Avaliação do Risco em Barragens de Terra Instrumentadas no Estado do Ceará: Estudo de Caso da Barragem Olho d'Água. Prof. Dr. Silvrano Adonias Dantas Neto Universidade Federal do Ceará Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil (Geotecnia) CONVÊNIO COGERH/UFC Escopo geral: Estudos técnicos e projetos para requalificação das ações de gerenciamento dos recursos hídricos do Estado do Ceará. Coordenadores: o UFC: Prof. Francisco Assis de Souza Filho; Prof. Silvrano Adonias Dantas Neto e Prof. Francisco Chagas da Silva Filho; o COGERH: Geóloga Lucrécia Nogueira de Sousa. Data de vigência: ago/2012 a fev/2014; Escopo específico - algumas atividades: o Avaliar as condições de Conservação e Segurança de barragens estaduais monitoradas pela Cogerh e a elaborar projetos básicos para recuperação das infraestruturas deficitárias; o Avaliar as condições de Segurança das Barragens Instrumentadas: Aracoiaba, Gavião, Pesqueiro, Arneiroz II, Faé, Barra Velha, Flor do Campo, Jaburu I e Olho d'Água, por meio da determinação dos níveis piezométricos críticos e estudos de estabilidade de taludes. ESTABILIDADE DE TALUDES Condição de equilíbrio limite da massa de solo: ESTABILIDADE DE TALUDES Fator de segurança para o equilíbrio de momentos: Fator de segurança para o equilíbrio de forças: ESTABILIDADE DE TALUDES Principais métodos de análise de estabilidade de taludes que consideram o equilíbrio limite da massa de solo: Método de Janbu (1954); Método de Fellenius (1936); Método de Bishop-modificado (1955); Método de Morgenstern & Price (1965); etc. Principais diferenças entre métodos: • • Equações da estática satisfeitas (equilíbrio de forças, momentos, etc); Cálculo das forças interfatias; ESTABILIDADE DE TALUDES Abordagem determinística Unit Weight (kN/m3) Strength Type Ma teri a l 1 20 Mohr-Coul omb 35 29.4 None 0 0 Ma teri a l 2 19.2 Mohr-Coul omb 0 31.9 None 0 0 Ma teri a l 3 17.2 Mohr-Coul omb 0 29 None 0 0 Ma teri a l 4 19.2 Mohr-Coul omb 0 31.9 None 0 0 Ma teri a l 5 20 Mohr-Coul omb 0 31.9 None 0 0 Material Name Color Cohesion Phi (kN/m2) Water Phi b Air Entry Surface 1.692 ESTABILIDADE DE TALUDES Abordagem probabilística: 1.1 1.0 0.9 Relative Frequency 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 2 3 4 Factor of Saf ety - bishop simplified 5 6 7 FS (deterministic) = 1.71 FS (mean) = 1.85 PF = 0.10% RI (normal) = 1.42 RI (lognormal) = 1.79 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Localização: município de Várzea Alegre/Ce (486 km de Fortaleza); Capacidade de armazenamento: 21 hm³ (21 milhões de m³); Projeto: junho de 1988; Construção: 1993 – 1998; Altura máxima do barramento: 26 m; BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Seção-tipo de projeto: BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Seção-tipo executada: BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Vistoria realizada em Janeiro de 2013: BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Cargas piezométricas: 2008 a 2013 Variação das cargas piezométricas para o piezômetro PZ 2.1.1 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Cargas piezométricas: 2009 (tomado como referência) Variação das cargas piezométricas e nível do reservatório para o piezômetro PZ 2.1.1 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de fluxo e estabilidade