PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE CENTRO DE CONTROLE DE DOENÇAS CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES INTOXICAÇÕES POR PRODUTOS QUÍMICOS DE USO INDUSTRIAL E METAIS PESADOS Carlos Fernando Collares Médico do Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo Objetivo da aula Aperfeiçoar o diagnóstico e o tratamento das principais intoxicações por produtos químicos de uso industrial e metais pesados Conteúdo da aula • • • • • • • • Asfixiantes simples Gases irritantes Monóxido de carbono Cianeto Agentes metemoglobinizantes Hidrocarbonetos Chumbo Mercúrio Esculápio e sua filha Higéia A percepção do risco e a referência a sintomas podem sofrer influência de uma certa "histeria" sobre a tecnologia química, sem que haja sustentação teórica adequada. (Macgregor & Fleming, 1996) Efeitos sutis em populações cronicamente expostas ainda são desconhecidos. (Ray, 2000) “Doenças ambientais freqüentemente se manifestam tanto através de problemas médicos comuns, quanto por sintomas inespecíficos.” (Agency for Toxic Substances and Disease Registry, 1992; Marshall et al, 2002) GASES permanecem no estado gasoso (condições normais de temperatura e pressão) VAPORES formas gasosas de substâncias normalmente sólidas ou líquidas: volatilização de solventes / mercúrio / água FUMOS condensação de metais com oxidação no nível atmosférico: PbO Fe2O3 POEIRAS particulado sólido por ação mecânica NÉVOAS subdivisão de matéria líquida: óleo de corte/ pintura spray NEBLINAS condensação de líquidos FUMAÇAS mistura de gases + vapores + particulado + névoas + neblinas Fatores de gravidade – Tempo de contato – Habilidade da substância em penetrar nos tecidos – pH da substância – Volume (quantidade) – Concentração do agente (indústrias, p. ex.) – Tamanho da partícula – Hidrossolubilidade – Presença de alimento no estômago (nas exposições ocupacionais a via de absorção digestiva é menos importante que as vias inalatória e dérmica) (Leape, 1974;Vancura et al, 1980; Van Heijst, 1983; Hoffman et al, 1989) Tipos de efeitos simples ASFIXIANTES químicos IRRITANTES ASFIXIANTES SIMPLES - ocupam o lugar do oxigênio na árvore respiratória - dióxido de carbono - hidrogênio e nitrogênio - metano, etano, propano e butano (GLP) - neônio, argônio, xenônio - são considerados sem ação fisiológica (?) ASFIXIANTES QUÍMICOS interferem no transporte do oxigênio pela hemoglobina - monóxido de carbono - agentes metemoglobinizantes atuam nos processos de respiração celular - cianeto - sulfeto de hidrogênio IRRITANTES - podem atuar em processos de oxidação-redução, alquilação de macromoléculas e equilíbrio ácido-base efeitos imediatos (broncoespasmo, alveolite alérgica) efeitos intermediários (edema pulmonar, bronquiolite obliterante, infecção secundária) efeitos tardios (fibrose) ácido sulfídrico e fluorídrico amoníaco e cloro cloreto e brometo de metila gás lacrimogêneo* e gás pimenta* arsina fosgênio fosfina * são aerossóis DIÓXIDO DE CARBONO - 1 Fontes de exposição Respiração, fermentação de carboidratos (silos), gelo seco, mineração, indústria de bebidas gaseificadas, aerossóis, combustão de vários materiais e fontes naturais (lago Nyos, 1700 óbitos) Mecanismo de ação Asfixiante simples DIÓXIDO DE CARBONO - 2 Manifestações clínicas • • • • • • • Taquipnéia, taquicardia hipertensão, sudorese ataxia, labilidade emocional fadiga, náuseas, vômitos Hiperglicemia letargia, midríase, mioclonias, crises epilépticas coma, apnéia e parada cardíaca (possibilidade de seqüela e óbito) Tratamento Suporte (ABC) e afastamento da exposição GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) - 1 Fontes de exposição Geralmente mistura de propano (C3) e butano (C4) • Vazamento em botijões de gás e aquecedores de água • Maus tratos, violência e abuso (refil de isqueiros) Mecanismo de ação • Asfixiante simples (?) • Sensibilização miocárdica e depressão do SNC GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) - 2 Manifestações clínicas • • • • • • • • distúrbios visuais taquipnéia, taquicardia, dor torácica déficit de concentração, perda de memória dispnéia, broncoespasmo, pneumonite fadiga, tontura, cefaléia, agressividade, euforia, letargia, ataxia síncope, crises epiléticas arritmias cardíacas, infarto do miocárdio edema cerebral e coma