Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Educação Científica Escolar: contribuições para a Formação Cidadã Laís Madrid Neusa Maria John Scheid Resumo A pesquisa tem como objetivo investigar quais as finalidades da Educação Científica em uma escola de Ensino Médio da Rede Pública do Estado do Rio Grande do Sul. A coleta dos dados, realizada por meio da aplicação de questionários estruturados a 108 alunos, no primeiro semestre de 2010, possibilitou: Analisar a promoção da cidadania nessa escola e listar os conteúdos/atividades mais adequados para a promoção desta. Os resultados revelaram que a maioria dos alunos não consegue relacionar o ensino das Ciências, principalmente o da Biologia, como um dos meios para a promoção de futuros cidadãos, vendo esta ciência apenas como mais uma das disciplinas ensinadas na escola. Diante disso, é importante promover uma reflexão sobre as finalidades da Educação Científica escolar, especialmente, na formação continuada de professores. Palavras-chave: Educação Científica, promoção da cidadania, ensino de Ciências. Abstract School Science Education: Training Citizen contributions In this work, the research aims is to investigate the science education purpose at a Public High School of the State of Rio Grande do Sul. Data collection II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT was conducted through structured questionnaires to 108 students in the first half of 2010, allowed: Examine the promotion of citizenship at the school and list the most suitable contents / activities for promoting this. The results revealed that most students can not relate the teaching of Sciences, especially in Biology, as a means of promoting future citizens, they see this science as just one of the subjects taught in school. Therefore, it is important to promote a reflection about the purpose of school science education, especially in the continuing education of teachers. Keywords: Science Education, promotion of citizenship, science teaching. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT 1 Introdução O ensino da Ciência vem passando por profundas mudanças ao longo do tempo, visto que, nos dias de hoje, professores e alunos têm dificuldades de compreender que a mesma deve ser vista com um olhar crítico, pautada por questionamentos prévios e visando a cidadania. Com isso, tem-se a sensação de que “tudo se passa como se fazer ciência fosse algo desconectado da realidade, como se o saber científico não tivesse raízes em meios sociais e ideológicos, como se a produção científica nunca respondesse a motivações sócio-políticas e/ou instrumentais, como se não contemplasse temas da atualidade, como se não tivesse utilidade social ou essa utilidade se restringisse a uma porta de acesso a estudos posteriores” (Santos apud Teixeira, 2003, p.178). Apesar de o ensino de Ciências vir passando por mudanças, Santos (2007) comenta que, de modo geral, este vem sendo desenvolvido de forma totalmente descontextualizada, estando sendo realizados na base de exercícios e problemas escolares que não fazem com que o aluno exerça uma reflexão mais aprofundada sobre o que se está estudando. Assim, o que se prioriza é o domínio estrito vocabular de termos científicos. Nesse contexto, realizar uma Educação Científica escolar com finalidades bem definidas contribui para que os alunos possam se tornar cidadãos participativos, na medida em que o professor mostre aos alunos que o que aprendem em ciências é para que possam utilizar em seu cotidiano. Assim, professor e aluno devem ter um elo para que essa construção possa se dar de forma satisfatória, sendo que este elo se apresenta nas metodologias nas quais o professor utiliza em sala de aula e como o mesmo evidencia a importância da sua disciplina. Assim, torna-se importante discutir as finalidades da Educação Científica escolar, na qual contribui para a cidadania. Esta pesquisa teve como objetivo investigar quais são as finalidades da Educação Científica em uma escola de Ensino Médio da Rede Pública do Estado do Rio Grande do Sul, analisando a promoção da cidadania, caracterizando as finalidades da Educação Científica escolar, a partir de falas de alunos, e listando os conteúdos e/ou atividades mais adequados para a promoção desta na concepção de alunos. A pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Pedro