Rondoniagora /rondoniagora @rondoniagoranet ANO II - Nº 21 Porto Velho 19 a 25 maio de 2012 R$ 1,50 JULGAMENTO DOS PROPINEIROS Povo exige e 8 prometem mostrar o voto ADELINO FOLLADOR (ARIQUEMES) EDSON MARTINS (URUPÁ) JESUALDO PIRES (JI-PARANÁ) LORIVAL AMORIM (ARIQUEMES) MARCOS DONADON (VILHENA) JAQUES TESTONI (OURO PRETO) MARCELINO TENÓRIO (OURO PRETO) RIBAMAR ARAÚJO (PORTO VELHO) ASSINATURAS E ANÚNCIOS: 69 3225-9705 - email: [email protected] 2 Opinião Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Judas e Brutus? Nós temos. Na década de 30, o chinês Wang Jingwei ignorou a ideologia comunista e aliou-se ao Japão, país do grupo Eixo comandado pela Alemanha nazista. Nos anos 80, em plena guerra fria, o espião americano Aldrich Ames levou segredos da CIA para o serviço secreto da Rússia. Tommaso Buscetta, italiano que enriqueceu no Brasil com o tráfico de drogas, deletou a Cosa Nostra e faturou salário vitalício como recompensa. O brasileiro Domingos Fernandes Calabar apoiou os holandeses na invasão à própria pátria. Marcus Junius Brutus e Judas Iscariotes dispensam a discrição dos atos que os tornaram famosos traidores. A lista de embustes registrados na história é grande e leva muitos a aceitação de provérbio popular de que por trás de um grande homem há sempre um grande traidor. Mas, o que é a traição? No conceito mais puro do verbo, trair é romper um pacto firmado anteriormente. Também é sinônimo de infidelidade, deslealdade, falsidade, fraude, perfídia, deserção, abandono, renúncia de valores morais, defecção, abjuração, embuste. A traição gera dor, angústia, sofrimento, desgosto, revolta e constrangimento. Não seria essa, caro leitor, a definição perfeita do sentimento coletivo do povo em relação aos parlamentares que mais uma vez macularam a imagem de Rondônia? Não bastassem os compromissos firmados com eleitor em período eleitoral – uma forma de contrato nos termos “fio do bigode” - no ato da posse, os deputados juram desempenhar fielmente o mandato confiado a eles, dentro das normas constitucionais e legais da república e do estado. Mas, apostando na memória curta que dizem ter o povo brasileiro e ignorando o novo mundo de disseminação de livre pensamento nas redes sociais e fóruns de debate, a maioria rompe o pacto e entra para o imenso rol de ratazanas. Na contramão da promessa de honrar o mandato e representar o eleitor com EXPEDIENTE É uma publicação semanal de Central de Jornalismo, Produção, Marketing e Assessoria Ltda Registrado no ISSN: 2238-4243 CNPJ: 08.892.185/0001-06 Endereço: Avenida Rio Madeira, 4248, CEP: 76824370, Bairro Igarapé – Porto Velho Jornalista responsável: Gerson Costa –SRT 518/RO Editoria de Política: Elianio Nascimento – SRT 526/RO Ivonete Gomes – SRT – 345/RO Editoria de Cidades: Josi Gonçalves – SRT 884/RO Colaboradores: Francisco Costa – SRT 032003/AC Alexandre Araújo – Ouro Preto Mateus Andrade - Ariquemes Contatos: 69 – 3225 9705 a decência esperada, um grupo de sete deputados estaduais titubeia ante a decisão de punir os pares, comprovadamente participantes de um esquema fraudulento que culminou com o desvio de aproximadamente 18 milhões de reais da famigerada saúde pública. O pensamento leviano de alguns dos ocupantes das vinte e quatro cadeiras do Legislativo vem dos exemplos de impunidade, em especial a impunidade das urnas. Lembremos que Nilton Capixaba (Sanguessugas) está no Congresso Nacional e Kaká Mendonça (Dominó) na Assembleia Legislativa, portanto, nada obsta a manutenção de crença no perdão popular. Desdenham os deputados na iminência de trair de uma Justiça mais eficiente, uma Polícia Federal mais aguçada e de um povo mais esperto e informado. Desta vez, se depender da imprensa livre e, principalmente, dos ativistas políticos que surgem da mais legítima decepção, a traição não cairá no esquecimento. O preço será alto. E-mails: [email protected] Comercial: [email protected] Twitter: @rondoniagoranet Facebook: /jornalrondoniagora Diagramação: Cesar Prisisnhuki Tiragem: 5 mil exemplares Jornal Rondoniagora fundado em 1º de outubro de 1999 pelos jornalistas Eliânio Nascimento, Gerson Costa e Ivonete Gomes Rondoniagora Política Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Coluna Marcelinho Jornalista Político Afonso Locks Direto do Cone Sul O prefeito de Vilhena, José Rover (PP) na sexta-feira, 18, deu uma importante contribuição ao pequeno produtor que agora tem garantida a comercialização da produção e um ingrediente a mais no fomento à economia familiar para os pequenos produtores rurais. O prefeito inaugurou o Banco Municipal do Alimento