Prezado Aluno,
O Projeto “Nova Friburgo Cultural”, desenvolvido pelo Instituto IDEIAS com o
financiamento do Programa Monumenta do Ministério da Cultura / UNESCO, surgiu como um
desdobramento do Plano de Marketing para o Turismo de Nova Friburgo, ação realizada em
2004 pelo IDEIAS e parceiros locais.
O “Nova Friburgo Cultural” tem como premissa o incentivo ao Turismo Cultural e
todas as suas atividades são desenvolvidas a partir do patrimônio arquitetônico e paisagístico
da Praça Getúlio Vargas, principal eixo urbano de Nova Friburgo, ponto de encontro da
população e dos turistas, inscrita sob o n° 50 do livro arqueológico, etnográfico e paisagístico do
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, desde 4 de julho de 1972.
Além de contribuir significativamente para conscientizar a população friburguense
sobre a importância de preservar, conservar e recuperar os recursos culturais existentes,
permitindo a sua utilização de forma adequada, por meio de implementação de um turismo
centrado sobre a qualidade da informação, da importância e da diversidade cultural, o projeto
também busca promover o desenvolvimento de alternativas de geração de renda e emprego,
criando condições para a promoção de uma sustentabilidade econômica, social e cultural de
Nova Friburgo.
Assim é que dentre as atividades previstas, realiza-se o curso de Aperfeiçoamento
de Guias de Turismo da comunidade friburguense com o apoio do SEBRAE e da TURISRIO,
parceiros neste projeto e incentivadores do turismo em Nova Friburgo.
Esperamos que esta apostila seja facilitadora da construção do conhecimento e que
sirva de referencial permanente, atendendo as necessidades e expectativas dos participantes,
aperfeiçoando-os e atualizando-os com informações fundamentais sobre a história, a cultura, a
geografia e o meio ambiente de Nova Friburgo, contribuindo na melhoria contínua de seu
desempenho profissional.
Acreditamos Esperamos como conseqüência desta ação a especialização das
atividades de turismo receptivo realizadas por esses guias de turismo e pelas agências de
turismo, facilitando a captação de grupos de turistas com interesses diferenciados e
incrementando assim o desenvolvimento turístico local.
A Coordenação
Quanto maior
e mais competitivo se torna o turismo,
mais autênticas para os turistas
tornaremos nossas culturas.
John Naisbitt – Paradoxo Global
2
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Sumário
Apresentação
3
A formação profissional e o turismo
4
O Guia de Turismo
4
Objetivos e Conteúdo do curso
4
Atividades
5
Avaliação
5
Referências Bibliográficas e Internet
6
Plano de aula
8
Vertente 1 – História
10
Vertente 2 – Cultura e Patrimônio Cultural
25
Vertente 3 – Meio Ambiente e Patrimônio Natural
46
Anexos
O Projeto Nova Friburgo Cultural
55
Atividade em equipe
56
Avaliação do curso
57
3
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Apresentação
A formação profissional e o turismo
Sabemos que hoje no mundo, 1 em cada 9 trabalhadores está direta ou
indiretamente empregado no universo de viagens e turismo.
Há alguns anos atrás a escassez de mão-de-obra qualificada, a ineficácia de ações
de treinamento, a falta de conhecimento de idiomas, de informática, e de serviços de
atendimento eram apontados como as principais deficiências do setor em sua busca por uma
qualidade do produto turístico.
Verificamos nos últimos anos que este quadro vem se alterando, seja por uma
maior oferta de cursos e instituições voltadas à profissionalização, seja pela conscientização
do empresariado quanto ao diferencial necessário à competitividade do mercado.
A formação do profissional de turismo cada vez mais está voltada à interação dos
aspectos teóricos e práticos, nas diversas frentes de serviços existentes, com um forte
componente de interdisciplinaridade, exigindo de alunos e facilitadores uma gama de
conhecimento mais amplo - da história a geografia, da economia a administração, passando
obrigatoriamente pelo conhecimento de idiomas, pelo conhecimento do patrimônio cultural e
natural, pelas relações interpessoais e pela psicologia. Afinal, o turismo envolve diretamente o
sentimento e as expectativas das pessoas.
Adaptabilidade – esta é a palavra-chave do profissional do futuro:
Ö adaptar-se
a entornos profissionais, a estilos e métodos de trabalho dentro de
diferentes contextos econômicos e geográficos.
Ö adaptar-se a entornos sócio-culturais, compreendendo hábitos de consumo,
costumes e gostos das diversas nacionalidades e tipos de turistas, porém dentro de
parâmetros internacionais de atendimento.
Ö adaptar-se as expectativas dos clientes, atendendo as necessidades concretas do
mercado com ações rápidas de planejamento e oferecimento de bons serviços.
Ö adaptar-se a novas tecnologias, a novos canais de comercialização, a novos hábitos
de compras, que surgem em nosso dia-a-dia, a uma grande velocidade.
Somente a prática do dia-a-dia, aliada ao conhecimento teórico irão garantir a
valorização do profissional.
A atividade do turismo não aceita mais o amadorismo. Num mercado altamente
competitivo, cada vez mais especializado, disputado turista a turista, país a país, cidade a
cidade, não são mais admissíveis aventureiros e pára-quedistas. Cabe aos profissionais do
setor, ocuparem o seu espaço.
4
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Apresentação
O Guia de Turismo
Como única profissão regulamentada no setor de turismo, conforme determina a Lei
nº 8.623, de 1993, regulamentada pelo Decreto nº 946, de 1º de outubro de 1993, os Guias de
Turismo são os profissionais credenciados e habilitados pelo Ministério do Turismo para
atuarem no acompanhamento de turistas em todo o país, de acordo com a especificidade de
sua formação.
Dentre as atribuições do Guia de Turismo destaca o acompanhamento, a
orientação e a transmissão de informações a pessoas ou grupos em visitas e excursões
urbanas, municipais ou especializadas, atuando como um relações públicas responsável pela
boa impressão que o turista venha a ter do destino turístico.
Capacidade de liderança e iniciativa, a motivação dos grupos sob sua condução, o
conhecimento do local visitado, o conhecimento teórico e prático das atividades realizadas e a
capacidade de agir em casos de emergência, prestando pronto atendimento a seu grupo em
qualquer situação são características fundamentais que se espera em um profissional
habilitado para atuar.
Além destas características o bom profissional tem como atributo o respeito e a
preocupação com a preservação da cultura e do meio ambiente e, por conseguinte dos
monumentos históricos, museus, parques e outros atrativos turísticos para os quais esteja
conduzindo o seu grupo.
Objetivos e conteúdo
A temática do Curso de Aperfeiçoamento de Guias de Turismo de Nova Friburgo
vem ao encontro da dinâmica do mercado atual e da necessidade de se dinamizar as práticas
turísticas na cidade, promovendo uma maior permanência do turista no local.
Sob esse foco, o curso foi estruturado em vertentes temáticas, distribuídas em três
módulos temporais, cada qual com uma carga horária de 40 horas/aula, distribuídas em aulas
teóricas e visitas técnicas aos principais atrativos e pontos turísticos de Nova Friburgo.
As vertentes temáticas são: história, cultura e meio ambiente nas quais estão
inseridos os seguintes conteúdos:
Ö Vertente História:
Nesta vertente focalizaremos as origens históricas de Nova Friburgo, desde o
decreto de imigração dos primeiros colonos suíços em 1818, e o contexto de seu
desenvolvimento até os dias atuais. Também será dado destaque a fatos e a personalidades
históricas relevantes e a instituições que contribuíram para a formação social e econômica de
Nova Friburgo.
Ö Vertente Cultura:
Nesta vertente apresentaremos a diversidade cultural de Nova Friburgo, resultado
da miscigenação de diferentes etnias que representam a realidade cultural da cidade e de seus
habitantes. Destaque maior será dado ao patrimônio cultural de Nova Friburgo,
5
representado por suas edificações, tombadas ou não, e pelas atividades culturais,
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Apresentação
patrimônio imaterial identificado pela presença das diferentes colônias de imigrantes que se
fixaram na região.
Ö Vertente Meio Ambiente:
Nesta vertente refletiremos sobre a importância do uso sustentável do patrimônio
ambiental e a visão econômica da atividade turística. Abordaremos também a segmentação do
mercado turístico e o meio ambiente e as questões relacionadas as práticas em áreas naturais
e cuidados básicos de segurança e de guiamento. Também será dado destaque ao patrimônio
natural de Nova Friburgo.
Atividades
Foram definidas as seguintes atividades...
Ö Aulas teóricas, realizadas em espaço de sala de aula, com utilização de recursos multimídia
e com a presença de professores-facilitadores, capazes de atuar junto aos participantes na
construção do conhecimento necessário ao aperfeiçoamento profissional a que cada um se
propõe.
Ö Visitas
técnicas, cujo objetivo é permitir aos participantes conhecerem in loco as
informações repassadas pelos professores-facilitadores, em especial sobre os atrativos
turísticos de Nova Friburgo.
Ö Atividade em equipe, a ser desenvolvida ao final do curso, estruturada de forma a permitir a
produção de um trabalho que represente a apreensão do conhecimento transmitido aos
participantes.
Avaliação
Os participantes serão avaliados em razão da freqüência ao curso, tendo a
obrigatoriedade de 75% de presença às aulas, registradas em lista de presença assinada
diariamente na presença do professor-facilitador.
Porém o aperfeiçoamento profissional implica em uma reflexão sobre as principais
dificuldades vivenciadas pelo profissional de forma a buscar caminhos capazes de suprimir as
mesmas, permitindo não só o adensamento do conhecimento, mas a melhoria no desempenho
pessoal. Desta forma, realizaremos uma auto-avaliação com os participantes ao final do
curso, avaliando as contribuições trazidas pela implantação do Projeto Nova Friburgo Cultural e
os possíveis reflexos em sua vida profissional.
6
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Apresentação
Referências bibliográficas:
As seguintes referências orientaram os professores-facilitadores na construção do
material disponibilizado nesta apostila e servem como referências complementares ao
aprendizado para os participantes do curso:
A Terra Fluminense, de 1820, reeditado por Osmar Castro
ALBERTI, Verena. Relatório regional da pesquisa em Nova Friburgo, mimeografado, Rio de
Janeiro, 1980.
ARAUJO, José Raimundo De & Mayer, Miguel Jorge (Coordenadores): Teia Serrana: formação
histórica de Nova Friburgo. Rio de Janeiro. Ao Livro Técnico, 2003.
COSTA, Ricardo Gama da. A caminho do Paraíso: Galdino do Valle Filho e o projeto liberal
burguês da Nova Friburgo republicana. História, Ciências e Saúde. Manguinhos. Rio de
Janeiro, Volume 9 (1): 79-104, jan-abril. 2002.
COSTA, Ricardo Gama da. Visões do paraíso capitalista: hegemonia e poder simbólico na
Nova Friburgo da República, in: Dissertação de Mestrado, Niterói, UFF, 1997.
FERREIRA, Marieta de Moraes (Coord.)- A República na velha província, Rio de Janeiro, Ed.
Rio Fundo, 1989.
FIORILLO, Celso Antônio, Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 7 . ed. São Paulo : Saraiva,
2006.
FORTE, Ana Maria e Giolito, Osvaldo. Plano de marketing para o Turismo de Nova Friburgo.
SEBRAE, 2004.
JACCOUD, Raphael Luiz de Siqueira. História, contos e lendas da velha Nova Friburgo. Nova
Friburgo: Múltipla Cultural, 1999.
JACCOUD, Raphael Luiz de Siqueira. Os Colonos. Nova Friburgo: Múltipla Cultural, 19...
Jornal Século XXI: meses 8,9,10 e 11/05 e 5/06.
MAYER, Jorge Miguel – A trajetória de uma colônia de imigrantes na província do Rio de
Janeiro, Niterói, Mim, 1993.
MINISTÉRIO DO TURISMO, Manual de criação e organização de grupos voluntários de busca
e salvamento de turismo de aventura. Brasília: Ministério do Turismo, 2005.
MINISTÉRIO DO TURISMO, Regulamentação Normalização e Certificação em Turismo de
aventura, relatório diagnóstico. Brasília: Ministério do Turismo, 2005.
NICOULIN, Martin. A Gênese de Nova Friburgo – Emigração e colonização suíça no Brasil
(1817-1827). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1995.
SEBRAE RJ, Turismo ecológico Rio de Janeiro. Rio de janeiro, SEBRAE/Isto é.
TSCHUDI, J.J – Viagem às províncias do Rio de Janeiro e São Paulo, Companhia
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
7
Apresentação
Editora Nacional, 1943.
Informações também se encontram disponíveis na Internet nos seguintes sítios:
http://www.gnfcnf.org.br
http://www.guiafriburgo.com.br
http://www.jgaraujo.com.br (J.G. Araújo Jorge)
http://www.novafriburgocultural.com.br
http://www.pitoresco.com.br (Albert Guignard)
http://www.pmnf.rj.gov.br
http://www.turisrio.rj.gov.br
http://www.visitenovafriburgo.com.br
http://www.wikipedia.org
8
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Plano de Aula
Módulo 1: 18 a 26 de setembro
Dia
Tema
18/09
O Projeto Nova Friburgo Cultural
Turismo em Nova Friburgo
19/09
História da colonização de nova
Friburgo
As colônias
20/09
A influência das colonizações na
cultura friburguense
21/09
A Praça Getúlio Vargas desde o
projeto até os dias atuais
Monumentos da Praça Getúlio
Vargas
22/09
História da colonização de nova
Friburgo até à Praça Getúlio Vargas
25/09
Prédios Históricos: arquitetura e
história – antigo Fórun, Oficina
Escola de Artes, Centro de Arte,
Usina Cultural”
O Barão de Nova Friburgo, história e
lendas – Nova Friburgo Country Club
26/09
O uso dos bens ambientais em
proveito do turismo
O turismo sustentável como
atividade econômica
Módulo 2: 2 a 9 de outubro
Dia
Tema
02/10
Os colégios Nossa Senhora das
Dores e Anchieta
A vocação educacional de Nova
Friburgo; arquitetura dos prédios do
Anchieta, Nossa Senhora das Dores,
IENF e Fundação Getúlio Vargas
03/10
IENF e Fundação Getúlio Vargas
Praça das Colônias
04/10
Os acervos friburguenses
Turismo de aventura e sua
importância para Nova Friburgo
05/10
Pró-Memória e o resgate da história
de Nova Friburgo; uma história de
cultura
Fachadas históricas
06/10
Igrejas
A importância da segurança em
guiamento no meio ambiente
09/10
A vocação cultural de Nova Friburgo
e a Praça Getúlio Vargas como palco
Facilitador
Ana Maria Forte
Osvaldo Ramalho
Maylon Adame
Edna Santos
Edna Santos
Jeany Amorim
Edna Santos
Maylon Adame
Jeany Amorim
Jeany Amorim
Marco Azevedo
Heberson Lamblet
Facilitador
Maylon Adame
Jeany Amorim
Maylon Adame
Edna Santos
Edna Santos
Marco Azevedo
Heberson Lamblet
Jeany Amorim
Edna Santos
Maylon Adame
Marco Azevedo
Heberson Lamblet
Jeany Amorim
9
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Plano de Aula
Módulo 3:
Dia
16/10
17/10
18/10
19/10
20/10
23/10
16 a 23 de outubro
Tema
Personalidades na história de Nova
Friburgo
Grupos de teatro, Folias, ateliês e
outras manifestações populares
Personalidades na história de Nova
Friburgo
Bandas Euterpe e Campesina
Trovas e datas festivas
Desenvolvimento Sustentável
Facilitador
Maylon Adame
Jeany Amorim
Maylon Adame
Edna Santos
Edna Santos
Marco Azevedo
Heberson Lamblet
Jeany Amorim
Edna Santos
São Pedro, Lumiar e Mury
Sanatório Naval – história e
atualidade
Campo do Coelho e Amparo
Maylon Adame
Estatuto da cidade / planejamento
Marco Azevedo
urbanístico ambiental
Heberson Lamblet
Apresentação do trabalho proposto durante o curso
10
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: História
I - História da colonização de Nova Friburgo
Em 1818, a Suíça e o Brasil encontram-se para realizar um brilhante projeto,
magnífico desde a sua origem: a fundação de Nova Friburgo.
A Suíça passava por dificuldades devido às
guerras napoleônicas, e precisava expurgar parte de
sua população. O Brasil, com o Rei D. João VI que
deseja romper as amarras da escravidão, necessitava
de homens e mulheres que sabiam trabalhar em
liberdade. Os ideais, tanto suíços como brasileiros,
caem como uma luva, formulando o projeto de
instalação de uma colônia de suíços destinada a dar
vida às terras de Cantagalo. Cabia aos suíços povoar e
fazer prosperar a região ainda pouco habitada.
O projeto da colonização partiu da Suíça, em
1817, marcando o início da colonização estrangeira em
nosso país.
Suíça Terra da Miséria
Com a queda de Napoleão,
restabelece-se
a
paz
e
a
independência, contudo a série de
calamidades prossegue. 1816 foi
um ano de miséria, desemprego,
fome e mortes.
Debilitados
pelas
carências
alimentares e sofrimentos físicos,
homens e mulheres adoecem e
morrem.
Por iniciativa de um agente do Cantão de Fribourg, Nicolau Sebastião Gachet, foi
solicitada a D. João VI a concessão de terras para as famílias dos suíços. A proposta inicial
seria que essas famílias se instalassem em terras no sul do país, mais precisamente em Santa
Catarina, contudo foram empreendidas negociações com a monarquia portuguesa resultando
alterações na proposta de Gachet.
Em 1818 foram feitos os acertos finais, quais
sejam: o financiamento do translado, a doação de
sementes e animais, construção de casas destinadas aos
colonos, pagamento de subsídio aos colonos. O Rei
assumia a direção direta da colônia, através da nomeação
de um inspetor da Colonização Estrangeira Monsenhor
Pedro Machado Malheiros Miranda e de um diretor da
colônia.
O Brasil aceita financiar a
imigração de 100 famílias. Em
junho de 1819 mais de 2 mil
suíços preparam-se para a
viagem.
Configurava-se um projeto inovador de colonização, ao invés de uma colônia de
exploração, com base em grandes propriedades e escravidão, voltada para o comércio
exterior, uma colônia de povoamento, a partir da mão de obra livre.
Em 16 de maio de 1818 o Rei D. João VI assinou o decreto que permitia o
estabelecimento de uma colônia suíça no Brasil nas terras de Cantagalo, região esparsamente
habitada por portugueses e negros.
Em 1819, depois de difícil viagem em
sete veleiros, chegam os suíços instalando-se na
Fazenda do Morro Queimado. Um ano depois a
colônia passa a chamar-se Vila de Nova Friburgo,
porque a maioria provinha do Cantão de Fribourg.
URÂNIA
Em 12 de setembro, o navio Urânia
zarpou da Holanda. Em 30 de
novembro ancorava na Baía de
Guanabara. A travessia custou vida de
25% dos colonos embarcados, ou seja
107, é porcentagem superior a dos
navios negreiros.
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
11
Vertente: História
Em 1824 chegam imigrantes alemães, que se reúnem e acampam por várias
semanas no encontro dos rios, hoje Praça Marcílio Dias. Neste espaço ficaram até que as
acomodações se definiam, em sua maioria, casas abandonadas por famílias de suíços que
emigraram para terras mais quentes em busca de minério e plantações maiores.