Possibilidade de seqüela e óbito Tratamento Afastamento da exposição e suporte ARSINA - 1 Fontes de exposição Indústria de semicondutores, refinação de petróleo; galvanização; manufatura de ácidos corrosivos. Mecanismos de ação Disfunção da Na-K-ATPase Irritação ARSINA - 2 Manifestações clínicas • irritação de pele, mucosas e vias aéreas (rinite, conjuntivite, lacrimejamento) • cefaléia, mal-estar, dispnéia • dor abdominal, náuseas e vômitos • hepatomegalia • hemólise • hemoglobinúria. insuficiência renal • óbito Tratamento • suporte (ABC) e afastamento da exposição • transfusões de sangue e/ou exsangüíneotransfusões repetidas • hemodiálise CLORETO E BROMETO DE METILA - 1 Fontes de exposição Solventes e fumigantes em silos e armazéns, pois difundese ampla e rapidamente. Inodoro na dose tóxica. Mecanismo de ação Alquilação de DNA e outras macromoléculas Metilação de grupos sulfidrilas em enzimas Irritação de mucosas (edema pulmonar tardio) Transformação em metanol e ácido bromídrico e clorídrico CLORETO E BROMETO DE METILA - 2 Manifestações clínicas • Irritação de vias aéreas e tremores • Inicialmente, excitação do SNC: de euforia a crises epiléticas (status epilepticus) • Em seguida, choque associado a depressão do SNC, podendo chegar ao coma e óbito por falência de múltiplos órgãos e sistemas (rins, fígado e pulmão) • Alto risco de seqüelas (ex. estado vegetativo permanente) Tratamento Suporte e afastamento da exposição FOSFINA - 1 Fontes de exposição É um gás formado quando os fosfetos de cálcio, magnésio, zinco (raticidas) ou alumínio (fumigantes de grãos), reagem com água (umidade) ou ácidos Mecanismo de ação Ainda não elucidado completamente Irritante de mucosas Os locais mais sensíveis são o SNC, rins, coração e fígado FOSFINA - 2 Manifestações clínicas • • • • • • • • • • • tosse, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia sudorese cefaléia, agitação ataxia opressão torácica, dispnéia , broncoespasmo taquicardia, arritmias, hipotensão tontura, letargia crises epiléticas hipermagnesemia, hipocalemia acidose, cianose congestão visceral, edema pulmonar, coma, óbito Tratamento Suporte e afastamento da exposição FOSGÊNIO - 1 Fontes de exposição Indústria de tintas, inseticidas, produtos farmacêuticos e plásticos. Combustão de hidrocarbonetos clorados (solventes, limpeza a seco) Mecanismo de ação Destruição dos aminoácidos que mantêm a integridade alveolar. Hidrolisado em HCl. FOSGÊNIO - 2 Manifestações clínicas • • • • dermatite, irritação e queimaduras em pele e mucosas (rinite, conjuntivite, lacrimejamento) dispnéia, hemoptise, edema pulmonar, insuficiência respiratória hipotensão e óbito seqüelas (ex. bronquite crônica) Tratamento Afastamento da exposição antibioticoterapia profilática e suporte; corticóides e GÁS LACRIMOGÊNIO - 1 Fontes de exposição Agentes para controle e dispersão de multidões. Mais comum: 2-cloroacetofenona em pó dissolvido em clorofórmio Mecanismo de ação Ação irritativa tecidual direta GÁS LACRIMOGÊNIO - 2 Manifestações clínicas • irritação em pele, mucosas, vias aéreas (rinite, conjuntivite, lacrimejamento), irritação corneana • broncoespamo, edema pulmonar Tratamento Suporte (ABC), descontaminação cutânea e ocular; sintomáticos. Irrigação c/ bicarbonato de sódio (?) GÁS PIMENTA - 1 Fontes de exposição Extrato de pimentas do gênero Capsicum com vários capsaicinóides utilizado em contenção de multidões e produtos de proteção pessoal Mecanismo de ação Ação irritativa tecidual direta. Estimulação de fibras C e nociceptores com liberação de substância P e inflamação neurogênica GÁS PIMENTA - 2 Manifestações clínicas • irritação em pele, mucosas, vias aéreas (rinite, conjuntivite, lacrimejamento), irritação corneana • broncoespamo, edema pulmonar Tratamento Suporte (ABC), descontaminação cutânea e ocular; sintomáticos. Anestésicos locais. Não friccionar a pele MONÓXIDO DE CARBONO - 1 Fontes de exposição - Combustão de qualquer material orgânico (carbônico): - gasolina - madeira - gás (principalmente na queima incompleta, p. ex. aquecedores ou motores desregulados) - Ambientes mal-ventilados com presença de fornos de lenha, lareiras, estufas, calefadores, veículos (garagens e túneis) - Aquecimento improvisado (ex. queima de álcool etílico) - Fumaça de incêndio - Mineração MONÓXIDO