Em relação aos 7 pontos que o Geota aborda, concordando com todos eles, e atendendo às preocupações ambientais desta candidatura, permitimos-nos sugerir que: - No ponto 3, ou noutro de idêntica relevância, poderá ser incluída a produção animal, sendo esse aspecto essencial para a discussão da temática alusiva à segurança alimentar e ao bom desempenho ambiental. Uma produção animal sustentável passa ainda por uma re-educação dos produtores e restantes intervenientes na cadeia de produção. - Nos pontos 4 e 6 sugerimos também abordar o ordenamento do território nas áreas urbanas, nomeadamente a criação e gestão dos espaços verdes, promovendo a discussão sobre o regime da contribuição autárquica, por forma a eliminar o ciclo vicioso actualmente presente nos processos de atribuição de uso do solo, que permite mais-valias milionárias aos proprietários de terrenos agrícolas que passam a integrar zonas edificáveis, em comparação negativa com aqueles cujas propriedades são oneradas com limitações de uso, quer para espaços verdes, quer por imposição das mais variadas servidões. Sugerimos ainda um outro ponto alusivo ao ordenamento dos espaços marítimos: A sua utilização sustentável, a aplicação de boas prácticas na gestão do litoral e das bacias hidrográficas, assim como o estudo e implementação de projectos e actividades que permitam potenciar e optimizar, de uma forma moderna e sustentável, o valor intrínseco que o mar possui para o desenvolvimento da economia portuguesa, enaltecendo o grande significado que possui para o nosso povo e para a nossa história. TRANSCRIÇÃO DO DISCURSO DO DIA 27: Boa tarde a todos, É para nós um prazer, uma honra e um privilégio estar aqui. Porquê? Porque temos prazer em exercer a nossa cidadania de uma forma plena, porque estamos a honrar Portugal ao termos esperança e acreditarmos no futuro do nosso país. E ainda, mas principalmente, porque somos um grupo de privilegiados que aqui nos encontramos nesta convenção, pela simples razão de podermos contar com a coragem, abnegação e exemplo do Dr. Fernando Nobre no propósito de vir a presidir aos destinos da Nação. A sua inteligência, o seu altruísmo, a visão política e o conhecimento global que demonstra possuir, tanto do nosso país como do mundo em que vivemos, não permitiram que ficasse indiferente à situação difícil que o país atravessa, forçando-o a tomar uma atitude de verdadeiro líder ao assumir esta candidatura. É tempo de voltar a ter esperança e fé em Portugal, no nosso futuro, no nosso povo, nas nossas instituições, e no equilíbrio das actividades económicas a par do bem estar social e da preservação do meio ambiente em que todos estamos inseridos. Há muitos “chavões” que são utilizados em discursos e artigos de opinião, mas que algumas pessoas não entendem: A este equilíbrio que acabei de referir é costume chamar-se “desenvolvimento sustentável”. Foi uma expressão que surgiu na cimeira da Terra de Joanesburgo. Não existem hoje quaisquer dúvidas de que o futuro e o desenvolvimento económico e social dependem das políticas de ambiente e da sua integração na cultura dos povos. Quem melhor do que o Dr. Fernando Nobre para nos fazer acreditar que se deve pensar globalmente e agir localmente? Ao longo da sua vida, através do diálogo e da sua inteligência emocional, de uma forma simples, descomplexada mas muito eficaz, conseguiu sempre dirimir os conflitos locais para optimizar as soluções operacionais de ajuda humanitária. Nos locais afectados por guerras ou por catástrofes naturais onde actuou, sempre o fez na defesa dos mais desfavorecidos, procurando satisfazer as suas necessidades mais básicas, nomeadamente, água potável, saúde e abrigo. São 30 anos a viver no terreno e a colmatar o sofrimento daqueles que são alvo das más opções geopolíticas e geoestratégicas da humanidade. São 30 anos a socorrer as vítimas das escolhas de modelos de desenvolvimento económico errados, que nos estão a conduzir para o efeito de estufa, para as alterações climáticas e, em última análise, à destruição do planeta. Só isto é para todos nós, portugueses, garantia plena de que estamos perante o melhor presidente para Portugal. A água é fundamental para os seres vivos, os humanos incluídos. Ainda que tenhamos uma das melhores reservas de água da Europa, a sua gestão nem sempre tem sido planeada da melhor forma. Estamos a destruir os nossos rios selvagens, o nosso património natural, para fazer barragens, quando os restantes países desenvolvidos já estão a destruir as suas barragens para devolver às populações os seus rios. Para além disso, temos consciência de que nos últimos dez anos a península ibérica foi o local do planeta em que mais aumentaram as temperaturas médias anuais. É urgente definir uma política integrada de desenvolvimento onde o ordenamento do território, o planeamento urbanístico e a preservação da biodiversidade tenham em conta o bem-estar das populações e a riqueza natural do nosso país. Também em termos de políticas energéticas, é hoje por demais evidente que a dependência externa se resolve, já no curto prazo, por acções de eficiência energética, as quais permitirão poupar cerca de 20% do actual consumo. Ao longo da nossa história Portugal tem sido pioneiro em muitos e variados aspectos à escala do planeta, fomos os primeiros e voltaremos a sê-lo! É o nosso desígnio e a nossa obrigação. A globalização, de que tanto se fala, foi iniciada por nós, há mais de 5 séculos. Chegou a altura de voltarmos a reflectir sobre os exemplos que queremos dar ao mundo: Tanto nos territórios continental como insulares, os nossos recursos naturais mais valiosos já foram explorados, contudo, a geografia territorial marítima que ainda mantemos, através do triângulo estratégico das nossas áreas marinhas, confere-nos uma posição única no panorama internacional. A zona económica exclusiva e a extensão da plataforma continental fazem de Portugal o país da Europa mais bem colocado para adquirir um lugar de charneira na optimização, de uma forma sensata, equilibrada e sustentável, dos recursos que o mar nos oferece, sejam eles minerais, pesqueiros, energéticos ou turísticos. Temos que ocupar o nosso espaço, na Europa e no mundo, de uma forma soberana, inovadora e credível. ... FIM DE TRANSCRIÇÃO **********++++====