Quando os 342 alemães chegaram encontraram cerca de 512 suíços, a
proximidade cultural e até de idioma de algumas famílias, além da afinidade européia ajudou a
vencer as diferenças religiosas, entrelaçando as famílias.
Logo após estas duas grandes imigrações, no começo da colonização, chegaram
os italianos, espanhóis, portugueses, libaneses e japoneses. Os casamentos entre as famílias
imigrantes dão continuidade à vida e ao desenvolvimento local.
Em 1890, Nova Friburgo passa à categoria de cidade, tornando-se conhecida pelo
seu clima, suas belezas naturais, sua hospitalidade, sua história e cultura atraindo cada vez
mais novos povos. A chegada do trem e da eletricidade traz também as fábricas, o comércio
diversificado, o progresso.
O século XX trouxe as grandes indústrias, os colégios, os prédios, o
desenvolvimento do turismo, a melhoria nas estradas e da infra-estrutura da cidade, colocando
Nova Friburgo em lugar de destaque no Estado.
II – As colônias
Suíça
Em 1816 os suíços começaram a emigrar devido as péssimas condições de vida
existentes então em seu país. Durante as guerras napoleônicas, a Suíça serviu de passagem
às tropas francesas que devastavam as magras colheitas. Em 1819 os imigrantes suíços
fundam a colônia na Fazenda do Morro Queimado.
A idéia era criar uma próspera colônia modelo. Em 1820 a colônia passa a chamarse Vila de Nova Friburgo, porque a maioria dos imigrados era do Cantão de Fribourg. E a
persistência vai trazendo frutos. Com o passar dos tempos casas antigas foram derrubadas
dando lugar a novas. A colônia aniversaria em 1 de agosto, dia da unificação da Confederação
Helvética.
Alemanha
Quando as primeiras colheitas da colônia suíça fracassaram, alguns colonos
procuraram terras mais cultiváveis. O Imperador do Brasil D. Pedro I envidou esforços para
salvar o projeto de seu pai. Determinou a contratação de colonos alemães, agricultores, para
vir para Nova Friburgo.
Em 1911, Peter Julius Ferdinand Arp adquire por transferência o contrato para o
fornecimento de energia elétrica e iluminação pública. A eletrificação da cidade permitiu a
indústrias e acelerou o progresso da cidade. A colônia comemora sua data em 3 de outubro,
dia da reunificação da Alemanha.
África
Remonta o ciclo do ouro, século XVIII, as primeiras noticias de negros fugidos de
Minas Gerais e Rio de Janeiro para quilombos na região atual de Nova Friburgo. À época da
chegada dos suíços já existia um quilombo em Lumiar. Geralmente é pouco divulgada a
participação de povos africanos na formação do Brasil moderno. A história oficial prefere falar
na escravidão de um modo geral sem entrar em detalhes. Ignora-se assim o modo
12
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: História
como chegaram, seus costumes, sua cultura etc. Os negros tiveram uma ampla participação na
colonização de Nova Friburgo, considerado como um colonizador. A colônia comemora sua
data em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares.
Portugal
Nova Friburgo é considerada a primeira cidade de colonização não portuguesa do
Brasil. Ainda assim, é indubitável a contribuição e a presença dos portugueses em toda a sua
história, notada nos costumes de origem portuguesa, nas festas juninas, folia de reis e
procissões religiosas. A Fazenda do Morro Queimado pertencera ao português Lourenço
Correia Dias.
Ao longo dos anos foram chegando novos imigrantes portugueses do continente e
das ilhas de Açores e da Madeira. A data é comemorada em 10 de junho, data da morte de
Camões.
Itália
Desde 1870 já se faziam presentes na cidade diversas famílias italianas. Os
registros históricos contam que os primeiros vieram dos Apeninos, Veneto e Norte da Itália,
posteriormente vieram do sul, da Calábria, Campagna e região central. Inicialmente dedicaramse à alfaiataria, relojoaria, sapataria, funilaria, venda de jornais etc. Nova Friburgo comemora o
dia da Itália em 2 de junho, dia em que foi proclamada a República naquele país.
Espanha
Os espanhóis chegaram no final do século XIX. As primeiras famílias, além de se
dedicaram ao comércio, trouxeram indústrias de cerâmica. A chegada das indústrias têxteis
acarretou a chegada de novos imigrantes espanhóis que dominavam as técnicas de fabricação
de tijolos e construção civil. A colônia aniversaria em 12 de outubro, data do descobrimento da
América.
Líbano
Os primeiros libaneses chegaram à Nova Friburgo por volta de 1895, destacandose imediatamente no comércio. Não era para menos, já que o comércio surgiu com os fenícios,
ancestrais dos libaneses, que navegaram por todos os mares, do Mediterrâneo até ao
Atlântico. Dentre os aspectos relevantes da influência libanesa em Nova Friburgo está a
culinária, perfeitamente integrada a nossa mesa e a religiosidade. A colônia aniversaria em 22
de novembro, data em que o Líbano, em 1945, alcançou plena soberania.
Japão
A presença japonesa em Nova Friburgo começou em 1927, quando aqui chegou o
engenheiro agrônomo Tohoro Kassuga, nascido em 8 de outubro de 1892 e que chegou ao
Brasil no navio Santos Maru. Com sua família estabeleceu-se na zona rural e dedicou-se ao
plantio de caqui, fruta até então desconhecida na região.
13
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: História
III – Educação em Nova Friburgo: a história e a importância dos colégios
No século XIX a Vila de Nova Friburgo já possui algumas escolas. Com o advento
da República aprofundou este quadro, com a presença de colégios católicos, masculinos e
femininos que se dedicavam a formação integral do individuo (educacional, moral e religiosa) e
atendiam não só a população friburguense e arredores, mas de todos os Estados da
Federação, educando jovens para exercerem papéis de destaque no cenário nacional.
Escolas
Colégio Friburguense
Lyceo Nacional
Colégio Anchieta
Colégio Braune
Externato América
Colégio das Dorotéias
Externato Santana
Externato Carvalho
Fundação
1891
1880
1886
1864
1893
Clientela
Tipo
Meninas
Internato/externato
Meninos
Internato/externato
Meninos
Internato
Meninas
Internato/externato
Meninos
Externato
Meninas
Internato
Meninas
Externato
Misto
Externato
Fonte: Indicador Fluminense, 1898,pp 92-3
Colégio Anchieta
Santo Inácio de Loyola e a Cia de Jesus
Aos 12 de abril de 1886 o
Colégio Anchieta recebia seus primeiros
alunos. Eram sete: quatro de Nova Friburgo
e três do Rio de Janeiro
Santo Inácio era espanhol, nascido numa
família de nobreza campesina em 1491. Loyola
é o Castelo que dá nome à família e ao
lugarejo na Espanha. Seu pai se chamava
Beltrás Yanes de Oñaz Y Loyola e sua mãe
Marian Sáens de Licona Y Loyola. Tiveram
sete filhos e quatro filhas. Aos oito anos de
idade, sua mãe morreu. Aos catorze anos foi
para a casa de parentes e tornou-se pajem de
príncipes e princesas. Foi educado como os
jovens de sua época, aprendeu letras e boas
maneiras, apreciava romance de cavalaria e
tomava parte em torneios e festas de vaidade.
Combateu em diversas campanhas como
oficial sob bandeiras do Rei da Espanha.Numa
batalha em Pamplona foi atingido por uma bala
de bombarda, que lhe feriu gravemente a
perna, enquanto estava em convalescença
converteu-se ao Cristianismo e desejou seguir
a Cristo
Anos mais tarde, depois de já ter estudado
filosofia e latim, em 1528 iniciou seus estudos
teológicos em Paris. Junto com outros
universitários surgiu uma grande família: A
Companhia de Jesus, aprovada pelo Papa
Paulo III em 1540.
Inácio descobre o valor dos seminários e
colégio para formação cristã da juventude,
esperança de um mundo melhor que tanto
desejava.
O Colégio Anchieta, para sua
instalação conseguiu a aprovação do
Imperador D. Pedro II e da Princesa
Imperial D. Isabel.
Aprovado os projetos pelos
superiores da Ordem receberam o encargo
de executá-lo Pe. Lourenço Rossi, cujo
talento prático muito contribuíra para a
função do Colégio S. Luis, em Itu. O mestre
Vicenti Prosperi, hábil físico, químico, pintor
e escultor, do qual o Colégio Anchieta
conserva muitas obras.
O edifício escolhido foi a casagrande da antiga fazenda e sesmaria do
Morro Queimado, que pelos colonos suíços
foi apelidada de “Chateau”, nome que
ainda perdura entre o povo friburguense.
Mas o velho casarão embora ampliado, foi
se tornando insuficiente: os alunos, que no
fim do primeiro ano eram 39, foram
crescendo rapidamente e a o alvorecer do
novo século já se beiravam dos 200.
Impunha-se a construção de um novo
prédio, o atual.Sua primeira pedra foi
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
14
Vertente: História
lançada no dia 1º de janeiro de 1902, na presença de números das personalidades, entre as
quais o Conde de Nova Friburgo e os Barões de S. Clemente e Duas Barras.
A construção prolongou-se por alguns anos sob a direção do arquiteto Francisco
Vidal Gomes. No início do século XX apresentava-se assim o Colégio Anchieta como ainda o
vemos. Sobre o verde escuro da mata projeta-se sua massa de um amarelo palha com três
pavimentos, 18 metros de altura e uma área de 5.000 metros quadrados. Mais de 100 janelas
externas, a sóbria ornamentação em seu estilo neoclássico, dão ao vasto edifício um senso de
serena elevação, simbolizada nas estátuas da Fé e da Ciência.
No saguão passado o átrio com as estátuas de Santo Inácio e do Beato Anchieta,
projetam-se num espaço de 88 metros quadrados as duplas rampas das escadas, todas de
peroba em puro encaixe. Particularmente grandioso é o salão de atos com 42 metros de
comprimento, 9,5m de altura e 12 m de largura, ricamente decorado e pintado por A. Mecozzi;
seu pano de boca, obra de Pe. Prosperi representa a última visita de Pe. Anchieta, em 1594,
quando assistiu a construção da fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
1ª Fase – Internato (1886 – 1922)
Nos 37 primeiros anos do primeiro período, os do Internato, foram 3015 os alunos,
dos quais 1627 favorecidos com gratuidades.
Entre os alunos que depois se tornaram celebres destacam-se Sobral Pinto,
Almirante Amaral Peixoto, os senadores Mozar Lago e Arhtur Bernardes Filho, Carlos
Drumonnd de Andrade, os Drs. Vilhena de Morais e Bandeira Vaughan, os padres Gentil,
Leonel Franca, Sabóia de Medeiros, Vioti e Aguiar.
2ª Fase – 1923 – 1966
Neste segundo período o Colégio Anchieta abrigou três comunidades distintas. A
primeira o curso de Filosofia, depois Faculdades Eclesiásticas, reconhecida pela Santa Sé,
finalmente Faculdade Civil de Filosofia, ciências e Letras, reconhecida pelo Governo Federal
em 1955
A segunda comunidade era constituída pelo noviciado e juniorado, aquele
destinado a formação ascética dos jovens religiosos e este à formação humanística dos jovens
jesuítas.
A terceira comunidade, a Escola Apostólica, continuava de algum modo a vida do
antigo Anchieta. Acolhia em regime de internato alguns alunos do curso secundário com
vontade de ingressar depois na Companhia de Jesus
3ª Fase – Externato (1966-hoje)
Em 1950, a comunidade religiosa do noviciado deixava definitivamente Nova
Friburgo transferindo-se curso primário em edifício expressamente construído perto da rua para
facilitar o acesso dos pequenos alunos.
Em março de 1966, a faculdade de filosofia mudava-se para s. Paulo, capital.
Em 1969 é aberta escola também para as meninas estudarem.
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Vertente: História
Colégio Nossa Senhora das Dores
O Colégio Nossa Senhora das Dores era a principal escola normal em Nova
Friburgo. Surge por sugestão do Pe. Yabar, reitor do Colégio Anchieta, visando suprir a
carência na formação de moças.
As irmãs chegaram em 1893, com ânimo da nova missão que estavam
empenhadas. Faltando 4 dias para completar um mês da chegada das Irmãs á Nova Friburgo,
que se dera a 14 de junho, tendo já sido redigido o programa do Colégio, começaram a chegar
as primeiras alunas.Desde o inicio o colégio funcionou como internato e externato, era
exclusivamente feminino e católico. Em 1897 a irmãs Dorotéias adquirem o prédio do Hotel
Central e nele instalaram o colégio.
Havia uma preocupação não só em formar professoras, mas em formar mulheres
com habilidades para o lar, tornado religiosas, obedientes, recatadas, instruídas.
Ginásio / Colégio Nova Friburgo
O Ginásio Nova Friburgo da Fundação Getúlio Vargas foi inaugurado em 1950 por
Luiz Simões Lopes que após uma viagem pela Europa resolve criar um colégio aproveitando a
metodologia aplicada em colégios europeus.
O espaço escolhido foi um prédio construído para o funcionamento de uma cassino
nas montanhas do Parque da Cascata.
Depois de reformas e adaptações o prédio estava pronto para abrigar seus
primeiros alunos, vindo de todos os cantos do país.
O Colégio Nova Friburgo encerrou suas atividades em 1977.Hoje, no prédio do
colégio funciona um campus da UERJ. A Associação dos Antigos alunos, professores e
funcionários mantém um Museu e o Centro de Memória.
IV - Igrejas
Os traços do poderio das Igrejas podem ser percebidos nas construções e cruzeiros
sempre em lugar de evidência, lugar de destaque. Em Nova Friburgo não é diferente. Há
presença da Igreja em toda parte, nos salões de artes, casarões e casebres.
No decreto assinado por D. João VI, ele assumia a responsabilidade na construção
de Templos para o culto religioso, ou seja, o Estado ficaria com a responsabilidade de construir
os templos. Num primeiro momento, o “Chateau” era o lugar onde eram realizadas as
celebrações. Contudo o “Chateau” já estava muito deteriorado e necessitava da construção de
um prédio novo que abrigasse as celebrações e reuniões políticas que eram realizadas.
Em 1822 uma autorização permitiria a edificação de oratórios. Esses oratórios
deveriam ter altares para dizer a missa, lugares decentes e separados do uso doméstico e
profano.
Em 1861 o Procurador da Província Antônio Clemente Pinto (Comendador e
futuro Barão de Nova Friburgo) comprou um terreno de Guilherme Salusse, na Praça
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16
Vertente: História
principal.
Em 1969 é inaugurada a Igreja Matriz, hoje Catedral de São João Batista.
No período republicano foi proibido o desvio de dinheiro para construção de igrejas,
a partir daí a construção seria responsabilidade dos fiéis. Se até esta época só existiam apenas
as capelas de S. Pedro da Serra (1864), a Matriz, atual Catedral (1869), num curto espaço de
tempo surgiram novos templos, a Capela do Santíssimo Sacramento (1892), a Capela da
Sagrada Família de Nazaré (1899), a Capela do Sagrado Coração de Maria, S. Pedro e S.
Paulo (1909), a Capela de São Sebastião de Lumiar (1911) e a Capela de Nossa Senhora do
Rosário (1911).
V - A história dos Distritos
Campo do Coelho – 3º Distrito
Desmembrado do 1º Distrito, pelo decreto nº 1809, de 25 de janeiro de 1924,
somente passou a denominar-se Campo do coelho em 1938, até então adotava o nome de
Terras Frias. Fica apenas a 16 km do centro urbano de Friburgo.
Em Campo do Coelho fica sediada a Associação Fribourg-Nova Friburgo, com o
Museu da Colonização Suíça, a Queijaria Escola e a Chocolataria Escola.
Amparo – 4º Distrito
Amparo pertencia ao município de São José do Ribeirão, sendo integrado a Nova
Friburgo em 1911.
O nome Amparo vem da época da Inconfidência Mineira (1792), quando lá se
refugiou o sargento Jerônimo de Castro, compadre e companheiro de José Joaquim da Silva
Xavier – o Tiradentes, na conspiração. O nome foi dado por Jerônimo, pois lá se julgava livre,
amparado das perseguições.
Mury
A tranqüilidade e segurança propiciam ao visitante a oportunidade de desfrutar
agradáveis e saudáveis momentos, oferecendo assim uma vivência diferenciada, em estreito
contato com a natureza.
Com seus restaurantes típicos, Mury tornou-se referência gastronômica, oferecendo
os mais variados pratos, regionais e internacionais, bem como delicatessen, com seus
amanteigados, queijos, doces caseiros, além das lojas de artesanato, decoração e empórios de
produtos naturais.
O Circuito Gastronômico Sabor Mury é o portal de entrada da cidade de Nova
Friburgo, situado no coração da Mata Atlântica, a maior biodiversidade do planeta.
Lumiar
Lumiar foi colonizada entre 1819 e 1822, por suíços que vieram ocupar a Colônia
do Morro Queimado, hoje município de Nova Friburgo, RJ. Seu nome é uma homenagem ao
pequeno vilarejo português de Lumiar, hoje pertencente a Lisboa, cujo significado é
17
"lume, fogo, brilho". As terras do Vale do Macaé tinham, anteriormente à chegada dos
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Vertente: História
colonos suíços e alemães, algumas fazendas pertencentes a luso-brasileiros e quilombos, o
que indica um povoamento da região muito anterior ao que se imaginava.
Insatisfeitos com as terras de Morro Queimado, muitos colonos
abandonaram a colônia e partiram em direção às nascentes, rumo ao Vale do
Macaé, formando posteriormente os povoados de Lumiar, São Pedro da Serra, Boa Esperança,
Benfica e adjacências. Criado a 6 de abril de 1889, Lumiar é um dos mais antigo distritos de
Nova Friburgo.
Os colonos suíços foram pioneiros na ocupação, tendo sido seguidos pelos
alemães a partir de 1824. Posteriormente foram chegando italianos, libaneses e outros. Com
uma produção de subsistência e cultivo do café, o modo de vida interiorano (cavalos como
meio de transporte, fogão de lenha e lamparinas, economia assentada em recursos locais)
perdurou até a chegada da energia elétrica em 1985 e a ampliação e asfaltamento da RJ-142
ou Estrada Eugênio Guilherme Spitz (Mury-Lumiar), que tiraram a região do isolamento.
A música Lumiar, do cantor e compositor Beto Guedes, ajudou a lançar Lumiar
como região turística ainda na década de 1970.
São Pedro da Serra
Fundada em 1822 por colonos suíços no seu deslocamento para leste, após
chegarem à Fazenda do Morro Queimado, hoje cidade de Nova Friburgo.
Escolheram o nome de São Pedro em homenagem ao Imperador D. Pedro I e
assim que se instalaram às margens do Rio São Pedro, construíram a primeira igreja da região,
a hoje igreja de São Pedro..
A Festa de São Pedro, padroeiro da vila, é comemorada em São Pedro da Serra
todo o ano no dia 29 de julho, e faz parte do calendário de eventos da Secretaria de Turismo
do município de Nova Friburgo.
A igreja de São Pedro, como instituição, foi criada logo depois que os suíços
fundaram a vila. Mas, somente em 1864, foi edificada por Francisco Philippe Boechad e pelo
povo do lugar, sendo inaugurada em 1865; houve a doação do imóvel à igreja de São Pedro
em 31 de agosto de 1907. É o mais antigo templo católico do município de Nova Friburgo.