de talude para as condições e materiais apresentados no Projeto Executivo Parâmetros geotécnicos para o material constituinte do barramento PROPRIEDADE JAZIDA 2 UNID. Amostra 1 Amostra 2 - CL CL graus 31,5 27,3 Coesão – c’ (ensaio lento) kPa 37 33 Coeficiente de permeabilidade - k cm/s 10-7 - AMOSTRA ENSAIADA Classificação SUCS Ângulo de atrito – φ’ (ensaio lento) BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de fluxo e estabilidade de talude para as condições e materiais apresentados no Projeto Executivo Parâmetros geotécnicos para os materiais constituintes do solo de fundação PROPRIEDADE UNID. SHELBY 1 SHELBY 2 Campo Ângulo de atrito – φ’ (ensaio lento) graus 31,9 40,5 - Coesão – c' (ensaio lento) kPa 0,0 17 - Índice de vazios natural - e - 0,6 0,56 - kPa 90 200 - - 0,12 0,14 - m/s - - 2,85 x 10-9 Pressão de pré-adensamento Coeficiente de compressão - Cc Coeficiente de permeabilidade - k BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de fluxo e estabilidade de talude para as condições e materiais apresentados no Projeto Executivo (Hmáx = 18,9 m) BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de fluxo para as condições e materiais apresentados no Projeto Executivo (Hmáx = 18,9 m) CARGAS PIEZOMÉTRICAS (m) DISPOSTIVO Pressure Head [m] -9.000 -3.000 CALCULADO MEDIDO PZ 2.1.1 19,17 22,4 PZ 2.2.1 11,58 15,8 PZ 2.3.1 6,04 7,8 PZ 2.4.1 5,97 7,7 3.000 9.000 15.000 21.000 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 27.000 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 18.9 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.21.2 1.2 1.2 1.21.2 1.2 1.2 33.000 11.583 39.000 45.000 51.000 57.000 63.000 19.174 PZ 2.2.1 PZ 2.1.1 6.042 PZ 2.3.1 5.971 PZ 2.4.1 1.2 1.2 1.2 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Retroanálises das condições de fluxo da barragem (Hmáx = 18,9 m) BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Retroanálises das condições de fluxo da barragem (Hmáx = 18,9 m) CARGAS PIEZOMÉTRICAS (m) DISPOSTIVO Pressure Head [m] -5.000 NÍVEL MÁXIMO CALCULADO MEDIDO PZ 2.1.1 22,92 22,30 PZ 2.2.1 15,28 15,79 PZ 2.3.1 8,09 7,73 PZ 2.4.1 7,62 7,69 18.88 0.000 18.88 18.88 5.000 18.88 10.000 18.88 18.88 15.000 18.88 18.88 20.000 18.88 18.88 18.88 18.88 18.88 18.88 18.88 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.2 1.21.2 1.2 1.2 1.2 1.2 25.000 30.000 35.000 8.090 7.623 PZ 2.3.1 PZ 2.4.1 15.286 40.000 45.000 22.923 50.000 PZ 2.1.1 PZ 2.2.1 55.000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco Desvio Mínimo Máximo Padrão Relativo Relativo 29 5 15 15 Beta 25,9 3,4 10,2 10,2 Peso específico (kN/m3) Normal 20 10 15 30 Solo 1 Peso específico (kN/m3) Normal 20 10 15 15 Solo 1 φ' (graus) Beta 33 5 15 15 Solo 1 Coesão (kPa) Gamma 7 6 0 18 Solo 3 Coesão (kPa) Gamma 7,04 6,71 7,04 13,15 Solo 3 φ' (graus) Beta 32,83 4,93 14,79 14,79 Solo 3 Unidade de Peso (kN/m3) Normal 19,2 5 15 15 Solo 2 Coesão (kPa) Gamma 7,04 6,71 7,04 13,15 Solo 2 φ' (graus) Beta 32,83 4,93 14,79 14,79 Solo 2 Unidade de Peso (kN/m3) Normal 20 5 15 15 Material Parâmetro Geotécnico PDF Média Maciço Coesão (kPa) Gamma Maciço φ' (graus) Maciço BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco Distribuição de Probabilidade para a Coesão do Solo da Barragem Gerado pelo Método de Monte Carlo Frequência Relativa