Um cometa é um pedaço de gelo (não apenas gelo de água, mas também de outras substâncias) que descreve uma órbita em torno do Sol. A sua cauda característica começa a surgir à medida que o cometa se aproxima do Sol. Os cientistas acreditam que os cometas de longo período provêem de uma nuvem, nunca observada, a Nuvem de Oort. A nuvem de Oort é uma gigantesca nuvem que circunda o Sistema Solar, a uma distância de quase um ano-luz de Plutão, o planeta mais afastado do Sol, e que é constituída fundamentalmente por pedaços de gelo e poeiras. Já os cometas de curto período, com um período de revolução em torno do Sol inferior a duzentos anos, são provenientes do Cinturão de Kuiper, que é a zona atrás da órbita de Neptuno constituída por pedaços mais pequenos de gelo. Cometas de longo período são cometas que têm um período de órbita superior a duzentos anos, chegando alguns a demorar mais de um milhão de anos a dar a volta ao astro-rei! Os nossos antepassados acreditavam que as passagens de cometas eram presságios de coisas boas ou más. Por exemplo, no cimo da tapeçaria de Bayeux é visível o cometa Halley, que aparece como um aviso para a vitória de Guilherme, o Conquistador, na batalha de Hastings. Hoje em dia, com o avanço da Ciência, é possível a qualquer pessoa descobrir um cometa! Foi o caso de Sebastian Höning, um astrónomo amador alemão, que no passado dia 22 de Março de 2004 descobriu um cometa através das imagens, que se encontram à disposição de toda a gente, na Internet. A informação é enviada pelo satélite solar, do observatório da ESA/NASA, SOHO, e publicada na Internet. Mais de 75% das descobertas da SOHO foram feitas por caçadores de cometas amadores que estudam pormenorizadamente estas imagens. Os cientistas estão interessados em estudar os cometas porque podem descobrir a matéria original do sistema Solar! É que se acredita que os cometas são constituídos pela matéria primordial do sistema Solar. Com esta finalidade uma outra missão, Rosetta, foi recentemente lançada pela Agência Espacial Europeia – um módulo de aterragem poisará mesmo no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em Novembro de 2014! Será que no futuro as sondas espaciais, como a da Missão Rosetta, poderão apanhar “boleia” dos cometas e deixar o Sistema Solar para explorar a Nuvem de Oort e muito mais do espaço profundo?