que vai proporcionar que famílias carentes e de baixa renda, com carência nutricional, possam suprir essa necessidade básica. O Banco de Alimento está localizado na Avenida Rondônia, 4139, aos fundos da Coopervil. Uma pesquisa encomendada pela Prefeitura de Vilhena aponta que 30% dos produtos de hortifrutigranjeiros, produzidos no cinturão verde do município, são desperdiçados e descartados por algum tipo deformação, o que os tornam impróprios para a comercialização. O Banco Municipal do Alimento foi uma das bandeiras na campanha eleitoral do atual prefeito em 2008, mas só agora acaba de ser concretizado. É bom lembrar que os setores de chácaras que circundam a cidade de Vilhena são formadas por 1.200 pequenas chácaras, onde se produz praticamente de tudo, e é o principal responsável pelo abastecimento da rede de mercados de Vilhena e do Cone Sul, além de fornecer para supermercados de Comodoro, no Mato Grosso. Vilhena ainda exporta para outras regiões do Estado e para Manaus, AM, uma grande variedade de verduras e legumes como tomate, chuchu, pepino, abobrinha e pimentão, entre outros. O Serviço de Inteligência da Polícia Militar e o Serviço de Investigação da Polícia Civil de Vilhena não têm dado folga aos bandidos. Vilhena vem se notabilizando pelo elevado número de crimes (homicídios) ocorridos em 2012, cerca de 17 ao todo. Praticamente todos já foram esclarecidos e identificados seus assassinos, que também já foram presos e aguardam atrás das grades o julgamento merecido. O presidente da Câmara de Vereadores de Vilhena, Marcos Albuquerque (PHS), mais conhecido como “Marcos Cabeludo”, ainda não explicou detalhes sobre o acidente ocorrido em Porto Velho com o veículo Fiat, modelo Doblô, pertencente à Câmara de Vereadores. Acontece que o assessor de imprensa, Márcio Lopes Bassi, assim que a notícia vazou, tratou de ligar para algumas emissoras de rádio justificando que o automóvel fora utilizado para levar alguns assessores que foram à capital do Estado tratar de assuntos ligados à Justiça Rápida. Não havia necessidade, até porque esse assunto não diz respeito à Câmara de Vereadores e, sim, ao Poder Judiciário que, coincidência ou não, fica do outro lado da rua onde está localizado o prédio da Câmara. Era só atravessar a rua, caminhar uns 25 metros até o gabinete do Juiz Gilberto José Gianassi que é quem está cuidando deste assunto. Não colou e o povo decidiu então meter a boca no trombone. O interessante é que nenhum dos dez vereadores comentou sobre o episódio e só ficaram sabendo do sumiço do veículo porque a imprensa noticiou. O vereador Wanderlei Araújo, presidente da Câmara de Vereadores de Chupinguaia, irmão do deputado estadual Valter Araújo, passou pela maior saia justa no início desta semana ao tentar presidir a sessão ordinária em visível estado de embriaguez. De tão bêbado, Araújo misturou tudo, trocou alhos por bugalhos e o fiasco só não foi maior porque a sessão durou apenas alguns minutos. O Ministério Público decidiu investigar o ex-prefeito de Cabixi, Milton Mitsuo Saiki por suspeita de direcionamento da licitação para a compra de uma ambulância em meados de 2001, em que foi favorecido Luiz Antônio Vedoin, aquele que ficou conhecidíssimo no caso dos “Sanguessugas”. Acontece que Saiki está há anos morando em Londres, na Inglaterra e o caso só agora veio à tona por conta de uma ação movida pelo Ministério Público de Colorado do Oeste. A ex-Juíza do Trabalho de Vilhena, Rosângela Cipriano, sócia-proprietária do Instituto de Estudos Superior da Amazônia (IESA) foi denunciada por se apropriar de descontos previdenciários e não pagamento do Imposto de Renda, descontados em folha dos funcionários. Cumprindo determinação da Justiça Federal de Ji-Paraná, a Polícia Federal e auditores da Receita Federal fizeram busca e apreensão na sexta-feira, 11, em documentos contábeis na instituição de ensino, no escritório responsável pela contabilidade e na residência da ex-Juíza, onde acabaram encontrando uma arma de fogo sem o devido porte obrigatório. Ela acabou presa em flagrante, mas liberada em seguida, depois de pagar uma fiança de R$ 20 mil. 3 Povo exige e deputados prometem mostrar voto na sessão de julgamento da ALE Epifânia confessou ter recebido R$ 60 mil Dos 16 deputados estaduais aptos a votar no julgamento político dos 8 colegas denunciados pela Operação Termópilas, 8 prometem mostrar o voto antes de deposita-lo na urna durante a sessão de julgamento por quebra de decoro parlamentar. A votação é secreta, mas não há impedimento legal para o deputado apresentar ao público e a imprensa qual