UFRJ - 2006 LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – CRIANÇAS, OBJETOS DESCARTÁVEIS Maria Elisa Alves – O Globo, 09/02/2006 Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as justificativas para uma atitude extrema, que tem sido cada vez mais freqüente: o abandono de um filho recémnascido. Mas, para especialistas, a mãe que deixa um bebê ao relento e a que tenta matá-lo são desequilibradas. A psicanalista Eliana Helsinger diz que as mulheres envolvidas nesses crimes têm distúrbios psíquicos e tratam crianças como objetos descartáveis: - Quando elas se livram de um bebê num rio, é como se ele nunca tivesse existido – diz Eliana, que acredita que a pobreza em nada influencia o gesto das mães. – Se você não tem nada, você deixa o bebê num orfanato, não se livra dele simplesmente. Para o pediatra Lauro Monteiro Filho, os abandonos recentes não se assemelham aos casos de depressão pósparto, quando as mães rejeitam os bebês por se sentirem, muitas vezes, incapazes de lidar com eles. - Esses casos destroem o mito do amor materno. Entre adolescentes, é comum a rejeição pelo filho, um estorvo. Isso existe em todas as classes, a diferença é que, na média, há avós para cuidar de uma criança rejeitada. Antigamente, existia a roda dos expostos (lugar nas Santas Casas onde as mães deixavam anonimamente os filhos que não podiam criar). Hoje, a Justiça poderia assumir papel semelhante, fazer campanha dizendo que aceita filhos que as mães não querem. Há tantas famílias querendo adotar bebês. Para o deputado Flávio Bolsonaro (PP), defensor do planejamento familiar, a situação econômica das mães pode influenciar suas decisões: - Quando percebem que não vão conseguir sustentar mais um filho, desesperam-se. A culpa desses abandonos é também do poder público. O Rio só oferece dez laqueaduras por mês. Para o prefeito César Maia, a discussão não é essa: - Que relação pode haver entre uma assassina bárbara, uma mente desvirtuada e a prevenção da natalidade? Pensar em anticonceptivos tomando como base fatos bárbaros como esse é uma grave e perigosa distorção. 1 - “Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as justificativas para uma atitude extrema, que tem sido cada vez mais freqüente: o abandono de um filho recémnascido”; as mesmas idéias desse segmento inicial do texto só NÃO são repetidas de forma adequada em: (A) uma atitude extrema, cada vez mais freqüente, a de abandonar um filho recém-nascido tem sido justificada costumeiramente pela depressão pós-parto ou pela pobreza; (B) a atitude extrema do abandono de um filho recémnascido, cada vez mais freqüente, tem na depressão pós-parto ou na pobreza as justificativas mais usuais; (C) a depressão pós-parto ou a pobreza costumam ter como justificativas a atitude extrema, cada vez mais freqüente, de abandonar um filho recém-nascido; (D) o abandono de um filho recém-nascido, uma atitude extrema, costuma ser justificado pela pobreza ou pela depressão pós-parto; (E) as justificativas de depressão pós-parto ou pobreza são apontadas habitualmente para o abandono de um filho recém-nascido, uma atitude extrema cada vez mais freqüente. 2 - “Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as justificativas...”; neste caso a concordância se faz com a forma verbal no plural (costumam) porque o fato expresso pelo verbo pode ser atribuído tanto a “depressão” como a “pobreza”. A frase abaixo em que a forma verbal deve vir no singular é: (A) a filha ou o filho abandonado devem ter a proteção da lei; (B) a mãe ou o pai devem ser responsabilizados pelo mal causado aos filhos; (C) menino ou menina abandonada devem ser objeto de adoção; (D) a educação ou a lei devem fazer com que as crianças não sofram; (E) Minas ou São Paulo devem ser a sede de uma ONG de proteção à criança. 3 - “a mãe que deixa um bebê ao relento e a que tenta matá-lo são desequilibradas”; entre as alternativas abaixo, aquela que NÃO conserva o sentido original dessa opinião da psicanalista é: (A) tanto a mãe que deixa um bebê ao relento como a que tenta matá-lo são desequilibradas; (B) só a mãe que deixa um bebê ao relento e também a que tenta matá-lo são desequilibradas; (C) a mãe que deixa um bebê ao relento assim como a que tenta matá-lo são desequilibradas; (D) a mãe que deixa um bebê ao relento tanto quanto a mãe que tenta matá-lo são desequilibradas; (E) assim como a mãe que deixa um bebê ao relento, também a mãe que tenta matá-lo é desequilibrada. 4 - “as mulheres envolvidas nesses crimes têm distúrbios psíquicos / e tratam crianças como objetos descartáveis”; a segunda oração desse período, em relação à primeira, apresenta um valor semântico de: (A) adição; (B) causa; (C) comparação; (D) conseqüência; (E) explicação. 5 - Um subtítulo adequado a essa matéria jornalística é: (A) psicanalista culpa distúrbios psíquicos e pediatra descarta depressão pós-parto; (B) pobreza explica o abandono de bebês; (C) distúrbios psíquicos e pobreza não explicam o abandono de bebês; (D) bebês abandonados são vítimas do descaso das autoridades públicas; (E) pobreza é causa mais grave que os distúrbios psíquicos no abandono de bebês. 6 - “Se você não tem nada, você deixa o bebê num orfanato, não se livra dele simplesmente”; o comentário INCORRETO sobre esse segmento do texto é: (A) o pronome você se refere ao leitor do texto; (B) o advérbio simplesmente está mal colocado na frase; (C) o pronome ele (dele) se refere ao bebê citado anteriormente; (D) a última oração mostra uma idéia de oposição em relação à oração anterior; (E) o vocábulo bebê abrange pessoas do sexo masculino e do feminino. 1 7 - O texto lido foi produzido num momento em que vinham ocorrendo vários casos de abandono de bebês em várias partes do país. O segmento do texto que mostra uma relação com acontecimentos cronologicamente próximos e não um tratamento geral do tema é: (A) “Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as justificativas para uma atitude extrema, que tem sido cada vez mais freqüente: o abandono de um filho recémnascido.” (B) “Há tantas famílias querendo adotar bebês.” (C) “as mães rejeitam os bebês por se sentirem, muitas vezes, incapazes de lidar com eles.” (D) “Se você não tem nada, você deixa o bebê num orfanato.” (E) “Entre adolescentes, é comum a rejeição pelo filho, um estorvo.” 8 - Como uma solução para minorar os problemas derivados do abandono de bebês o texto sugere: (A) a volta da “roda dos expostos”; (B) o não-engravidamento de adolescentes; (C) a redução da pobreza; (D) uma campanha oficial; (E) o tratamento psiquiátrico das grávidas. 9 - “Esses casos destroem o mito do amor materno”; o mito aludido pelo pediatra consultado pelo autor da matéria jornalística é construído basicamente pela idéia de: (A) duro trabalho doméstico; (B) amor incondicional aos filhos; (C) dedicação constante ao cônjuge; (D) responsabilidade pela educação dos filhos; (E) encaminhamento religioso da família. 10 - O texto fala de bebês como “objetos descartáveis”; o significado do adjetivo “descartável” mais adequado (significados retirados do dicionário Houaiss), em função do contexto em que está situado, é: (A) que não se destina nem a conservar nem a consertar; (B) que se deita fora após uma ou mais utilizações; (C) que é facilmente substituível; (D) que se caracteriza por ser passageiro, sem profundidade; (E) que pode ou deve ser posto de lado. 11 - Entre os segmentos abaixo, aquele cuja preposição destacada tem emprego inadequado por gerar certa ambigüidade é: (A) “Isso existe em todas as classes”; (B) “é comum a rejeição pelo filho, um estorvo”; (C) “há avós para cuidar de uma criança”; (D) “Para o pediatra Lauro Monteiro Filho”; (E) “a pobreza em nada influencia o gesto das mães”. 12 - “Entre adolescentes, é comum a rejeição pelo filho, um estorvo. Isso existe em todas as classes, a diferença é que, na média, há avós para cuidar de uma criança rejeitada”. A expressão “na média”, nesse segmento do texto: (A) equivale à expressão “em geral”; (B) corresponde à “proporcionalmente”; (C) refere-se à classe média; (D) é sinônimo de “no final”; (E) pode ser substituída por “globalmente”. 13 - Pode-se observar, a partir dos depoimentos do texto, que: (A) cada depoente vê o caso a partir de seu espaço profissional; (B) o pediatra tenta criticar o depoimento anterior; (C) a psicanalista vê o problema de forma feminista; (D) as razões apresentadas não são acompanhadas de argumentos; (E) nenhum depoente apresenta soluções para o problema. 14 - “Pós-parto” e “recém-nascido” são vocábulos grafados com hífen; o substantivo abaixo que NÃO deve ser grafado com hífen é: (A) segunda-feira; (B) ponto-de-vista; (C) abaixo-assinado; (D) extra-oficial; (E) manga-espada. 15 - “Há tantas famílias querendo adotar bebês”; a alternativa abaixo que substitui INCORRETAMENTE a forma do verbo haver é: (A) pode haver; (B) deve haver; (C) podem existir; (D) há de haver; (E) deve existir. 16 - “Há tantas famílias querendo adotar bebês”; se substituirmos o substantivo bebês por um pronome pessoal oblíquo, a forma adequada dessa frase será: (A) Há tantas famílias querendo adotar-lhes; (B) Há tantas famílias lhes querendo adotar; (C) Há tantas famílias querendo adotá-los; (D) Há tantas famílias querendo os adotar; (E) Há tantas famílias querendo adotar-los. 17 - No texto, as opiniões que se opõem são: (A) pediatra X psicanalista; (B) psicanalista X deputado; (C) deputado X pediatra; (D) prefeito X pediatra; (E) psicanalista X prefeito. 18 - “O Rio só oferece dez laqueaduras por mês”; a introdução da palavra só nesta frase do texto mostra: (A) uma opinião negativa do deputado pelo serviço prestado pela Prefeitura; (B) um julgamento da autora do texto sobre o fato discutido; (C) uma apreciação elogiosa sobre o que é feito na área do planejamento familiar; (D) o ponto de vista de que o número de laqueaduras no Brasil é muito grande; (E) uma dúvida sobre a eficiência do poder público no problema discutido no texto. 19 - “deixavam anonimamente os filhos que não podiam criar”; nesta frase do texto o pronome relativo QUE não é precedido de qualquer preposição, pois o verbo criar não a exige. A alternativa abaixo em que a frase apresenta erro no uso de uma preposição antes do pronome relativo é: (A) As mães abandonam filhos de que não gostam; (B) Os locais em que são abandonados os bebês são desertos; (C) A pobreza não é causa a que se possa apelar; 2 (D) Os políticos só falam de assuntos de que lhes tragam votos; (E) Esses são os pontos sobre que se deve pensar. 20 - “Quando percebem que não vão conseguir sustentar mais um filho, desesperam-se”; em relação às duas orações anteriores, a terceira oração desse fragmento do texto (desesperam-se) mostra um tempo: (A) simultâneo; (B) imediatamente anterior; (C) imediatamente posterior; (D) bastante anterior; (E) bastante posterior. QUESTÃO OPÇÃO 1 C 2 E 3 B 4 D 5 A 6 A 7 A 8 D 9 B 10 E 11 B 12 C 13 A 14 B 15 E 16 C 17 A 18 A 19 D 20 C TBG – 2006 LÍNGUA PORTUGUESA O que faz o brasil Brasil? Devo começar explicando o meu enigmático título. É que será preciso estabelecer uma distinção radical entre um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. O “brasil” com o b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra – um pedaço perdido de Portugal e da Europa – um conjunto doentio e condenado de raças que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação de saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim, insubstituíveis. Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações humanas dentro de um padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e o passado, num movimento próprio que se chama História. Roberto Da Matta 1 - A forma INADEQUADA de reescrever a primeira frase do texto – devo começar explicando o meu enigmático título – é: (A) o meu título é enigmático, pois devo começar explicando-o; (B) já que o meu título é enigmático, devo começar explicando-o; 3 (C) devo começar explicando o meu título, pois ele é enigmático; (D) por meu título ser enigmático, devo começar por sua explicação; (E) devo começar pela explicação de meu título por ser ele enigmático. 2 - Tendo lido o texto, podemos dizer que o que procura estabelecer o livro de onde foi retirado este texto introdutório é: (A) como foi feita a passagem de um local atrasado para uma nação moderna; (B) as características específicas de uma nação denominada Brasil; (C) as marcas da colonização portuguesa no país atual; (D) o estabelecimento de valores que inserem o Brasil no mundo moderno; (E) a procura de explicações que permitem interpretar o Brasil. 3 - “O “brasil” com o b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema”; segundo esse fragmento do texto, a única característica que NÃO marca o “brasil” com b minúsculo é: (A) esterilidade; (B) morte; (C) autoconsciência; (D) fragmentação; (E) impossibilidade. 4 - Se o brasil com b minúsculo é um objeto sem vida, sem autoconsciência e sem pulsação interior, os adjetivos que melhor qualificam esse brasil são, respectivamente: (A) moribundo, desconhecido e inerte; (B) murcho, decadente e senil; (C) inerme, ignorante e desaparecido; (D) paralisado, atrasado e superficial; (E) morto, inconsciente e desfibrado. 5 - “como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra – um pedaço perdido de Portugal e da Europa – um conjunto doentio e condenado de raças que, misturandose ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social”; a marca da nação brasileira atual a que se alude neste fragmento do texto é o(a): (A) misticismo; (B) degeneração; (C) vulnerabilidade; (D) discriminação; (E) miscigenação. 6 - “que pode ser acelerada na festa do carnaval”, “que pode ser detida na morte e na memória”, “que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade”; a(s) frase(s) que pode(m) ser vista(s) unicamente como construção de voz passiva é: (A) que pode ser acelerada na festa do carnaval; (B) que pode ser detida na morte e na memória; (C) que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade; (D) que pode ser acelerada na festa do carnaval / que pode ser detida na morte e na memória; (E) que pode ser detida na morte e na memória / que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. 7 - A relação estrutural entre “tempo e temporalidade” se repete em: (A) substituto / substituição; (B) atemporal / atemporalidade; (C) inerte / inércia; (D) nação / nacionalidade; (E) complementar / complementaridade. 8. “Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e o passado, num movimento próprio que se chama História”; esse fragmento do texto se opõe a um outro fragmento anterior. A oposição entre os fragmentos que NÃO está correta é: (A) “não se trata mais de algo inerte” / “é apenas um objeto sem vida”; (B) “mas de uma entidade viva” / “fadadas à degeneração e à morte”; (C) “cheia de auto-reflexão e consciência” / “é apenas um objeto sem...autoconsciência”; (D) “algo que se soma e se alarga” / “fadadas à degeneração e à morte biológica”; (E) “algo que se soma e se alarga para o futuro e o passado” / “um conjunto doentio e condenado de raças”. 01 02 03 04 05 06 07 08 A B C E E C D E Secretaria do Estado de Mato Grosso - 2006 LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – NEM ANJO NEM DEMÔNIO Miriam Scavone Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu poder de causar dependência. Os educadores dos anos 60 bradaram palavras acusando-a de “chupeta eletrônica”. Os militantes políticos creditavam a ela a alienação dos povos. Era um demônio que precisava ser destruído. Continuou a existir, e quem cresceu vendo desenhos animados, enlatados americanos e novelas globais não foi mais imbecilizado – ao menos não por esse motivo. Ponto para a televisão, que provou ser também informativa, educativa e (por que não) um ótimo entretenimento. Com exceção da qualidade da programação dos canais abertos, tudo melhorou. Mas começaram as preocupações em relação aos telespectadores que não conseguem dormir sem o barulho eletrônico ao fundo. Ou aos que deixam de ler, sair com amigos e até de namorar para dedicar todo o tempo livre a ela, ainda que seja pulando de um programa para o outro. “Nada nem ninguém me faz sair da frente da TV quando volto do trabalho”, afirma a administradora de empresas Vânia Sganzerla. Muitos telespectadores assumem esse comportamento. Tanto que um grupo de estudiosos da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, por meio de experimentos e pesquisas, concluiu que a velha história do vício na TV não é só uma metáfora. “Todo comportamento compulsivo ao qual a pessoa se apega para buscar alívio, se fugir do controle pode ser caracterizado como dependência”, explica Robert Kubey, diretor do Centro de Estudos da Mídia da Universidade de Rutgers. Os efeitos da televisão sobre o sono variam muito. “Quando tenho um dia estressante, agitado, não durmo sem ela”, comenta Maurício Valim, 4 diretor de programas especiais da TV Cultura e criador do site Tudo sobre TV. Outros, como Martin Jaccard, sonorizador de ambientes, reconhecem que demoram a pegar no sono após uma overdose televisiva. “Sinto uma certa irritação, até raiva, por não ter lido um bom livro, namorado ou ouvido uma música, mas ainda assim não me arrependo de ver tanta TV, não. Gosto demais”. É uma das mais prosaicas facetas desse tipo de dependência, segundo a pesquisa do Centro de Estudos da Mídia. As pessoas admitem que deveriam maneirar, mas não se incomodam a ponto de querer mudar o hábito. Sinal de que tanto mal assim também não faz. 1 - A alternativa abaixo que confirma o título do texto é: (A) “Os efeitos da televisão sobre o sono variam muito”; (B) “fala-se do seu poder de causar dependência”; (C) “Era um demônio que precisava ser destruído”; (D) “Os educadores dos anos 60 bradaram palavras acusando-a de ‘chupeta eletrônica’ “; (E) “As pessoas admitem que deveriam maneirar, mas não se incomodam a ponto de querer mudar o hábito”. 