UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Departamento de Letras e Artes Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural Especialização em Estudos Literários JOÃO BOSCO DA SILVA ([email protected]) CANTOS E CANTARES, de HELENA PARENTE CUNHA Fichamento Feira de Santana 2012 1 Na orelha do livro: Num momento cíclico, a água e a luz comparecem no primeiro e no derradeiro poema cantos e cantares. Pág. 13 14 14 15 15 16 16 17 Texto Cantos e cantares (...) se destaca pela permanente renovação estética e temática, esta poesia, madura e elegante que ora é apresentada, revela-se mais do que nunca profunda e íntima. (...) está organizado em quatro partes que se articulam entre si (...) parece potencializar ora um sentido ora outro, mas com nítido destaque para a visão e o olfato. A primeira intitulada “Cantos de uma viagem de Frankfurt a Paris passando pela primavera”, é também a maior, com vinte e seis poemas. A segunda “Cantos de uma viagem entre mim e comigo” tem dezesseis poemas. A terceira, “Cantos de uma viagem por esquinas passando por meninos e relógios”, seis poemas. E, a quarta, “Cantares de água e luz”, seis poemas. (...) dedicado cada parte, e cada poema, a uma pessoa de seu círculo de amizade ou de sua família (...) (...) abre lugar para um destinatário que, mesmo singular, se identifica no pronome mais plural de seus leitores. Na primeira parte, no deslumbramento da primavera, a profusão de cores e flores (...) No périplo diante de quadros famosos, como a Mona Lisa que vai merecer quatro poemas (...) Na segunda parte (...) apontamos alguns poemas, e, meio a tantos inspirados momentos poéticos. e Enfim, na quarta parte (...) instala-se um sentimento de aconchego e paz interior (...) “Cantos de uma viagem de Frankfurt a Paris passando pela primavera”, A partir daqui até a página 98, eu vou destacar palavras dos poemas. 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 34 35 36 37 38 39 40 Metamorfoses: “primavera, cerejeiras, revelações, metamorfoses, vento e da luz, começava ali”. Indícios: acrescento, somo, pétalas e cores e pólens, odores. Quintal: azaléias, macieiras em flor, girassóis, primaveras. Efemeridade: vegetal, magnólias, pétalas e pistilos, perfumes. Amor-perfeito: cores, matizes, lilás, pólen, raízes. Amanhecer: despertei, vermelhos, jardim, flores da cerejeira. Fábrica anterior mente de tecidos: cor-de-rosa, pessegueiros, flores em flor. Caminhos: descida, subida, carvalhos e pinheiros. Parque: verdes, vermelhos, azuis. Policromia: azaléias, policromias. Tulipas: tulipas, cores, primaveras. Mandala: acordei, claro-escuro, Certezas no entanto: desejos, imersões, ressurgir, certeza, incerteza. Síntese?: miragens, cores destes verdes, jardim Desperto, espelhos, morrer é devagar. Delirando com Van Gogh: paisagens, espelho, amarelos, tintas, infinito vazio. Bailarinas de Degas 1: luminosidade. Bailarinas de Degas 2: alçam voos. (para Myriam Fraga) Monet? : penetro na paisagem, relva, neblina, pinéis, luz. (Para Rosana e Aleílton Fonseca) 2 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Girassóis de Van Gogh: girassóis, amarelos, em chamas. Visões: Jardim de Luxemburgo: fechavam, abriam, verdes, folhas, raízes, seiva, renova, coloridos, caracóis. Mona Lisa 1: O olhar de Mona Lisa, casulo, existo. Mona Lisa 2: silêncio. Mona Lisa 3: fundo, começo, olhares, invisível, ver. Mona Lisa 4: olhar e Notre Dame: raízes, vozes, primavera, mistério, azuis, oculto, silêncio. “Cantos de uma viagem entre mim e comigo” 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 Efêmero dia: horas, anoitece, jardim, outrora, tempo. Etapas: o olhar, os sinais, o sorriso, oculta. Ausência, espirais. Corpo de vidro: vidro, visível, memória é ilusão, oscilo, vacilo a negação oculta transparência. Cajueiro 1: cajueiro, ramos, curvo, verde, sementes