UFRJ - 2006
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – CRIANÇAS, OBJETOS DESCARTÁVEIS
Maria Elisa Alves – O Globo, 09/02/2006
Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as
justificativas para uma atitude extrema, que tem sido
cada vez mais freqüente: o abandono de um filho recémnascido. Mas, para especialistas, a mãe que deixa um
bebê ao relento e a que tenta matá-lo são desequilibradas.
A psicanalista Eliana Helsinger diz que as mulheres
envolvidas nesses crimes têm distúrbios psíquicos e
tratam crianças como objetos descartáveis:
- Quando elas se livram de um bebê num rio, é como se
ele nunca tivesse existido – diz Eliana, que acredita que a
pobreza em nada influencia o gesto das mães. – Se você
não tem nada, você deixa o bebê num orfanato, não se
livra dele simplesmente.
Para o pediatra Lauro Monteiro Filho, os abandonos
recentes não se assemelham aos casos de depressão
pósparto, quando as mães rejeitam os bebês por se
sentirem, muitas vezes, incapazes de lidar com eles.
- Esses casos destroem o mito do amor materno. Entre
adolescentes, é comum a rejeição pelo filho, um estorvo.
Isso existe em todas as classes, a diferença é que, na
média, há avós para cuidar de uma criança rejeitada.
Antigamente, existia a roda dos expostos (lugar nas
Santas Casas onde as mães deixavam anonimamente os
filhos que não podiam criar). Hoje, a Justiça poderia
assumir papel semelhante, fazer campanha dizendo que
aceita filhos que as mães não querem. Há tantas famílias
querendo adotar bebês. Para o deputado Flávio Bolsonaro
(PP), defensor do planejamento familiar, a situação
econômica das mães pode influenciar suas decisões:
- Quando percebem que não vão conseguir sustentar mais
um filho, desesperam-se. A culpa desses abandonos é
também do poder público. O Rio só oferece dez
laqueaduras por mês. Para o prefeito César Maia, a
discussão não é essa:
- Que relação pode haver entre uma assassina
bárbara, uma mente desvirtuada e a prevenção da
natalidade? Pensar em anticonceptivos tomando como
base fatos bárbaros como esse é uma grave e perigosa
distorção.
1 - “Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as
justificativas para uma atitude extrema, que tem sido
cada vez mais freqüente: o abandono de um filho recémnascido”; as mesmas idéias desse segmento inicial do
texto só NÃO são repetidas de forma adequada em:
(A) uma atitude extrema, cada vez mais freqüente, a de
abandonar um filho recém-nascido tem sido justificada
costumeiramente pela depressão pós-parto ou pela
pobreza;
(B) a atitude extrema do abandono de um filho
recémnascido, cada vez mais freqüente, tem na depressão
pós-parto ou na pobreza as justificativas mais usuais;
(C) a depressão pós-parto ou a pobreza costumam ter
como justificativas a atitude extrema, cada vez mais
freqüente, de abandonar um filho recém-nascido;
(D) o abandono de um filho recém-nascido, uma atitude
extrema, costuma ser justificado pela pobreza ou pela
depressão pós-parto;
(E) as justificativas de depressão pós-parto ou pobreza
são apontadas habitualmente para o abandono de um
filho recém-nascido, uma atitude extrema cada vez mais
freqüente.
2 - “Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as
justificativas...”; neste caso a concordância se faz com a
forma
verbal no plural (costumam) porque o fato expresso pelo
verbo pode ser atribuído tanto a “depressão” como a
“pobreza”. A frase abaixo em que a forma verbal deve vir
no singular é:
(A) a filha ou o filho abandonado devem ter a proteção da
lei;
(B) a mãe ou o pai devem ser responsabilizados pelo mal
causado aos filhos;
(C) menino ou menina abandonada devem ser objeto de
adoção;
(D) a educação ou a lei devem fazer com que as crianças
não sofram;
(E) Minas ou São Paulo devem ser a sede de uma ONG
de proteção à criança.
3 - “a mãe que deixa um bebê ao relento e a que tenta
matá-lo são desequilibradas”; entre as alternativas abaixo,
aquela que NÃO conserva o sentido original dessa
opinião da psicanalista é:
(A) tanto a mãe que deixa um bebê ao relento como a que
tenta matá-lo são desequilibradas;
(B) só a mãe que deixa um bebê ao relento e também a
que tenta matá-lo são desequilibradas;
(C) a mãe que deixa um bebê ao relento assim como a
que tenta matá-lo são desequilibradas;
(D) a mãe que deixa um bebê ao relento tanto quanto a
mãe que tenta matá-lo são desequilibradas;
(E) assim como a mãe que deixa um bebê ao relento,
também a mãe que tenta matá-lo é desequilibrada.
4 - “as mulheres envolvidas nesses crimes têm distúrbios
psíquicos / e tratam crianças como objetos descartáveis”;
a segunda oração desse período, em relação à primeira,
apresenta um valor semântico de:
(A) adição;
(B) causa;
(C) comparação;
(D) conseqüência;
(E) explicação.
5 - Um subtítulo adequado a essa matéria jornalística é:
(A) psicanalista culpa distúrbios psíquicos e pediatra
descarta depressão pós-parto;
(B) pobreza explica o abandono de bebês;
(C) distúrbios psíquicos e pobreza não explicam o
abandono de bebês;
(D) bebês abandonados são vítimas do descaso das
autoridades públicas;
(E) pobreza é causa mais grave que os distúrbios
psíquicos no abandono de bebês.
6 - “Se você não tem nada, você deixa o bebê num
orfanato, não se livra dele simplesmente”; o comentário
INCORRETO sobre esse segmento do texto é:
(A) o pronome você se refere ao leitor do texto;
(B) o advérbio simplesmente está mal colocado na frase;
(C) o pronome ele (dele) se refere ao bebê citado
anteriormente;
(D) a última oração mostra uma idéia de oposição em
relação à oração anterior;
(E) o vocábulo bebê abrange pessoas do sexo masculino e
do feminino.
1
7 - O texto lido foi produzido num momento em que
vinham ocorrendo vários casos de abandono de bebês em
várias
partes do país. O segmento do texto que mostra uma
relação com acontecimentos cronologicamente próximos
e não um tratamento geral do tema é:
(A) “Depressão pós-parto ou pobreza costumam ser as
justificativas para uma atitude extrema, que tem sido
cada vez mais freqüente: o abandono de um filho
recémnascido.”
(B) “Há tantas famílias querendo adotar bebês.”
(C) “as mães rejeitam os bebês por se sentirem, muitas
vezes, incapazes de lidar com eles.”
(D) “Se você não tem nada, você deixa o bebê num
orfanato.”
(E) “Entre adolescentes, é comum a rejeição pelo filho,
um estorvo.”
8 - Como uma solução para minorar os problemas
derivados do abandono de bebês o texto sugere:
(A) a volta da “roda dos expostos”;
(B) o não-engravidamento de adolescentes;
(C) a redução da pobreza;
(D) uma campanha oficial;
(E) o tratamento psiquiátrico das grávidas.
9 - “Esses casos destroem o mito do amor materno”; o
mito aludido pelo pediatra consultado pelo autor da
matéria
jornalística é construído basicamente pela idéia de:
(A) duro trabalho doméstico;
(B) amor incondicional aos filhos;
(C) dedicação constante ao cônjuge;
(D) responsabilidade pela educação dos filhos;
(E) encaminhamento religioso da família.
10 - O texto fala de bebês como “objetos descartáveis”; o
significado do adjetivo “descartável” mais adequado
(significados retirados do dicionário Houaiss), em função
do contexto em que está situado, é:
(A) que não se destina nem a conservar nem a consertar;
(B) que se deita fora após uma ou mais utilizações;
(C) que é facilmente substituível;
(D) que se caracteriza por ser passageiro, sem
profundidade;
(E) que pode ou deve ser posto de lado.
11 - Entre os segmentos abaixo, aquele cuja preposição
destacada tem emprego inadequado por gerar certa
ambigüidade é:
(A) “Isso existe em todas as classes”;
(B) “é comum a rejeição pelo filho, um estorvo”;
(C) “há avós para cuidar de uma criança”;
(D) “Para o pediatra Lauro Monteiro Filho”;
(E) “a pobreza em nada influencia o gesto das mães”.
12 - “Entre adolescentes, é comum a rejeição pelo filho,
um estorvo. Isso existe em todas as classes, a diferença é
que, na média, há avós para cuidar de uma criança
rejeitada”. A expressão “na média”, nesse segmento do
texto:
(A) equivale à expressão “em geral”;
(B) corresponde à “proporcionalmente”;
(C) refere-se à classe média;
(D) é sinônimo de “no final”;
(E) pode ser substituída por “globalmente”.
13 - Pode-se observar, a partir dos depoimentos do texto,
que:
(A) cada depoente vê o caso a partir de seu espaço
profissional;
(B) o pediatra tenta criticar o depoimento anterior;
(C) a psicanalista vê o problema de forma feminista;
(D) as razões apresentadas não são acompanhadas de
argumentos;
(E) nenhum depoente apresenta soluções para o
problema.
14 - “Pós-parto” e “recém-nascido” são vocábulos
grafados com hífen; o substantivo abaixo que NÃO deve
ser grafado
com hífen é:
(A) segunda-feira;
(B) ponto-de-vista;
(C) abaixo-assinado;
(D) extra-oficial;
(E) manga-espada.
15 - “Há tantas famílias querendo adotar bebês”; a
alternativa abaixo que substitui INCORRETAMENTE a
forma do verbo haver é:
(A) pode haver;
(B) deve haver;
(C) podem existir;
(D) há de haver;
(E) deve existir.
16 - “Há tantas famílias querendo adotar bebês”; se
substituirmos o substantivo bebês por um pronome
pessoal
oblíquo, a forma adequada dessa frase será:
(A) Há tantas famílias querendo adotar-lhes;
(B) Há tantas famílias lhes querendo adotar;
(C) Há tantas famílias querendo adotá-los;
(D) Há tantas famílias querendo os adotar;
(E) Há tantas famílias querendo adotar-los.
17 - No texto, as opiniões que se opõem são:
(A) pediatra X psicanalista;
(B) psicanalista X deputado;
(C) deputado X pediatra;
(D) prefeito X pediatra;
(E) psicanalista X prefeito.
18 - “O Rio só oferece dez laqueaduras por mês”; a
introdução da palavra só nesta frase do texto mostra:
(A) uma opinião negativa do deputado pelo serviço
prestado pela Prefeitura;
(B) um julgamento da autora do texto sobre o fato
discutido;
(C) uma apreciação elogiosa sobre o que é feito na área
do planejamento familiar;
(D) o ponto de vista de que o número de laqueaduras no
Brasil é muito grande;
(E) uma dúvida sobre a eficiência do poder público no
problema discutido no texto.
19 - “deixavam anonimamente os filhos que não podiam
criar”; nesta frase do texto o pronome relativo QUE não é
precedido de qualquer preposição, pois o verbo criar não
a exige. A alternativa abaixo em que a frase apresenta
erro
no uso de uma preposição antes do pronome relativo é:
(A) As mães abandonam filhos de que não gostam;
(B) Os locais em que são abandonados os bebês são
desertos;
(C) A pobreza não é causa a que se possa apelar;
2
(D) Os políticos só falam de assuntos de que lhes tragam
votos;
(E) Esses são os pontos sobre que se deve pensar.
20 - “Quando percebem que não vão conseguir sustentar
mais um filho, desesperam-se”; em relação às duas
orações
anteriores, a terceira oração desse fragmento do texto
(desesperam-se) mostra um tempo:
(A) simultâneo;
(B) imediatamente anterior;
(C) imediatamente posterior;
(D) bastante anterior;
(E) bastante posterior.
QUESTÃO
OPÇÃO
1
C
2
E
3
B
4
D
5
A
6
A
7
A
8
D
9
B
10
E
11
B
12
C
13
A
14
B
15
E
16
C
17
A
18
A
19
D
20
C
TBG – 2006
LÍNGUA PORTUGUESA
O que faz o brasil Brasil?
Devo começar explicando o meu enigmático título.
É que será preciso estabelecer uma distinção radical entre
um “brasil” escrito com letra minúscula, nome de um tipo
de madeira de lei ou de uma feitoria interessada em
explorar uma terra como outra qualquer, e o Brasil que
designa um povo, uma nação, um conjunto de valores,
escolhas e ideais de vida. O “brasil” com o b minúsculo é
apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação
interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor
condição de se reproduzir como sistema; como, aliás,
queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam
na terra – um pedaço perdido de Portugal e da Europa –
um conjunto doentio e condenado de raças que,
misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de
um clima tropical, estariam fadadas à degeneração e à
morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B
maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura,
local geográfico, fronteira e território reconhecidos
internacionalmente, e também casa, pedaço de chão
calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e
consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação
especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um
tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e
também temporalidade que pode ser acelerada na festa do
carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e
que pode ser trazida de volta na boa recordação de
saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e,
assim, insubstituíveis. Sociedade onde pessoas seguem
certos valores e julgam as ações humanas dentro de um
padrão somente seu. Não se trata mais de algo inerte, mas
de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e
consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e
o passado, num movimento próprio que se chama
História.
Roberto Da Matta
1 - A forma INADEQUADA de reescrever a primeira
frase do texto – devo começar explicando o meu
enigmático título – é:
(A) o meu título é enigmático, pois devo começar
explicando-o;
(B) já que o meu título é enigmático, devo começar
explicando-o;
3
(C) devo começar explicando o meu título, pois ele é
enigmático;
(D) por meu título ser enigmático, devo começar por sua
explicação;
(E) devo começar pela explicação de meu título por ser
ele enigmático.
2 - Tendo lido o texto, podemos dizer que o que procura
estabelecer o livro de onde foi retirado este texto
introdutório é:
(A) como foi feita a passagem de um local atrasado para
uma nação moderna;
(B) as características específicas de uma nação
denominada Brasil;
(C) as marcas da colonização portuguesa no país atual;
(D) o estabelecimento de valores que inserem o Brasil no
mundo moderno;
(E) a procura de explicações que permitem interpretar o
Brasil.
3 - “O “brasil” com o b minúsculo é apenas um objeto
sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço
de coisa que morre e não tem a menor condição de se
reproduzir como sistema”; segundo esse fragmento do
texto, a única característica que NÃO marca o “brasil”
com b minúsculo é:
(A) esterilidade;
(B) morte;
(C) autoconsciência;
(D) fragmentação;
(E) impossibilidade.
4 - Se o brasil com b minúsculo é um objeto sem vida,
sem autoconsciência e sem pulsação interior, os adjetivos
que melhor qualificam esse brasil são, respectivamente:
(A) moribundo, desconhecido e inerte;
(B) murcho, decadente e senil;
(C) inerme, ignorante e desaparecido;
(D) paralisado, atrasado e superficial;
(E) morto, inconsciente e desfibrado.
5 - “como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do
século XIX, que viam na terra – um pedaço perdido de
Portugal e da Europa – um conjunto doentio e condenado
de raças que, misturandose ao sabor de uma natureza
exuberante e de um clima tropical, estariam fadadas à
degeneração e à morte biológica, psicológica e social”; a
marca da nação brasileira atual a que se alude neste
fragmento do texto é o(a):
(A) misticismo;
(B) degeneração;
(C) vulnerabilidade;
(D) discriminação;
(E) miscigenação.
6 - “que pode ser acelerada na festa do carnaval”, “que
pode ser detida na morte e na memória”, “que pode ser
trazida de volta na boa recordação da saudade”; a(s)
frase(s) que pode(m) ser vista(s) unicamente como
construção de voz passiva é:
(A) que pode ser acelerada na festa do carnaval;
(B) que pode ser detida na morte e na memória;
(C) que pode ser trazida de volta na boa recordação da
saudade;
(D) que pode ser acelerada na festa do carnaval / que
pode ser detida na morte e na memória;
(E) que pode ser detida na morte e na memória / que
pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade.
7 - A relação estrutural entre “tempo e temporalidade” se
repete em:
(A) substituto / substituição;
(B) atemporal / atemporalidade;
(C) inerte / inércia;
(D) nação / nacionalidade;
(E) complementar / complementaridade.
8. “Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade
viva, cheia de auto-reflexão e consciência: algo que se
soma e se alarga para o futuro e o passado, num
movimento próprio que se chama História”; esse
fragmento do texto se opõe a um outro fragmento
anterior. A oposição entre os fragmentos que NÃO está
correta é:
(A) “não se trata mais de algo inerte” / “é apenas um
objeto sem vida”;
(B) “mas de uma entidade viva” / “fadadas à degeneração
e à morte”;
(C) “cheia de auto-reflexão e consciência” / “é apenas um
objeto sem...autoconsciência”;
(D) “algo que se soma e se alarga” / “fadadas à
degeneração e à morte biológica”;
(E) “algo que se soma e se alarga para o futuro e o
passado” / “um conjunto doentio e condenado de raças”.
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B
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D
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Secretaria do Estado de Mato Grosso - 2006
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – NEM ANJO NEM DEMÔNIO
Miriam Scavone
Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu poder
de causar dependência. Os educadores dos anos 60
bradaram palavras acusando-a de “chupeta eletrônica”.
Os militantes políticos creditavam a ela a alienação dos
povos. Era um demônio que precisava ser destruído.
