Prezado Aluno, O Projeto “Nova Friburgo Cultural”, desenvolvido pelo Instituto IDEIAS com o financiamento do Programa Monumenta do Ministério da Cultura / UNESCO, surgiu como um desdobramento do Plano de Marketing para o Turismo de Nova Friburgo, ação realizada em 2004 pelo IDEIAS e parceiros locais. O “Nova Friburgo Cultural” tem como premissa o incentivo ao Turismo Cultural e todas as suas atividades são desenvolvidas a partir do patrimônio arquitetônico e paisagístico da Praça Getúlio Vargas, principal eixo urbano de Nova Friburgo, ponto de encontro da população e dos turistas, inscrita sob o n° 50 do livro arqueológico, etnográfico e paisagístico do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, desde 4 de julho de 1972. Além de contribuir significativamente para conscientizar a população friburguense sobre a importância de preservar, conservar e recuperar os recursos culturais existentes, permitindo a sua utilização de forma adequada, por meio de implementação de um turismo centrado sobre a qualidade da informação, da importância e da diversidade cultural, o projeto também busca promover o desenvolvimento de alternativas de geração de renda e emprego, criando condições para a promoção de uma sustentabilidade econômica, social e cultural de Nova Friburgo. Assim é que dentre as atividades previstas, realiza-se o curso de Aperfeiçoamento de Guias de Turismo da comunidade friburguense com o apoio do SEBRAE e da TURISRIO, parceiros neste projeto e incentivadores do turismo em Nova Friburgo. Esperamos que esta apostila seja facilitadora da construção do conhecimento e que sirva de referencial permanente, atendendo as necessidades e expectativas dos participantes, aperfeiçoando-os e atualizando-os com informações fundamentais sobre a história, a cultura, a geografia e o meio ambiente de Nova Friburgo, contribuindo na melhoria contínua de seu desempenho profissional. Acreditamos Esperamos como conseqüência desta ação a especialização das atividades de turismo receptivo realizadas por esses guias de turismo e pelas agências de turismo, facilitando a captação de grupos de turistas com interesses diferenciados e incrementando assim o desenvolvimento turístico local. A Coordenação Quanto maior e mais competitivo se torna o turismo, mais autênticas para os turistas tornaremos nossas culturas. John Naisbitt – Paradoxo Global 2 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Sumário Apresentação 3 A formação profissional e o turismo 4 O Guia de Turismo 4 Objetivos e Conteúdo do curso 4 Atividades 5 Avaliação 5 Referências Bibliográficas e Internet 6 Plano de aula 8 Vertente 1 – História 10 Vertente 2 – Cultura e Patrimônio Cultural 25 Vertente 3 – Meio Ambiente e Patrimônio Natural 46 Anexos O Projeto Nova Friburgo Cultural 55 Atividade em equipe 56 Avaliação do curso 57 3 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Apresentação A formação profissional e o turismo Sabemos que hoje no mundo, 1 em cada 9 trabalhadores está direta ou indiretamente empregado no universo de viagens e turismo. Há alguns anos atrás a escassez de mão-de-obra qualificada, a ineficácia de ações de treinamento, a falta de conhecimento de idiomas, de informática, e de serviços de atendimento eram apontados como as principais deficiências do setor em sua busca por uma qualidade do produto turístico. Verificamos nos últimos anos que este quadro vem se alterando, seja por uma maior oferta de cursos e instituições voltadas à profissionalização, seja pela conscientização do empresariado quanto ao diferencial necessário à competitividade do mercado. A formação do profissional de turismo cada vez mais está voltada à interação dos aspectos teóricos e práticos, nas diversas frentes de serviços existentes, com um forte componente de interdisciplinaridade, exigindo de alunos e facilitadores uma gama de conhecimento mais amplo - da história a geografia, da economia a administração, passando obrigatoriamente pelo conhecimento de idiomas, pelo conhecimento do patrimônio cultural e natural, pelas relações interpessoais e pela psicologia. Afinal, o turismo envolve diretamente o sentimento e as expectativas das pessoas. Adaptabilidade – esta é a palavra-chave do profissional do futuro: Ö adaptar-se a entornos profissionais, a estilos e métodos de trabalho dentro de diferentes contextos econômicos e geográficos. Ö adaptar-se a entornos sócio-culturais, compreendendo hábitos de consumo, costumes e gostos das diversas nacionalidades e tipos de turistas, porém dentro de parâmetros internacionais de atendimento. Ö adaptar-se as expectativas dos clientes, atendendo as necessidades concretas do mercado com ações rápidas de planejamento e oferecimento de bons serviços. Ö adaptar-se a novas tecnologias, a novos canais de comercialização, a novos hábitos de compras, que surgem em nosso dia-a-dia, a uma grande velocidade. Somente a prática do dia-a-dia, aliada ao conhecimento teórico irão garantir a valorização do profissional. A atividade do turismo não aceita mais o amadorismo. Num mercado altamente competitivo, cada vez mais especializado, disputado turista a turista, país a país, cidade a cidade, não são mais admissíveis aventureiros e pára-quedistas. Cabe aos profissionais do setor, ocuparem o seu espaço. 4 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Apresentação O Guia de Turismo Como única profissão regulamentada no setor de turismo, conforme determina a Lei nº 8.623, de 1993, regulamentada pelo Decreto nº 946, de 1º de outubro de 1993, os Guias de Turismo são os profissionais credenciados e habilitados pelo Ministério do Turismo para atuarem no acompanhamento de turistas em todo o país, de acordo com a especificidade de sua formação. Dentre as atribuições do Guia de Turismo destaca o acompanhamento, a orientação e a transmissão de informações a pessoas ou grupos em visitas e excursões urbanas, municipais ou especializadas, atuando como um relações públicas responsável pela boa impressão que o turista venha a ter do destino turístico. Capacidade de liderança e iniciativa, a motivação dos grupos sob sua condução, o conhecimento do local visitado, o conhecimento teórico e prático das atividades realizadas e a capacidade de agir em casos de emergência, prestando pronto atendimento a seu grupo em qualquer situação são características fundamentais que se espera em um profissional habilitado para atuar. Além destas características o bom profissional tem como atributo o respeito e a preocupação com a preservação da cultura e do meio ambiente e, por conseguinte dos monumentos históricos, museus, parques e outros atrativos turísticos para os quais esteja conduzindo o seu grupo. Objetivos e conteúdo A temática do Curso de Aperfeiçoamento de Guias de Turismo de Nova Friburgo vem ao encontro da dinâmica do mercado atual e da necessidade de se dinamizar as práticas turísticas na cidade, promovendo uma maior permanência do turista no local. Sob esse foco, o curso foi estruturado em vertentes temáticas, distribuídas em três módulos temporais, cada qual com uma carga horária de 40 horas/aula, distribuídas em aulas teóricas e visitas técnicas aos principais atrativos e pontos turísticos de Nova Friburgo. As vertentes temáticas são: história, cultura e meio ambiente nas quais estão inseridos os seguintes conteúdos: Ö Vertente História: Nesta vertente focalizaremos as origens históricas de Nova Friburgo, desde o decreto de imigração dos primeiros colonos suíços em 1818, e o contexto de seu desenvolvimento até os dias atuais. Também será dado destaque a fatos e a personalidades históricas relevantes e a instituições que contribuíram para a formação social e econômica de Nova Friburgo. Ö Vertente Cultura: Nesta vertente apresentaremos a diversidade cultural de Nova Friburgo, resultado da miscigenação de diferentes etnias que representam a realidade cultural da cidade e de seus habitantes. Destaque maior será dado ao patrimônio cultural de Nova Friburgo, 5 representado por suas edificações, tombadas ou não, e pelas atividades culturais, Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Apresentação patrimônio imaterial identificado pela presença das diferentes colônias de imigrantes que se fixaram na região. Ö Vertente Meio Ambiente: Nesta vertente refletiremos sobre a importância do uso sustentável do patrimônio ambiental e a visão econômica da atividade turística. Abordaremos também a segmentação do mercado turístico e o meio ambiente e as questões relacionadas as práticas em áreas naturais e cuidados básicos de segurança e de guiamento. Também será dado destaque ao patrimônio natural de Nova Friburgo. Atividades Foram definidas as seguintes atividades... Ö Aulas teóricas, realizadas em espaço de sala de aula, com utilização de recursos multimídia e com a presença de professores-facilitadores, capazes de atuar junto aos participantes na construção do conhecimento necessário ao aperfeiçoamento profissional a que cada um se propõe. Ö Visitas técnicas, cujo objetivo é permitir aos participantes conhecerem in loco as informações repassadas pelos professores-facilitadores, em especial sobre os atrativos turísticos de Nova Friburgo. Ö Atividade em equipe, a ser desenvolvida ao final do curso, estruturada de forma a permitir a produção de um trabalho que represente a apreensão do conhecimento transmitido aos participantes. Avaliação Os participantes serão avaliados em razão da freqüência ao curso, tendo a obrigatoriedade de 75% de presença às aulas, registradas em lista de presença assinada diariamente na presença do professor-facilitador. Porém o aperfeiçoamento profissional implica em uma reflexão sobre as principais dificuldades vivenciadas pelo profissional de forma a buscar caminhos capazes de suprimir as mesmas, permitindo não só o adensamento do conhecimento, mas a melhoria no desempenho pessoal. Desta forma, realizaremos uma auto-avaliação com os participantes ao final do curso, avaliando as contribuições trazidas pela implantação do Projeto Nova Friburgo Cultural e os possíveis reflexos em sua vida profissional. 6 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Apresentação Referências bibliográficas: As seguintes referências orientaram os professores-facilitadores na construção do material disponibilizado nesta apostila e servem como referências complementares ao aprendizado para os participantes do curso: A Terra Fluminense, de 1820, reeditado por Osmar Castro ALBERTI, Verena. Relatório regional da pesquisa em Nova Friburgo, mimeografado, Rio de Janeiro, 1980. ARAUJO, José Raimundo De & Mayer, Miguel Jorge (Coordenadores): Teia Serrana: formação histórica de Nova Friburgo. Rio de Janeiro. Ao Livro Técnico, 2003. COSTA, Ricardo Gama da. A caminho do Paraíso: Galdino do Valle Filho e o projeto liberal burguês da Nova Friburgo republicana. História, Ciências e Saúde. Manguinhos. Rio de Janeiro, Volume 9 (1): 79-104, jan-abril. 2002. COSTA, Ricardo Gama da. Visões do paraíso capitalista: hegemonia e poder simbólico na Nova Friburgo da República, in: Dissertação de Mestrado, Niterói, UFF, 1997. FERREIRA, Marieta de Moraes (Coord.)- A República na velha província, Rio de Janeiro, Ed. Rio Fundo, 1989. FIORILLO, Celso Antônio, Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 7 . ed. São Paulo : Saraiva, 2006. FORTE, Ana Maria e Giolito, Osvaldo. Plano de marketing para o Turismo de Nova Friburgo. SEBRAE, 2004. JACCOUD, Raphael Luiz de Siqueira. História, contos e lendas da velha Nova Friburgo. Nova Friburgo: Múltipla Cultural, 1999. JACCOUD, Raphael Luiz de Siqueira. Os Colonos. Nova Friburgo: Múltipla Cultural, 19... Jornal Século XXI: meses 8,9,10 e 11/05 e 5/06. MAYER, Jorge Miguel – A trajetória de uma colônia de imigrantes na província do Rio de Janeiro, Niterói, Mim, 1993. MINISTÉRIO DO TURISMO, Manual de criação e organização de grupos voluntários de busca e salvamento de turismo de aventura. Brasília: Ministério do Turismo, 2005. MINISTÉRIO DO TURISMO, Regulamentação Normalização e Certificação em Turismo de aventura, relatório diagnóstico. Brasília: Ministério do Turismo, 2005. NICOULIN, Martin. A Gênese de Nova Friburgo – Emigração e colonização suíça no Brasil (1817-1827). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1995. SEBRAE RJ, Turismo ecológico Rio de Janeiro. Rio de janeiro, SEBRAE/Isto é. TSCHUDI, J.J – Viagem às províncias do Rio de Janeiro e São Paulo, Companhia Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 7 Apresentação Editora Nacional, 1943. Informações também se encontram disponíveis na Internet nos seguintes sítios: http://www.gnfcnf.org.br http://www.guiafriburgo.com.br http://www.jgaraujo.com.br (J.G. Araújo Jorge) http://www.novafriburgocultural.com.br http://www.pitoresco.com.br (Albert Guignard) http://www.pmnf.rj.gov.br http://www.turisrio.rj.gov.br http://www.visitenovafriburgo.com.br http://www.wikipedia.org 8 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Plano de Aula Módulo 1: 18 a 26 de setembro Dia Tema 18/09 O Projeto Nova Friburgo Cultural Turismo em Nova Friburgo 19/09 História da colonização de nova Friburgo As colônias 20/09 A influência das colonizações na cultura friburguense 21/09 A Praça Getúlio Vargas desde o projeto até os dias atuais Monumentos da Praça Getúlio Vargas 22/09 História da colonização de nova Friburgo até à Praça Getúlio Vargas 25/09 Prédios Históricos: arquitetura e história – antigo Fórun, Oficina Escola de Artes, Centro de Arte, Usina Cultural” O Barão de Nova Friburgo, história e lendas – Nova Friburgo Country Club 26/09 O uso dos bens ambientais em proveito do turismo O turismo sustentável como atividade econômica Módulo 2: 2 a 9 de outubro Dia Tema 02/10 Os colégios Nossa Senhora das Dores e Anchieta A vocação educacional de Nova Friburgo; arquitetura dos prédios do Anchieta, Nossa Senhora das Dores, IENF e Fundação Getúlio Vargas 03/10 IENF e Fundação Getúlio Vargas Praça das Colônias 04/10 Os acervos friburguenses Turismo de aventura e sua importância para Nova Friburgo 05/10 Pró-Memória e o resgate da história de Nova Friburgo; uma história de cultura Fachadas históricas 06/10 Igrejas A importância da segurança em guiamento no meio ambiente 09/10 A vocação cultural de Nova Friburgo e a Praça Getúlio Vargas como palco Facilitador Ana Maria Forte Osvaldo Ramalho Maylon Adame Edna Santos Edna Santos Jeany Amorim Edna Santos Maylon Adame Jeany Amorim Jeany Amorim Marco Azevedo Heberson Lamblet Facilitador Maylon Adame Jeany Amorim Maylon Adame Edna Santos Edna Santos Marco Azevedo Heberson Lamblet Jeany Amorim Edna Santos Maylon Adame Marco Azevedo Heberson Lamblet Jeany Amorim 9 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Plano de Aula Módulo 3: Dia 16/10 17/10 18/10 19/10 20/10 23/10 16 a 23 de outubro Tema Personalidades na história de Nova Friburgo Grupos de teatro, Folias, ateliês e outras manifestações populares Personalidades na história de Nova Friburgo Bandas Euterpe e Campesina Trovas e datas festivas Desenvolvimento Sustentável Facilitador Maylon Adame Jeany Amorim Maylon Adame Edna Santos Edna Santos Marco Azevedo Heberson Lamblet Jeany Amorim Edna Santos São Pedro, Lumiar e Mury Sanatório Naval – história e atualidade Campo do Coelho e Amparo Maylon Adame Estatuto da cidade / planejamento Marco Azevedo urbanístico ambiental Heberson Lamblet Apresentação do trabalho proposto durante o curso 10 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História I - História da colonização de Nova Friburgo Em 1818, a Suíça e o Brasil encontram-se para realizar um brilhante projeto, magnífico desde a sua origem: a fundação de Nova Friburgo. A Suíça passava por dificuldades devido às guerras napoleônicas, e precisava expurgar parte de sua população. O Brasil, com o Rei D. João VI que deseja romper as amarras da escravidão, necessitava de homens e mulheres que sabiam trabalhar em liberdade. Os ideais, tanto suíços como brasileiros, caem como uma luva, formulando o projeto de instalação de uma colônia de suíços destinada a dar vida às terras de Cantagalo. Cabia aos suíços povoar e fazer prosperar a região ainda pouco habitada. O projeto da colonização partiu da Suíça, em 1817, marcando o início da colonização estrangeira em nosso país. Suíça Terra da Miséria Com a queda de Napoleão, restabelece-se a paz e a independência, contudo a série de calamidades prossegue. 1816 foi um ano de miséria, desemprego, fome e mortes. Debilitados pelas carências alimentares e sofrimentos físicos, homens e mulheres adoecem e morrem. Por iniciativa de um agente do Cantão de Fribourg, Nicolau Sebastião Gachet, foi solicitada a D. João VI a concessão de terras para as famílias dos suíços. A proposta inicial seria que essas famílias se instalassem em terras no sul do país, mais precisamente em Santa Catarina, contudo foram empreendidas negociações com a monarquia portuguesa resultando alterações na proposta de Gachet. Em 1818 foram feitos os acertos finais, quais sejam: o financiamento do translado, a doação de sementes e animais, construção de casas destinadas aos colonos, pagamento de subsídio aos colonos. O Rei assumia a direção direta da colônia, através da nomeação de um inspetor da Colonização Estrangeira Monsenhor Pedro Machado Malheiros Miranda e de um diretor da colônia. O Brasil aceita financiar a imigração de 100 famílias. Em junho de 1819 mais de 2 mil suíços preparam-se para a viagem. Configurava-se um projeto inovador de colonização, ao invés de uma colônia de exploração, com base em grandes propriedades e escravidão, voltada para o comércio exterior, uma colônia de povoamento, a partir da mão de obra livre. Em 16 de maio de 1818 o Rei D. João VI assinou o decreto que permitia o estabelecimento de uma colônia suíça no Brasil nas terras de Cantagalo, região esparsamente habitada por portugueses e negros. Em 1819, depois de difícil viagem em sete veleiros, chegam os suíços instalando-se na Fazenda do Morro Queimado. Um ano depois a colônia passa a chamar-se Vila de Nova Friburgo, porque a maioria provinha do Cantão de Fribourg. URÂNIA Em 12 de setembro, o navio Urânia zarpou da Holanda. Em 30 de novembro ancorava na Baía de Guanabara. A travessia custou vida de 25% dos colonos embarcados, ou seja 107, é porcentagem superior a dos navios negreiros. Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 11 Vertente: História Em 1824 chegam imigrantes alemães, que se reúnem e acampam por várias semanas no encontro dos rios, hoje Praça Marcílio Dias. Neste espaço ficaram até que as acomodações se definiam, em sua maioria, casas abandonadas por famílias de suíços que emigraram para terras mais quentes em busca de minério e plantações maiores. Quando os 342 alemães chegaram encontraram cerca de 512 suíços, a proximidade cultural e até de idioma de algumas famílias, além da afinidade européia ajudou a vencer as diferenças religiosas, entrelaçando as famílias. Logo após estas duas grandes imigrações, no começo da colonização, chegaram os italianos, espanhóis, portugueses, libaneses e japoneses. Os casamentos entre as famílias imigrantes dão continuidade à vida e ao desenvolvimento local. Em 1890, Nova Friburgo passa à categoria de cidade, tornando-se conhecida pelo seu clima, suas belezas naturais, sua hospitalidade, sua história e cultura atraindo cada vez mais novos povos. A chegada do trem e da eletricidade traz também as fábricas, o comércio diversificado, o progresso. O século XX trouxe as grandes indústrias, os colégios, os prédios, o desenvolvimento do turismo, a melhoria nas estradas e da infra-estrutura da cidade, colocando Nova Friburgo em lugar de destaque no Estado. II – As colônias Suíça Em 1816 os suíços começaram a emigrar devido as péssimas condições de vida existentes então em seu país. Durante as guerras napoleônicas, a Suíça serviu de passagem às tropas francesas que devastavam as magras colheitas. Em 1819 os imigrantes suíços fundam a colônia na Fazenda do Morro Queimado. A idéia era criar uma próspera colônia modelo. Em 1820 a colônia passa a chamarse Vila de Nova Friburgo, porque a maioria dos imigrados era do Cantão de Fribourg. E a persistência vai trazendo frutos. Com o passar dos tempos casas antigas foram derrubadas dando lugar a novas. A colônia aniversaria em 1 de agosto, dia da unificação da Confederação Helvética. Alemanha Quando as primeiras colheitas da colônia suíça fracassaram, alguns colonos procuraram terras mais cultiváveis. O Imperador do Brasil D. Pedro I envidou esforços para salvar o projeto de seu pai. Determinou a contratação de colonos alemães, agricultores, para vir para Nova Friburgo. Em 1911, Peter Julius Ferdinand Arp adquire por transferência o contrato para o fornecimento de energia elétrica e iluminação pública. A eletrificação da cidade permitiu a indústrias e acelerou o progresso da cidade. A colônia comemora sua data em 3 de outubro, dia da reunificação da Alemanha. África Remonta o ciclo do ouro, século XVIII, as primeiras noticias de negros fugidos de Minas Gerais e Rio de Janeiro para quilombos na região atual de Nova Friburgo. À época da chegada dos suíços já existia um quilombo em Lumiar. Geralmente é pouco divulgada a participação de povos africanos na formação do Brasil moderno. A história oficial prefere falar na escravidão de um modo geral sem entrar em detalhes. Ignora-se assim o modo 12 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História como chegaram, seus costumes, sua cultura etc. Os negros tiveram uma ampla participação na colonização de Nova Friburgo, considerado como um colonizador. A colônia comemora sua data em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares. Portugal Nova Friburgo é considerada a primeira cidade de colonização não portuguesa do Brasil. Ainda assim, é indubitável a contribuição e a presença dos portugueses em toda a sua história, notada nos costumes de origem portuguesa, nas festas juninas, folia de reis e procissões religiosas. A Fazenda do Morro Queimado pertencera ao português Lourenço Correia Dias. Ao longo dos anos foram chegando novos imigrantes portugueses do continente e das ilhas de Açores e da Madeira. A data é comemorada em 10 de junho, data da morte de Camões. Itália Desde 1870 já se faziam presentes na cidade diversas famílias italianas. Os registros históricos contam que os primeiros vieram dos Apeninos, Veneto e Norte da Itália, posteriormente vieram do sul, da Calábria, Campagna e região central. Inicialmente dedicaramse à alfaiataria, relojoaria, sapataria, funilaria, venda de jornais etc. Nova Friburgo comemora o dia da Itália em 2 de junho, dia em que foi proclamada a República naquele país. Espanha Os espanhóis chegaram no final do século XIX. As primeiras famílias, além de se dedicaram ao comércio, trouxeram indústrias de cerâmica. A chegada das indústrias têxteis acarretou a chegada de novos imigrantes espanhóis que dominavam as técnicas de fabricação de tijolos e construção civil. A colônia aniversaria em 12 de outubro, data do descobrimento da América. Líbano Os primeiros libaneses chegaram à Nova Friburgo por volta de 1895, destacandose imediatamente no comércio. Não era para menos, já que o comércio surgiu com os fenícios, ancestrais dos libaneses, que navegaram por todos os mares, do Mediterrâneo até ao Atlântico. Dentre os aspectos relevantes da influência libanesa em Nova Friburgo está a culinária, perfeitamente integrada a nossa mesa e a religiosidade. A colônia aniversaria em 22 de novembro, data em que o Líbano, em 1945, alcançou plena soberania. Japão A presença japonesa em Nova Friburgo começou em 1927, quando aqui chegou o engenheiro agrônomo Tohoro Kassuga, nascido em 8 de outubro de 1892 e que chegou ao Brasil no navio Santos Maru. Com sua família estabeleceu-se na zona rural e dedicou-se ao plantio de caqui, fruta até então desconhecida na região. 13 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História III – Educação em Nova Friburgo: a história e a importância dos colégios No século XIX a Vila de Nova Friburgo já possui algumas escolas. Com o advento da República aprofundou este quadro, com a presença de colégios católicos, masculinos e femininos que se dedicavam a formação integral do individuo (educacional, moral e religiosa) e atendiam não só a população friburguense e arredores, mas de todos os Estados da Federação, educando jovens para exercerem papéis de destaque no cenário nacional. Escolas Colégio Friburguense Lyceo Nacional Colégio Anchieta Colégio Braune Externato América Colégio das Dorotéias Externato Santana Externato Carvalho Fundação 1891 1880 1886 1864 1893 Clientela Tipo Meninas Internato/externato Meninos Internato/externato Meninos Internato Meninas Internato/externato Meninos Externato Meninas Internato Meninas Externato Misto Externato Fonte: Indicador Fluminense, 1898,pp 92-3 Colégio Anchieta Santo Inácio de Loyola e a Cia de Jesus Aos 12 de abril de 1886 o Colégio Anchieta recebia seus primeiros alunos. Eram sete: quatro de Nova Friburgo e três do Rio de Janeiro Santo Inácio era espanhol, nascido numa família de nobreza campesina em 1491. Loyola é o Castelo que dá nome à família e ao lugarejo na Espanha. Seu pai se chamava Beltrás Yanes de Oñaz Y Loyola e sua mãe Marian Sáens de Licona Y Loyola. Tiveram sete filhos e quatro filhas. Aos oito anos de idade, sua mãe morreu. Aos catorze anos foi para a casa de parentes e tornou-se pajem de príncipes e princesas. Foi educado como os jovens de sua época, aprendeu letras e boas maneiras, apreciava romance de cavalaria e tomava parte em torneios e festas de vaidade. Combateu em diversas campanhas como oficial sob bandeiras do Rei da Espanha.Numa batalha em Pamplona foi atingido por uma bala de bombarda, que lhe feriu gravemente a perna, enquanto estava em convalescença converteu-se ao Cristianismo e desejou seguir a Cristo Anos mais tarde, depois de já ter estudado filosofia e latim, em 1528 iniciou seus estudos teológicos em Paris. Junto com outros universitários surgiu uma grande família: A Companhia de Jesus, aprovada pelo Papa Paulo III em 1540. Inácio descobre o valor dos seminários e colégio para formação cristã da juventude, esperança de um mundo melhor que tanto desejava. O Colégio Anchieta, para sua instalação conseguiu a aprovação do Imperador D. Pedro II e da Princesa Imperial D. Isabel. Aprovado os projetos pelos superiores da Ordem receberam o encargo de executá-lo Pe. Lourenço Rossi, cujo talento prático muito contribuíra para a função do Colégio S. Luis, em Itu. O mestre Vicenti Prosperi, hábil físico, químico, pintor e escultor, do qual o Colégio Anchieta conserva muitas obras. O edifício escolhido foi a casagrande da antiga fazenda e sesmaria do Morro Queimado, que pelos colonos suíços foi apelidada de “Chateau”, nome que ainda perdura entre o povo friburguense. Mas o velho casarão embora ampliado, foi se tornando insuficiente: os alunos, que no fim do primeiro ano eram 39, foram crescendo rapidamente e a o alvorecer do novo século já se beiravam dos 200. Impunha-se a construção de um novo prédio, o atual.Sua primeira pedra foi Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 14 Vertente: História lançada no dia 1º de janeiro de 1902, na presença de números das personalidades, entre as quais o Conde de Nova Friburgo e os Barões de S. Clemente e Duas Barras. A construção prolongou-se por alguns anos sob a direção do arquiteto Francisco Vidal Gomes. No início do século XX apresentava-se assim o Colégio Anchieta como ainda o vemos. Sobre o verde escuro da mata projeta-se sua massa de um amarelo palha com três pavimentos, 18 metros de altura e uma área de 5.000 metros quadrados. Mais de 100 janelas externas, a sóbria ornamentação em seu estilo neoclássico, dão ao vasto edifício um senso de serena elevação, simbolizada nas estátuas da Fé e da Ciência. No saguão passado o átrio com as estátuas de Santo Inácio e do Beato Anchieta, projetam-se num espaço de 88 metros quadrados as duplas rampas das escadas, todas de peroba em puro encaixe. Particularmente grandioso é o salão de atos com 42 metros de comprimento, 9,5m de altura e 12 m de largura, ricamente decorado e pintado por A. Mecozzi; seu pano de boca, obra de Pe. Prosperi representa a última visita de Pe. Anchieta, em 1594, quando assistiu a construção da fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. 1ª Fase – Internato (1886 – 1922) Nos 37 primeiros anos do primeiro período, os do Internato, foram 3015 os alunos, dos quais 1627 favorecidos com gratuidades. Entre os alunos que depois se tornaram celebres destacam-se Sobral Pinto, Almirante Amaral Peixoto, os senadores Mozar Lago e Arhtur Bernardes Filho, Carlos Drumonnd de Andrade, os Drs. Vilhena de Morais e Bandeira Vaughan, os padres Gentil, Leonel Franca, Sabóia de Medeiros, Vioti e Aguiar. 2ª Fase – 1923 – 1966 Neste segundo período o Colégio Anchieta abrigou três comunidades distintas. A primeira o curso de Filosofia, depois Faculdades Eclesiásticas, reconhecida pela Santa Sé, finalmente Faculdade Civil de Filosofia, ciências e Letras, reconhecida pelo Governo Federal em 1955 A segunda comunidade era constituída pelo noviciado e juniorado, aquele destinado a formação ascética dos jovens religiosos e este à formação humanística dos jovens jesuítas. A terceira comunidade, a Escola Apostólica, continuava de algum modo a vida do antigo Anchieta. Acolhia em regime de internato alguns alunos do curso secundário com vontade de ingressar depois na Companhia de Jesus 3ª Fase – Externato (1966-hoje) Em 1950, a comunidade religiosa do noviciado deixava definitivamente Nova Friburgo transferindo-se curso primário em edifício expressamente construído perto da rua para facilitar o acesso dos pequenos alunos. Em março de 1966, a faculdade de filosofia mudava-se para s. Paulo, capital. Em 1969 é aberta escola também para as meninas estudarem. 15 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História Colégio Nossa Senhora das Dores O Colégio Nossa Senhora das Dores era a principal escola normal em Nova Friburgo. Surge por sugestão do Pe. Yabar, reitor do Colégio Anchieta, visando suprir a carência na formação de moças. As irmãs chegaram em 1893, com ânimo da nova missão que estavam empenhadas. Faltando 4 dias para completar um mês da chegada das Irmãs á Nova Friburgo, que se dera a 14 de junho, tendo já sido redigido o programa do Colégio, começaram a chegar as primeiras alunas.Desde o inicio o colégio funcionou como internato e externato, era exclusivamente feminino e católico. Em 1897 a irmãs Dorotéias adquirem o prédio do Hotel Central e nele instalaram o colégio. Havia uma preocupação não só em formar professoras, mas em formar mulheres com habilidades para o lar, tornado religiosas, obedientes, recatadas, instruídas. Ginásio / Colégio Nova Friburgo O Ginásio Nova Friburgo da Fundação Getúlio Vargas foi inaugurado em 1950 por Luiz Simões Lopes que após uma viagem pela Europa resolve criar um colégio aproveitando a metodologia aplicada em colégios europeus. O espaço escolhido foi um prédio construído para o funcionamento de uma cassino nas montanhas do Parque da Cascata. Depois de reformas e adaptações o prédio estava pronto para abrigar seus primeiros alunos, vindo de todos os cantos do país. O Colégio Nova Friburgo encerrou suas atividades em 1977.Hoje, no prédio do colégio funciona um campus da UERJ. A Associação dos Antigos alunos, professores e funcionários mantém um Museu e o Centro de Memória. IV - Igrejas Os traços do poderio das Igrejas podem ser percebidos nas construções e cruzeiros sempre em lugar de evidência, lugar de destaque. Em Nova Friburgo não é diferente. Há presença da Igreja em toda parte, nos salões de artes, casarões e casebres. No decreto assinado por D. João VI, ele assumia a responsabilidade na construção de Templos para o culto religioso, ou seja, o Estado ficaria com a responsabilidade de construir os templos. Num primeiro momento, o “Chateau” era o lugar onde eram realizadas as celebrações. Contudo o “Chateau” já estava muito deteriorado e necessitava da construção de um prédio novo que abrigasse as celebrações e reuniões políticas que eram realizadas. Em 1822 uma autorização permitiria a edificação de oratórios. Esses oratórios deveriam ter altares para dizer a missa, lugares decentes e separados do uso doméstico e profano. Em 1861 o Procurador da Província Antônio Clemente Pinto (Comendador e futuro Barão de Nova Friburgo) comprou um terreno de Guilherme Salusse, na Praça Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 16 Vertente: História principal. Em 1969 é inaugurada a Igreja Matriz, hoje Catedral de São João Batista. No período republicano foi proibido o desvio de dinheiro para construção de igrejas, a partir daí a construção seria responsabilidade dos fiéis. Se até esta época só existiam apenas as capelas de S. Pedro da Serra (1864), a Matriz, atual Catedral (1869), num curto espaço de tempo surgiram novos templos, a Capela do Santíssimo Sacramento (1892), a Capela da Sagrada Família de Nazaré (1899), a Capela do Sagrado Coração de Maria, S. Pedro e S. Paulo (1909), a Capela de São Sebastião de Lumiar (1911) e a Capela de Nossa Senhora do Rosário (1911). V - A história dos Distritos Campo do Coelho – 3º Distrito Desmembrado do 1º Distrito, pelo decreto nº 1809, de 25 de janeiro de 1924, somente passou a denominar-se Campo do coelho em 1938, até então adotava o nome de Terras Frias. Fica apenas a 16 km do centro urbano de Friburgo. Em Campo do Coelho fica sediada a Associação Fribourg-Nova Friburgo, com o Museu da Colonização Suíça, a Queijaria Escola e a Chocolataria Escola. Amparo – 4º Distrito Amparo pertencia ao município de São José do Ribeirão, sendo integrado a Nova Friburgo em 1911. O nome Amparo vem da época da Inconfidência Mineira (1792), quando lá se refugiou o sargento Jerônimo de Castro, compadre e companheiro de José Joaquim da Silva Xavier – o Tiradentes, na conspiração. O nome foi dado por Jerônimo, pois lá se julgava livre, amparado das perseguições. Mury A tranqüilidade e segurança propiciam ao visitante a oportunidade de desfrutar agradáveis e saudáveis momentos, oferecendo assim uma vivência diferenciada, em estreito contato com a natureza. Com seus restaurantes típicos, Mury tornou-se referência gastronômica, oferecendo os mais variados pratos, regionais e internacionais, bem como delicatessen, com seus amanteigados, queijos, doces caseiros, além das lojas de artesanato, decoração e empórios de produtos naturais. O Circuito Gastronômico Sabor Mury é o portal de entrada da cidade de Nova Friburgo, situado no coração da Mata Atlântica, a maior biodiversidade do planeta. Lumiar Lumiar foi colonizada entre 1819 e 1822, por suíços que vieram ocupar a Colônia do Morro Queimado, hoje município de Nova Friburgo, RJ. Seu nome é uma homenagem ao pequeno vilarejo português de Lumiar, hoje pertencente a Lisboa, cujo significado é 17 "lume, fogo, brilho". As terras do Vale do Macaé tinham, anteriormente à chegada dos Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História colonos suíços e alemães, algumas fazendas pertencentes a luso-brasileiros e quilombos, o que indica um povoamento da região muito anterior ao que se imaginava. Insatisfeitos com as terras de Morro Queimado, muitos colonos abandonaram a colônia e partiram em direção às nascentes, rumo ao Vale do Macaé, formando posteriormente os povoados de Lumiar, São Pedro da Serra, Boa Esperança, Benfica e adjacências. Criado a 6 de abril de 1889, Lumiar é um dos mais antigo distritos de Nova Friburgo. Os colonos suíços foram pioneiros na ocupação, tendo sido seguidos pelos alemães a partir de 1824. Posteriormente foram chegando italianos, libaneses e outros. Com uma produção de subsistência e cultivo do café, o modo de vida interiorano (cavalos como meio de transporte, fogão de lenha e lamparinas, economia assentada em recursos locais) perdurou até a chegada da energia elétrica em 1985 e a ampliação e asfaltamento da RJ-142 ou Estrada Eugênio Guilherme Spitz (Mury-Lumiar), que tiraram a região do isolamento. A música Lumiar, do cantor e compositor Beto Guedes, ajudou a lançar Lumiar como região turística ainda na década de 1970. São Pedro da Serra Fundada em 1822 por colonos suíços no seu deslocamento para leste, após chegarem à Fazenda do Morro Queimado, hoje cidade de Nova Friburgo. Escolheram o nome de São Pedro em homenagem ao Imperador D. Pedro I e assim que se instalaram às margens do Rio São Pedro, construíram a primeira igreja da região, a hoje igreja de São Pedro.. A Festa de São Pedro, padroeiro da vila, é comemorada em São Pedro da Serra todo o ano no dia 29 de julho, e faz parte do calendário de eventos da Secretaria de Turismo do município de Nova Friburgo. A igreja de São Pedro, como instituição, foi criada logo depois que os suíços fundaram a vila. Mas, somente em 1864, foi edificada por Francisco Philippe Boechad e pelo povo do lugar, sendo inaugurada em 1865; houve a doação do imóvel à igreja de São Pedro em 31 de agosto de 1907. É o mais antigo templo católico do município de Nova Friburgo. São Pedro da Serra e toda a região tiveram constantes migrações, principalmente durante as décadas de 60, 70 e 80 do século passado, culminando com um grande desenvolvimento na década de 90, com a chegada de mais famílias que escolheram a localidade para construir suas casas de veraneio ou residências, vindos principalmente, do município do Rio de Janeiro, Niterói e seus entornos. VI - Personalidades Mão de Luva Lendário português que aqui viveu. Bateou o ouro em Cantagalo, aldeia que fundou. Contrabandeou metais preciosos, juntamente com pedras preciosas. Deu guarida a escravos fugitivos e proteção aos índios que ali viviam. 