ID: 32716708 13-11-2010 | Fugas Tiragem: 50283 Pág: 34 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 25,48 x 31,46 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Prova de vinhos Os vinhos aqui apresentados são, na sua maioria, novidades que estão prestes a chegar ao mercado. A Fugas recebeu amostras dos produtores e provou-as de acordo com os seus critérios editoriais. As amostras podem ser enviadas para a seguinte morada: Fugas — Vinhos em Prova Praça Coronel Pacheco, n.º2, 3.º 4050-453 Porto Duas Quintas Branco 2009 Tons de Duorum Tinto 2009 Quinta do Avelar Arinto 2009 Ramos Pinto Gaia Castas: Viosinho, Rabigato e Arinto Graduação: 14% vol Região: Douro Preço: 9€ Duorum, Vila Nova de Foz Côa Castas: várias Graduação: 13,5% vol Região: Douro Preço: 3,99€ Sociedade Agro-pecuária da Quinta do Avelar Loures Castas: Arinto e Esgana-Cão Graduação: 12,5% vol Região: Bucelas Preço: 4€ Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Covas do Douro Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Franca Graduação: 14,5% vol Região: Douro Preço: 12,70€ Nota de prova Nota de prova Nota de prova Nota de prova Relação Qualidade/Preço Relação Qualidade/Preço Relação Qualidade/Preço Relação Qualidade/Preço 8 7,5/8 7,5 8 8 8/8,5 Grainha Tinto 2008 8/8,5 8 Escala de 1/2 (mau) a 9/10 (excelente) Escala de 1/2 (mau) a 9/10 (excelente) Escala de 1/2 (mau) a 9/10 (excelente) Escala de 1/2 (mau) a 9/10 (excelente) Muito cítrico e mineral, junta a frescura da Quinta dos Ares com o calor de Ervamoira. É bastante elegante e vivo na boca, graças a uma boa acidez, e mostra boa complexidade. Mas tem um pouquinho de álcool a mais, que lhe prejudica o equilíbrio e o torna um pouco pesado. O de 2008 era mais completo. P.G. Vinho de combate do projecto duriense de José Maria Soares Franco e João Portugal Ramos, esta nova marca estreia-se com a colheita de 2009, exibindo um perfil mais jovem e fresco do que a gama Duorum. Os 13,5% de álcool mostram bem a aposta num tipo de vinho menos denso e encorpado e também menos cálido, indo assim ao encontro das preferências actuais do mercado. Sem deslumbrar, é um vinho com uma boa relação qualidade/preço e que procura posicionar-se no mesmo segmento do Esteva (Sogrape) ou do Altano (Symington). P.G. Este branco está certificado como Arinto, mas levou 15% de EsganaCão, o que é permitido por lei. Uma parte do lote fermentou em madeira usada, que serviu mais para oxigenar o vinho do que para o robustecer ou complexar. É um Bucelas interessante, muito mineral e cheio de sugestões cítricas, proporcionando uma agradável sensação de frescura a quem o bebe. P.G. Este é um daqueles vinhos que não escondem a origem. Fiel à tradição duriense dos vinhos de lote, é um tinto cheio e guloso. Está bem balanceado nos seus componentes essenciais, conjugando muito bem a fruta madura, o tostado da madeira, os taninos, o álcool e a acidez. Um belo vinho para a mesa. P.G. Quinta de Sanjoanne Superior 2007 Um branco minhoto com a filosofia Mourinho Pedro Garcias Na região dos Vinhos Verdes, os exemplos de excelência ainda são muito reduzidos e o que continua a fazer escola é a aposta em vinhos baratos e com “agulha (gás carbónico). Os Alvarinho, verdadeira jóia da coroa, são a excepção que confirma a regra, mas excepção ainda maior é o posicionamento assumido por dois produtores com laços de parentesco entre eles e que têm Anselmo Mendes como enólogo consultor: a Quinta do Ameal, de Pedro Araújo, e a Casa de Cello, de João Pedro Araújo. São primos e estão para a região dos Vinhos Verdes como está o treinador José Mourinho para o futebol: com vaidade, um pouco de arrogância até e auto-estima elevada, convencidos de que podem fazer tão bem ou melhor que os melhores do mundo. João Pedro Araújo é o que leva mais longe este “descaramento”. Quando a região, em geral, se mostra incapaz de ultrapassar a fasquia dos cinco euros por garrafa, a Casa de Cello, situada em Amarante, produz um vinho branco, o Quinta de Sanjoanne Superior, com um preço recomendado de venda ao público de 30 euros. O vinho mais barato, da mesma gama, é um verde que custa cinco euros. O Quinta de Sanjoanne Escolha custa 9,5 euros, o espumante 16 euros e o Passi (doce natural) 15 euros. O mesmo proprietário possui a Quinta de Vegia, no Dão, e aqui os preços variam entre os seis euros, para o vinho de entrada, o Vegia, e os 25 euros, para o Quinta da Vegia Reserva. São vinhos que fogem um pouco ao classicismo do Dão, com taninos mais dóceis e uma maior suavidade, mas que surpreendem pela frescura e delicadeza. Os brancos da Casa de Cello rompem ainda mais com as tradições da região dos Vinhos Verdes. Não têm gás carbónico e juntam na sua composição algumas castas “estranhas”, como o Chardonnay e a Malvasia Fina. São vinhos bem trabalhados a partir da vinha. O espumante, o vinho doce e, sobretudo, o branco Quinta Quinta de Sanjoanne Superior 2007 Casa de Cello Amarante Castas: Alvarinho e Malvasia Fina Graduação: 12,5% vol Região: Vinhos Verdes Preço: 30€ Nota de prova 8,5 Relação Qualidade/Preço 8 Escala de 1/2 (mau) A 9/10 (excelente) de Sanjoanne Escolha 2004 (apresenta deliciosas notas químicas de evolução e termina de forma muito fresca e viva) são bastante interessantes. Mas o grande vinho da casa é mesmo o Quinta de Sanjoanne Superior. A colheita de 2007 foi a última a sair para o mercado. Lote de Alvarinho e Malvasia Fina, é um vinho delicadamente floral e sem o exagero de fruta tropical típico da grande casta minhota. Tem uma excelente textura (muita battonage) e mineralidade, boa presença de fruta na boca e uma acidez arrebatadora, que torna o final longo e delicioso. É, de facto, um belo vinho branco, mas o seu preço talvez seja um pouco exagerado. João Pedro Araújo diz que se trata de um “preço psicológico”, destinado a valorizar a região. “Nós fazemos vinhos para competir com os melhores do mundo”, sustenta. José Mourinho não diria melhor.