POR QUE A GRANDE MÍDIA NÃO MOSTRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO MÉXICO? descubra acessando o Centro de Mídia Independente (CMI): www.midiaindependente.org protesto no consulado do México em São Paulo barricada de sacos de areia em Oaxaca resistência da população diante das tropas enviadas pelo governo mexicano para reprimir a revolta social Revolta popular no México O Estado de Oaxaca, México, vive dias de insurreição pacífica e organização popular. Em contrapartida, também é cenário de violência e repressão política, que já resultou em muitos feridos e mortos. O início deste processo data de 22 de maio, durante manifestações de professores que exigiam aumentos salariais, entre elas uma marcha de 70 mil pessoas. Em resposta à reivindicação da categoria, o governador Ulises Ruiz adotou a tática da repressão contra os professores, causando imensa indignação no povo de Oaxaca. Camponeses e indígenas aderiram aos protestos e formaram a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), exigindo a destituição de Ulises. E não parou por aí, a APPO reivindica que Oaxaca seja gerida pelo próprio povo, através de assembléias populares. A repressão só aumenta a cada dia, tendo assassinado muitas pessoas, entre elas Brad Will, jornalista do Centro de Mídia Independente (CMI). O presidente mexicano Vicente Fox e o governador Ulises Ruiz estão dispostos a acabar com o movimento popular de Oaxaca com mais violência, enviando soldados para o Estado. Jornalista o Centro de Mídia Independente é assassinado por páramilitares pró-governo mexicano Brad Will era norte-americano, colaborador da imprensa independente no Brasil e na América Latina e aliado dos movimentos populares. Ele acompanhou de perto nos últimos anos todos os acontecimentos importantes do continente: as mobilizações contra os organismos multilaterais em Fortaleza e Quito; a resistência do movimento sem-teto em Goiânia; as mobilizações dos Aymara em El Alto, na Bolívia; os piquetes e as assembléias populares na Argentina e, finalmente, a comuna de Oaxaca, no México. Brad estava perseguindo a história do nosso continente e sua morte é de uma injustiça dolorida. Toda morte parece inexplicável para os que ficam, mas a morte de um jovem, a morte por assassinato e a morte pelos ideais é especialmente imperdoável. Ele estava cobrindo uma barricada organizada pela APPO quando ela foi atacada por paramilitares ligados ao governo. Fotos do jornal local El Universal e as próprias imagens registradas por Brad antes de morrer permitiram a identificação dos assassinos. A morte de Brad não deixa de ser digna das opções que fez. Brad morreu tentando mostrar ao mundo o que a mídia empresarial não mostra; morreu apoiando os companheiros de Oaxaca que estão construindo a democracia direta; morreu na América Latina que é onde estavam as suas esperanças. Se pudesse ter escolhido um lugar, uma causa e uma circunstância, possivelmente teria escolhido morrer assim: em Oaxaca, na América Latina; na defesa do processo revolucionário e com uma câmera na mão. floripa_CMI na rua nº 34