II em Santo Ângelo, com 108 alunos do Ensino Médio. A amostra foi calculada com base no número de alunos estudantes do Ensino Médio diurno (158 alunos). II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Foi elaborado um questionário de caráter anônimo e voluntário, no qual os alunos expressaram suas ideias, fatos e responderam quanto ao ensino de Ciências no que tange às finalidades e vínculos com a realidade. As questões foram do tipo abertas e fechadas, usando a escala LIKERT (Brandalise, 2005) e os alunos identificados pelo sistema alfanumérico. A análise dos resultados é apresentada em gráficos. O ensino das Ciências e a formação para a cidadania Visto que este trabalho trata sobre a educação científica escolar visando à formação cidadã é de convir que alguns conceitos sobre cidadania devam ser mencionados. As escolas são os centros de formação dos futuros cidadãos e, por isso, cabe aqui explicar alguns conceitos os quais embasarão esta pesquisa. Para Béal (2002, p. 130), ninguém nasce cidadão, mas se torna cidadão ao longo de sua jornada, onde este é capaz de intervir na sua cidade, exercendo seu ponto de vista sobre os fatos. Portanto, para o autor, cidadania é a “capacidade construída para intervir, ou simplesmente, para ousar intervir, na cidade”. Ou seja, o indivíduo deve ter certo grau de conhecimento para poder fazer intervenções capazes de causar transformações que façam com que a sociedade se torne melhor. Para isso, é preciso trilhar um longo caminho, agir como tal, intervir sobre o seu meio, transformando a situação na qual a pessoa se encontra. Pinsky (1998) menciona um conceito semelhante, argumentando que cidadania pode ser qualquer atitude cotidiana que implique manifestar ideias fundamentadas, pertinentes e de responsabilidade coletiva. Ou seja, é participar, ter direitos e obrigações. O autor acredita que esta se aprende na escola. Conforme Krasilchik e Marandino (2004), cidadania refere-se ao indivíduo que possui a capacidade de, com base em informações e análises bem fundamentadas, participar das decisões que afetam sua vida, organizando um conjunto de valores mediado na consciência da importância de sua função no aperfeiçoamento individual e das relações sociais. É nesse sentido que a escola deve fazer valer seu papel, pois, se a cidadania começa na escola, a mesma deve instrumentalizar os indivíduos sobre os conhecimentos científicos, fazendo assim com que estes exerçam seu papel na sociedade. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Contudo, cidadania não seria somente possuir direitos, mas também, deveres. ManziniCovre (2001) afirma que o cidadão deve ser o próprio fomentador da existência dos direitos a todos, ter responsabilidade em conjunto pela coletividade, cumprir as normas e propostas elaboradas e decididas coletivamente, além de participar de movimentos sociais. Com isso, a cidadania só irá existir se houver a prática da reivindicação, da apropriação de espaços, da luta para fazer valer os direitos do cidadão que, com isso, poderá ser a estratégia na construção de uma sociedade melhor. Assim, a autora ainda relata que é necessário que se exerça esse papel em todos os âmbitos da sociedade, seja no trabalho, na empresa, no bairro, na família ou na escola (que é o nosso foco), pois se esta estiver em todos esses espaços, os indivíduos poderão entender muito melhor qual é o seu papel na sociedade. A atual sociedade vive momentos de crise, onde o sujeito deve saber exercer seu papel de cidadão. Para que os indivíduos possam entender seu papel nesta sociedade, Pinsky (1998) fala que a mudança de atitude das pessoas com relação à escola, onde ambas tenham senso de responsabilidade, poderia ser o ponto de partida para uma importante virada. Essa virada corresponde a uma mudança no sentido de que todos devem lutar pelos seus direitos, exercendo seus deveres e auxiliando a sociedade em geral, na qual a escola tem novamente seu espaço valorizado e de fundamental importância. Pereira et al. (2005) complementam essa ideia quando afirmam que os alunos não devem ser vistos como meros expectadores, recebendo as informações passadas pelo professor, mas sim, devem ser tratados como indivíduos atuantes no processo de aprendizagem, visando à formação de cidadãos críticos e conscientes das transformações sociais. Atualmente, fala-se muito em