Continuou a existir, e quem cresceu vendo desenhos
animados, enlatados americanos e novelas globais não foi
mais imbecilizado – ao menos não por esse motivo. Ponto
para a televisão, que provou ser também informativa,
educativa e (por que não) um ótimo entretenimento. Com
exceção da qualidade da programação dos canais abertos,
tudo melhorou. Mas começaram as preocupações em
relação aos telespectadores que não conseguem dormir
sem o barulho eletrônico ao fundo. Ou aos que deixam de
ler, sair com amigos e até de namorar para dedicar todo o
tempo livre a ela, ainda que seja pulando de um programa
para o outro. “Nada nem ninguém me faz sair da frente da
TV quando volto do trabalho”, afirma a administradora
de empresas Vânia Sganzerla. Muitos telespectadores
assumem esse comportamento. Tanto que um grupo de
estudiosos da Universidade de Rutgers, nos Estados
Unidos, por meio de experimentos e pesquisas, concluiu
que a velha história do vício na TV não é só uma
metáfora. “Todo comportamento compulsivo ao qual a
pessoa se apega para buscar alívio, se fugir do controle
pode ser caracterizado como dependência”, explica
Robert Kubey, diretor do Centro de Estudos da Mídia da
Universidade de Rutgers. Os efeitos da televisão sobre o
sono variam muito. “Quando tenho um dia estressante,
agitado, não durmo sem ela”, comenta Maurício Valim,
4
diretor de programas especiais da TV Cultura e criador
do site Tudo sobre TV. Outros, como Martin Jaccard,
sonorizador de ambientes, reconhecem que demoram a
pegar no sono após uma overdose televisiva. “Sinto uma
certa irritação, até raiva, por não ter lido um bom livro,
namorado ou ouvido uma música, mas ainda assim não
me arrependo de ver tanta TV, não. Gosto demais”. É
uma das mais prosaicas facetas desse tipo de
dependência, segundo a pesquisa do Centro de Estudos
da Mídia. As pessoas admitem que deveriam maneirar,
mas não se incomodam a ponto de querer mudar o
hábito. Sinal de que tanto mal assim também não faz.
1 - A alternativa abaixo que confirma o título do texto é:
(A) “Os efeitos da televisão sobre o sono variam muito”;
(B) “fala-se do seu poder de causar dependência”;
(C) “Era um demônio que precisava ser destruído”;
(D) “Os educadores dos anos 60 bradaram palavras
acusando-a de ‘chupeta eletrônica’ “;
(E) “As pessoas admitem que deveriam maneirar, mas
não se incomodam a ponto de querer mudar o hábito”.
2 - A designação “chupeta eletrônica” contém a idéia
básica para o texto de:
(A) infantilidade;
(B) dependência;
(C) tecnologia;
(D) alienação;
(E) conformismo.
3 - A palavra “alienação” deve ser compreendida no
contexto como:
(A) afastamento, alheamento;
(B) transferência de bens para outra pessoa;
(C) indiferença às questões políticas ou sociais;
(D) perturbação mental;
(E) negação de valores cristãos.
4 - Como sabemos, num texto há muitas vozes; a
afirmativa INADEQUADA em relação à presença de
vozes no texto lido é:
(A) nesse texto, uma voz privilegiada é da autora,
Miriam Scavone;
(B) outra voz presente no texto é a dos leitores, que
interagem com o que é afirmado;
(C) os militantes políticos também têm voz no texto;
(D) na forma “fala-se”, na primeira linha do texto, há
uma voz não identificada;
(E) as aspas podem marcar a presença de vozes diferentes
da do autor.
5 - No primeiro parágrafo do texto o autor incluiu uma
pergunta entre parênteses: (por que não?); essa pergunta
tem a função textual de:
(A) reafirmar algo que muitas pessoas podem negar;
(B) confirmar o que todos sabem;
(C) questionar o leitor sobre o seu posicionamento;
(D) perguntar sobre algo que é evidente;
(E) discutir algo que não tem resposta adequada.
6 - “Com exceção da qualidade da programação dos
canais abertos, tudo melhorou”; a forma de reescrever-se
essa mesma frase com alteração de seu sentido inicial é:
(A) Tudo melhorou, com exceção da qualidade da
programação dos canais abertos;
(B) Salvo a qualidade da programação dos canais
abertos, tudo melhorou;
(C) Com exceção da qualidade dos canais abertos, no que
tange à sua programação, tudo melhorou;
(D) Todo o demais melhorou, exceto a qualidade da
programação dos canais abertos;
(E) Apesar de a qualidade da programação dos canais
abertos ter piorado, todo o resto melhorou.
7 - A citação “Todo comportamento compulsivo ao qual a
pessoa se apega para buscar alívio, se fugir do controle
pode ser caracterizado como dependência” tem a função
textual de:
(A) dar autoridade e credibilidade ao texto;
(B) indicar a fonte onde se apóia o autor do texto;
(C) demonstrar a falsidade de alguns argumentos da
mídia;
(D) explicar uma idéia a ser futuramente expressa;
(E) exemplificar algo que foi citado anteriormente.
8
“Muitos
telespectadores
assumem
esse
comportamento. Tanto que um grupo de estudiosos da
Universidade de Rutgers”; a expressão sublinhada tem
valor textual de:
(A) intensidade;
(B) conseqüência;
(C) explicação;
(D) conclusão;
(E) causa.
9 - A alternativa em que o termo sublinhado – todos do
primeiro parágrafo do texto - NÃO tem seu referente
identificado como a televisão é:
(A) “Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu
poder de causar dependência”;
(B) “Os educadores dos anos 60 bradaram palavras
acusando-a de ‘chupeta eletrônica’ “;
(C) “Era um demônio que precisava ser destruído”;
(D) “Ponto para a televisão, que provou também ser
informativa...”;
(E) “Os militantes políticos creditaram a ela a alienação
dos povos”.
10 - “(A TV) Continuou a existir, e quem cresceu vendo
desenhos animados, enlatados americanos e novelas
globais não foi mais imbecilizado – ao menos por esse
motivo”; pode-se inferir desse segmento do texto que:
(A) a geração da TV está totalmente imbecilizada;
(B) os desenhos animados não provinham dos Estados
Unidos;
(C) as novelas globais eram acusadas de imbecilizarem o
público;
(D) hoje menor número de pessoas é imbecilizado pela
TV;
(E) outros motivos causam menor imbecilização do
público.
11 - “Ponto para a televisão que provou também ser
informativa, educativa”; sobre os adjetivos “informativa,
educativa”, pode-se dizer corretamente que:
(A) são sinônimos perfeitos;
(B) o segundo adjetivo supõe maior valor da informação
prestada;
(C) o primeiro adjetivo supõe maior durabilidade no
tempo;
(D) apresentam valores semânticos opostos;
(E) o segundo explica o primeiro.
12 - “a velha história do vício da TV não é só uma
metáfora”; a frase em que NÃO há uma construção
metafórica é:
(A) “overdose televisiva”;
(B) “chupeta eletrônica”;
5
(C) “Era um demônio”;
(D) “vendo desenhos animados”;
(E) “nem anjo nem demônio”.
13 - No texto aparecem duas palavras grafadas em
itálico: site e overdose. Sobre esses termos pode-se
afirmar que:
(A) são estrangeirismos perfeitamente adaptados ao uso
diário de língua portuguesa;
(B) correspondem a realidades para as quais ainda não
temos substitutos em língua portuguesa;
(C) mostram que os americanismos estão sendo
relegados a segundo plano;
(D) indicam a presença da linguagem da informática em
nossa língua;
(E) comprovam a submissão cultural dos Estados Unidos
ao Brasil.
14 - “Sinto uma certa irritação, até raiva...”; considerando
as duas palavras finais desse segmento, pode-se afirmar
que:
(A) a segunda traz mais intensidade que a primeira;
(B) a primeira é mais coloquial que a segunda;
(C) a segunda é mais erudita que a primeira;
(D) a segunda tem ponto de vista positivo, ao contrário
da primeira;
(E) as duas são sinônimas, sem diferenças semânticas.
15 - “Sinto uma certa irritação, até raiva, por não ter lido
um bom livro, namorado ou ouvido uma música, mas
ainda assim não me arrependo de ver tanta TV”; esta
declaração mostra, argumentativamente falando:
(A) troca da causa pelo efeito;
(B) certa ilogicidade entre os termos;
(C) a causa seguida da conseqüência;
(D) a fuga do assunto;
(E) a negação da evidência.
16 - Se o texto apresentasse a declaração “ver muita TV
faz mal”, poderíamos afirmar que seu conteúdo:
(A) representaria uma idéia do domínio público;
(B) resumiria a idéia da autora do texto sobre a TV;
(C) pertenceria aos argumentos favoráveis à TV;
(D) estaria mais para anjo que para demônio;
(E) esclareceria o autor do pensamento veiculado.
17 - A alternativa que mostra um adjetivo de caráter
subjetivo é:
(A) “um ótimo entretenimento”;
(B) “chupeta eletrônica”;
(C) um dia estressante”;
(D) “canais abertos”;
(E) “programas especiais”.
18 - A alternativa que mostra um vocábulo
ERRADAMENTE grafado com SC é:
(A) fascismo / adolescência;
(B) fosforescente / crescente;
(C) piscina / ascensão;
(D) prescisão / ascendente;
(E) luminescente / ascese.
19 - O vocábulo que apresenta acentuação gráfica errada
é:
(A) ínterim;
(B) boêmia;
(C) rúbrica;
(D) estratégia;
(E) egoísmo.
20 - “Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu
poder de causar dependência”; a forma de reescrever-se
essa mesma frase que ALTERA o seu sentido original é:
(A) Nos anos 40, desde que a TV surgiu, fala-se do seu
poder de causar dependência;
(B) Desde que a TV surgiu, nos anos 40, o seu poder de
causar dependência é citado;
(C) Fala-se do poder da TV de causar dependência desde
que ela surgiu, nos anos 40;
(D) Fala-se do poder da TV de causar dependência desde
que, nos anos 40, ela surgiu;
(E) Desde que surgiu a TV, nos anos 40, fala-se do seu
poder de causar dependência.
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Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito
Santo - IDAF
LÍNGUA PORTUGUESA
Ecodúvidas
Luc Ferry
Que haja uma dimensão científica na preocupação com o
meio ambiente, não se discute, embora os dados objetivos
sejam bem mais controversos do que se costuma supor: a
dimensão real dos perigos ligados ao “buraco da camada
de ozônio” permite debates acirrados, da mesma forma
que as causas e a extensão do fenômeno conhecido como
“efeito estufa”. Quanto ao aquecimento da Terra e à
elevação do nível do mar que resultaria do derretimento
do gelo nos pólos, as opiniões mais autorizadas estão em
perfeita contradição: segundo os dados e os modelos
matemáticos de previsão elaborados pela própria Nasa, é
possível que o nível baixe, que se eleve ou que se
mantenha. Tudo depende! Seria bom, portanto, dispor de
um balanço mais definitivo sobre essas questões e
algumas outras que agitam a imprensa com tanto vigor.
Pois quanto maior a incerteza científica tanto maior a
propagação do dogmatismo entre os profissionais da
ecologia política, que aproveitam a indeterminação dos
dados para avivar o “grande medo planetário”, base da
paixão democrática nessa questão.
01 – As “ecodúvidas” a que se refere o título do texto
dizem respeito:
(A) à dimensão científica das preocupações ecológicas;
(B) à dimensão real dos perigos anunciados;
(C) à imprecisão dos modelos matemáticos;
(D) ao desprezo do homem pela natureza;
(E) ao despreparo dos ecologistas em geral.
02 – “Que haja uma dimensão científica na preocupação
com o meio ambiente, não se discute”; a forma
INADEQUADA de reescrever-se essa frase do texto é:
(A) Não se discute haver uma dimensão científica na
preocupação com o meio ambiente;
(B) Não se discute que haja uma dimensão científica na
preocupação com o meio ambiente;
(C) Quanto à preocupação com o meio ambiente, não se
discute que haja aí uma dimensão científica;
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(D) Não há discussão sobre o fato de haver uma
dimensão científica na preocupação com o meio
ambiente;
(E) Discute-se não haver uma preocupação científica na
preocupação com o meio ambiente.
03 – “Que haja uma dimensão científica na preocupação
com o meio ambiente, não se discute, // embora os dados
objetivos sejam bem mais controversos do que se
costuma supor”; o que se opõe entre os dois segmentos
dessa parte do texto é:
(A) dimensão científica X dados objetivos;
(B) precisão X suposição;
(C) ciência X dados controversos;
(D) preocupação X despreocupação;
(E) abstração X dados objetivos.
04 – A alternativa abaixo em que o conectivo sublinhado
NÃO é solicitado por algum termo anterior é:
(A) “preocupação com o meio ambiente”;
(B) “derretimento do gelo nos pólos”;
(C) “dispor de um balanço mais definitivo”;
(D) “propagação do dogmatismo”;
(E) “entre os profissionais da ecologia política”.
05 – “...embora os dados objetivos sejam bem mais
controversos...”; a alternativa que mostra um conectivo
que NÃO possui o mesmo valor semântico do vocábulo
embora nesse segmento do texto é:
(A) mesmo que;
(B) ainda que;
(C) apesar de;
(D) sem que;
(E) não obstante.
06 – A expressão “buraco na camada de ozônio” aparece
entre aspas porque:
(A) indica algo de importância destacada no texto;
(B) mostra uma ironia do autor do texto;
(C) marca uma expressão de uso bastante amplo;
(D) assinala uma maneira equivocada de designação;
(E) destaca uma forma popular de expressão.
07 – O buraco na camada de ozônio e as causas e a
extensão do efeito estufa são citados no texto como:
(A) casos controversos de discussão;
(B) exemplos de desprezo do homem pelo meio
ambiente;
(C) demonstrações de casos com dimensão científica;
(D) situações em que se demonstra a preocupação com o
meio;
(E) problemas criados pelo homem na Terra.
08 – “Quanto ao aquecimento da Terra e à elevação do
nível do mar que resultaria do derretimento do gelo nos
pólos”; a utilização do futuro do pretérito nesse segmento
do texto mostra:
(A) a inevitável ocorrência de fatos futuros;
(B) a realização de fatos altamente improváveis;
(C) a incerteza sobre os fatos referidos;
(D) a presença de ações realizadas num futuro distante;
(E) a não-realização dos fatos aludidos.
09 – “Quanto ao aquecimento da Terra e à elevação do
nível do mar”; nesse segmento do texto, a presença das
formas AO e À traz algumas informações sobre o acento
grave indicativo da crase. A única informação que NÃO
pode ser deduzida dessas formas empregadas é:
(A) só se emprega o acento grave antes de palavras
femininas;
(B) o acento grave é resultante da união de A preposição
e A artigo definido feminino;
(C) o acento grave mostra a união de duas vogais;
(D) não se emprega o acento grave antes de palavras
desacompanhadas de artigos;
(E) só se emprega o acento grave antes de palavras
masculinas se estas vierem sem o artigo correspondente.
10 – Dizer que as opiniões mais autorizadas estão em
“perfeita contradição” é um exemplo de linguagem
figurada que se denomina:
(A) metáfora;
(B) ironia;
(C) metonímia;
(D) silepse;
(E) antítese.
11 – A alternativa que NÃO mostra qualquer exemplo de
intensificação de um adjetivo é:
(A) “embora os dados científicos sejam bem mais
controversos do que se costuma supor”;
(B) “as opiniões mais autorizadas estão em perfeita
contradição”;
(C) “dispor de um balanço mais definitivo sobre essas
questões”;
(D) “para avivar o ‘grande medo planetário’ ”;
(E) “Pois quanto maior a incerteza científica...”.
12 – O vocábulo pólos recebe acento gráfico pela mesma
razão que é acentuada a palavra:
(A) pôde;
(B) têm;
(C) vê;
(D) pára;
(E) pó.
13 – “é possível que o nível baixe”; a frase em que a
correspondência entre as formas verbais empregadas
mostra inadequação é:
(A) era possível que o nível baixasse;
(B) será possível o nível baixar;
(C) seria possível que o nível baixasse;
(D) foi possível que o nível baixasse;
(E) seja possível que o nível baixasse.
14 – “que o nível baixe, que se eleve ou que se
mantenha”; a forma verbal abaixo que NÃO está correta
no mesmo tempo verbal do das formas sublinhadas é:
(A) precavenha;
(B) ponha;
(C) interfira;
(D) provenha;
(E) consume.
15 – A alternativa em que o sinônimo do termo
sublinhado está corretamente indicado é:
(A) “sejam bem mais controversos” – diferentes;
(B) “permite debates acirrados” – acalorados;
(C) “com tanto vigor” – interesse;
(D) “a propagação do dogmatismo” – propaganda;
(E) “base da paixão democrática” – política.
16 – “é possível que o nível baixe, que se eleve ou que se
mantenha”; esse segmento comprova uma outra
passagem do texto, que é:
(A) “quanto maior a incerteza científica tanto maior a
propagação do dogmatismo”;
(B) “embora os dados objetivos sejam bem mais
controversos do que se costuma supor”;
(C) “permite debates acirrados”;
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(D) “Que haja uma dimensão científica na preocupação
com o meio ambiente, não se discute”;
(E) “essas questões e algumas outras que agitam a
imprensa com tanto vigor”.
17 – O texto procura demonstrar:
(A) a necessidade de maior precisão científica;
(B) o descuido do homem com o meio ambiente;
(C) a indiferença do homem a problemas graves do
planeta;
(D) o aproveitamento político de questões ecológicas;
(E) a arrogância do conhecimento científico.