2 - A designação “chupeta eletrônica” contém a idéia básica para o texto de: (A) infantilidade; (B) dependência; (C) tecnologia; (D) alienação; (E) conformismo. 3 - A palavra “alienação” deve ser compreendida no contexto como: (A) afastamento, alheamento; (B) transferência de bens para outra pessoa; (C) indiferença às questões políticas ou sociais; (D) perturbação mental; (E) negação de valores cristãos. 4 - Como sabemos, num texto há muitas vozes; a afirmativa INADEQUADA em relação à presença de vozes no texto lido é: (A) nesse texto, uma voz privilegiada é da autora, Miriam Scavone; (B) outra voz presente no texto é a dos leitores, que interagem com o que é afirmado; (C) os militantes políticos também têm voz no texto; (D) na forma “fala-se”, na primeira linha do texto, há uma voz não identificada; (E) as aspas podem marcar a presença de vozes diferentes da do autor. 5 - No primeiro parágrafo do texto o autor incluiu uma pergunta entre parênteses: (por que não?); essa pergunta tem a função textual de: (A) reafirmar algo que muitas pessoas podem negar; (B) confirmar o que todos sabem; (C) questionar o leitor sobre o seu posicionamento; (D) perguntar sobre algo que é evidente; (E) discutir algo que não tem resposta adequada. 6 - “Com exceção da qualidade da programação dos canais abertos, tudo melhorou”; a forma de reescrever-se essa mesma frase com alteração de seu sentido inicial é: (A) Tudo melhorou, com exceção da qualidade da programação dos canais abertos; (B) Salvo a qualidade da programação dos canais abertos, tudo melhorou; (C) Com exceção da qualidade dos canais abertos, no que tange à sua programação, tudo melhorou; (D) Todo o demais melhorou, exceto a qualidade da programação dos canais abertos; (E) Apesar de a qualidade da programação dos canais abertos ter piorado, todo o resto melhorou. 7 - A citação “Todo comportamento compulsivo ao qual a pessoa se apega para buscar alívio, se fugir do controle pode ser caracterizado como dependência” tem a função textual de: (A) dar autoridade e credibilidade ao texto; (B) indicar a fonte onde se apóia o autor do texto; (C) demonstrar a falsidade de alguns argumentos da mídia; (D) explicar uma idéia a ser futuramente expressa; (E) exemplificar algo que foi citado anteriormente. 8 “Muitos telespectadores assumem esse comportamento. Tanto que um grupo de estudiosos da Universidade de Rutgers”; a expressão sublinhada tem valor textual de: (A) intensidade; (B) conseqüência; (C) explicação; (D) conclusão; (E) causa. 9 - A alternativa em que o termo sublinhado – todos do primeiro parágrafo do texto - NÃO tem seu referente identificado como a televisão é: (A) “Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu poder de causar dependência”; (B) “Os educadores dos anos 60 bradaram palavras acusando-a de ‘chupeta eletrônica’ “; (C) “Era um demônio que precisava ser destruído”; (D) “Ponto para a televisão, que provou também ser informativa...”; (E) “Os militantes políticos creditaram a ela a alienação dos povos”. 10 - “(A TV) Continuou a existir, e quem cresceu vendo desenhos animados, enlatados americanos e novelas globais não foi mais imbecilizado – ao menos por esse motivo”; pode-se inferir desse segmento do texto que: (A) a geração da TV está totalmente imbecilizada; (B) os desenhos animados não provinham dos Estados Unidos; (C) as novelas globais eram acusadas de imbecilizarem o público; (D) hoje menor número de pessoas é imbecilizado pela TV; (E) outros motivos causam menor imbecilização do público. 11 - “Ponto para a televisão que provou também ser informativa, educativa”; sobre os adjetivos “informativa, educativa”, pode-se dizer corretamente que: (A) são sinônimos perfeitos; (B) o segundo adjetivo supõe maior valor da informação prestada; (C) o primeiro adjetivo supõe maior durabilidade no tempo; (D) apresentam valores semânticos opostos; (E) o segundo explica o primeiro. 12 - “a velha história do vício da TV não é só uma metáfora”; a frase em que NÃO há uma construção metafórica é: (A) “overdose televisiva”; (B) “chupeta eletrônica”; 5 (C) “Era um demônio”; (D) “vendo desenhos animados”; (E) “nem anjo nem demônio”. 13 - No texto aparecem duas palavras grafadas em itálico: site e overdose. Sobre esses termos pode-se afirmar que: (A) são estrangeirismos perfeitamente adaptados ao uso diário de língua portuguesa; (B) correspondem a realidades para as quais ainda não temos substitutos em língua portuguesa; (C) mostram que os americanismos estão sendo relegados a segundo plano; (D) indicam a presença da linguagem da informática em nossa língua; (E) comprovam a submissão cultural dos Estados Unidos ao Brasil. 14 - “Sinto uma certa irritação, até raiva...”; considerando as duas palavras finais desse segmento, pode-se afirmar que: (A) a segunda traz mais intensidade que a primeira; (B) a primeira é mais coloquial que a segunda; (C) a segunda é mais erudita que a primeira; (D) a segunda tem ponto de vista positivo, ao contrário da primeira; (E) as duas são sinônimas, sem diferenças semânticas. 15 - “Sinto uma certa irritação, até raiva, por não ter lido um bom livro, namorado ou ouvido uma música, mas ainda assim não me arrependo de ver tanta TV”; esta declaração mostra, argumentativamente falando: (A) troca da causa pelo efeito; (B) certa ilogicidade entre os termos; (C) a causa seguida da conseqüência; (D) a fuga do assunto; (E) a negação da evidência. 16 - Se o texto apresentasse a declaração “ver muita TV faz mal”, poderíamos afirmar que seu conteúdo: (A) representaria uma idéia do domínio público; (B) resumiria a idéia da autora do texto sobre a TV; (C) pertenceria aos argumentos favoráveis à TV; (D) estaria mais para anjo que para demônio; (E) esclareceria o autor do pensamento veiculado. 17 - A alternativa que mostra um adjetivo de caráter subjetivo é: (A) “um ótimo entretenimento”; (B) “chupeta eletrônica”; (C) um dia estressante”; (D) “canais abertos”; (E) “programas especiais”. 18 - A alternativa que mostra um vocábulo ERRADAMENTE grafado com SC é: (A) fascismo / adolescência; (B) fosforescente / crescente; (C) piscina / ascensão; (D) prescisão / ascendente; (E) luminescente / ascese. 19 - O vocábulo que apresenta acentuação gráfica errada é: (A) ínterim; (B) boêmia; (C) rúbrica; (D) estratégia; (E) egoísmo. 20 - “Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu poder de causar dependência”; a forma de reescrever-se essa mesma frase que ALTERA o seu sentido original é: (A) Nos anos 40, desde que a TV surgiu, fala-se do seu poder de causar dependência; (B) Desde que a TV surgiu, nos anos 40, o seu poder de causar dependência é citado; (C) Fala-se do poder da TV de causar dependência desde que ela surgiu, nos anos 40; (D) Fala-se do poder da TV de causar dependência desde que, nos anos 40, ela surgiu; (E) Desde que surgiu a TV, nos anos 40, fala-se do seu poder de causar dependência. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E B C B A E A C C C 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B D A A B A A D C A Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo - IDAF LÍNGUA PORTUGUESA Ecodúvidas Luc Ferry Que haja uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente, não se discute, embora os dados objetivos sejam bem mais controversos do que se costuma supor: a dimensão real dos perigos ligados ao “buraco da camada de ozônio” permite debates acirrados, da mesma forma que as causas e a extensão do fenômeno conhecido como “efeito estufa”. Quanto ao aquecimento da Terra e à elevação do nível do mar que resultaria do derretimento do gelo nos pólos, as opiniões mais autorizadas estão em perfeita contradição: segundo os dados e os modelos matemáticos de previsão elaborados pela própria Nasa, é possível que o nível baixe, que se eleve ou que se mantenha. Tudo depende! Seria bom, portanto, dispor de um balanço mais definitivo sobre essas questões e algumas outras que agitam a imprensa com tanto vigor. Pois quanto maior a incerteza científica tanto maior a propagação do dogmatismo entre os profissionais da ecologia política, que aproveitam a indeterminação dos dados para avivar o “grande medo planetário”, base da paixão democrática nessa questão. 01 – As “ecodúvidas” a que se refere o título do texto dizem respeito: (A) à dimensão científica das preocupações ecológicas; (B) à dimensão real dos perigos anunciados; (C) à imprecisão dos modelos matemáticos; (D) ao desprezo do homem pela natureza; (E) ao despreparo dos ecologistas em geral. 02 – “Que haja uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente, não se discute”; a forma INADEQUADA de reescrever-se essa frase do texto é: (A) Não se discute haver uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente; (B) Não se discute que haja uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente; (C) Quanto à preocupação com o meio ambiente, não se discute que haja aí uma dimensão científica; 6 (D) Não há discussão sobre o fato de haver uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente; (E) Discute-se não haver uma preocupação científica na preocupação com o meio ambiente. 03 – “Que haja uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente, não se discute, // embora os dados objetivos sejam bem mais controversos do que se costuma supor”; o que se opõe entre os dois segmentos dessa parte do texto é: (A) dimensão científica X dados objetivos; (B) precisão X suposição; (C) ciência X dados controversos; (D) preocupação X despreocupação; (E) abstração X dados objetivos. 04 – A alternativa abaixo em que o conectivo sublinhado NÃO é solicitado por algum termo anterior é: (A) “preocupação com o meio ambiente”; (B) “derretimento do gelo nos pólos”; (C) “dispor de um balanço mais definitivo”; (D) “propagação do dogmatismo”; (E) “entre os profissionais da ecologia política”. 05 – “...embora os dados objetivos sejam bem mais controversos...”; a alternativa que mostra um conectivo que NÃO possui o mesmo valor semântico do vocábulo embora nesse segmento do texto é: (A) mesmo que; (B) ainda que; (C) apesar de; (D) sem que; (E) não obstante. 06 – A expressão “buraco na camada de ozônio” aparece entre aspas porque: (A) indica algo de importância destacada no texto; (B) mostra uma ironia do autor do texto; (C) marca uma expressão de uso bastante amplo; (D) assinala uma maneira equivocada de designação; (E) destaca uma forma popular de expressão. 07 – O buraco na camada de ozônio e as causas e a extensão do efeito estufa são citados no texto como: (A) casos controversos de discussão; (B) exemplos de desprezo do homem pelo meio ambiente; (C) demonstrações de casos com dimensão científica; (D) situações em que se demonstra a preocupação com o meio; (E) problemas criados pelo homem na Terra. 08 – “Quanto ao aquecimento da Terra e à elevação do nível do mar que resultaria do derretimento do gelo nos pólos”; a utilização do futuro do pretérito nesse segmento do texto mostra: (A) a inevitável ocorrência de fatos futuros; (B) a realização de fatos altamente improváveis; (C) a incerteza sobre os fatos referidos; (D) a presença de ações realizadas num futuro distante; (E) a não-realização dos fatos aludidos. 09 – “Quanto ao aquecimento da Terra e à elevação do nível do mar”; nesse segmento do texto, a presença das formas AO e À traz algumas informações sobre o acento grave indicativo da crase. A única informação que NÃO pode ser deduzida dessas formas empregadas é: (A) só se emprega o acento grave antes de palavras femininas; (B) o acento grave é resultante da união de A preposição e A artigo definido feminino; (C) o acento grave mostra a união de duas vogais; (D) não se emprega o acento grave antes de palavras desacompanhadas de artigos; (E) só se emprega o acento grave antes de palavras masculinas se estas vierem sem o artigo correspondente. 10 – Dizer que as opiniões mais autorizadas estão em “perfeita contradição” é um exemplo de linguagem figurada que se denomina: (A) metáfora; (B) ironia; (C) metonímia; (D) silepse; (E) antítese. 11 – A alternativa que NÃO mostra qualquer exemplo de intensificação de um adjetivo é: (A) “embora os dados científicos sejam bem mais controversos do que se costuma supor”; (B) “as opiniões mais autorizadas estão em perfeita contradição”; (C) “dispor de um balanço mais definitivo sobre essas questões”; (D) “para avivar o ‘grande medo planetário’ ”; (E) “Pois quanto maior a incerteza científica...”. 12 – O vocábulo pólos recebe acento gráfico pela mesma razão que é acentuada a palavra: (A) pôde; (B) têm; (C) vê; (D) pára; (E) pó. 13 – “é possível que o nível baixe”; a frase em que a correspondência entre as formas verbais empregadas mostra inadequação é: (A) era possível que o nível baixasse; (B) será possível o nível baixar; (C) seria possível que o nível baixasse; (D) foi possível que o nível baixasse; (E) seja possível que o nível baixasse. 14 – “que o nível baixe, que se eleve ou que se mantenha”; a forma verbal abaixo que NÃO está correta no mesmo tempo verbal do das formas sublinhadas é: (A) precavenha; (B) ponha; (C) interfira; (D) provenha; (E) consume. 15 – A alternativa em que o sinônimo do termo sublinhado está corretamente indicado é: (A) “sejam bem mais controversos” – diferentes; (B) “permite debates acirrados” – acalorados; (C) “com tanto vigor” – interesse; (D) “a propagação do dogmatismo” – propaganda; (E) “base da paixão democrática” – política. 16 – “é possível que o nível baixe, que se eleve ou que se mantenha”; esse segmento comprova uma outra passagem do texto, que é: (A) “quanto maior a incerteza científica tanto maior a propagação do dogmatismo”; (B) “embora os dados objetivos sejam bem mais controversos do que se costuma supor”; (C) “permite debates acirrados”; 7 (D) “Que haja uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente, não se discute”; (E) “essas questões e algumas outras que agitam a imprensa com tanto vigor”. 17 – O texto procura demonstrar: (A) a necessidade de maior precisão científica; (B) o descuido do homem com o meio ambiente; (C) a indiferença do homem a problemas graves do planeta; (D) o aproveitamento político de questões ecológicas; (E) a arrogância do conhecimento científico. 18 – “dispor de um balanço”; o verbo dispor, no sentido em que está empregado, necessita da preposição de em seu complemento. O verbo abaixo que, em algum de seus sentidos, mostra o emprego de uma preposição considerada inadequada pela tradição, mas que está em processo de aceitação é: (A) implicar EM; (B) visar A; (C) necessitar DE; (D) investir EM; (E) aspirar A. 19 – A alternativa que mostra um conectivo cuja substituição foi feita de forma adequada é: (A) “segundo os dados” – após; (B) “para avivar o grande medo planetário” – afim de; (C) “Pois quanto maior a incerteza” – logo; (D) “um balanço ..sobre essas questões” – a propósito de; (E) “agitam a imprensa com tanto vigor” – através de. 20 – Vocábulo que se distingue dos demais por NÃO expressar o mesmo valor semântico, ligado à imprecisão científica, é: (A) controversos; (B) acirrados; (C) contradição; (D) incerteza; (E) indeterminação. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B E C E D C A C E B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D D E A B B A A D B FINEP – 2006. LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – A VIDA COMO ELA SERÁ Jerônimo Teixeira Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra não será mais habitável. No limite do seu material combustível, o Sol estará se expandindo. A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar tornará inviável a sobrevivência de qualquer criatura. Isso significa que a vida em nosso mundo já ultrapassou a meia-idade. Estamos nós, seres vivos, mais perto do fim que do começo. No tempo que resta, que cara terá a vida sobre a Terra? Que espécies surgirão e quais estarão fadadas a desaparecer na trilha das mudanças evolucionárias? E por quanto tempo ainda viveremos nós, seres humanos, para presenciar essas mudanças? 01 - O título do texto: (A) traz certa curiosidade que é satisfeita no decorrer do texto; (B) destaca o tema essencial do texto; (C) expressa uma dúvida do autor do texto; (D) afirma algo que não é explicitado no texto; (E) registra temor e descrença no futuro da raça humana. 02 - A alternativa em que o termo sublinhado tem seu valor dependente da situação geral de produção do texto é: (A) “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos”; (B) “A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar”; (C) “Estamos nós, seres vivos...”; (D) “E por quanto tempo ainda viveremos nós...”; (E) “Isso significa que a vida em nosso mundo...”. 03 - Se tivéssemos o raciocínio: “A Terra não será mais habitável daqui a 1 bilhão de anos já que o Sol estará se expandindo”, o raciocínio apresenta um argumento em que: (A) se troca o efeito pela causa; (B) se troca a causa pela conseqüência; (C) se apela ao princípio da autoridade; (D) se troca a razão pela intuição; (E) ocorre desvio do assunto. 04 - “Isso significa que a vida em nosso mundo já ultrapassou a meia-idade”; reescrevendo-se esse segmento do texto, a alternativa que mostra uma forma INADEQUADA de reescritura é: (A) Isso significa que já ultrapassou a meia-idade a vida em nosso mundo; (B) Isso significa que a meia-idade já foi ultrapassada pela vida em nosso mundo; (C) A vida em nosso mundo já ultrapassou a meia-idade, é o que isso significa; (D) Isso significa que a vida em nosso mundo já teve a sua meia-idade ultrapassada; (E) Isso significa a vida em nosso mundo já ter ultrapassado a meia-idade. 05 - “A elevação da temperatura...tornará inviável a sobrevivência de qualquer criatura”; se considerarmos esse segmento como uma frase e substituirmos o substantivo sobrevivência por um verbo de mesmo radical, a forma adequada dessa frase seria: (A) A elevação da temperatura tornará inviável sobreviver-se qualquer criatura; (B) A elevação da temperatura tornará inviável a vida de qualquer criatura; (C) A elevação da temperatura tornará inviável que qualquer criatura sobreviva; (D) A elevação da temperatura tornará inviável qualquer criatura viver; (E) Será inviável qualquer criatura sobreviver, se a temperatura se elevar. 06 - Num texto há muitas palavras anafóricas, ou seja, palavras cuja função é retomar algo que já foi expresso. A alternativa que mostra um termo sublinhado que NÃO é anafórico é: (A) “No limite do seu material combustível, o Sol estará se expandindo”; (B) “A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar”; (C) “Isso significa que a vida em nosso mundo...”; 8 (D) “para presenciar essas mudanças?”; (E) “Isso significa que a vida em nosso mundo”. 07 - “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra não será mais habitável”; o emprego da vírgula nesse caso se justifica porque se trata: (A) de um aposto; (B) de um vocativo; (C) de um termo em ordem inversa; (D) de uma necessidade de evitar-se ambigüidade; (E) de uma oração antecipada. 08 - “A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar tornará inviável a sobrevivência de qualquer criatura”; sobre os aspectos da concordância nominal e verbal dessa frase, podemos dizer que: (A) o adjetivo inviável concorda com criatura; (B) a forma verbal tornará concorda com o sujeito posposto; (C) o pronome qualquer é invariável; (D) o numeral terceiro não concorda com o substantivo planeta; (E) no plural, quaisquer criaturas não modificaria a forma do adjetivo inviável. 09 - A alternativa que mostra elementos que possuem o mesmo referente é: (A) Terra / sistema solar; (B) nosso mundo / o terceiro planeta do sistema solar; (C) seres vivos / espécies; (D) Sol / terceiro planeta; (E) vida / meia-idade. 10 - Assinale a alternativa em que a concordância nominal NÃO é adequada: (A) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatória; (B) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatórios; (C) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção forçadas; (D) A temperatura do Sol obrigava a obrigatório cuidado e proteção; (E) A temperatura do Sol obrigava a obrigatória proteção e cuidado. 11 - A frase “Observou os astros o cientista alemão”; se substituirmos o complemento por um pronome oblíquo, a forma adequada dessa frase seria: (A) observou-o o cientista alemão; (B) observou-los o cientista alemão; (C) observou-lhe o cientista alemão; (D) observou-lhes o cientista alemão; (E) observou-os o cientista alemão. 12 - Pertence à área semântica de sol o seguinte vocábulo: (A) insólito; (B) insolação; (C) insolente; (D) casulo; (E) soletrar. 13 - Na frase “O autor do texto pensa que a Terra se tornará inviável”, criada a partir do tema do texto, a correspondência de tempos verbais INADEQUADA correspondente, respectivamente, a pensa e se tornará é: (A) pensou / se tornaria; (B) tinha pensado / se tornaria; (C) pensava / tornará; (D) pensará / se tornará; (E) teria pensado / se tornaria. 14 - “Estamos nós, seres vivos, mais perto do fim que do começo”; a figura que se pode identificar nesse segmento do texto é a: (A) antítese; (B) paradoxo; (C) personificação; (D) metáfora; (E) metonímia. 15 - Por seu conteúdo e estrutura, o texto lido tem como finalidade prioritária: (A) especular; (B) informar; (C) explicar; (D) ensinar; (E) prever. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 D A A B C A C E B C 11 12 13 14 15 E B C A A Eletronorte – 2006 – 2ª aplicação LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – UM BASTA A HIPOCRISIA Rodrigo Constantino Os fatos não deixam de existir pelo simples fato de serem ignorados Aldous Huxley Infelizmente, a hipocrisia abunda no mundo, principalmente nas elites. Em troca do status de um nobre homem, pessoas vendem a alma ao diabo, traindo escancaradamente sua própria consciência e bom senso. A cretinice assume grau espantoso nos debates, e qualquer um que esteja mais preocupado com a verdade que com as aparências de suas intenções perde a paciência ao notar que está dando murro em ponta de faca. O interesse dessa elite pérfida não é a busca sincera pela verdade e resultados; mas, sim, o conforto psíquico de apresentar ser bem intencionado. O mensageiro que traz a notícia, que destaca os fatos verdadeiros, que demonstra o absurdo das teorias românticas, esse é o culpado, um insensível, egoísta. A hipocrisia, aliada à ignorância de muitos, acaba vencendo a lógica e a verdade. A necessidade da mente humana de acreditar em explicações simplistas, culpar fatores exógenos e bodes expiatórios, e buscar conforto mesmo que na mentira alimenta bastante essa hipocrisia. Esse texto é um apelo para darmos um basta a isso. São tantos exemplos de debates hipócritas que mal sei por onde começar. Talvez o caso recente de cotas em universidades seja interessante. Com a constatação da existência de muitos negros miseráveis no país, logo surgem as soluções milagrosas, que encobrem atrás de uma nobre embalagem um objetivo populista eleitoreiro, que trará resultados catastróficos. Debater com seriedade o tema poucos querem, pois envolve estudo, a clara culpabilidade do próprio governo, maior causador da miséria que vivemos, e medidas que depositam nos próprios indivíduos parte da solução. Mais fácil confundirem correlação com causalidade, e apontarem o racismo como culpado pela 9 situação dos negros. E assim partimos para a solução hipócrita das cotas, que representam discriminação, injustiça e abuso de poder do governo. Os membros da elite ficam satisfeitos com a aparência de que tal medida representa um ato de justiça. Hipocrisia pura! 1 - O segundo período do texto, em sua relação argumentativa com o primeiro, estabelece: (A) uma exemplificação da hipocrisia referida; (B) um esclarecimento sobre o que foi dito anteriormente; (C) uma explicação metalingüística do que seja hipocrisia; (D) uma razão da existência da hipocrisia como fenômeno social; (E) uma retificação de algo que pode gerar ambigüidade de sentido. 2 - A oração abaixo em que a forma sublinhada NÃO corresponde ao gerúndio é: (A) A hipocrisia vem crescendo no seio das elites; (B) Falando sobre qualquer coisa, os homens querem parecer mais do que são; (C) Nem todos os exemplos de hipocrisia têm vindo das elites; (D) Partindo dos argumentos apresentados, o autor se posiciona contra a hipocrisia; (E) Nem todos os artigos deste livro estão tratando de problemas sociais. 3 - A alternativa em que a troca de posição de certos elementos pode alterar o sentido original do segmento do texto é: (A) “Em troca do status de um nobre homem” – em troca do status de um homem nobre; (B) “pessoas vendem a alma ao diabo” – pessoas vendem ao diabo a alma”; (C) “A cretinice assume grau espantoso nos debates” – A cretinice, nos debates, assume grau espantoso; (D) “traindo escancaradamente sua própria consciência e bom senso” – traindo escancaradamente seu bom senso e a própria consciência; (E) “O interesse dessa elite pérfida não é a busca sincera pela verdade” – essa elite pérfida não tem por interesse a busca sincera pela verdade. 4 - A expressão “dar murro em ponta de faca” se refere a uma ação: (A) de que não se pode prever os resultados; (B) cujos resultados são medíocres; (C) que é contrária ao bom senso; (D) cuja utilidade é demonstrar dedicação intensa; (E) a que se atribuem resultados prejudiciais. 5 - “que demonstra o absurdo das teorias românticas”; tais teorias são caracterizadas por: (A) apegarem-se a valores religiosos; (B) indicarem qualidades infelizmente abandonadas; (C) estarem ultrapassadas pela tecnologia moderna; (D) demonstrarem valores da sociedade patriarcal; (E) distanciarem-se da realidade dos fatos. 6 - “Em troca do status de um nobre homem”; a mesma idéia contida nesse segmento do texto aparece repetida em: (A) “vendem a alma ao diabo”; (B) “aparentar ser bem intencionado”; (C) “destaca os fatos verdadeiros”; (D) “culpar fatores exógenos e bodes expiatórios”; (E) “demonstra o absurdo das teorias românticas”. 7 - A alternativa em que o sinônimo ou termo equivalente da palavra sublinhada está INCORRETO é: (A) “Em troca do status de um nobre homem” – condição; (B) “O interesse dessa elite pérfida” – desonesta; (C) “culpar fatores exógenos” – externos; (D) “Este texto é um apelo” – solicitação; (E) “a hipocrisia abunda no mundo” – existe em grande escala. 8 - NÃO é uma explicação plausível para a hipocrisia: (A) estar mais preocupado com as aparências que com a verdade; (B) buscar conforto na mentira; (C) demonstrar o absurdo das posições românticas; (D) não acreditar em explicações simplistas; (E) encontrar bodes expiatórios. 9 - “O mensageiro que traz a notícia, que destaca os fatos verdadeiros, que demonstra o absurdo das teorias românticas, esse é o culpado, um insensível, egoísta”; a opinião sobre o mensageiro mostra o ponto de vista do(da): (A) próprio mensageiro; (B) receptor da notícia; (C) elite hipócrita; (D) nobre homem; (E) autor do texto. 10 - A hipocrisia, segundo o texto, NÃO inclui entre seus aliados: (A) a necessidade de apoio psicológico; (B) a ignorância de grande parte da população; (C) o conforto psíquico de bem aparentar; (D) a busca de resultados; (E) a atribuição alheia de culpa. 11 - “alimenta bastante essa hipocrisia”; a frase em que a forma bastante está empregada ERRADAMENTE é: (A) Os atos hipócritas são bastante incômodos para os sinceros; (B) A necessidade de encontrar culpados traz bastante sofrimentos psíquicos; (C) Os hipócritas aparecem bastante nos debates públicos; (D) São bastante problemáticos os encontros de políticos em campanha; (E) Os políticos bastante experientes trazem a hipocrisia no sangue. 12 - “Este texto é um apelo para darmos um basta a isso”; declarada essa finalidade do texto, podemos dizer que sua intenção prioritária é: (A) informar; (B) ensinar; (C) prever; (D) alertar; (E) convencer. 13 - “que mal sei por onde começar”; esse segmento demonstra: (A) a dificuldade do autor em selecionar um caso entre muitos; (B) o problema de distinguir o caso de maior hipocrisia; (C) a dúvida entre o que é e o que não é exemplo de hipocrisia; (D) a difícil estruturação de um texto argumentativo; (E) a facilidade de exemplificar a hipocrisia. 10 14 - O caso das cotas universitárias só NÃO funciona no texto como: (A) prova de que a hipocrisia não existe só na nossa sociedade; (B) exemplo de um caso, entre muitos, de hipocrisia social; (C) caso em que se atribui a culpa também a fatores exógenos; (D) fato atual em que a solução apresentada é hipócrita; (E) elemento que apóia os argumentos do autor do texto. 01 D 02 C 03 A 04 C 11 B 12 E 13 A 14 A 05 E 06 B 07 B 08 C 09 C 10 D Eletronorte – 2006 – 1ª aplicação LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO CONSUMO ENERGÉTICO E IMPACTOS AMBIENTAIS Demétrio Magnoli e Regina Araújo Atualmente, os recursos energéticos mais utilizados no mundo são o carvão, o petróleo e o gás natural, à água e os minerais radioativos: juntos, eles correspondem a cerca de 90% do consumo energético mundial. A utilização de qualquer um deles acarreta danos ambientais. As fontes de energias limpas e renováveis, tais como a energia solar, a eólica e a geotérmica, ainda constituem parcelas desprezíveis no balanço energético mundial, em que pese os grandes investimentos em pesquisa realizados para torná-las mais eficientes e menos caras. A queima do petróleo, do carvão e, em menor escala, do gás natural, libera gases poluentes na atmosfera, inclusive os gases de estufa. No caso do carvão, os impactos ambientais começam já nos procedimentos de extração – a exploração das grandes minas carboníferas devasta a cobertura vegetal. O transporte marítimo do petróleo é outra atividade potencialmente impactante, devido aos riscos de vazamento. As grandes usinas hidrelétricas exigem a inundação de vastas áreas, causando alterações profundas nos ecossistemas. Também a fauna aquática dos rios pode ser seriamente afetada pela construção de barragens, que muitas vezes impossibilitam a migração sazonal, necessária para a reprodução de muitas espécies de peixes. Nas regiões onde a pesca é uma atividade econômica importante, o problema se torna ainda maior. A energia nuclear, além do risco de acidentes, gera resíduos com grande poder de contaminação. A água aquecida pelos reatores transfere calor para os rios, mares e depósitos subterrâneos pelos quais circula, causando um tipo especial de poluição térmica capaz de comprometer os ecossistemas. Certas correntes do pensamento ambientalista sustentam que despoluir o planeta implica diminuir a utilização desses recursos, ou, pelo menos, mantê-la em níveis próximos aos atuais. Entretanto os níveis de consumo vigentes nos países ricos são muitas vezes superiores aos dos países pobres. Assim, os patamares atuais excluem grande parte da humanidade não apenas da condição de poluidores, mas, principalmente, do consumo de bens e serviços considerados essenciais, e que precisam de energia para ser produzidos e distribuídos. Por isso, outras correntes defendem que a solução mais correta seria a adoção de padrões de consumo compatíveis com a sustentabilidade ambiental dos países ricos. 01 – A relação estabelecida entre os dois termos presentes no título do texto é de: (A) causa/conseqüência; (B) conseqüência/causa; (C) comparação; (D) afirmação/explicação; (E) afirmação/conclusão. 02 – A palavra “atualmente”, colocada ao início do texto, tem seu sentido dependente do(da): (A) momento da leitura do texto; (B) ocasião em que o texto foi escrito; (C) situação descrita no texto; (D) circunstância em que foi analisado o problema; (E) momento em que ocorriam os fatos abordados. 03 – “eles correspondem à cerca de 90% do consumo energético mundial”; a expressão “cerca de” indica uma quantidade: (A) inferior; (B) superior; (C) precisa; (D) desconhecida; (E) aproximada. 04 – As fontes de energia “eólica” e “geotérmica” se referem, respectivamente, a: (A) vento / calor; (B) luminosidade / atividade vulcânica; (C) gás / luz; (D) vento / luz; (E) gás / calor. 