NOTA
LÍNGUA PORTUGUESA
THALES
ALUNO(A):_____________________________________________________________________________
08
04
2011
MARQUE COM LETRA DE FORMA A SUA TURMA 1º ANO
INSTRUÇÕES: • Usar somente caneta esferográfica (azul ou preta)
• Não usar calculadora • Não fazer perguntas
• Não usar corretivo nem rasurar • A interpretação das questões faz parte da prova
01. (UFRJ)
A Associação Brasileira de Imprensa se utiliza de pares de frases com pontuações diversas para mostrar a importância da vírgula
na produção de sentido desejada. Dentre os pares apresentados, escolha dois para explicar a mudança de sentido em função do
emprego da vírgula.
Entre outros modos de dizer: o uso ou não da vírgula implica os seguintes sentidos:
1 – A vírgula pode ser uma pausa, ou não: há um pedido ao interlocutor “que espere”; sem a vírgula a ideia é que o interlocutor “não
espere”.
2 – A vírgula após “só” indica que pouca coisa “ele” pode resolver; a vírgula após “ isso” indica que somente “ele” pode resolver
coisa de tal importância, portanto demonstra que “ele” é um ser dotado de características e habilidades especiais.
3 – A vírgula implica a aceitação espontânea de algo; já sem a vírgula o interlocutor aceita apenas porque não pode negar, aceita
compelido/obrigado pelas circunstâncias.
P2-1ºB/Lívia
4 – O uso das vírgulas indica, no primeiro exemplo, que alguém denuncia ou aponta AO juiz (vocativo) uma pessoa corrupta; no
segundo, o juiz (núcleo do sujeito) é apresentado como corrupto.
5 – A ausência da vírgula indica uma atitude negativa (não quero ler); já o uso da vírgula após o “não” indica que a pessoa rejeita
algo ou contradiz alguém, porque quer ler.
QUESTÕES RESPONDIDAS A LÁPIS SERÃO ANULADAS
02. (FUVEST)
CAPITULAÇÃO
Delivery
Até pra telepizza
É um exagero.
Há quem negue?
Um povo com vergonha
Da própria língua
Já está entregue.
(Luís fernando Veríssimo)
Capitular  entregar-se, render-se
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Justifique sua resposta.
O poema denuncia a utilização exagerada de palavras estrangeiras em substituição a palavras ou expressões existentes em
nosso idioma como a expressão “entrega em domicílio” que é substituída por “delivery”. Portanto o título está adequado ao conteúdo do texto, pois o autor sugere que estamos nos entregando ou rendendo à dominação linguística/cultural de países como
os Estados Unidos.
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra “delivery” se aplicaria também a “telepizza”? Justifique sua resposta.
Em “delivery”, tem-se a substituição completa de uma expressão da língua portuguesa por uma palavra da língua inglesa. Já em
telepizza, não há uma substituição de expressão do português, mas uma composição de uma palavra a partir dos elementos do
nosso cotidiano e do nosso vocabulário, como “tele”, abreviação de telefone, e “pizza”, palavra emprestada de outro idioma, mas
que já foi incorporada ao léxico do português. Portanto não se pode afirmar que em “telepizza” há o mesmo exagero que em
“delivery”.
03. (UFpel) Leia os excertos a seguir — do artigo Torre de Babel (Revista IstoÉ, 28/07/2004) — acerca do uso cada vez
maior, na sociedade, de gírias caracterizadoras de determinados grupos.
Trecho I
Nas entrevistas de recrutamento, gírias viraram elementos corriqueiros. Para a maioria dos profissionais de recursos
humanos, são indicativos de que o candidato não está preparado para assumir as responsabilidades do mundo do trabalho.
Texto II
Em outros grupos, é a própria profissão que impõe o vocabulário. Bater um papo em uma mesa de economistas
ou de médicos não costuma ser uma experiência agradável para quem não é do ramo.
A partir da leitura dos trechos acima, pode-se afirmar que a concepção de “gíria” é a mesma em ambos? Justifique sua resposta.
P2-1ºB/Lívia
A concepção de gíria não é a mesma nos trechos em questão. No primeiro trecho, as gírias são vistas como elemento de marginalização ou de discriminação, “quem fala gírias não está preparado para assumir as responsabilidades do mundo do trabalho”, portanto
as gírias excluem seus usuários do mercado de trabalho. Por sua vez, no trecho dois, as gírias são bem vistas e bem quistas por
aqueles que querem se comunicar em um grupo específico da sociedade, são elementos de inclusão, sem o domínio delas, a pessoa
será excluída da conversa.
Ensino Médio e Pré-vestibular
04. (FUVEST)
Sair a campo atrás de descobridores de espécies é uma expedição arriscada. Se você
não é da área, vale treinar um “biologuês” de turista. Mas, mesmo quem não tem nada a ver
com o pato-mergulhão ou a morfologia da semente da laurácea, pode voltar fascinado da
aproximação com esses especialistas.
De olhos nos livros e pés no mato, eles etiquetam a natureza, num trabalho de formiga.
São minoria que dá nome aos bois e a plantas, aves, mosquitos, vermes e outros bichos.
Heloisa Helvécia, Revista da Folha.
Transcreva do texto as expressões que mais diretamente exemplificam o “biologuês” mencionado pela autora.
O “biologuês” mencionado pela autora pode ser exemplificado de forma mais direta pelas expressões “pato-mergulhão” e “morfologia da
semente da laurácea”.