seu posicionamento. O deputado Adelino Follador (DEM-Ariquemes) diz que será o primeiro a mostrar seu voto e vai encabeçar o movimento para que todos possam revelar também como estão julgando o deputado foragido Valter Araújo (PTB-Porto Velho) e os parlamentares que faziam parte do esquema corrupto que se apoderou de pelo menos R$ 18 milhões de recursos públicos, usando os expedientes da chantagem, extorsão e pagamento de propinas. Valter era o líder , mas bancava os colegas Epifânia Barbosa (PT-Porto Velho), que confessou ter recebido R$ 60 mil; Zequinha Araújo (PMDB-Porto Velho), aconselhado a guardar a propina dentro da meia; Jean Oliveira (PSDB-Porto Velho), que teria recebido o dinheiro em sua residência pelos operadores Ederson Bonfá e Rafael Santos Costa; Saulo Moreira (PDT-Ariquemes), o Saulo da Renascer, flagrado com sua caminhonete no estacionamento do Gonçalves aceitando uma caixa de sapatos contendo dinheiro em espécie; Ana Dermani (PT do B-Mamoré), que cobrava o “dindin” do chefe da quadrilha através de SMS; Euclides Maciel (PSDB-Ji-Paraná), flagrado em ligações telefônicas; e Flávio Lemos (PR-Porto Velho), também pego em um dos telefonemas com o presidente foragido dizendo que estava “aguardando seu menino Rafa” para receber o seu quinhão da corrupção. Todos foram enquadrados na quebra de decoro parlamentar, mas cada caso será analisado e o parecer do relator da Comissão Parlamentar Processante (CPP) não será igual para todos. 4 Política Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Multidão vai acompanhar leitura do relatório da CPP Os deputados estaduais Adelino Follador (DEM-Ariquemes) e Edson Martins (PMDB-Urupá) se comprometeram com os representantes do Fórum em Defesa da Ética e Moralidade Pública a apresentar seus respectivos votos na sessão de julgamento dos acusados. E junto com eles outros 7 par- lamentares também devem agir da mesma forma, votando com transparência, uma exigência quase que diária da população nos protestos em frente a Assembleia Legislativa e principalmente nas redes sociais. A leitura do relatório da CPP está marcada para o dia 22. Na madrugada da próxi- “O relatório foi apresentado formalmente, abrindo prazo para defesa oral dos advogados dos 8 deputados denunciados” Movimentos sociais organizam fórum e exigem transparência no voto dos deputados ma terça-feira, dezenas de acadêmicos, representantes dos movimentos sociais e sindicais, apoiados pela OAB e entidades da sociedade organizada farão uma vigília aguardando o tão esperado parecer do deputado Edson Martins. Na semana passada, em sessão extraordinária da comissão, o relatório foi apresentado formalmente, abrindo prazo para defesa oral dos advogados dos 8 deputados denunciados, inclusive Valter Araújo, que pesam as mais graves acusações. O parecer não foi revelado, mas Martins já observou que todos os 8 deputados incorreram em quebra de decoro parlamentar. Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Política 5 Enquanto Tucura defende Valter, povo se organiza Na sessão de leitura do relatório da CPP, o deputado estadual Valdivino Tucura (PRP), representante de Cacoal, prometeu pedir vistas protelando por mais duas sessões ordinárias da Assembleia o aguardado julgamento dos 8 envolvidos na corrupção liderada por Valter Araújo. Junto com outros colegas defensores do deputado foragido, Tucura anda espalhando boatos entre os parlamentares, citando óbices jurídicos , inventando novos prazos, tudo para desestabilizar o trabalho da Comissão Parlamentar Processante e esvaziar o movimento popular. A reação da população é gigantesca contra a atitude do deputado Tucura. “Mais vergonha tenho eu de ter acreditado na pessoa errada e ter deixado esse indivíduo levar meu voto de graça. Mas, como todo político que se preza soube enganar direitinho seus eleitores”, disse o leitor Laercio Souto nas redes sociais, lamentando o posicionamento do representante de Cacoal. O professor Carlos Silva “Papagaio” da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) se juntou a acadêmicos, servidores públicos e sindicalistas para panfletar as faculdades, escolas, órgãos públicos e deixou recado em cada gabinete da Assembleia cobrando transparência na sessão de julgamento dos deputados encalacrados com as revelações da Termópilas. Comissão Parlamentar Processante garante a leitura do relatório na próxima terça-feira, dia 22 “Justiça seja feita! Vamos exigir a cassação de todos os deputados envolvidos na Operação Termópilas” “Nós queremos um compromisso de todos os deputados que puderem votar para que mostrem o voto para