, as 8 h 30 min na UMREST; e-mail de 10/08/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Pauta da Plenária Ordinária do CES/RS do dia 18/08/2011 (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 10/08/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando propostas para a defesa na 6ª Conferência Estadual de Saúde (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 12/08/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando convite para o Seminário de Avaliação do Decreto 7508/2011 que regulamenta a Lei 8080/90 que será realizado no dia 26 de agosto de 2011 (enviado para todos os conselheiros); email de 16/08/2011 proveniente do Hospital Ana Nery solicitando pauta para esta reunião – Assunto: Relatório de Atividades 2011/Segundo Semestre/Saúde Perto de Você/Apoio aos Hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Ana Nery; e-mail de 16/08/2011 proveniente do Hospital Monte Alverne solicitando pauta para esta reunião – Assunto: Relatório de Atividades 2011/Segundo Semestre/Saúde Perto de Você/Apoio aos Hospitais Vinculados ao SUS – Hospital Monte Alverne; e-mail de 17/08/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Regimento Interno e Texto Base sugeridos pela CGC referente ao CONSOCIAL (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 17/08/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando cópia correspondência encaminhada para o Executivo Municipal ao CONSOCIAL (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 18/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião - Projeto de Lei do Executivo Abertura de Crédito Especial – R$ 110.000,00 para Aquisição de Veículo; e-mail de 18/08/2011 proveniente do Hospital Santa Cruz solicitando pauta para esta reunião do assunto – Homologação Representantes da Comissão Acompanhamento de Contratos com o SUS/ Hospital Santa Cruz; e-mail de 19/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde convidando para a Inauguração do Ambulatório Central que realizou-se no dia 22 de agosto de 2011 (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 19/08/2011 proveniente da Conselheira Ângela justificando a sua ausência na presente reunião; e-mail de 22/08/2011 proveniente da Imprensa da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul remetendo Boletim Semanal da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 22/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde remetendo Boletim Saúde Santa Cruz do Sul (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 23/08/2011 proveniente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais justificando a impossibilidade da não participação de seus representantes na presente reunião. Nos informes o conselheiro Darci manifestouse relatando que esteve representando o conselho na UNISC para gravar entrevista referente ao PET-Saúde que será encaminhado a mídia para o Governo Federal, sendo de suma importância para este conselho que defende o SUS, informa que o PET-Saúde trabalha junto às ESFs. Passamos ao quarto item da pauta – Relatório de Atividades – Saúde Perto de Você / Primeiro Semestre 2011 - Hospital Ana Nery, a representante do Hospital Ana Nery Senhora Sandra explanou o relatório, ficando à disposição dos conselheiros para perguntas sobre o assunto em discussão. Após questionamentos dos conselheiros, o presidente Gilberto colocou em votação o Relatório de Atividades – Saúde Perto de Você / Primeiro Semestre 2011 Hospital Ana Nery sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao quinto item da pauta – Relatório de Atividades – Saúde Perto de Você / Primeiro Semestre 2011 - Hospital Monte Alverne, a representante do Hospital monte Alverne Senhora Noeli explanou o relatório, ficando à disposição dos conselheiros para perguntas sobre o 245 assunto em discussão. Após questionamentos dos conselheiros, o presidente Gilberto colocou em votação o Relatório de Atividades – Saúde Perto de Você / Primeiro Semestre 2011 - Hospital Monte Alverne sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sexto item da pauta – Projeto de Lei do Executivo de Abertura de Crédito Especial – R$ 110.000,00 para Aquisição de Veículo, o Secretário de Saúde Edison manifestou-se explanando o projeto de lei justificando a aquisição do veículo, ficando à disposição dos conselheiros para perguntas sobre o assunto. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que com a comprovação da origem do recurso o parecer a Comissão de Finanças foi favorável. Após vários questionamentos dos conselheiros e com o parecer favorável da Comissão de Finanças nº 14/2011 o presidente Gilberto colocou em votação o Projeto de Lei do Executivo de Abertura de Crédito Especial – R$ 110.000,00 para Aquisição de Veículo sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sétimo item da pauta – Homologação dos Representantes da Comissão de Acompanhamento de Contratos com o SUS/ Hospital Santa Cruz, o presidente Gilberto manifestou-se explanando da necessidade de ser instituída a Comissão de Acompanhento de Contratualização sendo composta pelos seguintes nomes: representantes do prestador Hospital Santa Cruz – Egardo Orlando Kuentzer, Camila Vieira Rosa; representantes do Conselho Municipal de Saúde – Telmo Zanette, José Carlos Haas; representantes do gestor: Cleonir Kleinert, Ane Loisa Ogliari Conrad. O conselheiro José Carlos manifestou-se questionando da realização de reuniões de contratualizações. A conselheira Sandra manifestou-se dizendo que foi definido que quando houvesse um problema para discutir seria chamada a comissão. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que é necessário o acompanhamento fazendo parte do contrato. O presidente Gilberto manifestou-se relatando que existem sérios problemas a serem no momento da contratualização como no caso do PA, exemplo é a espera na realização de exames, com denúncia inclusive neste conselho, ressaltando que presenciamos este problema pessoalmente, devendo serem acertados valores e também formas de trabalho. O conselheiro José Carlos manifestou-se sugerindo que devemos procurar um técnico para nos informar sobre o tempo médio de realização de cada exame para não estarmos cometendo equívocos. O conselheiro Darci manifestou-se informando que teve caso de perda de exames, devendo ser verificado o por que o laboratório não consegue manter a demanda, pois não é humano uma pessoa esperar das vinte e duas horas até as quatro horas do outro dia, sendo que temos informações de que os exames demoram trinta minutos ou mais para serem realizados, questionando o Secretário Edison: De que forma esta sendo feito o atendimento do Ambulatório Central e se as pessoas de fichas azuis estão sendo encaminhadas para o