TRABALHO DE RECUPERAÇÃO / PORTUGUÊS - 1º ANO INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 03. O DESCONSOLO DA PERDA Betty Milan* Por que Dom Quixote de la Mancha é um dos romances mais lidos do mundo? Possivelmente porque o herói só se deixa governar pela fantasia. Nós nos identificamos com o personagem porque ele não quer saber da realidade. Como os personagens de Gabriel García Márquez não querem. Desconhecem inteiramente o limite entre o imaginário e o real. Quem leu Cem Anos de Solidão não se esquece de José Arcadio Buendía, "cuja desatada imaginação ia sempre mais longe que o engenho da natureza e até mesmo além do milagre e da magia". Ele acreditava que era possível desentranhar ouro da terra com um lingote magnético. O leitor também deve se lembrar da mulher de Buendía, Úrsula, que depois da morte do marido continuou a encontrá-lo no castanheiro onde ele passou amarrado os últimos anos da sua vida. Úrsula ia ao jardim lamentar a sorte dos seu descendentes, chorar no ombro do marido e se consolar. No povoado dos Buenía os morto morrem sem morrer. Por isso, o romance arrebata e, mais que isso, consola. O nosso maior desconsolo é a perda do ser amado. Só superamos a tristeza quando entendemos que perder não é sinonimo e não ter. Que quem morreu já não está no mundo, mas pode existir em nós. Fazer o luto é entender que a morte não anula a existência e que, sem estar, o morto ainda está. Isso requer tempo. Tanto mais tempo quanto menos ritualizada é a despedida. Nas sociedades em que existe o culto ao ancestral, a morte não deixa quem perde inteiramente desprotegido como na nossa sociedade. Entre nós, evita-se falar da morte e não se tem tempo para a tristeza, o que nos expõe mais ainda aos efeitos negativos dela. Nada é pior do que a tristeza recalcada, de ação sorrateira e consequências imprevisíveis. Quem não chora o seu morto e não é consolado pelos vivos fica sozinho com a perda. Num certo sentido, é marginalizado. Por outro lado, quem não tem tempo para o sofrimento alheio não pode ter relações de amor ou de amizade. E, assim, isola-se também. Os personagens de romance encontram soluções mágicas para os seus dramas. Já nós somos obrigados a aceitar a realidade. Mas nada nos impede de aprender com os personagens a usar a nossa imaginação para viver melhor. No caso do luto, isso significa rememorar: o encontro, a solidariedade, o tempo feliz vivido na companhia do outro. Rememorar em vez de lamentar a falta. Só chora continuamente a perda do amado ou do amigo quem não acredita na própria morte. Ou desacredita o tempo, porque se ilude pensando que a vida não passa. Veja, 1º de setembro, 2010, p. 164. *Psicanalista e escritora. QUESTÃO 01 Para a autora, identificamo-nos com personagens de livros como Dom Quixote ou Cem Anos de Solidão porque A) devemos, como esses personagens, desvincularmo-nos da realidade e viver num mundo de fantasia. B) eles desconhecem inteiramente as fronteiras entre a imaginação e a realidade. C) eles utilizam frequentemente a fantasia, a imaginação, necessárias para entendermos e aceitarmos certos acontecimentos de nossa vida. D) tais personagens praticam ações sobre-humanas. QUESTÃO 02 Segundo o texto, para superarmos as perdas de pessoas queridas È necessário, EXCETO A) fazer de conta que eles não morreram ou não nos abandonaram. B) cultuarmos não a perda, mas a rememoração daquilo que foi vivido juntamente com essas pessoas. C) realizar o tempo do luto, da exposição dos sentimentos de forma interativa. D) saber superar o choro e a lamentação permanentes. QUESTÃO 03 É CORRETO afirmar a respeito das ideias desse texto: A) O uso da imaginação no ato de rememorar as perdas È prejudicial porque nos deixa permanentemente ligados a elas. B) Os efeitos negativos da tristeza recaem sobre nós como consequência do fato de nos esquivarmos a falar da morte ou da tristeza. C) Solidarizar-se com alguém que sofreu uma perda é uma forma enganosa, falsa de manter laços de interação com o outro. D) O texto inicia-se com uma questão a respeito de Dom Quixote porque o tema predominante nele é as relações entre literatura e imaginação. Leia a charge e reponde às questões de 04 a 06. QUESTÃO 04 Uma ironia consiste em poder dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. A ironia contida na charge exibe o contrário daquilo que é dito e aquilo que podemos pensar ao (A) compararmos a linguagem verbal de um personagem e a linguagem não verbal caricatural. (B) observarmos a sarcástica linguagem verbal de um personagem. (C) percebermos a contradição das duas linguagens expostas nos dois personagens: verbal e não verbal. (D) observarmos a linguagem não verbal colocada de forma sarcástica no fato caricatural. (E) identificarmos o tipo textual utilizado na fala de um personagem: argumentação (Boa notícia!). QUESTÃO 05 O discurso presente na fala do primeiro personagem – Boa notícia! –, conforme a imagem da charge, pode ser inferido pelo leitor do jornal, de acordo com a ironia das dificuldades financeiras presentes em toda sociedade, (A) como boa situação, deixar de pagar o IPTU com aumento. (B) como má situação, por ser impossível deixar de pagar o IPTU. (C) como boa situação, por não possuir algo estabelecido para pagar o IPTU. (D) como má situação sempre vivenciada, pagando ou deixando de pagar o IPTU. QUESTÃO 06 A charge apresentada pretende, pelo humor, transmitir aos leitores do jornal (A) a crise financeira relacionada ao aumento do IPTU (Imposto sobre a propriedade Predial e Territorial Urbana). (B) a crise política e financeira relacionada ao imposto brasileiro instituído pela Constituição Federal, em que a incidência se dá a respeito da propriedade urbana. (C) a crise