ciência para todos, onde seu objetivo é integrar professor e aluno com suas perspectivas, levando em consideração suas experiências prévias, tópicos que possuam algum significado para os cidadãos, podendo servir de orientação para que tomem suas próprias decisões, tanto em âmbito pessoal como social, envolvendo também questões éticas (Krasilchik e Marandino, 2004). Nesse sentido, essa mesma perspectiva para o ensino de Ciências vem sendo apresentada também como denominação de alfabetização científica, um dos grandes desafios da educação científica, que significa, segundo Furió (apud Chassot, 2003), possibilidades de que a grande maioria da população disponha de conhecimentos científicos e tecnológicos necessários ao desenvolvimento no cotidiano, que ajudam na resolução de problemas e nas necessidades de saúde e sobrevivência básica, tomando consciência das complexas relações entre ciência e sociedade. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Porém, existem muitos conceitos sobre o tema alfabetização científica. Para Shen (apud Krasilchik e Marandino, 2004), o tema possui três noções diferentes entre si: a alfabetização científica prática designa que o indivíduo esteja pronto para resolver problemas básicos do seu cotidiano; a alfabetização científica cívica permite que o cidadão se torne mais atento para a ciência e seus impactos, onde possa tomar decisões com maior comprometimento; e a alfabetização científica cultural é destinada a pequena parcela da população que se interessa pela ciência de maneira mais aprofundada. “A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida. É recomendável enfatizar que essa deve ser uma preocupação muito significativa no ensino fundamental, mesmo que se advogue a necessidade de atenções quase idênticas também para o ensino médio” (Chassot, 2003, p. 91). Assim, a alfabetização científica deve compreender não apenas o ensino fundamental, posto que quanto mais cedo esta se inserir, melhores serão as experiências dos alunos, mas também se estender pelo ensino médio. Nesse nível, os alunos terão maior capacidade de interferir na sociedade e entender que a ciência é uma linguagem. Chassot (2003, p. 91) ainda afirma que “ser alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que está escrita a natureza”. Chassot faz ainda algumas observações quanto ao conhecimento que os alunos possuem sobre Ciência: “É algo impressionante, o quanto muitos alunos e alunas, mesmo tendo estudado disciplinas científicas durante pelo menos três anos no ensino médio e desenvolvidos estudos na área de Ciências durante quatro anos no ensino fundamental, conhecem muito pouco de Ciências. [...] Ao referir o quanto alunos e alunas conhecem muito pouco a Ciência, ou melhor, aproveitaram muito pouco das muitas aulas de Ciência que tiveram nos estudos anteriores à Universidade, devo acrescentar que geralmente têm, também, pouca familiaridade com a história da construção do conhecimento” (Chassot, 2000, p. 37-8). II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Nesse sentido, desde a Educação Básica, na qual se comentou anteriormente ser o “locus para a realização de uma alfabetização científica” (Chassot, 2000, p. 41), os indivíduos deveriam sair bem mais preparados, mas não é o que ocorre. Talvez essa problemática se dê pelo fato de que se na escola os alunos aprendem pouco sobre alfabetização científica, continuam aprendendo pouco na Universidade, criando um círculo vicioso, no qual é visto quando estes saem graduados como licenciados e não têm condições de ensinar aos alunos sobre algo que eles não possuem bases sólidas. Para ser letrado cientificamente não basta saber ler e escrever sobre ciência, mas fazer parte da cultura científica (Krasilchik e Marandino, 2004). Para Santos (2007), letramento científico consiste na formação técnica do domínio das linguagens e ferramentas mentais usadas em ciência para o desenvolvimento científico. Assim, para os alunos conseguirem se alfabetizar cientificamente deveriam ter certos conhecimentos sobre teorias científicas e que pudessem propor modelos em ciência. E, para isso, não basta dominar vocábulos, e sim, compreender seus significados no contexto científico. Com isso: “Deve-se observar que, enquanto a alfabetização pode ser considerada o processo mais simples do domínio da linguagem científica e enquanto o