a população saber como estão se posicionando”, disse ele. “Justiça seja feita! Vamos exigir a cassação de todos os deputados envolvidos na Operação Termópilas. Vamos tirar esses corruptos da Assembleia. Junte-se a nós nesse ato. É de fundamental importância que toda a população de Rondônia volte seus olhos para os deputados que estão na Comissão Processante neste dia, pois o futuro desses políticos corruptos depende muito também da pressão popular. Eles são apenas 8 deputados e mais alguns apaniguados, nós somos a maioria”, disse revoltada Ge Martins, que apoia o Fórum em Defesa da Ética e Moralidade Pública. Valdivino Tucura é criticado por seus eleitores em Cacoal por defender Valter 6 Política Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 CONHEÇA OS DEPUTADOS QUE SE COMPROMETERAM A MOSTRAR O VOTO ADELINO FOLLADOR (ARIQUEMES) EDSON MARTINS (URUPÁ) JESUALDO PIRES (JI-PARANÁ) LORIVAL AMORIM (ARIQUEMES) MARCOS DONADON (VILHENA) JAQUES TESTONI (OURO PRETO) MARCELINO TENÓRIO (OURO PRETO) RIBAMAR ARAÚJO (PORTO VELHO) HERMÍNIO COELHO (PORTO VELHO) – Só vota em caso de desempate. CONHEÇA QUEM AINDA ESTÁ EM DÚVIDA SOBRE O VOTO MAURÃO DE CARVALHO (ANDREAZZA) GLAUCIONE RODRIGUES (CACOAL) LUIZINHO GOEBEL (VILHENA) NEODI CARLOS DE OLIVEIRA (MACHADINHO) Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Política 7 Voto é secreto, mas não há proibição para parlamentar apresentar ao povo Hélio Vieira é presidente da OAB/RO A garantia constitucional do voto secreto na decisão sobre a cassação dos parlamentares em Rondônia está assegurada. A determinação da Constituição Federal já tem pelo menos duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), vedando que uma Casa de Leis altere suas normas internas, exigindo que exista simetria entre a Constituição da República com os estados em casos que envolvam a perda de mandato eletivo. No entanto, não há vedação legal para que os votos sejam apresentados. Isso decorre da máxima de que a preservação do voto secreto garante a livre manifestação “Onde não de vontade e evita constrangimentos. houver Ao declarar o voto, previsão o parlamentar refaz expressa, o contrato que tem deverá ser com o eleitor de que observada a irá atuar na defesa regra geral da dos interesses do povo. Segundo o publicidade” professor titular de Direito Administrativo da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Adilson Abreu Dallari, que também é constitucionalista, “onde não houver previsão expressa, deverá ser observada a regra geral da publicidade”. A mesma opinião defende o presidente da seccional Rondônia, da Ordem dos Advogados do Brasil, Hélio Vieira, ao ponderar que fez vários estudos e não encontrou vedações para que os que têm interesse e compromisso com o povo apresentem seus votos durante o processo de cassação. Ele cita até mesmo um recente caso, em que, por decisão secreta, desembargadores estaduais rejeitaram lista de advogados que iriam concorrer a uma vaga ao Tribunal de Justiça. Em grau de recurso, o CNJ mandou rever essa votação. “A OAB, como um dos signatários da petição que gerou esses processos de quebra de decoro entende como perfeitamente possível que o deputado apresente seu voto. Dessa forma ele garante a seus eleitores que busca mudanças nesse Estado e atuou contra o câncer da corrupção. Agindo diferente irá demonstrar que não tem qualquer responsabilidade ética ou moral”, afirma. Voto aberto na Comissão O voto aberto na Assembléia Legislativa de Rondônia já existe há seis anos. Foi a partir da Emenda Constitucional 45/2006, que o Parlamento decidiu abolir o voto secreto para todos os níveis de votação. Uma outra Resolução, a 122/2006 tratou de alterar o Regimento Interno da Casa de Leis regulamentando o tema. No caso dos parlamentares denunciados na Operação Termópilas, a Assembléia Legislativa não contava com regras específicas para processar e julgar seus membros. Decidiu-se então seguir o Regimento da Câmara Federal e seu o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, prevendo, por exemplo, que o relatório da Comissão Processante deva ser aberto, mas definindo, entretanto, que o voto no plenário seja secreto. Mais uma vez não há qualquer previsão de que os parlamentares não possam declarar voto. 8 Geral Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Para ministros do Supremo, deputado deve prestar contas ao povo mostrando o voto Em duas ocasiões, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu sobre o voto secreto nas sessões em que se discute a perda de mandato parlamentar. Nas históricas deliberações, ambas discutindo a