Bioquímica Grupo I (artigos I/II/III) Ana Carolina Menezes Fernanda Rios Helyn Thami Laísa Portugal Processo de formação da cárie A figura ilustra o processo da colonização à infecção da superfície do dente pela bactéria Streptococcus mutans e por outros micróbios orais. Em A se encontra uma flora oral normal, em B a adesão inicial desses agentes nocivos mediada principalmente pela S.mutans. Em C já há a síntese de polissacarídeos extracelulares pela bactéria resultando na agregação da S. mutans, em D o ácido liberado por células agregadas leva a desmineralização e a cavitação do dente. sorbitol X xilitol Caso Finlândia 100% 80% 60% Xilitol 40% Clorexidina 20% 0% Mães Filhos Experiência na Suécia • • • O objetivo do estudo era investigar o efeito da fixação diária de doses de xilitol em S. mutans na saliva e o total de placas dentárias visíveis. O segundo objetivo era explorar se os possíveis efeitos eram diferentes entre crianças com e sem experiência com cárie. O estudo foi dirigido como um teste duplo cego com duas vertentes. Todos os alunos em idade media 12.7 anos, num total de 149 alunos, de uma escolar do norte da Suécia foram convidados, e dessas 128 concordaram em participar da experiência. As crianças foram divididas em grupos dos que já tiveram cárie antes e os que nunca tiveram. Ao grupo controle foi dado duas gomas de mascar contendo sorbitol e maltitol três vezes ao dia por quatro semanas, e o grupo teste recebeu gomas de mascar contendo xilitol como o único adoçante. Amostras clínicas e da saliva foram coletadas imediatamente após o período de teste, as medidas eram colocadas em uma placa visível podendo acompanhar a produção de S.mutans da saliva e de ácido lático salivar. Como resultado as amostras contendo placas visíveis diminuíram em ambos os grupo, assim como a formação de ácido lático induzida pela sacarose diminuiu em ambos. A proporção de S.mutans diminuiu consideravelmente no grupo teste mas não no grupo controle. As alterações no grupo teste pareceram serem mais significativas entre crianças que nunca tiveram experiências anteriores com cárie. A conclusão sugerida é que a mastigação de goma de mascar contendo xilitol ou sorbitol/malitol pode reduzir a quantidade de placa dentária e a produção de ácido na saliva, mas somente o xilitol contido no chiclete pode interferir na composição microbiana. Contagem de S.mutans GRUPO B: xilitol GRUPO A : sorbitol e malitol 3,5 2,5 3 2 2,5 Antes 2 1,5 Depois de 4 semanas 1 0,5 Antes 1,5 1 Depois de 4 semanas 0,5 0 0 CE CF CE CF Concentração de ácido lático GRUPO A: Malitol e Sorbitol GRUPO B: Xilitol 1,4 1,4 1,2 1,2 1 Antes 0,8 1 Antes 0,8 0,6 Depois de 4 semanas 0,4 0,2 0,6 Depois de 4 semanas 0,4 0,2 0 CE CF 0 CE CF A tabela 3 denota uma redução da concentração de ácido lático em todos os casos estudados. A redução foi menor no grupo de crianças que já tinham cáries e utilizaram o xilitol e foi maior no grupo de crianças que não tiveram cáries e usaram também xilitol. A tabela 2 nos mostra uma redução na contagem de bactérias da espécie estudada na maioria dos grupos, o que seria um fator que explicaria a queda do ácido lático, já que o metabolismo da bactéria produz o supracitado ácido. A figura 1 nos mostra que o grupo A sofreu um incremento na flora de S.mutans, o que pode ser explicado pela capacidade adaptativa de fermentar sorbitol, ainda que muito lentamente (com produção muito lenta de ácido lático). De forma geral, o grupo que respondeu melhor foi o grupo de crianças sem cáries em uso de xilitol, comprovando a eficácia desse substituinte na prevenção da cárie dentária.