letramento, além desse domínio, exige o da prática social, a educação científica almejada em seu mais amplo grau envolve processos cognitivos e domínios de alto nível” (Santos, 2007, p. 479). Pereira et al (2005) comentam que o ensino de Biologia tem sido trabalhado de forma tradicional, descritivo e sistemático, na medida em que está causando aversão e desinteresse por parte dos alunos, refletindo no baixo rendimento dos mesmos. Com isso, percebe-se que os alunos não conseguem perceber o objeto de estudo da Biologia, que é o fenômeno da vida em sua totalidade, e assim não percebem o significado da linguagem científica utilizada para explicar conceitos e funções. Para Chassot (2000), existem duas questões nesta área que merecem devida atenção: como os atuais conteúdos que são ensinados na escola foram sendo considerados necessários para integrar a formação científica do cidadão? E, como esses conteúdos se relacionam com os princípios de uma educação científica? Chassot (2000) acredita que a seleção privilegiada desses conteúdos foi definida como importante para a manutenção de um grupo dominante, o que ocasionou nos professores não saberem o porquê de tais conteúdos fazerem parte do currículo. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Nos dias de hoje, segundo Cachapuz et al. (2005), a participação dos cidadãos na tomada de decisões é um ponto positivo, mas desde que essa participação exija um mínimo de formação científica para que torne possível a compreensão dos problemas e das opções que se chegará a formar. Com isso, Zancan (2000) fala que as políticas públicas para área da ciência devem ser amplas, visando o desenvolvimento das ciências e tendo ainda a educação científica, em todos os níveis, como prioritária. Nesse sentido, o sistema educacional deverá sofrer uma reforma, que deve iniciar na comunidade, envolvendo e valorizando os professores, para que se possa ter alguma perspectiva como nação, na sociedade do conhecimento. Novamente, Pereira et al.(2005) afirmam que “a importância do conhecimento biológico e a participação da sociedade no contexto do desenvolvimento científico e tecnológico que sofre a humanidade, constitui-se um fator indispensável para a formação de uma consciência crítica para que o indivíduo desenvolva sua cidadania” (Pereira et al., 2005, p. 157). Com isso, prima-se pela inserção da Educação Científica no meio escolar, visto que esta é o início para a formação dos cidadãos. A escola, onde os estudantes estão em pleno desenvolvimento de suas faculdades mentais, é o principal lugar onde estes aprendem desde cedo a conviver com culturas diferentes, assim como níveis sociais diferentes. Nesse contexto, é de convir que todos possuem capacidade de contribuir para a sociedade, pois o que se aprende na escola não é para ser esquecido anos depois, mas sim para que os alunos interfiram em seu meio social a fim de modificá-lo em prol de um bem maior: o direito de ser cidadão. 2 Análise e discussão dos resultados A questão inicial inqueria: “Para você, o que é ser cidadão?”. As respostas foram organizadas em categorias, apresentadas na Figura 1: II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Individualista 19% 2% Coletiva 14% 6% Documental Valores 59% Não sabem ou não responderam Figura 1: Para você, o que é ser cidadão? (Fonte: MADRID, 2010) A categoria Individualista está voltada na pessoa em si, onde as respostas dadas centramse no pensamento individualista de ser cidadão. Nesse sentido, pode-se relacionar esta categoria a um dos elementos dos direitos humanos, onde Corrêa (2000) faz referência à concepção de cidadania para Marshall. Este elemento seria o civil (direito de primeira geração), onde fala sobre os direitos civis de liberdade individual, sendo que Vieira (1997) explica que são os direitos individuais de liberdade, igualdade, propriedade, de ir e vir, direito à vida, segurança, entre outros. Pelo gráfico, percebe-se que esta categoria foi a que prevaleceu nas respostas analisadas, tendo quase 60%. Entre estas, podemos destacar algumas, como: “É uma pessoa que respeita os outros, coerente” (A7); “É uma pessoa que tem direitos e deveres” (A13); “Pessoa responsável, capaz de diferenciar o certo do errado e é saber que todo cidadão tem direitos e deveres” (A75); “É ser reconhecido como pessoa, expor ideias sempre que possível e ser