Constituição do Estado do Rio de Janeiro, o plenário ficou dividido e praticamente todos os ministros concordaram que o Parlamento deve prestar contas a seu povo. A questão somente não foi decidida favoravelmente ao “A votação secreta, às escondidas, subtrai do eleitor o controle do seu eleito” voto aberto porque a própria Constituição Federal já define que deve existir simetria com os Estados. Definiu-se que a alteração não seria possível porque em parte das regras deve existir simetria: sistema eleitoral (sistema proporcional), inviolabilidade, imunidades, subsídio, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas, o que invoca o conteúdo do modelo federal constante. A tese foi defendida inclusive pela Procuradoria-Geral da República. Na defesa do voto aberto, vários ministros abordarem os valores democráticos e a prestação de contas do parlamentar com a sociedade. Outro que defendeu a tese foi o procurador-geral da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Marcello Cerqueira. Para ele, o conceito ético é de que o eleitor tem o direito de saber como vota seu eleito. A votação secreta, às escondidas, subtrai do eleitor o controle do seu eleito, que, livre de fiscalização, “pode desenvolver irrecusáveis pendores corporativos ou outros eventualmente irrecusáveis”. O doutrinador explicou no STF que a norma moral e moralizadora da Constituição estadual que determina o voto aberto é o caminho a que deverá, em futuro próximo, se submeter a Constituição federal para adequar-se aos princípios que enuncia: legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. “O voto secreto é reserva do eleitor. A regra da constitucionalidade material foi preservada pela norma constitucional estadual atacada. A decisão da Suprema Corte ao negar as argüições de inconstitucionalidade pretendidas não estará apenas fazendo justiça às partes em confronto, mas sustentando o princípio universal do voto, a prevalência do pacto federativo sobre os perversos casuísmos da Ministro Celso de Mell o oportunidade e apontado para que o texto federal siga o caminho da norma moralizadora estadual”. Necessidade urgente Como se abordou, as discussões nas duas Ações Diretas de Inconstitucionali- dades dividiram o Supremo há poucos anos, embora que a tese do voto fechado tenha sido vencedora, os ministros Marco Aurélio e Celso de Mello por pouco não derrubaram o pensamento de Ayres de Brito, que só votou contra porque refletiu sobre a existência da determinação no texto constitucional. Para o ministro Marco Aurélio, a própria Constituição Federal direciona a uma regra quanto a escrutínios, que é a votação aberta. “Digo mais uma vez: a Constituição Federal excepcionou a regra, Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 a revelar principio, norteado, portanto, a interpretação do grande todo, que é a da publicidade dos atos, gênero administrativo, a transparência desses atos administrativos. Segundo ele, a votação aberta atrai o que se pressupõe relativamente ao setor público, que é a transparência dos atos praticados por agentes políticos, visando à fiscalização. Já Celso de Melo afirmou ser inquestionável a exigência de publicidade dos atos que se formam no âmbito do aparelho de Estado e traduz conseqüência que resulta de um princípio essencial a que a nova ordem jurídico-constitucional vigente em nosso País não permaneceu indiferente. “O princípio da publicidade é fundamento da Administração Pública, como decorre do disposto no art. 37 da Constituição, e impregna as decisões em todos os Poderes e em todos os níveis federativos.” Os ministros citaram ainda posição doutrinária de Roberto Romano, professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (UNI- CAMP), ao assinalar que o voto secreto entra como ingrediente na receita dos representantes que não representam seus eleitores “mas apenas os seus interesses pessoais ou de grupo: eles sabem que é difícil para a imprensa atingir o seu voto real. Jogam com a ignorância do eleitor. E todos esses pontos levam os mesmos parlamentares ao ódio à opinião pública e à mídia. Eles fogem dos jornalistas como o morcego evita a luz solar. A transparência democrática é algo que fere a sua sobrevivência política”. Ministro Marco Aurélio Geral 9 10 Informe Publicitário Rondoniagora Porto Velho, 6 a 12 de maio de 2012 Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Cidades 11 Camelôs despejados ainda esperam ajuda da Prefeitura Projeto do terminal urbano de integração de ônibus continua apenas no papel A Rua Euclides da Cunha, no centro da Capital rondoniense, era uma grande área