05 – “em que pese os grandes investimentos”; a expressão sublinhada tem valor semântico de: (A) condição; (B) finalidade; (C) comparação; (D) causalidade; (E) concessão. 06 – A alternativa em que o elemento sublinhado indica o agente e não o paciente do termo anterior é: (A) “a utilização de qualquer um deles”; (B) “a queima do petróleo”; (C) “inundação de vastas áreas”; (D) “a fauna aquática dos rios”; (E) “construção de barragens”. 07 – “mais eficientes e menos caras”; nesse segmento do final do primeiro parágrafo, a relação lógica entre os elementos é a de: (A) mais eficientes, além de menos caras; (B) quanto mais eficientes, mais caras; (C) quanto mais eficientes, menos caras; (D) quanto menos eficientes, mais caras; (E) se mais eficientes, mais caras. 08 – O texto lido pertence ao tipo de texto informativo; pode-se dizer sobre a estrutura desse texto que: (A) os dados fornecidos como informação são totalmente desconhecidos dos leitores; (B) o autor procura despertar interesse, por meio do suspense, nos possíveis leitores; 11 (C) as informações fornecidas são fundamentadas em opiniões pessoais dos autores do texto; (D) os autores partem do pressuposto de que as informações dadas possuem algum interesse para os leitores; (E) a linguagem empregada é a mais coloquial possível, para que o entendimento do texto seja feito por todas as camadas sociais. 09 – O problema decorrente da posição defendida pelos primeiros ambientalistas citados no último parágrafo do texto é que: (A) deveria haver redução de consumo de energia nos países ricos; (B) aumentaria a possibilidade de poluição ambiental; (C) diminuiria a possibilidade de progresso dos países mais pobres; (D) o risco de empobrecimento geral das nações seria grande; (E) haveria menos distribuição de renda no mundo. 10 – A frase (adaptada do texto) “A queima do petróleo libera gases poluentes na atmosfera” é reescrita, com alteração do sentido original, em: (A) a queima do petróleo libera, na atmosfera, gases poluentes; (B) gases poluentes são liberados na atmosfera pela queima do petróleo; (C) a queima do petróleo na atmosfera libera gases poluentes; (D) gases poluentes, a queima do petróleo os libera na atmosfera; (E) quando queimado, o petróleo libera gases que poluem na atmosfera. 11 – A alternativa abaixo em que os adjetivos citados possuem substantivos correspondentes formados com a mesma terminação é: (A) radioativos – limpas; (B) renováveis – poluidores; (C) vegetal – econômica; (D) correta – compatíveis; (E) ambientalista – necessária. 12 – A alternativa em que o antecedente do pronome sublinhado NÃO está corretamente indicado é: (A) “juntos, eles correspondem à cerca de 90%” = o carvão, o petróleo e o gás natural; (B) “a utilização de qualquer um deles” = dos recursos energéticos; (C) “para torná-las mais eficientes e menos caras” = fontes de energias limpas e renováveis; (D) “que muitas vezes impossibilitam a migração sazonal” = barragens; (E) “transfere calor para os rios, mares e depósitos subterrâneos pelos quais circula” = rios, mares e depósitos subterrâneos. 13 – As fontes de energias limpas e renováveis”; nesse caso, o adjetivo sublinhado indica que essas energias: (A) são facilmente encontradas na natureza; (B) podem ser adquiridas e utilizadas livremente; (C) não se esgotam; (D) são substituídas periodicamente por outras; (E) devem ser utilizadas prioritariamente antes das demais. 14 – NÃO se inclui entre possíveis agentes poluidores: (A) a extração do carvão; (B) o transporte marítimo de petróleo; (C) a construção de barragens; (D) a migração sazonas; (E) o aquecimento da água pelos reatores. 01 02 03 04 05 06 07 A B E A E D A 08 09 10 11 12 13 14 D C C B A C D Eletronuclear – 2006. LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – A ENERGIA E OS CICLOS INDUSTRIAIS Demétrio Magnoli e Regina Araújo No decorrer da história, a ampliação da capacidade produtiva das sociedades teve como contrapartida o aumento de consumo e a contínua incorporação de novas fontes de energia. Entretanto, até o século XVIII, a evolução do consumo e o aprimoramento de novas tecnologias de geração de energia foram lentos e descontínuos. A Revolução Industrial alterou substancialmente esse panorama. Os ciclos iniciais de inovação tecnológica da economia industrial foram marcados pela incorporação de novas fontes de energia: assim, o pioneiro ciclo hidráulico foi sucedido pelo ciclo do carvão, que por sua vez cedeu lugar ao ciclo do petróleo. Em meados do século XIX, as invenções do dínamo e do alternador abriram o caminho para a produção de eletricidade. A primeira usina de eletricidade do mundo surgiu em Londres, em 1881, e a segunda em Nova York, no mesmo ano. Ambas forneciam energia para a iluminação. Mais tarde, a eletricidade iria operar profundas transformações nos processos produtivos, com a introdução dos motores elétricos nas fábricas, e na vida cotidiana das sociedades industrializadas na qual foram incorporados dezenas de eletrodomésticos. Nas primeiras décadas do século XX, a difusão dos motores a combustão explica a importância crescente do petróleo na estrutura energética dos países industrializados. Além de servir de combustível para automóveis, aviões e tratores, ele também é utilizado como fonte de energia nas usinas termelétricas e, ainda, é matéria-prima para muitas indústrias químicas. Desde a década de 1970, registrou-se também aumento significativo na produção e consumo de energia nuclear nos países desenvolvidos. Nas sociedades pré-industriais, entretanto, os níveis de consumo energético se alteraram com menor intensidade, e as fontes energéticas tradicionais – em especial a lenha – ainda são predominantes. Estima-se que o consumo de energia comercial per capita no mundo seja de aproximadamente 1,64 toneladas equivalentes de petróleo (TEP) por ano, mas esse número significa muito pouco: um norte-americano consome anualmente, em média, 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitantes em Bangladesh e 0,36 no Nepal. Os países da OCDE, que possuem cerca de um sexto da população mundial, são responsáveis por mais da metade do consumo energético global. Os Estados Unidos, com menos de 300 milhões de habitantes, consomem quatro vezes mais energia do que o 12 continente africano inteiro, onde vivem cerca de 890 milhões de pessoas. 01 – O título do texto inclui dois termos: energia / ciclos industriais. A relação que se estabelece, no texto, entre esses dois termos é: (A) os diferentes ciclos industriais foram progressivamente acoplados a novas tecnologias de geração de energia; (B) as novas fontes de energia foram progressivamente sendo substituídas em função de seu progressivo esgotamento causado pelos ciclos industriais; (C) os diferentes ciclos industriais foram a conseqüência inevitável de mudanças na vida social, como a grande profusão de eletrodomésticos; (D) a criação de novas fontes de energia fizeram aparecer novas necessidades no corpo social; (E) os ciclos industriais tornaram a evolução do consumo e o aprimoramento de novas tecnologias lentos e descontínuos. 02 – “No decorrer da história...”; essa expressão equivale semanticamente a: (A) com o advento dos tempos históricos; (B) ao longo da história humana; (C) após o surgimento da História; (D) antes do início da História; (E) depois dos tempos históricos. 03 – Ao dizer que a ampliação da capacidade produtiva das sociedades teve como contrapartida o aumento de consumo e a contínua incorporação de novas fontes de energia, o autor do texto quer dizer que os dois últimos elementos funcionam, em relação ao primeiro, como: (A) oposição; (B) comparação; (C) resultado; (D) reação; (E) compensação. 04 – As alternativas abaixo apresentam adjetivos do texto; a alternativa em que os substantivos correspondentes a esses adjetivos podem ser formados com a mesma terminação é: (A) produtiva – contínua – novas; (B) lentos – descontínuos – iniciais; (C) pioneiro – produtivos – elétricos; (D) industralizadas - crescente – energética; (E) significativo – desenvolvidos – tradicionais. 05 – “A Revolução Industrial alterou substancialmente esse panorama”; a forma de reescrever essa mesma frase que altera o seu sentido original é: (A) A Revolução Industrial alterou esse panorama substancialmente; (B) Esse panorama foi substancialmente alterado pela Revolução Industrial; (C) Esse panorama, a Revolução Industrial o alterou substancialmente; (D) A Revolução Industrial causou a alteração substancial desse panorama; (E) A alteração substancial desse panorama causou a Revolução Industrial. 06 – “A Revolução Industrial alterou substancialmente esse panorama”; esse panorama a que se refere a frase é: (A) o da ampliação da capacidade produtiva das sociedades; (B) o aumento do consumo e a incorporação de novas fontes; (C) a evolução do consumo e o aprimoramento de novas tecnologias de geração de energia; (D) o ritmo lento e descontínuo da evolução do consumo e do aprimoramento de novas tecnologias de geração de energia; (E) a ausência de novas tecnologias de geração de energia. 07 – A alternativa em que o antecedente do pronome sublinhado NÃO está corretamente indicado é: (A) “assim, o pioneiro ciclo hidráulico foi sucedido pelo ciclo do carvão, que por sua vez cedeu lugar ao ciclo do petróleo” = o pioneiro ciclo hidráulico; (B) “com a introdução dos motores elétricos nas fábricas, e na vida cotidiana das sociedades industrializadas na qual foram incorporados dezenas de eletrodomésticos” = vida cotidiana; (C) “Os países da OCDE, que possuem cerca de um sexto da população mundial” = países da OCDE; (D) “Além de servir de combustível para automóveis, aviões e tratores, ele também é utilizado como fonte de energia” = petróleo; (E) “consomem quatro vezes mais energia do que o continente africano inteiro, onde vivem cerca de 890 milhões de pessoas” = continente africano. 08 – Apesar de ser um texto informativo, há certas quantidades no texto que são expressas sem precisão absoluta; assinale a EXCEÇÃO: (A) “onde vivem cerca de 890 milhões de pessoas”; (B) “o consumo de energia per capita seja de aproximadamente 1,64 toneladas equivalentes de petróleo”; (C) “que possuem cerca de um sexto da população mundial”; (D) “8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitante em Bangladesh e 0,36 no Nepal”; (E) “os Estados Unidos, com menos de 300 milhões de habitantes”. 09 – O texto se estrutura prioritariamente: (A) pela relação de causa e conseqüência; (B) pelo comparação entre várias épocas; (C) pela evolução cronológica de fatos; (D) pela noção de progresso e atraso; (E) pela oposição entre países ricos e pobres. 10 – No terceiro parágrafo do texto aparece a frase “Ambas forneciam energia para a iluminação”; pode-se inferir dessa frase que: (A) as usinas referidas forneciam eletricidade para toda a indústria da época; (B) as usinas citadas iluminavam as cidades inglesas e americanas, respectivamente; (C) as usinas citadas só produziam energia para iluminação; (D) as usinas forneciam eletricidade para as indústrias e também para a iluminação; (E) as usinas eram tremendamente atrasadas para a época em que surgiram. 11 – Norte-americano e matéria-prima, dois vocábulos presentes no texto, fazem corretamente como plural: (A) norte-americanos / matéria-primas; (B) norte-americanos / matérias-primas; (C) nortes-americanos / matérias primas; 13 (D) nortes-americanos / matérias-prima; (E) nortes-americanos / matéria-primas. 12 – A alternativa em que o elemento sublinhado indica o agente e não o paciente do termo anterior é: (A) “a importância crescente do petróleo”; (B) “a ampliação da capacidade produtiva”; (C) “a contínua incorporação de nova fontes de energia”; (D) “o aprimoramento de novas tecnologias”; (E) “as invenções do dínamo e do alternador”. 13 – O penúltimo parágrafo do texto fala de “sociedades préindustriais”; pode-se depreender do texto que essas sociedades são as que: (A) existiram antes da Revolução Industrial; (B) reagem contra a poluição energética; (C) se caracterizam pelo atraso industrial; (D) só consomem energia natural; (E) destroem a cobertura vegetal do planeta. 14 – “Estima-se que o consumo de energia comercial per capita no mundo seja de aproximadamente 1,64 toneladas equivalentes de petróleo (TEP) por ano, mas esse número significa muito pouco: um norte-americano consome anualmente, em média, 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitantes em Bangladesh e 0,36 no Nepal”; o número citado é muito pouco porque: (A) há uma enorme quantidade de energia produzida e não consumida; (B) há países que se negam a destruir ecologicamente o meio ambiente; (C) poderia haver um consumo bastante menor; (D) alguns países têm pouco consumo de energia, se comparado ao dos EUA; (E) nos países industrializados o consumo é bastante grande. 15 – A expressão per capita na frase “o consumo de energia comercial per capita no mundo” significa: (A) por capital de cada país; (B) por cidade importante de cada país; (C) por grupo humano identificado; (D) por unidade monetária de cada país; (E) por cada indivíduo. 16 – O último parágrafo do texto tem por finalidade mostrar: (A) que os maiores consumidores de energia são os países menos populosos do planeta; (B) que há uma enorme desproporção de riqueza se observarmos a distribuição do consumo de energia no mundo; (C) que o continente africano é a região do planeta onde se preserva mais o ambiente natural; (D) que os EUA consomem injustamente a energia que deveria ser consumida por países bem mais pobres; (E) que os EUA são autoritários e tirânicos em relação aos países africanos. 17 – O fato de os EUA serem um país de alto consumo de energia mostra que: (A) os países mais ricos consomem mais energia do que a necessária; (B) os países mais pobres devem cobrar nas cortes internacionais o direito à energia; (C) há uma relação entre riqueza, industrialização e consumo de energia; (D) os países de grande injustiça social são os mais industrializados do globo; (E) os países mais pobres são os que mais utilizam as fontes naturais de energia. 18 – Ao dizer que um norte-americano consome “em média” 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitante em Bangladesh, com a expressão “em média”, o autor do texto quer dizer que: (A) às vezes consomem mais, às vezes consomem menos; (B) sempre consomem mais que nos países pobres; (C) o total de energia consumida é dividido entre todos os norteamericanos; (D) a energia consumida é dividida matematicamente entre aqueles que a consomem; (E) na maior parte dos habitantes, o consumo de energia atinge o nível indicado. 19 – A alternativa em que o vocábulo sublinhado tem seu valor semântico ERRADAMENTE indicado é: (A) “Entretanto, até o século XVIII” = oposição; (B) “assim, o pioneiro ciclo hidráulico” = modo; (C) “surgiu em Londres” = lugar; (D) “em 1881” = tempo; (E) “Mais tarde” = tempo. 20 – “um norte-americano consome anualmente, em média, 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitante em Bangladesh e 0,36 no Nepal”; nesse segmento do texto a presença do vocábulo sublinhado indica que: (A) o consumo de energia nos países citados está de acordo com seu desenvolvimento industrial; (B) Bangladesh e Nepal consomem menos energia que os EUA; (C) só nos locais citados o consumo de energia é tão baixo; (D) o consumo em Bangladesh é ainda inferior que ao do Nepal; (E) o autor considera, nesse caso, o consumo de energia bastante baixo. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A B E A E D A D C C 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B A C D E B C D E E CEPEL – 2005 – Pesquisador IV LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO Milton Santos A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina de revolução científico-técnica, é freqüentemente chamada de período técnico-científico. Em fases anteriores, as atividades humanas dependeram da técnica e da ciência. Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica em todos os aspectos da vida social, situação que se verifica em todas as partes do mundo e em todos os países. O próprio espaço geográfico pode ser chamado de meio técnicocientífico. Agora, essa realidade se estende a todo o Terceiro Mundo, ainda que em diferente proporção, segundo os países. Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos, como: a multinacionalização; a grande revolução da informação que liga instantaneamente os lugares, graças aos 14 progressos da informática. O espaço geográfico agora mundializado redefine-se pela combinação desses signos. Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos dados revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, pela especialização regional das atividades, por novas formas e localizações da indústria e da extração mineral, pelas novas modalidades de produção de energia, pela importância da circulação no processo produtivo, pelas grandes migrações, pela terceirização e pela urbanização extremamente hierárquicas. Os espaços rural e urbano são marcados, na sua transformação, pelo uso sistemático das contribuições da ciência e da técnica e por decisões de mudança que levam em conta, no campo e na cidade, os usos a que cada fração do território vai ser destinada. Trata-se de uma geografia completamente nova. Todo esforço de conceptualização exige que os novos fatores no nível mundial (cuja lista certamente não esgotamos) sejam levados em conta, tanto no nível local, como regional ou nacional. Os estudos empíricos ganharão a partir desse enfoque. No que se refere particularmente ao espaço, o aparecimento de dois novos fenômenos constitui a base da explicação histórica de sua nova realidade. De um lado, o período atual vem marcado por uma verdadeira unicidade técnica, pelo fato de que em todos os lugares os conjuntos técnicos presentes são “grosso modo” os mesmos, apesar do grau diferente de complexidade; e a fragmentação do processo produtivo em escala internacional se realiza em função dessa mesma unicidade técnica. 01 – “ A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina de revolução científico-técnica, é freqüentemente chamada de período técnico-científico”; se trocarmos os adjetivos científico-técnica e técnicocientífico de posição, suas formas adequadas são: (A) técnico-científica / científico-técnico; (B) técnica-científica / científico-técnico; (C) técnica – científico / científica-técnico; (D) técnico-científico / científico-técnico; (E) técnica-científico / científico-técnicos. 02 – No título do texto, a palavra meio tem o seguinte significado: (A) ponto médio; (B) parte que fica eqüidistante de dois extremos; (C) condição intermediária; (D) esfera social; (E) metade de um todo. 03 – O vocábulo atual, presente na primeira frase do texto, tem seu significado dependente do momento de produção do texto; a frase em que NÃO aparece um elemento do mesmo tipo é: (A) “Recentemente, porém, trata-se da independência da ciência e da técnica”; (B) “Agora, esta realidade se estende a todo o Terceiro Mundo”; (C) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação desses signos”; (D) “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”; (E) “De um lado, o período atual vem marcado por uma verdadeira unicidade técnica...” 04 – “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”; esta frase se encontra na voz passiva, ao contrário de: (A) “Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica”; (B) “situação que se verifica em todas as partes do mundo”; (C) “O próprio espaço geográfico pode ser chamado de meio técnico-científico”; (D) “Nessa nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos”; (E) “que se levem em conta esses novos dados”. 05 – A fase atual da história da humanidade é marcada, segundo o primeiro parágrafo do texto, de forma específica, por: (A) depender da técnica e da ciência; (B) localizar-se no Terceiro Mundo de forma especial; (C) uma maior e geral dependência da ciência e da técnica; (D) não incluir o espaço geográfico; (E) excluir todos os aspectos, exceto o social. 06 – A alternativa em que a primeira vírgula empregada difere da razão pela qual é empregada em todos os demais exemplos é: (A) “A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina...”; (B) “Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos...”; (C) “Em fases anteriores, as atividades humanas...”; (D) “Agora, esta realidade se estende a todo o terceiro mundo”; (E) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação...”. 07 – “graças aos progressos da informática”; a frase em que a expressão “graças a” NÃO está empregada dentro de seu valor semântico original é: (A) Graças ao aumento de salário todos puderam viajar; (B) Graças ao temporal da noite, as ruas ficaram alagadas; (C) Graças à vigilância da polícia, o assalto não ocorreu; (D) Graças aos céus, tudo correu bem; (E) Graças ao bom tempo, todos puderam divertir-se. 08 – “Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica”; o conectivo que substituiria o conectivo porém, sem alteração na forma da frase e mantendo-se o mesmo sentido, é: (A) mas; (B) no entretanto; (C) ainda assim; (D) todavia; (E) pois. 09 – No segmento da questão anterior, o adjetivo hierárquicas tem a forma feminina plural porque: (A) houve erro do autor do texto; (B) concorda com migrações; (C) se refere a urbanização; (D) concorda com modalidades; (E) se refere aos dois últimos substantivos anteriores. 10 – “Os espaços rural e urbano”; esse tipo de concordância entre substantivo e adjetivo se repete em: (A) os dias pares e ímpares; (B) os bons e maus momentos; (C) as bandeiras francesa e inglesa; (D) os meses longos e curtos; (E) os livros grossos e finos. 15 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A D D A C A B D E C CEPEL – 2005 – outros cargos LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO Milton Santos A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina de revolução científico-técnica, é freqüentemente chamada de período técnico-científico. Em fases anteriores, as atividades humanas dependeram da técnica e da ciência. Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica em todos os aspectos da vida social, situação que se verifica em todas as partes do mundo e em todos os países. O próprio espaço geográfico pode ser chamado de meio técnicocientífico. Agora, essa realidade se estende a todo o Terceiro Mundo, ainda que em diferente proporção, segundo os países. Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos, como: a multinacionalização; a grande revolução da informação que liga instantaneamente os lugares, graças aos progressos da informática. O espaço geográfico agora mundializado redefine-se pela combinação desses signos. Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos dados revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, pela especialização regional das atividades, por novas formas e localizações da indústria e da extração mineral, pelas novas modalidades de produção de energia, pela importância da circulação no processo produtivo, pelas grandes migrações, pela terceirização e pela urbanização extremamente hierárquicas. Os espaços rural e urbano são marcados, na sua transformação, pelo uso sistemático das contribuições da ciência e da técnica e por decisões de mudança que levam em conta, no campo e na cidade, os usos a que cada fração do território vai ser destinada. Trata-se de uma geografia completamente nova. Todo esforço de conceptualização exige que os novos fatores no nível mundial (cuja lista certamente não esgotamos) sejam levados em conta, tanto no nível local, como regional ou nacional. Os estudos empíricos ganharão a partir desse enfoque. No que se refere particularmente ao espaço, o aparecimento de dois novos fenômenos constitui a base da explicação histórica de sua nova realidade. De um lado, o período atual vem marcado por uma verdadeira unicidade técnica, pelo fato de que em todos os lugares os conjuntos técnicos presentes são “grosso modo” os mesmos, apesar do grau diferente de complexidade; e a fragmentação do processo produtivo em escala internacional se realiza em função dessa mesma unicidade técnica. 01 –” A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina de revolução científico-técnica, é freqüentemente chamada de período técnico-científico”; se trocarmos os adjetivos científico-técnica e técnicocientífico de posição, suas formas adequadas são: (A) técnico-científica / científico-técnico; (B) técnica-científica / científico-técnico; (C) técnica – científico / científica-técnico; (D) técnico-científico / científico-técnico; (E) técnica-científico / científico-técnicos. 02 – No título do texto, a palavra meio tem o seguinte significado: (A) ponto médio; (B) parte que fica eqüidistante de dois extremos; (C) condição intermediária; (D) esfera social; (E) metade de um todo. 03 – O vocábulo atual, presente na primeira frase do texto, tem seu significado dependente do momento de produção do texto; a frase em que NÃO aparece um elemento do mesmo tipo é: (A) “Recentemente, porém, trata-se da independência da ciência e da técnica”; (B) “Agora, esta realidade se estende a todo o Terceiro Mundo”; (C) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação desses signos”; (D) “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”; (E) “De um lado, o período atual vem marcado por uma verdadeira unicidade técnica...” 04 – “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”; esta frase se encontra na voz passiva, ao contrário de: (A) “Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica”; (B) “situação que se verifica em todas as partes do mundo”; (C) “O próprio espaço geográfico pode ser chamado de meio técnico-científico”; (D) “Nessa nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos”; (E) “que se levem em conta esses novos dados”. 05 – A fase atual da história da humanidade é marcada, segundo o primeiro parágrafo do texto, de forma específica, por: (A) depender da técnica e da ciência; (B) localizar-se no Terceiro Mundo de forma especial; (C) uma maior e geral dependência da ciência e da técnica; (D) não incluir o espaço geográfico; (E) excluir todos os aspectos, exceto o social. 06 – “marcada pelo que se denomina de revolução técnico-científica, é freqüentemente chamada de período técnico-científico”; o modo de abordar o assunto dessas denominações mostra que: (A) o autor do texto discorda dessas designações; (B) a segunda designação é melhor do que a primeira; (C) a primeira designação é melhor do que a segunda; (D) são designações usadas de forma generalizada; (E) elas não representam mais a realidade. 07 – A alternativa em que a primeira vírgula empregada difere da razão pela qual é empregada em todos os demais exemplos é: (A) “A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina...”; (B) “Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos...”; (C) “Em fases anteriores, as atividades humanas...”; (D) “Agora, esta realidade se estende a todo o terceiro mundo”; (E) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação...”. 16 08 - “Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos”; a forma de reescrever-se essa frase que altera o seu sentido original é: (A) O mundo está marcado, nesta nova fase histórica, por novos signos; (B) Novos signos marcam o mundo nesta nova fase histórica; (C) Novos signos, nesta nova fase histórica, marcam o mundo; (D) O mundo, novos signos o marcam nesta nova fase histórica; (E) Nesta fase histórica nova, o mundo está marcado por signos novos. 09 – “graças aos progressos da informática”; a frase em que a expressão “graças a” NÃO está empregada dentro de seu valor semântico original é: (A) Graças ao aumento de salário todos puderam viajar; (B) Graças ao temporal da noite, as ruas ficaram alagadas; (C) Graças à vigilância da polícia, o assalto não ocorreu; (D) Graças aos céus, tudo correu bem; (E) Graças ao bom tempo, todos puderam divertir-se. 10 – “Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica”; o conectivo que substituiria o conectivo porém, sem alteração na forma da frase e mantendo-se o mesmo sentido, é: (A) mas; (B) no entretanto; (C) ainda assim; (D) todavia; (E) pois. 11 – “Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos dados revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, pela especialização regional das atividades, por novas formas e localizações da indústria e da extração mineral, pelas novas modalidades de produção de energia, pela importância da circulação no processo produtivo, pelas grandes migrações, pela terceirização e pela urbanização extremamente hierárquicas”; a explicação INCORRETA do elemento citado é: (A) capitalismo agrícola – o capitalismo voltado para os produtos do campo; (B) especialização regional das atividades – as regiões se especializam na produção de determinados bens; (C) novas modalidades de produção de energia – outras formas de produzir energia, além das tradicionais (hidráulica, carvão, petróleo etc.); (D) grandes migrações – grandes transferências de bens de consumo de uma região para outra; (E) terceirização – transferência de serviços. 12 – No segmento da questão anterior, o adjetivo hierárquicas tem a forma feminina plural porque: (A) houve erro do autor do texto; (B) concorda com migrações; (C) se refere a urbanização; (D) concorda com modalidades; (E) se refere aos dois últimos substantivos anteriores. 13 – Nas alternativas abaixo todos os termos sublinhados representam o paciente do termo anterior; a única EXCEÇÃO é: (A) produção da energia; (B) contruções da ciência; (C) decisões de mudança; (D) fragmentação do processo produtivo; (E) localização da indústria. 14 – “Os espaços rural e urbano”; esse tipo de concordância entre substantivo e adjetivo se repete em: (A) os dias pares e ímpares; (B) os bons e maus momentos; (C) as bandeiras francesa e inglesa; (D) os meses longos e curtos; (E) os livros grossos e finos. 15 – O segmento do texto entre parênteses – cuja lista certamente não esgotamos – significa uma: (A) retificação do que foi dito; (B) observação contrária às informações dadas; (C) explicação de algo confuso; (D) confissão de possibilidades de erro; (E) deficiência na possibilidade de informação. 16 – Os estudos empíricos se referem aos estudos: (A) ligados aos conhecimentos atuais; (B) fundamentados na experiência; (C) de conteúdo ideológico; (D) baseados nos novos conhecimentos científicos; (E) voltados para a tradição. 17 – “apesar do grau diferente de complexidade”; a frase em que NÃO se manteve o sentido original do segmento destacado é: (A) ainda que com grau diferente de complexidade; (B) mesmo que com grau diferente de complexidade; (C) embora com grau diferente de complexidade; (D) se bem que com grau diferente de complexidade; (E) por mais que com grau diferente de complexidade. 18 – Os advérbios em –mente são formados a partir das formas femininas dos adjetivos. Os advérbios do texto em que se pode ver essa formação é: (A) instantaneamente / freqüentemente; (B) freqüentemente / recentemente; (C) recentemente / particularmente; (D) particularmente / extremamente; (E) extremamente / instantaneamente. 19 – “Em fases anteriores, as atividades humanas dependeram da técnica e da ciência”; esse segmento do texto permite inferir que: (A) hoje não se depende mais da técnica e da ciência; (B) só os países ricos tinham acesso a esses conhecimentos; (C) as atividades humanas anteriores eram atrasadas; (D) hoje desaparecerem do cenário a ciência e a técnica; (E) as fases atuais apresentam alguma mudança. 20 – Em todas as frases abaixo há formas verbais com o pronome SE; assinale aquela em que a forma plural está MAL construída: (A) “pelo que se denomina de revolução científica” – pelo que se denomina de revoluções científicas; (B) “trata-se da interdependência da ciência e da técnica” – trata-se das interdependências da ciência e da técnica; (C) “situação que se verifica em todas as partes do mundo” – situações que se verifica em todas as partes do mundo; (D) Essa realidade agora se estende” – essas realidades agora se estendem; (E) “Trata-se de uma geografia completamente nova” – tratase de geografias completamente novas. 17 21 – O texto lido pode ser classificado prioritariamente como: (A) informativo; (B) didático; (C) normativo; (D) instrucional; (E) publicitário. 22 – “nesta nova fase histórica”, “novos signos”, “novos dados”, “novas formas e localizações”, “novas modalidades de produção” etc. Todos esses exemplos do texto mostram uma preocupação do autor do texto que é: (A) mostrar seu conhecimento sobre as últimas descobertas científicas e técnicas; (B) opor coisas novas a coisas antigas e ultrapassadas; (C) indicar modificações do mundo atual e suas implicações; (D) demonstrar que o mundo moderno está decadente; (E) denunciar a mania pelo novo. 23 – “Os conjuntos técnicos presentes são ‘grosso modo’ os mesmos”; a expressão “grosso modo” significa: (A) genericamente; (B) superficialmente; (C) rudemente; (D) artificialmente; (E) especificamente. 24 – “a fragmentação do processo produtivo em escala internacional se realiza em função dessa mesma unicidade técnica”; a expressão “em função de” só NÃO pode significar, no contexto: (A) de acordo com; (B) na dependência de; (C) à diferença de; (D) em conformidade com; (E) em resultado de. 01 02 03 04 05 06 07 08 A D D A C D A E 09 10 11 12 13 14 15 16 B D D E B C E B 17 18 19 20 21 22 23 24 E E E C B C A C Arquivo Nacional – 2006 LÍNGUA PORTUGUESA O que é cidadania - Gilberto Dimenstein Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressála. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que cometa um erro. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro sem ser discriminado, de praticar uma religião sem ser perseguido. Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar-se o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento, está o respeito à coisa pública. O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. Da mesma forma que a anestesia, as vacinas, o computador, a máquina de lavar, a pasta de dente, o transplante do coração. Foi uma conquista dura. Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de votar. E outros batalharam para você votar aos dezesseis anos. Lutou-se pela idéia de que todos os homens merecem a liberdade e de que todos são iguais diante da lei. Pessoas deram a vida combatendo a concepção de que o rei tudo podia porque tinha poderes divinos e aos outros cabia obedecer. No século XVIII, a rebeldia a essa situação detonou a Revolução Francesa, um marco na história da liberdade do homem. No mesmo século surgiu um país fundado na idéia da liberdade individual: os Estados Unidos. Foi com esse projeto revolucionário que eles se tornaram independentes da Inglaterra. Desde então, os direitos foram se alargando, se aprimorando, e a escravidão foi abolida. Alguém consegue hoje imaginar um país defendendo a importância dos escravos para a economia? Mas esse argumento foi usado durante muito tempo no Brasil. Os donos da terra alegavam que, sem escravos, o país sofreria uma catástrofe. Eles se achavam no direito de bater e até matar os escravos que fugissem. Nessa época, o voto era um privilégio: só podia votar quem tivesse dinheiro. E para se candidatar a deputado, só com muita riqueza em terras. No mundo, trabalhadores ganharam direitos. Imagine que no século passado, na Europa, crianças chegavam a trabalhar até quinze horas por dia. E não tinham férias. As mulheres, relegadas a segundo plano, passaram a poder votar, símbolo máximo da cidadania. Até há pouco tempo, justificava-se abertamente o direito do marido de bater na mulher e até de matá-la. Em 1948, surgiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), ainda na emoção da vitória contra as forças totalitárias lideradas pelo nazismo, na Europa. Com essa declaração, solidificou-se a visão de que, além da liberdade de votar, de não ser perseguido por suas convicções, o homem tinha direito a uma vida digna. É o direito ao bem estar. A onda dos direitos mudou a cara e o mapa do mundo neste final de milênio. Assistimos à derrocada dos regimes comunistas, com a extinção da União Soviética. Os países do Leste europeu converteram-se à democracia. Na África do Sul, desfez-se o regime de segregação racial. A América Latina, tão viciada em ditadores, viu surgir na década de 80 uma geração de presidentes eleitos democraticamente. 01 - O texto apresenta uma idéia principal que é: (A) a cidadania é uma conquista diária de todos nós; (B) ser cidadão é ter direitos; (C) a América Latina é um local de cidadania plena; (D) a cidadania deve compreender as mulheres; (E) ser cidadão é cuidar do público em detrimento do privado. 02 - Podemos dividir o texto em cinco partes, que estão indicadas abaixo com a síntese de seu conteúdo; a alternativa em que a indicação do conteúdo NÃO está correta é: (A) do início do texto até “sem ser perseguido” – a definição de cidadania; (B) de “Há detalhes” até “a coisa pública” – exemplos de cidadania; (C) de “O direito a ter direitos” “até diante da lei” – a conquista difícil da cidadania; (D) de “Pessoas deram a vida” até “de matá-la” – fatos históricos na luta pelos direitos humanos; (E) de “Em 1948 surgiu” até o fim do texto – os direitos humanos antes da guerra. 18 03 - Para defender seus pontos de vista o autor só NÃO emprega: (A) exemplificação; (B) citação de fatos históricos; (C) interação com o leitor, questionando-o; (D) apelo a opiniões pessoais; (E) utilização do humor e da ironia. 04 - Assinale a alternativa em que o fato histórico referido também está ligado ao Brasil: (A) “Assistimos a derrocada dos regimes comunistas, com a extinção da União Soviética”; (B) “Os países do Leste europeu converteram-se em democracia”; (C) “Na África do Sul desfez-se o regime de segregação racial”; (D) “A América Latina, tão viciada em ditadores, viu surgir na década de 80 uma geração de presidentes eleitos democraticamente”; (E) “No século XVIII, a rebeldia a essa situação detonou a Revolução Francesa”. 05 - O autor defende o respeito à coisa pública. A alternativa que exemplifica esse respeito é: (A) “poder votar em quem quiser sem constrangimento”; (B) “processar um médico que cometa um erro”; (C) “não jogar papel na rua”; (D) “direito de ser negro sem ser discriminado”; (E) “direito de ter direitos”. 06 - O segmento do texto que apresenta uma linguagem menos formal é: (A) “E outros batalharam para você votar aos dezesseis anos”; (B) “Na África do Sul, desfez-se o regime de segregação racial”; (C) “As mulheres, relegadas a um segundo plano”; (D) “É o direito ao bem-estar”; (E) “não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos”. 07 - O autor se refere à cidadania como uma conquista; a palavra do texto que NÃO está relacionada a essa idéia de conquista é: (A) “lutou e morreu”; (B) “batalharam” ; (C) “revolucionário” (D) “respeito”; (E) “lutou-se”. 08 - “Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar-se o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa pública”; nesse parágrafo, a expressão “desse comportamento”: (A) refere-se à última das ações citadas; (B) retoma o conjunto de ações anteriores; (C) alude somente a aspectos negativos; (D) corresponde a um procedimento condenável; (E) traz em si mesma um conteúdo positivo. 09 - A alternativa em que a reescritura da frase inicial altera o seu sentido original é: (A) “Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressá-la” = o direito de ter uma idéia e poder expressá-la é cidadania; (B) “É poder votar em quem quiser sem constrangimento” = é poder, sem constrangimento, votar em quem quiser; (C) “É processar um médico que cometa um erro” = é processar um médico que erre; (D) “É devolver um produto estragado” = é fazer a devolução de um produto estragado; (E) “É o direito de ser negro sem ser discriminado” = é, sendo negro por direito, não ser discriminado. 10 - “É processar um médico que cometa um erro”; a forma verbal abaixo que NÃO está correta, se colocada no mesmo tempo verbal do verbo sublinhado é: (A) volte (voltar); (B) reaveja (reaver); (C) se precavenha (precaver-se); (D) proveja (prover); (E) provenha (provir). 11 - “Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de votar. E outros batalharam para você votar aos dezesseis anos”; infere-se desse segmento do texto que: (A) todos os leitores do texto são adolescentes; (B) o pronome “nós” (tivéssemos) se liga aos autores dos textos; (C) “muita gente” e “outros” se referem às mesmas pessoas; (D) o autor do texto não possui mais dezesseis anos; (E) “você” se liga a qualquer leitor do texto. 12 - Anestesia é uma palavra grifada com S (e não com Z) e privilégio é grafada com I (e não com E); a alternativa em que ambas as palavras estão corretas quanto à grafia é: (A) atravez / arrepio; (B) atraz / Pirineus; (C) frisa / irrequieto; (D) análise / crâneo; (E) baroneza / campeão. 13 - A alternativa em que o adjetivo tem seu significado corretamente indicado é: (A) conquista dura = rígida; (B) poderes divinos = atemporais; (C) projeto revolucionário = modificador; (D) vida digna = humilde; (E) símbolo máximo = conhecidíssimo. 14 - “A América Latina, tão viciada em ditadores, viu surgir na década de 80...”; nesse segmento do texto aparece um exemplo de linguagem figurada denominada: (A) metonímia; (B) sinestesia; (C) metáfora; (D) comparação; (E) pleonasmo. 15 - A alternativa em que a construção com o pronome SE é diferente das demais é: (A) “desfez-se o regime de segregação racial”; (B) “solidificou-se a visão de que (....) o homem tinha direito a uma vida digna”; (C) “justificava-se abertamente o direito do marido de bater na mulher”; (D) “Lutou-se pela idéia de que todos os homens merecem a liberdade”; (E) “respeitar-se o sinal vermelho”. 19 01 02 03 04 05 06 07 08 B E E D C A D B 09 10 11 12 13 14 15 E * D C C A D Assembléia Espírito santo – 2006. PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA NÃO É FALTA DE CORAÇÃO, MAS DE CÉREBRO. Veja, 5 de julho, 2006 Nesta edição, VEJA traz uma reportagem sobre um aspecto fascinante do capitalismo americano: o da filantropia bilionária. Aos 75 anos, o investidor Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, decidiu doar 85% de sua fortuna (o equivalente a 37,4 bilhões de dólares) a cinco fundações. A maior parte desse dinheiro (30,7 bilhões) será transferida de forma escalonada para a fundação administrada por Bill Gates, o homem mais rico do mundo. A doação transforma a fundação de Gates numa potência filantrópica de proporções inéditas: 60 bilhões de dólares, cifra similar ao PIB do Peru e ao valor de mercado da Disney, uma das gigantes do mundo do entretenimento. Essa nova fase da filantropia americana surge num contexto em que sobressaem uma virtude e uma falha. A virtude é o estágio atual do próprio sistema capitalista, capaz, em sua forma mais avançada, de gerar excedentes vultosos que retornam à sociedade pela mão de empresários conscientes e abnegados. A falha é dos governos e das instituições internacionais, como o Banco Mundial, que se mostraram ineficazes no combate à pobreza e às endemias do mundo. Pessoas como Buffett e Gates, portanto, indicam um caminho para supri-la. A filantropia, é bom que se diga, faz parte da cultura americana desde o século XIX. Trata-se de uma atitude de origem religiosa que, com o passar dos anos, evoluiu para tornar-se parte fundamental das relações sociais naquele país. Hoje, nos Estados Unidos, mais pessoas doam a projetos sociais do que votam em eleições. Calcula-se que 89% dos americanos façam algum tipo de contribuição financeira voluntária. Não é pouca coisa. Cerca de 75% do total de recursos doados nacionalmente vem de pessoas físicas. Esses números são altos porque existe também uma arquitetura fiscal que estimula a filantropia: doações individuais geram créditos tributários que podem ser deduzidos do imposto a pagar. É o contrário do que ocorre no Brasil. Por aqui, não há incentivos fiscais às pessoas que queiram fazer filantropia. Além disso, restrições legais quase intransponíveis dificultam a doação individual de dinheiro, equipamentos e livros para universidades públicas e outras instituições. É caro, difícil e arriscado driblar tais dificuldades. O coração dos brasileiros seria bem mais generoso se o cérebro dos governantes fosse mais ventilado. 1 - A alternativa em que a alteração do segmento destacado pode causar modificação em seu sentido é: (A) “um aspecto fascinante do capitalismo americano” – um fascinante aspecto do capitalismo dos Estados Unidos; (B) “uma das gigantes do mundo do entretenimento” – uma das gigantes do entretenimento do mundo; (C) “A doação transforma a fundação Gates numa potência filantrópica” – a fundação Gates é transformada pela doação numa potência filantrópica; (D) “em que sobressaem uma virtude e uma falha” – em que sobressaem uma falha e uma virtude; (E) “Esses números são altos” – são altos esses números. 2 - O título do texto – Não é falta de coração, mas de cérebro – refere-se: (A) à falta de vontade dos brasileiros em ajudar o próximo; (B) à desorganização do mundo empresarial brasileiro; (C) ao despreendimento de alguns milionários americanos; (D) aos brasileiros e aos governantes do país, respectivamente; (E) à ausência de doações americanas a fundações brasileiras. 3 - Para dar a dimensão dos fundos da fundação Gates após a doação referida, o autor do texto a compara ao PIB do Peru; essa comparação funciona como bom argumento do texto porque: (A) o PIB do Peru é um dos mais altos do mundo; (B) a fundação Gates pode ser comparada a uma nação; (C) o Peru é justamente um país que necessita de ajuda filantrópica; (D) a fundação mostra mais poder que um país; (E) a desproporção com o Brasil se torna flagrante. 4 - “capaz, em sua forma mais avançada, de gerar excedentes vultosos”; o autor empregou corretamente a forma sublinhada, não a confundindo com seu parônimo vultuosos. A alternativa abaixo que mostra uma troca indevida de parônimos é: (A) Algumas doações passam despercebidas; (B) Nem todos os ladrões são presos em flagrante delito; (C) Devia-se infligir penas duras aos ladrões de colarinho branco; (D) As leis não devem sortir o efeito desejado; (E) Deve-se atuar sempre com muita discrição. 5 - A virtude apontada no segundo parágrafo do texto está vinculada: (A) a qualidades do sistema capitalista e a qualidades de cidadãos; (B) a qualidades de alguns cidadãos apesar do sistema capitalista; (C) a qualidades do sistema capitalista apesar de alguns cidadãos; (D) a defeitos do sistema que são reparados por cidadãos conscientes; (E) à abnegação e consciência de todos os empresários capitalistas. 6 - Ao dizer que os excedentes do sistema capitalista “retornam à sociedade”, o autor do texto quer dizer que: (A) os lucros voltam à própria empresa que os gerou; (B) os excedentes retornam como ajuda a toda a sociedade; (C) a sociedade capitalista recebe de volta o capital empregado; 20 (D) o excesso de capital retorna em forma de ações para as companhias; (E) a sociedade ganha mais capital de investimento. 7 - “das instituições internacionais, como o Banco Mundial, que se mostraram ineficazes”; o segmento como o Banco Mundial tem o valor de: (A) exemplificação; (B) comparação; (C) conformidade; (D) modo; (E) explicação. 8 - “Pessoas como Buffett e Gates, portanto, indicam um caminho para supri-la”; o pronome sublinhado se refere a: (A) pobreza; (B) endemia; (C) falha; (D) filantropia; (E) sociedade. 9 - Conscientes e fascinantes são vocábulos corretamente grafados com SC; a alternativa que apresenta um vocábulo ERRADAMENTE grafado é: (A) fascismo – descendência; (B) adolescência – tescitura; (C) piscina – suscitar; (D) fluorescente – miscigenação; (E) ascético – lascívia. 10 - A alternativa em que os dois elementos sublinhados possuem funções distintas é: (A) “instituições internacionais como o Banco Mundial” – “Pessoas como Buffett e Gates”; (B) “Trata-se de uma atitude de origem religiosa” – “Calcula-se que 89% dos americanos”; (C) “a fundação de Gates” – “retornam à sociedade pela mão de empresários conscientes e abnegados”; (D) “gerar excedentes vultosos que retornam à sociedade” – “Trata-se de uma atitude de origem religiosa que, com o passar dos anos, evoluiu”; (E) “A maior parte desse dinheiro será transferida...para a fundação administrada por Gates” – “a doação individual de dinheiro...para universidades públicas”. 11 - Segundo o texto, NÃO se inclui entre os fatores que fazem com que atitudes filantrópicas estejam muito mais presentes nos EUA que no Brasil: (A) uma antiga tradição cultural de origem religiosa; (B) uma crença que favorece a caridade; (C) a possibilidade de dedução no imposto de renda; (D) uma estruturação fiscal favorável; (E) a pouca participação das pessoas jurídicas. 12 - “Hoje, nos Estados Unidos, mais pessoas doam a projetos sociais do que votam em eleições”; pode-se inferir desse segmento do texto que: (A) as eleições recebem pouca participação nos Estados Unidos; (B) a participação do povo nas eleições é obrigatória; (C) a cidadania americana está em decadência; (D) o povo americano é ideologicamente atrasado; (E) à participação política os americanos preferem a prática da caridade. 13 - “surge num contexto em que sobressaem uma virtude e uma falha”; nesse segmento do texto é obrigatória a presença da preposição EM antes do pronome relativo QUE. A alternativa abaixo que mostra uma frase ERRADAMENTE construída porque o pronome relativo deveria ser precedido de uma preposição é: (A) Essa é uma atitude que todos os americanos gostam; (B) Os milionários doam dinheiro que seria encaminhado ao imposto de renda; (C) A filantropia é uma atitude americana que todos elogiam; (D) A riqueza que é transferida gera bem-estar; (E) Essa é uma atitude que surge a partir de diversos fatores. 