18 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História Diz a lenda que D. Maria, a “ Rainha Louca”, não suportou e enlouqueceu ao saber da morte de “Mão de Luva”, por quem nutrira um grande amor. D. João VI Imperador, que se lança em audaciosa política de desenvolvimento econômico e transformações sociais. Em 16 de maio de 1818, assina o decreto imperial declarando que o Brasil e a Suíça se uniriam na criação de uma cidade, acolhendo indivíduos que buscavam uma nova vida e não com a intenção de explorar seus recursos naturais. Sébastien Nicolas Gachet Diplomata de Fribourg. Segue para o Rio de Janeiro com a missão de propor à corte de D. João VI uma leva de imigrantes para o Brasil. Responsável pela vinda dos suíços. Era um homem de negócios, realizando todas as negociações entre a suíça e o Brasil. D. Vitalina Conviveu com a nobreza, o luxo e os prazeres da boa mesa. Incentivou o movimento republicano em Nova Friburgo, apesar de ter participado do último Baile do Império. Abriu os salões de sua casa para que o povo friburguense pudesse apreciar boa música e obras de arte. Ajudou a formação de músicos da Banda Campesina Friburguense. Lutou pela preservação das praças da cidade e pela criação de jardins e pomares públicos defendia a praça como a Catedral dos Eucaliptos e desejou que Nova Friburgo ficasse conhecida como a capital das flores e da música. Morava em um casarão na Praça Getúlio Vargas, demolido para construção do Friburgo Shopping. Maximilian Falck Pioneiro da era industrial de Nova Friburgo provocou o surto de progresso verificado até os dias de hoje. Em 1890, Nova Friburgo é elevada a categoria de cidade. Nesta mesma época é fundada a Fábrica Ypú, que por anos foi símbolo da economia local. Ele, alemão, convidou Julius Arp, proprietário de indústrias de Santa Catarina, que instalou sua Fábrica de Rendas em Nova Friburgo. Julius Arp Foi Julius Arp quem trouxe a energia elétrica para Nova Friburgo, com a construção de uma usina hidroelétrica. Encontrou resistência de muitos que tentaram retardar ao máximo a implantação de seu projeto. Mas na noite de 17 de maio de 1911, conhecida como “Noite do Quebra Lampiões”, a população se revoltou quebrando os lampiões instalados na praça. Assim foi instalada a energia elétrica na cidade em 24 de junho de 1911, inaugurada também a Fábrica de Rendas Arp. Galdino do Valle Galdino, nascido a 24 de setembro de 1879, filho de um político do município, o dr. Galdino Antonio do Valle, também médico, pertencente a uma família de fazendeiros 19 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História em Sapucaia, começou sua vida pública com notoriedade, de um lado por ser filho de um político renomado, de outro por ser médico em uma região carente Em 1909 é eleito vereador, destacando-se, no mesmo período concorreu para a Assembléia Legislativa, obtendo êxito e acumulando os cargos de vereador e deputado estadual, uma vez que não havia incompatibilidade. Mais tarde foi eleito prefeito e depois deputado federal, época que aprovou a lei que instituía o dia da criança. Foi responsável pela construção da imagem de Friburgo, como uma cidade de progresso e da civilização avançada. Humberto El-Jaick Humberto El-Jaick foi advogado, professor, jornalista, poeta e político. Nasceu em 1922, em Nova Friburgo e veio a falecer em 3 de julho de 1990. Sua existência foi marcada por lutas incessantes, dedicada à justiça e igualdade entre os homens. Como político ingressou no PTB, liderando a famosa Campanha pela Legalidade. Deputado eleito em 1963, participou efetivamente das comissões de Justiça, Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Durante o golpe militar de 1964 foi preso e cassado (1966), tendo seus direitos políticos suspensos por dez anos, sendo, inclusive, impedido de exercer o magistério. Anistiado, refundou o PTB ao lado de Leonel Brizola e, posteriormente, criou o PDT. Com a eleição de Brizola para o governo do Rio de janeiro, dr. Humberto El-Jaick teve atuação marcante na presidência de órgãos estaduais como Cerj, Conerj e Jucerja. Advogado militante, participou ativamente da justiça gratuita, assessoria do Juizado de Menores e também defendendo o Centro Estadual de Professores do Centro-Norte Fluminense. Como jornalista dirigiu e editou o jornal A Gazeta de Friburgo e foi redator de outros jornais e revistas e ainda locutor da Rádio Sociedade de Friburgo. Foi membro e presidente da Academia Friburguense de Letras. No exercício do magistério foi o introdutor do ensino secundário gratuito em Friburgo, fundador do Colégio Rui Barbosa e professor de português, história geral e do Brasil, didática especial de língua portuguesa e organização social e política do Brasil em diversos colégios, além de assessor do Ministério da Educação. Glaziou Auguste Marie François Glaziou nasceu em 30 de agosto de 1833 em Lannion na Bretanha França. Formou-se primeiramente em engenharia civil e depois iniciou seus estudos de Botânica no Museu de História Natural de Paris aprofundando seus conhecimentos em agricultura e horticultura. Nessa mesma época se realizavam em Paris as reformas de Haussmann cujo paisagismo era coordenado por Jean Charles - Adolphe Alphand que viria mais tarde inspirar Glaziou em seus trabalhos. Em 1858 a convite, do Imperador Dom Pedro II Glaziou vem ao Brasil para iniciar um projeto Paisagístico no País com obras como o Parque São Clemente em Nova Friburgo, os Campos de Santana e São Cristóvão, além de inúmeros jardins e praças entre elas a Praça Getúlio Vargas em Nova Friburgo que mantém até hoje os eucaliptos plantados pelo paisagista. 20 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História A estada e o trabalho de Glaziou no Brasil foram extremamente importantes já que ele introduziu no país uma reflexão sobre o paisagismo urbano num momento em que praças e jardins públicos estavam sendo criados. Glaziou permaneceu no Brasil até 1897 quando foi aposentado, do cargo de diretor de Parques e Jardins posição que ocupava desde 1869 voltou á França e faleceu em 1906 na cidade de Bordeaux. Guinnard Alberto da Veiga Guignard nasceu em Nova Friburgo onde viveu seus primeiros anos ao lado dos pais. No ano de 1906, mergulhado em dívidas e sem perspectiva de melhora o pai de Guignard faleceu em conseqüência de um disparo não se sabe se acidental ou não de sua espingarda. Com o dinheiro recebido pela morte do marido, sua mãe conseguiu saldar as dívidas deixadas por ele e após 1 ano casava-se novamente com o Barão Friendrich Von Schilgen com quem a família foi viver na Europa, onde Guignard concluiu seus estudos elementares. Aos vinte anos, decidiu seguir carreira artística e matriculou-se na Academia de Munique, onde ficou por cinco anos, tendo vindo ao Brasil em 1924, quando participou do Salão Nacional de Belas Artes. Depois disso, viajou novamente para a Europa de onde voltou em 1929, fixando residência no Rio de Janeiro, onde se empregou como professor de pintura. A vida de Guignard sofreu uma mudança radical quando o Prefeito de Belo Horizonte da época, Juscelino Kubitschek o convidou para montar uma escola de artes na capital mineira, objetivando passar sua visão moderna de arte a pintores mineiros em ascensão. Foi um casamento perfeito e esta parceria jamais se desmancharia. O pintor viveu em Minas Gerais desde 1944 até sua morte em 1962, quando a escola recebeu oficialmente o nome que os alunos sempre lhe deram: Escolinha Guignard. Lygia Pape Lygia Pape nasceu em Nova Friburgo em 1929 e se formou em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. No início de sua carreira, dedicou-se a xilogravura e tornou-se adepta do abstracionismo geométrico. Após sua aproximação com o concretismo, Lygia integrou-se ao Grupo Frente (1954-56) e participou do grupo Neoconcreto (1957-61). Em 1960 participou da exposição Internacional de Arte concreta em Zurique na Suíça. Na década de 60 trabalhou com roteiros, montagem e direção cinematográfica. Em 1980 conseguiu uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim e mudou-se para Nova York. Em 1990 Lygia recebeu da Associação Brasileira de Críticos de Arte um prêmio pela mostra "Amazoninos". Em outubro de 2003 a artista comemorou 50 anos de produção com uma mostra em São Paulo "Noite e Dia". 21 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História Precursora da liberdade de trabalhar com materiais diversos, Pape defendia o envolvimento do espectador com suas obras. Egberto Gismonti Filho de pai libanês e mãe italiana, ambos músicos.Egberto Gismonti herdou o talento dos pais e teve aquela infância clássica quando toda a família é ligada a musica desde os cinco anos freqüentou o Conservatório de Música de Nova Friburgo. Durante vinte anos estudou piano com Jacques Klein e Aurélio Silveira e em 1967 ganhou uma bolsa de estudos em Viena na Áustria mais abriu mão para começar a participar dos festivais. Só depois de participar do Festival Internacional da Canção foi para a Europa. Na França estudou com Jean Barraqué e virou regente e arranjador da orquestra que acompanhava a cantora francesa Marie Laforêt, na Itália fez shows e teve discos lançados aqui no Brasil, fez trilhas de filmes. Por influência do choro passou a se interessar pelos diferentes tipos de violão e instrumentos de cordas. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a dominar sintetizadores. Hoje concentra sua carreira no exterior. Clóvis Bornay Clóvis Bornay era o mais novo de 12 filhos de mãe espanhola e pai suíço, um dono de loja de jóias em Nova Friburgo. Na sua juventude durante a década de 20, descobre no carnaval sua grande paixão. Começou sua carreira em 1937 quando conseguiu convencer o diretor do Teatro Municipal a instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo dos bailes de Veneza. Estreou neste mesmo ano sua fantasia intitulada "príncipe Hindu" e obteve o primeiro lugar. Tornou-se um dos mestres em fantasia de carnaval trazendo sempre novos elementos em suas fantasias, e acabava ganhando quase todos os concursos que disputava. De tanto ganhar acabou sendo declarado hors-concours (concorrente de honra não sujeito a premiação). Bornay foi carnavalesco das escolas de samba Portela entre 1969 e 1970 e da Mocidade Independente de Padre Miguel entre 1972 e 1973. Com a primeira escola, ganhou o campeonato de 1970 (o último conquistado pela Escola) com o enredo "lendas e mistérios da Amazônia." introduz inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente fantasiada, sendo conduzida do alto do carro alegórico. Depois disso todas as demais escolas de samba copiam e tornam o quesito obrigatório. Ao longo de seus setenta e sete anos de carnaval (69 em desfiles), sempre ele mesmo participava dos desfiles carnavalesco como destaque. Algumas de suas fantasias são expostas no Brasil e no exterior. Pela importância do seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário do estado da Louisiana em 1964 e com a medalha da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em 1966, dada a personalidades com relevância cultural para a cidade. VII - Curiosidades Nas brumas do tempo... 22 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História Março de 1808: a Corte de Portugal instala-se no Rio de Janeiro e abre o Brasil ao mundo. 18 de maio de 1817: Sébastien-Nicolas Gachet, encarregado da missão, pelo Governo Friburguense, parte para o Rio de Janeiro a fim de negociar a criação de uma colônia suíça, no Brasil. 2 de maio de 1818: Dom João VI reconhece a neutralidade helvética e nomeia JeanBaptiste Brémond, Cônsul Geral de Portugal e do Brasil, na Suíça. 16 de maio de 1818: Dom João VI ratifica o tratado de colonização. Abril de 1819: Jean-Baptiste Brémond, de comum acordo os Governos de Fribourg e de Berna, organiza a navegação fluvial da Suíça ao porto da Holanda. 3 de maio de 1819: Gachet é nomeado Cônsul suíço no Brasil. 14 de junho de 1819: Fribourg distribui as últimas instruções aos colonos. Junho de 1819: a Suíça se nega a discutir tratado de capitulação militar. 4 de julho e 1819: em Estavayer-le-Lac, 1088 emigrantes de Fribourg, Valais e Vaud embarcam rumo a Basiléia 3 de janeiro de 1820: o Rei decreta a fundação da vila de Nova Friburgo 18 de fevereiro de 1820: a colônia está completa e conta 1631 pessoas 17 de abril de 1820: inauguração de Nova Friburgo e formação da Câmara Municipal 10 de maio de 1820: colonos começam a desmatar Dezembro de 1820: demissão de Mons. Miranda Fevereiro de 1821: colonos enviam missão especial à corte do Rio de Janeiro Março de 1821: suspensão dos subsídios 26 de abril de 1821: a Família Real embarca para a Europa 08 de dezembro de 1869: inauguração da igreja paroquial 09 de junho de 1873: o trem chega a Nova Friburgo 18 de janeiro de 1890: Nova Friburgo é elevada à categoria de cidade, que já conta com 9.857 habitantes 1911: instala-se a eletricidade em Nova Friburgo 1911: as fábricas alemãs começam a produzir Salva e fecundada pela rota do café, Nova Friburgo continua a prosperar. Em 1873, o trem substitui as caravanas de mulas. O Rio de Janeiro não fica mais a 4 dias de viagens, mas há a 4 horas. 21 de outubro de 1857 – Autorização para o Barão de nova Friburgo, Cândido José Rodrigues Torres e Joaquim José Santos júnior, para a construção De uma estrada de Ferro do Porto das Caxias à raiz da Serra de Nova Friburgo 22 de abril de 1860 – Inauguração do trecho 1870 – Prolongamento até a Vila de Nova Friburgo (Mury) No Hotel Central, em 1873,foi feito um Banquete de Inauguração da Estação Ferroviária de Nova Friburgo, com a presença do Imperador D.Pedro II – era a chegada do trem!!! A estrada de Ferro foi desativada em 1966, e na subida tinha a rampa mais inclinada do mundo 23 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História A Desgraça de Gachet Gachet nunca verá Nova Friburgo. Assim que chega ao Brasil, cai em desgraça. O Rei recusa-se a recebê-lo e abre inquérito. As faltas de Gachet são muitos graves: a má organização da viagem provoca uma longa e desnecessária permanência na Holanda, tornando-se um calvário para os emigrantes. Além do que, Gachet rouba o Brasil e os colonos, fazendo pagar o trajeto da Suíça aos Países Baixos. O cônsul suíço, de comum acordo com Brémond, engana o Rei, triplicando o número de emigrantes e recrutando protestantes. Os colonos o denunciam, ameaçando-o de morte e tratando-o como bárbaro. Brémond também é violentamente criticado pelas autoridades suíças e perde o título de cônsul. Praças 15 de Novembro O plano de arborização e ajardinamento pertence a Glaziou, em 1884 tendo custas pagas pelo Senhor Barão de Nova Friburgo A Praça está ligada a lenda do Mão de Luva – a descoberta do tesouro do Mão de Luva. Dizem que o Barão de Nova Friburgo – BNF era também conhecido como ‘Barão das Notas Falsas’ – dizem que toda vez que ele ia com sua mulher para a Europa, ela voltava com um barrigão imenso, mas chegava aqui não nascia ninguém... mas havia um derrame de notas falsas!... Payssandu Praça ajardinada, quando Dr. Theodor Gomes era presidente da Câmara Reformada durante a presidência de Ernesto Brazilio, sob a direção do engenheiro Farinha filho em 1903 Suspiro Bela praça projetada em 1904 por Farinha Filho.Nesta praça existia uma estátua de Minerva(Deusa da sabedoria, das artes e da guerra), de mármore, que tem mais de 200 anos, essa estátua foi encontrada em um fazenda da Serra e doada por Farinha Filho( encontra-se no pátio da prefeitura) Símbolos Municipais Bandeira - A Câmara Municipal através da resolução número 701 de 30 de julho de 1964, cria a Bandeira do Município de Nova Friburgo. As cores escolhidas para o pavilhão friburguense foram azul, branco e preta. As cores azul e branca foram provenientes da bandeira do Estado do Rio de janeiro e a branca e preta, da bandeira do Cantão de Fribourg - Suiça - simbolizando a imigração dessa localidade em nosso Estado. Brasão - Brasão (escudo de armas) lembra a topografia local através do rio, as origens da cidade através das propriedades do Barão de Nova Friburgo (suas armas), as origens étnicas dos colonizadores vindos da Europa (Fribourg - Suiça) e das figuras notáves da História da Cidade. 1818 - Ano em que D. João VI autorizou a vinda dos primeiros colonos do Cantão 24 de Fribourg - Suiça. Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: História 1890 - Ano em que foi elevada à categoria de cidade. Ö Cidade Real – fundada por decreto do Rei D. João VI Ö Primeira Colônia não portuguesa do Brasil Ö Única cidade a conhecer os nomes de seus 2006 fundadores. Ö Possui duas das mais antigas bandas civis do Brasil Ö Aqui foi fundada a primeira igreja Luterana da América do Sul Ö Possui dois colégios com mais de cem anos em história de educação Ö Foi palco do primeiro concerto de Villa Lobos, em 1915, no Teatro D. Eugênia Ö Recebeu a visita de um imperador, vários presidentes e personalidades de expressão mundial. Visitas importantes Ö D. Pedro – Esteve em Nova Friburgo em 1873, inaugurando a estrada de ferro que ligava esta cidade a capital. Neste dia almoçou no Casarão do Barão de Nova Friburgo. Ö Nilo Peçanha – Veio duas vezes a Friburgo. A primeira, no Colégio Anchieta em 1904, na colação de grau dos bacharelandos, quando era presidente do Estado do Rio de Janeiro. Em 1910 acontece a segunda visita, quando vem inaugurar o Sanatório Naval. Ö Getúlio Vargas – Esteve em Nova Friburgo em 24 de novembro de 1932, visitando o colégio Modelo e o Sanatório Naval. Voltou em 30 de maio de 1943, para a inauguração da LBA, ocasião em que visitou o colégio Anchieta Ö Eurico Gaspar Dutra – Militar e político brasileiro (Cuiabá, 1885 – Rio de Janeiro, 1974) Foi ministro da guerra de 1936 a 1945, tendo sido responsável pelo envio à Europa da Força Expedicionária Brasileira, que combateu na Itália em 1944 e 1945. em 1946 foi eleito presidente da República, cargo que exerceu até 31 de janeiro de 1951. nesse período, salientaram-se a modernização da estrada de rodagem entre o rio de Janeiro e são Paulo (Rodovia Presidente Dutra). Esteve em Nova Friburgo em 11 de fevereiro de 1950 para a inauguração do colégio Nova Friburgo, ocasião que visitou o colégio Anchieta. Ö Juscelino Kubitscheck – Realizou o último comício de sua campanha à presidência em Nova Friburgo, na Praça Getúlio Vargas. Ö Cardeal Arcoverde – 1º Cardeal da América Latina. Visitou o Colégio Anchieta em 11 de agosto de 1900, quando era Arcebispo do Rio de Janeiro, Em outubro de 1904, quando era Núncio Apostólico, para a festa no Colégio Anchieta, em 11 de dezembro, quando era Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro 25 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural I – A Influência das colonizações na cultura friburguense Em 1890, Nova Friburgo passa à categoria de cidade, tornando-se conhecida por seu clima, suas belezas naturais, sua hospitalidade, sua tranqüilidade, atraindo cada vez mais novos imigrantes. A chegada do trem, e da eletricidade vão trazendo as fábricas, o comércio diversificado, o progresso. Com o passar do tempo, muito se perdeu da história dessa colonização pioneira no Brasil (Suíça). Muitos nomes tiveram de ser alterados ou aportuguesados, casas antigas foram derrubadas e outras erguidas, os descendentes não carregavam mais os