DE CARBONO - 2 Mecanismo de ação - hipóxia celular (por sua afinidade até 250 vezes maior que o oxigênio pela hemoglobina), pela ligação com outros sítios ativos que contenham ferro ou cobre (mioglobina, citocromo P450) - peroxidação lipídica - lesão por reperfusão, atingindo com maior intensidade os tecidos com maior necessidade metabólica (SNC, musculatura cardíaca) MONÓXIDO DE CARBONO - 3 Manifestações clínicas • • • • • • • • • • • cefaléia, vertigem fraqueza muscular alterações visuais confusão mental, dificuldade de concentração taquicardia, arritmias cardíacas dispnéia, taquipnéia, opressão torácica rebaixamento do nível de consciência até síncope pele cor de vermelho cereja dor abdominal, náuseas e vômitos mioclonias, crises epiléticas acidose metabólica, coma, óbito. Seqüelas incluem necrose de globo pálido, putâmen e outros gânglios da base, levando a parkinsonismo e distúrbios neuropsiquiátricos diversos MONÓXIDO DE CARBONO - 4 Tratamento - Afastamento da exposição - Suporte (ABC): oxigênio a 100%; e, caso seja necessário, intubação orotraqueal e ventilação mecânica - Oxigênio hiperbárico (até 3 ATA) se houver coma ou alteração da consciência em qualquer momento da intoxicação, níveis de carboxihemoglobina > 40% ou em gestantes com COHb > 15%, sintomas que não melhoram após 4 a 6 horas com oxigênio normobárico ou que recorrem após recuperação da intoxicação aguda. CIANETO - 1 Fontes de exposição Produto tóxico em incêndios. Refinação de metais. Fotografia. Galvanização. Tratamento de metais preciosos. Combustão de madeira, papel, nylon, asfalto, nitrocelulose, plásticos, poliuretano. Fumaça de incêndios (intoxicação por CO associada). No caso da acetonitrila, como solvente de uso industrial e na obtenção de plásticos e fibras sintéticas. CIANETO - 2 Mecanismo de ação O íon cianeto se fixa ao ferro em estado férrico (Fe3+) da citocromo-oxidase mitocondrial. Isso impossibilita a utilização periférica do oxigênio e a produção de ATP, inibindo a respiração celular e aumentando a produção de ácido láctico. No caso da acetonitrila, cuja ação original é de irritante, ocorre lenta conversão para cianeto (meia-vida de 40 horas). CIANETO - 3 Manifestações clínicas Fase inicial: estimulação do SNC com taquipnéia, ansiedade, palpitações, cefaléia e acidose metabólica. Fase intermediária: vômitos e bradicardia. Fase avançada: hipotensão arterial culminando em choque, arritmias, crises epiléticas, coma e óbito. Ressalta-se que ocorrem sintomas de asfixia sem cianose. Evolução MUITO rápida. CIANETO - 4 Tratamento (I) Afastamento da exposição Suporte (ABC) • oxigênio 100%, • suporte hemodinâmico • correção da acidose se pH < 7,15 Uso precoce de antídotos HIDROXOCOBALAMINA troca seu OH- por CN- livre no plasma CN- (íon cianeto) reage formando HEMOGLOBINA (HbFe2+) NITRITO DE AMILA E DE SÓDIO favorece a formação CIANOCOBALAMINA = vit. B12 (atóxico ) CITOCROMO OXIDASE competem pelo CN- METEMOGLOBINA (CN-Fe3+) TIOSSULFATO DE SÓDIO formando (respiração é inibida) COMPLEXO CITOCROMO OXIDASE-CN URINA (HbFe3+) Transfere S para o CN-, dissociando o complexo, através da RODANASE (transforma cianeto em tiocianato) formando CIANOMETEMOGLOBINA formando SULFOCIANETO OU TIOCIANATO (volta a respirar) (é relativamente atóxico) (HbFeCN) CIANETO - 5 Tratamento (II) Nitrito de amila: Inalar 1 a 2 ampolas em 30 segundos; repetir após 30 segundos (utilidade limitada, uso no resgate inicial) Tiossulfato de sódio: Crianças: 400 mg/kg a 25% (1,6 mL/kg), 2,5 a 5 mL/min (max 50 mL) Adultos: 12,5 g (50 mL). Repetir meia dose em 30-60 minutos, se necessário Nitrito de sódio: Crianças: 0,15 a 0,33 mL/kg, no máximo 10 mL; diluir em 50-100 mL de SF e infundir em 5 a 10 minutos. Adultos: 10 mL EV sem diluição, lentamente Hidroxicobalamina: 4 g ou 50 mg/kg (útil no uso precoce * ) AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 1 A metemoglobina é uma forma oxidada de hemoglobina Fe2+ (ferroso) → Fe3+ (férrico) A metemoglobina é incapaz de carrear oxigênio Muitos agentes metemoglobinizantes são capazes de produzir hemólise. Isso ocorre especialmente em indivíduos com deficiência de G6PD. A dose tóxica para os agentes metemoglobinizantes é altamente variável. Neonatos têm menor capacidade de regenerar a hemoglobina (risco de