ambulatório. O secretário Edison manifestou-se informando que o resultado da criação do Ambulatório Central é resultado de um diagnóstico, pois o PA estava atendo acima da média do previsto, sendo que o projeto esta em fase de implantação devendo serem revistos a sua aplicabilidade, em conjunto com outras medidas que estão sendo tomadas visando uma integração da rede básica com resultados na saúde curativa, com divulgação na mídia informando os objetivos do ambulatório central, outra questão que esta sendo discutido junto ao COGERE é o Pronto Atendimento regional com avanços gradual e coletivo, relatando fato ocorrido com usuária que necessitava de um especialista no PA e demorou muito para ser atendida quando foi mobilizada toda a estrutura da saúde para solucionar a questão. O conselheiro Sérgio manifestou-se dizendo que o especialista era cirurgião plástico e que esta especialidade não esta previsto no contrato, ressaltando que existem dois contratos: 246 um do PA e o outro do Hospital Santa Cruz. O presidente Gilberto manifestou-se colocando em votação a Homologação dos Representantes da Comissão de Acompanhamento de Contratos com o SUS/ Hospital Santa Cruz composta dos seguintes nomes: representantes do prestador Hospital Santa Cruz – Egardo Orlando Kuentzer, Camila Vieira Rosa; representantes do Conselho Municipal de Saúde – Telmo Zanette, José Carlos Haas; representantes do gestor: Cleonir Kleinert, Ane Loisa Ogliari Conrad, sendo aprovada por unanimidade. Passamos ao oitavo item da pauta - Assuntos Gerais, o conselheiro Darci manifestou-se informando que recebeu reclamações de que faltam medicamentos na Farmácia Pública Municipal, sendo que o Secretário Edison manifestou-se dizendo que a secretaria não recebeu reclamações nestes últimos dias, solicitando que as pessoas viessem à secretaria para reclamarem. O conselheiro Darci entregou o nome da pessoa que fez a reclamação. O presidente Gilberto manifestou-se informando que existem relações de medicamentos disponíveis junto a Farmácia Municipal, ressaltando que os processos de licitação são realizados de quatro em quatro meses e às vezes os laboratórios não participam das licitações, sendo que existem ainda medicamentos que são de responsabilidade do Governo Estadual. O conselheiro e secretário da saúde Edison manifestou-se solicitando agendamento de reunião com a Comissão de Finanças para apresentação da LDO 2012, podendo esta reunião ser aberta aos demais conselheiros. Após anuência do plenário ficou definido que a reunião deverá ser agendada com o secretário João Carlos Corrêa. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida, aprovada e assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 418 Aos oito dias do mês de setembro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Darci Benke, Roque Paulus, Jaime Gaudêncio Câmara, Gilberto de Moaraes Saraiva e Jonas Vedoy e dos conselheiros suplentes: Cássio Arend, Ângela C. Ferreira da Silva, Luis Selmar de Queiroz e Sandra Mara Weiler. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS, como também, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos e informando que a presente reunião é ordinária e não extraordinária como foi convocada, pois antecipada a data de treze de setembro para hoje. O assessor Paulo Weiss manifestou-se solicitando um minuto de silêncio pela passagem do 247 falecimento da mãe do conselheiro Ângelo, sendo acatado pela mesa e plenário. Após a realização do minuto de silêncio em homenagem a mãe do conselheiro, passamos a apreciação da Ata 417 e Adendo a Ata 416, segundo item da pauta, que colocada em votação foi aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 73/CMS/2011 de 29/08/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde encaminhando a Ata 417 da reunião ordinária do dia 13 de agosto de 2011; Ofício nº 74/CMS/2011 de 05/09/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde encaminhando as horas do mês de agosto de 2011 do Assessor Contábil deste conselho; Ofício nº 75/CMS/2011 de 06/09/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião extraordinária do dia 08 de setembro 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 76/CMS/2011 de 06/09/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para a reunião extraordinária do dia 08 de setembro de 2011; Correspondências Recebidas – Ofício nº 01/2011 de 25 de agosto de 2011, proveniente da CIST solicitando pauta em reunião deste conselho assunto: UMREST; Ofício de 08/09/2011 proveniente do Sindicato dos Comerciários justificando a não participação dos seus representantes na presente reunião; e-mail de 29/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião – Exames CDII do Hospital Santa Cruz; e-mail de 30/08/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando Apresentação feita pelo Ministério da Saúde do Decreto nº 7508 que regulamenta a Lei 8080/90 (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 01/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião – Aumento do número de cirurgias oncológicas e teto financeiro / Hospital Ana Nery; e-mail de 18/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião Projeto de Lei do Executivo de Abertura de Crédito Especial – R$ 12.285,10; e-mail de 06/09/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando prazo de prorrogação para realização das conferências municipais sobre transparências e controle social (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 06/09/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde encaminhando texto sobre a 6ª Conferencia Estadual de Saúde RS (enviado para todos os conselheiros); e-mail de 08/09/2011 proveniente do DCE-UNISC justificando a ausência das representantes nesta reunião extraordinária. No informes o conselheiro Jonas manifestou-se informando que encaminhou ofício a Secretaria Municipal de Saúde solicitando a relação dos diabéticos e hipertensos cadastrados no Hiperdia para o Projeto Cartão Mais Saúde, sendo que até a presente data não recebeu tal relação. O conselheiro Edison solicitou a cópia do ofício para verificar o motivo da demora do envio da relação. Passamos ao quarto item de pauta – LDO 2012, o conselheiro e representante da Secretaria Municipal de Saúde Cássio Arend manifestou-se explanando a LDO 2012, ficando à disposição dos conselheiros para esclarecimentos. O conselheiro Jonas manifestou-se questionando da possibilidade da proposta acertada na aprovação da LDO 2011 de que poderíamos discutir neste conselho uma nova adequação orçamentária durante este ano, o que não ocorreu até a presente data, sendo respondido pelo conselheiro Cássio que a Secretaria esta aberta à discussão a qualquer momento. O conselheiro Jonas manifestou-se propondo que esta discussão poderia ser acordada de três em três meses, podendo verificar as datas aqui nesta reunião. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que o orçamento é previsão de gastos, sendo que todos os investimentos e recursos são aprovados por este conselho. O conselheiro Edison manifestou-se 248 dizendo que o orçamento é uma peça aberta podendo ser ampliada e os investimentos passam pela avaliação do conselho. O conselheiro João manifestouse dizendo que os relatórios trimestrais e semestrais passam pela avaliação do conselho podendo os conselheiros opinarem e sugerirem, sendo desnecessária esta discussão proposta pelo conselheiro Jonas. O presidente Gilberto, após a leitura do parecer favorável nº 18/2011 da comissão de finanças realizada pelo conselheiro Darci, manifestou-se colocando em votação a LDO 2012 – Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, sendo aprovada por unanimidade. Passamos ao quinto item de pauta – Aumento do número de cirurgias oncológicas, como também do teto financeiro em R$ 120.000,00 mensais, no Hospital Ana Nery, cirurgias direcionadas aos municípios da 13ª CRS – o conselheiro Edison manifestou-se informando que esta demanda é fruto de uma reunião precedente, onde foi constatado o demanda reprimida de cirurgias oncológicas, sendo proposto a ampliação do teto para atender a demanda reprimida, com a aprovação inclusive do COGERE. O representante da secretaria Cleonir manifestou-se fazendo uma explanação do assunto, ficando ao final à disposição dos conselheiros para questionamentos. O presidente Gilberto manifestou-se questionando se a demanda entra na contratualização, sendo respondido positivamente pelo Cleonir. O conselheiro Darci manifestou-se questionando o valor, sendo respondido de que o valor foi calculada com base na média histórica anterior e que o valor é sempre acompanhado pela auditoria da secretaria. O conselheiro Luis manifestou-se dizendo que os valores são baixos, pois existem cirurgias que duram doze horas. O presidente Gilberto manifestou-se informando antecipadamente que é contrária a proposição, pois o Hospital Ana Nery não chamou a comissão de contratualização para a discussão, havendo ai falha do hospital. O conselheiro Edison manifestou-se informando que em preliminar temos uma hipótese da disposição do recurso para depois de aprovado discutirmos com a comissão de contratualização. A conselheira Sandra manifestou-se dizendo que entende que quando vier o recurso é que a comissão deverá ser chamada. Antes estamos somente tentando buscar os recursos. O conselheiro Gilberto manifestou-se dizendo que o projeto do PA foi discutido até o fim, considerando que houve falha do Ana Nery e que politicamente seu voto é contrário. O conselheiro Edison manifestou-se dizendo que entende a manifestação do presidente, mas neste caso existe somente a hipótese do recurso, podendo vir ou não, apelando pela aprovação da pauta. O presidente Gilberto, após a leitura do parecer favorável nº 16/2011 da comissão de finanças realizada pelo conselheiro Darci, manifestou-se colocando em votação o Aumento do número de cirurgias oncológicas, como também do teto financeiro em R$ 120.000,00 mensais, no Hospital Ana Nery, cirurgias estas direcionadas aos municípios da 13ª CRS, sendo aprovado com o voto contraio do presidente Gilberto que justificou como voto politicamente contrário por não ter sido convocada a comissão de contratualização para discussão. Passamos ao sexto item de pauta – Exames que a CDII do Hospital Santa Cruz irá executar pela tabela SUS aos municípios da 13ª CRS conforme tabelas fornecidas, o representante do Hospital Santa Cruz, Fernando Wegner, manifestou-se explanando a demanda, ficando ao final à disposição dos conselheiros para questionamentos. O presidente Gilberto, após a leitura do parecer favorável nº 17/2011 da comissão de finanças realizada pelo conselheiro Darci, manifestou-se colocando em votação a proposta Exames que a CDII do Hospital Santa Cruz irá executar pela tabela SUS aos municípios da 13ª CRS conforme tabelas fornecidas, sendo aprovada por unanimidade. Passamos ao sétimo item de pauta – Projeto de Lei do Executivo de Abertura de 249 Crédito Especial – R$ 12.285,10 – o conselheiro Edison manifestou-se explicando o projeto de lei, ressaltando o esforça da equipe do ESF que juntou as notas fiscais, sendo que o recurso será utilizado para a estrutura dos ESFs na aquisição de materiais e equipamentos e que uma parte do recurso refere-se a recurso repassado de outro município da região referente a tratamento realizado. O presidente Gilberto, após a leitura do parecer favorável nº 15/2011 da comissão de finanças realizada pelo conselheiro Darci, manifestou-se colocando em votação o Projeto de Lei do Executivo de Abertura de Crédito Especial – R$ 12.285,10, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao oitavo item de pauta - Assuntos Gerais, o presidente Gilberto manifestou-se dizendo que não haverá reunião ordinária no dia treze de setembro, pois esta reunião foi transferida para a data de hoje. O conselheiro Darci manifestou-se dizendo que haverá uma reunião dia nove de setembro às treze horas e trinta minutos na Secretaria Municipal de Saúde com finalidade de avaliação das conferências estadual e municipal de saúde, por fim vem elogiar a equipe do Hospitalzinho no atendimento e acolhimento dos usuários da equipe técnica e de atendimento, bem como o médico Dr. Knak que esta no Posto do Esmeralda, que é um profissional muito bom no atendimento aos pacientes. A conselheira Ângela manifestou-se dizendo que a equipe do Pró-Saúde também esta de parabéns pela estrutura conforme parecer da comissão. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que são importantes estes avanços e que toda a equipe da secretaria esta de parabéns, pois as coisas estão acontecendo. O conselheiro Luis manifestou-se informando que será realizada a Feira de Saúde no dia vinte e quatro de setembro, e que a equipe da odontologia também esta de parabéns pelo atendimento. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida, aprovada e assinada por mim João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente Gilberto Saraiva Presidente Secretário ATA 419 Aos vinte e sete dias do mês de setembro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, Leo Kraether Neto, Lídio Irineu Rauber, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Gilberto de Moaraes Saraiva e Jonas Vedoy e dos conselheiros suplentes: Cássio Arend, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette, Manoel José Trindade Teixeira, Andreza Gomes e Alexandre Paulus. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 418, segundo item da pauta, que colocada em votação foi aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, 250 o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 77/CMS/2011 de 22/09/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 27 de setembro 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 77/CMS/2011 de 06/09/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do mês de outubro de 2011; emissão de Atestado de Pleno e Regular Funcionamento; Correspondências Recebidas – Ofício nº 1642/SMS/GAB/2011 de 14/09/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta em reunião deste conselho assunto: Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde (MGS) do II Trimestre de 2011; Ofício nº 1648/11 – SMS de 22/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde enviando Parecer Final da 5ª Conferência Municipal de Saúde; Ofício nº 1649/11 – SMS de 22/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde enviando Parecer Final da 6ª Conferência Estadual de Saúde; Ofício Circ. nº 080/SMEC/2011 de 23/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura convidando para participar do Fórum Permanente da Não-Violência que será realizado no dia 06/10/2011, às 8h 30min no Auditório da Secretaria; Ofício nº 1609/SMS/2011 de 26/10/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para o assunto: compra de uniformes para o CEREST; e-mail de 29/08/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião – assunto: SIOPS semestral 2011; e-mail de 15/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde – Saúde Mental solicitando pauta para esta reunião – assunto: Comissão de Saúde Mental; e-mail de 22/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde – Diretoria de Ações e Programas de Saúde solicitando pauta para esta reunião – assunto: Relatório de Gestão; e-mail de 22/09/2011 proveniente do Hospital Ana Nery solicitando Atestado de Pleno e Regular Funcionamento. Nos informes o conselheiro José Carlos manifestou-se cobrando o relatório da diligência realizado na Clinica Recomeçar: cadê o relatório ou lauda da situação, pois na ata da reunião do dia 11 de maio do corrente ano ficou acertado que a secretaria iria mandar o relatório ou lauda para este conselho. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que esta envergonhado com a situação, pois segundo informações o médico auditor não fez nenhuma anotação da diligência realizada, ressaltando que não quer mais a presença do médico auditor da prefeitura em diligências, pois ficou feio perante a promotora Nádia que por diversas vezes cobrou o resultado da diligência. O conselheiro José Carlos reforça o registro dizendo que a secretaria deverá dar um retorno. O conselheiro Cássio manifestou-se dizendo que presenciou o secretário cobrando o relatório do servidor médico auditor e que concorda com a indignação dos conselheiros. O conselheiro João Corrêa manifestou-se questionando o motivo que levou o médico auditor a não realizar o relatório, pois o mesmo é servidor público e possui obrigação como qualquer outro funcionário, devendo o gestor efetivar a cobrança. O presidente Gilberto manifestouse dizendo que devemos aguardar o retorno da secretaria e que outro que deverá ser pautado é a questão da assessoria técnica do Médico Paulo Weiss, pois o mesmo não está participando das reuniões deste conselho, propondo a discussão deste assunto na próxima reunião, o que foi acatado pelo plenário. Passamos ao quarto item de pauta – Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde (MGS) – II Trimestre 2011, o representante da Secretaria Municipal de Saúde, servidor João Santos, explanou o relatório ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. O conselheiro José Carlos manifestou-se questionando o quanto do valor que não foi liquidado e se este valor é coberto pelo saldo verificado, sendo 251 respondido pelo conselheiro Cássio de que são casos específicos que não foram liquidados e não tem problemas de fluxo de caixa e pelo representante da secretaria, João Santos, que as despesas estão sobre controle. O presidente Gilberto, após a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº19/2011 realizada pelo conselheiro Darci, colocou em votação o Relatório de Monitoramento da Gestão em Saúde (MGS) – II Trimestre 2011, sendo aprovado por unanimidade. O conselheiro Cássio manifestou-se informando de que tem necessidade de se retirar da reunião devido outro compromisso passando para o servidor Cleonir a representação da secretaria da saúde para qualquer questionamento, e que a questão das horas extras poderá ser pautada para a próxima reunião. O conselheiro Darci manifestou-se dizendo que esteve no Hospitalzinho e ficou contente com o que encontrou no mural daquele órgão em que ressaltava os elogios manifestados neste conselho pelo atendimento e acolhimento daquela casa de saúde, sendo finalizado com o seguinte: “...estamos no caminho certo.”, o que nos torna agraciados por esta atitude. O conselheiro Cássio manifestou-se convidando para a Feira de Saúde que será realizada no sábado próximo enfrente ao Hospitalzinho, caso não chover. Passamos ao quinto item de pauta – SIOPS/Primeiro Semestre 2011, a representante da Secretaria Municipal de Saúde, servidora Ivanete, explicou o documento ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após vários questionamentos dos conselheiros sendo respondidos pela servidora Ivanete, o presidente Gilberto, com a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº20/2011 realizada pelo conselheiro Darci, colocou em votação o SIOPS/Primeiro Semestre 2011, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sexto item de pauta – Relatório de Gestão, o representante da Secretaria Municipal de Saúde, servidor Cleonir, explanou o relatório ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após vários questionamentos dos conselheiros sendo respondidos pelo servidor Cleonir, o presidente Gilberto, com a leitura do parecer favorável da Comissão de Relatório nº 05/2011 realizada pelo conselheiro João Carlos Corrêa, colocou em votação o Relatório de Gestão, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sétimo item de pauta – Prestação de Contas A Nota É Minha – 26º Trimestre – Hospital Ana Nery, o representante do hospital, conselheiro Lidio, explicou o documento de prestação de contas ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após vários questionamentos dos conselheiros sendo respondidos pelo conselheiro Lidio, o presidente Gilberto, com a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº21/2011 realizada pelo conselheiro Darci, colocou em votação a Prestação de Contas A Nota É Minha – 26º Trimestre – Hospital Ana Nery, sendo