sociável” (A20); “É ter responsabilidade, deveres, respeitar. Ter liberdade” (A90). De acordo com as respostas analisadas nesta categoria, muitos alunos responderam que ser cidadão corresponde na pessoa possuir tanto direitos quanto deveres, como no caso de A13. Nesse contexto, Pinsky (1998) relata que a cidadania engloba direitos, deveres e atitudes relativos ao cidadão, onde este estabelece um contrato com seus semelhantes para que possa usufruir de serviços em troca de pagamento e de sua participação, ativa ou passiva, na administração comum. Já outros alunos, responderam que ser cidadão é somente possuir direitos, onde estes não mencionaram em nenhum momento os seus deveres. Sobre esse aspecto, o mesmo autor II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT afirma que “exigir direitos é parte da cidadania, mas respeitar os contratos sociais é sua contrapartida. Talvez por não fazermos a nossa parte ou não termos a consciência de pertencer a um coletivo é que somos tão condescendentes com irregularidades que acabam prejudicando a todos” (Pinsky, 1998, p. 19). Sobre a liberdade comentada na fala de A90 ressalta que ter liberdade e responsabilidade como ser cidadão pode ser explicada por Freire (1996, p. 119), pois “a liberdade amadurece no confronto com outras liberdades, na defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do professor, do Estado. [...] É decidindo que se aprende a decidir”. Assim, para se ter liberdade é preciso que se tomem decisões, e estas são processos responsáveis. Para Kant (apud Carvalho, 2010, p. 2), “a liberdade tem de pressupor-se como a propriedade da vontade de todos os seres racionais. A todo ser racional que tem uma vontade temos que atribuir-lhe necessariamente a ideia de liberdade, sob a qual ele unicamente pode agir.” Na sequência, temos a categoria Coletiva, onde esta engloba a visão do indivíduo no contexto de uma sociedade, tendo 19%. Esta categoria relaciona-se com outros dois elementos dos direitos humanos que Vieira (1997) diz ser o direito social, (direito de segunda geração) onde se refere aos direitos ao trabalho, saúde, educação, aposentadoria, seguro-desemprego, enfim, garantia de acesso aos meios de vida em bem-estar social e; o direito de terceira geração, que trata dos direitos que têm como foco não o indivíduo, mas prioriza os grupos, como o povo, a nação, coletividades étnicas ou a própria humanidade. Entre as respostas dadas dos alunos, podemos destacar: “Pessoa que convive em sociedade e que respeita determinadas leis desta, que contribui de alguma forma para esta” (A15); “Toda e qualquer pessoa em uma sociedade é um cidadão” (A2). Alguns alunos citaram preservar o patrimônio público como sendo cidadão, assim como participar da comunidade, em eventos que acontecem, citando também o papel da igreja nesta. A categoria Documental está relacionada ao exercício legal da cidadania, ou seja, centrase na ideia de que, para ser cidadão, é necessário possuir documentos pessoais. Conforme o gráfico, somente 2% enquadrou-se nesta categoria, onde A21 respondeu que “Ter registro de nascimento” é o que basta para ser cidadão. Uma hipótese para isso seria de que a mídia tenha uma participação, principalmente em se tratando dos meios de comunicação, como o televisor. Nos últimos tempos, a Rede Globo está veiculando uma propaganda na qual incentiva os pais a registrarem seus filhos. Além disso, o jogador de futebol Ronaldo “Fenômeno” protagoniza a mesma, na medida em que divulga o slogan da campanha: Certidão de nascimento – um direito que dá direitos / um dever de todo o Brasil. II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Outra categoria é a de Valores, onde 14% enquadram-se nesta, sendo que esta se define pelo fato de se considerar cidadão todo aquele que possuir valores morais perante a sociedade. Algumas das respostas foram: “Ser valorizado e ter vários amigos, é ser uma pessoa competente” (A21); “É ser uma pessoa boa, que ajuda as outras. Pessoa que não tem preconceito em ajudar as pessoas” (A23). Apenas 6% não souberam ou não responderam a questão. A segunda pergunta era “Você se considera cidadão? Por quê?”