kernicterus). AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 2 Fontes de exposição (I) • • • • anestésicos locais (benzocaína, lidocaína) antimaláricos e antimicrobianos (cloroquina, primaquina, dapsona, sulfonamidas, trimetoprima) analgésicos (fenazopiridina, fenacetina) medicamentos (metoclopramida, flutamida, nitroglicerina, nitroprussiato, fenitoína, piperazina) AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 3 Fontes de exposição (II) - produtos químicos de uso domiciliar (refrescadores de ar, removedores de esmalte, produtos de limpeza, corantes, tintas, polidores de sapato, solventes) - produtos químicos de uso industrial (nitritos, nitratos, anilina, óxido nitroso, nitrobenzeno, bromatos, cloratos, óxido nitroso) AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 4 Manifestações clínicas (I) - nitritos são também vasodilatadores: pode haver hipotensão e taquicardia reflexa - a gravidade dos sintomas geralmente têm relação com o nível de metemoglobinemia <15%: geralmente assintomático 15-20%: cianose é discreta, sintomas leves (cefaléia, tontura) 20-45%: cianose é evidente, sintomas moderados (náuseas, confusão mental) 45-70%: cianose é marcante, sintomas graves (dispnéia, convulsões e coma) >70%: geralmente letal AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 5 Manifestações clínicas (II) A análise quantitativa de metemoglobina deve ser feita o quanto antes após a coleta; os níveis de metaHb caem com relativa rapidez in vitro O sangue passa a ter coloração achocolatada a partir de 15% de metemoglobinemia A “cianose achocolatada” pode ser vista nos lábios, unhas e orelhas mesmo em baixos níveis O efeito metemoglobinizante pode ser maior (2-3 dias) em substâncias de ação prolongada (ex. dapsona) AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 6 Manifestações clínicas (III) A oximetria de pulso e a gasometria arterial não são capazes de determinar o grau de hipóxia e o azul de metileno provoca uma falsa piora na oximetria de pulso Hemograma, glicemia, eletrólitos, bilirrubinas, funções hepática e renal, análise de urina também são exames úteis Diagnóstico diferencial: outras causas de hipóxia celular AGENTES METEMOGLOBINIZANTES – 7 Tratamento -Suporte (ABC) -Descontaminação GI -Antídoto: azul de metileno 1-2 mg/kg (0,1-0,2 ml/kg da solução a 1%) EV lento (5 minutos); doses adicionais podem ser necessárias (4/4 a 12/12 h). Usar quando metaHb > 20-30% ou se condição patológica associada. Em excesso piora o nível de metaHb (máximo 5 a 7 mg/kg/dia) -Exsangüíneotransfusão: pode ser utilizada nos casos graves e/ou quando o azul de metileno pode ser prejudicial - Embora não haja evidências mostrando benefício no uso do oxigênio hiperbárico, teoricamente ele pode ser útil HIDROCARBONETOS ALIFÁTICOS - alguns são asfixiantes simples (baixo peso molecular) - viscosidade X volatilidade - efeitos GI predominam; efeitos sistêmicos mais comuns após aspiração (especialmente vapores se baixa viscosidade) - gasolina, querosene, removedores, etc... HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS - bem absorvidos no TGI, com efeitos sistêmicos (SNC e coração) mesmo sem aspiração (incomum). - xileno, tolueno, benzeno. HIDROCARBONETOS HALOGENADOS - efeitos sistêmicos (SNC, coração, fígado e rins) - clorofórmio, tricloroetileno, tetracloreto de carbono HIDROCARBONETOS - 1 Manifestações clínicas (I) - Pode haver hiperexcitabilidade e depressão do SNC - Pode haver sensibilização do miocárdio à ação das catecolaminas, diminuição da contratilidade miocárdica e instabilidade hemodinâmica - Queimaduras químicas em pele, mucosas e TGI - Lesões diversas do parênquima pulmonar - Nefrotoxicidade (halogenados) - Hepatotoxicidade (tetracloreto de carbono) - CIVD (hidrocarbonetos em geral) HIDROCARBONETOS - 2 Manifestações clínicas (II) - Aplasia de medula, leucemias e linfoma (benzeno). - Pode haver metemoglobinemia (quando há contaminação do hidrocarboneto com nitrobenzeno ou anilina, p. ex.) - Neurotoxicidade (casos crônicos: hexano, halogenados) - Carcinogênese e teratogênese (depende do agente tóxico) TOLUENO - Utilizado como solvente - Vapores irritantes - Arritmias cardíacas - Rabdomiólise - Depressão do SNC - Neurotoxicidade - Nefrotoxicidade - Hepatotoxicidade - Teratogenicidade - Análise toxicológica: ácido hipúrico