aprovado por unanimidade. O presidente Gilberto manifestou-se informando que o oitavo item de pauta – Comissão de Saúde Mental, por solicitação dos interessados foi retirado de pauta. Passamos ao nono item de pauta – Projeto Conclusão Construção Ala 28 leitos – SUS, o representante do hospital, conselheiro Lidio, explicou o projeto ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após vários questionamentos dos conselheiros, sendo respondidos pelo conselheiro Lidio, o presidente Gilberto, com a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº22/2011 realizada pelo conselheiro Darci, colocou em votação o Projeto Conclusão Construção Ala 28 leitos – SUS, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao décimo item de pauta - Assuntos Gerais, o conselheiro Jonas manifestou-se sugerindo que o assunto demanda reprimida de consultas com especialistas seja assunto de pauta para a próxima reunião e que a secretaria encaminha plano de ação para equacionar a 252 problemática, sendo acatado pelo plenário. Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário ATA 420 Aos onze dias do mês de outubro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, José Carlos Hass, Leo Kraether Neto, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Caroline Bozetto Ambrosi e José Bonifácio Almada Martins e dos conselheiros suplentes: Angela C. Ferreira da Silva, Carlos Roberto de L. Marchado Jr, Sandra Mara Weiler, Telmo Waldy Zanette e Renato Goerke. Presentes, ainda, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, a Vice-Presidente Ângela dá início a reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 419, segundo item da pauta, que colocada em votação foi aprovada com abstenção do conselheiro Edison. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 78/CMS/2011 de 06/10/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 11 de outubro de 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 79/CMS/2011 de 06/09/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde encaminhando as horas do mês de setembro do assessor contábil deste conselho; Correspondências Recebidas – Ofício nº 1700/OUV/GAB/2011 de 29/09/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde encaminhando material de divulgação da Ouvidoria da Secretaria da Saúde e colocando à disposição para maiores esclarecimentos neste conselho; e-mail de 20/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para as reuniões de dezembro – assunto: produtividade anual em prol das mortalidades infantis e fetais; e-mail de 28/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião – assunto: Projeto de Lei Executivo Municipal – Vigilância Sanitária; email de 04/09/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando Ofício Cir. nº 027/2011 comunicando da Plenária descentralizada que será relizada em Santa Cruz do Sul no dia 20/10/2011 (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 04/09/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde solicitando que os municípios respondam questão requisitada pelo Departamento de Ações em Saúde – DAS; e-mail de 11/10/2011 proveniente do Sr. Yuri João Azevedo convidando para a reunião especial de oficialização do Fórum Pró-Conselhos de Santa Cruz do Sul que será realizada no dia 11/10/2011 às 14 horas na Câmara Municipal de 253 Vereadores (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 20/09/2011 proveniente da Secretaria Municipal de Saúde solicitando pauta para esta reunião – assunto: projeto de lei do executivo Abertura de Crédito Especial R$ 200.000,00 para construção de Unidade Básica de Saúde de Linha Santa Cruz e Incentivo SALVAR SAMU para emergências; e-mail de 06/10/2011 proveniente da UNISC convidando para o Curso “SISCEBAS na Assistência Social, Educação e Saúde” que se realizou no dia 10/11/2011 (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 04/09/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando Ofício Cir. nº 028/2011 comunicando que Plenária descentralizada em Santa Cruz do Sul será realizada no dia 20/10/2011 no horário das 09:00h às 17:00h, no Anfiteatro do Curso de Direito da UNISC – Bloco 18, Avenida Independência, 2293 (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 11/09/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando a convocação e a pauta da Plenária Ordinária Descentralizada que será realizada no dia 20/10/2011 (e-mail enviado a todos os conselheiros). No informes o conselheiro Carlos manifestou-se informando que será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2011 a 2ª Jornada Gaúcha de Atendimento Pré-Hospitalar. O conselheiro João manifestou-se informando do material de divulgação da Ouvidoria recebido da Secretaria Municipal de Saúde o qual será distribuído aos conselheiros, reiterando o convite da Plenária Regional do Conselho Estadual de Saúde que será realizada na UNISC no dia 20 de outubro de 2011, cuja pauta e convite foi encaminhada para todos os conselheiros, sendo reforçado o convite pela Vice-Presidente Ângela que ressaltou a importância desta plenária que estará discutindo problemas relacionados à saúde regional. O conselheiro Leo manifestouse informando que a Resolução 358 determinou o repasse emergencial aos Hospitais Filantrópicos. O conselheiro José Carlos manifestou-se perguntando se já houve o repasse do recurso, sendo respondido pelo conselheiro Leo e a conselheira Sandra que as parcelas serão repassadas em outubro de 2011 e janeiro de 2012. Passamos ao quarto item de pauta – Projeto de Lei do Executivo – Alterando a Lei 3963 de 19 dezembro de 2002 - Vigilância Sanitária, o representante da secretaria coordenador da Vigilância Sanitária, Senhor Paulo, manifestou-se explicando o projeto de lei, ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após, diversos questionamentos dos conselheiros sendo respondido pelo representante da secretaria, a vice-presidente Ângela colocou em votação o Projeto de Lei do Executivo – Alterando a Lei 3963 de 19 dezembro de 2002, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao quinto item de pauta – Hora Extras na Secretaria Municipal de Saúde, o conselheiro Darci manifestou-se dizendo que solicitou esta pauta pela notícia que sai na imprensa local e por ter sido este assunto debatido na Câmara Municipal de Vereadores, questionando de onde provêm estas horas-extras. O conselheiro e secretario da saúde Edison manifestou-se dizendo que as horas extras na maioria são provenientes da falta de médicos, técnicos e enfermeiros, mas que nos últimos anos ocorreu uma redução considerável no número de horas extras prestadas. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que está preocupado com o acumulo de horas extras trabalhadas pelo profissional de saúde. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que este caso é histórico, existindo inquérito desde 2009 questionando as horas extras, sendo grande parcela destas horas dos médicos plantonistas. O conselheiro José Almada manifestou-se dizendo que a comparação com o governo anterior não justifica, pois um erro não justifica o outro, e que o aumento do funcionalismo de onze por cento também é muito pequeno para refletir no aumento de valores. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que tem queda histórica no número de horas extras 254 prestadas e que estão sendo tomadas medidas para a redução, pois os números dizem isto. A vice-presidente Ângela manifestou-se dizendo que o sexto item de pauta – Demanda Reprimida Consultas com Especialistas será transferida para pauta de reunião posterior, pois o conselheiro Jonas que solicitou a pauta não compareceu a esta reunião. Passamos ao sétimo item de pauta – Incentivo SALVAR SAMU para emergências, o conselheiro e secretário Edison manifestou-se fazendo uma explanação do assunto ficando ao final a disposição dos conselheiros para questionamentos. O conselheiro Carlos manifestou-se complementando a explanação dizendo que este recurso é para os municípios que tem o serviço do SAMU funcionando e que existem outros recursos semelhantes que serão buscados. Após, diversos questionamentos dos conselheiros sendo respondido pelo representante da secretaria, a vice-presidente Ângela colocou em votação o Incentivo SALVAR SAMU para emergências sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao oitavo item de pauta - Projeto de Lei do Executivo R$ 200.000,00 – construção de Unidade Básica de Saúde de Linha Santa Cruz, o conselheiro e secretário Edison manifestou-se explanando o projeto ficando à disposição dos conselheiros para questionamentos. Após, diversos questionamentos dos conselheiros sendo respondido pelo representante da secretaria, com a leitura do parecer favorável da Comissão de Finanças nº 23/2011 realizada pelo conselheiro Darci, a vice-presidente Ângela colocou em votação o Projeto de Lei do Executivo R$ 200.000,00 – construção de Unidade Básica de Saúde de Linha Santa Cruz sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao nono item de pauta - Assuntos Gerais, o conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que existe um estudo para a regionalização dos serviços do SAMU na 13ª Coordenadoria de Saúde, mas este debate tem que ser com calma e serenidade, sendo que a decisão deverá ser bem tratada, informando que todo o serviço do SAMU tem a referência. O conselheiro Carlos manifestou-se dizendo que todo o atendimento do SAMU deve ser regulamentado e pactuado, mas que temos de ter vários olhares devendo a mudança ser implantada com cuidados, a regionalização deverá vir com aumento de frota, pois desde o início as duas ambulâncias colocadas à disposição são consideradas insuficientes, ressaltando que existe a regionalização de atendimento e regionalização da central, devendo este conjunto de aspectos ser discutidos. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que o custo do município com o SAMU é de setecentos e cinqüenta mil reais mais os recursos do estado e união, o interesse dos municípios da região é regionalizar e pactuar para não perder os equipamentos, sendo que a pretensão é de que o município seja solidário com a região sem qualquer prejuízo local. A vice-presidente Ângela manifestou-se reiterando de que este assunto será pauta da plenária descentralizada do Conselho Estadual de Saúde que será realizada no dia 20 de outubro de 2011. Não havendo mais assuntos a serem tratados, a vice-presidente Ângela manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente, Ângela C. Ferreira da Silva. Presidente Secretário 255 ATA 421 Ao oito dias do mês de novembro de dois mil e onze, às dezoito horas e quinze minutos, em segunda chamada, reuniram-se em caráter ordinário, na Câmara Municipal de Vereadores, os membros do Conselho Municipal de Saúde – CMS, com a presença dos conselheiros titulares: Edison André Rabuske, João Carlos da Rosa Corrêa, Ângelo Hoff, José Carlos Hass, Leo Kraether Neto, Darci Benke, Jaime Gaudêncio Câmara, Gilberto de Moraes Saraiva, Paulo Rogério de Lara e Jonas Vedoy e dos conselheiros suplentes: Sergio Almeida Migowski e Manoel José Trindade Teixeira. Presentes, ainda, Paulo Weiss – médico e assessor técnico do CMS, como também, pessoas da comunidade. Verificado o quórum regimental, primeiro item da pauta, o Presidente Gilberto Saraiva dá início à reunião manifestando-se cumprimentando todos os presentes, passando a apreciação da Ata 420, segundo item da pauta, que colocada em votação foi aprovada por unanimidade. Em seguida, no terceiro item da pauta, o secretário João Carlos Corrêa, realizou a leitura das seguintes correspondências: Correspondências Emitidas – Ofício nº 80/CMS/2011 de 07/10/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde encaminhando as horas do mês de setembro do assessor contábil deste conselho; Ofício nº 81/CMS/2011 de 13/10/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do mês de novembro de 2011; Ofício nº 82/CMS/2011 de 04/11/2011 para todos os conselheiros convocando para a reunião ordinária do dia 08 de novembro de 2011 (cópia enviado via e-mail para todos os conselheiros); Ofício nº 83/CMS/2011 de 07/11/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde encaminhando as horas do mês de outubro do assessor contábil deste conselho; Ofício nº 84/CMS/2011 de 08/10/2011 para a Câmara Municipal de Vereadores solicitando o plenário para as reuniões ordinárias do mês de dezembro de 2011; Ofício nº 85/CMS/2011 de 13/10/2011 para a Secretaria Municipal de Saúde solicitando a contratação do assessor contábil considerando o contrato terminar em março de 2012; Correspondências Recebidas – Ofício nº 1839/SMS/2011 de 11/10/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde encaminhando o relatório do setor de auditoria da vistoria realizada no dia 30 de abril de 2011 na Clínica Recomeçar; Ofício nº 165/2011 de 13/10/2011, proveniente da 2ª Promotoria de Justiça Cível encaminhando a disponibilização do recurso de R$ 2.349,93 para o Conselho Municipal de Saúde; Ofício nº 1879/SMS/2011 de 19/10/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde encaminhando a solicitação de pauta para o seguinte assunto: Plano de Trabalho para utilização de saldo remanescente do Projeto “Custeio de Leitos de Maternidade, Pediatria e Alojamento Conjunto” – Processo nº 044864-20.00/05.0 e Convênio nº 068/2005; Ofício nº 1893/SMS/2011 de 21/10/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde informando que foi