14 - “restrições legais quase intransponíveis dificultam a doação individual de dinheiro”; a forma de reescrever-se essa mesma frase que ALTERA o seu sentido é: (A) dificultam a doação individual de dinheiro restrições legais quase intransponíveis; (B) quase intransponíveis restrições legais dificultam a individual doação de dinheiro; (C) a doação individual de dinheiro é dificultada por restrições legais quase intransponíveis; (D) dificultam a doação individual de dinheiro quase intransponíveis restrições legais; (E) restrições legais dificultam de forma intransponível a doação individual de dinheiro. 15 - “Gates e Buffett doaram eles .......... .......... recursos para homens e mulheres ..........”; a alternativa cuja seqüência preenche adequadamente as três lacunas desse período é: (A) mesmos – bastantes – desabrigados; (B) mesmo – bastante – desabrigadas; (C) mesmo – bastantes – desabrigados; (D) mesmos – bastante – desabrigadas; (E) mesmo – bastante – desabrigado. Questão 01 02 03 04 05 06 Gabarito B D B D A B 07 08 09 10 11 12 13 14 15 A C B B E E A E A Prefeitura de Alagoinhas – 2005 LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO NÚMEROS E ARMAS O mais recente diagnóstico da Unesco sobre causas e efeitos da criminalidade no Brasil mostra números tristes – mas úteis, se governo e opinião pública derem-se ao trabalho de interpretar corretamente os dados. O dado mais trágico é o crescimento dos homicídios envolvendo jovens de 15 a 24 anos: subiram 88,6% entre 1993 e 2002. O aumento é maior do que o registrado na população em geral (62,3%), embora este índice já leve a conclusões sombrias: é quatro vezes superior ao do aumento da população. No mesmo período, diminuíram os índices da mortalidade em geral, o que torna mais assustador o crescimento do número de homicídios, principalmente se isso acontece com mais força na juventude. O crime tem muitas causas: pobreza e desemprego, educação deficiente, tensões sociais etc. E seria um erro ignorar o medo da perspectiva de 21 impunidade, provocada por deficiências na capacidade de repressão do Estado. O Brasil tem muito a avançar nesse campo. Seria absurdo se tornássemos a tarefa mais difícil recuando em áreas nas quais já houve progresso. O avanço mais importante dos últimos tempos é, sem dúvida, a aprovação pelo Congresso do Estatuto do Desarmamento. Foi ação custosa e demorada, enfrentando a cada passo o forte lobby da indústria de armamentos e munição. A sensatez acabou vencendo, quando um número suficiente de parlamentares, sob forte pressão da opinião pública, reconheceu que a posse praticamente indiscriminada de armas por cidadãos é indutora da violência. Sem falar na facilidade com que marginais, experientes nisso, levam a arma e muitas vezes a vida de pessoas pacíficas que tentam enfrentá-los na área de sua sinistra especialidade. Quanto menos armas em circulação, maior será a nossa contribuição para amenizar as estatísticas da Unesco. Quanto mais cedo, melhor. 01 - Ao ser colocado no título do texto, o vocábulo números se refere a: (A) quantidade de jovens mortos pela criminalidade; (B) estatísticas publicadas por estudo da Unesco; (C) número de armas ainda em circulação; (D) aumento de mortes provocadas por armas de fogo; (E) variedade de medidas a serem tomadas contra a criminalidade. 02 - A primeira frase do texto alude a causas e efeitos da criminalidade no Brasil; o item abaixo que representa um efeito, e não uma causa, segundo o texto, é: (A) diminuição dos homicídios envolvendo jovens; (B) pobreza de grande parte da população; (C) aprovação do Estatuto do Desarmamento; (D) o desemprego que atinge milhares de brasileiros; (E) as deficiências educacionais. 03 - O item em que NÃO aparece qualquer tipo de intensificação é: (A) “O mais recente diagnóstico da Unesco...”; (B) “O dado mais trágico é o crescimento dos homicídios...”; (C) “Quanto mais cedo, melhor.”; (D) “O avanço mais importante dos últimos tempos...”; (E) “O Brasil tem muito a avançar nesse campo”. 04 - “...mostra números tristes -...”; a palavra tristes, nesse caso, está empregada em sentido conotativo; o item abaixo em que o termo sublinhado também está empregado em sentido conotativo é: (A) “Quanto mais cedo, melhor”; (B) “Seria absurdo se tornássemos a tarefa mais difícil...”; (C) “...este índice já leve a conclusões sombrias:...”; (D) “O crime tem muitas causas...”; (E) “Foi ação custosa e demorada...”. 05 - O item em que o adjetivo inicial tem um substantivo cognato (de mesma família de palavras) indicado INCORRETAMENTE é: (A) trágico – tragédia; (B) pública – publicidade; (C) difícil – dificuldade; (D) deficiente – deficiência; (E) sombrias – sombra. 06 - A palavra lobby é um estrangeirismo que tem como significado: (A) ato de influenciar autoridades para obter benefícios legais; (B) organização fraudulenta de empresários; (C) grupos de marginais organizados dentro da atividade política; (D) poder econômico; (E) união de interesses contrários ao bem público. 07 - Os números da Unesco podem ser úteis, SE governo e opinião pública derem-se as mãos; nesse segmento, o conectivo em maiúsculas pode ser adequadamente substituído por: (A) quando; (B) já que; (C) apesar de; (D) desde que; (E) enquanto. 08 - “...governo e opinião pública derem-se as mãos...”; nesse segmento, o vocábulo SE tem o mesmo valor que em: (A) As armas e os crimes se atraem; (B) Foram-se os criminosos para a cadeia; (C) Visitaram-se os detentos na prisão; (D) As estatísticas se desatualizaram; (E) Os crimes se multiplicam a cada fim de semana. 09 - Homicídio equivale a um crime caracterizado por: (A) roubo seguido de morte; (B) tentativa de assassinar alguém; (C) morte de um homem; (D) morte de um ser humano; (E) morte seguida de fuga. 10 - De acordo com o segundo parágrafo do texto: (A) a população aumenta mais que os crimes envolvendo jovens; (B) o aumento de crimes é pouco maior que a taxa de crescimento populacional; (C) a juventude é a maior autora de homicídios; (D) a mortalidade entre jovens cresceu menos que a população; (E) diminuíram os índices de criminalidade em geral. 11 - A forma etc., empregada no terceiro parágrafo do texto, significa que: (A) nada mais havia a dizer; (B) o autor do texto esqueceu-se de algo; (C) havia outras coisas mais importantes a dizer; (D) outros termos poderiam ser ditos; (E) algo foi censurado no texto. 12 - Segundo o texto, a impunidade é: (A) um dos efeitos da criminalidade; (B) mais uma causa da criminalidade; (C) gerada pelas leis muito rigorosas; (D) fruto da corrupção policial; (E) favorecida por nosso código penal. 13 - O Estatuto do Desarmamento: (A) retira armas de circulação; (B) proíbe a utilização de armas pelas pessoas honestas; (C) induz a que todos se armem contra o crime; (D) faz com que o lobby da indústria se desmoralize; (E) é um indutor da violência contra os jovens. 14 - O texto pede _______________ no banimento das armas. O vocábulo que preencheria corretamente a lacuna dessa frase, segundo o que se depreende da leitura do texto, é: (A) cuidado; 22 (B) calma; (C) urgência; (D) legalidade; (E) rigor. 15 - Ao aprovar o Estatuto do Desarmamento, o Congresso: (A) contrariou o desejo da população; (B) favoreceu o lobby da indústria armamentista; (C) cedeu às pressões da opinião pública; (D) demonstrou insensatez no trato das coisas públicas; (E) mostrou desapreço pelas pressões populares. 01 02 03 04 05 06 07 B C E C B A D 08 09 10 11 12 13 14 15 A D E D B A C C Várzea paulista – 2006 LÍNGUA PORTUGUESA Texto base para as questões 1 a 4 Pode-se prever que os ideólogos do capitalismo de Estado usarão de todos os apelos populistas de que puderem valer-se para introduzir no texto constitucional um forte golpe contra a iniciativa privada no campo econômico. Como se sabe, é muito fácil acenar para desempregados com benefícios e sinecuras que, em muitos casos constituem a essência das empresas estatais, ineficientes por natureza, destituídas de qualquer competitividade pelas situações de monopólio e oligopólio nas quais atuam. São empresas que utilizam o dinheiro do contribuinte para cobrir seus déficit constantes e podem ser apontadas como as maiores responsáveis pelo desastre financeiro do governo federal. As empresas estatais conferem poder político através do poder econômico que têm. Alargar seu raio de ação em detrimento da iniciativa privada é uma tentação considerável para muita gente. Tenho certeza de que se assistirá a uma verdadeira batalha na Assembléia Constituinte travada por muitos segmentos ali representados, para a conquista de um campo maior de ação para as empresas estatais. Diante dessa ameaça, os defensores da livre iniciativa não podem ficar inertes. Os empresários, tenho repetido muito ultimamente , devem evitar que a Constituinte seja tomada de assalto pela demagogia. É por isso que defendo a utilização de recursos humanos e financeiros, por parte dos empresários, para eleger o maior número possível de representantes que venham a se contrapor na Constituinte à tendência estatizante que domina parte da classe política. Naturalmente, não estou aqui sugerindo que se faça qualquer coisa ilegal. Espero mesmo que se tomem providências rapidamente para regulamentar o uso de dinheiro nas campanhas para a Constituinte, de maneira a que tudo seja feito às claras e de normas aceitáveis. O dinheiro, nesse caso, deve ajudar na consolidação de ideais democráticos e não funcionar em prejuízos deles. O que sugiro é a ação dos empresários em defesa aberta e decidida da livre iniciativa no momento em que se prepara a futura Constituição. VALENTE , César Rogério. Os empresários precisam agir. In:– -Veja, 26 jun 1985 1 - É possível, pela leitura do texto, perceber que seu autor assume a defesa da iniciativa privada e opõe-se às empresas estatais, os procedimentos argumentativos utilizados, no entanto, apresentam defeitos: O procedimento argumentativo, utilizado pelo autor, que se pode considerar adequado é: (A) utilização de conceitos e afirmações genéricos. (B) emprego de noções abstratas. (C) uso de conceitos que se contradizem entre si. (D) comprovação de fatos citados. (E) apresentação de sugestão para resolver o problema. 2 - No texto encontram-se algumas afirmações sobre o desempenho das empresas estatais, em relação à sua eficiência. O argumento que é utilizado para defender essa idéia é frágil pelo seu grau de generalidade. A expressão empregada que exemplifica esse problema é: (A) apelos populistas. (B) qualquer competitividade. (C) ineficientes por natureza. (D) situações de monopólio. (E) livre iniciativa. 3 - O emissor do texto, procura levar-nos a aceitar o pressuposto de que as empresas privadas não usam o poder econômico para influir no poder político. A afirmação que permite depreender esse pressuposto é: (A) As empresas estatais conferem poder político através do poder econômico que têm. (B) Alargar seu raio de ação em detrimento da iniciativa privada é uma tentação considerável... (C) Diante dessa ameaça, os defensores da livre iniciativa não podem ficar inertes ... (D) ... defendo a utilização de recursos humanos e financeiros, por parte dos empresários, para eleger o maior número possível de representantes... (E) Espero mesmo que se tomem providências rapidamente para regulamentar o uso de dinheiro nas campanhas... 4 - Partindo da noção de que, na escrita, o interlocutor está ausente e não pode interferir para pedir esclarecimentos, é fundamental não haver ambigüidades no texto, para que haja perfeita recepção. No texto em questão vamos encontrar alguns obstáculos à adesão do receptor, principalmente pelo uso de alguns termos utilizados sem o rigor necessário. A seqüência em que todas as expressões apresentam essa característica é: (A) desastre financeiro; governo federal e déficits constantes. (B) poder político; livre iniciativa e desastre financeiro. (C) tendência estatizante; poder econômico e iniciativa privada. (D) apelos populistas; assalto pela demagogia e ideais democráticos. (E) o uso de dinheiro; normas aceitáveis e defesa aberta. Um baile no campeão do mundo - e na casa deles O conjunto corinthiano teve uma atuação brilhante, e a goleada poderia ter atingido a casa dos seis, oito, que não seria injustiça ao melhor futebol do mundo. Quando o Corinthians saiu daqui, notava-se receio nos rostos de todos. Por que os dirigentes escolheram logo o Uruguai? Logo os campeões do mundo? Seriam a desgraça do Corinthians. (...) 23 Antes do jogo, crônica e público - no Uruguai comentavam que o Corinthians, quando muito, poderia livrarse de uma goleada. Assim pensavam os uruguaios. Os corinthianos, “calouros” em competições internacionais, pisavam o gramado longe do apoio da sua torcida, a mais entusiástica do Brasil. E iniciaram o jogo com acanhamento. Decorridos, porém, os primeiros oito minutos, o cenário mudou completamente. O “mais brasileiro”, com precisão cronométrica, foi se impondo, dominou e triturou sem apelação a equipe uruguaia. O Corinthians foi o “dono” do campo. E os gols se sucederam. E muitos outros teriam surgido, não fosse o goleiro Mateo que operou defesas milagrosas. O Corinthians “derrotado” antes do início da peleja, enfrentando um adversário temível, obteve a mais notável vitória dos clubes nacionais fora de suas fronteiras, e elevou bem alto o prestígio do futebol do Brasil. Extra. Dez. 1976 5 - Uma das normas do texto jornalístico é a utilização de dados que permitam ao leitor fazer sua própria avaliação. No entanto, nem sempre essa norma é respeitada. A seqüência em que todas as palavras ou expressões utilizadas indicam a presença avaliativa do produtor do texto é: (A) campeões do mundo; competições internacionais e dono do campo. (B) atuação brilhante; melhor futebol do mundo e notável vitória. (C) conjunto corinthiano; goleada e receio nos rostos. (D) pisavam o gramado; a mais entusiástica e iniciaram o jogo. (E) o cenário mudou; os primeiros oito minutos e um adversário temível. 6 - A escolha precisa da função da linguagem mais adequada aumenta a chance de êxito no processo de comunicação, ou seja, a reação desejada no receptor. A função de linguagem, no texto, que se sobrepõe à função de base referencial é: (A) referencial. (B) poética. (C) metalingüística. (D) emotiva. (E) fática. 7 - A frase a seguir foi reescrita cinco vezes. A reescritura que estabelece relação coerente entre as orações é: (A) Trabalhamos bastante, embora devamos ser bem remunerados. (B) Trabalhamos bastante, já que devemos ser bem remunerados. (C) Trabalhamos bastante, contudo devemos ser bem remunerados. (D) Trabalhamos bastante, apesar disso devemos ser bem remunerados. (E) Trabalhamos bastante, em vista disso devemos ser bem remunerados. O texto a seguir é base para as respostas das questões 8 e 9. Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento da sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e formosa. Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem como o raio de sol no prisma do diamante. Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira o seu fulgor? José de Alencar. Senhora. 8 - Aponte, das referências feitas a seguir, aquela que NÃO se pode atribuir a Aurélia. (A) nova estrela. (B) rainha dos salões. (C) raio de sol no prisma do diamante. (D) ídolo dos noivos em disponibilidade. (E) brilhante meteoro. 9) Observe: Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro. A expressão sublinhada refere-se a outro temo anteriormente citado que é: (A) a própria Aurélia (B) fortuna e beleza. (C) os seios da moça. (D) as flores do vaso. (E) deusa e musa. 10 - Meses e meses recolhida e murcha, sai de casa, liberta-se da estufa a flor guardada (o guarda - chuva). Agora, cresce na mão pluvial, cresce. Na rua, sustento o caule de uma grande rosa negra que se abre sobre mim na chuva. Mauro Mota As figuras de linguagem são recursos de expressão, bastante explorados nos textos literários, que conferem à linguagem maior colorido e expressividade. A figura de linguagem predominante no texto acima é: (A) metonímia (B) sinestesia (C) catacrese (D) antítese (E) metáfora 11 - Observe a fala da personagem abaixo: A atitude do senhor é discutível, porém sua colocação pronominal é perfeita, de acordo com a norma culta. A regra que justifica corretamente tal colocação é: (A) Utiliza-se a mesóclise, quando o verbo se encontra no futuro do presente ou do pretérito. (B) Exige-se a mesóclise do pronome nas orações declarativas. (C) Usa-se próclise do pronome com palavras ou expressões de valor negativo. (D) Emprega-se o pronome, nas orações optativas ou exclamativas, em próclise. 24 (E) Faz-se uso da ênclise, quando os verbos estão no modo imperativo. 