sobrenomes dos antepassados suíços.... em 1977 o 1º encontro suíço Brasileiro relembrou essa colonização e muitos friburguenses passaram a pesquisar suas raízes.. Em 1985 foi criada pelo Instituto Fribourg – Nova Friburgo, a Casa Suíça, que mantém cursos de manufatura de queijos e chocolate artesanal e um posto de venda desses produtos, além de uma biblioteca, auditório e o memorial do colonizador suíço. Na bandeira Suíça encontramos a cruz branca em fundo vermelho que simboliza a democracia, a independência e a solidariedade. Em 1819, famílias suíças chegam a esta região para fundar uma colônia. Todavia, alguns colonos procuravam outras terras mais cultiváveis, pondo em risco o projeto de colonização. Decidido a salvar o projeto de seu pai, o Imperador do Brasil D. Pedro I determinou a contratação de colonos alemães, agricultores evangélicos de Kirnbecherbach, para vir juntar-se aos suíços. Em 3 de mio de 1824 chegam 334 pessoas acompanhadas do pastor Oswald Friedrich Sauerbronn, fundando a primeira comunidade luterana do Brasil. Em 1873, Nova Friburgo passa a contar com o trem, o que via trazer novos imigrantes. Em 1911, chega à cidade Peter Julius Ferdinand Arp, que adquire por transferência o contrato para a conclusão de uma Usina que garantiria o fornecimento de energia elétrica e iluminação pública da cidade. No começo do séc XX então, os colonos que aqui chegaram trouxeram os conhecimentos têxteis, mecânicos e metalúrgicos, e influenciaram fortemente os métodos e disciplina de trabalho da comunidade. Com o advento da República em 1919, foi adotada a bandeira tricolor horizontal, preto – vermelho – ouro, cores do movimento de libertação de 1813 e do movimento insurrecional de 1848. Os italianos, presentes na cidade desde 1870, inicialmente se destacaram em alfaiataria, relojoaria, sapataria, funilaria, açougues e venda de jornais. Atualmente os membros dessa colônia estão presentes em todos os segmentos sócio-culturais e econômicos da cidade. Sua culinária é inteiramente divulgada por todo o Brasil e aqui não seria diferente, fazendo do nosso dia-a-dia: pizza, macarrão, caneloni, salame, vinhos, etc. A colônia tem se destacado pela presença na vida cultural da cidade, com a Sociedade Cultural Dante Alighieri, a Casa d’Itália com seu Coral Casa d’Itália, cuja fama já transpôs os limites municipais. Outro ponto a ressaltar é o Museu da Funilaria do Povo, da família Miele. A bandeira segue o padrão tricolor francês, com as cores verticais verde, branca e vermelha,d as cores dos uniformes da Guarda Nacional da época da Unificação Italiana. A chegada de indústrias têxteis acarretou a vinda de imigrantes espanhóis que dominavam as técnicas de fabricação de tijolos e da construção civil, necessárias à construção dos prédios das fábricas e das vilas operárias, além de diversos prédios da cidade, 26 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural sobretudo escolas e igrejas. Um dos destaques foi Francisco Vidal Gómez, talentoso construtor. Entre suas obras temos o prédio do Colégio Anchieta, do Colégio Nossa Senhora das Dores, além de obras na Estrada de Ferro. A cultura espanhola é muito similar à portuguesa, facilitando ao imigrante espanhol adaptar-se ao dia-a-dia daqui. A religiosidade e a laboriosidade são as características mais marcantes dessa colônia. Coube também a uma família espanhola, o casal José e Carmem Ruiz Bolea, o estabelecimento dos primeiros sorvetes e chapéu chinês (casquinha de sorvete), deliciosos e bem primitivos. A bandeira espanhola é composta de três faixas horizontais em vermelho, amarelo, vermelho, com o brasão do Reino de Espanha no centro. O vermelho representa o sangue derramado na reconquista cristã d península ibérica aos mouros e nas conquistas do novo mundo. O amarelo representa o trigo de Castela e o ouro da América Espanhola. No brasão estão representadas a reconquista ibérica, os reinos que formaram a Espanha, as grandes navegações e a monarquia constitucional espanhola. A presença dos portugueses em Nova Friburgo remonta as épocas das colônias, em fazendas da região. Com a chegada dos suíços em 1820, casamentos entre essas famílias bem assim como com os outros imigrantes que depois chegaram deram continuidade à vida e ao progresso. Embora Nova Friburgo seja considerada a primeira cidade de colonização nãoportuguesa do Brasil, é indubitável a contribuição e a presença dos portugueses em toda a história, notada dos costumes de origem portuguesa, como as festas juninas, folia de Reis e procissões religiosas. Dentre a Instituições fundadas por portugueses temos a Banda Euterpe – 1863, a Capela de Santo Antônio – 1884 e o Grêmio Português de Nova Friburgo -1933, existentes até hoje. A bandeira é bipartida de verde, que representa a esperança e vermelho que representa a coragem e o sangue português derramado em combate. Conta ainda com a esfera armilar, que representa a expansão marítima portuguesa e a sua missão criadora de novos mundos e o escudo que representa em detalhes as batalhas que libertaram Portugal do domínio árabe. Os libaneses assim que chegaram em nossa cidade, logo se destacaram no comércio, não era para menos, o comércio surgiu com os fenícios, ancestrais dos libaneses, que navegavam e comerciavam por todo o mediterrâneo e até pelo atlântico. A culinária árabe-libanesa já está perfeitamente integrada à mesa brasileira e naturalmente o mesmo aqui em Friburgo. O quibe, a esfiha, o tabule, o sanduíche beiruth feito com pão árabe, são alguns exemplos. Outro aspecto relevante nesta colônia é a religiosidade. A devoção dos libaneses a Nossa Senhora é tradicional, remontando aos primeiros séculos da Igreja, pois seus ancestrais conheceram Maria, mãe de Jesus. A bandeira libanesa é constituída de uma larga faixa branca horizontal (representando a neve das montanhas) entre duas faixas vermelhas menores (representando o sangue derramado pela independência); no centro há um cedro verde. O Líbano também denominado “País dos Cedros”, é citado na Bíblia como uma terra onde correm o leite e o mel. Em árabe, Líbano significa leite e em siríaco é sinônimo de brancura. 27 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural Quando em 1927 chegou a presença de japoneses aqui em Nova Friburgo (Engenheiro Agrônomo Tohoro Kassuga com sua mulher e dois filhos), estabeleceu-se em Tingly num sítio, dedicando-se ao plantio do caqui, fruta desconhecida na região. Em 1936 chegou o professor Hideo Kato, que trabalhou no sítio de Kassuga e posteriormente marcou presença na comunidade, ensinando desenho. A colônia japonesa mantém viva as tradições de seus antepassados destacando-se como exímio agricultores e floricultores, onde desenvolveu cultivo de rosas e palmas e várias hortaliças. Mais tarde outros japoneses trouxeram suas artes marciais, como o judô e o Karatê.. Mais recentemente, vieram os restaurantes típicos trazendo a culinária japonesa com pratos como o sushi e o sashimi. Outro destaque é a festa da cerejeira quando a colônia se reúne na área rural para uma festa de confraternização, com muita comida, música, trajes típicos. A bandeira japonesa é conhecida como hinomaru, palavra que traduzida literalmente significa “disco solar”. É composta de um grande círculo vermelho num fundo branco e vem sendo usado como símbolo nacional desde o século XVII. Os negros foram trazidos para trabalhar como escravos em fazendas locais. Alguns fugiram e formaram quilombos, como o que existia em Lumiar, anterior época da chegada dos Suíços. A contribuição desses colonos iniciou-se nos serviços domésticos, nas plantações de café e na lavoura em geral, mas também houve trabalhos seus em edificações, inclusive em cidades vizinhas, como as igrejas de Duas Barras, São José do Ribeirão e Cantagalo, que foram construídas pelos escravos. Após a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, começou a luta do negro pela cidadania, luta esta que persiste até hoje. Os negros começaram a destacar-se na música, nos esportes e em outras profissões aprendidas no tempo da escravidão e algum conhecimento trazido da África, como a metalurgia. Vale a pena ressaltar que como em todo o Brasil, a cultura afro-brasileira está presente em nossa comunidade na moda, na culinária, crenças religiosas, etc. A bandeira Pan-africana é constituída por três faixas horizontais: vermelha que representa o sangue e a vida dos povos negros; negro a raça; verde a esperança de dias melhores e a natureza, com que a raça negra sempre soube conviver dignamente. Foi instituída em 11 de novembro de 1983 pelo prefeito Heródoto Bento de Melo, quando foi estabelecida por decreto que os Povos Africanos, como colonos de Nova Friburgo, seriam homenageados no dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi. 28 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural As Colônias em Nova Friburgo 16 de maio de 1818 – D. João VI assina decreto que permite o estabelecimento de uma colônia suíça no Brasil nas terras de Cantagalo, região já habitada por portugueses e negros. 1819 – Sete veleiros chegam trazendo os primeiros imigrantes suíços. 1820 – A colônia passa a chamar-se Vila de Nova Friburgo. 1824 – Chegam imigrantes alemães e posteriormente: italianos, espanhóis, portugueses, libaneses e japoneses. 1890 – Nova Friburgo passa à categoria de Cidade Colônia Suíça 1819 – 261 famílias suíças estabeleceram-se aqui fundando a colônia do Morro Queimado 1890 – Nova Friburgo passa à categoria de Cidade. 1977 – 1º encontro Suíço Brasileiro. 01 de agosto – aniversário da colônia suíça – Dia da Unificação da Confederação Helvética. Colônia Alemã 03 de maio de 1824 – chegam 334 pessoas acompanhadas do Pt. Oswald Friedrich Sauerbronn fundando a 1ª Comunidade Luterana no Brasil. 1873 – com a chegada do trem, chegam também novos imigrantes alemães. 1911 – Peter Julius Ferdinand Arp. 03 de outubro – aniversário da Colônia – Dia da reunificação da Alemanha. Colônia Italiana Presentes na cidade desde 1870. Vieram de todas as partes da Itália Destacaram-se na alfaiataria, relojoaria, sapataria, funilaria, açougue e venda de jornais. 2 de junho – aniversário da Colônia – dia em que foi proclamada a República da Itália (1946). Colônia Espanhola Chegada no final do Séc. XIX. Dedicaram-se ao comércio e trouxeram as olarias. Francisco Vidal Gómez – talentoso construtor (Colégio Anchieta, Colégio Nossa Senhora das Dores, além de obras na Estrada de Ferro.) 12 de outubro – aniversário da Colônia – dia do descobrimento da América. Colônia Portuguesa A presença portuguesa remonta à época da colônia, em fazendas da região. Personalidades de destaque em Nova Friburgo – Barão de Nova Friburgo Antônio Clemente Pinto, o músico Samuel Antônio dos Santos, os comerciantes Acácio Borges e Francisco dos Santos Madeira e os desportistas Jerônimo Mário de Azevedo e Marcelino dos Santos. 10 de junho – Aniversário da Colônia – dia da morte de Camões. Colônia Libanesa 1895 – Chegada dos primeiros libaneses. Destacaram-se no comércio. 22 de novembro – Aniversário da Colônia – quando em 1946 o Líbano alcançou sua soberania total. Colônia Japonesa 1927 – presença japonesa em Nova Friburgo. Plantio de frutas como o Caqui, rosas, palmas e várias hortaliças. Mais tarde, outros japoneses trouxeram suas artes marciais como o judô e o karatê. 29 de abril – Aniversário da Colônia – data do nascimento do falecido imperador Hiroito. Colônia Africana Chegaram como escravos para trabalhar nas fazendas locais. Contribuição iniciou-se nos serviços domésticos e nas lavouras, mas também houve trabalhos seus em edificações como as igrejas de Duas Barras, São José do Ribeirão e Cantagalo (que foram construídas pelos escravos). Após abolição – 13 de maio de 1888 – luta pela cidadania. 20 de novembro – Aniversário da Colônia – Dia da morte de Zumbi. 21 de março – dia Internacional pela eliminação da discriminação racial. 29 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural II - A Praça Getúlio Vargas A Praça Getúlio Vargas fica bem no centro da cidade e existe desde a chegada dos primeiros colonos suíços. Projetada pelo paisagista Auguste François Marie Glaziou, ela é o centro nervoso de Nova Friburgo e guarda até hoje os eucaliptos plantados no século XIX. Da época do período colonial, também são conservados, ao redor da praça os prédios da Igreja Matriz de São João Batista, a residência do Barão de Nova – onde funciona a Oficina Escola de Artes, e o antigo Fórum. História: • 1820: uma grande esplanada dividida em três áreas: Praça Príncipe Real D. Pedro; Praça d’EL Rei D. Manoel e Praça São João. O terreno plano e úmido não possuía atrativos, a não ser para animais que dele se utilizavam como pasto.; • 1868: Com a visita da Princesa Izabel e do Conde d’Eu, , os espaços foram unificados, inclusive a então denominada Praça da Matriz –atual Praça Dermeval Barbosa Moreira – passando a se chamar Praça Princesa Izabel, em homenagem a princesa. • 1880: a Câmara pede ao 2º Barão de Nova Friburgo, Bernardo Clemente Pinto – que mais tarde veio a ser o Conde de Nova Friburgo - que auxilie num projeto de ajardinamento, e ele vai até Francisco Glaziou, o maior paisagista da época. Como a Câmara não possuía recursos, o Barão custeia as obras, e em 1881, entrega aos cuidados da mesma a conservação do jardim. • Novembro” . Com o advento da República, a praça passa a se chamar “Quinze de • 1955: a praça passa a se chamar “Presidente Getúlio Vargas” ; agora já separada da praça em frente a Matriz. • 1972: a praça foi tombada em 04 de julho Consta que o movimento pelo tombamento partiu de entidades comunitárias, após a derrubada dos eucaliptos para a construção da antiga rodoviária urbana, em 1971. • 1987: a Praça Getúlio Vargas transforma-se em cenário de conflito entre os ecologistas e o prefeito da época. A discórdia foi iniciada quando o prefeito montou um projeto de derrubar a antiga rodoviária e substituí-la por uma nova, só que esta invadiria mais uns metros da praça tombada. * A praça hoje • Espaço para manifestações culturais, religiosas, para leitura, ou boa conversa, a praça continua viva, não só nas lembranças dos que viveram em áureas épocas, mas na ansiedade de jovens artistas, nas paixões dos casais, nas brincadeiras das crianças que ainda são levadas pelas mãos de pais e avós. • Os monumentos que nela existem, contam muito de nossa história; embora a maior parte dos friburguenses desconheçam sua importância e tudo que se pode aprender com eles, são como ‘adereços’ a espera de reconhecimento. 30 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural • Anualmente, centenas de grupos teatrais, bandas de música, festas da arte, e tantas outras expressões artísticas fazem da praça seu palco – não podendo esquecer a ‘Alameda das Trovas’, na época dos Jogos Florais. • A Feira de Artesanato existe na praça desde 1983, quando havia uma seleção do que poderia ser exposto pelo Departamento de Cultura. Hoje em dia, está um pouco descaracterizada, pois juntamente com o artesanato, há produtos industrializados. O protesto partiu do temor que a praça perdesse mais espaço para construções urbanas. O espaço abrigava cerca de cem eucaliptos australianos com mais de um século de vida, formando a famosa ‘catedral dos eucaliptos’, que dá aos seus freqüentadores um toque romântico; casais de namorados, por gerações e gerações compõem o visual bucólico do local. Outras informações sobre a praça • As árvores escolhidas como base do projeto de Glaziou – os eucaliptos - eram ideais por absorverem grande quantidade de água – o terreno era úmido – e ter ainda, a virtude de purificar o ar. Dois dos mais ilustres políticos que discursaram na praça foi Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek, em época que a política era feita em praça pública. • A necessidade de embelezar a praça aconteceu junto com a chegada da estrada de ferro, em 1873, pois a cidade atraia cada vez mais importantes veranistas. • Apesar da praça ter sido tombada em 1972, em 1978, o prefeito Amâncio Azevedo construiu um coreto onde havia um repuxo. O coreto ainda permanece. • Apesar dos postes atuais serem em estilo colonial, se enganam os que pensam que sejam muito antigos. Eles foram colocados em 1994, no lugar de postes de concreto – os mesmos contrastavam muito com a paisagem, e tinham horríveis fiações aparentes. • Em 1987 a praça quase foi interditada, pois houve queda de eucaliptos, e temia-se pela população. A praça foi - e sempre será – palco para a história da comunidade friburguense. Mantê-la viva, pulsando no coração da cidade, é a garantia de que, quem vem à cidade, possa conhecer a identidade de Nova Friburgo. O que não deve ser esquecido é que, como espaço público, necessita da participação direta da população, do envolvimento da comunidade, de projetos e eventos que legitimem e perpetuem sua história e importância. 31 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural III – Prédios Históricos do entorno da Praça Fórum O prédio onde hoje funciona a ‘Casa da Cultura de Nova Friburgo’ foi construído para ser Fórum. Na época da colonização, aquele terreno fazia parte da casa do Barão de Nova Friburgo. Mais tarde, foi construída ali a ‘Pensão Nascimento’.Depois, foi comprada pela Caixa rural de Nova Friburgo – uma cooperativa de crédito – que faliu; foi a leilão, e o Estado construiu o Fórum. Pelo crescimento populacional, e demanda trabalhista, fez-se necessário a construção de um prédio bem maior, e em 2005, era inaugurada no prédio do antigo Fórum a “Casa da Cultura de Nova Friburgo, que funciona com exposições, audições, palestras – entre outros – e abriga a Secretaria de Cultura de Nova Friburgo. Os eventos são abertos ao público. A programação é por conta daprefeitura. Vale a pena conferir o belíssimo vitral - parte superior do prédio - da ‘Justiça de Salomão’, o único contratempo é o fato de vitral ter sido colocado virado para o interior do prédio, o que impossibilita visualiza-lo da rua. Centro de Arte De arquitetura simples, por se tratar de um porão – já foi inclusive carceragem na época em que a prefeitura funcionava no prédio acima - com três salas de exposição, e um pequeno teatro, surgia no ano de 1961, o que entraria para a história como o espaço artístico mais emblemático e importante do município. Em 16 de maio de 1961, Nova Friburgo ganhava como presente o “Centro de Arte”. No início, era um grupo de apreciadores da arte e intelectuais que dirigia o espaço. Como foi em Nova Friburgo a 1ª Colônia Alemã, a Embaixada da Alemanha prestigiava sempre a cidade com grandes concertos. Tudo que vinha ao Brasil, passava por Nova Friburgo. A nata da música erudita. Haviam sócios que contribuíam com uma pequena mensalidade. Não era muito, mas importante. Haviam também os sócios mantenedores, como a Fábrica de Rendas Arp e a Filó. Nesta época, o espaço não pertencia a Prefeitura, ela apenas cedia um funcionário e pagava a conta de luz. O trabalho dos demais, inclusive do Conselho Diretor era totalmente voluntário. Festivais de filmes, exposições, teatros, debates, palestras, concertos, conferências de pintores, escritores, cineastas, fotógrafos, espetáculos de dança, recitais, entre outros, fazia parte da programação mensal do Centro de Arte. Os eventos agitavam não só toda a região, como atraiam platéia e artistas de todo o país. Acontecimentos como o 9º Congresso Nacional de Jornalistas, o 1º Concurso Estadual de Piano, o III Salão Internacional de Fotografia, ou o Festival de Ópera – Do Brasil para os brasileiros – que reuniu os melhores artistas do gênero do Brasil, fizeram com que os olhares se voltassem para Nova Friburgo. O Centro de Arte foi fundamental para o fortalecimento da vocação que a cidade tem para a arte, ele foi o primeiro teatro da cidade. Além de dezenas de artistas nas áreas de teatro, música, artes plásticas, iniciarem ou mostrarem seus trabalhos naquele espaço maravilhoso. O Centro de Arte era um ponto de encontro, daí ter sido aglutinador do movimento cultural de Friburgo, e quando ele fechou, essa referência se perdeu. E não eram só os artistas que freqüentavam, tinha o público. 