n-HEXANO - utilizado como solvente - absorção também pela pele - depressão do SNC - efeito potencializado c/ MEK - vapores irritantes - crises epilépticas - neuropatia periférica - análise: 2,5-hexanodiona BENZENO - 1 Fontes de exposição - Portaria Interministerial/MS/MTb número 3/1982 limitou o benzeno: no máximo 1% (vol.) em misturas de solventes. - Camaçari/BA, Triunfo/RS, Capuava/SP e Cubatão/SP: 95% da produção nacional. - A colocação de benzeno em produtos é criminosa. - Pode ser usado em laboratórios de química (em ensino ou indústria), na produção de álcool anidro e ainda pode ser encontrado na gasolina, em geral em baixas percentagens, exceto em gasolinas de alta octanagem. BENZENO - 2 Manifestações clínicas - pode causar pneumonite - mas os principais efeitos agudos são sobre o SNC - cefaléia, - tontura, - convulsões e coma - e a sensibilização miocárdica às catecolaminas. - Carcinogênico em humanos (IARC IA) Casos crônicos: efeitos sobre o sistema hematopoiético. Podem ocorrer diversos tipos de leucemia, mieloma múltiplo, linfoma de Hodgkin e aplasia de medula. BENZENO - 3 Exames complementares Hemograma seriado (pode haver aumento na contagem antes aplasia de medula) + Análises toxicológicas (urina): - fenol - ácido transmucônico - ácido S-fenilmercaptúrico Outros exames laboratoriais úteis são: eletrólitos, funções hepática e renal, ECG e RX tórax. Tratamento Afastamento da exposição, suporte (ABC) e descontaminação. Não há antídoto. 1,1,1-TRICLOROETANO - Utilizado como solvente - Pode estar nos “branquinhos” - Vapores irritantes - Depressão do SNC - Absorção também pela pele - Hepatotoxicidade - Nefrotoxicidade - Neurotoxicidade - Análise toxicológica: triclorocompostos totais TRICLOROETILENO - Utilizado como solvente - Também pode estar em “branquinhos” - Vapores irritantes - Absorção também pela pele - Arritmias cardíacas - Neuropatias periféricas - Depressão do SNC - Neurotoxicidade - Hepatotoxicidade - Dissulfiram-like - Análise toxicológica: ácido tricloroacético TETRACLORETO DE CARBONO - 1 Fontes de exposição É utilizado como solvente desengraxante, em extintores de incêndio, como agente na lavagem a seco e fumigante. Hoje, quase a totalidade do seu uso é como intermediário químico na produção de agentes refrigerantes de CFCs. É utilizado ainda como solvente de óleos, graxas, vernizes, ceras, resinas; empregado também na fabricação de semicondutores e cabos, na recuperação de metais, para extrair óleo de flores e em sabonetes. TETRACLORETO DE CARBONO - 2 Manifestações clínicas Boa absorção cutânea, inalatória e digestiva. Irritação de pele e mucosas, náuseas, vômitos, cefaléia, tontura, confusão mental, arritmias, insuficiências hepática, renal e respiratória; coma. Tratamento Afastamento da exposição, suporte (ABC), descontaminação, hemodiálise (uso precoce nos casos agudos), evitar indutores enzimáticos (fenobarbital) e catecolaminas) A abordagem apropriada após sinais precoces de neurotoxicidade pode evitar debilitantes e muitas vezes permanentes distúrbios do sistema nervoso e ajuda a limitar os efeitos da exposição em outros sistemas do organismo (Singer, 1988) METAIS CHUMBO - 1 Fontes de exposição (I) - O chumbo é o metal não-ferroso mais usado na indústria e sua produção mundial é de aproximadamente 4,1 milhões de toneladas. - Fontes de exposição são principalmente ocupacionais: extração, metalurgia, refino, fundição e laminação. - 60% do chumbo são utilizados na produção de baterias, principalmente de automóveis (óxidos de chumbo), 13% em pigmentos; e o restante, em ligas para soldagem, plásticos, munição e diversos outros produtos. CHUMBO - 2 Fontes de exposição (II) Outros usos do Pb: acumuladores, borracha, tintas, vernizes, esmaltes vitrificados, cristais e vidros, fósforos, explosivos, plásticos, inseticidas e nas indústrias têxtil e fotográfica). O chumbo tetraetila (Pb(C2H5)4) é um aditivo antidetonante empregado na gasolina, a fim de elevar a octanagem. No Brasil está fora da gasolina de automóveis desde 1978. Seu uso é restrito ao combustível de pequenos aviões (GAV), que é produzido somente na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão/SP. CHUMBO - 3 Mecanismos de ação • Toxicidade multissistêmica • Vários mecanismos de ação Principal mecanismo de ação: inativação