Distribuição de Probabilidades para Coesão do Maciço 0.09 0.09 0.08 0.08 0.07 0.07 0.06 0.06 0.05 0.05 0.04 0.04 0.03 0.03 0.02 0.02 0.01 0.01 0.00 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Coesão (kN/m2) 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 0.00 43 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco Relative Frequency Distribuição de Probabilidade para o Ângulo de Atrito do Solo da Barragem Gerado pelo Método de Monte Carlo 0.16 0.16 0.14 0.14 0.12 0.12 0.10 0.10 0.08 0.08 0.06 0.06 0.04 0.04 0.02 0.02 0.00 0.00 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Maciço : Phi (deg) 27 28 29 30 31 32 33 34 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco (Hmáx = 18,9 m) Estabilidade do Talude de Jusante pelo Método de Fellenius (1936) 1.65 FS (deterministic) = 1.65 FS (mean) = 1.77 PF = 0.20% RI (normal) = 1.43 RI (lognormal) = 1.77 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco (Hmáx = 18,9 m) FREQUÊNCIA RELATIVA Distribuição de Probabilidades para o Fator de Segurança – Método de Fellenius (1936) 1.3 1.3 1.2 1.2 1.1 1.1 1.0 1.0 0.9 0.9 0.8 0.8 0.7 0.7 0.6 0.6 0.5 0.5 0.4 0.4 0.3 0.3 0.2 0.2 0.1 0.1 0.0 0.0 1 2 3 FATOR DE SEGURANÇA - FELLENIUS (1936) 4 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco (Hmáx = 18,9 m) Probabilidade Cumulativa para o Fator de Segurança – Método de Fellenius (1936) 1.0 0.9 PROBABILIDADE ACUMULADA 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 1, 0.002 0.0 0 1 2 FATOR DE SEGURANÇA - FELLENIUW (1936) 3 4 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco (Hmáx = 18,9 m) Estabilidade do Talude de Jusante pelo Método de Morgenstern-Price (1965) 1.82 FS (deterministic) = 1.82 FS (mean) = 1.92 PF = 0.00% RI (normal) = 2.14 RI (lognormal) = 2.83 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Análise de estabilidade de taludes e avaliação do risco (Hmáx = 18,9 m) Probabilidade Cumulativa para o Fator de Segurança – Método de Morgenstern-Price (1965) 1.0 0.9 PROBABILIDADE CUMULATIVA 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 1 2 3 FATOR DE SEGURANÇA - MORGENSTERN-PRICE (1965) 4 BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Fatores de Segurança mínimos: Recomendações do U.S Army Corps of Engineers - Slope Stability Manual (2003). Fator de Segurança Requeridoa Tipos de Talude Final da Para fluxo permanente Para rebaixamento Construção de longo prazo rápidob 1,3 1,5 1,0 – 1,2 Talude de Barragens, diques e aterros e talude de escavação BARRAGEM OLHO D’ÁGUA Relação entre índice de confiabilidade e probabilidade de ruptura: Recomendações do U.S Army Corps of Engineers (1997). Nível de Desempenho Índice de Confiabilidade, β Probabilidade, PF = P (FS<Fc) Alto 5,0 2,871 x 10-7 Bom 4,0 3,169 x 10-5 Acima da Média 3,0 0,00135 Abaixo da Média 2,5 0,00621 Pobre 2,0 0,02275 Insatisfatório 1,5 0,06681 Perigoso 1,0 0,15866 CONSIDERAÇÕES FINAIS AS ANÁLISES PROBABILÍSTICAS SÃO FERRAMENTAS ÚTEIS COMO FERRAMENTA DE DECISÃO E ORIENTAÇÃO DE PROCEDIMENTOS; A BARRAGEM APRESENTA BAIXOS NÍVEIS DE DESEMPENHO MESMO OS FATORES DE SEGURANÇA ESTANDO ACIMA DOS NÍVEIS RECOMENDADOS; PRINCIPAIS CAUSAS DOS BAIXOS NÍVEIS DE DESEMPENHO: INSUFICIÊNCIA DE INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA; RELATÓRIO AS BUILT NÃO SATISFATÓRIO OU INEXISTENTE; MUITO OBRIGADO!