. Primeiramente, será mostrada na Figura 2, a seguir, a porcentagem dos alunos que se consideram ou não cidadãos para, em seguida, mostrar as justificativas de suas respostas: 6% 6% Sim 0% Não Outras Não sabem ou não responderam 88% Figura 2: Você se considera cidadão? (Fonte: MADRID, 2010) Pelo gráfico acima, observa-se que cerca de 90% dos questionados se consideram cidadãos. As justificativas para esta resposta se assemelham à questão anterior, onde foram citadas como justificativas: - Participar e contribuir para a sociedade – A46; - Ser solidário, ser honesto – A100; - Ter direitos e deveres – A13; - Ter documentos – A21; - Ter compromissos com seus atos, seguir normas, leis – A22; II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT - Reconhecer-se como pessoa, expor ideias e ser sociável – A20; - Não cometer crimes – A18; - Votar (eleições) – A56. Pode-se perceber, então, que a ideia de cidadania como direitos civis são retomados nesta questão. Como a maioria se considera cidadão, essas respostas se refletem no que Corrêa (2000) diz, ressaltando as palavras de Sieyès, onde é dito que a cidadania civil/passiva constitui o laço jurídico pelo qual todos pertencem à Nação, ou seja, todos recebem a proteção jurídica do Estado enquanto cidadãos com direitos e deveres. Por isso, quem comete crimes não deixa de ser cidadão, pois o Estado continua a garantir os seus direitos, apesar deste cidadão cumprir pena em penitenciária ou outro tipo de pena que o prive de liberdade. Com isso, o autor ainda afirma que o vínculo jurídico da cidadania estende-se a todos. Existe ainda outro elemento dos direitos humanos, que são os direitos políticos, no qual o cidadão consiste em poder participar no exercício do poder político (participação política e eleitoral) (Corrêa, 2000). Podemos observar, então, que o voto foi uma das respostas obtidas neste questionário, e isto se baseia, segundo Zanella (1999), na ideia de que cidadania vem sendo usada até hoje como referência ao direito à igualdade política e à participação, sendo a cidadania relacionada à noção de direitos políticos, à possibilidade de se eleger os representantes do povo ou de sermos eleitos enquanto tais. Em se tratando do ato de votar, Pinsky (1998, p. 19) afirma que a cidadania pode ser qualquer atitude cotidiana onde esta implique uma “manifestação de uma consciência de pertinência e de responsabilidade coletiva”, ou seja, este pensamento se refere tanto no ato do indivíduo poder eleger seus representantes políticos quanto preservar o meio no qual vive (não jogar lixo no chão, respeitar os pedestres nas faixas de trânsito, evitar a poluição sonora). Conforme o mesmo gráfico, nenhum dos alunos questionados respondeu que não se considera cidadão, porém, 6% não sabem ou não responderam e outros 6% responderam estar em dúvidas quanto ao se considerar cidadão. A terceira pergunta era “Que atividades/projetos/ações são vivenciados na sua escola que podem ajudar você a ser cidadão?”. Essa questão gerou inúmeras respostas, sendo as mesmas organizadas de acordo com suas semelhanças entre si, onde podem ser observadas na Figura 3 a seguir: II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT Relacionamento com as pessoas Aulas diferenciadas, estudo, pesquisa Atividades culturais 23% 9% 9% Disciplinas Projetos da escola 6% 15% 25% 3% 4% Grêmio estudantil 6% Outras atividades Nenhuma ação Não sabem ou não responderam Figura 3: Que atividades/projetos/ações são vivenciados na sua escola que podem ajudar você a ser cidadão? (Fonte: MADRID, 2010) Este gráfico mostra que a escola está promovendo, através de atividades diversas, a promoção da cidadania nos alunos. Foi citado por alguns alunos que a cidadania é colocada em sala de aula através de algumas disciplinas, como Filosofia, Sociologia, no entanto, a disciplina de Biologia foi pouco citada. Conforme Brandão (2002), essas disciplinas, como Filosofia, Psicologia, Ciências Sociais (história e linguísticas incluídas), da economia, da biologia têm grande importância na educação, no sentido de que elas irão contribuir para o estudo das múltiplas tradições culturais antigas e atuais, auxiliando na construção do ser cidadão: “A educação é um campo de teorias e de práticas culturais cuja realidade e cujo motivo de existência não se dissolvem em outras teorias, em outros campos de conhecimento, científico ou não, e em outras práticas sociais. Não se dissolvem, mas coexistem na mais estreita “contaminação”. Pois eles existem como círculos de conhecimento a respeito da biopsicologia da