32 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural Oficina Escola de Artes Havia em Nova Friburgo o desejo de trabalhar com arte-educação. A princípio seria em ‘núcleos’, como em Conselheiro, Olaria, Centro, Riograndina... funcionaria nas grandes escolas municipais. Mas a escolas não tinham a política de abrir nos finais de semana, e durante a semana ficaria impossível, porque trabalhar o ensino da arte não pode ser de forma ocasional. Teria que se oficializar o ensino da arte no município. No segundo semestre de 2001, estava criada “a Primeira Escola pública de Ensino de Arte do interior do estado do Rio”. O prédio que já foi a ‘Residência Urbana do Barão de Nova Friburgo”, Prefeitura,e por último, Câmara de Vereadores e Biblioteca Municipal, ganhava nova vida e história com as diversas linguagens da Arte. Quem passa em frente ao antigo prédio da Biblioteca Municipal, na Praça Getúlio Vargas, percebe o movimento diário de crianças e adolescentes. É que ali funciona a ‘Oficina – Escola de Artes de Nova Friburgo’... Mas quem apenas passa, não imagina o riquíssimo trabalho que é desenvolvido, nem o turbilhão de vida que lá se manifesta. São salas repletas de crianças e jovens, experimentando a vida através de expressões artísticas. Na impossibilidade de atender a todas as crianças do município, fez-se necessário adotar alguns critérios, dentre eles, começar o trabalho com os alunos de escolas públicasmunicípio e estado – os que sempre estiveram à parte. Hoje, são 1.154 alunos, divididos em 14 oficinas: Violão, Canto – Coral, Teoria Musical, Teclado, Flauta, Ballet, Dança moderna, Criação de Figurino, Arte do Circo, Cultura Popular, Construção de Instrumentos Musicais, Teatro, Arte do Carnaval e Literatura. Usina Cultural O prédio onde funciona a Usina Cultural – não era um sobrado! – fazia parte da casa do Barão de Nova Friburgo, e era o compartimento de guardar as bagagens de viagem. Durante muitos anos foi sede a Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo. Quando a companhia foi vendida par a empresa Cataguazes Leopoldina, o prédio foi reestruturado e a cidade foi presenteada com a “Usina cultural” – um centro cultural com teatro, salas de música, galeria de artes, salas para oficinas, café, além de abrigar o ‘Pró-Memória’ – o centro de referência da história de Nova Friburgo. Na ‘Usina Cultural’ funcionam cursos, exposições, teatro...a programação faz parte do circuito nacional dos centros culturais mantidos pela Cataguazes, trazendo renomados artistas, e dando oportunidades aos locais. Embora a ”Academia Friburguense de Letras” tenha grande atuação social, seu prédio não faz parte do conjunto histórico da Praça. Mas não poderíamos deixar de lembrar da belíssima participação da mesma em nossa história, com a criação dos “Jogos Florais”, evento que atrai participantes internacionalmente. É o único neste estilo no Brasil. O evento será destacado posteriormente. 33 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural IV – O Barão de Nova Friburgo • 1820: Antonio Clemente Pinto, chega ao Brasil. No mesmo ano, Dom João VI cria a Vila de Nova Friburgo devido a forte imigração desde 1818 de habitantes do Cantão de Fribourg, Suíça. Em 1821 começa a trabalhar como "moço de recados" em uma loja da cidade do Rio de Janeiro. • Entre os anos de 1821 e 1827, ocorreu um acidente com o Barão de Ubá, onde Antonio Clemente o auxiliou, passando a ser protegido do barão acidentado; o Barão lhe deu a fazenda de Cantagalo e dois escravos, e Clemente Pinto começou o cultivo do café. Em pouco tempo, se tornou um dos homens mais ricos do Brasil. Sabe-se que ele lucrou muito no mercado especulativo de escravos; é possível que ele tenha atuado no "contrabando" ou "mercado negro" de escravos após a proibição do tráfego negreiro em 1850. • Antônio Clemente Pinto, chegou a ser proprietário de 15 fazendas na região compreendida entre Cantagalo, São Fidélis e Nova Friburgo. Além do Palácio de Nova Friburgo - o barão possuía no Rio de Janeiro 10 prédios, e fundou a empresa Friburgo & Filhos. • Em 28 de março de 1854 por decreto do Imperador Dom Pedro II, recebeu o título de Barão de Nova Friburgo. • Foi ele o responsável pelo maior patrimônio histórico de Nova Friburgo: a Praça Getúlio Vargas. Na época, a Câmara pediu que o Barão fosse intermediário no projeto.; ele contratou o maior paisagista do país – Glaziou – e como a cidade não possuía recursos, deu a cidade este inestimável presente. • Comprou, ainda em Nova Friburgo, a região do Cônego e fez o Parque São Clemente – ele tinha um filho chamado Clemente – e este foi mais um projeto do paisagista francês, Glaziou. O Casarão – como é conhecido atualmente – foi edificado em 1860, e pertenceu à família do Barão de Nova Friburgo. Em 1866 termina oficialmente a construção do mais belo palácio do Rio de Janeiro, o “Palácio de Nova Friburgo” – antigo Palácio do Catete, atual Museu da República - e em julho de 1866 o barão e sua família passaram a residir no imóvel, onde veio a falecer em 1869. O Nova Friburgo Country Clube Com uma área de 225 mil metros quadrados, dos quais 80 mil em jardins, o Nova Friburgo Country Clube é um dos mais belos e tradicionais clubes do Brasil. Localizado no parque São Clemente e projetado por Glaziou - paisagista francês , que, introduziu nos jardins um estilo romântico, com predominâncias de curvas, lagos, pontes, elevações, depressões, quiosques, etc O Parque São Clemente é um museu vivo de plantas raras nativas, exóticas e outras advindas de diversas partes do mundo, como a "Ginko Biloba" - árvore imperial 34 chinesa - cerejeiras japonesas, papiros egípcios, magnólias, bambus indianos, Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural plátanos canadenses e cedros do Líbano. As belezas dos lagos, pássaros, gansos, patos e cisnes, em conjunto com raras espécies botânicas, dão um show à parte, que a natureza local guarda para os privilegiados sócios e visitantes. Sua Sede Nobre, edificada em1860, pertenceu à família do Barão de Nova Friburgo. Em 1883, a residência foi visitada pelo Imperador D. Pedro II. Em 1913, os descendentes do Barão de Nova Friburgo venderam o Parque São Clemente ao Dr. Eduardo Guinle, passando assim a pertencer a sua família e herdeiros. O acervo arquitetônico do prédio, que foi a residência do Conde e Barão de Nova Friburgo (Sede Nobre), guarda os aspectos da época, segunda metade do Século XIX. Sua suntuosidade é marcada pelos desenhos pintados em seus tetos e paredes, alguns traçados a ouro, que guardam em seus amplos cômodos a lembrança do Brasil Imperial. * Em 23 de novembro de 1951, parte do conjunto "Cidade Jardim Parque São Clemente" foi tombada pelo Patrimônio Artístico e Histórico Nacional. O Clube O Nova Friburgo Country Clube, associação civil, de direito privado, sem fins lucrativos, foi fundado em 20 de abri de 1957. O clube oferece variadas formas de lazer nas áreas social, cultural e esportiva, através de eventos conhecidos nacionalmente, como a Festa de Queijos e Vinhos, Festa do Colonizador, Festival de Inverno, Concerto de Natal; Competições das mais diversas modalidades, a níveis local, estadual e nacional -Esportivo-. Cursos diversos, ballet, dança, exposições, palestras, seminários, conferências e teatro. Destaca-se, na Sede Nova, o teatro Barão de Nova Friburgo, palco de inúmeras peças teatrais, muitas das quais em estréias nacionais. Atualmente, a Sede Nobre é palco de exposições com artistas de renome. V – A vocação educacional e a arquitetura dos colégios Friburgo foi, no início, sobretudo uma cidade educacional - a primeira escola mista do Brasil foi feita em Friburgo. Aqui existiram grandes colégios, como o Colégio Anchieta, o Instituto de Educação, do inglês John Fress – que publicou livros sobre educação inclusive nos Estados Unidos... Este Instituto tinha projeção nacional, os alunos todo ano prestavam exame na Corte, isto em 1850. Quando John Frees adoeceu, vendeu para Galiano das Neves Pai, e ele pôs o nome de Colégio Fress; o Colégio Braune – o bairro recebeu este nome porque o local ficou conhecido pela localização do colégio. Os fazendeiros de café mandavam os filhos de outras cidades para estudarem aqui: os colégios eram muito bons, a cidade tinha um clima saudável, não tinha febre amarela, cólera, e os hotéis eram movimentados pelas famílias que vinham do interior. Mas houve um declínio nos anos 20, quando Nova Friburgo passou a ser visto como local ideal para o tratamento da tuberculose, por causa do clima. Muita gente começou a evitar a cidade, os colégios sendo abandonados, os hotéis sem movimento... 35 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural Os que mais influenciaram na educação em Nova Friburgo foram os libaneses. Como exemplo temos Humberto El´Jaick e Jamil El´Jaick – nome hoje dado a maior escola estadual da região. Colégio Anchieta A pedra fundamental data de 1879, sendo que as obras foram concluídas oito anos mais tarde, em 1887. Foi fundado em 1886 pelos padres italianos, para funcionar na Casa Grande da antiga fazenda e sesmaria do Morro Queimado, como Internato para alunos de todo o Brasil. O Colégio começou a funcionar na casa-grande da antiga fazenda e sesmaria do Morro Queimado, conhecido pelos colonos suíços com o nome de "Chateau", ainda usado pelo povo da cidade para designar o Anchieta. Com o aumento do número de alunos, iniciou-se a construção do grande e majestoso edifício atual, no dia 1º de janeiro de 1901. O Anchieta logo se tornou famoso e conhecido em todo Brasil, pela excelente educação que dava a seus alunos. Os professores eram todos Padres Jesuítas , mas em 1922, com a diminuição dos padres vindos da Itália, foi preciso acabar com o internato e transformar o Anchieta em seminário, para a formação de Jesuítas Brasileiros. Em pouco tempo, o Colégio encheu-se de seminaristas que iam desde o seminário menor chamado Escola Apostólica, até a Faculdade de Filosofia. Depois do Internato - (1ª fase), o seminário foi a segunda fase da história do Colégio. A terceira fase começou em 1966, quando diversas classes seminarísticas se transferiram para outras cidades. Nesta terceira fase, o Anchieta se transformou em Externato, recebendo alunos não só de Friburgo, mas também das cidades vizinhas. Em 1969, o Anchieta passou a receber alunas, transformando-se em misto. O Colégio Anchieta chega aos 120 anos com o mesmo ardor e entusiasmo dos primeiros anos, no desejo e no esforço de formar personalidades que contribuam para o progresso religioso e cultural, científico, social e artístico da sociedade friburguense, arredores e porque não dizer do Brasil. Nesta terceira fase passaram pelos bancos escolares do Anchieta 13.443 alunos. Nos 120 anos: 24.479. Colégio Nossa Senhora das Dores O prédio do Colégio Nossa Senhora das Dores foi inicialmente o ‘Instituto Friburguense de Educação’, do inglês John Frees, que depois se chamou ‘Colégio Frees’. Depois, o colégio acabou e eles fizeram ali o Hotel Central. O Hotel recebeu o Imperador D.Pedro II; mas acabou falindo. A Marinha queria comprar o prédio para fazer o Sanatório Naval, utilizando para trata mento dos marinheiros com béri-béri – doença que naquela época era tida como infecto-contagiosa – mas houve um desentendimento ferrenho a este respeito: até Rui Barbosa, que era contra o governo, entrou nesta luta. Foi quando resolveram comprar ao ‘barracão de caça’ do Conde de Nova Friburgo, e transforma-lo em Sanatório – existente até hoje. As irmãs de Santa Dorotéia chegaram a Nova Friburgo, no rigor do inverno de 1893. Vinham de Recife para fundar aqui uma Escola para a Educação cristã das meninas. Entre as irmãs que chegaram à Nova Friburgo como fundadoras da nova 36 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural missão estava Ir. Amélia Ribeiro de Portugal, superiora da nova casa, devotíssima de Nossa Senhora das Dores, razão pela qual confiou à sua guarda o novo colégio que nascia, batizando-o com o nome de Colégio Nossa Senhora das Dores. Faltando 4 dias para completar um mês da chegada das Irmãs a Nova Friburgo, que se dera a 14 de junho, tendo já sido redigido o programa do Colégio, começaram a chegar as primeiras alunas. O colégio cresceu em número de alunos, em fervor espiritual e no respeito de todos. Esse crescimento continuou a se fazer ao longo dos 111 anos de história. Instituto de Educação de Nova Friburgo O prédio mais bonito de Friburgo é o Instituto de Educação, construído para ser o Grupo Escolar Ribeiro de Almeida, foi feita sobre a influência do então deputado Galdino do Vale Filho. A construção data do início do século XX, sendo sua pedra fundamental lançada no ano de 1922. São dois pavimentos, de uma arquitetura eclética de gosto germânico. 08 de março de 1912: data da publicação em diário oficial que permitiu o funcionamento da Escola Estadual Ribeiro de Almeida. A construção foi interrompida várias vezes por falta de verba e só foi concluída em 1933 no governo de Getúlio Vargas. Atualmente, o Instituto de Educação de Nova Friburgo funciona com o curso de Formação de Professores, além de educação infantil – prédio anexo – e a escola de aplicação de 1ª a 4ª séries. Instituto Politécnico O prédio, em estilo normando, foi construído no início da década de quarenta, pelo Dr. Demerval Barbosa Moreira. Originalmente, o local foi concebido para ser um Hotel Cassino, mas antes mesmo do término da construção, houve a proibição do jogo no Brasil. Pensou-se em transformar em hotel para tuberculosos, mas houve muita gente contra... Até que foi entregue à Fundação Getúlio Vargas, e passou a ser um colégio. Chamando-se, primeiramente, Ginásio Nova Friburgo, logo Colégio Nova Friburgo, mais tarde tornou-se o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro, diretamente vinculado ao Estado do Rio de Janeiro até a sua incorporação à Universidade em 1993. Atualmente, o Instituto possui um Centro de Memória, aberto ao público. Expediente: de 2ª à 6ª-feiras, das 8:30 às 12 hs / Em dias e horários diferentes, combinar e marcar com antecedência. Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo / FONF A FONF encontra-se instalada na antiga residência do Barão de Duas Barras, posteriormente Paço Municipal. A prefeitura, antes de ir para o atual prédio, funcionou 37 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural neste espaço. Oriunda do desejo de um grupo de professores e figuras da sociedade de criar uma Faculdade de Odontologia em Friburgo teve seu funcionamento autorizado em 1971. Após o cumprimento das exigências legais para o seu funcionamento, a FONF ficou sob a tutela da Fundação Educacional e Cultural de Nova Friburgo. VI - O Pró-Memória e o resgate da história de Nova Friburgo Há alguns anos, um motorista da prefeitura informava-se onde deveria jogar um monte de papel velho que fora colocado em seu basculante. O informante achou estranha a consulta e foi ver a papelada. Nada mais eram do que milhares de documentos da Vila de Nova Friburgo, desde 1820, ano da instalação da vila, que se achavam amontoados numa sala que queriam desocupar. Eles deram origem ao atual Pró-Memória de Nova Friburgo. • Em 1975, foi emitia uma circular para todos os jornais da época, pedindo exemplares diários para arquivo. Como percebeu-se não haver outros registros sobre a história da cidade, publicou-se nos jornais pedido de fotos, documentos, jornais antigos, mesmo que fossem para empréstimo. Algumas coisas começaram a aparecer. Começava então, o trabalho de resgate da história de Nova Friburgo. Em 1986, oficializou o “PróMemória”. • O Pró-Memória é um Centro de Pesquisas sobre o município de Nova Friburgo, e atende desde o aluno do ensino fundamental, até o PHD. • Há documentação desde 1820 até os dias atuais • Há fotos desde 1870 – umas 17000 ainda sendo catalogadas - cidade,eventos em geral, políticos... • Jornal de 1890 até os dias atuais • 9631 documentos catalogados • Teses de mestrado e doutorado que foram pesquisadas aqui no Pró-Memória • Livros de história, tem desde escrito em 1850 até os dias atuais. Teia Serrana foi pesquisado, e estudado no Pró-Memória. Este é o livro mais recente escrito sobre a história de Nova Friburgo. 38 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural VII - A vocação cultural de Nova Friburgo • Existe teatro em Friburgo desde 1870, que foi a data da 1ª apresentação oficial de teatro numa Igreja. Essa é uma vocação maior que o turismo...aconteceu antes mesmo que o 1º hotel existisse. A produção de Arte é muito grande. Nota-se esta vocação pelo número grande de crianças que procuram as aulas da Oficina Escola de Artes – que em sua maioria nunca viu uma peça teatral, ou tinha visto uma exposição de Artes Plásticas antes da reabertura do Centro de Arte. • A vocação Turística e Cultural de Nova Friburgo se evidencia – e confirma - em momentos como o do Festival de Inverno, forte evento cultural que nasceu neste município. • “Os Jogos Florais” tiveram sua origem aqui, em Nova Friburgo. Há 47 anos ininterruptos, as trovas ganham lugar de destaque na Praça Getúlio Vargas, que ficou conhecida como ‘Alameda das Trovas’. O evento é conhecido nacionalmente. • Música erudita, instrumental, artes plásticas, leitura dramática, teatro de rua, cinema, a arte e os artistas locais fazem a história. O número de grupos de teatro amadores, os festivais de música, as rodas de poesia, as bandas, os corais...Friburgo não apenas foi uma referência cultural, continua produzindo, e sendo difusor de arte; como exemplo, o ‘Concurso Nacional de Poesias em Homenagem ao Centenário de Mário Quintana’, que foi promovido por poetas friburguenses, e teve a premiação em São Pedro da Serra, no final de agosto – com participação de poetas internacionais. • O Projeto “Bandas na Praça”, que acontece quinzenalmente é um exemplo de regate da cultura musical da cidade, e de valorização das bandas centenárias de Nova Friburgo.