encaminhado o Projeto “Espaço de convivência: Ampliando o ambiente Terapêutico do CAPSIA de Santa Cruz do Sul”, conforme linha de estratégia correspondente ao inciso III, do artigo 6º, da Portaria nº 227 de 09 de setembro de 2011; Ofício nº 1910/SMS/2011 de 26/10/2011, proveniente da Secretaria Municipal de Saúde convidando para participar da atividade de encerramento da 5ª Semana Municipal do Bebê - dia 12 de novembro de 2011, das 09 h às 12 h, na Praça Getúlio Vargas; Convite para a abertura da 5ª Semana Municipal do Bebê que será no dia 07 de novembro de 2011 cuja programação consta em anexo; Publicação no Jornal do Conselho Federal de Medicina encaminhada pelo assessor Paulo Weiss – Titulo: Urgência e emergências 256 – Serviços não podem negar atestado médico (cópia encaminhada a todos os conselheiros); e-mail de 20/10/2011 proveniente do Conselheiro Carlos convidando para a 2ª Jornada Gaúcha de Atendimento Pré-Hospitalar que será realizado no dia 11 e 12 de novembro de 2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 24/10/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando convite Segunda Convocatória da 6ª Reunião Técnica Estadual sobre Plantas Bioativas para divulgação na rede de Conselheiros e também dos Conselhos Municipais de Saúde (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 01/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando matéria: “Organizações Sociais são proibidas em Santa Catarina”(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 01/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando matéria: “Decisão do Estado do Mato Grosso”(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 03/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando matéria: “Ofícios do CES”(email enviado a todos os conselheiros); e-mail de 03/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando matéria: “Textos do Conselheiro Odil Gomes”(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para o Seminário sobre o Sistema Estadual de Participação(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para a Marcha Estadual Zumbi dois Palmares – Dia 21 de novembro de 2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para audiência pública: Comunidades Quilombolas – Dia 14 de novembro (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para audiência pública de luta contra a Tuberculose – Dia 16 de novembro (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde convidando para a 1º Reunião de Arrancada para a IV Marcha Estadual pela Vida e Liberdade Religiosa(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 07/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando matéria para divulgação do Portal das Normas do SUS(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 08/11/2011 proveniente do CEMAS enviando Ofício nº 011 referente ao PAM 2012 – Reuniões dias 16 e 23 de novembro de 2011(e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 08/11/2011 proveniente do Conselho Estadual de Saúde enviando matérial para divulgação (e-mail enviado a todos os conselheiros); e-mail de 08/11/2011 proveniente da conselheira Sandra justificando a ausência dos representantes do Hospital Ana Nery nesta reunião ordinária; e-mail de 08/11/2011 proveniente da DCE UNISC justificando a ausência dos representantes do diretório nesta reunião ordinária. Nos informes o presidente Gilberto manifestou-se dizendo da importância do evento 2ª Jornada Gaúcha de Atendimento Pré-Hospitalar que será realizado no dia 11 e 12 de novembro de 2011, relatando caso concreto ocorrido que diz respeito ao assunto, sendo que esta questão deverá ser tratado neste conselho, sendo que fica até o final da reunião a disponibilidade para qualquer conselheiro participar do evento. O conselheiro Sérgio manifestou-se dizendo que fará parte da mesa de trabalhos no dia 11 de novembro pela parte da tarde. O assessor Paulo Weiss manifestou-se dizendo que encaminhou artigo publicado no Jornal do Conselho Federal de Medicina Titulo: Urgência e emergências – Serviços não podem negar atestado médico. Passamos ao quarto item de pauta – Demanda Reprimida Consultas com Especialistas, o conselheiro Jonas manifestou-se dizendo que com apresentação dos relatórios neste conselho, chamou atenção as mais de cinco mil consultas não realizadas, desta forma foi pautado o assunto para 257 apresentação de possível plano de ação visando solucionar o problema, relatando fato ocorrido em consulta com especialista urologista, médico Milton, em que realizou um péssimo atendimento fazendo pouco caso do paciente, desconsiderando que as pessoas desde maio esperam as consultas e são mal atendidas, questionando o que deve ser feito para humanizar o atendimento, ressaltando que não vai mas votar em projetos relacionados aos hospitais enquanto estes profissionais trabalharem nesses hospitais. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que existem três registros na ouvidoria, devendo o conselheiro Jonas formalizar o procedimento, informando ainda que o profissional era diretor da Secretaria Municipal de Saúde na Administração anterior, informando que esta sendo providenciado a contratação de outros profissionais nas especialidades: oftalmologia, devendo o edital sair em dezembro deste ano, vascular periférico com encaminhamento junto a CID de vascular cardiologia que terá como conseqüência a contratualização destes, ainda temos a ampliação do ambulatório do curso de medicina junto ao Hospital Santa Cruz que possui sete especialidades devendo ampliar o atendimento a partir de janeiro de 2012, outra contrualização é para as cirurgias de adenóides, e a disponibilidade do Hospital Monte Alverne para realizar cirurgias de pequeno porte considerada de baixa complexidade mas este hospital deverá ser equipado, pois ainda não tem RX e possui uma estrutura de leitos ociosos, sendo que está sendo disponibilizado uma equipe da secretaria para realizar procedimento ginecológicos no hospital, ressaltando que esta sendo articulado um conjunto de medidas para equacionar este problema histórico, como por exemplo o caso da traumatologia que possui demanda de 2009, inclusive temos a informação que esta sendo disponibilizado pelo Ministério da Saúde o valor de duzentos milhões visando realizar um mutirão nas especialidades traumatologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. O conselheiro Jonas manifestou-se perguntando de onde virão os recursos. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se informando que seriam necessários aproximadamente três milhões, relatando ainda que oitenta e cinco por cento das demandas referente a traumatologia são consideradas urgentes, devendo ser reduzido o tempo de espera da consulta e do procedimento cirúrgico, ressaltando que são gasto trinta por cento do orçamento em saúde e que Santa Cruz do Sul no últimos três anos subiu quarenta posições, ficando o oitavo município do RS em qualidade de vida. O conselheiro Jonas manifestou-se questionando de que forma poderão ser resolvidos os problemas mais simples e como é feita a avaliação. O conselheiro e secretario Edison manifestou-se informando que esta sendo implantado nas UBS e ESF um trabalho de acolhimento com vistas a resolutividade como o caso de procedimentos simples como a medida de pressão entre outros, sendo o controle de exames nos nossos plantões de atendimento e UBS, desta forma grande volume de pacientes poderia ser atendido com resolutividade dentro das UBS, com isso tem a conseqüência de queda de atendimento no CEMAI que caiu de quatro mil e seiscentos para três mil e trezentos atendimentos aproximadamente, pois existe o interesse de ver qual a UBS referência, estamos também com uma equipe de três enfermeiros trabalhando na montagem de um projeto através de diagnósticos e com as experiências de outro municípios que forma visitados, sendo assim há a necessidade de resolutividade de problemas considerados pequenos em todos os setores, no caso de reclamações e denúncias deverão estas serem encaminhadas para a ouvidoria, onde a colega Jussara esta fazendo um belo trabalho. O conselheiro Jonas manifestou-se questionando o secretario Edison se no próximo relatório gestão quanto ira diminuir, sendo respondido por Edison que não tem condições de dizer o quanto, mas com 258 certeza vai ter reflexos consideráveis. O conselheiro José Carlos manifestou-se dizendo que existem fatos em que o paciente espera seis meses para consultar e que o médico cobra dois mil e novecentos para fazer a cirurgia, sendo respondido pelo secretário Edison de que deverá ser encaminhado para ouvidoria, sendo que existem dois processos já encaminhados para o Ministério Público referente a fato semelhante. O presidente Gilberto manifestou-se dizendo que espera que no próximo relatório semestral ocorram estes reflexos. Passamos ao quinto item de pauta – UMREST – Projeto de Reestruturação: Pagamento de aluguel de R$ 1.800,00 por seis meses com recurso do CEREST, o conselheiro João Corrêa explanou o projeto, ficando á disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. Após serem respondidos os questionamentos, com a leitura do parecer técnico favorável da CIST nº 01/2011 realizada pelo conselheiro João Corrêa, o presidente Gilberto colocou em votação o projeto UMREST – Projeto de Reestruturação: Pagamento de aluguel de R$ 1.800,00 por seis meses com recurso do CEREST, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sexto item de pauta – Projeto do Executivo de Abertura de Crédito Especial de R$ 2.349,93 – Recurso para o Conselho Municipal de Saúde, o conselheiro João Corrêa explanou o projeto, ficando á disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. Após serem respondidos os questionamentos, com a leitura do parecer técnico favorável da Comissão de Finanças nº 24/2011 realizada pelo conselheiro João Corrêa, o presidente Gilberto colocou em votação o Projeto do Executivo de Abertura de Crédito Especial de R$ 2.349,93 – Recurso para o Conselho Municipal de Saúde, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao sétimo item de pauta – Projeto do Executivo de Abertura de Crédito Especial de R$ 2.572,87 – Programa Estruturante RS Socioeducativo, o conselheiro João Corrêa explanou o projeto, ficando á disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. Após serem respondidos os questionamentos, com a leitura do parecer técnico favorável da Comissão de Finanças nº 25/2011 realizada pelo conselheiro João Corrêa, o presidente Gilberto colocou em votação o Projeto do Executivo de Abertura de Crédito Especial de R$ 2.572,87 – Programa Estruturante RS Socioeducativo, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao oitavo item de pauta - Plano de Trabalho para utilização de saldo remanescente do projeto “Custeio de Leitos de Maternidade, Pediatria e Alojamento Conjunto” – Processo nº 04486420.00/05.0 e Convênio nº 068/2005, o conselheiro Leo Kraether Neto, representante do Hospital Santa Cruz explanou o projeto, ficando á disposição dos conselheiros para possíveis questionamentos. Após serem respondidos os questionamentos, com a leitura do parecer técnico favorável da Comissão de Finanças nº 26/2011 realizada pelo conselheiro João Corrêa, o presidente Gilberto colocou em votação o Plano de Trabalho para utilização de saldo remanescente do projeto “Custeio de Leitos de Maternidade, Pediatria e Alojamento Conjunto” – Processo nº 04486420.00/05.0 e Convênio nº 068/2005, sendo aprovado por unanimidade. Passamos ao nono item de pauta - Assuntos Gerais, o conselheiro Jonas manifestou-se dizendo que há uns meses atrás apresentou um projeto de Atenção Farmacêutica e foi aprovado por este conselho, e cinco meses depois esta sendo concretizado um projeto de farmacêutico comunitário conforme cópia do jornal encaminhado aos senhores conselheiros, outro assunto seria ao pedido da relação de diabéticos e hipertensos de Santa Cruz do Sul, sendo que foi encaminhada a solicitação através de ofício conforme sugestão do Ministério da Saúde, esta relação visa efetivar a implantação do Cartão Mais Saúde que tem descontos nos remédios oferecidos pela rede de farmácias local, questionando o secretário pelo não fornecimento da lista de 259 pessoas até a presente data. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que imaginava que o problema estava resolvido, mas que vai providenciar a solução com a colaboração do conselheiro João. O presidente Gilberto manifestouse questionando a disponibilização dos nomes das pessoas doentes, pois existe sigilo que deve ser preservado. O assessor Paulo Weiss manifestou-se dizendo que a intenção é melhor, mas que existe sigilo nas informações. O conselheiro Ângelo manifestou-se dizendo que temos que nos ater no uso da lista, com a finalidade do uso, sendo respondido pelo conselheiro Jonas de que no ofício encaminhado foi informada a finalidade do uso das listas. O conselheiro e secretário Edison manifestou-se dizendo que diante desta problemática levantada deverá ser encaminhado o assunto para o jurídico.Não havendo mais assuntos a serem tratados, o presidente Gilberto manifestou-se agradecendo a presença de todos, dando por encerrada a reunião. E, para constar, a presente ata foi lavrada, lida, discutida e aprovada, assinada por mim, João Carlos Corrêa, secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde e pelo presidente, Gilberto Saraiva. Presidente Secretário