São Pedro da Serra e toda a região tiveram constantes migrações, principalmente
durante as décadas de 60, 70 e 80 do século passado, culminando com um grande
desenvolvimento na década de 90, com a chegada de mais famílias que escolheram a
localidade para construir suas casas de veraneio ou residências, vindos principalmente, do
município do Rio de Janeiro, Niterói e seus entornos.
VI - Personalidades
Mão de Luva
Lendário português que aqui viveu. Bateou o ouro em Cantagalo, aldeia que
fundou. Contrabandeou metais preciosos, juntamente com pedras preciosas. Deu guarida a
escravos fugitivos e proteção aos índios que ali viviam.
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Vertente: História
Diz a lenda que D. Maria, a “ Rainha Louca”, não suportou e enlouqueceu ao
saber da morte de “Mão de Luva”, por quem nutrira um grande amor.
D. João VI
Imperador, que se lança em audaciosa política de desenvolvimento econômico e
transformações sociais. Em 16 de maio de 1818, assina o decreto imperial declarando que o
Brasil e a Suíça se uniriam na criação de uma cidade, acolhendo indivíduos que buscavam
uma nova vida e não com a intenção de explorar seus recursos naturais.
Sébastien Nicolas Gachet
Diplomata de Fribourg. Segue para o Rio de Janeiro com a missão de propor à
corte de D. João VI uma leva de imigrantes para o Brasil. Responsável pela vinda dos suíços.
Era um homem de negócios, realizando todas as negociações entre a suíça e o Brasil.
D. Vitalina
Conviveu com a nobreza, o luxo e os prazeres da boa mesa. Incentivou o
movimento republicano em Nova Friburgo, apesar de ter participado do último Baile do Império.
Abriu os salões de sua casa para que o povo friburguense pudesse apreciar boa música e
obras de arte. Ajudou a formação de músicos da Banda Campesina Friburguense. Lutou pela
preservação das praças da cidade e pela criação de jardins e pomares públicos defendia a
praça como a Catedral dos Eucaliptos e desejou que Nova Friburgo ficasse conhecida como a
capital das flores e da música. Morava em um casarão na Praça Getúlio Vargas, demolido para
construção do Friburgo Shopping.
Maximilian Falck
Pioneiro da era industrial de Nova Friburgo provocou o surto de progresso
verificado até os dias de hoje. Em 1890, Nova Friburgo é elevada a categoria de cidade. Nesta
mesma época é fundada a Fábrica Ypú, que por anos foi símbolo da economia local. Ele,
alemão, convidou Julius Arp, proprietário de indústrias de Santa Catarina, que instalou sua
Fábrica de Rendas em Nova Friburgo.
Julius Arp
Foi Julius Arp quem trouxe a energia elétrica para Nova Friburgo, com a construção
de uma usina hidroelétrica. Encontrou resistência de muitos que tentaram retardar ao máximo a
implantação de seu projeto. Mas na noite de 17 de maio de 1911, conhecida como “Noite do
Quebra Lampiões”, a população se revoltou quebrando os lampiões instalados na praça. Assim
foi instalada a energia elétrica na cidade em 24 de junho de 1911, inaugurada também a
Fábrica de Rendas Arp.
Galdino do Valle
Galdino, nascido a 24 de setembro de 1879, filho de um político do município, o dr.
Galdino Antonio do Valle, também médico, pertencente a uma família de fazendeiros
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Vertente: História
em Sapucaia, começou sua vida pública com notoriedade, de um lado por ser filho de um
político renomado, de outro por ser médico em uma região carente
Em 1909 é eleito vereador, destacando-se, no mesmo período concorreu para a
Assembléia Legislativa, obtendo êxito e acumulando os cargos de vereador e deputado
estadual, uma vez que não havia incompatibilidade. Mais tarde foi eleito prefeito e depois
deputado federal, época que aprovou a lei que instituía o dia da criança. Foi responsável pela
construção da imagem de Friburgo, como uma cidade de progresso e da civilização avançada.
Humberto El-Jaick
Humberto El-Jaick foi advogado, professor, jornalista, poeta e político. Nasceu em
1922, em Nova Friburgo e veio a falecer em 3 de julho de 1990. Sua existência foi marcada por
lutas incessantes, dedicada à justiça e igualdade entre os homens.
Como político ingressou no PTB, liderando a famosa Campanha pela Legalidade.
Deputado eleito em 1963, participou efetivamente das comissões de Justiça, Educação e
Cultura da Câmara dos Deputados. Durante o golpe militar de 1964 foi preso e cassado (1966),
tendo seus direitos políticos suspensos por dez anos, sendo, inclusive, impedido de exercer o
magistério.
Anistiado, refundou o PTB ao lado de Leonel Brizola e, posteriormente, criou o
PDT. Com a eleição de Brizola para o governo do Rio de janeiro, dr. Humberto El-Jaick teve
atuação marcante na presidência de órgãos estaduais como Cerj, Conerj e Jucerja.
Advogado militante, participou ativamente da justiça gratuita, assessoria do Juizado
de Menores e também defendendo o Centro Estadual de Professores do Centro-Norte
Fluminense. Como jornalista dirigiu e editou o jornal A Gazeta de Friburgo e foi redator de
outros jornais e revistas e ainda locutor da Rádio Sociedade de Friburgo. Foi membro e
presidente da Academia Friburguense de Letras.
No exercício do magistério foi o introdutor do ensino secundário gratuito em
Friburgo, fundador do Colégio Rui Barbosa e professor de português, história geral e do Brasil,
didática especial de língua portuguesa e organização social e política do Brasil em diversos
colégios, além de assessor do Ministério da Educação.
Glaziou
Auguste Marie François Glaziou nasceu em 30 de agosto de 1833 em Lannion na
Bretanha França. Formou-se primeiramente em engenharia civil e depois iniciou seus estudos
de Botânica no Museu de História Natural de Paris aprofundando seus conhecimentos em
agricultura e horticultura.
Nessa mesma época se realizavam em Paris as reformas de Haussmann cujo
paisagismo era coordenado por Jean Charles - Adolphe Alphand que viria mais tarde inspirar
Glaziou em seus trabalhos.
Em 1858 a convite, do Imperador Dom Pedro II Glaziou vem ao Brasil para iniciar
um projeto Paisagístico no País com obras como o Parque São Clemente em Nova Friburgo,
os Campos de Santana e São Cristóvão, além de inúmeros jardins e praças entre elas a Praça
Getúlio Vargas em Nova Friburgo que mantém até hoje os eucaliptos plantados pelo
paisagista.
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Vertente: História
A estada e o trabalho de Glaziou no Brasil foram extremamente importantes já que
ele introduziu no país uma reflexão sobre o paisagismo urbano num momento em que praças e
jardins públicos estavam sendo criados.
Glaziou permaneceu no Brasil até 1897 quando foi aposentado, do cargo de diretor
de Parques e Jardins posição que ocupava desde 1869 voltou á França e faleceu em 1906 na
cidade de Bordeaux.
Guinnard
Alberto da Veiga Guignard nasceu em Nova Friburgo onde viveu seus primeiros
anos ao lado dos pais.
No ano de 1906, mergulhado em dívidas e sem perspectiva de melhora o pai de
Guignard faleceu em conseqüência de um disparo não se sabe se acidental ou não de sua
espingarda. Com o dinheiro recebido pela morte do marido, sua mãe conseguiu saldar as
dívidas deixadas por ele e após 1 ano casava-se novamente com o Barão Friendrich Von
Schilgen com quem a família foi viver na Europa, onde Guignard concluiu seus estudos
elementares.
Aos vinte anos, decidiu seguir carreira artística e matriculou-se na Academia de
Munique, onde ficou por cinco anos, tendo vindo ao Brasil em 1924, quando participou do
Salão Nacional de Belas Artes.
Depois disso, viajou novamente para a Europa de onde voltou em 1929, fixando residência no
Rio de Janeiro, onde se empregou como professor de pintura.
A vida de Guignard sofreu uma mudança radical quando o Prefeito de Belo
Horizonte da época, Juscelino Kubitschek o convidou para montar uma escola de artes na
capital mineira, objetivando passar sua visão moderna de arte a pintores mineiros em
ascensão. Foi um casamento perfeito e esta parceria jamais se desmancharia. O pintor viveu
em Minas Gerais desde 1944 até sua morte em 1962, quando a escola recebeu oficialmente o
nome que os alunos sempre lhe deram: Escolinha Guignard.
Lygia Pape
Lygia Pape nasceu em Nova Friburgo em 1929 e se formou em filosofia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, dedicou-se a xilogravura e
tornou-se adepta do abstracionismo geométrico.
Após sua aproximação com o concretismo, Lygia integrou-se ao Grupo Frente
(1954-56) e participou do grupo Neoconcreto (1957-61). Em 1960 participou da exposição
Internacional de Arte concreta em Zurique na Suíça.
Na década de 60 trabalhou com roteiros, montagem e direção cinematográfica. Em
1980 conseguiu uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim e mudou-se para Nova York.
Em 1990 Lygia recebeu da Associação Brasileira de Críticos de Arte um prêmio pela mostra
"Amazoninos".
Em outubro de 2003 a artista comemorou 50 anos de produção com uma mostra
em São Paulo "Noite e Dia".
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Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: História
Precursora da liberdade de trabalhar com materiais diversos, Pape defendia o
envolvimento do espectador com suas obras.
Egberto Gismonti
Filho de pai libanês e mãe italiana, ambos músicos.Egberto Gismonti herdou o
talento dos pais e teve aquela infância clássica quando toda a família é ligada a musica desde
os cinco anos freqüentou o Conservatório de Música de Nova Friburgo. Durante vinte anos
estudou piano com Jacques Klein e Aurélio Silveira e em 1967 ganhou uma bolsa de estudos
em Viena na Áustria mais abriu mão para começar a participar dos festivais. Só depois de
participar do Festival Internacional da Canção foi para a Europa.
Na França estudou com Jean Barraqué e virou regente e arranjador da orquestra
que acompanhava a cantora francesa Marie Laforêt, na Itália fez shows e teve discos lançados
aqui no Brasil, fez trilhas de filmes.
Por influência do choro passou a se interessar pelos diferentes tipos de violão e
instrumentos de cordas. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a dominar sintetizadores.
Hoje concentra sua carreira no exterior.
Clóvis Bornay
Clóvis Bornay era o mais novo de 12 filhos de mãe espanhola e pai suíço, um dono
de loja de jóias em Nova Friburgo. Na sua juventude durante a década de 20, descobre no
carnaval sua grande paixão.
Começou sua carreira em 1937 quando conseguiu convencer o diretor do Teatro
Municipal a instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo
dos bailes de Veneza. Estreou neste mesmo ano sua fantasia intitulada "príncipe Hindu" e
obteve o primeiro lugar. Tornou-se um dos mestres em fantasia de carnaval trazendo sempre
novos elementos em suas fantasias, e acabava ganhando quase todos os concursos que
disputava. De tanto ganhar acabou sendo declarado hors-concours (concorrente de honra não
sujeito a premiação).
Bornay foi carnavalesco das escolas de samba Portela entre 1969 e 1970 e da
Mocidade Independente de Padre Miguel entre 1972 e 1973. Com a primeira escola, ganhou o
campeonato de 1970 (o último conquistado pela Escola) com o enredo "lendas e mistérios da
Amazônia." introduz inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente
fantasiada, sendo conduzida do alto do carro alegórico. Depois disso todas as demais escolas
de samba copiam e tornam o quesito obrigatório.
Ao longo de seus setenta e sete anos de carnaval (69 em desfiles), sempre ele
mesmo participava dos desfiles carnavalesco como destaque.
Algumas de suas fantasias são expostas no Brasil e no exterior. Pela importância
do seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário do estado da Louisiana em
1964 e com a medalha da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em 1966, dada
a personalidades com relevância cultural para a cidade.
VII - Curiosidades
Nas brumas do tempo...
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Vertente: História
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Março de 1808: a Corte de Portugal instala-se no Rio de Janeiro e abre o Brasil ao
mundo.
18 de maio de 1817: Sébastien-Nicolas Gachet, encarregado da missão, pelo Governo
Friburguense, parte para o Rio de Janeiro a fim de negociar a criação de uma colônia
suíça, no Brasil.
2 de maio de 1818: Dom João VI reconhece a neutralidade helvética e nomeia JeanBaptiste Brémond, Cônsul Geral de Portugal e do Brasil, na Suíça.
16 de maio de 1818: Dom João VI ratifica o tratado de colonização.
Abril de 1819: Jean-Baptiste Brémond, de comum acordo os Governos de Fribourg e
de Berna, organiza a navegação fluvial da Suíça ao porto da Holanda.
3 de maio de 1819: Gachet é nomeado Cônsul suíço no Brasil.
14 de junho de 1819: Fribourg distribui as últimas instruções aos colonos.
Junho de 1819: a Suíça se nega a discutir tratado de capitulação militar.
4 de julho e 1819: em Estavayer-le-Lac, 1088 emigrantes de Fribourg, Valais e Vaud
embarcam rumo a Basiléia
3 de janeiro de 1820: o Rei decreta a fundação da vila de Nova Friburgo
18 de fevereiro de 1820: a colônia está completa e conta 1631 pessoas
17 de abril de 1820: inauguração de Nova Friburgo e formação da Câmara Municipal
10 de maio de 1820: colonos começam a desmatar
Dezembro de 1820: demissão de Mons. Miranda
Fevereiro de 1821: colonos enviam missão especial à corte do Rio de Janeiro
Março de 1821: suspensão dos subsídios
26 de abril de 1821: a Família Real embarca para a Europa
08 de dezembro de 1869: inauguração da igreja paroquial
09 de junho de 1873: o trem chega a Nova Friburgo
18 de janeiro de 1890: Nova Friburgo é elevada à categoria de cidade, que já conta com
9.857 habitantes
1911: instala-se a eletricidade em Nova Friburgo
1911: as fábricas alemãs começam a produzir
Salva e fecundada pela rota do café, Nova Friburgo continua a prosperar. Em 1873, o
trem substitui as caravanas de mulas. O Rio de Janeiro não fica mais a 4 dias de
viagens, mas há a 4 horas.
21 de outubro de 1857 – Autorização para o Barão de nova Friburgo, Cândido
José Rodrigues Torres e Joaquim José Santos júnior, para a construção
De uma estrada de Ferro do Porto das Caxias à raiz da Serra de Nova Friburgo
22 de abril de 1860 – Inauguração do trecho
1870 – Prolongamento até a Vila de Nova Friburgo (Mury)
No Hotel Central, em 1873,foi feito um Banquete de Inauguração da Estação
Ferroviária de Nova Friburgo, com a presença do Imperador D.Pedro II – era a chegada
do trem!!!
A estrada de Ferro foi desativada em 1966, e na subida tinha a rampa mais inclinada do
mundo
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Vertente: História
A Desgraça de Gachet
Gachet nunca verá Nova Friburgo. Assim que chega ao Brasil,
cai em desgraça. O Rei recusa-se a recebê-lo e abre inquérito.
As faltas de Gachet são muitos graves: a má organização da viagem
provoca uma longa e desnecessária permanência na Holanda,
tornando-se um calvário para os emigrantes. Além do que, Gachet
rouba o Brasil e os colonos, fazendo pagar o trajeto da Suíça aos
Países Baixos. O cônsul suíço, de comum acordo com Brémond, engana
o Rei, triplicando o número de emigrantes e recrutando protestantes.
Os colonos o denunciam, ameaçando-o de morte e tratando-o
como bárbaro. Brémond também é violentamente criticado pelas
autoridades suíças e perde o título de cônsul.
Praças
15 de Novembro
O plano de arborização e ajardinamento pertence a Glaziou, em 1884 tendo custas pagas pelo
Senhor Barão de Nova Friburgo A Praça está ligada a lenda do Mão de Luva – a descoberta do
tesouro do Mão de Luva. Dizem que o Barão de Nova Friburgo – BNF era também conhecido
como ‘Barão das Notas Falsas’ – dizem que toda vez que ele ia com sua mulher para a
Europa, ela voltava com um barrigão imenso, mas chegava aqui não nascia ninguém... mas
havia um derrame de notas falsas!...
Payssandu
Praça ajardinada, quando Dr. Theodor Gomes era presidente da Câmara Reformada durante a
presidência de Ernesto Brazilio, sob a direção do engenheiro Farinha filho em 1903
Suspiro
Bela praça projetada em 1904 por Farinha Filho.Nesta praça existia uma estátua de
Minerva(Deusa da sabedoria, das artes e da guerra), de mármore, que tem mais de 200 anos,
essa estátua foi encontrada em um fazenda da Serra e doada por Farinha Filho( encontra-se
no pátio da prefeitura)
Símbolos Municipais
Bandeira - A Câmara Municipal através da resolução número 701 de 30 de julho de 1964, cria
a Bandeira do Município de Nova Friburgo. As cores escolhidas para o pavilhão friburguense
foram azul, branco e preta. As cores azul e branca foram provenientes da bandeira do Estado
do Rio de janeiro e a branca e preta, da bandeira do Cantão de Fribourg - Suiça - simbolizando
a imigração dessa localidade em nosso Estado.
Brasão - Brasão (escudo de armas) lembra a topografia local através do rio, as origens da
cidade através das propriedades do Barão de Nova Friburgo (suas armas), as origens étnicas
dos colonizadores vindos da Europa (Fribourg - Suiça) e das figuras notáves da História da
Cidade.
1818 - Ano em que D. João VI autorizou a vinda dos primeiros colonos do Cantão
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de Fribourg - Suiça.
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Vertente: História
1890 - Ano em que foi elevada à categoria de cidade.
Ö Cidade Real – fundada por decreto do Rei D. João VI
Ö Primeira Colônia não portuguesa do Brasil
Ö Única cidade a conhecer os nomes de seus 2006 fundadores.
Ö Possui duas das mais antigas bandas civis do Brasil
Ö Aqui foi fundada a primeira igreja Luterana da América do Sul
Ö Possui dois colégios com mais de cem anos em história de educação
Ö Foi palco do primeiro concerto de Villa Lobos, em 1915, no Teatro D. Eugênia
Ö Recebeu a visita de um imperador, vários presidentes e personalidades de expressão
mundial.
Visitas importantes
Ö
D. Pedro – Esteve em Nova Friburgo em 1873, inaugurando a estrada de ferro que
ligava esta cidade a capital. Neste dia almoçou no Casarão do Barão de Nova Friburgo.
Ö
Nilo Peçanha – Veio duas vezes a Friburgo. A primeira, no Colégio Anchieta em 1904, na
colação de grau dos bacharelandos, quando era presidente do Estado do Rio de Janeiro.
Em 1910 acontece a segunda visita, quando vem inaugurar o Sanatório Naval.
Ö
Getúlio Vargas – Esteve em Nova Friburgo em 24 de novembro de 1932, visitando o
colégio Modelo e o Sanatório Naval. Voltou em 30 de maio de 1943, para a inauguração
da LBA, ocasião em que visitou o colégio Anchieta
Ö
Eurico Gaspar Dutra – Militar e político brasileiro (Cuiabá, 1885 – Rio de Janeiro, 1974)
Foi ministro da guerra de 1936 a 1945, tendo sido responsável pelo envio à Europa da
Força Expedicionária Brasileira, que combateu na Itália em 1944 e 1945. em 1946 foi
eleito presidente da República, cargo que exerceu até 31 de janeiro de 1951. nesse
período, salientaram-se a modernização da estrada de rodagem entre o rio de Janeiro e
são Paulo (Rodovia Presidente Dutra). Esteve em Nova Friburgo em 11 de fevereiro de
1950 para a inauguração do colégio Nova Friburgo, ocasião que visitou o colégio
Anchieta.