pessoa e II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT das psicologias derivadas, a respeito dos mundos de cultura e de vida social, de filosofia e de ciências da vida e do mistério do humano estreitamente entrelaçadas, interconectadas e, umas para com as outras, interdependentes” (Brandão, 2002, p. 195-6). Porém, como pôde-se observar, muitos alunos não sabem o que está acontecendo em sua escola para que a cidadania esteja sendo construída com ações diversificadas, pois cerca de 25% responderam não saber sobre essa questão. Apesar de o gráfico demonstrar que a escola desenvolve várias ações, são poucos os projetos que são desenvolvidos na opinião dos alunos. A quarta pergunta era “As aulas de Biologia auxiliam a vivência plena da cidadania? Justifique.” Para mostrar os dados, a Figura 4 irá mostrar a porcentagem dos alunos que acreditam ou não que as aulas de Biologia auxiliam vivenciar a cidadania: Sim 18% 9% 48% Não Um pouco, às vezes, talvez Não sabem ou não responderam 25% Figura 4: As aulas de Biologia auxiliam a vivência plena da cidadania? (Fonte: MADRID, 2010) Na Figura acima, observa-se que cerca de 50% dos alunos acreditam que as aulas de Biologia auxiliam a vivência plena da cidadania. As justificativas para esse dado são variadas, entre elas: - “Aprendemos sobre muitas doenças que existem” – A2; - “Aprendemos muito sobre o nosso planeta e os seres vivos que o habitam” – A15; II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT - “Assim como qualquer outra disciplina eu me intero de conhecimentos para a vivência plena da cidadania” – A10; - “A gente descobre como surgem as coisas, assim podemos melhorar a vida de todos” – A62; - “Nas aulas nós aprendemos sobre a vida dos seres vivos. As aulas nos ajudam a saber um pouco mais da vida dos seres vivos e nos auxiliam sobre algumas doenças” – A43; - “Estamos estudando as células-tronco e também em outros assuntos ajuda a entender” – A31; - “A Biologia é importante em medicina, o médico deve saber sobre células para poder diagnosticar um paciente, então Biologia auxilia a vivência plena da cidadania” – A24; - “Aprendemos tudo sobre natureza” – A87. Constam nos Parâmetros Curriculares Nacionais das Ciências Naturais, Matemática e suas Tecnologias alguns apontamentos que o ensino de Biologia deve fazer para auxiliar na promoção da cidadania nos alunos: “No ensino de Biologia, enfim, é essencial o desenvolvimento de posturas e valores pertinentes às relações entre os seres humanos, entre eles e o meio, entre o ser humano e o conhecimento, contribuindo para uma educação que formará indivíduos sensíveis e solidários, cidadãos conscientes dos processos e regularidades de mundo e da vida, capazes assim de realizar ações práticas, de fazer julgamentos e de tomar decisões” (Brasil, 1997, p. 20). Ressaltando o que diz o parágrafo anterior, as respostas de A15, A43 e A87 sugerem que ter um entendimento sobre o meio ambiente e a natureza contribui, de fato, para a vivência da cidadania, pois valorizar as relações entre o ser humano e o meio é uma das formas para que o ser cidadão atue na sociedade. Enfim, os conhecimentos de Biologia devem levar em conta o “modo como a natureza se comporta e a vida se processa” (Brasil, 1997, p.14). As respostas de A2, A43, A31 e A24 refletem sobre o que Krasilchik (2004) comenta sobre o papel da espécie humana no conjunto da biodiversidade e o conceito de evolução, onde estas fizeram com que a população mudasse sua forma de pensar. Assim, estes assuntos não devem ser desconhecidos dos alunos, sendo que na área médica, “a prevenção e cura de doenças e a compreensão de conceitos biológicos estão estreitamente relacionados” (Krasilchik, 2004, p.20). II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT A resposta de A62 vem ao encontro do que dizem Azevedo, Behrsin e Selles (2003), quando falam que um dos objetivos das ciências seria o de interpretar os fenômenos naturais, na medida em que tornar acessível esses conhecimentos aos alunos é uma tarefa complexa e o professor precisa estar munido de estratégias para que facilite o acesso dos alunos a tudo isso. Ainda observando o mesmo gráfico, 25% dos alunos acham que a Biologia não contribui para a vivência plena da cidadania. Porém, 9% acham que ela contribui às vezes, talvez ou um pouco e 18% não sabem ou não responderam. Somando