de serviços e o mercado da informalidade tinha uma intensa movimentação de pessoas. No local, era vendido de tudo um pouco, quem passava por ali encontrava salões de beleza, sorveterias, lojas de roupas, revenda de artigos de coleção com CD´s e DVD´s entre outras atividades. A rua gerava emprego e renda para aproximadamente mil famílias. Mas, de uma hora para outra, esses pequenos comerciantes viram o mundo desabar sobre suas cabeças logo no início do ano. A prefeitura determinou a desapropriação e realocação dos trabalhadores, para dar início as obras de construção do novo terminal urbano de integração de ônibus. Gente que há mais de uma década sobrevivia das pequenas vendas foi surpreendida com a notícia. Houve protestos, confusão, bloqueio da rua para impedir a remoção dos barracos e foi preciso acionar a Polícia Militar para garantir a segurança e a ordem. Os fiscais do município agiram covardemente na madrugada. O despejo ocorreu debaixo de chuva e a prefeitura usou máquinas pesadas e militares para Trabalhadores informais foram removidos do centro da cidade e continuam abandonados retirar os vendedores e suas mercadorias. Caminhões e tratores, com ajuda de funcionários da prefeitura e agentes de trânsito, se posicionaram na rua para cumprirem o mandado de reintegração de posse da área. Situação que revoltou os camelôs depois de ver um dia de trabalho ser perdido. A rua, que era rota diária de várias pessoas, de repente se transformou em grande caos e tumulto. Quem ocupava pontos de vendas na rua vendia produtos com preços bem menores do que o praticado em outros estabelecimentos comerciais. Alguns, estavam há tanto tempo no local, que já se sentiam praticamente donos de seus lotes, por isso, reivindicaram remanejamento para outro setor com a infraestrutura mínima necessária para continuar a vida. Tiveram os boxes demolidos com a alegação de que logo seriam reergui- dos. Quatro meses depois a espera ainda é longa. Do município, ouviram a promessa que poderiam ocupar uma área de terra nas imediações do Shopping Popular, perto do Cai N’água. A logística para a mudança de um local para outro foi oferecido para quase 200 ambulantes. Segundo a Prefeitura, os trabalhadores estavam obstruindo e ocupando vias públicas, interrompendo o trânsito e o tráfego de pessoas. A Rua Euclides da Cunha hoje está repleta de sujeira, a noite é abrigo de prostituição, tráfico de drogas e vândalos. Onde antes havia gente 12 Cidades lutando pela sobrevivência, hoje só há poluição visual e marginalização. O fato é que o despejo causou um grande desconforto e desgastou ainda mais a imagem política de Roberto Sobrinho (PT/PVH), tendo em vista o tratamento desumano dado aos trabalhadores. De acordo com João Marcos, Secretário Municipal de Trânsito, a elaboração do projeto já foi concluída e constam melhorias arquitetônica, hidráulica, elétrica e de esgotamento sanitário e, segundo ele, já está pronta desde março deste ano. O projeto agora está em fase de licitação. O consórcio Guaporé - representante das duas empresas de ônibus que atuam na capital - é responsável pela construção Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 do terminal. O início dos trabalhos estava previsto para ser o mais rápido possível. No ato da assinatura do convênio, no fim do ano passado, o Estado se comprometeu a repassar R$ 5 milhões à prefeitura, sendo que R$ 3 milhões em 2011 e o restante em 2012. O custo da obra era estimado entre R$ 12 milhões, sendo que o Governo do Estado financiava metade do custo. O dinheiro já está na conta do município. Mas, até agora, a obra continua só no papel. A prefeitura joga a responsabilidade do atraso no consórcio construtor - a proposta da obra veio junto com reajuste da tarifa de ônibus, para garantir melhorias aos usuários dos transportes coletivos. Camelôs foram retirados dessa área há 4 meses mas obra ainda não começou CAMELÔS NO PREJUÍZO Por dezesseis anos o dinheiro do sustento da família do senhor Gonçalo Campos, veio da atividade de venda no camelódromo. Ele constituiu até uma empresa, e comprava diferentes produtos de outros estados para revender em Porto Velho. Gonçalo tinha dois boxes, chegava a faturar de R$ 14 mil até R$ 20 mil por mês. Depois que foi despejado da Rua Euclides da Cunha o faturamento dele caiu 95%. “Eu mantenho quatro pessoas na minha casa. Para você ter ideia, teve dia que eu não tinha dinheiro para comprar fraldas pra minha filha, que hoje tem dois anos de idade. Hoje estou completamente endividado, devo ao banco e a fornecedores. Tenho dezenas de cheques que tive que