Ö
Juscelino Kubitscheck – Realizou o último comício de sua campanha à presidência em
Nova Friburgo, na Praça Getúlio Vargas.
Ö
Cardeal Arcoverde – 1º Cardeal da América Latina. Visitou o Colégio Anchieta em 11 de
agosto de 1900, quando era Arcebispo do Rio de Janeiro, Em outubro de 1904, quando
era Núncio Apostólico, para a festa no Colégio Anchieta, em 11 de dezembro, quando
era Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
I – A Influência das colonizações na cultura friburguense
Em 1890, Nova Friburgo passa à categoria de cidade, tornando-se conhecida por
seu clima, suas belezas naturais, sua hospitalidade, sua tranqüilidade, atraindo cada vez mais
novos imigrantes. A chegada do trem, e da eletricidade vão trazendo as fábricas, o comércio
diversificado, o progresso.
Com o passar do tempo, muito se perdeu da história dessa colonização pioneira no
Brasil (Suíça). Muitos nomes tiveram de ser alterados ou aportuguesados, casas antigas foram
derrubadas e outras erguidas, os descendentes não carregavam mais os sobrenomes dos
antepassados suíços.... em 1977 o 1º encontro suíço Brasileiro relembrou essa colonização e
muitos friburguenses passaram a pesquisar suas raízes.. Em 1985 foi criada pelo Instituto
Fribourg – Nova Friburgo, a Casa Suíça, que mantém cursos de manufatura de queijos e
chocolate artesanal e um posto de venda desses produtos, além de uma biblioteca, auditório e
o memorial do colonizador suíço.
Na bandeira Suíça encontramos a cruz branca em fundo vermelho que simboliza a
democracia, a independência e a solidariedade.
Em 1819, famílias suíças chegam a esta região para fundar uma colônia. Todavia,
alguns colonos procuravam outras terras mais cultiváveis, pondo em risco o projeto de
colonização. Decidido a salvar o projeto de seu pai, o Imperador do Brasil D. Pedro I
determinou a contratação de colonos alemães, agricultores evangélicos de Kirnbecherbach,
para vir juntar-se aos suíços. Em 3 de mio de 1824 chegam 334 pessoas acompanhadas do
pastor Oswald Friedrich Sauerbronn, fundando a primeira comunidade luterana do Brasil.
Em 1873, Nova Friburgo passa a contar com o trem, o que via trazer novos
imigrantes. Em 1911, chega à cidade Peter Julius Ferdinand Arp, que adquire por transferência
o contrato para a conclusão de uma Usina que garantiria o fornecimento de energia elétrica e
iluminação pública da cidade. No começo do séc XX então, os colonos que aqui chegaram
trouxeram os conhecimentos têxteis, mecânicos e metalúrgicos, e influenciaram fortemente os
métodos e disciplina de trabalho da comunidade.
Com o advento da República em 1919, foi adotada a bandeira tricolor horizontal,
preto – vermelho – ouro, cores do movimento de libertação de 1813 e do movimento
insurrecional de 1848.
Os italianos, presentes na cidade desde 1870, inicialmente se destacaram em
alfaiataria, relojoaria, sapataria, funilaria, açougues e venda de jornais. Atualmente os membros
dessa colônia estão presentes em todos os segmentos sócio-culturais e econômicos da cidade.
Sua culinária é inteiramente divulgada por todo o Brasil e aqui não seria diferente, fazendo do
nosso dia-a-dia: pizza, macarrão, caneloni, salame, vinhos, etc. A colônia tem se destacado
pela presença na vida cultural da cidade, com a Sociedade Cultural Dante Alighieri, a Casa
d’Itália com seu Coral Casa d’Itália, cuja fama já transpôs os limites municipais. Outro ponto a
ressaltar é o Museu da Funilaria do Povo, da família Miele.
A bandeira segue o padrão tricolor francês, com as cores verticais verde, branca e
vermelha,d as cores dos uniformes da Guarda Nacional da época da Unificação Italiana.
A chegada de indústrias têxteis acarretou a vinda de imigrantes espanhóis que
dominavam as técnicas de fabricação de tijolos e da construção civil, necessárias à construção
dos prédios das fábricas e das vilas operárias, além de diversos prédios da cidade,
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
sobretudo escolas e igrejas.
Um dos destaques foi Francisco Vidal Gómez, talentoso construtor. Entre suas
obras temos o prédio do Colégio Anchieta, do Colégio Nossa Senhora das Dores, além de
obras na Estrada de Ferro. A cultura espanhola é muito similar à portuguesa, facilitando ao
imigrante espanhol adaptar-se ao dia-a-dia daqui. A religiosidade e a laboriosidade são as
características mais marcantes dessa colônia. Coube também a uma família espanhola, o casal
José e Carmem Ruiz Bolea, o estabelecimento dos primeiros sorvetes e chapéu chinês
(casquinha de sorvete), deliciosos e bem primitivos.
A bandeira espanhola é composta de três faixas horizontais em vermelho, amarelo,
vermelho, com o brasão do Reino de Espanha no centro. O vermelho representa o sangue
derramado na reconquista cristã d península ibérica aos mouros e nas conquistas do novo
mundo. O amarelo representa o trigo de Castela e o ouro da América Espanhola. No brasão
estão representadas a reconquista ibérica, os reinos que formaram a Espanha, as grandes
navegações e a monarquia constitucional espanhola.
A presença dos portugueses em Nova Friburgo remonta as épocas das colônias,
em fazendas da região. Com a chegada dos suíços em 1820, casamentos entre essas famílias
bem assim como com os outros imigrantes que depois chegaram deram continuidade à vida e
ao progresso.
Embora Nova Friburgo seja considerada a primeira cidade de colonização nãoportuguesa do Brasil, é indubitável a contribuição e a presença dos portugueses em toda a
história, notada dos costumes de origem portuguesa, como as festas juninas, folia de Reis e
procissões religiosas. Dentre a Instituições fundadas por portugueses temos a Banda Euterpe –
1863, a Capela de Santo Antônio – 1884 e o Grêmio Português de Nova Friburgo -1933,
existentes até hoje.
A bandeira é bipartida de verde, que representa a esperança e vermelho que
representa a coragem e o sangue português derramado em combate. Conta ainda com a
esfera armilar, que representa a expansão marítima portuguesa e a sua missão criadora de
novos mundos e o escudo que representa em detalhes as batalhas que libertaram Portugal do
domínio árabe.
Os libaneses assim que chegaram em nossa cidade, logo se destacaram no
comércio, não era para menos, o comércio surgiu com os fenícios, ancestrais dos libaneses,
que navegavam e comerciavam por todo o mediterrâneo e até pelo atlântico.
A culinária árabe-libanesa já está perfeitamente integrada à mesa brasileira e
naturalmente o mesmo aqui em Friburgo. O quibe, a esfiha, o tabule, o sanduíche beiruth feito
com pão árabe, são alguns exemplos.
Outro aspecto relevante nesta colônia é a religiosidade. A devoção dos libaneses a
Nossa Senhora é tradicional, remontando aos primeiros séculos da Igreja, pois seus ancestrais
conheceram Maria, mãe de Jesus.
A bandeira libanesa é constituída de uma larga faixa branca horizontal
(representando a neve das montanhas) entre duas faixas vermelhas menores (representando o
sangue derramado pela independência); no centro há um cedro verde. O Líbano também
denominado “País dos Cedros”, é citado na Bíblia como uma terra onde correm o leite e o mel.
Em árabe, Líbano significa leite e em siríaco é sinônimo de brancura.
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
Quando em 1927 chegou a presença de japoneses aqui em Nova Friburgo
(Engenheiro Agrônomo Tohoro Kassuga com sua mulher e dois filhos), estabeleceu-se em
Tingly num sítio, dedicando-se ao plantio do caqui, fruta desconhecida na região. Em 1936
chegou o professor Hideo Kato, que trabalhou no sítio de Kassuga e posteriormente marcou
presença na comunidade, ensinando desenho.
A colônia japonesa mantém viva as tradições de seus antepassados destacando-se
como exímio agricultores e floricultores, onde desenvolveu cultivo de rosas e palmas e várias
hortaliças. Mais tarde outros japoneses trouxeram suas artes marciais, como o judô e o Karatê..
Mais recentemente, vieram os restaurantes típicos trazendo a culinária japonesa com pratos
como o sushi e o sashimi. Outro destaque é a festa da cerejeira quando a colônia se reúne na
área rural para uma festa de confraternização, com muita comida, música, trajes típicos.
A bandeira japonesa é conhecida como hinomaru, palavra que traduzida
literalmente significa “disco solar”. É composta de um grande círculo vermelho num fundo
branco e vem sendo usado como símbolo nacional desde o século XVII.
Os negros foram trazidos para trabalhar como escravos em fazendas locais. Alguns
fugiram e formaram quilombos, como o que existia em Lumiar, anterior época da chegada dos
Suíços.
A contribuição desses colonos iniciou-se nos serviços domésticos, nas plantações
de café e na lavoura em geral, mas também houve trabalhos seus em edificações, inclusive em
cidades vizinhas, como as igrejas de Duas Barras, São José do Ribeirão e Cantagalo, que
foram construídas pelos escravos.
Após a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, começou a luta do negro
pela cidadania, luta esta que persiste até hoje. Os negros começaram a destacar-se na música,
nos esportes e em outras profissões aprendidas no tempo da escravidão e algum
conhecimento trazido da África, como a metalurgia. Vale a pena ressaltar que como em todo o
Brasil, a cultura afro-brasileira está presente em nossa comunidade na moda, na culinária,
crenças religiosas, etc.
A bandeira Pan-africana é constituída por três faixas horizontais: vermelha que
representa o sangue e a vida dos povos negros; negro a raça; verde a esperança de dias
melhores e a natureza, com que a raça negra sempre soube conviver dignamente. Foi
instituída em 11 de novembro de 1983 pelo prefeito Heródoto Bento de Melo, quando foi
estabelecida por decreto que os Povos Africanos, como colonos de Nova Friburgo, seriam
homenageados no dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi.
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
As Colônias em Nova Friburgo
16 de maio de 1818 – D. João VI assina decreto que permite o estabelecimento de uma colônia
suíça no Brasil nas terras de Cantagalo, região já habitada por portugueses e negros.
1819 – Sete veleiros chegam trazendo os primeiros imigrantes suíços.
1820 – A colônia passa a chamar-se Vila de Nova Friburgo.
1824 – Chegam imigrantes alemães e posteriormente: italianos, espanhóis, portugueses,
libaneses e japoneses.
1890 – Nova Friburgo passa à categoria de Cidade
Colônia Suíça
1819 – 261 famílias suíças estabeleceram-se aqui fundando a colônia do Morro Queimado
1890 – Nova Friburgo passa à categoria de Cidade.
1977 – 1º encontro Suíço Brasileiro.
01 de agosto – aniversário da colônia suíça – Dia da Unificação da Confederação Helvética.
Colônia Alemã
03 de maio de 1824 – chegam 334 pessoas acompanhadas do Pt. Oswald Friedrich Sauerbronn
fundando a 1ª Comunidade Luterana no Brasil.
1873 – com a chegada do trem, chegam também novos imigrantes alemães.
1911 – Peter Julius Ferdinand Arp.
03 de outubro – aniversário da Colônia – Dia da reunificação da Alemanha.
Colônia Italiana
Presentes na cidade desde 1870.
Vieram de todas as partes da Itália
Destacaram-se na alfaiataria, relojoaria, sapataria, funilaria, açougue e venda de jornais.
2 de junho – aniversário da Colônia – dia em que foi proclamada a República da Itália (1946).
Colônia Espanhola
Chegada no final do Séc. XIX. Dedicaram-se ao comércio e trouxeram as olarias.
Francisco Vidal Gómez – talentoso construtor (Colégio Anchieta, Colégio Nossa Senhora das
Dores, além de obras na Estrada de Ferro.)
12 de outubro – aniversário da Colônia – dia do descobrimento da América.
Colônia Portuguesa
A presença portuguesa remonta à época da colônia, em fazendas da região.
Personalidades de destaque em Nova Friburgo – Barão de Nova Friburgo Antônio Clemente
Pinto, o músico Samuel Antônio dos Santos, os comerciantes Acácio Borges e Francisco dos
Santos Madeira e os desportistas Jerônimo Mário de Azevedo e Marcelino dos Santos.
10 de junho – Aniversário da Colônia – dia da morte de Camões.
Colônia Libanesa
1895 – Chegada dos primeiros libaneses.
Destacaram-se no comércio.
22 de novembro – Aniversário da Colônia – quando em 1946 o Líbano alcançou sua soberania
total.
Colônia Japonesa
1927 – presença japonesa em Nova Friburgo. Plantio de frutas como o Caqui, rosas, palmas e
várias hortaliças. Mais tarde, outros japoneses trouxeram suas artes marciais como o judô e o
karatê.
29 de abril – Aniversário da Colônia – data do nascimento do falecido imperador Hiroito.
Colônia Africana
Chegaram como escravos para trabalhar nas fazendas locais. Contribuição iniciou-se nos
serviços domésticos e nas lavouras, mas também houve trabalhos seus em edificações como as
igrejas de Duas Barras, São José do Ribeirão e Cantagalo (que foram construídas pelos
escravos).
Após abolição – 13 de maio de 1888 – luta pela cidadania.
20 de novembro – Aniversário da Colônia – Dia da morte de Zumbi.
21 de março – dia Internacional pela eliminação da discriminação racial.
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II - A Praça Getúlio Vargas
A Praça Getúlio Vargas fica bem no centro da cidade e existe desde a chegada dos
primeiros colonos suíços. Projetada pelo paisagista Auguste François Marie Glaziou, ela é o
centro nervoso de Nova Friburgo e guarda até hoje os eucaliptos plantados no século XIX. Da
época do período colonial, também são conservados, ao redor da praça os prédios da Igreja
Matriz de São João Batista, a residência do Barão de Nova – onde funciona a Oficina Escola
de Artes, e o antigo Fórum.
História:
•
1820: uma grande esplanada dividida em três áreas: Praça Príncipe Real D.
Pedro; Praça d’EL Rei D. Manoel e Praça São João. O terreno plano e úmido não possuía
atrativos, a não ser para animais que dele se utilizavam como pasto.;
•
1868: Com a visita da Princesa Izabel e do Conde d’Eu, , os espaços foram
unificados, inclusive a então denominada Praça da Matriz –atual Praça Dermeval Barbosa
Moreira – passando a se chamar Praça Princesa Izabel, em homenagem a princesa.
•
1880: a Câmara pede ao 2º Barão de Nova Friburgo, Bernardo Clemente Pinto
– que mais tarde veio a ser o Conde de Nova Friburgo - que auxilie num projeto de
ajardinamento, e ele vai até Francisco Glaziou, o maior paisagista da época. Como a Câmara
não possuía recursos, o Barão custeia as obras, e em 1881, entrega aos cuidados da mesma a
conservação do jardim.
•
Novembro” .
Com o advento da República, a praça passa a se chamar “Quinze de
•
1955: a praça passa a se chamar “Presidente Getúlio Vargas” ; agora já
separada da praça em frente a Matriz.
•
1972: a praça foi tombada em 04 de julho Consta que o movimento pelo
tombamento partiu de entidades comunitárias, após a derrubada dos eucaliptos para a
construção da antiga rodoviária urbana, em 1971.
•
1987: a Praça Getúlio Vargas transforma-se em cenário de conflito entre os
ecologistas e o prefeito da época. A discórdia foi iniciada quando o prefeito montou um projeto
de derrubar a antiga rodoviária e substituí-la por uma nova, só que esta invadiria mais uns
metros da praça tombada. *
A praça hoje
•
Espaço para manifestações culturais, religiosas, para leitura, ou boa conversa,
a praça continua viva, não só nas lembranças dos que viveram em áureas épocas, mas na
ansiedade de jovens artistas, nas paixões dos casais, nas brincadeiras das crianças que ainda
são levadas pelas mãos de pais e avós.
•
Os monumentos que nela existem, contam muito de nossa história; embora a
maior parte dos friburguenses desconheçam sua importância e tudo que se pode aprender com
eles, são como ‘adereços’ a espera de reconhecimento.
30
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
•
Anualmente, centenas de grupos teatrais, bandas de música, festas da arte, e
tantas outras expressões artísticas fazem da praça seu palco – não podendo esquecer a
‘Alameda das Trovas’, na época dos Jogos Florais.
•
A Feira de Artesanato existe na praça desde 1983, quando havia uma seleção
do que poderia ser exposto pelo Departamento de Cultura. Hoje em dia, está um pouco
descaracterizada, pois juntamente com o artesanato, há produtos industrializados.
O protesto partiu do temor que a praça perdesse mais espaço
para construções urbanas. O espaço abrigava cerca de cem eucaliptos australianos
com mais de um século de vida, formando a famosa ‘catedral dos eucaliptos’,
que dá aos seus freqüentadores um toque romântico;
casais de namorados, por gerações e gerações
compõem o visual bucólico do local.
Outras informações sobre a praça
•
As árvores escolhidas como base do projeto de Glaziou – os eucaliptos - eram
ideais por absorverem grande quantidade de água – o terreno era úmido – e ter ainda, a virtude
de purificar o ar. Dois dos mais ilustres políticos que discursaram na praça foi Jânio Quadros e
Juscelino Kubitschek, em época que a política era feita em praça pública.
•
A necessidade de embelezar a praça aconteceu junto com a chegada da
estrada de ferro, em 1873, pois a cidade atraia cada vez mais importantes veranistas.
•
Apesar da praça ter sido tombada em 1972, em 1978, o prefeito Amâncio
Azevedo construiu um coreto onde havia um repuxo. O coreto ainda permanece.
•
Apesar dos postes atuais serem em estilo colonial, se enganam os que
pensam que sejam muito antigos. Eles foram colocados em 1994, no lugar de postes de
concreto – os mesmos contrastavam muito com a paisagem, e tinham horríveis fiações
aparentes.
•
Em 1987 a praça quase foi interditada, pois houve queda de eucaliptos, e
temia-se pela população.
A praça foi - e sempre será – palco para a história da
comunidade friburguense. Mantê-la viva, pulsando no coração da
cidade, é a garantia de que, quem vem à cidade, possa conhecer
a identidade de Nova Friburgo.
O que não deve ser esquecido é que, como espaço público,
necessita da participação direta da população, do envolvimento
da comunidade, de projetos e eventos que legitimem e
perpetuem sua história e importância.
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III – Prédios Históricos do entorno da Praça
Fórum
O prédio onde hoje funciona a ‘Casa da Cultura de Nova Friburgo’ foi construído
para ser Fórum. Na época da colonização, aquele terreno fazia parte da casa do Barão de
Nova Friburgo. Mais tarde, foi construída ali a ‘Pensão Nascimento’.Depois, foi comprada pela
Caixa rural de Nova Friburgo – uma cooperativa de crédito – que faliu; foi a leilão, e o Estado
construiu o Fórum. Pelo crescimento populacional, e demanda trabalhista, fez-se necessário a
construção de um prédio bem maior, e em 2005, era inaugurada no prédio do antigo Fórum a
“Casa da Cultura de Nova Friburgo, que funciona com exposições, audições, palestras – entre
outros – e abriga a Secretaria de Cultura de Nova Friburgo. Os eventos são abertos ao
público. A programação é por conta daprefeitura. Vale a pena conferir o belíssimo vitral - parte
superior do prédio - da ‘Justiça de Salomão’, o único contratempo é o fato de vitral ter sido
colocado virado para o interior do prédio, o que impossibilita visualiza-lo da rua.