18 – “dispor de um balanço”; o verbo dispor, no sentido
em que está empregado, necessita da preposição de em
seu complemento. O verbo abaixo que, em algum de seus
sentidos, mostra o emprego de uma preposição
considerada inadequada pela tradição, mas que está em
processo de aceitação é:
(A) implicar EM;
(B) visar A;
(C) necessitar DE;
(D) investir EM;
(E) aspirar A.
19 – A alternativa que mostra um conectivo cuja
substituição foi feita de forma adequada é:
(A) “segundo os dados” – após;
(B) “para avivar o grande medo planetário” – afim de;
(C) “Pois quanto maior a incerteza” – logo;
(D) “um balanço ..sobre essas questões” – a propósito de;
(E) “agitam a imprensa com tanto vigor” – através de.
20 – Vocábulo que se distingue dos demais por NÃO
expressar o mesmo valor semântico, ligado à imprecisão
científica, é:
(A) controversos;
(B) acirrados;
(C) contradição;
(D) incerteza;
(E) indeterminação.
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FINEP – 2006.
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – A VIDA COMO ELA SERÁ
Jerônimo Teixeira
Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra não será
mais habitável. No limite do seu material combustível, o
Sol estará se expandindo. A elevação da temperatura no
terceiro planeta do sistema solar tornará inviável a
sobrevivência de qualquer criatura. Isso significa que a
vida em nosso mundo já ultrapassou a meia-idade.
Estamos nós, seres vivos, mais perto do fim que do
começo. No tempo que resta, que cara terá a vida sobre a
Terra? Que espécies surgirão e quais estarão fadadas a
desaparecer na trilha das mudanças evolucionárias? E por
quanto tempo ainda viveremos nós, seres humanos, para
presenciar essas mudanças?
01 - O título do texto:
(A) traz certa curiosidade que é satisfeita no decorrer do
texto;
(B) destaca o tema essencial do texto;
(C) expressa uma dúvida do autor do texto;
(D) afirma algo que não é explicitado no texto;
(E) registra temor e descrença no futuro da raça humana.
02 - A alternativa em que o termo sublinhado tem seu
valor dependente da situação geral de produção do texto
é:
(A) “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos”;
(B) “A elevação da temperatura no terceiro planeta do
sistema solar”;
(C) “Estamos nós, seres vivos...”;
(D) “E por quanto tempo ainda viveremos nós...”;
(E) “Isso significa que a vida em nosso mundo...”.
03 - Se tivéssemos o raciocínio: “A Terra não será mais
habitável daqui a 1 bilhão de anos já que o Sol estará se
expandindo”, o raciocínio apresenta um argumento em
que:
(A) se troca o efeito pela causa;
(B) se troca a causa pela conseqüência;
(C) se apela ao princípio da autoridade;
(D) se troca a razão pela intuição;
(E) ocorre desvio do assunto.
04 - “Isso significa que a vida em nosso mundo já
ultrapassou a meia-idade”; reescrevendo-se esse
segmento do texto, a alternativa que mostra uma forma
INADEQUADA de reescritura é:
(A) Isso significa que já ultrapassou a meia-idade a vida
em nosso mundo;
(B) Isso significa que a meia-idade já foi ultrapassada
pela vida em nosso mundo;
(C) A vida em nosso mundo já ultrapassou a meia-idade,
é o que isso significa;
(D) Isso significa que a vida em nosso mundo já teve a
sua meia-idade ultrapassada;
(E) Isso significa a vida em nosso mundo já ter
ultrapassado a meia-idade.
05 - “A elevação da temperatura...tornará inviável a
sobrevivência de qualquer criatura”; se considerarmos
esse segmento como uma frase e substituirmos o
substantivo sobrevivência por um verbo de mesmo
radical, a forma adequada dessa frase seria:
(A) A elevação da temperatura tornará inviável
sobreviver-se qualquer criatura;
(B) A elevação da temperatura tornará inviável a vida de
qualquer criatura;
(C) A elevação da temperatura tornará inviável que
qualquer criatura sobreviva;
(D) A elevação da temperatura tornará inviável qualquer
criatura viver;
(E) Será inviável qualquer criatura sobreviver, se a
temperatura se elevar.
06 - Num texto há muitas palavras anafóricas, ou seja,
palavras cuja função é retomar algo que já foi expresso. A
alternativa que mostra um termo sublinhado que NÃO é
anafórico é:
(A) “No limite do seu material combustível, o Sol estará
se expandindo”;
(B) “A elevação da temperatura no terceiro planeta do
sistema solar”;
(C) “Isso significa que a vida em nosso mundo...”;
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(D) “para presenciar essas mudanças?”;
(E) “Isso significa que a vida em nosso mundo”.
07 - “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra
não será mais habitável”; o emprego da vírgula nesse
caso se justifica porque se trata:
(A) de um aposto;
(B) de um vocativo;
(C) de um termo em ordem inversa;
(D) de uma necessidade de evitar-se ambigüidade;
(E) de uma oração antecipada.
08 - “A elevação da temperatura no terceiro planeta do
sistema solar tornará inviável a sobrevivência de
qualquer criatura”; sobre os aspectos da concordância
nominal e verbal dessa frase, podemos dizer que:
(A) o adjetivo inviável concorda com criatura;
(B) a forma verbal tornará concorda com o sujeito
posposto;
(C) o pronome qualquer é invariável;
(D) o numeral terceiro não concorda com o substantivo
planeta;
(E) no plural, quaisquer criaturas não modificaria a
forma do adjetivo inviável.
09 - A alternativa que mostra elementos que possuem o
mesmo referente é:
(A) Terra / sistema solar;
(B) nosso mundo / o terceiro planeta do sistema solar;
(C) seres vivos / espécies;
(D) Sol / terceiro planeta;
(E) vida / meia-idade.
10 - Assinale a alternativa em que a concordância
nominal NÃO é adequada:
(A) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção
obrigatória;
(B) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção
obrigatórios;
(C) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção
forçadas;
(D) A temperatura do Sol obrigava a obrigatório cuidado
e proteção;
(E) A temperatura do Sol obrigava a obrigatória proteção
e cuidado.
11 - A frase “Observou os astros o cientista alemão”; se
substituirmos o complemento por um pronome oblíquo, a
forma adequada dessa frase seria:
(A) observou-o o cientista alemão;
(B) observou-los o cientista alemão;
(C) observou-lhe o cientista alemão;
(D) observou-lhes o cientista alemão;
(E) observou-os o cientista alemão.
12 - Pertence à área semântica de sol o seguinte
vocábulo:
(A) insólito;
(B) insolação;
(C) insolente;
(D) casulo;
(E) soletrar.
13 - Na frase “O autor do texto pensa que a Terra se
tornará inviável”, criada a partir do tema do texto, a
correspondência de tempos verbais INADEQUADA
correspondente, respectivamente, a pensa e se tornará é:
(A) pensou / se tornaria;
(B) tinha pensado / se tornaria;
(C) pensava / tornará;
(D) pensará / se tornará;
(E) teria pensado / se tornaria.
14 - “Estamos nós, seres vivos, mais perto do fim que do
começo”; a figura que se pode identificar nesse segmento
do texto é a:
(A) antítese;
(B) paradoxo;
(C) personificação;
(D) metáfora;
(E) metonímia.
15 - Por seu conteúdo e estrutura, o texto lido tem como
finalidade prioritária:
(A) especular;
(B) informar;
(C) explicar;
(D) ensinar;
(E) prever.
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Eletronorte – 2006 – 2ª aplicação
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – UM BASTA A HIPOCRISIA
Rodrigo Constantino
Os fatos não deixam de existir pelo simples fato de serem
ignorados Aldous Huxley
Infelizmente, a hipocrisia abunda no mundo,
principalmente nas elites. Em troca do status de um nobre
homem, pessoas vendem a alma ao diabo, traindo
escancaradamente sua própria consciência e bom senso.
A cretinice assume grau espantoso nos debates, e
qualquer um que esteja mais preocupado com a verdade
que com as aparências de suas intenções perde a
paciência ao notar que está dando murro em ponta de
faca. O interesse dessa elite pérfida não é a busca sincera
pela verdade e resultados; mas, sim, o conforto psíquico
de apresentar ser bem intencionado. O mensageiro que
traz a notícia, que destaca os fatos verdadeiros, que
demonstra o absurdo das teorias românticas, esse é o
culpado, um insensível, egoísta. A hipocrisia, aliada à
ignorância de muitos, acaba vencendo a lógica e a
verdade. A necessidade da mente humana de acreditar em
explicações simplistas, culpar fatores exógenos e bodes
expiatórios, e buscar conforto mesmo que na mentira
alimenta bastante essa hipocrisia. Esse texto é um apelo
para darmos um basta a isso. São tantos exemplos de
debates hipócritas que mal sei por onde começar. Talvez
o caso recente de cotas em universidades seja
interessante. Com a constatação da existência de muitos
negros miseráveis no país, logo surgem as soluções
milagrosas, que encobrem atrás de uma nobre embalagem
um objetivo populista eleitoreiro, que trará resultados
catastróficos. Debater com seriedade o tema poucos
querem, pois envolve estudo, a clara culpabilidade do
próprio governo, maior causador da miséria que vivemos,
e medidas que depositam nos próprios indivíduos parte da
solução. Mais fácil confundirem correlação com
causalidade, e apontarem o racismo como culpado pela
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situação dos negros. E assim partimos para a solução
hipócrita das cotas, que representam discriminação,
injustiça e abuso de poder do governo. Os membros da
elite ficam satisfeitos com a aparência de que tal medida
representa um ato de justiça. Hipocrisia pura!
1 - O segundo período do texto, em sua relação
argumentativa com o primeiro, estabelece:
(A) uma exemplificação da hipocrisia referida;
(B) um esclarecimento sobre o que foi dito
anteriormente;
(C) uma explicação metalingüística do que seja
hipocrisia;
(D) uma razão da existência da hipocrisia como
fenômeno social;
(E) uma retificação de algo que pode gerar ambigüidade
de sentido.
2 - A oração abaixo em que a forma sublinhada NÃO
corresponde ao gerúndio é:
(A) A hipocrisia vem crescendo no seio das elites;
(B) Falando sobre qualquer coisa, os homens querem
parecer mais do que são;
(C) Nem todos os exemplos de hipocrisia têm vindo das
elites;
(D) Partindo dos argumentos apresentados, o autor se
posiciona contra a hipocrisia;
(E) Nem todos os artigos deste livro estão tratando de
problemas sociais.
3 - A alternativa em que a troca de posição de certos
elementos pode alterar o sentido original do segmento do
texto é:
(A) “Em troca do status de um nobre homem” – em troca
do status de um homem nobre;
(B) “pessoas vendem a alma ao diabo” – pessoas vendem
ao diabo a alma”;
(C) “A cretinice assume grau espantoso nos debates” – A
cretinice, nos debates, assume grau espantoso;
(D) “traindo escancaradamente sua própria consciência e
bom senso” – traindo escancaradamente seu bom senso e
a própria consciência;
(E) “O interesse dessa elite pérfida não é a busca sincera
pela verdade” – essa elite pérfida não tem por interesse a
busca sincera pela verdade.
4 - A expressão “dar murro em ponta de faca” se refere a
uma ação:
(A) de que não se pode prever os resultados;
(B) cujos resultados são medíocres;
(C) que é contrária ao bom senso;
(D) cuja utilidade é demonstrar dedicação intensa;
(E) a que se atribuem resultados prejudiciais.
5 - “que demonstra o absurdo das teorias românticas”;
tais teorias são caracterizadas por:
(A) apegarem-se a valores religiosos;
(B) indicarem qualidades infelizmente abandonadas;
(C) estarem ultrapassadas pela tecnologia moderna;
(D) demonstrarem valores da sociedade patriarcal;
(E) distanciarem-se da realidade dos fatos.
6 - “Em troca do status de um nobre homem”; a mesma
idéia contida nesse segmento do texto aparece repetida
em:
(A) “vendem a alma ao diabo”;
(B) “aparentar ser bem intencionado”;
(C) “destaca os fatos verdadeiros”;
(D) “culpar fatores exógenos e bodes expiatórios”;
(E) “demonstra o absurdo das teorias românticas”.
7 - A alternativa em que o sinônimo ou termo equivalente
da palavra sublinhada está INCORRETO é:
(A) “Em troca do status de um nobre homem” –
condição;
(B) “O interesse dessa elite pérfida” – desonesta;
(C) “culpar fatores exógenos” – externos;
(D) “Este texto é um apelo” – solicitação;
(E) “a hipocrisia abunda no mundo” – existe em grande
escala.
8 - NÃO é uma explicação plausível para a hipocrisia:
(A) estar mais preocupado com as aparências que com a
verdade;
(B) buscar conforto na mentira;
(C) demonstrar o absurdo das posições românticas;
(D) não acreditar em explicações simplistas;
(E) encontrar bodes expiatórios.
9 - “O mensageiro que traz a notícia, que destaca os fatos
verdadeiros, que demonstra o absurdo das teorias
românticas, esse é o culpado, um insensível, egoísta”; a
opinião sobre o mensageiro mostra o ponto de vista
do(da):
(A) próprio mensageiro;
(B) receptor da notícia;
(C) elite hipócrita;
(D) nobre homem;
(E) autor do texto.
10 - A hipocrisia, segundo o texto, NÃO inclui entre seus
aliados:
(A) a necessidade de apoio psicológico;
(B) a ignorância de grande parte da população;
(C) o conforto psíquico de bem aparentar;
(D) a busca de resultados;
(E) a atribuição alheia de culpa.
11 - “alimenta bastante essa hipocrisia”; a frase em que a
forma bastante está empregada ERRADAMENTE é:
(A) Os atos hipócritas são bastante incômodos para os
sinceros;
(B) A necessidade de encontrar culpados traz bastante
sofrimentos psíquicos;
(C) Os hipócritas aparecem bastante nos debates
públicos;
(D) São bastante problemáticos os encontros de políticos
em campanha;
(E) Os políticos bastante experientes trazem a hipocrisia
no sangue.
12 - “Este texto é um apelo para darmos um basta a isso”;
declarada essa finalidade do texto, podemos dizer que sua
intenção prioritária é:
(A) informar;
(B) ensinar;
(C) prever;
(D) alertar;
(E) convencer.
13 - “que mal sei por onde começar”; esse segmento
demonstra:
(A) a dificuldade do autor em selecionar um caso entre
muitos;
(B) o problema de distinguir o caso de maior hipocrisia;
(C) a dúvida entre o que é e o que não é exemplo de
hipocrisia;
(D) a difícil estruturação de um texto argumentativo;
(E) a facilidade de exemplificar a hipocrisia.
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14 - O caso das cotas universitárias só NÃO funciona no
texto como:
(A) prova de que a hipocrisia não existe só na nossa
sociedade;
(B) exemplo de um caso, entre muitos, de hipocrisia
social;
(C) caso em que se atribui a culpa também a fatores
exógenos;
(D) fato atual em que a solução apresentada é hipócrita;
(E) elemento que apóia os argumentos do autor do texto.
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Eletronorte – 2006 – 1ª aplicação
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO
CONSUMO
ENERGÉTICO
E
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Demétrio Magnoli e Regina Araújo
Atualmente, os recursos energéticos mais utilizados no
mundo são o carvão, o petróleo e o gás natural, à água e
os minerais radioativos: juntos, eles correspondem a
cerca de 90% do consumo energético mundial. A
utilização de qualquer um deles acarreta danos
ambientais. As fontes de energias limpas e renováveis,
tais como a energia solar, a eólica e a geotérmica, ainda
constituem parcelas desprezíveis no balanço energético
mundial, em que pese os grandes investimentos em
pesquisa realizados para torná-las mais eficientes e
menos caras. A queima do petróleo, do carvão e, em
menor escala, do gás natural, libera gases poluentes na
atmosfera, inclusive os gases de estufa. No caso do
carvão, os impactos ambientais começam já nos
procedimentos de extração – a exploração das grandes
minas carboníferas devasta a cobertura vegetal. O
transporte marítimo do petróleo é outra atividade
potencialmente impactante, devido aos riscos de
vazamento. As grandes usinas hidrelétricas exigem a
inundação de vastas áreas, causando alterações profundas
nos ecossistemas. Também a fauna aquática dos rios
pode ser seriamente afetada pela construção de
barragens, que muitas vezes impossibilitam a migração
sazonal, necessária para a reprodução de muitas espécies
de peixes. Nas regiões onde a pesca é uma atividade
econômica importante, o problema se torna ainda maior.
A energia nuclear, além do risco de acidentes, gera
resíduos com grande poder de contaminação. A água
aquecida pelos reatores transfere calor para os rios, mares
e depósitos subterrâneos pelos quais circula, causando
um tipo especial de poluição térmica capaz de
comprometer os ecossistemas. Certas correntes do
pensamento ambientalista sustentam que despoluir o
planeta implica diminuir a utilização desses recursos, ou,
pelo menos, mantê-la em níveis próximos aos atuais.
Entretanto os níveis de consumo vigentes nos países ricos
são muitas vezes superiores aos dos países pobres.
Assim, os patamares atuais excluem grande parte da
humanidade não apenas da condição de poluidores, mas,
principalmente, do consumo de bens e serviços
considerados essenciais, e que precisam de energia para
ser produzidos e distribuídos. Por isso, outras correntes
defendem que a solução mais correta seria a adoção de
padrões de consumo compatíveis com a sustentabilidade
ambiental dos países ricos.