05. (UNICAMP) No diálogo transcrito a seguir, um dos interlocutores é falante de uma variante do português que apresenta uma série de diferenças em relação ao padrão culto. Identifique, na fala desse interlocutor, as marcas formais dessas
diferenças e transcreva-as. A seguir, faça uma hipótese sobre quem poderia ser essa pessoa (sua classe social e grau de
escolaridade).
Interlocutor 1: Por que o senhor acha que o pessoal não está mais querendo tocar?
Interlocutor 2: É ... a rapaziada nova agora não são mais como era quando nós ia,
não senhora. Quando nós saía com o Congo, nós levava aquele respeito com o mestre
que saía com nós, né. Então nós ficava ali, se fosse tomar arguma bebida só tomava
na hora que nós vinhesse embora.
As marcas formais da diferença entre a variante não-padrão, falada pelo interlocutor 2, e a norma padrão (culto), falada pelo interlocutor 1,são: “rapaziada”, “são mais como era”, “nós ia”, “nós saía”, “nós levava”, “saía com nós, né”, “nós ficava ali”, “arguma”, “nós
vinhesse”. Percebe-se, por essas marcas, que se trata de um interlocutor de pequeno grau de escolaridade e provavelmente baixa
condição social.
06. (UFRJ)
Minha impressão é que a cultura popular já ganhou a parada... Há 30 ou 40 anos,
quando a gente discutia sobre música popular brasileira, sobre os novos baianos velhos, sobre
a questão da técnica, a bossa nova, dizia-se que a cultura de massa ia invadir e tomar conta
de tudo. Agora, não apenas os baianos, mas outras, inclusive os “rapistas”, se impuseram,
independentemente da cultura de massas, e estão tendo a revanche, num movimento de
baixo para cima...
(SANTOS, Milton. Território e sociedade — entrevista. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.)
Nesse trecho de entrevista, Milton Santos faz uso de uma linguagem coloquial. Com base nos dois primeiros períodos do texto, retire
dois exemplos que comprovem a afirmação acima.
P2-1ºB/Lívia
Dos dois primeiros períodos do trecho, podem-se observar dois trechos como marca de coloquialidade: “já ganhou a parada” e “ia
invadir e tomar conta de tudo”.
Obsrevação:
A estrutura “a gente”, apesar de inserida na gramática da norma padrão, ainda é vista como marca de linguagem coloquial e também
pode ser parte da resposta desta questão.
Ensino Médio e Pré-vestibular
Leia o texto abaixo e responda às questões 07 e 08.
No sinal
Ricardo Freire
— Bem-vindo ao Esmola’s Drive-Thru.
— Como?
— Bem-vindo ao Esmola’s Drive-Thru.
— Perai. Eu passo aqui há 20 anos e até ontem esse lugar era um sinal de trânsito. Semáforo. Farol. Sinaleira.
— Era, mas agora é mais uma franquia do Esmola’s Drive-Thru. Com concessão da prefeitura e tudo. Taqui,
ó. Parte da renda é revertida para a Associação Municipal dos Bi-Rodais.
— Cuma?
— Bi-Rodais. O pessoal que anda em cadeira de rodas. Politicamente correto, sacumé. Agora, por favor, peça
pelo número.
— Não entendi.
— Peça pelo número. Não tá vendo o menu ali no painel ao lado do semáforo? Naquele poste ali? Embaixo
do cartaz do candidato a vereador...
— Tô sem óculos.
— Eu ajudo. Número 1, abordagem seca, rápida, objetiva e fim de papo: 1 real. Mas esse não dá mais porque
o senhor ficou ai embaçando.
— Sei.
— Número 2, abordagem piedosa com criança no colo e uso das palavras “tio” ou “tia”: 50 centavos.
— Criança branca ou preta?
— A que estiver disponível no momento.
— Claro.
— Número 3, abordagem infantil com caixa de dropes á mão: trerreal para carro importado, dorreal para
carro nacional do ano, 1 real para “outros”. Grátis, um dropes.
— Grátis?
— Grátis. O doutor só paga a contribuição social e o dropes vai de brinde.
— Ah, tá.
ÉPOCA, Ed. Globo: São Paulo, 326, 16 ago. 2004, p. 122.
07. (UFG) Por que a presença de expressões do tipo “cuma” e “parte da renda é revertida para a Associação Municipal dos
Bi-Rodais” caracteriza o texto como heterogêneo quanto aos níveis de linguagem?
O texto é considerado heterogêneo porque é construído ora com recurso de linguagem não padrão, informal (cuma), ora com recursos de linguagem padrão, normativa, formal (“parte da renda revertida para a Associação Municipal dos Bi-Rodais”).
OU
“Cuma” é uma expressão característica da linguagem coloquial, enquanto “parte da renda revertida para a Associação Municipal dos
Bi-Rodais” é característica da linguagem culta.
08. (UFG) Por que o motorista utiliza a repetição por sinonímia (sinônimos) para se referir ao sinal de trânsito?
O motorista faz uso da repetição para expressar sua irritabilidade, sua impaciência, sua perplexidade diante da nova prática de
mendicância.
OU
P2-1ºB/Lívia
A repetição utilizada pelo motorista serve para demonstrar a sua insatisfação com a mudança ocorrida no espaço onde, até o dia
anterior, era apenas um sinal de trânsito e que recebeu um novo destino (vendas de produtos e prática de mendicância).
Ensino Médio e Pré-vestibular
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