Centro de Arte
De arquitetura simples, por se tratar de um porão – já foi inclusive carceragem na
época em que a prefeitura funcionava no prédio acima - com três salas de exposição, e um
pequeno teatro, surgia no ano de 1961, o que entraria para a história como o espaço artístico
mais emblemático e importante do município.
Em 16 de maio de 1961, Nova Friburgo ganhava como presente o “Centro de Arte”.
No início, era um grupo de apreciadores da arte e intelectuais que dirigia o espaço. Como foi
em Nova Friburgo a 1ª Colônia Alemã, a Embaixada da Alemanha prestigiava sempre a cidade
com grandes concertos. Tudo que vinha ao Brasil, passava por Nova Friburgo. A nata da
música erudita.
Haviam sócios que contribuíam com uma pequena mensalidade. Não era muito,
mas importante. Haviam também os sócios mantenedores, como a Fábrica de Rendas Arp e a
Filó. Nesta época, o espaço não pertencia a Prefeitura, ela apenas cedia um funcionário e
pagava a conta de luz. O trabalho dos demais, inclusive do Conselho Diretor era totalmente
voluntário.
Festivais de filmes, exposições, teatros, debates, palestras, concertos, conferências
de pintores, escritores, cineastas, fotógrafos, espetáculos de dança, recitais, entre outros, fazia
parte da programação mensal do Centro de Arte. Os eventos agitavam não só toda a região,
como atraiam platéia e artistas de todo o país. Acontecimentos como o 9º Congresso Nacional
de Jornalistas, o 1º Concurso Estadual de Piano, o III Salão Internacional de Fotografia, ou o
Festival de Ópera – Do Brasil para os brasileiros – que reuniu os melhores artistas do gênero
do Brasil, fizeram com que os olhares se voltassem para Nova Friburgo.
O Centro de Arte foi fundamental para o fortalecimento da vocação que a cidade
tem para a arte, ele foi o primeiro teatro da cidade. Além de dezenas de artistas nas áreas de
teatro, música, artes plásticas, iniciarem ou mostrarem seus trabalhos naquele espaço
maravilhoso.
O Centro de Arte era um ponto de encontro, daí ter sido aglutinador do movimento
cultural de Friburgo, e quando ele fechou, essa referência se perdeu. E não eram só os artistas
que freqüentavam, tinha o público.
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Oficina Escola de Artes
Havia em Nova Friburgo o desejo de trabalhar com arte-educação. A princípio seria
em ‘núcleos’, como em Conselheiro, Olaria, Centro, Riograndina... funcionaria nas grandes
escolas municipais. Mas a escolas não tinham a política de abrir nos finais de semana, e
durante a semana ficaria impossível, porque trabalhar o ensino da arte não pode ser de forma
ocasional. Teria que se oficializar o ensino da arte no município. No segundo semestre de
2001, estava criada “a Primeira Escola pública de Ensino de Arte do interior do estado do Rio”.
O prédio que já foi a ‘Residência Urbana do Barão de Nova Friburgo”, Prefeitura,e por último,
Câmara de Vereadores e Biblioteca Municipal, ganhava nova vida e história com as diversas
linguagens da Arte.
Quem passa em frente ao antigo prédio da Biblioteca Municipal, na Praça Getúlio
Vargas, percebe o movimento diário de crianças e adolescentes. É que ali funciona a ‘Oficina –
Escola de Artes de Nova Friburgo’... Mas quem apenas passa, não imagina o riquíssimo
trabalho que é desenvolvido, nem o turbilhão de vida que lá se manifesta. São salas repletas
de crianças e jovens, experimentando a vida através de expressões artísticas.
Na impossibilidade de atender a todas as crianças do município, fez-se necessário
adotar alguns critérios, dentre eles, começar o trabalho com os alunos de escolas públicasmunicípio e estado – os que sempre estiveram à parte.
Hoje, são 1.154 alunos, divididos em 14 oficinas: Violão, Canto – Coral, Teoria
Musical, Teclado, Flauta, Ballet, Dança moderna, Criação de Figurino, Arte do Circo, Cultura
Popular, Construção de Instrumentos Musicais, Teatro, Arte do Carnaval e Literatura.
Usina Cultural
O prédio onde funciona a Usina Cultural – não era um sobrado! – fazia parte da
casa do Barão de Nova Friburgo, e era o compartimento de guardar as bagagens de viagem.
Durante muitos anos foi sede a Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo. Quando a
companhia foi vendida par a empresa Cataguazes Leopoldina, o prédio foi reestruturado e a
cidade foi presenteada com a “Usina cultural” – um centro cultural com teatro, salas de música,
galeria de artes, salas para oficinas, café, além de abrigar o ‘Pró-Memória’ – o centro de
referência da história de Nova Friburgo.
Na ‘Usina Cultural’ funcionam cursos, exposições, teatro...a programação faz parte
do circuito nacional dos centros culturais mantidos pela Cataguazes, trazendo renomados
artistas, e dando oportunidades aos locais.
Embora a ”Academia Friburguense de Letras” tenha grande
atuação social, seu prédio não faz parte do conjunto histórico da
Praça. Mas não poderíamos deixar de lembrar da belíssima
participação da mesma em nossa história, com a criação dos
“Jogos
Florais”,
evento
que
atrai
participantes
internacionalmente. É o único neste estilo no Brasil. O evento
será destacado posteriormente.
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IV – O Barão de Nova Friburgo
•
1820: Antonio Clemente Pinto, chega ao Brasil. No mesmo ano, Dom João VI cria a
Vila de Nova Friburgo devido a forte imigração desde 1818 de habitantes do Cantão de
Fribourg, Suíça. Em 1821 começa a trabalhar como "moço de recados" em uma loja da
cidade do Rio de Janeiro.
•
Entre os anos de 1821 e 1827, ocorreu um acidente com o Barão de Ubá, onde
Antonio Clemente o auxiliou, passando a ser protegido do barão acidentado; o Barão lhe deu
a fazenda de Cantagalo e dois escravos, e Clemente Pinto começou o cultivo do café. Em
pouco tempo, se tornou um dos homens mais ricos do Brasil. Sabe-se que ele lucrou muito
no mercado especulativo de escravos; é possível que ele tenha atuado no "contrabando" ou
"mercado negro" de escravos após a proibição do tráfego negreiro em 1850.
•
Antônio Clemente Pinto, chegou a ser proprietário de 15 fazendas na região
compreendida entre Cantagalo, São Fidélis e Nova Friburgo. Além do Palácio de Nova
Friburgo - o barão possuía no Rio de Janeiro 10 prédios, e fundou a empresa Friburgo &
Filhos.
•
Em 28 de março de 1854 por decreto do Imperador Dom Pedro II, recebeu o título de
Barão de Nova Friburgo.
•
Foi ele o responsável pelo maior patrimônio histórico de Nova Friburgo: a Praça
Getúlio Vargas. Na época, a Câmara pediu que o Barão fosse intermediário no projeto.; ele
contratou o maior paisagista do país – Glaziou – e como a cidade não possuía recursos, deu
a cidade este inestimável presente.
•
Comprou, ainda em Nova Friburgo, a região do Cônego e fez o Parque São Clemente –
ele tinha um filho chamado Clemente – e este foi mais um projeto do paisagista francês,
Glaziou. O Casarão – como é conhecido atualmente – foi edificado em 1860, e pertenceu à
família do Barão de Nova Friburgo.
Em 1866 termina oficialmente a construção do mais belo palácio do Rio
de Janeiro, o “Palácio de Nova Friburgo” – antigo Palácio do Catete,
atual Museu da República - e em julho de 1866 o barão e sua família
passaram a residir no imóvel, onde veio a falecer em 1869.
O Nova Friburgo Country Clube
Com uma área de 225 mil metros quadrados, dos quais 80 mil em jardins, o Nova
Friburgo Country Clube é um dos mais belos e tradicionais clubes do Brasil.
Localizado no parque São Clemente e projetado por Glaziou - paisagista francês ,
que, introduziu nos jardins um estilo romântico, com predominâncias de curvas, lagos, pontes,
elevações, depressões, quiosques, etc
O Parque São Clemente é um museu vivo de plantas raras nativas, exóticas e
outras advindas de diversas partes do mundo, como a "Ginko Biloba" - árvore imperial
34
chinesa - cerejeiras japonesas, papiros egípcios, magnólias, bambus indianos,
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plátanos canadenses e cedros do Líbano.
As belezas dos lagos, pássaros, gansos, patos e cisnes, em conjunto com raras
espécies botânicas, dão um show à parte, que a natureza local guarda para os privilegiados
sócios e visitantes.
Sua Sede Nobre, edificada em1860, pertenceu à família do Barão de Nova
Friburgo. Em 1883, a residência foi visitada pelo Imperador D. Pedro II. Em 1913, os
descendentes do Barão de Nova Friburgo venderam o Parque São Clemente ao Dr. Eduardo
Guinle, passando assim a pertencer a sua família e herdeiros.
O acervo arquitetônico do prédio, que foi a residência do Conde e Barão de Nova
Friburgo (Sede Nobre), guarda os aspectos da época, segunda metade do Século XIX. Sua
suntuosidade é marcada pelos desenhos pintados em seus tetos e paredes, alguns traçados a
ouro, que guardam em seus amplos cômodos a lembrança do Brasil Imperial. *
Em 23 de novembro de 1951, parte do conjunto "Cidade Jardim Parque São
Clemente" foi tombada pelo Patrimônio Artístico e Histórico Nacional.
O Clube
O Nova Friburgo Country Clube, associação civil, de direito privado, sem fins
lucrativos, foi fundado em 20 de abri de 1957. O clube oferece variadas formas de lazer nas
áreas social, cultural e esportiva, através de eventos conhecidos nacionalmente, como a Festa
de Queijos e Vinhos, Festa do Colonizador, Festival de Inverno, Concerto de Natal;
Competições das mais diversas modalidades, a níveis local, estadual e nacional -Esportivo-.
Cursos diversos, ballet, dança, exposições, palestras, seminários, conferências e teatro.
Destaca-se, na Sede Nova, o teatro Barão de Nova Friburgo, palco de inúmeras
peças teatrais, muitas das quais em estréias nacionais. Atualmente, a Sede Nobre é palco de
exposições com artistas de renome.
V – A vocação educacional e a arquitetura dos colégios
Friburgo foi, no início, sobretudo uma cidade educacional - a primeira escola mista
do Brasil foi feita em Friburgo. Aqui existiram grandes colégios, como o Colégio Anchieta, o
Instituto de Educação, do inglês John Fress – que publicou livros sobre educação inclusive
nos Estados Unidos... Este Instituto tinha projeção nacional, os alunos todo ano prestavam
exame na Corte, isto em 1850. Quando John Frees adoeceu, vendeu para Galiano das Neves
Pai, e ele pôs o nome de Colégio Fress; o Colégio Braune – o bairro recebeu este nome
porque o local ficou conhecido pela localização do colégio.
Os fazendeiros de café mandavam os filhos de outras cidades para estudarem aqui:
os colégios eram muito bons, a cidade tinha um clima saudável, não tinha febre amarela,
cólera, e os hotéis eram movimentados pelas famílias que vinham do interior.
Mas houve um declínio nos anos 20, quando Nova Friburgo passou a ser visto
como local ideal para o tratamento da tuberculose, por causa do clima. Muita gente começou a
evitar a cidade, os colégios sendo abandonados, os hotéis sem movimento...
35
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
Os que mais influenciaram na educação em Nova Friburgo foram os libaneses.
Como exemplo temos Humberto El´Jaick e Jamil El´Jaick – nome hoje dado a maior escola
estadual da região.
Colégio Anchieta
A pedra fundamental data de 1879, sendo que as obras foram concluídas oito anos
mais tarde, em 1887. Foi fundado em 1886 pelos padres italianos, para funcionar na Casa
Grande da antiga fazenda e sesmaria do Morro Queimado, como Internato para alunos de todo
o Brasil.
O Colégio começou a funcionar na casa-grande da antiga fazenda e sesmaria do
Morro Queimado, conhecido pelos colonos suíços com o nome de "Chateau", ainda usado pelo
povo da cidade para designar o Anchieta.
Com o aumento do número de alunos, iniciou-se a construção do grande e
majestoso edifício atual, no dia 1º de janeiro de 1901. O Anchieta logo se tornou famoso e
conhecido em todo Brasil, pela excelente educação que dava a seus alunos.
Os professores eram todos Padres Jesuítas , mas em 1922, com a diminuição dos
padres vindos da Itália, foi preciso acabar com o internato e transformar o Anchieta em
seminário, para a formação de Jesuítas Brasileiros. Em pouco tempo, o Colégio encheu-se de
seminaristas que iam desde o seminário menor chamado Escola Apostólica, até a Faculdade
de Filosofia. Depois do Internato - (1ª fase), o seminário foi a segunda fase da história do
Colégio.
A terceira fase começou em 1966, quando diversas classes seminarísticas se
transferiram para outras cidades. Nesta terceira fase, o Anchieta se transformou em Externato,
recebendo alunos não só de Friburgo, mas também das cidades vizinhas. Em 1969, o Anchieta
passou a receber alunas, transformando-se em misto.
O Colégio Anchieta chega aos 120 anos com o mesmo ardor e entusiasmo dos
primeiros anos, no desejo e no esforço de formar personalidades que contribuam para o
progresso religioso e cultural, científico, social e artístico da sociedade friburguense, arredores
e porque não dizer do Brasil. Nesta terceira fase passaram pelos bancos escolares do Anchieta
13.443 alunos. Nos 120 anos: 24.479.
Colégio Nossa Senhora das Dores
O prédio do Colégio Nossa Senhora das Dores foi inicialmente o ‘Instituto
Friburguense de Educação’, do inglês John Frees, que depois se chamou ‘Colégio Frees’.
Depois, o colégio acabou e eles fizeram ali o Hotel Central. O Hotel recebeu o Imperador
D.Pedro II; mas acabou falindo. A Marinha queria comprar o prédio para fazer o Sanatório
Naval, utilizando para trata mento dos marinheiros com béri-béri – doença que naquela época
era tida como infecto-contagiosa – mas houve um desentendimento ferrenho a este respeito:
até Rui Barbosa, que era contra o governo, entrou nesta luta. Foi quando resolveram comprar
ao ‘barracão de caça’ do Conde de Nova Friburgo, e transforma-lo em Sanatório – existente até
hoje.
As irmãs de Santa Dorotéia chegaram a Nova Friburgo, no rigor do inverno de
1893. Vinham de Recife para fundar aqui uma Escola para a Educação cristã das meninas.
Entre as irmãs que chegaram à Nova Friburgo como fundadoras da nova
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
missão estava Ir. Amélia Ribeiro de Portugal, superiora da nova casa, devotíssima de Nossa
Senhora das Dores, razão pela qual confiou à sua guarda o novo colégio que nascia,
batizando-o com o nome de Colégio Nossa Senhora das Dores.
Faltando 4 dias para completar um mês da chegada das Irmãs a Nova Friburgo,
que se dera a 14 de junho, tendo já sido redigido o programa do Colégio, começaram a chegar
as primeiras alunas.
O colégio cresceu em número de alunos, em fervor espiritual e no respeito de
todos. Esse crescimento continuou a se fazer ao longo dos 111 anos de história.
Instituto de Educação de Nova Friburgo
O prédio mais bonito de Friburgo é o Instituto de Educação, construído para ser o
Grupo Escolar Ribeiro de Almeida, foi feita sobre a influência do então deputado Galdino do
Vale Filho.
A construção data do início do século XX, sendo sua pedra fundamental lançada no
ano de 1922. São dois pavimentos, de uma arquitetura eclética de gosto germânico.
08 de março de 1912: data da publicação em diário oficial que permitiu o funcionamento da
Escola Estadual Ribeiro de Almeida. A construção foi interrompida várias vezes por falta de
verba e só foi concluída em 1933 no governo de Getúlio Vargas.
Atualmente, o Instituto de Educação de Nova Friburgo funciona com o curso de
Formação de Professores, além de educação infantil – prédio anexo – e a escola de aplicação
de 1ª a 4ª séries.
Instituto Politécnico
O prédio, em estilo normando, foi construído no início da década de quarenta, pelo
Dr. Demerval Barbosa Moreira. Originalmente, o local foi concebido para ser um Hotel Cassino,
mas antes mesmo do término da construção, houve a proibição do jogo no Brasil.
Pensou-se em transformar em hotel para tuberculosos, mas houve muita gente
contra... Até que foi entregue à Fundação Getúlio Vargas, e passou a ser um colégio.
Chamando-se, primeiramente, Ginásio Nova Friburgo, logo Colégio Nova Friburgo,
mais tarde tornou-se o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro, diretamente vinculado ao Estado
do Rio de Janeiro até a sua incorporação à Universidade em 1993.
Atualmente, o Instituto possui um Centro de Memória, aberto ao
público.
Expediente: de 2ª à 6ª-feiras, das 8:30 às 12 hs / Em dias e horários
diferentes, combinar e marcar com antecedência.
Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo / FONF
A FONF encontra-se instalada na antiga residência do Barão de Duas Barras,
posteriormente Paço Municipal. A prefeitura, antes de ir para o atual prédio, funcionou
37
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
neste espaço.
Oriunda do desejo de um grupo de professores e figuras da sociedade de criar uma
Faculdade de Odontologia em Friburgo teve seu funcionamento autorizado em 1971.
Após o cumprimento das exigências legais para o seu funcionamento, a FONF ficou
sob a tutela da Fundação Educacional e Cultural de Nova Friburgo.
VI - O Pró-Memória e o resgate da história de Nova Friburgo
Há alguns anos, um motorista da prefeitura informava-se onde deveria
jogar um monte de papel velho que fora colocado em seu basculante. O
informante achou estranha a consulta e foi ver a papelada. Nada mais
eram do que milhares de documentos da Vila de Nova Friburgo, desde
1820, ano da instalação da vila, que se achavam amontoados numa sala
que queriam desocupar. Eles deram origem ao atual Pró-Memória de
Nova Friburgo.
•
Em 1975, foi emitia uma circular para todos os jornais da época, pedindo exemplares
diários para arquivo. Como percebeu-se não haver outros registros sobre a história da
cidade, publicou-se nos jornais pedido de fotos, documentos, jornais antigos, mesmo
que fossem para empréstimo. Algumas coisas começaram a aparecer. Começava
então, o trabalho de resgate da história de Nova Friburgo. Em 1986, oficializou o “PróMemória”.
•
O Pró-Memória é um Centro de Pesquisas sobre o município de Nova Friburgo, e
atende desde o aluno do ensino fundamental, até o PHD.
•
Há documentação desde 1820 até os dias atuais
•
Há fotos desde 1870 – umas 17000 ainda sendo catalogadas - cidade,eventos em
geral, políticos...
•
Jornal de 1890 até os dias atuais
•
9631 documentos catalogados
•
Teses de mestrado e doutorado que foram pesquisadas aqui no Pró-Memória
•
Livros de história, tem desde escrito em 1850 até os dias atuais.
Teia Serrana foi pesquisado, e estudado no Pró-Memória. Este é o livro mais recente
escrito sobre a história de Nova Friburgo.