esses dados, são 52%, ou seja, esse resultado é considerado negativo, pois mais da metade dos alunos não confirma se as aulas de Biologia auxiliam na construção da cidadania. Muitas foram as justificativas, entre as quais, citamse estas: - “Porque ela trata mais é do meio ambiente, e sobre o corpo humano (corpo físico, interior)” – A6; - “Porque aprendemos apenas o conteúdo da matéria” – A19; - “Porque não nos interessa saber sobre o corpo humano” – A89; - “Porque a professora não ensina muito bem” – A76; - “Não tem nada a ver” – A28. Conclusão Por meio deste trabalho, foi possível perceber o quanto o ensino vem passando por dificuldades, principalmente no de Biologia, pois ficou evidente nas falas dos alunos que a escola não prepara para um Ensino Científico. Nesse contexto, se a escola não contribui para a construção da cidadania nos alunos, uma das hipóteses seria o da exclusão social existente em nossa sociedade. Amaro (2010) acredita que a exclusão social se origina de uma situação de falta de acesso às oportunidades oferecidas pela sociedade aos seus membros, visto que pode implicar também a privação, a falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, a ausência de cidadania, se, por esta, se entender a participação plena na sociedade, aos diferentes níveis em que esta se organiza e se exprime: ambiental, cultural, econômico, político e social. O autor ainda afirma que a exclusão social se dá em seis dimensões principais do cotidiano real dos indivíduos, podendo surgir da não realização de algumas ou de todas estas dimensões. Conforme o parágrafo acima, inclui-se a escola como uma das promotoras da cidadania nos indivíduos. Se esta não cumpre seu papel, colabora para a exclusão social na sociedade, II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia 07 a 09 de outubro de 2010 Artigo número: 192 ISSN: 2178-6135 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT deixando de realizar a construção da cidadania em seus alunos. Todavia, Martins (2008) fala que a exclusão social é transitória, na medida em que a sociedade vive um processo contínuo de estruturação e desestruturação. A sociedade vive constantes lutas em favor de todas as modalidades de exclusão e, com isso, a sociedade contemporânea faz a ressocialização de seus membros. Constatou-se também nesta pesquisa que somente cerca de 50% dos alunos considerem que a Biologia auxilia na vivência plena da cidadania. Esse é um dado que deve ser refletido, pois nem metade dos alunos ainda compreendeu que a cidadania é construída através do ensino, e não como uma disciplina à parte. Porém, para a parcela dos alunos que respondeu que na Biologia é possível verificar a construção da cidadania, foi citado que os conteúdos sobre meio ambiente, seres vivos e saúde, são considerados como os que auxiliam nesta construção. Assim, percebe-se que uma parcela dos alunos questionados consegue perceber a importância da Biologia na construção do cidadão. Portanto, visto que o objetivo deste trabalho era o de investigar quais as finalidades da Educação Científica escolar visando à cidadania, pode-se inferir que essas finalidades não estão presentes no ensino, na medida em que os questionários respondidos pelos alunos revelaram que estes não compreendem que a construção para a cidadania é feita através das disciplinas escolares, e não como algo separado. Sendo assim, a maioria dos alunos não consegue relacionar o ensino das Ciências, principalmente o da Biologia, como um dos meios para a promoção dos futuros cidadãos, vendo esta ciência como mais uma das disciplinas ensinadas na escola. Essas constatações nos sugerem que é imprescindível realizar uma reflexão sobre as finalidades da Educação Científica Escolar na promoção da cidadania, especialmente, por meio de programas de formação continuada dos professores já em exercício, sem esquecer da formação inicial. Referências bibliográficas AMARO, R. R. A Exclusão Social Hoje. Cadernos do ISTA, nº 9. Disponível em: < http://www.triplov.com/ista/cadernos/cad_09/amaro.html>. Acesso em: 11 jun. 2010. AZEVEDO, M. J. da C.; BEHRSIN, M. C. D.; SELLES, S. E. História da ciência e ensino: reflexões acerca de um trabalho com alunos do ensino médio. In: II Encontro Regional de Ensino de Biologia. RJ/ES. Anais. Niterói: EDIUFF, 2003. 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