01 – A relação estabelecida entre os dois termos presentes
no título do texto é de:
(A) causa/conseqüência;
(B) conseqüência/causa;
(C) comparação;
(D) afirmação/explicação;
(E) afirmação/conclusão.
02 – A palavra “atualmente”, colocada ao início do texto,
tem seu sentido dependente do(da):
(A) momento da leitura do texto;
(B) ocasião em que o texto foi escrito;
(C) situação descrita no texto;
(D) circunstância em que foi analisado o problema;
(E) momento em que ocorriam os fatos abordados.
03 – “eles correspondem à cerca de 90% do consumo
energético mundial”; a expressão “cerca de” indica uma
quantidade:
(A) inferior;
(B) superior;
(C) precisa;
(D) desconhecida;
(E) aproximada.
04 – As fontes de energia “eólica” e “geotérmica” se
referem, respectivamente, a:
(A) vento / calor;
(B) luminosidade / atividade vulcânica;
(C) gás / luz;
(D) vento / luz;
(E) gás / calor.
05 – “em que pese os grandes investimentos”; a
expressão sublinhada tem valor semântico de:
(A) condição;
(B) finalidade;
(C) comparação;
(D) causalidade;
(E) concessão.
06 – A alternativa em que o elemento sublinhado indica o
agente e não o paciente do termo anterior é:
(A) “a utilização de qualquer um deles”;
(B) “a queima do petróleo”;
(C) “inundação de vastas áreas”;
(D) “a fauna aquática dos rios”;
(E) “construção de barragens”.
07 – “mais eficientes e menos caras”; nesse segmento do
final do primeiro parágrafo, a relação lógica entre os
elementos é a de:
(A) mais eficientes, além de menos caras;
(B) quanto mais eficientes, mais caras;
(C) quanto mais eficientes, menos caras;
(D) quanto menos eficientes, mais caras;
(E) se mais eficientes, mais caras.
08 – O texto lido pertence ao tipo de texto informativo;
pode-se dizer sobre a estrutura desse texto que:
(A) os dados fornecidos como informação são totalmente
desconhecidos dos leitores;
(B) o autor procura despertar interesse, por meio do
suspense, nos possíveis leitores;
11
(C) as informações fornecidas são fundamentadas em
opiniões pessoais dos autores do texto;
(D) os autores partem do pressuposto de que as
informações dadas possuem algum interesse para os
leitores;
(E) a linguagem empregada é a mais coloquial possível,
para que o entendimento do texto seja feito por todas as
camadas sociais.
09 – O problema decorrente da posição defendida pelos
primeiros ambientalistas citados no último parágrafo do
texto é que:
(A) deveria haver redução de consumo de energia nos
países ricos;
(B) aumentaria a possibilidade de poluição ambiental;
(C) diminuiria a possibilidade de progresso dos países
mais pobres;
(D) o risco de empobrecimento geral das nações seria
grande;
(E) haveria menos distribuição de renda no mundo.
10 – A frase (adaptada do texto) “A queima do petróleo
libera gases poluentes na atmosfera” é reescrita, com
alteração do sentido original, em:
(A) a queima do petróleo libera, na atmosfera, gases
poluentes;
(B) gases poluentes são liberados na atmosfera pela
queima do petróleo;
(C) a queima do petróleo na atmosfera libera gases
poluentes;
(D) gases poluentes, a queima do petróleo os libera na
atmosfera;
(E) quando queimado, o petróleo libera gases que poluem
na atmosfera.
11 – A alternativa abaixo em que os adjetivos citados
possuem substantivos correspondentes formados com a
mesma terminação é:
(A) radioativos – limpas;
(B) renováveis – poluidores;
(C) vegetal – econômica;
(D) correta – compatíveis;
(E) ambientalista – necessária.
12 – A alternativa em que o antecedente do pronome
sublinhado NÃO está corretamente indicado é:
(A) “juntos, eles correspondem à cerca de 90%” = o
carvão, o petróleo e o gás natural;
(B) “a utilização de qualquer um deles” = dos recursos
energéticos;
(C) “para torná-las mais eficientes e menos caras” =
fontes de energias limpas e renováveis;
(D) “que muitas vezes impossibilitam a migração
sazonal” = barragens;
(E) “transfere calor para os rios, mares e depósitos
subterrâneos pelos quais circula” = rios, mares e
depósitos subterrâneos.
13 – As fontes de energias limpas e renováveis”; nesse
caso, o adjetivo sublinhado indica que essas energias:
(A) são facilmente encontradas na natureza;
(B) podem ser adquiridas e utilizadas livremente;
(C) não se esgotam;
(D) são substituídas periodicamente por outras;
(E) devem ser utilizadas prioritariamente antes das
demais.
14 – NÃO se inclui entre possíveis agentes poluidores:
(A) a extração do carvão;
(B) o transporte marítimo de petróleo;
(C) a construção de barragens;
(D) a migração sazonas;
(E) o aquecimento da água pelos reatores.
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Eletronuclear – 2006.
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – A ENERGIA E OS CICLOS
INDUSTRIAIS
Demétrio Magnoli e Regina Araújo
No decorrer da história, a ampliação da capacidade
produtiva das sociedades teve como contrapartida o
aumento de consumo e a contínua incorporação de novas
fontes de energia. Entretanto, até o século XVIII, a
evolução do consumo e o aprimoramento de novas
tecnologias de geração de energia foram lentos e
descontínuos.
A
Revolução
Industrial
alterou
substancialmente esse panorama. Os ciclos iniciais de
inovação tecnológica da economia industrial foram
marcados pela incorporação de novas fontes de energia:
assim, o pioneiro ciclo hidráulico foi sucedido pelo ciclo
do carvão, que por sua vez cedeu lugar ao ciclo do
petróleo. Em meados do século XIX, as invenções do
dínamo e do alternador abriram o caminho para a
produção de eletricidade. A primeira usina de eletricidade
do mundo surgiu em Londres, em 1881, e a segunda em
Nova York, no mesmo ano. Ambas forneciam energia
para a iluminação. Mais tarde, a eletricidade iria operar
profundas transformações nos processos produtivos, com
a introdução dos motores elétricos nas fábricas, e na vida
cotidiana das sociedades industrializadas na qual foram
incorporados dezenas de eletrodomésticos. Nas primeiras
décadas do século XX, a difusão dos motores a
combustão explica a importância crescente do petróleo na
estrutura energética dos países industrializados. Além de
servir de combustível para automóveis, aviões e tratores,
ele também é utilizado como fonte de energia nas usinas
termelétricas e, ainda, é matéria-prima para muitas
indústrias químicas. Desde a década de 1970, registrou-se
também aumento significativo na produção e consumo de
energia nuclear nos países desenvolvidos. Nas sociedades
pré-industriais, entretanto, os níveis de consumo
energético se alteraram com menor intensidade, e as
fontes energéticas tradicionais – em especial a lenha –
ainda são predominantes. Estima-se que o consumo de
energia comercial per capita no mundo seja de
aproximadamente 1,64 toneladas equivalentes de petróleo
(TEP) por ano, mas esse número significa muito pouco:
um norte-americano consome anualmente, em média, 8
TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitantes em
Bangladesh e 0,36 no Nepal. Os países da OCDE, que
possuem cerca de um sexto da população mundial, são
responsáveis por mais da metade do consumo energético
global. Os Estados Unidos, com menos de 300 milhões de
habitantes, consomem quatro vezes mais energia do que o
12
continente africano inteiro, onde vivem cerca de 890
milhões de pessoas.
01 – O título do texto inclui dois termos: energia / ciclos
industriais. A relação que se estabelece, no texto, entre
esses dois termos é:
(A)
os
diferentes
ciclos
industriais
foram
progressivamente acoplados a novas tecnologias de
geração de energia;
(B) as novas fontes de energia foram progressivamente
sendo substituídas em função de seu progressivo
esgotamento causado pelos ciclos industriais;
(C) os diferentes ciclos industriais foram a conseqüência
inevitável de mudanças na vida social, como a grande
profusão de eletrodomésticos;
(D) a criação de novas fontes de energia fizeram aparecer
novas necessidades no corpo social;
(E) os ciclos industriais tornaram a evolução do consumo
e o aprimoramento de novas tecnologias lentos e
descontínuos.
02 – “No decorrer da história...”; essa expressão equivale
semanticamente a:
(A) com o advento dos tempos históricos;
(B) ao longo da história humana;
(C) após o surgimento da História;
(D) antes do início da História;
(E) depois dos tempos históricos.
03 – Ao dizer que a ampliação da capacidade produtiva
das sociedades teve como contrapartida o aumento de
consumo e a contínua incorporação de novas fontes de
energia, o autor do texto quer dizer que os dois últimos
elementos funcionam, em relação ao primeiro, como:
(A) oposição;
(B) comparação;
(C) resultado;
(D) reação;
(E) compensação.
04 – As alternativas abaixo apresentam adjetivos do
texto; a alternativa em que os substantivos
correspondentes a esses adjetivos podem ser formados
com a mesma terminação é:
(A) produtiva – contínua – novas;
(B) lentos – descontínuos – iniciais;
(C) pioneiro – produtivos – elétricos;
(D) industralizadas - crescente – energética;
(E) significativo – desenvolvidos – tradicionais.
05 – “A Revolução Industrial alterou substancialmente
esse panorama”; a forma de reescrever essa mesma frase
que altera o seu sentido original é:
(A) A Revolução Industrial alterou esse panorama
substancialmente;
(B) Esse panorama foi substancialmente alterado pela
Revolução Industrial;
(C) Esse panorama, a Revolução Industrial o alterou
substancialmente;
(D) A Revolução Industrial causou a alteração
substancial desse panorama;
(E) A alteração substancial desse panorama causou a
Revolução Industrial.
06 – “A Revolução Industrial alterou substancialmente
esse panorama”; esse panorama a que se refere a frase é:
(A) o da ampliação da capacidade produtiva das
sociedades;
(B) o aumento do consumo e a incorporação de novas
fontes;
(C) a evolução do consumo e o aprimoramento de novas
tecnologias de geração de energia;
(D) o ritmo lento e descontínuo da evolução do consumo
e do aprimoramento de novas tecnologias de geração de
energia;
(E) a ausência de novas tecnologias de geração de
energia.
07 – A alternativa em que o antecedente do pronome
sublinhado NÃO está corretamente indicado é:
(A) “assim, o pioneiro ciclo hidráulico foi sucedido pelo
ciclo do carvão, que por sua vez cedeu lugar ao ciclo do
petróleo” = o pioneiro ciclo hidráulico;
(B) “com a introdução dos motores elétricos nas fábricas,
e na vida cotidiana das sociedades industrializadas na
qual foram incorporados dezenas de eletrodomésticos” =
vida cotidiana;
(C) “Os países da OCDE, que possuem cerca de um sexto
da população mundial” = países da OCDE;
(D) “Além de servir de combustível para automóveis,
aviões e tratores, ele também é utilizado como fonte de
energia” = petróleo;
(E) “consomem quatro vezes mais energia do que o
continente africano inteiro, onde vivem cerca de 890
milhões de pessoas” = continente africano.
08 – Apesar de ser um texto informativo, há certas
quantidades no texto que são expressas sem precisão
absoluta; assinale a EXCEÇÃO:
(A) “onde vivem cerca de 890 milhões de pessoas”;
(B) “o consumo de energia per capita seja de
aproximadamente 1,64 toneladas equivalentes de
petróleo”;
(C) “que possuem cerca de um sexto da população
mundial”;
(D) “8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por habitante
em Bangladesh e 0,36 no Nepal”;
(E) “os Estados Unidos, com menos de 300 milhões de
habitantes”.
09 – O texto se estrutura prioritariamente:
(A) pela relação de causa e conseqüência;
(B) pelo comparação entre várias épocas;
(C) pela evolução cronológica de fatos;
(D) pela noção de progresso e atraso;
(E) pela oposição entre países ricos e pobres.
10 – No terceiro parágrafo do texto aparece a frase
“Ambas forneciam energia para a iluminação”; pode-se
inferir dessa frase que:
(A) as usinas referidas forneciam eletricidade para toda a
indústria da época;
(B) as usinas citadas iluminavam as cidades inglesas e
americanas, respectivamente;
(C) as usinas citadas só produziam energia para
iluminação;
(D) as usinas forneciam eletricidade para as indústrias e
também para a iluminação;
(E) as usinas eram tremendamente atrasadas para a época
em que surgiram.
11 – Norte-americano e matéria-prima, dois vocábulos
presentes no texto, fazem corretamente como plural:
(A) norte-americanos / matéria-primas;
(B) norte-americanos / matérias-primas;
(C) nortes-americanos / matérias primas;
13
(D) nortes-americanos / matérias-prima;
(E) nortes-americanos / matéria-primas.
12 – A alternativa em que o elemento sublinhado indica o
agente e não o paciente do termo anterior é:
(A) “a importância crescente do petróleo”;
(B) “a ampliação da capacidade produtiva”;
(C) “a contínua incorporação de nova fontes de energia”;
(D) “o aprimoramento de novas tecnologias”;
(E) “as invenções do dínamo e do alternador”.
13 – O penúltimo parágrafo do texto fala de “sociedades
préindustriais”; pode-se depreender do texto que essas
sociedades são as que:
(A) existiram antes da Revolução Industrial;
(B) reagem contra a poluição energética;
(C) se caracterizam pelo atraso industrial;
(D) só consomem energia natural;
(E) destroem a cobertura vegetal do planeta.
14 – “Estima-se que o consumo de energia comercial per
capita no mundo seja de aproximadamente 1,64
toneladas equivalentes de petróleo (TEP) por ano, mas
esse número significa muito pouco: um norte-americano
consome anualmente, em média, 8 TEPs contra apenas
0,15 consumidos por habitantes em Bangladesh e 0,36 no
Nepal”; o número citado é muito pouco porque:
(A) há uma enorme quantidade de energia produzida e
não consumida;
(B) há países que se negam a destruir ecologicamente o
meio ambiente;
(C) poderia haver um consumo bastante menor;
(D) alguns países têm pouco consumo de energia, se
comparado ao dos EUA;
(E) nos países industrializados o consumo é bastante
grande.
15 – A expressão per capita na frase “o consumo de
energia comercial per capita no mundo” significa:
(A) por capital de cada país;
(B) por cidade importante de cada país;
(C) por grupo humano identificado;
(D) por unidade monetária de cada país;
(E) por cada indivíduo.
16 – O último parágrafo do texto tem por finalidade
mostrar:
(A) que os maiores consumidores de energia são os
países menos populosos do planeta;
(B) que há uma enorme desproporção de riqueza se
observarmos a distribuição do consumo de energia no
mundo;
(C) que o continente africano é a região do planeta onde
se preserva mais o ambiente natural;
(D) que os EUA consomem injustamente a energia que
deveria ser consumida por países bem mais pobres;
(E) que os EUA são autoritários e tirânicos em relação
aos países africanos.
17 – O fato de os EUA serem um país de alto consumo
de energia mostra que:
(A) os países mais ricos consomem mais energia do que a
necessária;
(B) os países mais pobres devem cobrar nas cortes
internacionais o direito à energia;
(C) há uma relação entre riqueza, industrialização e
consumo de energia;
(D) os países de grande injustiça social são os mais
industrializados do globo;
(E) os países mais pobres são os que mais utilizam as
fontes naturais de energia.
18 – Ao dizer que um norte-americano consome “em
média” 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por
habitante em Bangladesh, com a expressão “em média”, o
autor do texto quer dizer que:
(A) às vezes consomem mais, às vezes consomem menos;
(B) sempre consomem mais que nos países pobres;
(C) o total de energia consumida é dividido entre todos os
norteamericanos;
(D) a energia consumida é dividida matematicamente
entre aqueles que a consomem;
(E) na maior parte dos habitantes, o consumo de energia
atinge o nível indicado.
19 – A alternativa em que o vocábulo sublinhado tem seu
valor semântico ERRADAMENTE indicado é:
(A) “Entretanto, até o século XVIII” = oposição;
(B) “assim, o pioneiro ciclo hidráulico” = modo;
(C) “surgiu em Londres” = lugar;
(D) “em 1881” = tempo;
(E) “Mais tarde” = tempo.
20 – “um norte-americano consome anualmente, em
média, 8 TEPs contra apenas 0,15 consumidos por
habitante em Bangladesh e 0,36 no Nepal”; nesse
segmento do texto a presença do vocábulo sublinhado
indica que:
(A) o consumo de energia nos países citados está de
acordo com seu desenvolvimento industrial;
(B) Bangladesh e Nepal consomem menos energia que os
EUA;
(C) só nos locais citados o consumo de energia é tão
baixo;
(D) o consumo em Bangladesh é ainda inferior que ao do
Nepal;
(E) o autor considera, nesse caso, o consumo de energia
bastante baixo.
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CEPEL – 2005 – Pesquisador IV
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Milton Santos
A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que
se denomina de revolução científico-técnica, é
freqüentemente chamada de período técnico-científico.
Em fases anteriores, as atividades humanas dependeram
da técnica e da ciência. Recentemente, porém, trata-se da
interdependência da ciência e da técnica em todos os
aspectos da vida social, situação que se verifica em todas
as partes do mundo e em todos os países. O próprio
espaço geográfico pode ser chamado de meio
técnicocientífico. Agora, essa realidade se estende a todo
o Terceiro Mundo, ainda que em diferente proporção,
segundo os países. Nesta nova fase histórica, o mundo
está marcado por novos signos, como: a
multinacionalização; a grande revolução da informação
que liga instantaneamente os lugares, graças aos
14
progressos da informática. O espaço geográfico agora
mundializado redefine-se pela combinação desses signos.
Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos
dados revelados pela modernização e pelo capitalismo
agrícola, pela especialização regional das atividades, por
novas formas e localizações da indústria e da extração
mineral, pelas novas modalidades de produção de
energia, pela importância da circulação no processo
produtivo, pelas grandes migrações, pela terceirização e
pela urbanização extremamente hierárquicas. Os espaços
rural e urbano são marcados, na sua transformação, pelo
uso sistemático das contribuições da ciência e da técnica
e por decisões de mudança que levam em conta, no
campo e na cidade, os usos a que cada fração do território
vai ser destinada. Trata-se de uma geografia
completamente nova. Todo esforço de conceptualização
exige que os novos fatores no nível mundial (cuja lista
certamente não esgotamos) sejam levados em conta,
tanto no nível local, como regional ou nacional. Os
estudos empíricos ganharão a partir desse enfoque. No
que se refere particularmente ao espaço, o aparecimento
de dois novos fenômenos constitui a base da explicação
histórica de sua nova realidade. De um lado, o período
atual vem marcado por uma verdadeira unicidade técnica,
pelo fato de que em todos os lugares os conjuntos
técnicos presentes são “grosso modo” os mesmos, apesar
do grau diferente de complexidade; e a fragmentação do
processo produtivo em escala internacional se realiza em
função dessa mesma unicidade técnica.
01 – “ A fase atual da história da humanidade, marcada
pelo que se denomina de revolução científico-técnica, é
freqüentemente chamada de período técnico-científico”;
se trocarmos os adjetivos científico-técnica e técnicocientífico de posição, suas formas adequadas são:
(A) técnico-científica / científico-técnico;
(B) técnica-científica / científico-técnico;
(C) técnica – científico / científica-técnico;
(D) técnico-científico / científico-técnico;
(E) técnica-científico / científico-técnicos.
02 – No título do texto, a palavra meio tem o seguinte
significado:
(A) ponto médio;
(B) parte que fica eqüidistante de dois extremos;
(C) condição intermediária;
(D) esfera social;
(E) metade de um todo.
03 – O vocábulo atual, presente na primeira frase do
texto, tem seu significado dependente do momento de
produção do texto; a frase em que NÃO aparece um
elemento do mesmo tipo é:
(A) “Recentemente, porém, trata-se da independência da
ciência e da técnica”;
(B) “Agora, esta realidade se estende a todo o Terceiro
Mundo”;
(C) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação desses signos”;
(D) “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”;
(E) “De um lado, o período atual vem marcado por uma
verdadeira unicidade técnica...”
04 – “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”; esta frase se encontra na voz passiva, ao
contrário de:
(A) “Recentemente, porém, trata-se da interdependência
da ciência e da técnica”;
(B) “situação que se verifica em todas as partes do
mundo”;
(C) “O próprio espaço geográfico pode ser chamado de
meio técnico-científico”;
(D) “Nessa nova fase histórica, o mundo está marcado
por novos signos”;
(E) “que se levem em conta esses novos dados”.
05 – A fase atual da história da humanidade é marcada,
segundo o primeiro parágrafo do texto, de forma
específica, por:
(A) depender da técnica e da ciência;
(B) localizar-se no Terceiro Mundo de forma especial;
(C) uma maior e geral dependência da ciência e da
técnica;
(D) não incluir o espaço geográfico;
(E) excluir todos os aspectos, exceto o social.
06 – A alternativa em que a primeira vírgula empregada
difere da razão pela qual é empregada em todos os
demais exemplos é:
(A) “A fase atual da história da humanidade, marcada
pelo que se denomina...”;
(B) “Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por
novos signos...”;
(C) “Em fases anteriores, as atividades humanas...”;
(D) “Agora, esta realidade se estende a todo o terceiro
mundo”;
(E) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação...”.
07 – “graças aos progressos da informática”; a frase em
que a expressão “graças a” NÃO está empregada dentro
de seu valor semântico original é:
(A) Graças ao aumento de salário todos puderam viajar;
(B) Graças ao temporal da noite, as ruas ficaram
alagadas;
(C) Graças à vigilância da polícia, o assalto não ocorreu;
(D) Graças aos céus, tudo correu bem;
(E) Graças ao bom tempo, todos puderam divertir-se.
08 – “Recentemente, porém, trata-se da interdependência
da ciência e da técnica”; o conectivo que substituiria o
conectivo porém, sem alteração na forma da frase e
mantendo-se o mesmo sentido, é:
(A) mas;
(B) no entretanto;
(C) ainda assim;
(D) todavia;
(E) pois.
09 – No segmento da questão anterior, o adjetivo
hierárquicas tem a forma feminina plural porque:
(A) houve erro do autor do texto;
(B) concorda com migrações;
(C) se refere a urbanização;
(D) concorda com modalidades;
(E) se refere aos dois últimos substantivos anteriores.
10 – “Os espaços rural e urbano”; esse tipo de
concordância entre substantivo e adjetivo se repete em:
(A) os dias pares e ímpares;
(B) os bons e maus momentos;
(C) as bandeiras francesa e inglesa;
(D) os meses longos e curtos;
(E) os livros grossos e finos.
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CEPEL – 2005 – outros cargos
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO – O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Milton Santos
A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que
se denomina de revolução científico-técnica, é
freqüentemente chamada de período técnico-científico.
Em fases anteriores, as atividades humanas dependeram
da técnica e da ciência. Recentemente, porém, trata-se da
interdependência da ciência e da técnica em todos os
aspectos da vida social, situação que se verifica em todas
as partes do mundo e em todos os países. O próprio
espaço geográfico pode ser chamado de meio
técnicocientífico. Agora, essa realidade se estende a todo
o Terceiro Mundo, ainda que em diferente proporção,
segundo os países. Nesta nova fase histórica, o mundo
está marcado por novos signos, como: a
multinacionalização; a grande revolução da informação
que liga instantaneamente os lugares, graças aos
progressos da informática. O espaço geográfico agora
mundializado redefine-se pela combinação desses signos.
Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos
dados revelados pela modernização e pelo capitalismo
agrícola, pela especialização regional das atividades, por
novas formas e localizações da indústria e da extração
mineral, pelas novas modalidades de produção de
energia, pela importância da circulação no processo
produtivo, pelas grandes migrações, pela terceirização e
pela urbanização extremamente hierárquicas. Os espaços
rural e urbano são marcados, na sua transformação, pelo
uso sistemático das contribuições da ciência e da técnica
e por decisões de mudança que levam em conta, no
campo e na cidade, os usos a que cada fração do território
vai ser destinada. Trata-se de uma geografia
completamente nova. Todo esforço de conceptualização
exige que os novos fatores no nível mundial (cuja lista
certamente não esgotamos) sejam levados em conta,
tanto no nível local, como regional ou nacional. Os
estudos empíricos ganharão a partir desse enfoque. No
que se refere particularmente ao espaço, o aparecimento
de dois novos fenômenos constitui a base da explicação
histórica de sua nova realidade. De um lado, o período
atual vem marcado por uma verdadeira unicidade técnica,
pelo fato de que em todos os lugares os conjuntos
técnicos presentes são “grosso modo” os mesmos, apesar
do grau diferente de complexidade; e a fragmentação do
processo produtivo em escala internacional se realiza em
função dessa mesma unicidade técnica.
01 –” A fase atual da história da humanidade, marcada
pelo que se denomina de revolução científico-técnica, é
freqüentemente chamada de período técnico-científico”;
se trocarmos os adjetivos científico-técnica e técnicocientífico de posição, suas formas adequadas são:
(A) técnico-científica / científico-técnico;
(B) técnica-científica / científico-técnico;
(C) técnica – científico / científica-técnico;
(D) técnico-científico / científico-técnico;
(E) técnica-científico / científico-técnicos.
02 – No título do texto, a palavra meio tem o seguinte
significado:
(A) ponto médio;
(B) parte que fica eqüidistante de dois extremos;
(C) condição intermediária;
(D) esfera social;
(E) metade de um todo.
03 – O vocábulo atual, presente na primeira frase do
texto, tem seu significado dependente do momento de
produção do texto; a frase em que NÃO aparece um
elemento do mesmo tipo é:
(A) “Recentemente, porém, trata-se da independência da
ciência e da técnica”;
(B) “Agora, esta realidade se estende a todo o Terceiro
Mundo”;
(C) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação desses signos”;
(D) “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”;
(E) “De um lado, o período atual vem marcado por uma
verdadeira unicidade técnica...”
04 – “é freqüentemente chamada de período técnicocientífico”;
esta frase se encontra na voz passiva, ao contrário de:
(A) “Recentemente, porém, trata-se da interdependência
da ciência e da técnica”;
(B) “situação que se verifica em todas as partes do
mundo”;
(C) “O próprio espaço geográfico pode ser chamado de
meio técnico-científico”;
(D) “Nessa nova fase histórica, o mundo está marcado
por novos signos”;
(E) “que se levem em conta esses novos dados”.
05 – A fase atual da história da humanidade é marcada,
segundo o primeiro parágrafo do texto, de forma
específica, por:
(A) depender da técnica e da ciência;
(B) localizar-se no Terceiro Mundo de forma especial;
(C) uma maior e geral dependência da ciência e da
técnica;
(D) não incluir o espaço geográfico;
(E) excluir todos os aspectos, exceto o social.
06 – “marcada pelo que se denomina de revolução
técnico-científica, é freqüentemente chamada de período
técnico-científico”; o modo de abordar o assunto dessas
denominações mostra que:
(A) o autor do texto discorda dessas designações;
(B) a segunda designação é melhor do que a primeira;
(C) a primeira designação é melhor do que a segunda;
(D) são designações usadas de forma generalizada;
(E) elas não representam mais a realidade.
07 – A alternativa em que a primeira vírgula empregada
difere da razão pela qual é empregada em todos os
demais exemplos é:
(A) “A fase atual da história da humanidade, marcada
pelo que se denomina...”;
(B) “Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por
novos signos...”;
(C) “Em fases anteriores, as atividades humanas...”;
(D) “Agora, esta realidade se estende a todo o terceiro
mundo”;
(E) “Agora mundializado, o espaço geográfico redefinese pela combinação...”.
16
08 - “Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado
por novos signos”; a forma de reescrever-se essa frase
que altera o seu sentido original é:
(A) O mundo está marcado, nesta nova fase histórica, por
novos signos;
(B) Novos signos marcam o mundo nesta nova fase
histórica;
(C) Novos signos, nesta nova fase histórica, marcam o
mundo;
(D) O mundo, novos signos o marcam nesta nova fase
histórica;
(E) Nesta fase histórica nova, o mundo está marcado por
signos novos.
09 – “graças aos progressos da informática”; a frase em
que a expressão “graças a” NÃO está empregada dentro
de seu valor semântico original é:
(A) Graças ao aumento de salário todos puderam viajar;
(B) Graças ao temporal da noite, as ruas ficaram
alagadas;
(C) Graças à vigilância da polícia, o assalto não ocorreu;
(D) Graças aos céus, tudo correu bem;
(E) Graças ao bom tempo, todos puderam divertir-se.
10 – “Recentemente, porém, trata-se da interdependência
da ciência e da técnica”; o conectivo que substituiria o
conectivo porém, sem alteração na forma da frase e
mantendo-se o mesmo sentido, é:
(A) mas;
(B) no entretanto;
(C) ainda assim;
(D) todavia;
(E) pois.
11 – “Seu estudo supõe que se levem em conta esses
novos dados revelados pela modernização e pelo
capitalismo agrícola, pela especialização regional das
atividades, por novas formas e localizações da indústria e
da extração mineral, pelas novas modalidades de
produção de energia, pela importância da circulação no
processo produtivo, pelas grandes migrações, pela
terceirização e pela urbanização extremamente
hierárquicas”; a explicação INCORRETA do elemento
citado é:
(A) capitalismo agrícola – o capitalismo voltado para os
produtos do campo;
(B) especialização regional das atividades – as regiões se
especializam na produção de determinados bens;
(C) novas modalidades de produção de energia – outras
formas de produzir energia, além das tradicionais
(hidráulica, carvão, petróleo etc.);
(D) grandes migrações – grandes transferências de bens
de consumo de uma região para outra;
(E) terceirização – transferência de serviços.
12 – No segmento da questão anterior, o adjetivo
hierárquicas tem a forma feminina plural porque:
(A) houve erro do autor do texto;
(B) concorda com migrações;
(C) se refere a urbanização;
(D) concorda com modalidades;
(E) se refere aos dois últimos substantivos anteriores.
13 – Nas alternativas abaixo todos os termos sublinhados
representam o paciente do termo anterior; a única
EXCEÇÃO é:
(A) produção da energia;
(B) contruções da ciência;
(C) decisões de mudança;
(D) fragmentação do processo produtivo;
(E) localização da indústria.
14 – “Os espaços rural e urbano”; esse tipo de
concordância entre substantivo e adjetivo se repete em:
(A) os dias pares e ímpares;
(B) os bons e maus momentos;
(C) as bandeiras francesa e inglesa;
(D) os meses longos e curtos;
(E) os livros grossos e finos.
15 – O segmento do texto entre parênteses – cuja lista
certamente não esgotamos – significa uma:
(A) retificação do que foi dito;
(B) observação contrária às informações dadas;
(C) explicação de algo confuso;
(D) confissão de possibilidades de erro;
(E) deficiência na possibilidade de informação.
16 – Os estudos empíricos se referem aos estudos:
(A) ligados aos conhecimentos atuais;
(B) fundamentados na experiência;
(C) de conteúdo ideológico;
(D) baseados nos novos conhecimentos científicos;
(E) voltados para a tradição.
17 – “apesar do grau diferente de complexidade”; a frase
em que NÃO se manteve o sentido original do segmento
destacado é:
(A) ainda que com grau diferente de complexidade;
(B) mesmo que com grau diferente de complexidade;
(C) embora com grau diferente de complexidade;
(D) se bem que com grau diferente de complexidade;
(E) por mais que com grau diferente de complexidade.
18 – Os advérbios em –mente são formados a partir das
formas femininas dos adjetivos. Os advérbios do texto em
que se pode ver essa formação é:
(A) instantaneamente / freqüentemente;
(B) freqüentemente / recentemente;
(C) recentemente / particularmente;
(D) particularmente / extremamente;
(E) extremamente / instantaneamente.
19 – “Em fases anteriores, as atividades humanas
dependeram da técnica e da ciência”; esse segmento do
texto permite inferir que:
(A) hoje não se depende mais da técnica e da ciência;
(B) só os países ricos tinham acesso a esses
conhecimentos;
(C) as atividades humanas anteriores eram atrasadas;
(D) hoje desaparecerem do cenário a ciência e a técnica;
(E) as fases atuais apresentam alguma mudança.
20 – Em todas as frases abaixo há formas verbais com o
pronome SE; assinale aquela em que a forma plural está
MAL construída:
(A) “pelo que se denomina de revolução científica” –
pelo que se denomina de revoluções científicas;
(B) “trata-se da interdependência da ciência e da técnica”
– trata-se das interdependências da ciência e da técnica;
(C) “situação que se verifica em todas as partes do
mundo” – situações que se verifica em todas as partes do
mundo;
(D) Essa realidade agora se estende” – essas realidades
agora se estendem;
(E) “Trata-se de uma geografia completamente nova” –
tratase de geografias completamente novas.
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21 – O texto lido pode ser classificado prioritariamente
como:
(A) informativo;
(B) didático;
(C) normativo;
(D) instrucional;
(E) publicitário.
22 – “nesta nova fase histórica”, “novos signos”, “novos
dados”, “novas formas e localizações”, “novas
modalidades de produção” etc. Todos esses exemplos do
texto mostram uma preocupação do autor do texto que é:
(A) mostrar seu conhecimento sobre as últimas
descobertas científicas e técnicas;
(B) opor coisas novas a coisas antigas e ultrapassadas;
(C) indicar modificações do mundo atual e suas
implicações;
(D) demonstrar que o mundo moderno está decadente;
(E) denunciar a mania pelo novo.
23 – “Os conjuntos técnicos presentes são ‘grosso modo’
os mesmos”; a expressão “grosso modo” significa:
(A) genericamente;
(B) superficialmente;
(C) rudemente;
(D) artificialmente;
(E) especificamente.
24 – “a fragmentação do processo produtivo em escala
internacional se realiza em função dessa mesma
unicidade técnica”; a expressão “em função de” só NÃO
pode significar, no contexto:
(A) de acordo com;
(B) na dependência de;
(C) à diferença de;
(D) em conformidade com;
(E) em resultado de.
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Arquivo Nacional – 2006
LÍNGUA PORTUGUESA
O que é cidadania - Gilberto Dimenstein
Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressála. É poder votar em quem quiser sem constrangimento.
É processar um médico que cometa um erro. É devolver
um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o
direito de ser negro sem ser discriminado, de praticar
uma religião sem ser perseguido. Há detalhes que
parecem insignificantes, mas revelam estágios de
cidadania: respeitar-se o sinal vermelho no trânsito, não
jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por
trás desse comportamento, está o respeito à coisa pública.
O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade.