38
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
VII - A vocação cultural de Nova Friburgo
•
Existe teatro em Friburgo desde 1870, que foi a data da 1ª apresentação oficial de teatro
numa Igreja. Essa é uma vocação maior que o turismo...aconteceu antes mesmo que o 1º
hotel existisse. A produção de Arte é muito grande. Nota-se esta vocação pelo número
grande de crianças que procuram as aulas da Oficina Escola de Artes – que em sua
maioria nunca viu uma peça teatral, ou tinha visto uma exposição de Artes Plásticas antes
da reabertura do Centro de Arte.
•
A vocação Turística e Cultural de Nova Friburgo se evidencia – e confirma - em momentos
como o do Festival de Inverno, forte evento cultural que nasceu neste município.
•
“Os Jogos Florais” tiveram sua origem aqui, em Nova Friburgo. Há 47 anos ininterruptos,
as trovas ganham lugar de destaque na Praça Getúlio Vargas, que ficou conhecida como
‘Alameda das Trovas’. O evento é conhecido nacionalmente.
•
Música erudita, instrumental, artes plásticas, leitura dramática, teatro de rua, cinema, a arte
e os artistas locais fazem a história. O número de grupos de teatro amadores, os festivais
de música, as rodas de poesia, as bandas, os corais...Friburgo não apenas foi uma
referência cultural, continua produzindo, e sendo difusor de arte; como exemplo, o
‘Concurso Nacional de Poesias em Homenagem ao Centenário de Mário Quintana’, que foi
promovido por poetas friburguenses, e teve a premiação em São Pedro da Serra, no final
de agosto – com participação de poetas internacionais.
•
O Projeto “Bandas na Praça”, que acontece quinzenalmente é um exemplo de regate da
cultura musical da cidade, e de valorização das bandas centenárias de Nova Friburgo.*
•
A criação do “Troféu Guignard de Artes Plásticas”, que será entregue a artistas plásticos
da cidade, do estado e do país, reconhecidos por seus talentos e produção. O troféu será
entregue no dia 25 de fevereiro de 2007, data de nascimento do pintor friburguense Alberto
da Veiga
•
As características de cidade de interior, mas efervescente culturalmente, faz com que Nova
Friburgo crie uma forte identidade, e passe a perceber este claro caminho.
•
Fatos históricos e novos projetos são a comprovação de que Nova Friburgo ‘faz toda
diferença na vida cultural do país’.
VIII – A Praça Getúlio Vargas como palco
A praça é caracterizada em todas as civilizações como sendo um espaço "público".
As praças têm um caráter de ponto de encontro de pessoas em uma cidade, sendo também
palco das manifestações sociais e culturais de uma determinada população. Por estar no
‘coração da cidade’, a Praça Getúlio Vargas foi - e continua sendo - palco de diferentes
manifestações...
• As famílias freqüentavam a praça como lazer; encontrar amigos; para crianças brincarem;
havia todo final de semana bandas se apresentando no coreto com ‘ retretas’.
• Era o local onde a cidade esperava a passagem do trem, onde a moda era ditada pelos
passageiros que vinham das grandes cidades;
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
O trem era conhecido pela população como ‘vassoura’ :
“Saudades do Trem Sumidouro pelas noites varredouro. Passava
soltando fumaça e varria a gente da Praça. Moça donzela de bem,
se recolhia com o trem”
Maria José Braga.
• Políticos escolhiam Nova Friburgo para finalizar suas campanhas na época em que política
se fazia na praça.
E hoje, um pouco menos valorizada – muitas vezes parecendo abandonada a
própria sorte – a praça continua viva...
•
Encontros de Dança
•
Festas da Arte
•
Grupos folclóricos
•
Rodas de Capoeira
•
Monumentos
•
Jogos Florais
•
Feira de Artesanato
•
Domingo Doce
...Precisando talvez, ser vista novamente como o “cartão de visitas” de Nova Friburgo.
IX - Grupos de teatro, Folias, ateliês e outras manifestações populares
Em 1970, Nova Friburgo era um turbilhão cultural, era referência nacional. Nas
escolas, o teatro ganhava força como linguagem... Grupos de teatro que surgiram nesta época
continuam sua trajetória.
• GAMA: Grupo de Arte e Movimento em Ação - 40 anos com Teatro, no Brasil,
numa cidade do interior, com um trabalho constante, com acerto bastante grande, com
trabalhos de qualidade, são poucos os grupos no Brasil que tem essa longevidade.
• O Taca é um grupo teatral atuante na comunidade friburguense, além de ser
uma atividade estudantil que estimula o desenvolvimento cultural dos alunos. Foi um
movimento que marcou a década de 70 e o início dos anos 80 no colégio e continua
apresentando peças; suas montagens são sempre contando a história de Nova Friburgo.Em 28
de setembro, o grupo apresentará Galdino Vale uma história!
• São vários os grupos teatrais da cidade – amadores e profissionais –
além de grupos convidados, o que torna a cidade rica em espetáculos o ano todo. Vão
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
40
Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
desde apresentações simples – muitas vezes feita em praça pública – o teatro de rua – a
grandes produções.
•
-
Teatros:
Teatro Irmã Sânia Cosmelli
Centro de Arte
Country Club
SESC
Usina cultural
Teatro do Colégio Anchieta
Corredor Cultural
Além de pequenos teatros em escolas e universidades.
FOLIAS DE REIS
Festa popular de caráter religioso e de origem portuguesa. Acontece entre o Natal
e o dia 6 de janeiro, onde grupos de cantadores e músicos trajando fardamento colorido
percorrem as ruas de pequenas cidades brasileiras, entoando cânticos bíblicos que relembram
a viagem a Belém dos três Reis Magos (Baltazar, Belchior e Gaspar) para dar boas-vindas ao
Menino Jesus.
Em Nova Friburgo, anualmente acontece o ‘Encontro de Folia de Reis’, em
Conselheiro Paulino. Os grupos costumam se apresentar na Praça Getúlio Vargas também –
início de janeiro. Em 2006, os grupos ganharam um espaço reservado a preservação de sua
história na Casa de Cultura de Nova Friburgo,mas ainda está em organização.
CAPOEIRA
A Capoeira surgiu na época da escravidão e a tradição nos mostra que é
genuinamente brasileira, pois existem lutas na África, mas nenhuma semelhante à nossa.
Antigamente, a capoeira era relacionada à malandragem e religiões. Era considerada uma
forma de luta disfarçada em dança e ritual, onde associavam a luta às músicas e ritmos de
candomblé, religião dos negros escravos. Capoeira era o nome dado aos locais de mato baixo,
entre árvores, onde os escravos fugitivos treinavam este tipo de luta e daí o nome. Esta prática
foi levada para as ruas após a abolição da escravatura, quando foi proibida por lei e revogada
somente em 1930, começando a ser praticada dentro de recintos fechados. Atualmente, a
Capoeira é entendida como arte.
Há 10 anos, em Nova Friburgo, a capoeira vem fazendo parte do cenário cultural.
As rodas nas praças são freqüentes.
O Grupo “Capoeira Brasil” é um dos meios de maior divulgação da cultura
Brasileira, e vem desenvolvendo um importante trabalho em Nova Friburgo.
Este ano será a 7ª edição do ”Brincapoeira”, Encontro Nacional de professores e
mestres de Capoeira, onde as pessoas têm oportunidade de conhecer toda a cultura que faz
parte da Capoeira. Será nos dias 19,20 e 21 de outubro, em comemoração ao mês das
crianças.
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
Carnaval
A mais popular festa brasileira é uma mistura de tradições européias adaptadas a
um país tropical e uma sociedade com uma grande presença de descendentes africanos.
Nova Friburgo já teve um dos carnavais mais conhecidos - e disputados – do
estado. Os clubes eram famosos pelos bailes – para crianças e adultos – as ruas
movimentadas por bailes populares, blocos de embalo e desfiles de escola de samba. A cidade
ficava repleta de turistas que vinham aproveitar a festa num clima de alegria e tranqüilidade.
Hoje, a cidade é procurada por pessoas que desejam descansar durante esta data,
e normalmente procuram hospedagens rurais, e pouco se deslocam para o centro da cidade.
O poder público tenta retomar o romantismo e alegria do carnaval que tanto
encantava os turista
Festas Juninas
Uma das festas católicas mais concorridas na cidade nos meses de junho e julho.
Realizada em homenagem a São Pedro, Santo Antônio e São João, caracteriza-se como uma
festa em que os aspectos profanos e sagrados apresentam-se totalmente interligados.
As festas Juninas em Nova Friburgo fazem parte do calendário da cidade.
Normalmente, acontecem nas paróquias – como exemplo, a Festa de são João , da Igreja
Matriz, que acontece na Praça. A mais famosa, é a Festa de São Pedro*, que acontece no
distrito de mesmo nome. Esta, mantém características bem tradicionais e populares, o que leva
muita gente ao lugar.
Artesanato
O artesanato é uma manifestação popular, onde a criação de objetos utilitários é
manual, feitos um a um, sem o auxílio de máquinas ou equipamentos motorizados. As formas
de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para filho, de geração em geração.
Essas formas pouco a pouco são absorvidas pelo povo, se espalhando por todas as partes do
país, principalmente nas áreas pobres e abundantes em matéria-prima. O artesão traduz em
sua arte, às vezes com uma espontaneidade ingênua, mas rica e vibrante, suas crenças e
tradições, expressando de forma marcante a criatividade e a ousadia da arte popular de sua
região.
Nova Friburgo Possui centros de artesanato, feiras e vários ateliês. O artesanato –
a exemplo de muitas outras cidades – não só mantém viva a cultura do lugar, como é o meio
de subsistência de muitas famílias.
As feiras nas praças da cidade estão um pouco descaracterizadas, por
apresentarem também produtos industrializados. Em geral os artesãos fazem parte de
associações ou cooperativas. Alguns ateliês são encontrados fora do centro, e estão
acessíveis à visitação.
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Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural
XI – As bandas e corais friburguenses
Banda Musical Beneficente Campesina Friburguense
A Sociedade Musical Beneficente Campesina Friburguense foi fundada por um grupo
de republicanos e abolicionistas liderados pelo Major Augusto Marques Braga em 06 de janeiro
de 1870. Teve, como primeiro Maestro, o renomado Mestre: Presciliano José da Silva, natural
do Rio de Janeiro e Catedrático pelo Conservatório de Música de Milão, Itália.
Desde 1870, a presença da Campesina tem sido constante nos acontecimentos mais
significativos da vida e história de Nova Friburgo a qual representa nos mais diversos
Concursos de níveis estadual e nacional, bem com em apresentações internacionais. Em
1981, como representante oficial do Brasil e de nossa cidade, nas comemorações dos 500
anos do ingresso do Canton de Fribourg na Confederação Helvética, esta Instituição
excursionou à Suíça.
Ao longo destes anos, a Campesina só tem contabilizado glórias: Condição de Hors
Concours, por vários anos, do Concurso de Bandas de Músicas Civis do Estado, depois de ter
sido Campeã do mesmo certame por cinco vezes, sendo duas consecutivas. Notabilizou-se,
também, por sua participação, como a única representante fluminense no Campeonato
Nacional de Bandas de Música Civis de São Paulo no qual se sagrou Vice - Campeã em
dezembro de 1993
Foi convidada para apresentar-se no Auditório do BNDES da cidade do Rio de Janeiro ,
espaço em que se exige muita qualificação artística, onde deixou uma impressão indelével à
imensa platéia que foi prestigiar-lhe. Em novembro de 2001, a convite do Almirante-deEsquadra (FN) Carlos Augusto Costa apresentou-se, como única Banda Civil Brasileira, no
Encontro de Bandas Militares na Fortaleza São José – Ilha das Cobras – Corpo de Fuzileiros
Navais. São históricos e apoteóticos seus CONCERTOS DE NATAL sendo, também, notórias
as suas apresentações nos Festivais de Inverno de Nova Friburgo a que todos compareceu.
Viajou para o Sul do Brasil, Estado de Santa Catarina em 2002, onde abriu as comemorações
festivas dos 498 anos de Fundação da Cidade de São Francisco do Sul, manifestando-se,
também, em São Bento do Sul onde, no Ginásio de Esportes Annes Gualberto, realizou um
monumental concerto para 2.500 espectadores. Em Cataguases (MG), ainda neste ano de
2002, fez parte do 2º Congresso Internacional do Folclore CATU-AUÁ, com uma inesquecível
apresentação no Cinema Edgar cujas acomodações foram literalmente tomadas.
Solicitada pelo Governo do Canton de Fribourg, SUÍÇA, junto com o Conjunto de
Ginástica e Danças Sylvana Gym e o Grupo Tom Sobre Tom, únicos convidados de honra,
abriram, para o Mundo, a Expo/02, em 18 de maio de 2002 com o Espetáculo: Nova Friburgo
Canta Brasil. Este evento sócio-cultural do País amigo é realizado, tão somente, de 25 em 25
anos, tendo
caráter internacional (dez milhões de visitantes) e, desta feita, teve
procedimento nas cidades de Estavayer Le-Lac, Morat, Fribourg, Bulle, Gruyéres, Neuchateul,
Iverdon. Nesta Ocasião, visitou também a cidade de FREIBURG – Im Brisgau – Alemanha –
efetivando, no seu moderníssimo Ginásio Municipal: STADTHALLE, a apresentação do mesmo
Espetáculo: NOVA FRIBURGO CANTA BRASIL.
Com 70 músicos, em sua Banda Sinfônica, a Sociedade conta com o patrocínio da
Fundação Banco do Brasil e da Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo (CENF) com que
estabeleceu uma Escola de Música onde se lecionam Canto, Cavaquinho, Teclado, Piano
Clássico e Popular, Harmonia Funcional, Percussão, Violão Clássico e Popular, Prática
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de Sopro (Metal e Palheta), Teoria Musical, Arcos (Violino e Contrabaixo) e Coral. A Sociedade
possui, ainda, uma Banda-Escola. Mantém tradicionalmente a referenciada Escola de Música
da qual tem saído um considerável número de jovens músicos, hoje destacando-se no Brasil e
no Exterior. Em 07 de maio de 2005, fez –se a estréia do Coral da Campesina Friburguense,
atualmente com 50 participantes, sob a Regência da Maestrina Andréa Gomes Teixeira Senna.
Como fatos históricos de relevância, registrem-se o lançamento do primeiro Compact
Disc (CD), gravado ao vivo no monumental Salão Leopoldo Miguez da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro em outubro de 1997, e do primeiro DVD, também gravado ao vivo no
Ginásio Polivalente SESC/RIO DE JANEIRO-SESC/NOVA FRIBURGO em que se assinalou,
pela segunda vez, a histórica presença do Violoncelista e Maestro Alemão convidado, o Sócio
Honorário: Walter-Michael Vollhardt, de Freiburg-im –Brisgau, Alemanha. (Agosto de 2005).
O atual Maestro-Titular é Marcus Almeida, consagrado Arranjador e Spalla da Banda
Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro.
A Campesina tem como Presidente o Músico: Carlos Magno da Silva eleito que foi para
a Administração biênio 2005/2006. O Egrégio Conselho Deliberativo é presidido pelo Sr. Carlos
Jaime de Siqueira Jaccoud. Aos senhores: Heródoto Bento de Mello e Ricardo Tacuchian, estão
consignadas, respectivamente, as Titularidades Honoríficas de Presidente de Honra e Patrono
da Instituição.
Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense
A mais antiga expressão cultural de Nova Friburgo, foi fundada em 26 de Fevereiro de
1863 pelo português Samuel Antônio dos Santos, com 24 outros idealistas. Seu primeiro
presidente foi o Barão de São Clemente.
Em 1870, ocorreu uma cisão na banda, em decorrência de divergências entre
monarquistas e republicanos, tendo estes se retirado da Sociedade, e fundado a banda
Campesina.
A Banda Euterpe Friburguense, foi uma das mais importantes de nosso país de 1910 a
1945. Iniciou suas atividades em um salão alugado na rua General Osório 11, no Centro de
Friburgo, tendo posteriormente mais cinco endereços.
Em 6 de Dezembro de 1913, foi adquirido de Ernesto Joaquim Bravo, um terreno
situado a Avenida Santos Dumont, para construção da atual sede.
Em 1916 foi inaugurada a nova sede da banda, e mais tarde, em 1938, a avenida
passou a chamar-se Av. Euterpe Friburguense, uma homenagem ao 75º aniversário da
Euterpe.
A Banda Euterpe Friburguense é considerada de utilidade pública, foi a primeira a ter
uma mulher entre seus músicos (a clarinetista Eliete Miranda Pereira), e é a banda sinfônica
mais antiga do país, com 142 anos de atividades ininterruptas, e uma das mais antigas do
mundo.
Hoje a Euterpe conta com mais de 50 músicos na Banda Principal, cerca de outros 20
na Banda Escola e um Coral com cerca de 50 vozes, realizando um brilhante trabalho
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social e cultural, de grande importância para a cidade de Nova Friburgo e todo o Estado
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do Rio de Janeiro.
Banda Escola Euterpe-Friburguense
A Banda-Escola Euterpe Friburguense teve sua primeira apresentação em 27 de junho
de 2004. É formada por cerca de 25 alunos da Escola de Música Samuel Antônio dos Santos,
todos com idade média de 15 anos.
Sua formação ocorreu por iniciativa do professor Gilberto Pinheiro e do professor
Marcos Botelho, que atua como seu Regente-professor desde a primeira apresentação.
A banda tem como objetivo a prática de conjunto dos alunos, fazendo parte da formação
musical da Escola de Música. Questões técnicas musicais como: afinação, equilibrio,
interpretação, entre outras, são desenvolvidas na prática dos ensaios e apresentações. Os
alunos são estimulados a desenvolverem suas habilidades musicais de maneira ampla.
A Banda Escola Euterpe Friburguense representa o futuro e a continuidade da
Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense, a expressão cultural mais antiga de
Nova Friburgo. Portanto a Euterpe Friburguense, embora com mais de 143 anos, continua
jovem em sua essência em mais 140 anos.
Escola de Musica Samuel Antônio dos Santos – EMSAS
A Sociedade Musical Euterpe Friburguense desenvolve em sua Escola de Música a
formação de novos instrumentistas, ensinando a crianças e jovens desde a parte teórica,
incluindo a própria história da música, até a prática em um instrumento.
Grande parte dos músicos que hoje se encontram na banda principal, alguns deles já
profissionais, começaram na Escola de Música da própria Euterpe, incluindo os próprios
regentes, que aprenderam as primeiras noções musicais dentro da instituição, e hoje se
tornaram profissionais gabaritados e capacitados para atuar e até mesmo lecionar nas
instituições mais importantes do país.
Coral Euterpe Friburguense
O Coral Euterpe Friburguense, sob a regência do Tenor Ágni de Souza, conta com mais
de 50 vozes. Realiza apresentações na região, acompanhando a Banda Euterpe, ou em
apresentações independentes, cantando desde o erudito ao popular. As atividades do Coral
tiveram início em 2005, tendo sua primeira apresentação ao lado da Banda Euterpe no Festival
de Inverno de Nova Friburgo.
XII – Trovas e Jogos Florais
Em 1958, Rodolfo Coelho Cavalcante fundou em Salvador (Bahia) o Grêmio Brasileiro
de Trovadores (GBT), que em 1966 passaria a chamar-se União Brasileira de Trovadores
(UBT), hoje a principal entidade nacional dedicada à trova.