e frutos. Cajueiro 2: ramagens, sinto, pensar, folha, raiz, planto, terra. Espera: Vidro, cores, penso, sorriso, silêncios, corpo. Canto de chegada: chego, silêncio, fundo, vidro, flor, lilás, violeta. Canto de não saber: Tempo, meio, invisível, luz, rio, certeza, estrela, pupila, iluminada. Ângulo, estreita, raiz, digo, saber, perguntar. Menos eu: somo, multiplico, caio, sombra. Cajueiro 3: vinha, chegava, tronco, folhas, ficar, raiz, descia, subir, cajus. Verde, lâmpadas, estrelas. Intermezzo: hora cai, chegar, folha. Busca 1: o sol, memória, ir, vir, recuar, envergar, seguir, fechadas, lua, luzes. Começo, fim. Busca 2: buscando, viajei, espelhos, abismo, perder, imagens, caminhos, perigo, limite, ganhei, perdi, fim, final. Sinopse: aqui, casulo, retrocedo, ali, reconheço, pés. Canto de Amor 1: noite, luar, sinos, vento, flores, noite, lua, cheiro, cio. Canto de Amor 2: cheiro, flor, noite, janelas, cheiros, florada, passos, tempo. “Cantos de uma viagem por esquinas passando por meninos e relógios” 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 Tempo e espaço da cidade: hora, rua, lugar, aqui e lá, depressa, até. Referenciais: relógios, folhas, trilhas, atalhos, espaço, tempo. Moonlight: esquinas, pés, terra, luzindo, ouro, Brancos, sinos, cantos, lua. Do ônibus sequestrado e de suas reféns: medo, janelas, ar, fogo, gritos, Memória, igreja, fugi, sempre, corpos, peito. Medo, peito, morri. Menina uma: dia, canto, esquina, qualquer, cheiro, invisível, rosto, desprezo, Tempo, aromas, cheiro, corpo, canto, esquina. Doze passos parados na corrida do tempo: tempo, ângulos, encurvados, boas horas, do dia, da noite, manhã, espelhos, reflexos. Hora, pele, poros, esquina, sigo, na vertigem, meia-noite, meio do dia. 3 86 87 88 89 Caminhar, hora, parar, prosseguir, ilusão, relógios. Palavras, vestígios, sinais, invisível, sem tempo, silêncio, estrelas, simetria, relógio. Relógio, triangularmente, calendário, tempo, memória, olhar, via, ouvia, sino, horas, outrora. Acredito, horas, vida, fugir, ponteiros, triângulo. “Cantares de água e luz” 93 Água e luz 1: Corpo, sangue, galgo, água, olhos, braços. 94 Água e luz 2: água, joelhos, subir, descer, pedra. 95 Água e luz 3: silêncio, velas, ergo, rumo, estilhaços, água, joelhos. 96 Água e luz 4: luz, pele, água, subo, cabelos, escuridão, água, soma, sopro, outra. 97 Água e luz 5: luz, seguro, cair, água, horizonte, pupilas. 98 Água e luz 6: subida, lavarei, água, lentamente, luz. 101 a PÓSFÁCIO: (Antônio de Pádua Dias)-Destaca o não uso as iniciais maiúsculas 104 para não confundir a expressão com o arquétipo, embora a alusão feita seja essa. (...) Explorando o território da prosa e da poesia, bem como a do ensaio (...) de cores, de sons, de sentimentos que causam às vezes, dó, raiva, paz (...) uma liturgia artística (...) em seus textos imagens (...) clássicos como Mulher no Espelho (1985), As doze cores do vermelho (1988), Cem mentiras de verdade (1985), A casa e as casas (2ª edição – 1998), Vento ventania, vendaval (1998), e Os provisórios (2ª edição – 1990) (...) com sonoridade lírica, que possa dar sentido a vida dos que são arrolados no contexto criado. O distanciamento se mostra (...) trilha os caminhos do visual, da audição (ao gênero canto, como analogia às cantigas – uma tradição milenar) e do olfato, orbitando em torno da primavera e suas flores. A autora foge do experimentalismo visual, para atingir a maturidade tão buscada pelos concretistas. Este livro tem a natureza mais relacionada ao conteúdo do que à forma, inclusive com as imagens, fazendo alusões a obras de pintores importantes (Van Gogh, Degas, Monet), atualizando conhecimento e visão da estética parnasiana do final do século XIX. REFERÊNCIAS: CUNHA, Helena Parente. Cantos e cantares – Poemas. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 2005