Da mesma forma que a anestesia, as vacinas, o
computador, a máquina de lavar, a pasta de dente, o
transplante do coração. Foi uma conquista dura. Muita
gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de
votar. E outros batalharam para você votar aos dezesseis
anos. Lutou-se pela idéia de que todos os homens
merecem a liberdade e de que todos são iguais diante da
lei. Pessoas deram a vida combatendo a concepção de que
o rei tudo podia porque tinha poderes divinos e aos outros
cabia obedecer. No século XVIII, a rebeldia a essa
situação detonou a Revolução Francesa, um marco na
história da liberdade do homem. No mesmo século surgiu
um país fundado na idéia da liberdade individual: os
Estados Unidos. Foi com esse projeto revolucionário que
eles se tornaram independentes da Inglaterra. Desde
então, os direitos foram se alargando, se aprimorando, e
a escravidão foi abolida. Alguém consegue hoje imaginar
um país defendendo a importância dos escravos para a
economia? Mas esse argumento foi usado durante muito
tempo no Brasil. Os donos da terra alegavam que, sem
escravos, o país sofreria uma catástrofe. Eles se achavam
no direito de bater e até matar os escravos que fugissem.
Nessa época, o voto era um privilégio: só podia votar
quem tivesse dinheiro. E para se candidatar a deputado,
só com muita riqueza em terras. No mundo, trabalhadores
ganharam direitos. Imagine que no século passado, na
Europa, crianças chegavam a trabalhar até quinze horas
por dia. E não tinham férias. As mulheres, relegadas a
segundo plano, passaram a poder votar, símbolo máximo
da cidadania. Até há pouco tempo, justificava-se
abertamente o direito do marido de bater na mulher e até
de matá-la. Em 1948, surgiu a Declaração Universal dos
Direitos do Homem, aprovada pela Organização das
Nações Unidas (ONU), ainda na emoção da vitória contra
as forças totalitárias lideradas pelo nazismo, na Europa.
Com essa declaração, solidificou-se a visão de que, além
da liberdade de votar, de não ser perseguido por suas
convicções, o homem tinha direito a uma vida digna. É o
direito ao bem estar. A onda dos direitos mudou a cara e
o mapa do mundo neste final de milênio. Assistimos à
derrocada dos regimes comunistas, com a extinção da
União Soviética. Os países do Leste europeu
converteram-se à democracia. Na África do Sul, desfez-se
o regime de segregação racial. A América Latina, tão
viciada em ditadores, viu surgir na década de 80 uma
geração de presidentes eleitos democraticamente.
01 - O texto apresenta uma idéia principal que é:
(A) a cidadania é uma conquista diária de todos nós;
(B) ser cidadão é ter direitos;
(C) a América Latina é um local de cidadania plena;
(D) a cidadania deve compreender as mulheres;
(E) ser cidadão é cuidar do público em detrimento do
privado.
02 - Podemos dividir o texto em cinco partes, que estão
indicadas abaixo com a síntese de seu conteúdo; a
alternativa em que a indicação do conteúdo NÃO está
correta é:
(A) do início do texto até “sem ser perseguido” – a
definição de cidadania;
(B) de “Há detalhes” até “a coisa pública” – exemplos de
cidadania;
(C) de “O direito a ter direitos” “até diante da lei” – a
conquista difícil da cidadania;
(D) de “Pessoas deram a vida” até “de matá-la” – fatos
históricos na luta pelos direitos humanos;
(E) de “Em 1948 surgiu” até o fim do texto – os direitos
humanos antes da guerra.
18
03 - Para defender seus pontos de vista o autor só NÃO
emprega:
(A) exemplificação;
(B) citação de fatos históricos;
(C) interação com o leitor, questionando-o;
(D) apelo a opiniões pessoais;
(E) utilização do humor e da ironia.
04 - Assinale a alternativa em que o fato histórico
referido também está ligado ao Brasil:
(A) “Assistimos a derrocada dos regimes comunistas,
com a extinção da União Soviética”;
(B) “Os países do Leste europeu converteram-se em
democracia”;
(C) “Na África do Sul desfez-se o regime de segregação
racial”;
(D) “A América Latina, tão viciada em ditadores, viu
surgir na década de 80 uma geração de presidentes eleitos
democraticamente”;
(E) “No século XVIII, a rebeldia a essa situação detonou
a Revolução Francesa”.
05 - O autor defende o respeito à coisa pública. A
alternativa que exemplifica esse respeito é:
(A) “poder votar em quem quiser sem constrangimento”;
(B) “processar um médico que cometa um erro”;
(C) “não jogar papel na rua”;
(D) “direito de ser negro sem ser discriminado”;
(E) “direito de ter direitos”.
06 - O segmento do texto que apresenta uma linguagem
menos formal é:
(A) “E outros batalharam para você votar aos dezesseis
anos”;
(B) “Na África do Sul, desfez-se o regime de segregação
racial”;
(C) “As mulheres, relegadas a um segundo plano”;
(D) “É o direito ao bem-estar”;
(E) “não jogar papel na rua, não destruir telefones
públicos”.
07 - O autor se refere à cidadania como uma conquista; a
palavra do texto que NÃO está relacionada a essa idéia
de conquista é:
(A) “lutou e morreu”;
(B) “batalharam” ;
(C) “revolucionário”
(D) “respeito”;
(E) “lutou-se”.
08 - “Há detalhes que parecem insignificantes, mas
revelam estágios de cidadania: respeitar-se o sinal
vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir
telefones públicos. Por trás desse comportamento está o
respeito à coisa pública”; nesse parágrafo, a expressão
“desse comportamento”:
(A) refere-se à última das ações citadas;
(B) retoma o conjunto de ações anteriores;
(C) alude somente a aspectos negativos;
(D) corresponde a um procedimento condenável;
(E) traz em si mesma um conteúdo positivo.
09 - A alternativa em que a reescritura da frase inicial
altera o seu sentido original é:
(A) “Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder
expressá-la” = o direito de ter uma idéia e poder
expressá-la é cidadania;
(B) “É poder votar em quem quiser sem
constrangimento” = é poder, sem constrangimento, votar
em quem quiser;
(C) “É processar um médico que cometa um erro” = é
processar um médico que erre;
(D) “É devolver um produto estragado” = é fazer a
devolução de um produto estragado;
(E) “É o direito de ser negro sem ser discriminado” = é,
sendo negro por direito, não ser discriminado.
10 - “É processar um médico que cometa um erro”; a
forma verbal abaixo que NÃO está correta, se colocada
no mesmo tempo verbal do verbo sublinhado é:
(A) volte (voltar);
(B) reaveja (reaver);
(C) se precavenha (precaver-se);
(D) proveja (prover);
(E) provenha (provir).
11 - “Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o
direito de votar. E outros batalharam para você votar aos
dezesseis anos”; infere-se desse segmento do texto que:
(A) todos os leitores do texto são adolescentes;
(B) o pronome “nós” (tivéssemos) se liga aos autores dos
textos;
(C) “muita gente” e “outros” se referem às mesmas
pessoas;
(D) o autor do texto não possui mais dezesseis anos;
(E) “você” se liga a qualquer leitor do texto.
12 - Anestesia é uma palavra grifada com S (e não com
Z) e privilégio é grafada com I (e não com E); a
alternativa em que ambas as palavras estão corretas
quanto à grafia é:
(A) atravez / arrepio;
(B) atraz / Pirineus;
(C) frisa / irrequieto;
(D) análise / crâneo;
(E) baroneza / campeão.
13 - A alternativa em que o adjetivo tem seu significado
corretamente indicado é:
(A) conquista dura = rígida;
(B) poderes divinos = atemporais;
(C) projeto revolucionário = modificador;
(D) vida digna = humilde;
(E) símbolo máximo = conhecidíssimo.
14 - “A América Latina, tão viciada em ditadores, viu
surgir na década de 80...”; nesse segmento do texto
aparece um exemplo de linguagem figurada denominada:
(A) metonímia;
(B) sinestesia;
(C) metáfora;
(D) comparação;
(E) pleonasmo.
15 - A alternativa em que a construção com o pronome
SE é diferente das demais é:
(A) “desfez-se o regime de segregação racial”;
(B) “solidificou-se a visão de que (....) o homem tinha
direito a uma vida digna”;
(C) “justificava-se abertamente o direito do marido de
bater na mulher”;
(D) “Lutou-se pela idéia de que todos os homens
merecem a liberdade”;
(E) “respeitar-se o sinal vermelho”.
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Assembléia Espírito santo – 2006.
PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA
NÃO É FALTA DE CORAÇÃO, MAS DE CÉREBRO.
Veja, 5 de julho, 2006
Nesta edição, VEJA traz uma reportagem sobre um
aspecto fascinante do capitalismo americano: o da
filantropia bilionária. Aos 75 anos, o investidor Warren
Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, decidiu
doar 85% de sua fortuna (o equivalente a 37,4 bilhões de
dólares) a cinco fundações. A maior parte desse dinheiro
(30,7 bilhões) será transferida de forma escalonada para a
fundação administrada por Bill Gates, o homem mais rico
do mundo. A doação transforma a fundação de Gates
numa potência filantrópica de proporções inéditas: 60
bilhões de dólares, cifra similar ao PIB do Peru e ao valor
de mercado da Disney, uma das gigantes do mundo do
entretenimento.
Essa nova fase da filantropia americana surge num
contexto em que sobressaem uma virtude e uma falha. A
virtude é o estágio atual do próprio sistema capitalista,
capaz, em sua forma mais avançada, de gerar excedentes
vultosos que retornam à sociedade pela mão de
empresários conscientes e abnegados. A falha é dos
governos e das instituições internacionais, como o Banco
Mundial, que se mostraram ineficazes no combate à
pobreza e às endemias do mundo. Pessoas como Buffett e
Gates, portanto, indicam um caminho para supri-la.
A filantropia, é bom que se diga, faz parte da cultura
americana desde o século XIX. Trata-se de uma atitude
de origem religiosa que, com o passar dos anos, evoluiu
para tornar-se parte fundamental das relações sociais
naquele país. Hoje, nos Estados Unidos, mais pessoas
doam a projetos sociais do que votam em eleições.
Calcula-se que 89% dos americanos façam algum tipo de
contribuição financeira voluntária. Não é pouca coisa.
Cerca de 75% do total de recursos doados nacionalmente
vem de pessoas físicas. Esses números são altos porque
existe também uma arquitetura fiscal que estimula a
filantropia: doações individuais geram créditos
tributários que podem ser deduzidos do imposto a pagar.
É o contrário do que ocorre no Brasil. Por aqui, não há
incentivos fiscais às pessoas que queiram fazer
filantropia. Além disso, restrições legais quase
intransponíveis dificultam a doação individual de
dinheiro, equipamentos e livros para universidades
públicas e outras instituições. É caro, difícil e arriscado
driblar tais dificuldades. O coração dos brasileiros seria
bem mais generoso se o cérebro dos governantes fosse
mais ventilado.
1 - A alternativa em que a alteração do segmento
destacado pode causar modificação em seu sentido é:
(A) “um aspecto fascinante do capitalismo
americano” – um fascinante aspecto do capitalismo
dos Estados Unidos;
(B) “uma das gigantes do mundo do entretenimento”
– uma das gigantes do entretenimento do mundo;
(C) “A doação transforma a fundação Gates numa
potência filantrópica” – a fundação Gates é
transformada pela doação numa potência filantrópica;
(D) “em que sobressaem uma virtude e uma falha” –
em que sobressaem uma falha e uma virtude;
(E) “Esses números são altos” – são altos esses
números.
2 - O título do texto – Não é falta de coração, mas de
cérebro – refere-se:
(A) à falta de vontade dos brasileiros em ajudar o
próximo;
(B) à desorganização do mundo empresarial
brasileiro;
(C) ao despreendimento de alguns milionários
americanos;
(D) aos brasileiros e aos governantes do país,
respectivamente;
(E) à ausência de doações americanas a fundações
brasileiras.
3 - Para dar a dimensão dos fundos da fundação Gates
após a doação referida, o autor do texto a compara ao PIB
do Peru; essa comparação funciona como bom argumento
do texto porque:
(A) o PIB do Peru é um dos mais altos do mundo;
(B) a fundação Gates pode ser comparada a uma
nação;
(C) o Peru é justamente um país que necessita de
ajuda filantrópica;
(D) a fundação mostra mais poder que um país;
(E) a desproporção com o Brasil se torna flagrante.
4 - “capaz, em sua forma mais avançada, de gerar
excedentes vultosos”; o autor empregou corretamente a
forma sublinhada, não a confundindo com seu parônimo
vultuosos. A alternativa abaixo que mostra uma troca
indevida de parônimos é:
(A) Algumas doações passam despercebidas;
(B) Nem todos os ladrões são presos em flagrante
delito;
(C) Devia-se infligir penas duras aos ladrões de
colarinho branco;
(D) As leis não devem sortir o efeito desejado;
(E) Deve-se atuar sempre com muita discrição.
5 - A virtude apontada no segundo parágrafo do texto está
vinculada:
(A) a qualidades do sistema capitalista e a qualidades
de cidadãos;
(B) a qualidades de alguns cidadãos apesar do
sistema capitalista;
(C) a qualidades do sistema capitalista apesar de
alguns cidadãos;
(D) a defeitos do sistema que são reparados por
cidadãos conscientes;
(E) à abnegação e consciência de todos os
empresários capitalistas.
6 - Ao dizer que os excedentes do sistema capitalista
“retornam à sociedade”, o autor do texto quer dizer que:
(A) os lucros voltam à própria empresa que os gerou;
(B) os excedentes retornam como ajuda a toda a
sociedade;
(C) a sociedade capitalista recebe de volta o capital
empregado;
20
(D) o excesso de capital retorna em forma de ações
para as companhias;
(E) a sociedade ganha mais capital de investimento.
7 - “das instituições internacionais, como o Banco
Mundial, que se mostraram ineficazes”; o segmento
como o Banco Mundial tem o valor de:
(A) exemplificação;
(B) comparação;
(C) conformidade;
(D) modo;
(E) explicação.
8 - “Pessoas como Buffett e Gates, portanto, indicam um
caminho para supri-la”; o pronome sublinhado se refere
a:
(A) pobreza;
(B) endemia;
(C) falha;
(D) filantropia;
(E) sociedade.
9 - Conscientes e fascinantes são vocábulos corretamente
grafados com SC; a alternativa que apresenta um
vocábulo ERRADAMENTE grafado é:
(A) fascismo – descendência;
(B) adolescência – tescitura;
(C) piscina – suscitar;
(D) fluorescente – miscigenação;
(E) ascético – lascívia.
10 - A alternativa em que os dois elementos sublinhados
possuem funções distintas é:
(A) “instituições internacionais como o Banco
Mundial” – “Pessoas como Buffett e Gates”;
(B) “Trata-se de uma atitude de origem religiosa” –
“Calcula-se que 89% dos americanos”;
(C) “a fundação de Gates” – “retornam à sociedade
pela mão de empresários conscientes e abnegados”;
(D) “gerar excedentes vultosos que retornam à
sociedade” – “Trata-se de uma atitude de origem
religiosa que, com o passar dos anos, evoluiu”;
(E) “A maior parte desse dinheiro será
transferida...para a fundação administrada por Gates”
– “a doação individual de dinheiro...para
universidades públicas”.
11 - Segundo o texto, NÃO se inclui entre os fatores que
fazem com que atitudes filantrópicas estejam muito mais
presentes nos EUA que no Brasil:
(A) uma antiga tradição cultural de origem religiosa;
(B) uma crença que favorece a caridade;
(C) a possibilidade de dedução no imposto de renda;
(D) uma estruturação fiscal favorável;
(E) a pouca participação das pessoas jurídicas.
12 - “Hoje, nos Estados Unidos, mais pessoas doam a
projetos sociais do que votam em eleições”; pode-se
inferir desse segmento do texto que:
(A) as eleições recebem pouca participação nos
Estados Unidos;
(B) a participação do povo nas eleições é obrigatória;
(C) a cidadania americana está em decadência;
(D) o povo americano é ideologicamente atrasado;
(E) à participação política os americanos preferem a
prática da caridade.
13 - “surge num contexto em que sobressaem uma
virtude e uma falha”; nesse segmento do texto é
obrigatória a presença da preposição EM antes do
pronome relativo QUE. A alternativa abaixo que mostra
uma frase ERRADAMENTE construída porque o
pronome relativo deveria ser precedido de uma
preposição é:
(A) Essa é uma atitude que todos os americanos
gostam;
(B) Os milionários doam dinheiro que seria
encaminhado ao imposto de renda;
(C) A filantropia é uma atitude americana que todos
elogiam;
(D) A riqueza que é transferida gera bem-estar;
(E) Essa é uma atitude que surge a partir de diversos
fatores.
14 - “restrições legais quase intransponíveis dificultam a
doação individual de dinheiro”; a forma de reescrever-se
essa mesma frase que ALTERA o seu sentido é:
(A) dificultam a doação individual de dinheiro
restrições legais quase intransponíveis;
(B) quase intransponíveis restrições legais dificultam
a individual doação de dinheiro;
(C) a doação individual de dinheiro é dificultada por
restrições legais quase intransponíveis;
(D) dificultam a doação individual de dinheiro quase
intransponíveis restrições legais;
(E) restrições legais dificultam de forma
intransponível a doação individual de dinheiro.
15 - “Gates e Buffett doaram eles .......... .......... recursos
para homens e mulheres ..........”; a alternativa cuja
seqüência preenche adequadamente as três lacunas desse
período é:
(A) mesmos – bastantes – desabrigados;
(B) mesmo – bastante – desabrigadas;
(C) mesmo – bastantes – desabrigados;
(D) mesmos – bastante – desabrigadas;
(E) mesmo – bastante – desabrigado.