* • A criação do “Troféu Guignard de Artes Plásticas”, que será entregue a artistas plásticos da cidade, do estado e do país, reconhecidos por seus talentos e produção. O troféu será entregue no dia 25 de fevereiro de 2007, data de nascimento do pintor friburguense Alberto da Veiga • As características de cidade de interior, mas efervescente culturalmente, faz com que Nova Friburgo crie uma forte identidade, e passe a perceber este claro caminho. • Fatos históricos e novos projetos são a comprovação de que Nova Friburgo ‘faz toda diferença na vida cultural do país’. VIII – A Praça Getúlio Vargas como palco A praça é caracterizada em todas as civilizações como sendo um espaço "público". As praças têm um caráter de ponto de encontro de pessoas em uma cidade, sendo também palco das manifestações sociais e culturais de uma determinada população. Por estar no ‘coração da cidade’, a Praça Getúlio Vargas foi - e continua sendo - palco de diferentes manifestações... • As famílias freqüentavam a praça como lazer; encontrar amigos; para crianças brincarem; havia todo final de semana bandas se apresentando no coreto com ‘ retretas’. • Era o local onde a cidade esperava a passagem do trem, onde a moda era ditada pelos passageiros que vinham das grandes cidades; 39 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural O trem era conhecido pela população como ‘vassoura’ : “Saudades do Trem Sumidouro pelas noites varredouro. Passava soltando fumaça e varria a gente da Praça. Moça donzela de bem, se recolhia com o trem” Maria José Braga. • Políticos escolhiam Nova Friburgo para finalizar suas campanhas na época em que política se fazia na praça. E hoje, um pouco menos valorizada – muitas vezes parecendo abandonada a própria sorte – a praça continua viva... • Encontros de Dança • Festas da Arte • Grupos folclóricos • Rodas de Capoeira • Monumentos • Jogos Florais • Feira de Artesanato • Domingo Doce ...Precisando talvez, ser vista novamente como o “cartão de visitas” de Nova Friburgo. IX - Grupos de teatro, Folias, ateliês e outras manifestações populares Em 1970, Nova Friburgo era um turbilhão cultural, era referência nacional. Nas escolas, o teatro ganhava força como linguagem... Grupos de teatro que surgiram nesta época continuam sua trajetória. • GAMA: Grupo de Arte e Movimento em Ação - 40 anos com Teatro, no Brasil, numa cidade do interior, com um trabalho constante, com acerto bastante grande, com trabalhos de qualidade, são poucos os grupos no Brasil que tem essa longevidade. • O Taca é um grupo teatral atuante na comunidade friburguense, além de ser uma atividade estudantil que estimula o desenvolvimento cultural dos alunos. Foi um movimento que marcou a década de 70 e o início dos anos 80 no colégio e continua apresentando peças; suas montagens são sempre contando a história de Nova Friburgo.Em 28 de setembro, o grupo apresentará Galdino Vale uma história! • São vários os grupos teatrais da cidade – amadores e profissionais – além de grupos convidados, o que torna a cidade rica em espetáculos o ano todo. Vão Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 40 Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural desde apresentações simples – muitas vezes feita em praça pública – o teatro de rua – a grandes produções. • - Teatros: Teatro Irmã Sânia Cosmelli Centro de Arte Country Club SESC Usina cultural Teatro do Colégio Anchieta Corredor Cultural Além de pequenos teatros em escolas e universidades. FOLIAS DE REIS Festa popular de caráter religioso e de origem portuguesa. Acontece entre o Natal e o dia 6 de janeiro, onde grupos de cantadores e músicos trajando fardamento colorido percorrem as ruas de pequenas cidades brasileiras, entoando cânticos bíblicos que relembram a viagem a Belém dos três Reis Magos (Baltazar, Belchior e Gaspar) para dar boas-vindas ao Menino Jesus. Em Nova Friburgo, anualmente acontece o ‘Encontro de Folia de Reis’, em Conselheiro Paulino. Os grupos costumam se apresentar na Praça Getúlio Vargas também – início de janeiro. Em 2006, os grupos ganharam um espaço reservado a preservação de sua história na Casa de Cultura de Nova Friburgo,mas ainda está em organização. CAPOEIRA A Capoeira surgiu na época da escravidão e a tradição nos mostra que é genuinamente brasileira, pois existem lutas na África, mas nenhuma semelhante à nossa. Antigamente, a capoeira era relacionada à malandragem e religiões. Era considerada uma forma de luta disfarçada em dança e ritual, onde associavam a luta às músicas e ritmos de candomblé, religião dos negros escravos. Capoeira era o nome dado aos locais de mato baixo, entre árvores, onde os escravos fugitivos treinavam este tipo de luta e daí o nome. Esta prática foi levada para as ruas após a abolição da escravatura, quando foi proibida por lei e revogada somente em 1930, começando a ser praticada dentro de recintos fechados. Atualmente, a Capoeira é entendida como arte. Há 10 anos, em Nova Friburgo, a capoeira vem fazendo parte do cenário cultural. As rodas nas praças são freqüentes. O Grupo “Capoeira Brasil” é um dos meios de maior divulgação da cultura Brasileira, e vem desenvolvendo um importante trabalho em Nova Friburgo. Este ano será a 7ª edição do ”Brincapoeira”, Encontro Nacional de professores e mestres de Capoeira, onde as pessoas têm oportunidade de conhecer toda a cultura que faz parte da Capoeira. Será nos dias 19,20 e 21 de outubro, em comemoração ao mês das crianças. 41 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural Carnaval A mais popular festa brasileira é uma mistura de tradições européias adaptadas a um país tropical e uma sociedade com uma grande presença de descendentes africanos. Nova Friburgo já teve um dos carnavais mais conhecidos - e disputados – do estado. Os clubes eram famosos pelos bailes – para crianças e adultos – as ruas movimentadas por bailes populares, blocos de embalo e desfiles de escola de samba. A cidade ficava repleta de turistas que vinham aproveitar a festa num clima de alegria e tranqüilidade. Hoje, a cidade é procurada por pessoas que desejam descansar durante esta data, e normalmente procuram hospedagens rurais, e pouco se deslocam para o centro da cidade. O poder público tenta retomar o romantismo e alegria do carnaval que tanto encantava os turista Festas Juninas Uma das festas católicas mais concorridas na cidade nos meses de junho e julho. Realizada em homenagem a São Pedro, Santo Antônio e São João, caracteriza-se como uma festa em que os aspectos profanos e sagrados apresentam-se totalmente interligados. As festas Juninas em Nova Friburgo fazem parte do calendário da cidade. Normalmente, acontecem nas paróquias – como exemplo, a Festa de são João , da Igreja Matriz, que acontece na Praça. A mais famosa, é a Festa de São Pedro*, que acontece no distrito de mesmo nome. Esta, mantém características bem tradicionais e populares, o que leva muita gente ao lugar. Artesanato O artesanato é uma manifestação popular, onde a criação de objetos utilitários é manual, feitos um a um, sem o auxílio de máquinas ou equipamentos motorizados. As formas de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para filho, de geração em geração. Essas formas pouco a pouco são absorvidas pelo povo, se espalhando por todas as partes do país, principalmente nas áreas pobres e abundantes em matéria-prima. O artesão traduz em sua arte, às vezes com uma espontaneidade ingênua, mas rica e vibrante, suas crenças e tradições, expressando de forma marcante a criatividade e a ousadia da arte popular de sua região. Nova Friburgo Possui centros de artesanato, feiras e vários ateliês. O artesanato – a exemplo de muitas outras cidades – não só mantém viva a cultura do lugar, como é o meio de subsistência de muitas famílias. As feiras nas praças da cidade estão um pouco descaracterizadas, por apresentarem também produtos industrializados. Em geral os artesãos fazem parte de associações ou cooperativas. Alguns ateliês são encontrados fora do centro, e estão acessíveis à visitação. 42 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural XI – As bandas e corais friburguenses Banda Musical Beneficente Campesina Friburguense A Sociedade Musical Beneficente Campesina Friburguense foi fundada por um grupo de republicanos e abolicionistas liderados pelo Major Augusto Marques Braga em 06 de janeiro de 1870. Teve, como primeiro Maestro, o renomado Mestre: Presciliano José da Silva, natural do Rio de Janeiro e Catedrático pelo Conservatório de Música de Milão, Itália. Desde 1870, a presença da Campesina tem sido constante nos acontecimentos mais significativos da vida e história de Nova Friburgo a qual representa nos mais diversos Concursos de níveis estadual e nacional, bem com em apresentações internacionais. Em 1981, como representante oficial do Brasil e de nossa cidade, nas comemorações dos 500 anos do ingresso do Canton de Fribourg na Confederação Helvética, esta Instituição excursionou à Suíça. Ao longo destes anos, a Campesina só tem contabilizado glórias: Condição de Hors Concours, por vários anos, do Concurso de Bandas de Músicas Civis do Estado, depois de ter sido Campeã do mesmo certame por cinco vezes, sendo duas consecutivas. Notabilizou-se, também, por sua participação, como a única representante fluminense no Campeonato Nacional de Bandas de Música Civis de São Paulo no qual se sagrou Vice - Campeã em dezembro de 1993 Foi convidada para apresentar-se no Auditório do BNDES da cidade do Rio de Janeiro , espaço em que se exige muita qualificação artística, onde deixou uma impressão indelével à imensa platéia que foi prestigiar-lhe. Em novembro de 2001, a convite do Almirante-deEsquadra (FN) Carlos Augusto Costa apresentou-se, como única Banda Civil Brasileira, no Encontro de Bandas Militares na Fortaleza São José – Ilha das Cobras – Corpo de Fuzileiros Navais. São históricos e apoteóticos seus CONCERTOS DE NATAL sendo, também, notórias as suas apresentações nos Festivais de Inverno de Nova Friburgo a que todos compareceu. Viajou para o Sul do Brasil, Estado de Santa Catarina em 2002, onde abriu as comemorações festivas dos 498 anos de Fundação da Cidade de São Francisco do Sul, manifestando-se, também, em São Bento do Sul onde, no Ginásio de Esportes Annes Gualberto, realizou um monumental concerto para 2.500 espectadores. Em Cataguases (MG), ainda neste ano de 2002, fez parte do 2º Congresso Internacional do Folclore CATU-AUÁ, com uma inesquecível apresentação no Cinema Edgar cujas acomodações foram literalmente tomadas. Solicitada pelo Governo do Canton de Fribourg, SUÍÇA, junto com o Conjunto de Ginástica e Danças Sylvana Gym e o Grupo Tom Sobre Tom, únicos convidados de honra, abriram, para o Mundo, a Expo/02, em 18 de maio de 2002 com o Espetáculo: Nova Friburgo Canta Brasil. Este evento sócio-cultural do País amigo é realizado, tão somente, de 25 em 25 anos, tendo caráter internacional (dez milhões de visitantes) e, desta feita, teve procedimento nas cidades de Estavayer Le-Lac, Morat, Fribourg, Bulle, Gruyéres, Neuchateul, Iverdon. Nesta Ocasião, visitou também a cidade de FREIBURG – Im Brisgau – Alemanha – efetivando, no seu moderníssimo Ginásio Municipal: STADTHALLE, a apresentação do mesmo Espetáculo: NOVA FRIBURGO CANTA BRASIL. Com 70 músicos, em sua Banda Sinfônica, a Sociedade conta com o patrocínio da Fundação Banco do Brasil e da Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo (CENF) com que estabeleceu uma Escola de Música onde se lecionam Canto, Cavaquinho, Teclado, Piano Clássico e Popular, Harmonia Funcional, Percussão, Violão Clássico e Popular, Prática 43 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural de Sopro (Metal e Palheta), Teoria Musical, Arcos (Violino e Contrabaixo) e Coral. A Sociedade possui, ainda, uma Banda-Escola. Mantém tradicionalmente a referenciada Escola de Música da qual tem saído um considerável número de jovens músicos, hoje destacando-se no Brasil e no Exterior. Em 07 de maio de 2005, fez –se a estréia do Coral da Campesina Friburguense, atualmente com 50 participantes, sob a Regência da Maestrina Andréa Gomes Teixeira Senna. Como fatos históricos de relevância, registrem-se o lançamento do primeiro Compact Disc (CD), gravado ao vivo no monumental Salão Leopoldo Miguez da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro em outubro de 1997, e do primeiro DVD, também gravado ao vivo no Ginásio Polivalente SESC/RIO DE JANEIRO-SESC/NOVA FRIBURGO em que se assinalou, pela segunda vez, a histórica presença do Violoncelista e Maestro Alemão convidado, o Sócio Honorário: Walter-Michael Vollhardt, de Freiburg-im –Brisgau, Alemanha. (Agosto de 2005). O atual Maestro-Titular é Marcus Almeida, consagrado Arranjador e Spalla da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro. A Campesina tem como Presidente o Músico: Carlos Magno da Silva eleito que foi para a Administração biênio 2005/2006. O Egrégio Conselho Deliberativo é presidido pelo Sr. Carlos Jaime de Siqueira Jaccoud. Aos senhores: Heródoto Bento de Mello e Ricardo Tacuchian, estão consignadas, respectivamente, as Titularidades Honoríficas de Presidente de Honra e Patrono da Instituição. Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense A mais antiga expressão cultural de Nova Friburgo, foi fundada em 26 de Fevereiro de 1863 pelo português Samuel Antônio dos Santos, com 24 outros idealistas. Seu primeiro presidente foi o Barão de São Clemente. Em 1870, ocorreu uma cisão na banda, em decorrência de divergências entre monarquistas e republicanos, tendo estes se retirado da Sociedade, e fundado a banda Campesina. A Banda Euterpe Friburguense, foi uma das mais importantes de nosso país de 1910 a 1945. Iniciou suas atividades em um salão alugado na rua General Osório 11, no Centro de Friburgo, tendo posteriormente mais cinco endereços. Em 6 de Dezembro de 1913, foi adquirido de Ernesto Joaquim Bravo, um terreno situado a Avenida Santos Dumont, para construção da atual sede. Em 1916 foi inaugurada a nova sede da banda, e mais tarde, em 1938, a avenida passou a chamar-se Av. Euterpe Friburguense, uma homenagem ao 75º aniversário da Euterpe. A Banda Euterpe Friburguense é considerada de utilidade pública, foi a primeira a ter uma mulher entre seus músicos (a clarinetista Eliete Miranda Pereira), e é a banda sinfônica mais antiga do país, com 142 anos de atividades ininterruptas, e uma das mais antigas do mundo. Hoje a Euterpe conta com mais de 50 músicos na Banda Principal, cerca de outros 20 na Banda Escola e um Coral com cerca de 50 vozes, realizando um brilhante trabalho 44 social e cultural, de grande importância para a cidade de Nova Friburgo e todo o Estado Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro. Banda Escola Euterpe-Friburguense A Banda-Escola Euterpe Friburguense teve sua primeira apresentação em 27 de junho de 2004. É formada por cerca de 25 alunos da Escola de Música Samuel Antônio dos Santos, todos com idade média de 15 anos. Sua formação ocorreu por iniciativa do professor Gilberto Pinheiro e do professor Marcos Botelho, que atua como seu Regente-professor desde a primeira apresentação. A banda tem como objetivo a prática de conjunto dos alunos, fazendo parte da formação musical da Escola de Música. Questões técnicas musicais como: afinação, equilibrio, interpretação, entre outras, são desenvolvidas na prática dos ensaios e apresentações. Os alunos são estimulados a desenvolverem suas habilidades musicais de maneira ampla. A Banda Escola Euterpe Friburguense representa o futuro e a continuidade da Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense, a expressão cultural mais antiga de Nova Friburgo. Portanto a Euterpe Friburguense, embora com mais de 143 anos, continua jovem em sua essência em mais 140 anos. Escola de Musica Samuel Antônio dos Santos – EMSAS A Sociedade Musical Euterpe Friburguense desenvolve em sua Escola de Música a formação de novos instrumentistas, ensinando a crianças e jovens desde a parte teórica, incluindo a própria história da música, até a prática em um instrumento. Grande parte dos músicos que hoje se encontram na banda principal, alguns deles já profissionais, começaram na Escola de Música da própria Euterpe, incluindo os próprios regentes, que aprenderam as primeiras noções musicais dentro da instituição, e hoje se tornaram profissionais gabaritados e capacitados para atuar e até mesmo lecionar nas instituições mais importantes do país. Coral Euterpe Friburguense O Coral Euterpe Friburguense, sob a regência do Tenor Ágni de Souza, conta com mais de 50 vozes. Realiza apresentações na região, acompanhando a Banda Euterpe, ou em apresentações independentes, cantando desde o erudito ao popular. As atividades do Coral tiveram início em 2005, tendo sua primeira apresentação ao lado da Banda Euterpe no Festival de Inverno de Nova Friburgo. XII – Trovas e Jogos Florais Em 1958, Rodolfo Coelho Cavalcante fundou em Salvador (Bahia) o Grêmio Brasileiro de Trovadores (GBT), que em 1966 passaria a chamar-se União Brasileira de Trovadores (UBT), hoje a principal entidade nacional dedicada à trova. Em 1959, foi realizado em Campos dos Goytacazes-RJ, por iniciativa da Academia Pedralva, o I Salão Campista de Trovas. Em 1959 ainda, a TV Rio promoveu um concurso de trovas com o nome de Jogos Florais, tendo como organizador J. G. de Araújo Jorge, na época o poeta que mais 45 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Cultura e Patrimônio Cultural vendia livros no Brasil. Simultaneamente, a então famosa revista carioca Vida Doméstica promovia também seus Jogos Florais, de âmbito nacional, organizados por Luiz Otávio. Em 1960, Luiz Otávio e J. G. de Araújo coordenaram os I Jogos Florais de Nova Friburgo. Foi o primeiro grande concurso de trovas encerrado com uma programação festiva, consagrando Nova Friburgo como “berço dos modernos Jogos Florais no Brasil”. O sucesso do concurso e da festa deveu-se em boa parte ao apoio do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, através da coluna “Porta de Livraria”, do respeitado crítico literário Antônio Olinto. Em verdade, a cidade de Santos-SP já realizara concursos com o nome de Jogos Florais em 1914, 1915 e 1916, porém abrangendo várias modalidades literárias. Os Jogos Florais no formato atualmente em prática, centralizados única ou prioritariamente na trova, tiveram início realmente em Nova Friburgo. Na introdução do seu livro Trevos de quatro versos (1964), J. G. de Araújo Jorge fez interessante registro contando como nasceram os Jogos Florais de Nova Friburgo: A “trovite” está grassando. E tenho que “penitenciar-me” de ser um dos responsáveis por essa verdadeira, mas benéfica, epidemia literária (...) Em 1959, aqui no Rio, a Casa da Bahia, por sugestão de seu secretário, o trovador baianíssimo Jaime de Faria Góis, instituiu um concurso de trovas cujo tema era “a boa terra” (...) E – um pouco para minha surpresa, pois tinha conhecimento de que havia mais de duas mil trovas concorrendo – posso dizer, como trovador, parafraseando o general romano: “Cheguei, vi... e venci!” Outro dos vencedores do concurso foi meu velho amigo, o trovador Luiz Otávio. Em viagem (do Rio para Salvador, de navio), Luiz Otávio sugeriu transplantar para o Brasil a realização dos Jogos Florais, à maneira dos velhos Jogos Florais da Idade Média (...) Entusiasmamo-nos com a idéia e, na volta, a pusemos em prática, lançando os I Jogos Florais na cidade fluminense de Nova Friburgo (...) Hoje os Jogos Florais alastram-se praticamente por todo o Brasil. O que é trova? “Trova é uma composição literária de quatro versos setissilábicos, rimando o primeiro com o terceiro e o segundo com o quarto. Sistema de rimas ABAB tendo sentido completo quanto à mensagem. Na conceituação, a fala dos trovadores: Que linda trova perfeita Que nos dá tanto prazer; Tão linda depois de feita! Tão difícil de fazer! (Adelmar Tavares) Pelo tamanho não deves Medir valor de ninguém; Sendo quatro versos breves, Como a trova nos faz bem! (Luiz Otávio) Quero fazer uma trova Minha estrela não ajuda; Busco a técnica que aprova E faço uma trova muda. (Nilton Manoel) 46 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo I - O uso dos bens ambientais em proveito do turismo sustentável. Nas últimas décadas, as causas ambientais passaram a andar ao lado das questões turísticas. A amplitude de recursos naturais existentes, a necessidade de fuga do estilo urbano e a procura por uma vida mais saudável impulsionaram a busca pela natureza, concentrando o turismo em determinados pólos. A partir dessa situação, estabeleceu-se um programa nacional para a regulamentação das práticas ligadas ao meio ambiente e criou-se a definição do turismo sustentável, como o grupo de atividades turísticas que utilizam o patrimônio natural, incentivando sua conservação e buscando a formação de uma política ambientalista. Na prática do turismo sustentável, a proteção da natureza é lei. Sendo assim, o uso dos bens ambientais possui regras que devem ser seguidas por todos que usufruem. 