financeira que envolve, provavelmente, uma das tensões familiares: o fato de ter ou o fato de não ter uma propriedade predial e territorial. (D) a crise financeira que traz como consequências desemprego generalizado, alterações dos preços, depreciação de valores, perdas de propriedades etc. QUESTÃO 07 Analise o texto publicitário a seguir: Revista Veja, Ed. 2328, p. 89, 03 jul. 2013. Os verbos alugue, colecione, escreva e viaje estão flexionados no modo verbal imperativo afirmativo. Esse recurso é comum em textos publicitários, pois se trata de uma estratégia de A) educação. B) interesse. C) persuasão. D) respeito. INSTRUÇÃO: Leia o próximo texto para responder à questão. Código Virtual Para a geração que cresceu em frente ao computador, escrever por códigos é tão natural quanto falar. Abreviações como vc (você) e pq (porque) são usadas dezenas de vezes enquanto os internautas batem papo. As abreviações assustam os puristas do idioma. E até entre os viciados em internet há quem abomine esse linguajar. Um grupo do Fóruns PCs, uma comunidade de discussão virtual, lançou a campanha Eu Sei Escrever, a fim de moralizar a língua portuguesa. A turma tem uma comunidade no Orkut destinada a combater o que ela chama de “analfabetismo virtual”. Mas para a linguista Maria do Carmo Fontes, da PUC-SP, a linguagem de internet tem sua razão de ser. “Cada contexto vai permitir a criação de uma nova linguagem”, opina. “Se a ideia é ser mais ágil, é justo que se criem novas palavras e abreviações”. A linguista chama a atenção para os contextos: “internetês” só serve num chat ou numa mensagem de celular. Até em e-mail deve ser evitado. (RUBIN, Débora. Código virtual. Revista Época. Rio de Janeiro: Editora Globo, 19/09/2005, p.72. Adaptado) QUESTÃO 08 A palavra “internetês” pode ser considerada: a) um eufemismo. b) uma hipérbole. c) um neologismo. d) uma ironia. QUESTÃO 09 Leia os textos a seguir, correntes nas redes sociais, e assinale a alternativa CORRETA sobre eles. Texto 1 Texto 2 a) Ambos os textos são oportunos para discutir que as variedades linguísticas se adéquam a cada situação e devem ser respeitadas. b) Ambos os textos exemplificam variedades de registros linguísticos que se moldam de acordo com o grau de formalidade. c) O Texto 1 ilustra o fato de que a ortografia é uma convenção que deve ser seguida, e o Texto 2 representa o raciocínio segundo o qual a língua varia para se adaptar a mudanças culturais. d) O Texto 1 relaciona a palavra “agente” à expressão “a gente” por serem homófonas, e o Texto 2 apresenta uma série de estrangeirismos que impedem, a um falante do português, a compreensão dos propósitos comunicativos da tirinha. QUESTÃO 10 Leia a charge a seguir. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=49936>. Acesso em: 20 out. 2013. Para manter o mesmo contexto e o mesmo objetivo da charge, o vocábulo “honestando” pode ser substituído pelo vocábulo A) “equivocando”. B) “honrando”. C) “iludindo”. D) “preservando”. QUESTÃO 11 (amarildocharge.wordpress.com. Acesso em 2/9/2013.) De acordo com o texto, NÃO se pode afirmar: A) Ter atendimento médico no país tornou-se uma questão de sorte. B) Para se ter um atendimento médico adequado no país, há que se ter o máximo de sorte. C) Com a chegada dos médicos cubanos, o atendimento nos postos de saúde deixou de ser uma questão de sorte. D) Já representa sorte ter atendimento de um médico brasileiro sem especialização. As questões 12, 13 e 14 referem-se à tirinha de humor a respeito de um dos itens da Reforma Ortográfica – grande alteração no sistema ortográfico de uma determinada língua entre os países lusófonos (comunidade dos países de Língua Portuguesa) – com o período de adaptação marcado até 2012. Disponível em: http://orbitaz.net/jokers/category/tirinhas/. Acesso em: 11 dez. 2009 – adaptado. QUESTÃO 12 No intuito de manter o costume prioritário com a Reforma Ortográfica, escreva o conceito da regra de acentuação adotada, conforme exemplos mostrados na tirinha acima. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ QUESTÃO 13 Cite 5 (cinco) vocábulos (palavras) que recebem a mesma reforma ortográfica caracterizada pela mesma mudança de regras de acentuação apresentada pela tirinha. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ QUESTÃO 14 Explique a inferência na ironia – instrumento que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, além de poder gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor – identificada no pensamento de um dos personagens: “Mocreia, então, é todo final de semana.”. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ QUESTÃO 15 Numere as palavras da primeira coluna conforme os processos de formação numerados à direita. Em seguida, marque a alternativa que corresponde à seqüência numérica encontrada: ( ) aguardente 1) justaposição ( ) casamento 2) aglutinação ( ) portuário 3) parassíntese ( ) pontapé 4) derivação sufixal ( ) os contras 5) derivação imprópria ( ) submarino 6) derivação prefixal ( ) hipótese a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 b) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6 c) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6 d) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 QUESTÃO 16 O item em que a palavra não está corretamente classificada quanto ao seu processo de formação é: a) ataque - derivação regressiva b) fornalha - derivação por sufixação c) acorrentar - derivação parassintética d) casebre - derivação imprópria QUESTÃO 17 A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de composição é: a) passatempo - destemido - subnutrido b) pernilongo - pontiagudo - embora c) leiteiro - histórico - desgraçado d) cabisbaixo - pernalta - vaivém