Em 1959, foi realizado em Campos dos Goytacazes-RJ, por iniciativa da Academia
Pedralva, o I Salão Campista de Trovas.
Em 1959 ainda, a TV Rio promoveu um concurso de trovas com o nome de Jogos
Florais, tendo como organizador J. G. de Araújo Jorge, na época o poeta que mais
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vendia livros no Brasil. Simultaneamente, a então famosa revista carioca Vida Doméstica
promovia também seus Jogos Florais, de âmbito nacional, organizados por Luiz Otávio.
Em 1960, Luiz Otávio e J. G. de Araújo coordenaram os I Jogos Florais de Nova
Friburgo. Foi o primeiro grande concurso de trovas encerrado com uma programação festiva,
consagrando Nova Friburgo como “berço dos modernos Jogos Florais no Brasil”.
O sucesso do concurso e da festa deveu-se em boa parte ao apoio do jornal O Globo,
do Rio de Janeiro, através da coluna “Porta de Livraria”, do respeitado crítico literário Antônio
Olinto. Em verdade, a cidade de Santos-SP já realizara concursos com o nome de Jogos
Florais em 1914, 1915 e 1916, porém abrangendo várias modalidades literárias. Os Jogos
Florais no formato atualmente em prática, centralizados única ou prioritariamente na trova,
tiveram início realmente em Nova Friburgo.
Na introdução do seu livro Trevos de quatro versos (1964), J. G. de Araújo Jorge fez
interessante registro contando como nasceram os Jogos Florais de Nova Friburgo:
A “trovite” está grassando. E tenho que “penitenciar-me” de ser um dos
responsáveis por essa verdadeira, mas benéfica, epidemia literária (...) Em 1959,
aqui no Rio, a Casa da Bahia, por sugestão de seu secretário, o trovador
baianíssimo Jaime de Faria Góis, instituiu um concurso de trovas cujo tema era
“a boa terra” (...) E – um pouco para minha surpresa, pois tinha conhecimento de
que havia mais de duas mil trovas concorrendo – posso dizer, como trovador,
parafraseando o general romano: “Cheguei, vi... e venci!” Outro dos vencedores
do concurso foi meu velho amigo, o trovador Luiz Otávio. Em viagem (do Rio
para Salvador, de navio), Luiz Otávio sugeriu transplantar para o Brasil a
realização dos Jogos Florais, à maneira dos velhos Jogos Florais da Idade Média
(...) Entusiasmamo-nos com a idéia e, na volta, a pusemos em prática, lançando
os I Jogos Florais na cidade fluminense de Nova Friburgo (...) Hoje os Jogos
Florais alastram-se praticamente por todo o Brasil.
O que é trova?
“Trova é uma composição literária de quatro versos setissilábicos, rimando o
primeiro com o terceiro e o segundo com o quarto. Sistema de rimas ABAB tendo sentido
completo quanto à mensagem. Na conceituação, a fala dos trovadores:
Que linda trova perfeita
Que nos dá tanto prazer;
Tão linda depois de feita!
Tão difícil de fazer!
(Adelmar Tavares)
Pelo tamanho não deves
Medir valor de ninguém;
Sendo quatro versos
breves,
Como a trova nos faz bem!
(Luiz Otávio)
Quero fazer uma trova
Minha estrela não ajuda;
Busco a técnica que aprova
E faço uma trova muda.
(Nilton Manoel)
46
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
I - O uso dos bens ambientais em proveito do turismo sustentável.
Nas últimas décadas, as causas ambientais passaram a andar ao lado das
questões turísticas. A amplitude de recursos naturais existentes, a necessidade de fuga do
estilo urbano e a procura por uma vida mais saudável impulsionaram a busca pela natureza,
concentrando o turismo em determinados pólos.
A partir dessa situação, estabeleceu-se um programa
nacional para a
regulamentação das práticas ligadas ao meio ambiente e criou-se a definição do turismo
sustentável, como o grupo de atividades turísticas que utilizam o patrimônio natural,
incentivando sua conservação e buscando a formação de uma política ambientalista.
Na prática do turismo sustentável, a proteção da natureza é lei. Sendo assim, o uso
dos bens ambientais possui regras que devem ser seguidas por todos que usufruem.
1. Bens Ambientais.
Nova Friburgo detém um conjunto de belezas naturais, inseridas num dos últimos
redutos da Mata Atlântica. Localizada principalmente em reservas e parques de preservação
da natureza, chamadas Unidades de Conservação Ambiental, protegidos por lei. Atrativos
esses considerados bens ambientais, que possuem como principal característica a sadia
qualidade de vida, sendo de uso comum do povo, podendo ser desfrutados por toda e qualquer
pessoa dentro dos limites que a lei determina.
1.1 Distinção entre os bens públicos e os privados:
O bem particular é aquele que pertence à pessoa natural ou jurídica de direito
privado. Enquanto o bem público é aquele em que o titular de seu domínio é uma pessoa
jurídica de direito público (União, Estados ou Municípios).
Os bens públicos podem ser:
I – de uso comum do povo, tais como rios, estradas, praças, mares etc..
II - os de uso especial, como edifícios ou terrenos aplicados a serviços públicos.
III- os dominicais- Que constituem o patrimônio da União, dos Estados ou dos
Municípios com atributos de direito real, ingerência direta do poder público titular do bem. Ex.
parques e reservas ambientais.
2. O uso do meio ambiente artificial em proveito do turismo sustentável.
O meio ambiental artificial é compreendido pelo espaço urbano construído,
consistente no conjunto de edificações (chamado de espaço urbano fechado) e pelos
equipamentos públicos (espaço urbano aberto). Este aspecto do meio ambiente está
diretamente relacionado ao conceito de cidade.
A realização organizada de atividades turísticas nesses espaços urbanos deve
sempre ser acompanhada pelo poder público em forma de autorização, evitando-se assim o
natural impacto ambiental conseqüente destas atividades. EX: poluição sonora, visual, lixo etc.
3 O uso do meio ambiente natural em proveito do turismo sustentável.
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
Nova Friburgo está situada em uma das localidades mais agradáveis da região
serrana do Estado do Rio de Janeiro. A cidade é uma das mais importantes e movimentadas
da região, mantendo seu encanto e a sofisticação.
Encravada na Serra do Mar, o que determina o clima, a paisagem e o relevo
montanhoso do lugar. Nesse imenso parque de diversões ecológicas, há aventuras para todos
os gostos. Sua maravilhosa biodiversidade associada às particulares circunstâncias do seu
território com uma topografia perfeita favorecendo a prática de diversas modalidades de
turismo sustentável. Com rios, picos trilhas, matas de fácil acesso e de imensa beleza.
Contudo deve sempre levar em consideração o uso racional desses recursos
abrangendo os impactos ambientais, sociais e econômicos que caracterizam a abordagem de
sustentabilidade, além de estudo prévio de impactos ambientais, existem algumas cautelas
específicas, destinadas até a sujeitar eventuais infratores ambientais a sanções penais.
Alguns bens ambientais de maior interesse turístico de Nova Friburgo:
•
comum do povo.
Praça Getúlio Vargas; Um claro exemplo de bem ambiental de uso
•
Pedra do cão sentado Com 1.111m de altitude fica localizada nas Furnas
do Catete, um quilômetro após o Véu das Noivas, a dez quilômetros do centro da cidade. Bem
dominical de domínio público, de uso controlado, símbolo da cidade de Nova Friburgo.
•
Pico da Caledônia. A 2.238m de altitude, o Pico da Caledônia está
inserida no parque Estadual de três Picos. Um dos pontos de maior beleza e contemplação da
região. Ótimo para prática de caminhadas e vôos de asa delta e parapente.
•
Três Picos de Salinas. Bem Ambiental de natureza Híbrida. São três
formações rochosas integradas ao Parque Estadual dos Três Picos, de natureza pública e
privada. Maior pico da região com 2.310m. Muito procurada por alpinistas e montanhistas,
propicia diversas caminhadas e travessias, com pontos de abrigo.
•
Nova Friburgo Country Clube é um bem ambiental privado. Fundada em
20 de abril de 1957. Um dos pontos de grande interesse turístico seus parques e jardins
contemplam a bela paisagem de mata atlântica intacta dentro de um centro urbano.
•
Morro da Cruz, situado no coração da Cidade, um dos mais antigos
cenários de caminhadas e histórias de Nova Friburgo. Acesso também pelo teleférico.
•
Encontro dos Rios, cartão postal da Cidade, localizado em Lumiar 5º
distrito de Nova Friburgo, a cerca de 40 km do centro. Palco de grandes eventos esportivos da
canoagem e um dos atrativos turísticos mais visitados da região.
4. Flora e fauna e aspectos de defesa
O município de Nova Friburgo com seu cenário de mil cores e formas proporciona
aos aficionados em atividades ligadas ao turismo sustentável uma infinidade de atrativos
ligados diretamente a sua flora e fauna, que deve ser trabalhada de forma inovadora definindo
uma estratégia de desenvolvimento em condições possíveis para uma evolução
48
sustentável, interagindo com o meio ambiente, estimulando sempre a preservação dos
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
recursos naturais.
O turismo sustentável deve caminhar sempre ao lado dos mecanismos de
preservação ambiental. A flora e fauna são bens ambientais sobre os quais incide a ação do
homem. Com isso deve-se frisar que animais e vegetais não são sujeitos de direitos, porquanto
a proteção do meio ambiente existe para favorecer o próprio homem.
A função ecológica é cumprida na medida em que a fauna e flora participam da
manutenção e equilíbrio do ecossistema, sendo responsável pela criação de um ambiente
sadio, o qual, como sabido, é essencial à vida com qualidade.
5. Recursos Hídricos
Entre os fantasmas que rondam a humanidade no século XXI, a falta de água
potável está no topo da lista dos problemas a serem resolvidos. O consumo excessivo, a
poluição e o crescimento demográfico na Terra ameaçam esgotar as reservas de água doce no
planeta.
Apesar de aparentemente a Terra dispor de uma enorme quantidade de água,
quase 97% é constituída por água salgada dos mares e oceanos e cerca de 2% dela está
congelada em geleiras. Logo, somente 1% está efetivamente disponível para o consuma
humano, a irrigação e o uso industrial.
Nova Friburgo é privilegiada em relação a esse assunto, sua topografia e
localização com natureza ainda exuberante e a abundância de rios e cachoeiras fazem dos
recursos hídricos da região um atrativo importantíssimo.
Suas nascentes vão gerar as bacias hidrográficas de rios de grande importância,
como a Bacia do bengalas, Rio Grande e Macaé.
Qualquer alteração química, física ou biológica que possa importar em prejuízo à
saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causando dano ou comprometendo os
lençóis freáticos, permitido a proliferação de bactérias, que acabam competindo com as
espécies aquáticas na luta pelo oxigênio, dizimando-as e causando um desequilibrou ecológico
devem ser evitadas e resolvidas logo no seu início evitando-se desta forma a degradação
ambiental de um bem valioso, a água.
II. O turismo sustentável como atividade econômica.
A política nacional vinculada ao meio ambiente visa, entre outros objetivos, a
preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas em sua utilização racional e
disponibilidade permanente, além de ter como meta a compatibilização do desenvolvimento
econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e equilíbrio ecológico e
distribuição de renda.
O turismo sustentável, sem dúvida alguma, revela-se uma das mais racionais
formas de utilização dos bens ambientais. Destaca-se que qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira e ainda entes despersonalizados poderão em
princípio exercer atividade econômica reservada a viabilizar viagens de lazer usando bens
ambientais (art. 3º da Lei n.º 8078/90), desde que, diante de circunstâncias concretas,
49
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
realizem necessário estudo de impactos ambientais e cumpram as demais normas impostas às
diferentes possibilidades de acesso aos bens ambientais.
1. Direitos e deveres dos fornecedores de serviço
Os fornecedores de serviços de turismo sustentável devem deixar claro a que
produtos ou serviços de turismo se referem às informações, de maneira objetiva e inequívoca
para potenciais clientes, destacando aspectos relacionados à segurança, descrição, riscos etc..
2. Direitos e deveres do ecoturista
Atraídos pelos bens ambientais e em busca do lazer, o ecoturista, a exemplo dos
fornecedores, não só deverá obedecer às normas com deveres fundamentais em relação ao
uso dos bens ambientais, como por outro lado, o ecoturista ao contratar os serviços possuí
vários direitos dentre eles destaca-se:
• À proteção à sua vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos.
• Proteção contra a propaganda enganosa e abusiva como o de ser informado
adequadamente e de forma clara sobre os diferentes produtos e serviços com especificação
correta de quantidade, características, qualidade e preço.
III - Turismo de aventura e sua importância para Nova Friburgo
No Brasil o turismo de aventura evoluiu pelo mesmo caminho do turismo de
natureza, conseqüência de uma consciência crescente sobre os conceitos e práticas do
desenvolvimento sustentável, a qual foi fortemente estimulada pela realização do Rio 92.
O mercado turístico ficou mais aberto e interessado em consumir produtos e
roteiros que levassem as pessoas ao ambiente natural preservado, surgindo assim empresas
operadoras de ecoturismo. Dentro do Ecoturismo o turismo de aventura foi se diferenciando e
adquirindo características próprias. Diversas operadoras passaram a dispor de equipamentos e
recursos humanos e a oferecer produtos para este novo mercado. Associações esportivas
organizadas por modalidades também se adaptaram para absorver parte desta demanda.
Conceito: Entendem-se como atividades de turismo de aventura aquelas oferecidas
comercialmente, usualmente adaptadas das atividades de aventura, que tenham ao mesmo
tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos. As
atividades de Turismo de aventura podem ser conduzidas em ambientes naturais, rurais,
urbanos e artificiais.
1. A importância do turismo de aventura em Nova Friburgo;
No Brasil o turismo de aventura é realizado em diversos destinos turísticos, sendo,
muitas vezes um dos fatores de indução do desenvolvimento.
Como atividade econômica, possui forte participação de empresas de
50
pequeno e médio porte, o que leva a uma melhor distribuição de renda.
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
Em Nova Friburgo encontram-se todas as características para o desenvolvimento
do turismo de aventura, pois na maioria das vezes é praticado em ambientes naturais
preservados ou relativamente preservados.
Nova Friburgo conta um patrimônio natural inestimável, encravado na Serra do Mar
e cercado por um Parque Estadual, APA, Bacias Hidrográficas e outras unidades de
conservação. O desenvolvimento através do turismo sustentável se não a melhor é com
certeza uma das melhores opções de negócio para a região. Envolvendo também a questão da
qualidade de vida já que a opção pelo empreendimento leva a atividade ao ar livre e o contato
com o meio ambiente natural, além da gestão do próprio negócio.
2. Diferença entre turismo de aventura & esporte de aventura & ecoturismo;
Pode-se praticar ecoturismo ou turismo sustentável dentro de cidades em uma
simples caminhada de contemplação, num pesque pague, um pequeno passeio a cavalo etc...
Isso é ecoturismo.
Descer um paredão ou uma cachoeira pendurado por uma corda, remar rio abaixo
a bordo de botes infláveis, subir montanhas, caminhar em meio a rochas, trilhas e riachos
passear pelas copas das arvores pode parecer insensatez, mas são as formas mais
interessantes de interagir com essas atividades e se sentir completamente entregues a eles,
isso é Turismo de aventura.
Praticar esses esportes como atleta ou simplesmente como atrativo pessoal sem
acompanhamento de uma empresa, operadora ou monitores e instrutores são considerados
esportes de aventura.
Modalidades mais praticadas.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
CACHOEIRISMO
CANIONISMO
CAMINHADA
RAFTING
RAPEL
ESCALADA
MONTANHISMO
CANOAGEM
PASEIO DE JEEP
MOUTAIN BIKE
ARVORISMO
3. Certificação e normatização do turismo de aventura
Encontra-se em discussão e elaboração um conjunto de normas que tem por
objetivo a certificação em turismo de aventura, com o foco na operação responsável e segura
do turismo de aventura.
Este projeto tem por objetivos a identificação e o desenvolvimento de um
sistema de normas técnicas dos aspectos críticos de operação responsável e segura do
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
51
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
turismo de aventura e o desenvolvimento de um processo de divulgação e sensibilização junto
às partes interessadas sobre a importância das normas técnicas, entre outros.
Como resultados da certificação e normatização do turismo de aventura espera-se
a transformação do cenário da operação responsável e segura do Turismo de Aventura no
Brasil, bem como o desenvolvimento de uma cultura de qualidade e segurança no segmento ,
aliado a uma integração e mobilização dos profissionais sempre no foco da qualificação e da
qualidade do atendimento.
III – A importância da segurança em guiamento no meio ambiente
A segurança no turismo sustentável envolve pessoas, equipamentos procedimentos
e as próprias empresas prestadoras dos serviços.
Desta forma uma abordagem da segurança nas atividades que envolvam o meio
ambiente é altamente recomendável. Além disso, uma norma de gestão de segurança pode ser
uma referência para todo prestador de serviço, demonstrando um processo bem sucedido de
implementações podendo ser utilizada por uma organização para assegurar às partes
interessadas que ela possuí um sistema de segurança apropriado em funcionamento.
.
• Acidente
Evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão, dano ou outra perda.
• Incidente
Evento que deu origem a um acidente ou tinha o potencial de levar a um.
• Riscos
Combinação da probabilidade de ocorrência e das conseqüências de um
determinado evento perigoso.
• Identificação de perigos
Processo de reconhecimento que um perigo existe e definição de suas
características.
• Avaliação dos riscos
Processo global de estimar a magnitude dos riscos de decidir se um risco é ou não
aceitável.
• Segurança
Isenção de riscos inaceitáveis de danos
• Resumo e estatística de acidentes
• Normas Técnicas
A direção deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para
estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema da gestão da segurança, dentro dos
padrões se segurança estabelecidos pelas normas técnicas definidas.
• Regulamentos técnicos
Processo de tratamento de riscos, reduzindo a probabilidade de ocorrência
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
52
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
com treinamento dos condutores, informações ao cliente, supervisão, manutenção preventiva,
minimização da exposição a fontes de risco.
• Certificação voluntária
Processo pelo qual a organização deve submeter a uma auditoria voluntária com o
objetivo de avaliar os erros, riscos e implementar a atividade visando uma política de, incluindo
o comprometimento com a melhoria contínua. segurança
IV - Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento de técnicas de conservação, monitoramento e gerenciamento
da Biodiversidade constitui um diferencial de empresas responsáveis e preocupadas com os
ecossistemas nos quais estão inseridos.
Empresas proprietárias de largas extensões de terra, ou ainda cujas atividades
causam impactos em seus habitats e ecossistemas, devem manter uma agenda próbiodiversidade. Este tipo de iniciativa, quando é específica às suas instalações e respeita
prioridades da biodiversidade local e as regulamentações nacionais e internacionais, constitui a
célula mãe do desenvolvimento sustentável.
• HISTÓRICO
A terminologia empregada a este princípio surgiu, inicialmente na conferência
Mundial de Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo e repetida nas demais
conferências sobre meio ambiente, em especial na ECO – 92, a qual empregou o termo em
onze dos seus vinte e sete princípios.
No meio de turismo sustentável esse é o mecanismo mais utilizado para
exemplificar o desenvolvimento sustentável.
Nova Friburgo vem buscando meios de aplicação dentro de um programa de
sustentabilidade envolvendo atividades de turismo de aventura dentre outras.