e modificação de enzimas e outras macromoléculas, através de ligações com sulfidrilas, fosfatos, carboxilas e cátions essenciais como cálcio, zinco e ferro. Ocorrem alterações patológicas nas membranas celular e mitocondrial, na síntese e funcionamento de neurotransmissores, na síntese do heme e no metabolismo dos nucleotídeos. CHUMBO - 4 Disposição (I) A inalação de chumbo através de fumos ou de particulados finos solúveis é seguida de absorção rápida e extensa, sendo a principal via de exposição no ambiente industrial. A ingestão de chumbo acarreta em uma absorção de 10 a 15% em adultos e de 45 a 50% em crianças. A deficiência de ferro aumenta a absorção do chumbo. A absorção cutânea pode ser considerável nas formas orgânicas de chumbo. CHUMBO - 5 Disposição (II) O chumbo é capaz de atravessar as peneiras, ooops, digo, barreiras placentária e hematoencefálica. A eliminação do chumbo segue um modelo cinético multicompartimental: sangue e tecidos moles (meia-vida de 1 a 2 meses) e ossos (meia-vida de anos ou décadas). A lenta redistribuição do chumbo pode aumentar os níveis de chumbo no sangue tardiamente. A mobilização óssea (ex. osteoporose, mieloma múltiplo) e a proximidade do chumbo com o líquido sinovial pode antecipar este aumento da plumbemia. CHUMBO - 6 Manifestações clínicas (I) A intoxicação aguda por chumbo é pouco freqüente. Quando ocorre, geralmente é decorrente da ingestão de grandes quantidades. Ocorre dor abdominal, anemia (geralmente hemolítica), hepatite e encefalopatia. As intoxicações subagudas ou crônicas são mais comuns. Efeitos gerais: fadiga, mal-estar, irritabilidade, anorexia, insônia, perda de peso, redução na libido, artralgias e mialgias. Hipertensão tem sido associada à exposição. Efeitos GI: cólicas abdominais, náusea, constipação e, menos freqüentemente, diarréia. CHUMBO - 7 Manifestações clínicas (II) Efeitos no sistema nervoso central: • • • • • cefaléia, transtornos de concentração, déficit de coordenação motora, tremor encefalopatia - distúrbio de comportamento com agitação psicomotora ou letargia, ataxia, convulsões e coma, associado a edema intracraniano Efeitos no sistema nervoso periférico: afeta principalmente as extremidades superiores, podendo causar fraqueza da musculatura extensora (“punho caído”). O chumbo tetraetila é mais neurotóxico (principalmente SNC), devido a sua lipossolubilidade. CHUMBO - 8 Manifestações clínicas (III) Efeitos hematológicos: anemia normocrômica ou microcítica, podendo estar acompanhada de pontilhado basófilo. Pode haver hemólise. Efeitos renais: necrose tubular aguda, fibrose intersticial aguda, hiperuricemia e gota. Efeitos reprodutivos: transtornos na produção de espermatozóides, abortamento, prematuridade, baixo peso do recém-nascido e transtornos do desenvolvimento neurológico. CHUMBO - 9 Manifestações clínicas (IV) O diagnóstico da intoxicação por chumbo é facilitado quando há associação de cólica abdominal, encefalopatia e atividade profissional suspeita Todavia, casos leves e moderados são de diagnóstico mais difícil, devido aos sintomas vagos e inespecíficos, que podem ser diagnosticados, p. ex., como uma infecção viral. Sempre lembrar de chumbo quando encontrar pacientes com queixas vagas, incluindo dor abdominal, cefaléia e anemia, podendo ter neuropatia motora, gota e nefropatia. CHUMBO - 10 Manifestações clínicas (V) Lembrar de chumbo em toda criança ou adulto com delirium ou convulsões, principalmente quando houver anemia associada. TODA CRIANÇA COM RETARDO NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DEVE TER O DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR CHUMBO CONSIDERADO Linha de Burton CHUMBO - 11 Relação dose-efeito 5 a 25 µg/dL de plumbemia: crianças - reduções sutis nos níveis de inteligência e a transtornos do desenvolvimento neuropsicológico. Em adultos, há controvérsias 25 a 60 µg/dL: cefaléia, irritabilidade, dificuldade de concentração, tempo de reação diminuído, anemia e redução na velocidade de condução nervosa 60 a 80 µg/dL: manifestações gastrintestinais e renais Acima de 80 µg/dL: manifestações hematopoiéticas, cardiovasculares e piora dos efeitos GI e renais A encefalopatia geralmente ocorre após 100 μg/dL CHUMBO - 12 Análises toxicológicas e exames complementares - plumbemia - zinco