ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ALPIARÇA DESPACHO Sobre a saída da sala da Assembleia Municipal, na sessão do dia 28 de Setembro de 2015, por parte dos 3 Deputados do TPA e do Vereador da mesma força política. - Na sessão da Assembleia Municipal do dia 28 de Setembro, cerca das 00.05 horas, após a aprovação pelo Plenário da continuidade dos trabalhos, conforme exigência regimental, os 3 deputados do PPD/PSD-MPT (Todos por Alpiarça) Mário Santiago (representante da bancada), Gabriela Coutinho e Paulo Sardinheiro, bem como o Vereador Francisco Cunha, da mesma força Política, abandonaram a sala dizendo em resumo que no dia seguinte era um dia de trabalho e que a sessão da Assembleia deveria ter sido realizada a uma 6ª feira; - É imperioso que os deputados intervenientes nesta saída prematura, os restantes deputados, o público que estava presente na sala, e o público em geral, tenham conhecimento do entendimento do Presidente da Assembleia Municipal sobre este tipo de ocorrências, até porque no passado recente, o então Presidente, Mário Santiago, precisamente um dos deputados que agora se ausentou antes do fim, aplicou uma falta injustificada à então deputada Graciete Brito, do Partido Socialista, por esta também se ter ausentado prematuramente dos trabalhos da Assembleia, já que no dia seguinte precisava de se levantar mais cedo; - Antes de mais convém referir que nada no Regimento ou na Lei estabelece que as sessões se devam realizar ou não, a uma 6ª feira, podendo inclusive realizar-se durante o dia, em horário laboral, até porque no sábado também existe quem trabalhe; - Compete exclusivamente à mesa da Assembleia estabelecer qual o dia em que a mesma se deve realizar; - No anterior mandato, em que a Assembleia era presidida como já foi referido, pelo Deputado Mário Santiago, também se registaram diversas assembleias em vésperas de dias úteis; - No distrito de Santarém várias são as Assembleias que se realizam também durante a semana; - A própria Assembleia da CIMLT, que reúne três representantes de cada um dos Municípios da Lezíria do Tejo, que tem um orçamento significativamente superior ao do concelho de Alpiarça, realiza-se à 2ª feira, à noite; - Um candidato a ser eleito em qualquer órgão político, a qualquer nível que seja, tem de avaliar antes de se candidatar, se reúne condições pessoais e profissionais para o desempenho cabal de suas funções; - Nos casos pontuais de impossibilidade, existe a figura regimental da suspensão do mandato; - Para mais os deputados presentes nas Assembleias Municipais, são remunerados pelo orçamento municipal, com senhas de presença; - Foi notório que a saída destes quatro autarcas, foi exclusivamente uma suposta atitude de protesto contra a decisão legítima daquela sessão realizar-se a uma 2ª feira e contra a deliberação da própria Assembleia na continuidade dos trabalhos após as 24 horas, mais a ver com uma espécie de jogo a que nos habituou esta força política desde o primeiro dia, e menos a ver com eventuais dificuldades físicas, até porque realizam-se apenas cinco sessões ordinárias durante o ano; - Foi uma atitude premeditada e concertada entre todos os eleitos da mesma força política; - A Assembleia Municipal terminou por volta das 00.45 horas, ou seja, 40 minutos após a saída destes autarcas do movimento “Todos por Alpiarça”. No entanto, o atual Presidente da Assembleia Municipal não injustifica estas ausências, nem tão pouco as justifica, simplesmente não as considera como faltas; - Não concordamos com as razões apresentadas pelos elementos do PPD/PSD-MPT (Todos por Alpiarça), no entanto, em democracia a discordância relativamente às ações da Mesa da Assembleia ou do seu Presidente é legítima, o método utilizado para manifestar essa discordância, esse sim, foi excessivo e censurável, para além de pouco responsável; - O abandono da Assembleia Municipal, dos 4 elementos do PPD/PSD-MPT (Todos por Alpiarça) foi uma atitude lamentável, de falta de respeito democrático perante decisões legítimas e perante os restantes deputados eleitos em representação do Povo; - No entanto, esse comportamento não deixa de ser um ato político, criticável sem dúvida, mas não deixa de ser um ato político; - Um suposto protesto que envolveu premeditação e concertação; - Contudo não pode haver oposição a uma atitude política, através de um ato administrativo, de injustificar uma falta; - Assim, como sempre acontece, os atos políticos, apenas podem e devem ser avaliados, eventualmente penalizados, pelo povo através do voto; - As sessões das Assembleias Municipais continuarão a ser marcadas para o dia que se entender mais conveniente para o Município, por quem tem a legitimidade para o fazer; - Este tipo de pressões, pretensamente provocadoras, inaceitáveis, não surtirá o mínimo efeito, antes pelo contrário; - Uma minoria de Deputados, e minoria porque foi essa a vontade do povo de Alpiarça, não pode pretender ser ela a escolher o dia em que a Assembleia se vai realizar; - Os senhores deputados farão como melhor entenderem, sobre a sua continuidade na sala ou sobre a saída da Assembleia, sendo certo que todo o ato tem uma consequência, e como diz o povo, as ações ficam com quem as pratica; - Proceda-se à emissão das senhas de presença destes quatro autarcas que não cumpriram a Assembleia na totalidade, os quais poderão receber os respetivos montantes, se assim o entenderem; - Este Despacho aplicar-se-á a situações semelhantes, em Assembleias futuras, até ser revogado; - Contudo, irão ser pedidos pareceres sobre este assunto a outras entidades, com competência jurídica para o efeito. O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL Alpiarça, 14 de Outubro de 2015 (Fernando Rodrigues Louro)