• DANO AMBIENTAL
Ocorrendo lesão a um bem ambiental, resultante da atividade praticada por pessoa
física, pública ou privada, que direta ou indiretamente seja responsável pelo dano, não só há a
caracterização deste como a identificação do poluidor, aquele que terá o dever de indenizá-lo.
Uso Sustentável dos Recursos Biológicos.
Para muitas empresas, os impactos mais significativos estão ligados ao uso direto
ou indireto dos recursos naturais ao seu redor. Um plano de ações deve garantir que todos os
tipos de atividades usem estes recursos de forma sustentável, o que requer um trabalho
conjunto com os fornecedores para que estes melhores seus próprios desempenhos
ambientais e também a procura de novas fontes certificadas. Existem diversas plataformas de
certificação que estão cada vez mais focando as questões referentes à biodiversidade que
podem ser aplicadas à cadeia de suprimento
• Crime ambiental
53
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
A lei 9605/98 disciplinou os crimes ambientais, atento ao preceito trazido pelo
CRFB/88. Desse modo, fez-se com que a tutela do meio ambiente fosse implementada através
da forma mais severa, sendo assim, os usuários dos bens ambientais em proveito do turismo
sustentável devem estar atentos a tutela ambiental evitando-se ser responsabilizados por
eventuais crimes que por ventura a atividade venha provocar.
• Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiental
O bem ambiental, fundamental, vinculado a aspectos importantes como à vida,
merece tutela tanto do poder público como de toda a coletividade, consistente num dever, e
não somente em mera norma moral de conduta. Essa proteção dos valores ambientais
estrutura tanto a sociedade, do ponto de vista de suas instituições, quanto se adapta às regras
mais tradicionais.
Além disso, a dignidade da pessoa humana e tutela ambiental obviamente têm de
se levar em consideração à possibilidade do desfrute. De acordo com essa visão, temos que o
meio ambiente é voltado para satisfação das necessidades humanas.
Ressalta-se ainda a educação ambiental que decorre do princípio da participação
reduzindo os custos ambientais, à medida que a população atuará como guardiã do meio
ambiente, fixando idéias de consciência ecológica.
Zoneamento ambiental
Os espaços ambientais, tomados em sentido amplo, são as porções do território
estabelecidas com a finalidade de proteção e preservação, total ou parcial, do meio ambiental.
Divididas em espaços especialmente protegidos e zoneamento ambiental.
As unidades de conservação, criadas por ato do Poder Público, fazem parte do
Sistema Nacional de unidades de Conservação da Natureza SNUC e são constituídas pelo
conjunto de UC federais, estaduais e municipais de acordo com a lei 9.985/200.
Divididas em dois grupos, as unidades de Proteção Integral( cujo objetivo básico é
preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais salvo
exceções previstas em lei) e as Unidades de uso Sustentável( cujo objetivo básico é
compartilhar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcelas integrantes do
SNUC).
Unidades de Proteção Integral:
• Estação Ecológica – Reserva Biológica- Parque Nacionaldomínios públicos, sendo que as áreas particulares serão desapropriadas.
– De posse e
Unidades de uso sustentável:
• APA- São propriedades privadas, podendo incluir trechos de domínio público,
sempre sob supervisão governamental.
• Áreas de relevante interesse ecológico – Constituídas por terras públicas ou
privadas
• Floresta Nacional – De posse e domínio Público, sendo que ares particulares
incluídas em seus limites devem ser desapropriados.
54
• Reserva extrativista
De domínio Público com uso concedido às
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural
populações extrativistas tradicionais na forma da lei, sendo que as áreas particulares devem
ser desapropriadas.
• Reserva de fauna - de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares
devem ser desapropriadas.
• Reserva de desenvolvimento sustentável – De domínio Público com uso das
áreas ocupadas pelas populações tradicionais regulado pela lei sendo que áreas particulares
devem ser, quando necessário, desapropriadas.
• Reserva particular do patrimônio natural (RPPN) – Área privada, gravada com
perpetuidade na forma da lei.
Parcelamento urbanístico do solo
Tem por finalidade efetivar o cumprimento das funções sociais da cidade,
estabelecendo regramentos para melhor aproveitamento do espaço urbano e, com isso, a
obtenção da sadia qualidade de vida.
Importante frisar que cabe aos Estados às peculiaridades regionais e locais e aos
municípios estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal.
55
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Anexos
O Projeto Nova Friburgo Cultural
O Projeto está vinculado ao Programa Monumenta, um acordo de cooperação
técnico e financeira firmado pelo Ministério da Cultura com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento, com a parceria da UNESCO. Este Programa apóia o desenvolvimento de
ações que contribuam para a intensificação do uso do patrimônio histórico, arquitetônico e
cultural, especialmente para fins turísticos. Em Nova Friburgo a Praça Getúlio Vargas é o
conjunto apoiado pelo programa.
A idéia do projeto surgiu da necessidade de valorizar o turismo cultural, enfatizando
a história da cidade e das colônias de imigrantes, reforçando as características singulares de
Nova Friburgo.
Pretende-se a valorização de produtos e festas típicas, o resgate das tradições, a
revitalização do patrimônio histórico, o uso cultural de espaços públicos, o incentivo a artistas
locais e o resgate de fatos e personagens históricos.
Os objetivos do projeto são:
Ö
Incentivar o turismo cultural por meio da realização de ações de pesquisa,
organização e disponibilização de informações sobre o patrimônio histórico-cultural e
qualificação de mão de obra para o setor.
Ö
Buscar o envolvimento da sociedade, capacitando agentes locais para gerar
atividades econômicas e intensificar o uso do patrimônio histórico-cultural e
arquitetônico.
As metas do projeto são:
Ö
Realizar um inventário dos atrativos culturais de Nova Friburgo, composto de
informações referentes a Produção Artística e Artesanal Local, Manifestações e
tradições, Grupos Culturais, Espaços Culturais, Bens Imóveis, Instituições Culturais.
Ö
Estruturar e divulgar 10 roteiros turísticos culturais tendo por ponto de interseção
o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça Getúlio Vargas.
Ö
Implantar um sistema de Sinalização Interpretativa em 10 atrativos culturais mais
significativos no Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça Getúlio Vargas, com
base no Guia Brasileiro de Sinalização Turística do IPHAN.
Ö
Consolidar um calendário de eventos turísticos culturais, cuja realização irá
alavancar o desenvolvimento de atividades econômicas e sociais para a comunidade
friburguense.
Ö
Produzir material de divulgação referente ao patrimônio cultural de Nova Friburgo,
em especial do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça Getúlio Vargas.
Ö
Desenvolver e manter um website para a divulgação do Turismo Cultural em
Nova Friburgo, com a edição e distribuição de um Informativo on line mensal para a
promoção e divulgação das atividades culturais de Nova Friburgo.
Ö
Aperfeiçoar profissionais Guias de Turismo da comunidade qualificando-os para
um melhor atendimento ao turista e ao visitante de Nova Friburgo.
Ö
Criar e capacitar grupo de informantes e monitores voluntários para os atrativos
culturais de Nova Friburgo, valorizando a comunidade local e melhorando a infraestrutura receptiva da cidade.
56
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Anexos
Atividade em equipe
A atividade em equipe proposta permitirá ao grupo colocar em prática o
conhecimento adquirido ao longo do Curso de Aperfeiçoamento para Guia de Turismo,
contribuindo para a fixação da aprendizagem e da transformação da informação recebida em
atuação profissional.
Assim, a proposta dos facilitadores do curso é de que os participantes, divididos em
equipes, possam elaborar um roteiro turístico cultural que atenda a diferentes motivações,
considerando a diversidade de públicos e seus interesses em Nova Friburgo.
Para tal devem ser levadas em considerações as seguintes informações:
Ö
Cada equipe deverá escolher um perfil de turista a ser atendido com o roteiro
proposto, dentro das seguintes características:
o Grupo de estudantes, de 8ª. série do ensino fundamental, em atividade
extracurricular. Viagem de formatura. Período 3 dias. Acompanhado pelos
professores de arte e geografia. Faixa etária 14 anos.
o Excursão de grupo de 3ª. Idade. Período 4 dias. 80% do grupo composto
por senhoras.
o Profissionais liberais, participando de Congresso em Nova Friburgo. Tarde
livre e interesse de permanecer no final de semana pós–evento com
esposas/maridos.
o Grupo familiar. Reunião dos membros da família “Silva”, cujos primeiros
antepassados fizeram parte da colonização da Vila de Nova Friburgo. Período 2
dias.
Ö
Além do roteiro propriamente, a equipe deverá justificar a escolha dos atrativos e
atividades previstas, bem como o tempo estimado de visitação/duração da
atividade.
Ö
O roteiro poderá ser enriquecido com outras sugestões, tais como locais de
hospedagem, alimentação e compras.
Ö
Use a criatividade – não existem limites nem barreiras, imagine que a cidade
realmente respira turismo e tudo “conspira” a seu favor.
Boa sorte !!!
Complementação - Atrativos naturais de Nova Friburgo
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
57
Anexos
Cachoeira Indiana Jones
Localização Boa Esperança - 31 Km da Sede.
Descrição: Canyon estreito por onde passa um riacho. No local existem duas grandes pedras
presas em paredes de rochas, cipós e uma piscina natural.
Cachoeira Toca da Onça
Localização Lumiar
Descrição
Sendo trecho do Rio Bonito, o local é ideal para pic-nic e para acampar. O rio
oferece neste ponto o Poço Grande, com praia e vegetação abundante, permitindo banho e
prática de canoagem. Localizada a 17 km de Lumiar.
Cachoeira Véu de Noiva e Cachoeira Gravatinha
Localização Rodovia Nova Friburgo - Bom Jardim
Descrição
As cachoeiras Véu de Noiva e Gravatinha, bem próximas são cachoeiras
artificiais, criadas pela usina geradora de energia da C.E.N.F.. Tem altura aproximada de 90m,
sendo no alto mais estreita, se abrindo em leque na proporção que desliza sobre a laje
rochosa, formando uma imagem semelhante a um véu de noiva. Destacam-se três grandes
saltos, o último com altura em torno de 20m, de onde as águas caem sobre as rochas no leito
estreito ao Rio Bengalas. As águas são claras e frias, porém poluídas, e tornam-se barrentas
no período de chuvas. Local para se apreciar a paisagem mais do que para a prática de
banhos, onde se destacam os eucaliptos e vegetação ao redor. Próximo ao leito do Rio
Bengalas e em torno da Cachoeira concentram-se arbustos floridos, as "trombetas", típicas da
região.
Cascata Pinel / Cascata Santa Izabel
Localização Rio Grande, junto à rodovia Friburgo-Sumidouro
Descrição
Formado pelo Rio Grande, é por tradição denominada Cascata Pinel em
homenagem aos primeiros proprietários do Sítio, recebendo o nome oficial de Cascata Santa
Izabel, quando os príncipes imperiais visitaram a região em 1868. Está bem próxima à estrada
de Sumidouro e destaca-se por sua imponência em meio a vegetação densa com todas as
características primitivas. Tem altura total entre 30m a 40m e grande volume d’água. Na parte
mais elevada as águas descem por 3 degraus que somam uma altura em torno de 12m e se
juntam caindo com intensidade, formando um grande salto. À sua frente, bem próximo, há um
rochedo de grande volume, totalmente recoberto de árvores de médio porte. Ele modifica o
curso natural do rio, formando à direita, um poço e seguindo, à esquerda, encachoeirando.
Com águas claras, transparentes e frias, a cachoeira é local propício a banhos, principalmente
nas pequenas corredeiras e na piscina natural formadas após o segundo salto. Localizada em
local ermo, circundada por alto relevo e vegetação densa, tem à sua direita, um morro de
grande beleza, onde a vegetação alcança até quase o seu topo, topo este que aparece em
rocha viva, recoberto de bromélias.
Furnas do Catete - Pedra do Cão Sentado
Localização Rodovia Nova Friburgo - Bom Jardim, RJ 116
Descrição Situada à margem da Rodovia Nova Friburgo - Bom Jardim, encontra-se em
extensa área, com altitude máxima em torno de 1.100ms. É um conjunto de grutas e blocos de
rochas superpostas que criam formas deslumbrantes. O ponto mais elevado é a Pedra do Cão
Sentado, formação que se assemelha a um cão de guarda, com 100m de altura. Para atingi-lo
o visitante percorre aproximadamente 1 Km, ultrapassando 12 pontes e rústicas
58
escadas. Em furnas do Catete encontramos grutas estranhas e pitorescas onde se
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Anexos
destacam: Toca da Onça, Igrejas dos Macacos, Salão do Escoteiro, Pico do Charuto, Furnas
Vinte Minutos, Quilha do Navio, Pia Sagrada, além do Cão Sentado. Junto ao portão de acesso
ao local há um lago circundado por formações rochosas, jardim e um quiosque próprio para
pic-nics.
Morro da Cruz
Localização Junto à Praça do Suspiro
Descrição
Com altura de 1.395m, é melhor local para se apreciar a paisagem da região. A
vegetação da montanha é densa e de alto porte nos primeiros 500m de altitude e pode ser
avaliada no percurso de acesso ao mirante. Deste avista-se grande parte de Nova Friburgo, no
Vale do Rio Bengalas, circundado pelo relevo montanhoso da região. A
rodoviário, limitado por trilhas e / ou por teleférico.
Pedra Riscada
Localização Rodovia Nova Friburgo/Casimiro de Abreu (RJ-142) – Lumiar- Estrada Serramar
km 3
Descrição
Grande formação rochosa, com altura de 500m. Localizada na Serra de Santa
Luzia, a 3 km de Lumiar. Apresenta suas vertentes estriadas, característica invulgar que deu
nome ao atrativo e se impõe na ambiência bucólica de Lumiar. No interior, algumas cavernas
onde uma se destaca por seu amplo salão. Ainda inexplorada, é aconselhável visita-la com
guia e material, como cordas , lanternas e botas de borracha.
Poço do Alemão/ Encontro dos Rios
Localização Rodovia Nova Friburgo/Casimiro de Abreu (RJ-142) – Lumiar - Estrada Serramar
km 6,3
Descrição
A área onde acontece a confluência dos rios Macaé e Bonito se destaca como
um dos mais belos recantos da região de Nova Friburgo. O atrativo compõe-se da Ponte do
Alemão, Encontro dos Rios e Poço do Alemão. A Ponte do Alemão é rústica em madeira, liga
as margens do Rio Macaé e permite o acesso às localidades de Aldeia Velha e Toca da Onça.
É um excelente local para se apreciar a paisagem circundante. O Encontro dos Rios é o ponto
onde o Rio Bonito deságua encachoeirado no Rio Macaé, de uma altura aproximada de 15m
de altura, entre altos paredões rochosos. O Poço do Alemão identifica-se como uma ampla
piscina natural, com área em torno de 200m² , formada logo após o Encontro dos Rios. O Rio
Macaé em todo este trecho apresenta-se encachoeirado, com largura entre 25m a 30m, com
intenso volume d’água e grandes rochas em seu leito, formando saltos, duchas e piscinas
naturais. O local é muito procurado por adeptos da canoagem e boiagem. As margens do rio se
apresentam praticamente cercadas de rochas e recobertas de vegetação rasteira. Em finais de
semana e feriados é grande a demanda de visitantes ao local. Localizado a 6,3 km da Vila de
Lumiar.
Poço Feio
Localização junto à Rodovia Nova Friburgo- Casimiro de Abreu (RJ 142) Lumiar- Estrada Mury
Lumiar, km 23
Descrição
Formado logo após suaves quedas d’água, poço, tem 600m² de área, possuindo
uma agradável praia com 40m de extensão e 8m de largura. As águas claras, transparentes e
frias são mansas e excelente para banhos, tanto nas duchas naturais quanto no amplo poço.
Registra-se ainda, no atrativo, um grande rochedo, com acentuado declive, que é usado como
escorrega. O local é circundado por vegetação de médio e grande porte, aonde as árvores
chegam até ao poço. É também chamado de "Praia de Lumiar". A 1,2 km da Vila de Lumiar
Poço Verde
59
Localização Rodovia Nova Friburgo - Casimiro de Abreu (RJ 142)- Lumiar- Estrada
Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
Anexos
Serramar km 3
Descrição
Localizado em um dos muitos trechos encachoeirados do Rio Macaé, possui
águas claras, transparentes e frias. Destaca-se no local uma laje, com acentuado declive entre
2m a 3m de altura. O local mais propício a banhos é a área do poço, pois nas duchas naturais
existentes as águas se precipitam com grande intensidade. Localizada junto a encostas
cobertas de densa vegetação, tem como destaque de seu entorno a Ponte Joel Heringer, que
liga as margens do Rio Macaé. O trecho é bastante utilizado pelos praticantes de canoagem. A
3 km da Vila de Lumiar.
Rio Grande
Localização Riograndina
Descrição Nasce no distrito de Campo do Coelho, na parte vertente para a localidade de São
Lourenço. Percorre todo o distrito, região de desenvolvimento rural, parte do distrito da sede.
Possui águas transparentes e frias e durante seu trajeto vem recebendo rios e córregos que,
ao se encontrarem com o Rio Grande, formam quedas d’água e piscinas naturais. Entre as
corredeiras e cachoeiras existentes em seu leito, podemos citar a Cachoeira Pinel / Cascata
Santa Izabel, as Três Cachoeiras, o Poço do Almeida e o Poço do Meu Paraíso.
Rio Macaé
Localização Macaé de Cima e Lumiar
Descrição
Nasce na localidade de Verdum - Macaé de Cima, segue parar o distrito de
Lumiar, indo desaguar no Oceano Atlântico, em Macaé. Possui águas transparentes e frias e
durante seu trajeto vem recebendo rios e córregos que, quando se encontram com o Rio
Macaé, formam quedas d'água e piscinas naturais. O rio corre todo encachoeirado, permitindo,
além da boiagem, a prática de canoagem, principalmente na área próxima à Vila de Lumiar.
Torneios acontecem principalmente no verão e são organizados pela AFRICA - Associação
Friburguense de Canoagem. Vários atrativos do Rio Macaé merecem ser citados entre eles: O
Poço do Alemão (encontro dos Rios Macaé e Bonito), Poço Verde, Poço Feio Cachoeira das
Andorinhas e Cascata do Frezze, todos situados próximo à Rodovia Nova Friburgo - Casimiro
de Abreu. O Rio Macaé está localizado, da nascente até foz, dentro de área de reserva
ambiental e ecológica, onde a fauna e a flora ainda são preservadas. Águas piscosas, onde se
captura principalmente o cascudo, a piaba e o acará.
Três Picos de Salinas
Localização Localidade de Três Picos,39 Km da Sede - Campo do Coelho
Descrição
Formação rochosa, com três elevações que se assemelham as pirâmides, a mais
alta registrando 2310m de altitude. A região é conhecida pelos pilotos de aviação como
"Montanhas Fantasmas", por não estarem registradas nas cartas topográficas. No local se
pratica montanhismo.
Pico do Caledonia
Localização Parque do Caledônia - 11,6 km da Sede
Descrição - Vale com forte declive tem aproximadamente 1.600m de altitude. Parte integrante
da Serra do Mar, o atrativo preserva ainda características de floresta primitiva, composta por
densa vegetação de médio e alto porte. Possui flora muito variada onde se destacam
quaresmas, manacás da serra etc...Local onde se descortina belíssimo panorama do relevo da
serra, com o recorte dos picos, montanhas, colinas, rios e quedas d’água, além de avistar-se
toda a região de Nova Friburgo e parte da Baixada Fluminense.
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Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo
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