protoporfirina - protoporfirina eritrocitária livre - chumbo urinário Outros exames podem ser úteis: hemograma, funções hepática e renal, RX abdômen, neuro-imagem. CHUMBO - 13 Tratamento (I) - suporte (ABC) sintomáticos descontaminação retirada de projéteis (principalmente aqueles próximos de articulações) - evitar neurolépticos (reduzem limiar para convulsão) - corticóides e manitol (são úteis nos casos com edema intracraniano) Antídotos: quelantes CHUMBO - 14 Tratamento (II) Quelantes - EDTA cálcio-dissódico (edeteato dissódico de cálcio) - BAL (dimercaprol) - DMSA (ácido 2,3-dimercaptosuccínico); não disponível no Brasil, deve ser importado: menos efeitos colaterais - D-penicilamina (Cuprimine®); alternativa VO, porém com eficácia menor e mais efeitos colaterais) CHUMBO - 15 Tratamento (III) CRIANÇAS (>45 µg/dl) DMSA 10 mg/kg VO, 2 a 3x/dia durante 5 dias; seguido de 10 mg/kg 2x/dia durante 14 dias. CRIANÇAS (>70 µg/dl ou sintomáticas) BAL (dimercaprol) 3 a 4 mg/kg IM 4/4h durante 3 a 5 dias + EDTA CaNa2 25 a 75 mg/kg/dia (iniciar 4 horas após o BAL); dividido em 2 a 4 doses; EV lento em 1 hora diluído em SF ou SG 2-4 mg/mL ou IM com anestésico local ou infusão contínua, durante 3 a 5 dias. Reposição de ferro e cálcio Manter diurese em 1-2 mL/kg/h CHUMBO - 16 Tratamento (IV) ADULTOS: quelação apenas para adultos sintomáticos ou com plumbemia > 70 µg/dl BAL 3 a 4 mg/kg IM 4/4h durante 3 a 5 dias + EDTA CaNa2 25-75 mg/kg/dia EV em infusão contínua (iniciar 4 horas após o BAL; 2-4 mg/ml de SF ou SG) durante 3 a 5 dias. ADULTOS com 70 a 100 µg/dl sem sinais de encefalopatia podem fazer DMSA 10 mg/kg VO 2 a 3x/dia durante 5 dias; seguido de 10 mg/kg 2x/dia durante 14 dias. Reposição de ferro e cálcio. Manter diurese em 1-2 ml/kg/h. CHUMBO - 17 Tratamento (V) O tratamento subseqüente depende dos níveis de plumbemia e das manifestações clínicas. O esquema pode ser repetido quantas vezes necessário, mas deve ser mantido um tempo de 2 dias no mínimo sem tratamento entre cada seqüência de quelação. Mas esse período pode ser de até 2 semanas, para verificar melhor o “efeito rebote”. A plumbemia deve ser obtida imediatamente antes da quelação, 24-48 h após o início da quelação e 2 vezes após o término (no 1º dia e entre o 7º e 21º dia). MERCÚRIO - 1 Fontes de exposição (I) Apresenta três formas: elementar, inorgânico e orgânico. Dentre as fontes de mercúrio elementar estão: • produção de cloro-soda • instrumentos de medição (termômetro, manômetro, etc) • amálgama odontológico • lâmpadas fluorescentes • extração e tratamento de ouro e prata • tintas, laboratório fotográfico • indústria de componentes elétricos • produção de polpa de papel • indústria de jóias MERCÚRIO - 2 Fontes de exposição (II) As fontes de exposição a formas orgânicas • conservação da madeira • manufatura de papel • conservação de peles animais • produtos de uso agrícola • produtos para a conservação de sementes • catalisadores Fontes de exposição às formas inorgânicas • • • • • • • • • • laboratórios químicos e fotográficos indústrias de cosméticos e perfumes produção de explosivos desinfetantes produtos conservantes da madeira prateação de espelhos tintas lâmpadas conservação de tecidos animais trabalhos de feltragem MERCÚRIO - 3 Mecanismos de ação O mercúrio se liga a grupamentos sulfidrila, provocando inativação de enzimas e alteração patológica das membranas celulares. Efeitos neuroimuno-modulatórios têm sido observados com aumento de catecolaminas e alteração no perfil de citocinas: alterações de comportamento, transtornos autoimunes e infecções oportunistas. MERCÚRIO - 4 Disposição (I) O mercúrio elementar tem a inalação de seus vapores como principal via de exposição. A absorção pulmonar é boa, levando efeitos neuro e nefrotóxicos. A absorção GI de Hg0 é pobre, raramente provoca sintomas; sem efeitos neuro e nefrotóxicos na ingestão de Hg de termômetro. Sais inorgânicos de mercúrio são bem absorvidos via oral. A absorção inalatória de Hg inorgânico ocorre na exposição crônica ocupacional. A via digestiva é de absorção mais fácil. A possibilidade de efeitos nefrotóxicos é maior que a de efeitos neurotóxicos. MERCÚRIO - 5 Disposição (II) Compostos organomercuriais também são bem absorvidos via oral. A absorção inalatória também é possível, porém rara. Todavia, a