sustar. Meu faturamento hoje não chega Faturamento de Gonçalo Campos caiu 95% a R$ 7 mil, muito menos do que cheguei a ganhar aqui”, lamenta o trabalhador. O impacto na economia dos camelôs foi grande, isso por que os clientes deixaram de frequentar o novo ponto comercial para onde eles foram transferidos, que fica no Shopping Popular, Laudislene Moreira reclama do abandono um lugar que fica bem ao lado do local anterior, mas com estrutura e visibilidade menor. “Aqui no Shopping é muito quente, não tinha banheiro, nem rede de água. Nós que montamos essa estrutura. Porém, ninguém mais passa por aqui pra comprar, poucas pessoas vêm aqui”, reclama Gonçalo. “A gente veio para o Shopping Popular por que o prefeito prometeu que assim que a obra fosse concluída voltaríamos, mas até hoje estamos jogados aqui. Ninguém se importa com nós, que somos trabalhadores. O meu salão foi completamente demolido pela Prefeitura, eles traíram a gente. Eu tinha uma estrutura de quase R$ 35 mil, foi tudo para o chão”, desabafou a cabeleireira Laudislene Moreira. Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Geral 13 GREVE NA SAÚDE Mais uma vez diretor do HB denuncia sabotagens e omissão de socorro Após três semanas de paralisação na Saúde de Rondônia, as negociações não evoluíram, as reivindicações dos servidores não foram atendidas e a situação permanece inalterada. Mudanças mesmo só nos serviços prestados aos pacientes que estão sofrendo o prejuízo dessa falta de entendimento entre o Governo e as entidades sindicais. A situação se agrava mais ainda em razão de boicotes que estariam acontecendo dentro do Hospital de Base, segundo denuncia Jean Negreiros, diretor da unidade hospitalar. Segundo Negreiros, as sabotagens, coincidentemente, iniciaram junto com a greve. No dia 04 de maio, por exemplo, houve uma invasão à sala de imprensa, que fica ao lado do gabinete de Jean Negreiros. Papéis foram revirados e os recortes de jornais com as notícias sobre a greve foram espalhados no chão da sala. Livros e armários foram jogados ao chão. Mas, nada foi levado. Boicotes Cinco dias depois, as luzes dos corredores centrais do hospital não acendiam. “Escureceu tudo. Em seguida, tinha gente da greve tirando foto lá dentro e filmando”, comentou o diretor da Unidade de Saúde. Horas depois, segundo ele, os eletricistas detectaram que a fiação havia sido cortada. O setor de lavanderia do HB também teria sido alvo Quadro de distribuição de energia sofreu boicote de boicote. “Este setor é muito importante dentro de um hospital. Se não tiver roupa não tem como cirurgiar o paciente”.. Conforme o diretor do HB houve sabotagem nos registros de água. Outro alvo de dano foi o aparelho de Raio X que teria parado de funcionar de forma súbita. “Colocaram borra de café dentro do reservatório químico de revelação. Além de perder todo material que estava dentro do equipamento, os procedimentos que dependiam do aparelho foram paralisados”, disse Negreiros. O aparelho de escopia, que disponibiliza importantes recursos para a realização de cirurgias avançadas também teria sido danificado. “A UTI tem seis vagas, no João Paulo II há paciente precisando desses leitos, mas, devido a greve, não há funcionários suficientes” “Contratamos um técnico para avaliar o equipamento e fazer um laudo. Ele nos disse que houve uma má utilização de um botão no equipamento que sobrecarregou e queimou a placa”. Um prejuízo de aproximadamente R$ 20 mil. Desde então, foram canceladas, em média, seis cirurgias por dia, que dependiam desse equipamento. Negreiros também denuncia que a decisão da justiça, cuja determinação é que 80% dos funcionários trabalhem normalmente nos hospitais, não está sendo cumprida. O diretor do HB explica que há vários anos o hospital se utiliza da escala de plantão extra para suprir as necessidades das enfermarias. “Se eu tenho uma escala efetiva de 10 funcionários e cinco extras, o comitê de greve não acata o extra como sendo funcionário. Para eles, a decisão dos 80% está sendo cumprida, mas para os pacientes o prejuízo está sendo muito grande”. Omissão de socorro Na última quarta-feira, 16, o diretor do HB teve que solicitar ao hospital Panamericano a cessão de uma sala cirúrgica para operar uma criança de quatro anos que dependia do aparelho de escopia para se submeter a uma cirurgia de emergência e corria risco de vida. “Eu enviei um cirurgião pediátrico, um anestesista e os insumos necessários para realizar o procedimento e salvar a vida da criança”, revelou. Negreiros também destaca que “uma enfermaria onde tinha três técnicos de enfermagem que tomavam