Questão
01
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05
06
Gabarito
B
D
B
D
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B
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08
09
10
11
12
13
14
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A
C
B
B
E
E
A
E
A
Prefeitura de Alagoinhas – 2005
LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO
NÚMEROS E ARMAS
O mais recente diagnóstico da Unesco sobre causas e
efeitos da criminalidade no Brasil mostra números tristes
– mas úteis, se governo e opinião pública derem-se ao
trabalho de interpretar corretamente os dados. O dado
mais trágico é o crescimento dos homicídios envolvendo
jovens de 15 a 24 anos: subiram 88,6% entre 1993 e
2002. O aumento é maior do que o registrado na
população em geral (62,3%), embora este índice já leve a
conclusões sombrias: é quatro vezes superior ao do
aumento da população. No mesmo período, diminuíram
os índices da mortalidade em geral, o que torna mais
assustador o crescimento do número de homicídios,
principalmente se isso acontece com mais força na
juventude. O crime tem muitas causas: pobreza e
desemprego, educação deficiente, tensões sociais etc. E
seria um erro ignorar o medo da perspectiva de
21
impunidade, provocada por deficiências na capacidade de
repressão do Estado. O Brasil tem muito a avançar nesse
campo. Seria absurdo se tornássemos a tarefa mais difícil
recuando em áreas nas quais já houve progresso. O
avanço mais importante dos últimos tempos é, sem
dúvida, a aprovação pelo Congresso do Estatuto do
Desarmamento. Foi ação custosa e demorada,
enfrentando a cada passo o forte lobby da indústria de
armamentos e munição. A sensatez acabou vencendo,
quando um número suficiente de parlamentares, sob forte
pressão da opinião pública, reconheceu que a posse
praticamente indiscriminada de armas por cidadãos é
indutora da violência. Sem falar na facilidade com que
marginais, experientes nisso, levam a arma e muitas
vezes a vida de pessoas pacíficas que tentam enfrentá-los
na área de sua sinistra especialidade. Quanto menos
armas em circulação, maior será a nossa contribuição
para amenizar as estatísticas da Unesco. Quanto mais
cedo, melhor.
01 - Ao ser colocado no título do texto, o vocábulo
números se refere a:
(A) quantidade de jovens mortos pela criminalidade;
(B) estatísticas publicadas por estudo da Unesco;
(C) número de armas ainda em circulação;
(D) aumento de mortes provocadas por armas de fogo;
(E) variedade de medidas a serem tomadas contra a
criminalidade.
02 - A primeira frase do texto alude a causas e efeitos da
criminalidade no Brasil; o item abaixo que representa um
efeito, e não uma causa, segundo o texto, é:
(A) diminuição dos homicídios envolvendo jovens;
(B) pobreza de grande parte da população;
(C) aprovação do Estatuto do Desarmamento;
(D) o desemprego que atinge milhares de brasileiros;
(E) as deficiências educacionais.
03 - O item em que NÃO aparece qualquer tipo de
intensificação é:
(A) “O mais recente diagnóstico da Unesco...”;
(B) “O dado mais trágico é o crescimento dos
homicídios...”;
(C) “Quanto mais cedo, melhor.”;
(D) “O avanço mais importante dos últimos tempos...”;
(E) “O Brasil tem muito a avançar nesse campo”.
04 - “...mostra números tristes -...”; a palavra tristes,
nesse caso, está empregada em sentido conotativo; o item
abaixo em que o termo sublinhado também está
empregado em sentido conotativo é:
(A) “Quanto mais cedo, melhor”;
(B) “Seria absurdo se tornássemos a tarefa mais
difícil...”;
(C) “...este índice já leve a conclusões sombrias:...”;
(D) “O crime tem muitas causas...”;
(E) “Foi ação custosa e demorada...”.
05 - O item em que o adjetivo inicial tem um substantivo
cognato (de mesma família de palavras) indicado
INCORRETAMENTE é:
(A) trágico – tragédia;
(B) pública – publicidade;
(C) difícil – dificuldade;
(D) deficiente – deficiência;
(E) sombrias – sombra.
06 - A palavra lobby é um estrangeirismo que tem como
significado:
(A) ato de influenciar autoridades para obter benefícios
legais;
(B) organização fraudulenta de empresários;
(C) grupos de marginais organizados dentro da atividade
política;
(D) poder econômico;
(E) união de interesses contrários ao bem público.
07 - Os números da Unesco podem ser úteis, SE governo
e opinião pública derem-se as mãos; nesse segmento, o
conectivo em maiúsculas pode ser adequadamente
substituído por:
(A) quando;
(B) já que;
(C) apesar de;
(D) desde que;
(E) enquanto.
08 - “...governo e opinião pública derem-se as mãos...”;
nesse segmento, o vocábulo SE tem o mesmo valor que
em:
(A) As armas e os crimes se atraem;
(B) Foram-se os criminosos para a cadeia;
(C) Visitaram-se os detentos na prisão;
(D) As estatísticas se desatualizaram;
(E) Os crimes se multiplicam a cada fim de semana.
09 - Homicídio equivale a um crime caracterizado por:
(A) roubo seguido de morte;
(B) tentativa de assassinar alguém;
(C) morte de um homem;
(D) morte de um ser humano;
(E) morte seguida de fuga.
10 - De acordo com o segundo parágrafo do texto:
(A) a população aumenta mais que os crimes envolvendo
jovens;
(B) o aumento de crimes é pouco maior que a taxa de
crescimento populacional;
(C) a juventude é a maior autora de homicídios;
(D) a mortalidade entre jovens cresceu menos que a
população;
(E) diminuíram os índices de criminalidade em geral.
11 - A forma etc., empregada no terceiro parágrafo do
texto, significa que:
(A) nada mais havia a dizer;
(B) o autor do texto esqueceu-se de algo;
(C) havia outras coisas mais importantes a dizer;
(D) outros termos poderiam ser ditos;
(E) algo foi censurado no texto.
12 - Segundo o texto, a impunidade é:
(A) um dos efeitos da criminalidade;
(B) mais uma causa da criminalidade;
(C) gerada pelas leis muito rigorosas;
(D) fruto da corrupção policial;
(E) favorecida por nosso código penal.
13 - O Estatuto do Desarmamento:
(A) retira armas de circulação;
(B) proíbe a utilização de armas pelas pessoas honestas;
(C) induz a que todos se armem contra o crime;
(D) faz com que o lobby da indústria se desmoralize;
(E) é um indutor da violência contra os jovens.
14 - O texto pede _______________ no banimento das
armas. O vocábulo que preencheria corretamente a lacuna
dessa frase, segundo o que se depreende da leitura do
texto, é:
(A) cuidado;
22
(B) calma;
(C) urgência;
(D) legalidade;
(E) rigor.
15 - Ao aprovar o Estatuto do Desarmamento, o
Congresso:
(A) contrariou o desejo da população;
(B) favoreceu o lobby da indústria armamentista;
(C) cedeu às pressões da opinião pública;
(D) demonstrou insensatez no trato das coisas públicas;
(E) mostrou desapreço pelas pressões populares.
01
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B
C
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D
E
D
B
A
C
C
Várzea paulista – 2006
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto base para as questões 1 a 4
Pode-se prever que os ideólogos do capitalismo de
Estado usarão de todos os apelos populistas de que
puderem valer-se para introduzir no texto constitucional
um forte golpe contra a iniciativa privada no campo
econômico. Como se sabe, é muito fácil acenar para
desempregados com benefícios e sinecuras que, em
muitos casos constituem a essência das empresas estatais,
ineficientes por natureza, destituídas de qualquer
competitividade pelas situações de monopólio e
oligopólio nas quais atuam. São empresas que utilizam o
dinheiro do contribuinte para cobrir seus déficit
constantes e podem ser apontadas como as maiores
responsáveis pelo desastre financeiro do governo federal.
As empresas estatais conferem poder político através do
poder econômico que têm. Alargar seu raio de ação em
detrimento da iniciativa privada é uma tentação
considerável para muita gente. Tenho certeza de que se
assistirá a uma verdadeira batalha na Assembléia
Constituinte travada por muitos segmentos ali
representados, para a conquista de um campo maior de
ação para as empresas estatais. Diante dessa ameaça, os
defensores da livre iniciativa não podem ficar inertes. Os
empresários, tenho repetido muito ultimamente , devem
evitar que a Constituinte seja tomada de assalto pela
demagogia. É por isso que defendo a utilização de
recursos humanos e financeiros, por parte dos
empresários, para eleger o maior número possível de
representantes que venham a se contrapor na Constituinte
à tendência estatizante que domina parte da classe
política. Naturalmente, não estou aqui sugerindo que se
faça qualquer coisa ilegal. Espero mesmo que se tomem
providências rapidamente para regulamentar o uso de
dinheiro nas campanhas para a Constituinte, de maneira a
que tudo seja feito às claras e de normas aceitáveis. O
dinheiro, nesse caso, deve ajudar na consolidação de
ideais democráticos e não funcionar em prejuízos deles.
O que sugiro é a ação dos empresários em defesa aberta e
decidida da livre iniciativa no momento em que se
prepara a futura Constituição.
VALENTE , César Rogério. Os empresários precisam
agir. In:– -Veja, 26 jun 1985
1 - É possível, pela leitura do texto, perceber que seu
autor assume a defesa da iniciativa privada e opõe-se às
empresas estatais, os procedimentos argumentativos
utilizados, no entanto, apresentam defeitos:
O procedimento argumentativo, utilizado pelo autor, que
se pode considerar adequado é:
(A) utilização de conceitos e afirmações genéricos.
(B) emprego de noções abstratas.
(C) uso de conceitos que se contradizem entre si.
(D) comprovação de fatos citados.
(E) apresentação de sugestão para resolver o problema.
2 - No texto encontram-se algumas afirmações sobre o
desempenho das empresas estatais, em relação à sua
eficiência. O argumento que é utilizado para defender
essa idéia é frágil pelo seu grau de generalidade.
A expressão empregada que exemplifica esse problema é:
(A) apelos populistas.
(B) qualquer competitividade.
(C) ineficientes por natureza.
(D) situações de monopólio.
(E) livre iniciativa.
3 - O emissor do texto, procura levar-nos a aceitar o
pressuposto de que as empresas privadas não usam o
poder econômico para influir no poder político.
A afirmação que permite depreender esse pressuposto é:
(A) As empresas estatais conferem poder político através
do poder econômico que têm.
(B) Alargar seu raio de ação em detrimento da iniciativa
privada é uma tentação considerável...
(C) Diante dessa ameaça, os defensores da livre iniciativa
não podem ficar inertes ...
(D) ... defendo a utilização de recursos humanos e
financeiros, por parte dos empresários, para eleger o
maior número possível de representantes...
(E) Espero mesmo que se tomem providências
rapidamente para regulamentar o uso de dinheiro nas
campanhas...
4 - Partindo da noção de que, na escrita, o interlocutor
está ausente e não pode interferir para pedir
esclarecimentos, é fundamental não haver ambigüidades
no texto, para que haja perfeita recepção.
No texto em questão vamos encontrar alguns obstáculos à
adesão do receptor, principalmente pelo uso de alguns
termos utilizados sem o rigor necessário.
A seqüência em que todas as expressões apresentam essa
característica é:
(A) desastre financeiro; governo federal e déficits
constantes.
(B) poder político; livre iniciativa e desastre financeiro.
(C) tendência estatizante; poder econômico e iniciativa
privada.
(D) apelos populistas; assalto pela demagogia e ideais
democráticos.
(E) o uso de dinheiro; normas aceitáveis e defesa aberta.
Um baile no campeão do mundo - e na casa deles
O conjunto corinthiano teve uma atuação brilhante, e a
goleada poderia ter atingido a casa dos seis, oito, que não
seria injustiça ao melhor futebol do mundo. Quando o
Corinthians saiu daqui, notava-se receio nos rostos de
todos. Por que os dirigentes escolheram logo o Uruguai?
Logo os campeões do mundo? Seriam a desgraça do
Corinthians. (...)
23
Antes do jogo, crônica e público - no Uruguai comentavam que o Corinthians, quando muito, poderia
livrarse de uma goleada. Assim pensavam os uruguaios.
Os
corinthianos,
“calouros”
em
competições
internacionais, pisavam o gramado longe do apoio da sua
torcida, a mais entusiástica do Brasil. E iniciaram o jogo
com acanhamento. Decorridos, porém, os primeiros oito
minutos, o cenário mudou completamente. O “mais
brasileiro”, com precisão cronométrica, foi se impondo,
dominou e triturou sem apelação a equipe uruguaia. O
Corinthians foi o “dono” do campo. E os gols se
sucederam. E muitos outros teriam surgido, não fosse o
goleiro Mateo que operou defesas milagrosas.
O Corinthians “derrotado” antes do início da peleja,
enfrentando um adversário temível, obteve a mais
notável vitória dos clubes nacionais fora de suas
fronteiras, e elevou bem alto o prestígio do futebol do
Brasil.
Extra. Dez. 1976
5 - Uma das normas do texto jornalístico é a utilização de
dados que permitam ao leitor fazer sua própria avaliação.
No entanto, nem sempre essa norma é respeitada.
A seqüência em que todas as palavras ou expressões
utilizadas indicam a presença avaliativa do produtor do
texto é:
(A) campeões do mundo; competições internacionais e
dono do campo.
(B) atuação brilhante; melhor futebol do mundo e notável
vitória.
(C) conjunto corinthiano; goleada e receio nos rostos.
(D) pisavam o gramado; a mais entusiástica e iniciaram o
jogo.
(E) o cenário mudou; os primeiros oito minutos e um
adversário temível.
6 - A escolha precisa da função da linguagem mais
adequada aumenta a chance de êxito no processo de
comunicação, ou seja, a reação desejada no receptor.
A função de linguagem, no texto, que se sobrepõe à
função de base referencial é:
(A) referencial.
(B) poética.
(C) metalingüística.
(D) emotiva.
(E) fática.
7 - A frase a seguir foi reescrita cinco vezes. A
reescritura que estabelece relação coerente entre as
orações é:
(A) Trabalhamos bastante, embora devamos ser bem
remunerados.
(B) Trabalhamos bastante, já que devemos ser bem
remunerados.
(C) Trabalhamos bastante, contudo devemos ser bem
remunerados.
(D) Trabalhamos bastante, apesar disso devemos ser bem
remunerados.
(E) Trabalhamos bastante, em vista disso devemos ser
bem remunerados.
O texto a seguir é base para as respostas das questões
8 e 9.
Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento da sua ascensão ninguém lhe disputou
o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se a
deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos
em disponibilidade. Era rica e formosa. Duas opulências,
que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois
esplendores que se refletem como o raio de sol no prisma
do diamante. Quem não se recorda de Aurélia Camargo,
que atravessou o firmamento da corte como brilhante
meteoro, e apagou-se de repente no meio do
deslumbramento que produzira o seu fulgor?
José de Alencar. Senhora.
8 - Aponte, das referências feitas a seguir, aquela que
NÃO se pode atribuir a Aurélia.
(A) nova estrela.
(B) rainha dos salões.
(C) raio de sol no prisma do diamante.
(D) ídolo dos noivos em disponibilidade.
(E) brilhante meteoro.
9) Observe: Duas opulências, que se realçam como a flor
em vaso de alabastro. A expressão sublinhada refere-se a
outro temo anteriormente citado que é:
(A) a própria Aurélia
(B) fortuna e beleza.
(C) os seios da moça.
(D) as flores do vaso.
(E) deusa e musa.
10 - Meses e meses recolhida e murcha,
sai de casa, liberta-se da estufa
a flor guardada (o guarda - chuva). Agora,
cresce na mão pluvial, cresce. Na rua,
sustento o caule de uma grande rosa
negra que se abre sobre mim na chuva.
Mauro Mota
As figuras de linguagem são recursos de expressão,
bastante explorados nos textos literários, que conferem à
linguagem maior colorido e expressividade.
A figura de linguagem predominante no texto acima é:
(A) metonímia
(B) sinestesia
(C) catacrese
(D) antítese
(E) metáfora
11 - Observe a fala da personagem abaixo:
A atitude do senhor é discutível, porém sua colocação
pronominal é perfeita, de acordo com a norma culta. A
regra que justifica corretamente tal colocação é:
(A) Utiliza-se a mesóclise, quando o verbo se encontra no
futuro do presente ou do pretérito.
(B) Exige-se a mesóclise do pronome nas orações
declarativas.
(C) Usa-se próclise do pronome com palavras ou
expressões de valor negativo.
(D) Emprega-se o pronome, nas orações optativas ou
exclamativas, em próclise.
24
(E) Faz-se uso da ênclise, quando os verbos estão no
modo imperativo.
12 - Chama-se regência à relação de subordinação que se
estabelece entre um verbo ou um nome e seus
complementos. Observe o diálogo:
—Vamos no cinema comigo?
—Você sabe que prefiro mais praia do que cinema!
Para que este diálogo esteja totalmente de acordo com a
norma culta, as pessoas deverão expressar-se da seguinte
forma:
(A) Vamos no cinema comigo?
Você sabe que prefiro praia do que cinema!
(B) Vamos ao cinema comigo?
Você sabe que prefiro praia a cinema!
(C) Vamos ao cinema comigo?
Você sabe que prefiro mais praia ao cinema!
(D) Vamos no cinema comigo?
Você sabe que prefiro praia do que cinema!
(E) Vamos no cinema comigo?