possibilidade de efeitos neurotóxicos é maior que a de efeitos nefrotóxicos. O dimetilmercúrio, utilizado em química analítica, têm absorção cutânea considerável e é altamente tóxico. A exposição cutânea a poucas gotas resulta em encefalopatia tardia, porém fatal. • Exposição cutânea acidental com dimetilmercúrio em 14/08/1996 • Hospitalizada em 20/01/1997 • Plumbemia maior que 100 µg/dl • Iniciou tratamento com DMSA no 162o. dia • Hg no sangue foi para 400 μg/dl • Entrou em coma no dia 176 • Faleceu em 08/06/1997, 298 dias após a exposição, aos 48 anos de idade. Karen Wetterhahn MERCÚRIO - 6 Manifestações clínicas (I): Hg elementar AGUDA: A inalação do vapor de mercúrio pode causar irritação de vias aéreas com tosse, dispnéia, dor torácica tipo pleurítica e bronquite. Exposições maciças podem provocar edema pulmonar e pneumonite intersticial CRÔNICA: o principal órgão-alvo é o SNC. Tremores, ataxia, insônia e alterações da personalidade • • • • Tríade Clássica: gengivite, tremor e eretismo psíquico Alterações GI: estomatite, diarréia, gastroduodenite Distúrbios renais Taquicardia, sudorese profusa, irritação cutânea e anorexia MERCÚRIO - 7 Manifestações clínicas (II): Hg inorgânico AGUDA: corrosão e necrose do TGI. Dor abdominal, vômitos e diarréia podem ser sanguinolentos. Pode haver rápida evolução para choque hipovolêmico e óbito. Pode ocorrer insuficiência renal. CRÔNICA: nefrotoxicidade, gengivite com linha gengival, ptialismo, lesões dentárias, taquicardia, sudorese e ACRODINIA Rash eritematoso (Pink Syndrome) Descamação palmar e deformidade falangeana Descamação plantar Parestesia tipo queimação Hipotonia e fotofobia MERCÚRIO - 8 Manifestações clínicas (III): Hg orgânico Há predomínio de anormalidades do SNC, com distúrbios visuais (diplopia, escotomas, diminuição do campo visual e cegueira), alterações motoras (tremores, disartria), alterações do estado mental, sinais extrapiramidais, parestesias, ototoxicidade e convulsões. Pode haver efeitos cutâneos, como dermatite e queimadura. Doença de Minamata Congênita Adquirida MERCÚRIO - 9 Exames O tipo de mercúrio envolvido e o grau de disfunção renal podem dificultar a interpretação das análises toxicológicas quantitativas. A especiação do mercúrio não é disponível para o clínico O mercúrio elementar e o inorgânico devem ser quantificados preferencialmente até o terceiro dia após a exposição, antes que ocorra a distribuição entre os tecidos. Organomercuriais ficam mais tempo no sangue Outros exames: hemograma, eletrólitos, neuroimagem, endoscopia (sais mercuriais corrosivos) MERCÚRIO - 10 Tratamento (I) - Suporte (ABC) - Sintomáticos (carbamazepina 20 mg/kg/dia e piridoxina 300 mg/dia para dor; nifedipina 0,2 mg/kg 4 a 6x/dia para dor nas extremidades, anorexia e proteinúria) - Descontaminação (atenção: não para formas corrosivas) - Hemodiálise é necessária na insuficiência renal e ajuda a remover o complexo Hg-quelante - Antídotos: quelantes MERCÚRIO - 11 Tratamento (II) DMSA: Hg elementar e orgânico. 10 mg/kg 3x/dia por 5 dias BAL: Hg inorgânico. Dose ajustável conforme gravidade da intoxicação e efeitos adversos do BAL D-penicilamina: adultos 20-30 mg/kg/dia (máx. 2g) crianças 15/mg/kg/dia - VO 6/6h ou 8/8h em jejum Dose inicial: 25% desse valor Aumentar para dose cheia em 2 a 3 semanas Eficácia e tolerabilidade inferiores ao DMSA DMPS: Hg elementar e inorgânico. Produto importado. MERCÚRIO - 12 Tratamento (III) DMPS Adulto VO - inicial: 100 a 200 mg 12x/dia manutenção 100 a 300 mg 1 a 3x/dia Crônicos: 100 mg 3 a 4x/dia Adulto EV (lento 3 a 5 min.) – 250 mg - Dia 1: 3/3h ou 4/4h. Dia 2: 4/4h ou 6/6h. Dia 3: 6/6h ou 8/8h. - Dia 4: 8/8h ou 12/12 h. - Dias 5 e 6: 8/8h a 1x/dia Criança VO – - inicial: 20 a 30 mg/kg dividido em várias doses iguais diárias manutenção: 1,5 a 15 mg/kg/dia Criança EV (lento 3 a 5 min) – 5 mg/kg - Dia 1: 4/4h Dia 2: 6/6h Dias 3 e 4: 8/8h a 1x/dia O USO DE QUELANTES MELHORA A COGNIÇÃO? Prevenção de novas ocorrências ! BANCO DE DADOS WISER Wireless Information System for Emergency Responder www.toxnet.nlm.nih.gov As intoxicações graves são mais comuns nos países em desenvolvimento, justamente onde a disponibilidade de exames complementares e o estabelecimento da relação dose-efeito é mais problemática (Bateman, 2000; Ray, 2000)