conta de 40 leitos, agora, devido à greve, eles só querem manter um técnico para cada 10 pacientes”. E acrescenta, “ainda tem aquela situação do paciente chegar para se internar e ser falado pra ele que não há vaga, não tem leito, não tem medicamento... Tendo tudo isso. Parece-me que estão tentando colocar os pacientes contra a direção”, avaliou. UTI Mas para o diretor do HB, o problema mais crítico é na UTI, onde a grande maioria dos funcionários trabalha em escala extra. Segundo ele, o comando de greve não aceita, como garantia de permanência, o funcionário que está nesta escala. Em razão disto, por plantão, apenas dois técnicos de enfermagem desempenham suas atividades na UTI, que possui 10 leitos. “A cada dois leitos 14 Geral é necessário um técnico de enfermagem. Sendo assim, os dois técnicos dão conta apenas de quatro leitos e eu tenho seis vagas para preencher. No João Paulo II, por exemplo, há pacientes precisando de vaga. Eu tenho a vaga, mas não posso dispor porque não tenho funcionários suficientes no serviço”, esclarece. A soma das situações de vandalismo e omissão de socorro fez com que a diretoria do HB solicitasse reforço policial interno à Secretaria de Segurança Pública. Desde a última terça-feira, 15, quatro policiais se revezam na unidade hospitalar para resguardar serviços e equipamentos e detectar qualquer movimento suspeito. Coincidência ou não, os boicotes cessaram desde então. Fiscalização de ponto Outra atitude tomada pela diretoria foi fazer uma fiscalização de ponto porque, de acordo com Jean Negreiros, se estava tendo uma certa dificuldade em ter acesso ao nome das pessoas que trabalhavam no setor onde estava tendo omissão. “Está sendo feita uma chamada nominal, de três em três horas, em cada setor, para saber quem está trabalhando ou não”. A estratégia adotada também serve para saber se as sabotagens acontecem em plantões de determinadas equipes. Em todos os casos de sabotagens e omissão de socorro, foram registrados Boletins de Ocorrência e instaurados inquéritos. O hospital também vai gerar uma sindicância interna para apurar os crimes. O outro lado Por sua vez, Caio Marin, presidente do Sindsaúde, Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 negou a participação dos servidores em quaisquer dos crimes citados nesta reportagem. Para ele, a sobrecarga de energia é que estaria provocando estes problemas na rede elétrica porque o hospital cresceu estruturalmente e a fiação não foi adaptada para esse crescimento. “Permanentemente estão queimando aparelhos aqui no hospital, os fios aqui tem mais de 30 anos. A culpa não é da greve. Fico muito triste que o Dr. Jean esteja agindo dessa forma, querendo culpar o próprio colaborador”, enfatizou. Ele ainda diz que o diretor do HB tinha que se preocupar em comprar luvas de procedimentos e cirúrgicas, que segundo ele afirma, estão em falta. Ele acusa o Governo de estar cedendo este tipo de material para empresas terceirizadas. “Se nós estamos pagando alto e caríssimo para empresas terceirizadas, eles têm que trazer seu próprio material”, disse Marin. E Acrescentou, “na semana passada teve assistente social que comprou material para fazer o curativo de um paciente. Ela tem nota fiscal comprovando isso”. O presidente do Sindsaúde também denuncia a ausência de medicamentos. Segundo ele faltam Dipirona e Fenergan. Sobre os 80% determinados pela Justiça, Caio Marin disse que a decisão está sendo cumprida e que o comando de greve está fiscalizando rigorosamente. Conforme ele, o servidor não pode ser obrigado a trabalhar em regime de plantão extra. “Um hospital que tenha um diretor que tenha experiência e saiba gerir uma unidade de saúde, nunca faria essas acusações contra os servidores. Exemplo disso Corredores às escura depois do corte na fiação elétrica é o Dr. Amado Rahal que ficou oito anos no Hospital de Base, lidou com três ou quatro greves e nunca tivemos nenhum problema com ele”. Policiamento Para Caio Marin, o reforço policial na unidade de saúde e a fiscalização de ponto caracterizam coação e assédio moral. “Não existe essa história de fiscalizar o servidor de três em três horas. A questão da folha de ponto só existe no Hospital de Base. Já foi baixado um decreto eliminando a frequência que deveria ficar nas gerências. Isso é uma grande perseguição. Nós estamos tomando providências junto à assessoria jurídica”, finalizou. BO da sabotagem no cabo de alimentação de energia Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012 Informe Publicitário 15 16 Informe Publicitário Rondoniagora Porto Velho, 18 a 25 de maio de 2012