Apontamentos pelos trilhos da Igualdade… “Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal 2001 – 2011” O INE – Instituto Nacional de Estatística, publicou a propósito do Dia Internacional da Mulher – 8 de março de 2012 – o estudo “Estatísticas no feminino: Ser mulher em Portugal 2001-2011”1. O estudo está organizado em quatro grandes áreas temáticas, nas quais são analisados diversos aspetos. A “demografia no feminino” é o primeiro tema apresentado, no qual são evidenciados dados relativos à População, confirmando-se que se mantém a tendência para a “População feminina ligeiramente superior à masculina e com maior longevidade” e que as “Mulheres casam e são mães cada vez mais tarde e têm menos filhos”. (Re) confirma-se também que “Mais mulheres do que homens vivem sós, sobretudo entre a população mais idosa”. Em relação às “condições de vida das mulheres” foram analisadas estatisticamente cinco dimensões. No que concerne à Saúde materna constata-se que os “Partos com tendência a diminuir e idades das parturientes a subir”. Por outro lado, “Cresce o número de interrupções voluntárias de gravidez, legalmente efetuadas”, confirmando-se também o “Aumento no número de consultas de saúde materna e de ginecologia-obstetrícia”. Ainda na área da saúde constata-se que o “Número de médicas ao serviço ultrapassa o número de médicos”. Relativamente à Mortalidade feminina verifica-se, por exemplo, que “As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de morte das mulheres”. O Crime e violência foram outra dimensão analisada verificando-se que o “Número de mulheres vítimas de crimes contra as pessoas aumentou na última década, ao mesmo tempo que “O número de reclusas diminuiu para metade entre 2000 e 2010”. No que concerne à Proteção Social “As mulheres asseguram a maior parte das licenças de acompanhamento parental”, verificando-se porém, um equilíbrio em relação a “Prestações de 1 INE – Instituto Nacional de Estatística, IP, 2012, Estatísticas no Feminino: Ser Mulher em Portugal, 2001-2011; INE; Lisboa. desemprego e de rendimento social de inserção: mulheres beneficiárias em proporção praticamente idêntica à dos homens”. Em relação à Pobreza e Privação Material confirma-se que o “Risco de pobreza superior para as mulheres, sobretudo para as mulheres idosas”. No que concerne à temática “As mulheres e o potencial humano” são visitadas quatro grandes dimensões. Em relação à Educação verifica-se que existem “Mais mulheres sem escolaridade mas também mais mulheres com ensino superior”, destacando-se que as “Mulheres (estão) em maioria nos ensinos secundário e superior”. Verifica-se que se mantém a tendência para “As mulheres privilegiam as áreas das ciências sociais, comércio e direito, saúde e proteção social e educação”. Em relação ao Mercado de trabalho verifica-se que “As mulheres com escolaridade superior são as que têm mais elevada participação no mercado de trabalho” e que “Mais de um quinto das mulheres (estão) empregadas em funções dirigentes e de carácter intelectual e científico”. Por outro lado, constatase que o “Desemprego feminino com elevada incidência nas mulheres mais jovens”, e que a “Maioria da população desempregada feminina (está) em situação de desemprego de longa Duração”. Por fim é analisada a relação entre “As mulheres e a conciliação profissional e familiar”, nomeadamente no que concerne à Conciliação da vida profissional com a vida familiar, verificando-se que “As mulheres são os principais agentes na prestação de cuidados a menores e a pessoas Dependentes”, bem como que a “Redução do horário de trabalho, interrupção de carreira e licença parental (são) mais utilizados pelas mulheres, mas ainda longe de constituírem prática generalizada”. Constata-se também que a “Idade dos filhos e escolaridade condicionam a participação das mulheres na vida ativa”. Terão as representações sociais relativamente aos papéis de género alguma influência e/ ou consequência em alguns destes dados? Vale a pena pensar nisto... Por Carla Serrão e Teresa Martins, 2012