Você sabe que prefiro a praia ao cinema!
13 - Concordância é a harmonia de flexão das palavras de
uma frase. Em relação à concordância verbal, a frase que
segue as normas previstas na gramática é:
(A) Mais de um concorrente se cumprimentaram.
(B) Sua calma e tranqüilidade me davam segurança.
(C) Ele é um dos alunos que venceu o concurso.
(D) Os Lusíadas eternizou o nome de Camões.
(E) O pai ou o irmão levarão a noiva ao altar.
14 - As palavras da Língua Portuguesa são formadas por
dois processos básicos:derivação e composição. A oração
em que há um vocábulo formado pelo processo de
derivação imprópria é:
(A) Ele se cortou com o canivete.
(B) Durante o combate ele foi ferido.
(C) Houve um comício monstro na Cinelândia.
(D) O pedreiro não veio trabalhar hoje.
(E) Aprecio as aves pernaltas.
15 - Pronome é uma palavra praticamente vazia de
significado, mas que remete a quem fala quem ouve ou a
um assunto que se desenvolve. O pronome pessoal
refere-se diretamente a uma das pessoas do discurso.
Observe: Olha, seu moço, como se passou o caso do
jumento do coronel, de verdade, não sei lhe explicar.
O pronome pessoal oblíquo sublinhado na fala acima faz
referência a um outro elemento do texto que é:
(A) o caso.
(B) jumento.
(C) coronel.
(D) seu moço.
(E) verdade.
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E
C
A
D
B
D
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15
B
E
A
B
*
C
D
Universidade do Estado de Mato Grosso – 2005.
LÍNGUA PORTUGUESA
URGÊNCIA
O Globo, 19/02/2005
Ao constatar que, de 40 pessoas que costumam dormir
nas praias de Copacabana e Ipanema, 35 vieram de fora
da cidade, a Secretaria municipal de Assistência Social
decidiu que não mais serão acolhidos nos abrigos
públicos os sem-teto adultos que não sejam do Rio de
Janeiro. Eles serão enviados de volta a suas cidades ou, se
não quiserem, ficarão mesmo nas ruas. A decisão, na
aparência, tem lógica. Afinal, se o Rio vai proporcionar
abrigo a todos que vierem mendigar aqui, isso só
aumentará o poder de atração da metrópole e portanto o
fluxo de migração. Fica claro que o problema não pode
ser visto como local: exige uma política integrada de
municípios, estados e governo federal. Mas essa atitude,
além de tratar o problema como sendo exclusivamente da
população de rua – quando na verdade é da cidade – não
leva em conta que, se algum dia estará em prática essa
desejada política nacional, isso só acontecerá num futuro
muito distante. Até lá, num pólo turístico como é o Rio,
os moradores de rua que não forem convencidos a deixar
a cidade – e quantos serão? – continuarão aqui, onde
obviamente há mais oportunidades, ou pelo menos
esmolas maiores, do que nos municípios de onde vieram.
É uma maneira segura de afugentar os turistas de que o
Rio tanto precisa, e que respondem por 13% da renda da
cidade. É meritório que a prefeitura se bata por uma
política integrada para a questão. Mas até que ela se torne
realidade, manter em caráter permanente, com todas as
dificuldades, um programa de recolhimento da população
de rua é uma necessidade do Rio.
1 - Segundo o primeiro parágrafo do texto, a decisão da
Secretaria municipal de Assistência Social foi tomada a
partir de:
(A) um levantamento geral de dados sobre a população
de rua;
(B) uma análise estatística de dados de uma pesquisa;
(C) uma hipótese que foi confirmada em pesquisa;
(D) uma suposição ainda não confirmada pelos dados;
(E) uma pressuposição contrariada pelos dados de uma
pesquisa.
2 - “...não mais serão acolhidos nos abrigos públicos os
sem-teto adultos que não sejam do Rio de Janeiro”;
podese inferir desse segmento do texto que:
(A) os abrigos públicos só abrigavam adultos;
(B) anteriormente, os abrigos públicos só acolhiam
nãocariocas;
(C) as crianças não-cariocas serão acolhidas nos abrigos;
(D) só cariocas serão futuramente acolhidos nos abrigos;
(E) os sem teto não cariocas só serão aceitos com
crianças.
3 - “abrigos públicos”; nesse segmento do texto, o
melhor significado para o adjetivo destacado é:
(A) que se refere ou pertence ao povo;
(B) que serve para uso de todos;
(C) sob a responsabilidade de um governo;
(D) que é do conhecimento de todos;
(E) conjunto anônimo de pessoas.
4 - Ao dizer, no início do segundo parágrafo, que a
decisão da Secretaria municipal de Assistência Social tem
lógica “na aparência”, o autor do texto antecipa que:
(A) haverá um outro aspecto não considerado pelas
autoridades;
(B) o governo continuará com a mesma política agora
adotada;
25
(C) a situação dos sem-teto melhorará sensivelmente;
(D) as medidas governamentais terão maus resultados;
(E) as medidas governamentais só têm importância
política.
5 - “...se o Rio vai proporcionar abrigo a todos que
vierem mendigar aqui,...”; o emprego da forma verbal
vierem tem valor de:
(A) ação futura dependente de outra ação futura;
(B) um fato futuro terminado em relação a outro fato
futuro;
(C) uma ação de que se duvida;
(D) ação ainda não realizada;
(E) indicar uma incerteza sobre fatos passados.
6 - “Fica claro que o problema não pode ser visto como
local”; a forma abaixo dessa mesma frase que altera o
sentido original é:
(A) Que o problema não pode ser visto como local é algo
que fica claro;
(B) Fica claro que não se pode ver o problema como
local;
(C) Claro fica que não pode ser visto como local esse
problema;
(D) Que não se pode ver o problema como local fica
claro;
(E) Fica claro o problema de que não pode ser visto
como local.
7 - No início do terceiro parágrafo há a referência a “essa
atitude”; a atitude a que esse segmento se refere é a de:
(A) procurar integrarem-se as políticas municipal,
estadual e federal;
(B) enviarem-se todos os sem-teto não cariocas para suas
cidades de origem;
(C) restringir-se o acolhimento nos abrigos públicos;
(D) manter em caráter provisório um atendimento para
todos os sem-teto;
(E) aumentar o fluxo migratório para a cidade.
8 - Entre os argumentos que se opõem à decisão da
Secretaria municipal de Assistência Social só NÃO está
incluído:
(A) tratar-se o problema como se ele só fosse da
população de rua;
(B) prejudicar a vinda de turistas para a cidade;
(C) a solução de integração política levará ainda muito
tempo;
(D) trazer prejuízo econômico para o Estado;
(E) não levar os municípios menores a se desenvolverem.
9 - “A maneira segura de afugentar os turistas” do Rio de
Janeiro, segundo o texto, é:
(A) permitir-se livremente a presença da população de
rua;
(B) obrigar os sem-teto a voltarem para suas cidades de
origem;
(C) deixar que ocorram atos de violência;
(D) reduzir o fluxo de estrangeiros para a cidade;
(E) conservar o hábito de darem-se esmolas maiores.
10 - “É meritório que a Prefeitura se bata por uma
política integrada para a questão”; a expressão “bater-se
por” equivale a:
(A) revoltar-se contra;
(B) defender a idéia de;
(C) não desejar;
(D) organizar-se para;
(E) opor-se a.
11 - “com todas as dificuldades”; o conectivo que poderia
ser adequadamente colocado em lugar da preposição com
nesse segmento do texto é:
(A) por causa de;
(B) diante de;
(C) apesar de;
(D) além de;
(E) ao encontro de.
12 - Segundo se pode depreender do texto:
(A) os sem-teto são parte da população de rua;
(B) os sem-teto da população de rua não são cariocas;
(C) a população de rua é constituída pelos sem-teto;
(D) todos os sem-teto são adultos;
(E) os sem-teto vivem de esmolas e pequenos roubos.
13 - A urgência, que dá título ao texto, refere-se a:
(A) transferência dos sem-teto para suas cidades de
origem;
(B) aumento de fluxo turístico para o Rio de Janeiro;
(C) criação de uma política integrada de ação social;
(D) mudança da decisão tomada pelo governo municipal;
(E) proibição de se pedirem esmolas nas ruas da cidade.
14 - A frase em que a substituição do verbo pelo
substantivo correspondente NÃO é correta é:
(A) “As constatar que, de 40 pessoas...” / A constatação
de que 40 pessoas;
(B) “vierem mendigar aqui” / vierem para a mendicância
aqui;
(C) “além de tratar o problema” / além do tratamento do
problema;
(D) “manter em caráter permanente” / a manutenção em
caráter permanente;
(E) “maneira segura de afugentar os turistas” / maneira
segura de fuga dos turistas.
15 - O texto, em função de sua estrutura, pretende:
(A) discutir um tema a partir de um fato novo;
(B) apresentar uma solução definitiva para um problema;
(C) narrar uma sucessão de fatos;
(D) descrever o estado em que se encontram as ruas da
cidade;
(E) convencer o público da necessidade de uma política
de integração social.
01
02
03
04
05
06
07
B
D
C
A
D
E
C
08
09
10
11
12
13
14
15
E
A
B
C
C
D
E
A
UFRJ – 2004 – Administrador
LÍNGUA PORTUGUESA
Todas as questões desta prova são baseadas em
ocorrências cotidianas de uso da linguagem e tentam
avaliar sua competência de entendimento e de
desempenho em língua escrita.
1 - Uma manchete do jornal O Dia, de 7 de agosto de
2004, dizia:
Padrasto engravida e mata enteada
Uma melhor redação para essa mesma frase é:
a) Padrasto engravida enteada e a mata;
b) Padrasto mata e engravida enteada;
c) Padrasto mata enteada e a engravida;
26
d) Padrasto engravida enteada e mata a enteada;
e) Padrasto mata enteada e engravida enteada.
2 - Uma camionete de uma determinada empresa trazia
escrito em sua carroceria a seguinte frase: “Este carro é
provido de tacômetro”. A finalidade de um veículo ser
provido desse aparelho seria:
a) controlar a quantidade de carga;
b) medir a refrigeração da cabine;
c) avaliar o estado dos pneus;
d) conhecer a velocidade do veículo;
e) registrar a presença de radares.
3 - Numa notícia trágica, um jornal carioca mostrava uma
cabeça carbonizada deixada numa das estações do metrô
e abaixo da foto os seguintes dizeres: uma cabeça
decapitada era alvo da curiosidade dos passageiros do
metrô. Nessa frase há uma inadequação lógica, pois:
a) ninguém tem curiosidade por coisas mórbidas;
b) a expressão “alvo da curiosidade” só se aplica a coisas
boas;
c) o metrô não tem “passageiros”, mas “freqüentadores”;
d) o adjetivo “decapitado” não se aplica à cabeça, mas
ao corpo;
e) o adjetivo “decapitada” deveria ser substituído por
“degolada”.
4 - Na beira de uma estrada havia uma placa com as
seguintes palavras: VENDE-SE OVOS FRESCOS DE
GALINHAS Dessa placa pode-se dizer que:
a) há necessidade absoluta de especificar-se que os
ovos são de galinhas;
b) apresenta um erro de concordância, segundo a
norma culta;
c) o adjetivo “frescos” se refere à temperatura dos ovos;
d) não revela o essencial: o preço;
e) o verbo “vender” afasta os fregueses, em lugar de
atraí-los.
5 - Numa livraria estava exposto um “Dicionário
Etimológico da Língua Portuguesa”; esse dicionário tem
como finalidade informar:
a) todos os significados das palavras;
b) a grafia correta de todos os vocábulos portugueses;
c) os novos vocábulos criados no âmbito da Língua
Portuguesa;
d) o significado original das palavras de Língua
Portuguesa;
e) o valor lógico das palavras portuguesas.
6 - Uma famosa manchete de jornal dizia: “Cachorro fez
mal a moça”, onde há uma cômica ambigüidade. A frase
abaixo que NÃO apresenta ambigüidade é:
a) o funcionário encontrou o chefe no dia de seu
aniversário;
b) João e Maria casaram-se neste fim de semana;
c) Pedro viu José correndo pela rua;
d) o chefe deixou de importar-se com seu funcionário;
e) o grupo entrou na casa com os turistas.
7 - O item em que todas as vírgulas da frase de Caetano
Veloso estão colocadas de forma mais adequada é:
a) Eu dizia, sobre os arranha-céus de Nova York, que,
olhando para eles, tinha a impressão de que eles já
haviam sido destruídos há muito tempo;
b) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York que,
olhando para eles, tinha a impressão de que eles já
haviam sido destruídos há muito tempo;
c) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York, que,
olhando para eles, tinha a impressão de que eles já
haviam sido destruídos há muito tempo;
d) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York que,
olhando para eles, tinha a impressão, de que eles já
haviam sido destruídos há muito tempo;
e) Eu dizia sobre os arranha-céus de Nova York que,
olhando para eles, tinha a impressão de que eles já
haviam sido destruídos, há muito tempo.
8 - Ao final de uma carta, o remetente escreveu a
abreviatura P.S., seguida de uma informação para o
destinatário. Essa abreviatura significa que:
a) a informação dada é sigilosa e, por isso, não deve
ser dita a ninguém;
b) o remetente decidiu acrescentar algo ao que já havia
sido escrito;
c) o destinatário deve comunicar a informação às pessoas
interessadas;
d) a informação prestada ainda carece de confirmação;
e) a informação dada será o motivo da próxima carta.
9 - Todos os latinismos abaixo transcritos fazem parte de
nossa vida diária; o item em que o latinismo tem seu
significado dado de forma INCORRETA é:
a) quorum – o número dos quais é necessário;
b) habitat – ambiente próprio onde viver;
c) superávit – diferença entre o que se produziu e o
que se consumiu;
d) in natura – em estado natural;
e) vice versa – em sentido oposto, ao contrário.
10 - Há poucos dias uma cidade de MG comemorou o
seu sesquicentenário, ou seja, a idade de:
a) 100 anos;
b) 600 anos;
c) 150 anos;
d) 25 anos;
e) 500 anos.
11 - A frase cuja forma está INADEQUADA é:
a) O presente, eu o comprei;
b) Os doentes, nós os visitamos;
c) Aos doentes, nós lhes presenteamos;
d) O menino, eu lhe conheço;
e) As meninas, eles as admiram.
12 - “PF prende 20 por desvio de R$500 milhões em
Manaus”; esta foi a manchete do jornal O Globo do dia
11 de agosto de 2004. A afirmação ERRADA sobre os
elementos dessa manchete é:
a) a palavra desvio é um eufemismo de roubo;
b) a abreviatura PF corresponde a “Polícia Federal”;
c) a frase informa a razão da prisão feita pela PF;
d) o segmento em Manaus tem duplo sentido;
e) por clareza se deveria escrever em reais após “R$500
milhões”.
13 - Num teste de um programa de rádio, o locutor
pergunta: “Quanto é a metade de dois mais dois?” O
ouvinte responde “dois” e o locutor diz que a resposta
certa é “três”. A causa da confusão está:
a) na possibilidade de dupla leitura da pergunta;
b) na ambigüidade da palavra “metade”;
c) na ignorância do locutor;
d) na ignorância do ouvinte;
e) no desconhecimento do significado de “metade”.
14 - No uso do hífen na grafia portuguesa, ensina
Evanildo Bechara: “Usa-se o hífen nas palavras
compostas em que os elementos, com a sua acentuação
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própria, não conservam, considerados isoladamente, a
sua significação, mas o conjunto constitui uma unidade
semântica” (Moderna gramática portuguesa, p. 75). Essa
regra NÃO se aplica, portanto, em:
a) água-marinha;
b) segunda-feira;
c) sub-oficial;
d) amor-perfeito;
e) pára-choque.
15 - As frases abaixo foram retiradas de uma reportagem
de um jornal paulista; indique aquela que apresenta
problemas de concordância, segundo a norma culta:
a) os assaltantes preferem carros e motos modernas;
b) os motoristas passam por estreitos becos e vielas;
c) os automóveis com moderno farol e pára-brisa;
d) os transeuntes passam por iluminados praça e largo;
e) os muros do bairro são cinza e marrons.
16 - Entre as palavras abaixo, aquela que apresenta forma
correta é:
a) poleiro;
b) impecilho;
c) lampeão;
d) mágua;
e) cortume.
17 - A frase cuja estrutura NÃO está correta é:
a) São lembranças de que jamais esqueci;
b) São estes os documentos que tanto se discutia;
c) Eis os quadros cujos pintores aprecio;
d) São argumentos de que não se pode abrir mão;
e) Eis os ideais a que aspiramos.
18 - A frase de construção EQUIVOCADA é:
a) era perto de três horas da tarde;
b) eram 25 de agosto;
c) Neuzinha era as preocupações do pai;
d) da cidade à ilha são dez quilômetros;
e) era dez horas quando ela chegou.
19 - A frase abaixo que admite outra flexão do verbo é:
a) V. Exa. é inteligente;
b) O quadro ou os quadros foram vendidos;
c) A maior parte dos operários decidiu sair;
d) Precisa-se de mais empregos;
e) Era uma vez dois irmãos bastante amigos.
20 - A frase que apresenta ERRO no emprego do verbo
fazer é:
a) Faz três anos que elas se casaram;
b) Fazem-se muitos trabalhos apressadamente;
c) Já deve fazer dois anos que chegamos;
d) Vão fazer duas semanas que lá estive;
e) Aqui faz invernos terríveis.
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UFRJ - 2006 LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO – CRIANÇAS