1. Bens Ambientais. Nova Friburgo detém um conjunto de belezas naturais, inseridas num dos últimos redutos da Mata Atlântica. Localizada principalmente em reservas e parques de preservação da natureza, chamadas Unidades de Conservação Ambiental, protegidos por lei. Atrativos esses considerados bens ambientais, que possuem como principal característica a sadia qualidade de vida, sendo de uso comum do povo, podendo ser desfrutados por toda e qualquer pessoa dentro dos limites que a lei determina. 1.1 Distinção entre os bens públicos e os privados: O bem particular é aquele que pertence à pessoa natural ou jurídica de direito privado. Enquanto o bem público é aquele em que o titular de seu domínio é uma pessoa jurídica de direito público (União, Estados ou Municípios). Os bens públicos podem ser: I – de uso comum do povo, tais como rios, estradas, praças, mares etc.. II - os de uso especial, como edifícios ou terrenos aplicados a serviços públicos. III- os dominicais- Que constituem o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios com atributos de direito real, ingerência direta do poder público titular do bem. Ex. parques e reservas ambientais. 2. O uso do meio ambiente artificial em proveito do turismo sustentável. O meio ambiental artificial é compreendido pelo espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações (chamado de espaço urbano fechado) e pelos equipamentos públicos (espaço urbano aberto). Este aspecto do meio ambiente está diretamente relacionado ao conceito de cidade. A realização organizada de atividades turísticas nesses espaços urbanos deve sempre ser acompanhada pelo poder público em forma de autorização, evitando-se assim o natural impacto ambiental conseqüente destas atividades. EX: poluição sonora, visual, lixo etc. 3 O uso do meio ambiente natural em proveito do turismo sustentável. Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural Nova Friburgo está situada em uma das localidades mais agradáveis da região serrana do Estado do Rio de Janeiro. A cidade é uma das mais importantes e movimentadas da região, mantendo seu encanto e a sofisticação. Encravada na Serra do Mar, o que determina o clima, a paisagem e o relevo montanhoso do lugar. Nesse imenso parque de diversões ecológicas, há aventuras para todos os gostos. Sua maravilhosa biodiversidade associada às particulares circunstâncias do seu território com uma topografia perfeita favorecendo a prática de diversas modalidades de turismo sustentável. Com rios, picos trilhas, matas de fácil acesso e de imensa beleza. Contudo deve sempre levar em consideração o uso racional desses recursos abrangendo os impactos ambientais, sociais e econômicos que caracterizam a abordagem de sustentabilidade, além de estudo prévio de impactos ambientais, existem algumas cautelas específicas, destinadas até a sujeitar eventuais infratores ambientais a sanções penais. Alguns bens ambientais de maior interesse turístico de Nova Friburgo: • comum do povo. Praça Getúlio Vargas; Um claro exemplo de bem ambiental de uso • Pedra do cão sentado Com 1.111m de altitude fica localizada nas Furnas do Catete, um quilômetro após o Véu das Noivas, a dez quilômetros do centro da cidade. Bem dominical de domínio público, de uso controlado, símbolo da cidade de Nova Friburgo. • Pico da Caledônia. A 2.238m de altitude, o Pico da Caledônia está inserida no parque Estadual de três Picos. Um dos pontos de maior beleza e contemplação da região. Ótimo para prática de caminhadas e vôos de asa delta e parapente. • Três Picos de Salinas. Bem Ambiental de natureza Híbrida. São três formações rochosas integradas ao Parque Estadual dos Três Picos, de natureza pública e privada. Maior pico da região com 2.310m. Muito procurada por alpinistas e montanhistas, propicia diversas caminhadas e travessias, com pontos de abrigo. • Nova Friburgo Country Clube é um bem ambiental privado. Fundada em 20 de abril de 1957. Um dos pontos de grande interesse turístico seus parques e jardins contemplam a bela paisagem de mata atlântica intacta dentro de um centro urbano. • Morro da Cruz, situado no coração da Cidade, um dos mais antigos cenários de caminhadas e histórias de Nova Friburgo. Acesso também pelo teleférico. • Encontro dos Rios, cartão postal da Cidade, localizado em Lumiar 5º distrito de Nova Friburgo, a cerca de 40 km do centro. Palco de grandes eventos esportivos da canoagem e um dos atrativos turísticos mais visitados da região. 4. Flora e fauna e aspectos de defesa O município de Nova Friburgo com seu cenário de mil cores e formas proporciona aos aficionados em atividades ligadas ao turismo sustentável uma infinidade de atrativos ligados diretamente a sua flora e fauna, que deve ser trabalhada de forma inovadora definindo uma estratégia de desenvolvimento em condições possíveis para uma evolução 48 sustentável, interagindo com o meio ambiente, estimulando sempre a preservação dos Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural recursos naturais. O turismo sustentável deve caminhar sempre ao lado dos mecanismos de preservação ambiental. A flora e fauna são bens ambientais sobre os quais incide a ação do homem. Com isso deve-se frisar que animais e vegetais não são sujeitos de direitos, porquanto a proteção do meio ambiente existe para favorecer o próprio homem. A função ecológica é cumprida na medida em que a fauna e flora participam da manutenção e equilíbrio do ecossistema, sendo responsável pela criação de um ambiente sadio, o qual, como sabido, é essencial à vida com qualidade. 5. Recursos Hídricos Entre os fantasmas que rondam a humanidade no século XXI, a falta de água potável está no topo da lista dos problemas a serem resolvidos. O consumo excessivo, a poluição e o crescimento demográfico na Terra ameaçam esgotar as reservas de água doce no planeta. Apesar de aparentemente a Terra dispor de uma enorme quantidade de água, quase 97% é constituída por água salgada dos mares e oceanos e cerca de 2% dela está congelada em geleiras. Logo, somente 1% está efetivamente disponível para o consuma humano, a irrigação e o uso industrial. Nova Friburgo é privilegiada em relação a esse assunto, sua topografia e localização com natureza ainda exuberante e a abundância de rios e cachoeiras fazem dos recursos hídricos da região um atrativo importantíssimo. Suas nascentes vão gerar as bacias hidrográficas de rios de grande importância, como a Bacia do bengalas, Rio Grande e Macaé. Qualquer alteração química, física ou biológica que possa importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causando dano ou comprometendo os lençóis freáticos, permitido a proliferação de bactérias, que acabam competindo com as espécies aquáticas na luta pelo oxigênio, dizimando-as e causando um desequilibrou ecológico devem ser evitadas e resolvidas logo no seu início evitando-se desta forma a degradação ambiental de um bem valioso, a água. II. O turismo sustentável como atividade econômica. A política nacional vinculada ao meio ambiente visa, entre outros objetivos, a preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas em sua utilização racional e disponibilidade permanente, além de ter como meta a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e equilíbrio ecológico e distribuição de renda. O turismo sustentável, sem dúvida alguma, revela-se uma das mais racionais formas de utilização dos bens ambientais. Destaca-se que qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira e ainda entes despersonalizados poderão em princípio exercer atividade econômica reservada a viabilizar viagens de lazer usando bens ambientais (art. 3º da Lei n.º 8078/90), desde que, diante de circunstâncias concretas, 49 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural realizem necessário estudo de impactos ambientais e cumpram as demais normas impostas às diferentes possibilidades de acesso aos bens ambientais. 1. Direitos e deveres dos fornecedores de serviço Os fornecedores de serviços de turismo sustentável devem deixar claro a que produtos ou serviços de turismo se referem às informações, de maneira objetiva e inequívoca para potenciais clientes, destacando aspectos relacionados à segurança, descrição, riscos etc.. 2. Direitos e deveres do ecoturista Atraídos pelos bens ambientais e em busca do lazer, o ecoturista, a exemplo dos fornecedores, não só deverá obedecer às normas com deveres fundamentais em relação ao uso dos bens ambientais, como por outro lado, o ecoturista ao contratar os serviços possuí vários direitos dentre eles destaca-se: • À proteção à sua vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos. • Proteção contra a propaganda enganosa e abusiva como o de ser informado adequadamente e de forma clara sobre os diferentes produtos e serviços com especificação correta de quantidade, características, qualidade e preço. III - Turismo de aventura e sua importância para Nova Friburgo No Brasil o turismo de aventura evoluiu pelo mesmo caminho do turismo de natureza, conseqüência de uma consciência crescente sobre os conceitos e práticas do desenvolvimento sustentável, a qual foi fortemente estimulada pela realização do Rio 92. O mercado turístico ficou mais aberto e interessado em consumir produtos e roteiros que levassem as pessoas ao ambiente natural preservado, surgindo assim empresas operadoras de ecoturismo. Dentro do Ecoturismo o turismo de aventura foi se diferenciando e adquirindo características próprias. Diversas operadoras passaram a dispor de equipamentos e recursos humanos e a oferecer produtos para este novo mercado. Associações esportivas organizadas por modalidades também se adaptaram para absorver parte desta demanda. Conceito: Entendem-se como atividades de turismo de aventura aquelas oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das atividades de aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos. As atividades de Turismo de aventura podem ser conduzidas em ambientes naturais, rurais, urbanos e artificiais. 1. A importância do turismo de aventura em Nova Friburgo; No Brasil o turismo de aventura é realizado em diversos destinos turísticos, sendo, muitas vezes um dos fatores de indução do desenvolvimento. Como atividade econômica, possui forte participação de empresas de 50 pequeno e médio porte, o que leva a uma melhor distribuição de renda. Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural Em Nova Friburgo encontram-se todas as características para o desenvolvimento do turismo de aventura, pois na maioria das vezes é praticado em ambientes naturais preservados ou relativamente preservados. Nova Friburgo conta um patrimônio natural inestimável, encravado na Serra do Mar e cercado por um Parque Estadual, APA, Bacias Hidrográficas e outras unidades de conservação. O desenvolvimento através do turismo sustentável se não a melhor é com certeza uma das melhores opções de negócio para a região. Envolvendo também a questão da qualidade de vida já que a opção pelo empreendimento leva a atividade ao ar livre e o contato com o meio ambiente natural, além da gestão do próprio negócio. 2. Diferença entre turismo de aventura & esporte de aventura & ecoturismo; Pode-se praticar ecoturismo ou turismo sustentável dentro de cidades em uma simples caminhada de contemplação, num pesque pague, um pequeno passeio a cavalo etc... Isso é ecoturismo. Descer um paredão ou uma cachoeira pendurado por uma corda, remar rio abaixo a bordo de botes infláveis, subir montanhas, caminhar em meio a rochas, trilhas e riachos passear pelas copas das arvores pode parecer insensatez, mas são as formas mais interessantes de interagir com essas atividades e se sentir completamente entregues a eles, isso é Turismo de aventura. Praticar esses esportes como atleta ou simplesmente como atrativo pessoal sem acompanhamento de uma empresa, operadora ou monitores e instrutores são considerados esportes de aventura. Modalidades mais praticadas. • • • • • • • • • • • CACHOEIRISMO CANIONISMO CAMINHADA RAFTING RAPEL ESCALADA MONTANHISMO CANOAGEM PASEIO DE JEEP MOUTAIN BIKE ARVORISMO 3. Certificação e normatização do turismo de aventura Encontra-se em discussão e elaboração um conjunto de normas que tem por objetivo a certificação em turismo de aventura, com o foco na operação responsável e segura do turismo de aventura. Este projeto tem por objetivos a identificação e o desenvolvimento de um sistema de normas técnicas dos aspectos críticos de operação responsável e segura do Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 51 Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural turismo de aventura e o desenvolvimento de um processo de divulgação e sensibilização junto às partes interessadas sobre a importância das normas técnicas, entre outros. Como resultados da certificação e normatização do turismo de aventura espera-se a transformação do cenário da operação responsável e segura do Turismo de Aventura no Brasil, bem como o desenvolvimento de uma cultura de qualidade e segurança no segmento , aliado a uma integração e mobilização dos profissionais sempre no foco da qualificação e da qualidade do atendimento. III – A importância da segurança em guiamento no meio ambiente A segurança no turismo sustentável envolve pessoas, equipamentos procedimentos e as próprias empresas prestadoras dos serviços. Desta forma uma abordagem da segurança nas atividades que envolvam o meio ambiente é altamente recomendável. Além disso, uma norma de gestão de segurança pode ser uma referência para todo prestador de serviço, demonstrando um processo bem sucedido de implementações podendo ser utilizada por uma organização para assegurar às partes interessadas que ela possuí um sistema de segurança apropriado em funcionamento. . • Acidente Evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão, dano ou outra perda. • Incidente Evento que deu origem a um acidente ou tinha o potencial de levar a um. • Riscos Combinação da probabilidade de ocorrência e das conseqüências de um determinado evento perigoso. • Identificação de perigos Processo de reconhecimento que um perigo existe e definição de suas características. • Avaliação dos riscos Processo global de estimar a magnitude dos riscos de decidir se um risco é ou não aceitável. • Segurança Isenção de riscos inaceitáveis de danos • Resumo e estatística de acidentes • Normas Técnicas A direção deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema da gestão da segurança, dentro dos padrões se segurança estabelecidos pelas normas técnicas definidas. • Regulamentos técnicos Processo de tratamento de riscos, reduzindo a probabilidade de ocorrência Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 52 Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural com treinamento dos condutores, informações ao cliente, supervisão, manutenção preventiva, minimização da exposição a fontes de risco. • Certificação voluntária Processo pelo qual a organização deve submeter a uma auditoria voluntária com o objetivo de avaliar os erros, riscos e implementar a atividade visando uma política de, incluindo o comprometimento com a melhoria contínua. segurança IV - Desenvolvimento Sustentável O desenvolvimento de técnicas de conservação, monitoramento e gerenciamento da Biodiversidade constitui um diferencial de empresas responsáveis e preocupadas com os ecossistemas nos quais estão inseridos. Empresas proprietárias de largas extensões de terra, ou ainda cujas atividades causam impactos em seus habitats e ecossistemas, devem manter uma agenda próbiodiversidade. Este tipo de iniciativa, quando é específica às suas instalações e respeita prioridades da biodiversidade local e as regulamentações nacionais e internacionais, constitui a célula mãe do desenvolvimento sustentável. • HISTÓRICO A terminologia empregada a este princípio surgiu, inicialmente na conferência Mundial de Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo e repetida nas demais conferências sobre meio ambiente, em especial na ECO – 92, a qual empregou o termo em onze dos seus vinte e sete princípios. No meio de turismo sustentável esse é o mecanismo mais utilizado para exemplificar o desenvolvimento sustentável. Nova Friburgo vem buscando meios de aplicação dentro de um programa de sustentabilidade envolvendo atividades de turismo de aventura dentre outras. • DANO AMBIENTAL Ocorrendo lesão a um bem ambiental, resultante da atividade praticada por pessoa física, pública ou privada, que direta ou indiretamente seja responsável pelo dano, não só há a caracterização deste como a identificação do poluidor, aquele que terá o dever de indenizá-lo. Uso Sustentável dos Recursos Biológicos. Para muitas empresas, os impactos mais significativos estão ligados ao uso direto ou indireto dos recursos naturais ao seu redor. Um plano de ações deve garantir que todos os tipos de atividades usem estes recursos de forma