12 - Chama-se regência à relação de subordinação que se estabelece entre um verbo ou um nome e seus complementos. Observe o diálogo: —Vamos no cinema comigo? —Você sabe que prefiro mais praia do que cinema! Para que este diálogo esteja totalmente de acordo com a norma culta, as pessoas deverão expressar-se da seguinte forma: (A) Vamos no cinema comigo? Você sabe que prefiro praia do que cinema! (B) Vamos ao cinema comigo? Você sabe que prefiro praia a cinema! (C) Vamos ao cinema comigo? Você sabe que prefiro mais praia ao cinema! (D) Vamos no cinema comigo? Você sabe que prefiro praia do que cinema! (E) Vamos no cinema comigo? Você sabe que prefiro a praia ao cinema! 13 - Concordância é a harmonia de flexão das palavras de uma frase. Em relação à concordância verbal, a frase que segue as normas previstas na gramática é: (A) Mais de um concorrente se cumprimentaram. (B) Sua calma e tranqüilidade me davam segurança. (C) Ele é um dos alunos que venceu o concurso. (D) Os Lusíadas eternizou o nome de Camões. (E) O pai ou o irmão levarão a noiva ao altar. 14 - As palavras da Língua Portuguesa são formadas por dois processos básicos:derivação e composição. A oração em que há um vocábulo formado pelo processo de derivação imprópria é: (A) Ele se cortou com o canivete. (B) Durante o combate ele foi ferido. (C) Houve um comício monstro na Cinelândia. (D) O pedreiro não veio trabalhar hoje. (E) Aprecio as aves pernaltas. 15 - Pronome é uma palavra praticamente vazia de significado, mas que remete a quem fala quem ouve ou a um assunto que se desenvolve. O pronome pessoal refere-se diretamente a uma das pessoas do discurso. Observe: Olha, seu moço, como se passou o caso do jumento do coronel, de verdade, não sei lhe explicar. O pronome pessoal oblíquo sublinhado na fala acima faz referência a um outro elemento do texto que é: (A) o caso. (B) jumento. (C) coronel. (D) seu moço. (E) verdade. 01 02 03 04 05 06 07 08 E C A D B D E C 09 10 11 12 13 14 15 B E A B * C D Universidade do Estado de Mato Grosso – 2005. LÍNGUA PORTUGUESA URGÊNCIA O Globo, 19/02/2005 Ao constatar que, de 40 pessoas que costumam dormir nas praias de Copacabana e Ipanema, 35 vieram de fora da cidade, a Secretaria municipal de Assistência Social decidiu que não mais serão acolhidos nos abrigos públicos os sem-teto adultos que não sejam do Rio de Janeiro. Eles serão enviados de volta a suas cidades ou, se não quiserem, ficarão mesmo nas ruas. A decisão, na aparência, tem lógica. Afinal, se o Rio vai proporcionar abrigo a todos que vierem mendigar aqui, isso só aumentará o poder de atração da metrópole e portanto o fluxo de migração. Fica claro que o problema não pode ser visto como local: exige uma política integrada de municípios, estados e governo federal. Mas essa atitude, além de tratar o problema como sendo exclusivamente da população de rua – quando na verdade é da cidade – não leva em conta que, se algum dia estará em prática essa desejada política nacional, isso só acontecerá num futuro muito distante. Até lá, num pólo turístico como é o Rio, os moradores de rua que não forem convencidos a deixar a cidade – e quantos serão? – continuarão aqui, onde obviamente há mais oportunidades, ou pelo menos esmolas maiores, do que nos municípios de onde vieram. É uma maneira segura de afugentar os turistas de que o Rio tanto precisa, e que respondem por 13% da renda da cidade. É meritório que a prefeitura se bata por uma política integrada para a questão. Mas até que ela se torne realidade, manter em caráter permanente, com todas as dificuldades, um programa de recolhimento da população de rua é uma necessidade do Rio. 1 - Segundo o primeiro parágrafo do texto, a decisão da Secretaria municipal de Assistência Social foi tomada a partir de: (A) um levantamento geral de dados sobre a população de rua; (B) uma análise estatística de dados de uma pesquisa; (C) uma hipótese que foi confirmada em pesquisa; (D) uma suposição ainda não confirmada pelos dados; (E) uma pressuposição contrariada pelos dados de uma pesquisa. 2 - “...não mais serão acolhidos nos abrigos públicos os sem-teto adultos que não sejam do Rio de Janeiro”; podese inferir desse segmento do texto que: (A) os abrigos públicos só abrigavam adultos; (B) anteriormente, os abrigos públicos só acolhiam nãocariocas; (C) as crianças não-cariocas serão acolhidas nos abrigos; (D) só cariocas serão futuramente acolhidos nos abrigos; (E) os sem teto não cariocas só serão aceitos com crianças. 3 - “abrigos públicos”; nesse segmento do texto, o melhor significado para o adjetivo destacado é: (A) que se refere ou pertence ao povo; (B) que serve para uso de todos; (C) sob a responsabilidade de um governo; (D) que é do conhecimento de todos; (E) conjunto anônimo de pessoas. 4 - Ao dizer, no início do segundo parágrafo, que a decisão da Secretaria municipal de Assistência Social tem lógica “na aparência”, o autor do texto antecipa que: (A) haverá um outro aspecto não considerado pelas autoridades; (B) o governo continuará com a mesma política agora adotada; 25 (C) a situação dos sem-teto melhorará sensivelmente; (D) as medidas governamentais terão maus resultados; (E) as medidas governamentais só têm importância política. 5 - “...se o Rio vai proporcionar abrigo a todos que vierem mendigar aqui,...”; o emprego da forma verbal vierem tem valor de: (A) ação futura dependente de outra ação futura; (B) um fato futuro terminado em relação a outro fato futuro; (C) uma ação de que se duvida; (D) ação ainda não realizada; (E) indicar uma incerteza sobre fatos passados. 6 - “Fica claro que o problema não pode ser visto como local”; a forma abaixo dessa mesma frase que altera o sentido original é: (A) Que o problema não pode ser visto como local é algo que fica claro; (B) Fica claro que não se pode ver o problema como local; (C) Claro fica que não pode ser visto como local esse problema; (D) Que não se pode ver o problema como local fica claro; (E) Fica claro o problema de que não pode ser visto como local. 7 - No início do terceiro parágrafo há a referência a “essa atitude”; a atitude a que esse segmento se refere é a de: (A) procurar integrarem-se as políticas municipal, estadual e federal; (B) enviarem-se todos os sem-teto não cariocas para suas cidades de origem; (C) restringir-se o acolhimento nos abrigos públicos; (D) manter em caráter provisório um atendimento para todos os sem-teto; (E) aumentar o fluxo migratório para a cidade. 8 - Entre os argumentos que se opõem à decisão da Secretaria municipal de Assistência Social só NÃO está incluído: (A) tratar-se o problema como se ele só fosse da população de rua; (B) prejudicar a vinda de turistas para a cidade; (C) a solução de integração política levará ainda muito tempo; (D) trazer prejuízo econômico para o Estado; (E) não levar os municípios menores a se desenvolverem. 9 - “A maneira segura de afugentar os turistas” do Rio de Janeiro, segundo o texto, é: (A) permitir-se livremente a presença da população de rua; (B) obrigar os sem-teto a voltarem para suas cidades de origem; (C) deixar que ocorram atos de violência; (D) reduzir o fluxo de estrangeiros para a cidade; (E) conservar o hábito de darem-se esmolas maiores. 10 - “É meritório que a Prefeitura se bata por uma política integrada para a questão”; a expressão “bater-se por” equivale a: (A) revoltar-se contra; (B) defender a idéia de; (C) não desejar; (D) organizar-se para; (E) opor-se a. 11 - “com todas as dificuldades”; o conectivo que poderia ser adequadamente colocado em lugar da preposição com nesse segmento do texto é: (A) por causa de; (B) diante de; (C) apesar de; (D) além de; (E) ao encontro de. 12 - Segundo se pode depreender do texto: (A) os sem-teto são parte da população de rua; (B) os sem-teto da população de rua não são cariocas; (C) a população de rua é constituída pelos sem-teto; (D) todos os sem-teto são adultos; (E) os sem-teto vivem de esmolas e pequenos roubos. 13 - A urgência, que dá título ao texto, refere-se a: (A) transferência dos sem-teto para suas cidades de origem; (B) aumento de fluxo turístico para o Rio de Janeiro; (C) criação de uma política integrada de ação social; (D) mudança da decisão tomada pelo governo municipal; (E) proibição de se pedirem esmolas nas ruas da cidade. 14 - A frase em que a substituição do verbo pelo substantivo correspondente NÃO é correta é: (A) “As constatar que, de 40 pessoas...” / A constatação de que 40 pessoas; (B) “vierem mendigar aqui” / vierem para a mendicância aqui; (C) “além de tratar o problema” / além do tratamento do problema; (D) “manter em caráter permanente” / a manutenção em caráter permanente; (E) “maneira segura de afugentar os turistas” / maneira segura de fuga dos turistas. 15 - O texto, em função de sua estrutura, pretende: (A) discutir um tema a partir de um fato novo; (B) apresentar uma solução definitiva para um problema; (C) narrar uma sucessão de fatos; (D) descrever o estado em que se encontram as ruas da cidade; (E) convencer o público da necessidade de uma política de integração social. 01 02 03 04 05 06 07 B D C A D E C 08 09 10 11 12 13 14 15 E A B C C D E A UFRJ – 2004 – Administrador LÍNGUA PORTUGUESA Todas as questões desta prova são baseadas em ocorrências cotidianas de uso da linguagem e tentam avaliar sua competência de entendimento e de desempenho em língua escrita. 1 - Uma manchete do jornal O Dia, de 7 de agosto de 2004, dizia: Padrasto engravida e mata enteada Uma melhor redação para essa mesma frase é: a) Padrasto engravida enteada e a mata; b) Padrasto mata e engravida enteada; c) Padrasto mata enteada e a engravida; 26 d) Padrasto engravida enteada e mata a enteada; e) Padrasto mata enteada e engravida enteada. 2 - Uma camionete de uma determinada empresa trazia escrito em sua carroceria a seguinte frase: “Este carro é provido de tacômetro”. A finalidade de um veículo ser provido desse aparelho seria: a) controlar a quantidade de carga; b) medir a refrigeração da cabine; c) avaliar o estado dos pneus; d) conhecer a velocidade do veículo; e) registrar a presença de radares. 3 - Numa notícia trágica, um jornal carioca mostrava uma cabeça carbonizada deixada numa das estações do metrô e abaixo da foto os seguintes dizeres: uma cabeça decapitada era alvo da curiosidade dos passageiros do metrô. Nessa frase há uma inadequação lógica, pois: a) ninguém tem curiosidade por coisas mórbidas; b) a expressão “alvo da curiosidade” só se aplica a coisas boas; c) o metrô não tem “passageiros”, mas “freqüentadores”; d) o adjetivo “decapitado” não se aplica à cabeça, mas ao corpo; e) o adjetivo “decapitada” deveria ser substituído por “degolada”. 4 - Na beira de uma estrada havia uma placa com as seguintes palavras: VENDE-SE OVOS FRESCOS DE GALINHAS Dessa placa pode-se dizer que: a) há necessidade absoluta de especificar-se que os ovos são de galinhas; b) apresenta um erro de concordância, segundo a norma culta; c) o adjetivo “frescos” se refere à temperatura dos ovos; d) não revela o essencial: o preço; e) o verbo “vender” afasta os fregueses, em lugar de atraí-los. 5 - Numa livraria estava exposto um “Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa”; esse dicionário tem como finalidade informar: a) todos os significados das palavras; b) a grafia correta de todos os vocábulos portugueses; c) os novos vocábulos criados no âmbito da Língua Portuguesa; d) o significado original das palavras de Língua Portuguesa; e) o valor lógico das palavras portuguesas. 6 - Uma famosa manchete de jornal dizia: “Cachorro fez mal a moça”, onde há uma cômica ambigüidade. A frase abaixo que NÃO apresenta ambigüidade é: a) o funcionário encontrou o chefe no dia de seu aniversário; b) João e Maria casaram-se neste fim de semana; c) Pedro viu José correndo pela rua; d) o chefe deixou de importar-se com seu funcionário; e) o grupo entrou na casa com os turistas. 7 - O item em que todas as vírgulas da frase de Caetano Veloso estão colocadas de forma mais adequada é: a) Eu dizia, sobre os arranha-céus de Nova York, que, olhando para eles, tinha a impressão de que eles já haviam sido destruídos há muito tempo; b) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York que, olhando para eles, tinha a impressão de que eles já haviam sido destruídos há muito tempo; c) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York, que, olhando para eles, tinha a impressão de que eles já haviam sido destruídos há muito tempo; d) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York que, olhando para eles, tinha a impressão, de que eles já haviam sido destruídos há muito tempo; e) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York que, olhando para eles, tinha a impressão de que eles já haviam sido destruídos, há muito tempo. 8 - Ao final de uma carta, o remetente escreveu a abreviatura P.S., seguida de uma informação para o destinatário. Essa abreviatura significa que: a) a informação dada é sigilosa e, por isso, não deve ser dita a ninguém; b) o remetente decidiu acrescentar algo ao que já havia sido escrito; c) o destinatário deve comunicar a informação às pessoas interessadas; d) a informação prestada ainda carece de confirmação; e) a informação dada será o motivo da próxima carta. 9 - Todos os latinismos abaixo transcritos fazem parte de nossa vida diária; o item em que o latinismo tem seu significado dado de forma INCORRETA é: a) quorum – o número dos quais é necessário; b) habitat – ambiente próprio onde viver; c) superávit – diferença entre o que se produziu e o que se consumiu; d) in natura – em estado natural; e) vice versa – em sentido oposto, ao contrário. 10 - Há poucos dias uma cidade de MG comemorou o seu sesquicentenário, ou seja, a idade de: a) 100 anos; b) 600 anos; c) 150 anos; d) 25 anos; e) 500 anos. 11 - A frase cuja forma está INADEQUADA é: a) O presente, eu o comprei; b) Os doentes, nós os visitamos; c) Aos doentes, nós lhes presenteamos; d) O menino, eu lhe conheço; e) As meninas, eles as admiram. 12 - “PF prende 20 por desvio de R$500 milhões em Manaus”; esta foi a manchete do jornal O Globo do dia 11 de agosto de 2004. A afirmação ERRADA sobre os elementos dessa manchete é: a) a palavra desvio é um eufemismo de roubo; b) a abreviatura PF corresponde a “Polícia Federal”; c) a frase informa a razão da prisão feita pela PF; d) o segmento em Manaus tem duplo sentido; e) por clareza se deveria escrever em reais após “R$500 milhões”. 13 - Num teste de um programa de rádio, o locutor pergunta: “Quanto é a metade de dois mais dois?” O ouvinte responde “dois” e o locutor diz que a resposta certa é “três”. A causa da confusão está: a) na possibilidade de dupla leitura da pergunta; b) na ambigüidade da palavra “metade”; c) na ignorância do locutor; d) na ignorância do ouvinte; e) no desconhecimento do significado de “metade”. 14 - No uso do hífen na grafia portuguesa, ensina Evanildo Bechara: “Usa-se o hífen nas palavras compostas em que os elementos, com a sua acentuação 27 própria, não conservam, considerados isoladamente, a sua significação, mas o conjunto constitui uma unidade semântica” (Moderna gramática portuguesa, p. 75). Essa regra NÃO se aplica, portanto, em: a) água-marinha; b) segunda-feira; c) sub-oficial; d) amor-perfeito; e) pára-choque. 15 - As frases abaixo foram retiradas de uma reportagem de um jornal paulista; indique aquela que apresenta problemas de concordância, segundo a norma culta: a) os assaltantes preferem carros e motos modernas; b) os motoristas passam por estreitos becos e vielas; c) os automóveis com moderno farol e pára-brisa; d) os transeuntes passam por iluminados praça e largo; e) os muros do bairro são cinza e marrons. 16 - Entre as palavras abaixo, aquela que apresenta forma correta é: a) poleiro; b) impecilho; c) lampeão; d) mágua; e) cortume. 17 - A frase cuja estrutura NÃO está correta é: a) São lembranças de que jamais esqueci; b) São estes os documentos que tanto se discutia; c) Eis os quadros cujos pintores aprecio; d) São argumentos de que não se pode abrir mão; e) Eis os ideais a que aspiramos. 18 - A frase de construção EQUIVOCADA é: a) era perto de três horas da tarde; b) eram 25 de agosto; c) Neuzinha era as preocupações do pai; d) da cidade à ilha são dez quilômetros; e) era dez horas quando ela chegou. 19 - A frase abaixo que admite outra flexão do verbo é: a) V. Exa. é inteligente; b) O quadro ou os quadros foram vendidos; c) A maior parte dos operários decidiu sair; d) Precisa-se de mais empregos; e) Era uma vez dois irmãos bastante amigos. 20 - A frase que apresenta ERRO no emprego do verbo fazer é: a) Faz três anos que elas se casaram; b) Fazem-se muitos trabalhos apressadamente; c) Já deve fazer dois anos que chegamos; d) Vão fazer duas semanas que lá estive; e) Aqui faz invernos terríveis. 28