sustentável, o que requer um trabalho conjunto com os fornecedores para que estes melhores seus próprios desempenhos ambientais e também a procura de novas fontes certificadas. Existem diversas plataformas de certificação que estão cada vez mais focando as questões referentes à biodiversidade que podem ser aplicadas à cadeia de suprimento • Crime ambiental 53 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural A lei 9605/98 disciplinou os crimes ambientais, atento ao preceito trazido pelo CRFB/88. Desse modo, fez-se com que a tutela do meio ambiente fosse implementada através da forma mais severa, sendo assim, os usuários dos bens ambientais em proveito do turismo sustentável devem estar atentos a tutela ambiental evitando-se ser responsabilizados por eventuais crimes que por ventura a atividade venha provocar. • Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiental O bem ambiental, fundamental, vinculado a aspectos importantes como à vida, merece tutela tanto do poder público como de toda a coletividade, consistente num dever, e não somente em mera norma moral de conduta. Essa proteção dos valores ambientais estrutura tanto a sociedade, do ponto de vista de suas instituições, quanto se adapta às regras mais tradicionais. Além disso, a dignidade da pessoa humana e tutela ambiental obviamente têm de se levar em consideração à possibilidade do desfrute. De acordo com essa visão, temos que o meio ambiente é voltado para satisfação das necessidades humanas. Ressalta-se ainda a educação ambiental que decorre do princípio da participação reduzindo os custos ambientais, à medida que a população atuará como guardiã do meio ambiente, fixando idéias de consciência ecológica. Zoneamento ambiental Os espaços ambientais, tomados em sentido amplo, são as porções do território estabelecidas com a finalidade de proteção e preservação, total ou parcial, do meio ambiental. Divididas em espaços especialmente protegidos e zoneamento ambiental. As unidades de conservação, criadas por ato do Poder Público, fazem parte do Sistema Nacional de unidades de Conservação da Natureza SNUC e são constituídas pelo conjunto de UC federais, estaduais e municipais de acordo com a lei 9.985/200. Divididas em dois grupos, as unidades de Proteção Integral( cujo objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais salvo exceções previstas em lei) e as Unidades de uso Sustentável( cujo objetivo básico é compartilhar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcelas integrantes do SNUC). Unidades de Proteção Integral: • Estação Ecológica – Reserva Biológica- Parque Nacionaldomínios públicos, sendo que as áreas particulares serão desapropriadas. – De posse e Unidades de uso sustentável: • APA- São propriedades privadas, podendo incluir trechos de domínio público, sempre sob supervisão governamental. • Áreas de relevante interesse ecológico – Constituídas por terras públicas ou privadas • Floresta Nacional – De posse e domínio Público, sendo que ares particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriados. 54 • Reserva extrativista De domínio Público com uso concedido às Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Vertente: Meio Ambiente e Patrimônio Natural populações extrativistas tradicionais na forma da lei, sendo que as áreas particulares devem ser desapropriadas. • Reserva de fauna - de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares devem ser desapropriadas. • Reserva de desenvolvimento sustentável – De domínio Público com uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais regulado pela lei sendo que áreas particulares devem ser, quando necessário, desapropriadas. • Reserva particular do patrimônio natural (RPPN) – Área privada, gravada com perpetuidade na forma da lei. Parcelamento urbanístico do solo Tem por finalidade efetivar o cumprimento das funções sociais da cidade, estabelecendo regramentos para melhor aproveitamento do espaço urbano e, com isso, a obtenção da sadia qualidade de vida. Importante frisar que cabe aos Estados às peculiaridades regionais e locais e aos municípios estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal. 55 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Anexos O Projeto Nova Friburgo Cultural O Projeto está vinculado ao Programa Monumenta, um acordo de cooperação técnico e financeira firmado pelo Ministério da Cultura com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, com a parceria da UNESCO. Este Programa apóia o desenvolvimento de ações que contribuam para a intensificação do uso do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, especialmente para fins turísticos. Em Nova Friburgo a Praça Getúlio Vargas é o conjunto apoiado pelo programa. A idéia do projeto surgiu da necessidade de valorizar o turismo cultural, enfatizando a história da cidade e das colônias de imigrantes, reforçando as características singulares de Nova Friburgo. Pretende-se a valorização de produtos e festas típicas, o resgate das tradições, a revitalização do patrimônio histórico, o uso cultural de espaços públicos, o incentivo a artistas locais e o resgate de fatos e personagens históricos. Os objetivos do projeto são: Ö Incentivar o turismo cultural por meio da realização de ações de pesquisa, organização e disponibilização de informações sobre o patrimônio histórico-cultural e qualificação de mão de obra para o setor. Ö Buscar o envolvimento da sociedade, capacitando agentes locais para gerar atividades econômicas e intensificar o uso do patrimônio histórico-cultural e arquitetônico. As metas do projeto são: Ö Realizar um inventário dos atrativos culturais de Nova Friburgo, composto de informações referentes a Produção Artística e Artesanal Local, Manifestações e tradições, Grupos Culturais, Espaços Culturais, Bens Imóveis, Instituições Culturais. Ö Estruturar e divulgar 10 roteiros turísticos culturais tendo por ponto de interseção o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça Getúlio Vargas. Ö Implantar um sistema de Sinalização Interpretativa em 10 atrativos culturais mais significativos no Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça Getúlio Vargas, com base no Guia Brasileiro de Sinalização Turística do IPHAN. Ö Consolidar um calendário de eventos turísticos culturais, cuja realização irá alavancar o desenvolvimento de atividades econômicas e sociais para a comunidade friburguense. Ö Produzir material de divulgação referente ao patrimônio cultural de Nova Friburgo, em especial do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça Getúlio Vargas. Ö Desenvolver e manter um website para a divulgação do Turismo Cultural em Nova Friburgo, com a edição e distribuição de um Informativo on line mensal para a promoção e divulgação das atividades culturais de Nova Friburgo. Ö Aperfeiçoar profissionais Guias de Turismo da comunidade qualificando-os para um melhor atendimento ao turista e ao visitante de Nova Friburgo. Ö Criar e capacitar grupo de informantes e monitores voluntários para os atrativos culturais de Nova Friburgo, valorizando a comunidade local e melhorando a infraestrutura receptiva da cidade. 56 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Anexos Atividade em equipe A atividade em equipe proposta permitirá ao grupo colocar em prática o conhecimento adquirido ao longo do Curso de Aperfeiçoamento para Guia de Turismo, contribuindo para a fixação da aprendizagem e da transformação da informação recebida em atuação profissional. Assim, a proposta dos facilitadores do curso é de que os participantes, divididos em equipes, possam elaborar um roteiro turístico cultural que atenda a diferentes motivações, considerando a diversidade de públicos e seus interesses em Nova Friburgo. Para tal devem ser levadas em considerações as seguintes informações: Ö Cada equipe deverá escolher um perfil de turista a ser atendido com o roteiro proposto, dentro das seguintes características: o Grupo de estudantes, de 8ª. série do ensino fundamental, em atividade extracurricular. Viagem de formatura. Período 3 dias. Acompanhado pelos professores de arte e geografia. Faixa etária 14 anos. o Excursão de grupo de 3ª. Idade. Período 4 dias. 80% do grupo composto por senhoras. o Profissionais liberais, participando de Congresso em Nova Friburgo. Tarde livre e interesse de permanecer no final de semana pós–evento com esposas/maridos. o Grupo familiar. Reunião dos membros da família “Silva”, cujos primeiros antepassados fizeram parte da colonização da Vila de Nova Friburgo. Período 2 dias. Ö Além do roteiro propriamente, a equipe deverá justificar a escolha dos atrativos e atividades previstas, bem como o tempo estimado de visitação/duração da atividade. Ö O roteiro poderá ser enriquecido com outras sugestões, tais como locais de hospedagem, alimentação e compras. Ö Use a criatividade – não existem limites nem barreiras, imagine que a cidade realmente respira turismo e tudo “conspira” a seu favor. Boa sorte !!! Complementação - Atrativos naturais de Nova Friburgo Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo 57 Anexos Cachoeira Indiana Jones Localização Boa Esperança - 31 Km da Sede. Descrição: Canyon estreito por onde passa um riacho. No local existem duas grandes pedras presas em paredes de rochas, cipós e uma piscina natural. Cachoeira Toca da Onça Localização Lumiar Descrição Sendo trecho do Rio Bonito, o local é ideal para pic-nic e para acampar. O rio oferece neste ponto o Poço Grande, com praia e vegetação abundante, permitindo banho e prática de canoagem. Localizada a 17 km de Lumiar. Cachoeira Véu de Noiva e Cachoeira Gravatinha Localização Rodovia Nova Friburgo - Bom Jardim Descrição As cachoeiras Véu de Noiva e Gravatinha, bem próximas são cachoeiras artificiais, criadas pela usina geradora de energia da C.E.N.F.. Tem altura aproximada de 90m, sendo no alto mais estreita, se abrindo em leque na proporção que desliza sobre a laje rochosa, formando uma imagem semelhante a um véu de noiva. Destacam-se três grandes saltos, o último com altura em torno de 20m, de onde as águas caem sobre as rochas no leito estreito ao Rio Bengalas. As águas são claras e frias, porém poluídas, e tornam-se barrentas no período de chuvas. Local para se apreciar a paisagem mais do que para a prática de banhos, onde se destacam os eucaliptos e vegetação ao redor. Próximo ao leito do Rio Bengalas e em torno da Cachoeira concentram-se arbustos floridos, as "trombetas", típicas da região. Cascata Pinel / Cascata Santa Izabel Localização Rio Grande, junto à rodovia Friburgo-Sumidouro Descrição Formado pelo Rio Grande, é por tradição denominada Cascata Pinel em homenagem aos primeiros proprietários do Sítio, recebendo o nome oficial de Cascata Santa Izabel, quando os príncipes imperiais visitaram a região em 1868. Está bem próxima à estrada de Sumidouro e destaca-se por sua imponência em meio a vegetação densa com todas as características primitivas. Tem altura total entre 30m a 40m e grande volume d’água. Na parte mais elevada as águas descem por 3 degraus que somam uma altura em torno de 12m e se juntam caindo com intensidade, formando um grande salto. À sua frente, bem próximo, há um rochedo de grande volume, totalmente recoberto de árvores de médio porte. Ele modifica o curso natural do rio, formando à direita, um poço e seguindo, à esquerda, encachoeirando. Com águas claras, transparentes e frias, a cachoeira é local propício a banhos, principalmente nas pequenas corredeiras e na piscina natural formadas após o segundo salto. Localizada em local ermo, circundada por alto relevo e vegetação densa, tem à sua direita, um morro de grande beleza, onde a vegetação alcança até quase o seu topo, topo este que aparece em rocha viva, recoberto de bromélias. Furnas do Catete - Pedra do Cão Sentado Localização Rodovia Nova Friburgo - Bom Jardim, RJ 116 Descrição Situada à margem da Rodovia Nova Friburgo - Bom Jardim, encontra-se em extensa área, com altitude máxima em torno de 1.100ms. É um conjunto de grutas e blocos de rochas superpostas que criam formas deslumbrantes. O ponto mais elevado é a Pedra do Cão Sentado, formação que se assemelha a um cão de guarda, com 100m de altura. Para atingi-lo o visitante percorre aproximadamente 1 Km, ultrapassando 12 pontes e rústicas 58 escadas. Em furnas do Catete encontramos grutas estranhas e pitorescas onde se Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Anexos destacam: Toca da Onça, Igrejas dos Macacos, Salão do Escoteiro, Pico do Charuto, Furnas Vinte Minutos, Quilha do Navio, Pia Sagrada, além do Cão Sentado. Junto ao portão de acesso ao local há um lago circundado por formações rochosas, jardim e um quiosque próprio para pic-nics. Morro da Cruz Localização Junto à Praça do Suspiro Descrição Com altura de 1.395m, é melhor local para se apreciar a paisagem da região. A vegetação da montanha é densa e de alto porte nos primeiros 500m de altitude e pode ser avaliada no percurso de acesso ao mirante. Deste avista-se grande parte de Nova Friburgo, no Vale do Rio Bengalas, circundado pelo relevo montanhoso da região. A rodoviário, limitado por trilhas e / ou por teleférico. Pedra Riscada Localização Rodovia Nova Friburgo/Casimiro de Abreu (RJ-142) – Lumiar- Estrada Serramar km 3 Descrição Grande formação rochosa, com altura de 500m. Localizada na Serra de Santa Luzia, a 3 km de Lumiar. Apresenta suas vertentes estriadas, característica invulgar que deu nome ao atrativo e se impõe na ambiência bucólica de Lumiar. No interior, algumas cavernas onde uma se destaca por seu amplo salão. Ainda inexplorada, é aconselhável visita-la com guia e material, como cordas , lanternas e botas de borracha. Poço do Alemão/ Encontro dos Rios Localização Rodovia Nova Friburgo/Casimiro de Abreu (RJ-142) – Lumiar - Estrada Serramar km 6,3 Descrição A área onde acontece a confluência dos rios Macaé e Bonito se destaca como um dos mais belos recantos da região de Nova Friburgo. O atrativo compõe-se da Ponte do Alemão, Encontro dos Rios e Poço do Alemão. A Ponte do Alemão é rústica em madeira, liga as margens do Rio Macaé e permite o acesso às localidades de Aldeia Velha e Toca da Onça. É um excelente local para se apreciar a paisagem circundante. O Encontro dos Rios é o ponto onde o Rio Bonito deságua encachoeirado no Rio Macaé, de uma altura aproximada de 15m de altura, entre altos paredões rochosos. O Poço do Alemão identifica-se como uma ampla piscina natural, com área em torno de 200m² , formada logo após o Encontro dos Rios. O Rio Macaé em todo este trecho apresenta-se encachoeirado, com largura entre 25m a 30m, com intenso volume d’água e grandes rochas em seu leito, formando saltos, duchas e piscinas naturais. O local é muito procurado por adeptos da canoagem e boiagem. As margens do rio se apresentam praticamente cercadas de rochas e recobertas de vegetação rasteira. Em finais de semana e feriados é grande a demanda de visitantes ao local. Localizado a 6,3 km da Vila de Lumiar. Poço Feio Localização junto à Rodovia Nova Friburgo- Casimiro de Abreu (RJ 142) Lumiar- Estrada Mury Lumiar, km 23 Descrição Formado logo após suaves quedas d’água, poço, tem 600m² de área, possuindo uma agradável praia com 40m de extensão e 8m de largura. As águas claras, transparentes e frias são mansas e excelente para banhos, tanto nas duchas naturais quanto no amplo poço. Registra-se ainda, no atrativo, um grande rochedo, com acentuado declive, que é usado como escorrega. O local é circundado por vegetação de médio e grande porte, aonde as árvores chegam até ao poço. É também chamado de "Praia de Lumiar". A 1,2 km da Vila de Lumiar Poço Verde 59 Localização Rodovia Nova Friburgo - Casimiro de Abreu (RJ 142)- Lumiar- Estrada Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo Anexos Serramar km 3 Descrição Localizado em um dos muitos trechos encachoeirados do Rio Macaé, possui águas claras, transparentes e frias. Destaca-se no local uma laje, com acentuado declive entre 2m a 3m de altura. O local mais propício a banhos é a área do poço, pois nas duchas naturais existentes as águas se precipitam com grande intensidade. Localizada junto a encostas cobertas de densa vegetação, tem como destaque de seu entorno a Ponte Joel Heringer, que liga as margens do Rio Macaé. O trecho é bastante utilizado pelos praticantes de canoagem. A 3 km da Vila de Lumiar. Rio Grande Localização Riograndina Descrição Nasce no distrito de Campo do Coelho, na parte vertente para a localidade de São Lourenço. Percorre todo o distrito, região de desenvolvimento rural, parte do distrito da sede. Possui águas transparentes e frias e durante seu trajeto vem recebendo rios e córregos que, ao se encontrarem com o Rio Grande, formam quedas d’água e piscinas naturais. Entre as corredeiras e cachoeiras existentes em seu leito, podemos citar a Cachoeira Pinel / Cascata Santa Izabel, as Três Cachoeiras, o Poço do Almeida e o Poço do Meu Paraíso. Rio Macaé Localização Macaé de Cima e Lumiar Descrição Nasce na localidade de Verdum - Macaé de Cima, segue parar o distrito de Lumiar, indo desaguar no Oceano Atlântico, em Macaé. Possui águas transparentes e frias e durante seu trajeto vem recebendo rios e córregos que, quando se encontram com o Rio Macaé, formam quedas d'água e piscinas naturais. O rio corre todo encachoeirado, permitindo, além da boiagem, a prática de canoagem, principalmente na área próxima à Vila de Lumiar. Torneios acontecem principalmente no verão e são organizados pela AFRICA - Associação Friburguense de Canoagem. Vários atrativos do Rio Macaé merecem ser citados entre eles: O Poço do Alemão (encontro dos Rios Macaé e Bonito), Poço Verde, Poço Feio Cachoeira das Andorinhas e Cascata do Frezze, todos situados próximo à Rodovia Nova Friburgo - Casimiro de Abreu. O Rio Macaé está localizado, da nascente até foz, dentro de área de reserva ambiental e ecológica, onde a fauna e a flora ainda são preservadas. Águas piscosas, onde se captura principalmente o cascudo, a piaba e o acará. Três Picos de Salinas Localização Localidade de Três Picos,39 Km da Sede - Campo do Coelho Descrição Formação rochosa, com três elevações que se assemelham as pirâmides, a mais alta registrando 2310m de altitude. A região é conhecida pelos pilotos de aviação como "Montanhas Fantasmas", por não estarem registradas nas cartas topográficas. No local se pratica montanhismo. Pico do Caledonia Localização Parque do Caledônia - 11,6 km da Sede Descrição - Vale com forte declive tem aproximadamente 1.600m de altitude. Parte integrante da Serra do Mar, o atrativo preserva ainda características de floresta primitiva, composta por densa vegetação de médio e alto porte. Possui flora muito variada onde se destacam quaresmas, manacás da serra etc...Local onde se descortina belíssimo panorama do relevo da serra, com o recorte dos picos, montanhas, colinas, rios e quedas d’água, além de avistar-se toda a região de Nova Friburgo e parte da Baixada Fluminense. 60 Curso de Aperfeiçoamento para Guias de Turismo