PROGRAMA INTERLABORATORIAL Para sólidos totais, dissolvidos e em suspensão em amostras de água Foi desenvolvido um Programa Interlaboratorial para os ensaios da série de sólidos, comumente realizados em amostras de água e efluentes. Para tanto, foi necessário o desenvolvimento de amostra sintética, uma vez que não são disponíveis Materiais de Referência Certificados (MRC) para todas as nove frações de sólidos do ensaio [Patricia S. Trentin e Eleine Bostelmann] A determinação dos níveis de concentração das diversas frações de sólidos é utilizada nos estudos de controle de poluição das águas naturais, caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais e no controle de sistemas de tratamento de esgotos, resultando em um quadro geral da distribuição das partículas com relação ao tamanho (sólidos em suspensão e dissolvidos) e com relação à natureza química (fixos ou minerais e voláteis ou orgânicos). A poluição dos corpos d’água por sólidos em suspensão podem causar danos à vida aquática, com a diminuição da incidência de luz, aumento da sedimentação no leito dos rios destruindo organismos que fornecem alimentos, ou também danificar os leitos de desova de peixes. Os sólidos podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo decomposição anaeróbia. Para a qualidade da água de abastecimento, altos teores de sais minerais, particularmente sulfato e cloreto, estão associados à tendência de corrosão em sistemas de distribuição, além de conferir sabor às águas. Visando classificar, proteger os corpos d´água e prevenir problemas relacionados a saúde da população, o CONAMA em suas Resoluções nº 357 de 2005 [1] e nº 396 de 2008 [2], estabeleceu como padrão de qualidade, valores máximos permitidos para sólidos dissolvidos totais (SDT): a) águas doces, classes 1, 2 e 3, 500 mg/L; b) águas subterrâneas, classes 1 e 2, 1000 mg/L. A Portaria nº 518 de 2004 do Ministério da Saúde [3], estabelece valor máximo permitido de 1000 mg/L de sólidos dissolvidos totais para águas para consumo humano. O ensaio da série de sólidos, segundo o Standard Methods [4], contempla nove (9) frações diferentes de sólidos quantificáveis em uma amostra de matriz aquosa, que diferem entre si basicamente pelas suas características de tamanho das partículas e volatilidade. São eles: sólidos totais (ST), sólidos dissolvidos totais (SDT), sólidos suspensos totais (SST), sólidos fixos totais (SFT), sólidos voláteis 64 • www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010 totais (SVT), sólidos dissolvidos fixos (SDF), sólidos dissolvidos voláteis (SDV), sólidos suspensos fixos (SSF) e sólidos suspensos voláteis (SSV). Nos últimos anos, ocorreu um crescimento na busca pelo reconhecimento da competência dos laboratórios. Uma das ferramentas utilizadas para isso é a acreditação na Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 [5], que dentre outras exigências, estabelece a participação dos laboratórios em ensaios de proficiência por comparações interlaboratoriais, como uma das formas de controle de qualidade dos resultados e demonstração de sua competência. Entretanto, na área ambiental, ainda não há programas interlaboratoriais que contemplem toda a ampla gama de parâmetros e matrizes existentes, havendo a necessidade de desenvolvimento de programas específicos para o atendimento da demanda. A Cetesb já havia promovido duas rodadas de Programas Interlaboratoriais da série de sólidos, nos anos de 2007 e 2008, entretanto em nenhum dos dois casos foram contempladas as frações de sólidos voláteis, um dos objetivos deste trabalho. Este trabalho teve como objetivo geral o desenvolvimento de amostra sintética, capaz de produzir resultados adequados e quantificáveis para as nove frações da série de sólidos listadas no Standard Methods [4], tendo como objetivo específico a realização de rodada de Programa Interlaboratorial destes ensaios. Adicionalmente, caso a amostra desenvolvida se mostre adequada, espera-se também iniciar o desenvolvimento de material de referência interno, que possa ser facilmente preparado e utilizado pelos laboratórios em seus processos de validação dos métodos e controles de qualidade rotineiros, face à indisponibilidade de Material de Referência Certificado (MRC) comercial para toda a série de sólidos. As amostras foram desenvolvidas no Setor de Química Inorgânica da Cetesb, com a utilização de reagentes químicos, escolhidos devido às suas características físicas e químicas e a sua disponibilidade no Setor. Após alguns ensaios, verificou-se a não disponibilidade de um composto que satisfizesse as exigências para PROGRAMA INTERLABORATORIAL a fração de sólidos suspensos voláteis (SSV), ou seja, com partículas de tamanho superiores a 2μm e temperaturas de volatilização entre 103 e 550ºC), tendo sido portanto essa fração de sólidos excluída do estudo. As características físico-químicas dos componentes das amostras estão apresentadas na Tabela 1. Tabela 1. Características físico-químicas dos compostos químicos utilizados no preparo da amostras Cloreto de Sódio Glicose Variável* NaCl C6H12O6 Massa Molar Variável* 58,44 g/ mol 180,2 g/mol Solubilidade (H2O) 0,1 a 1% (20°C) 35,8% (25ºC) 47% (20ºC) Decomposição térmica 2230ºC 1461ºC >150ºC Produtos de decomposição (550ºC) Celite NaCl CO2, H2O Características Fórmula Celite* *Celite: SiO2 (mín-90%), Al2O3 (máx-7%), Fe2O3 (máx-3%) e MgO (máx-2%). Fonte: MSDS Merck, Tedia, Fisher Scientific Escolhidos os compostos químicos apropriados ao estudo, partiu-se para o estabelecimento da forma de quarteamento da amostra. Tradicionalmente, em um programa interlaboratorial, as sub-amostras enviadas aos participantes são retiradas de uma mesma amostra-mãe. Foram realizados vários testes com o objetivo de preparar uma única amostra (aproximadamente 5 litros) e envasar em frascos menores (250mL) sob agitação constante, mas os ensaios nas sub-amostras indicaram falta de homogeneidade, principalmente nas frações de sólidos suspensos, o que era esperado, devido à sedimentação natural destes quando na suspensão. Decidiu-se então pelo preparo individual de cada uma das amostras, minimizando-se as variações entre as amostras pela pesagem das massas dos compostos com a exatidão de 1mg, bem abaixo do limite de detecção (LD) dos laboratórios. Não foi, portanto, realizado o teste de homogeneidade nas amostras, conforme previsto na Norma ABNT ISO/IEC Guia 43-1:1999 [6]. Ao final, as amostras desenvolvidas e encaminhadas aos laboratórios participantes foram: • Amostra A: Amostra sólida sintética, preparada pela mistura de 0,500g de celite previamente preparada, 0,500g de cloreto de sódio (NaCl) e 1,000g de glicose (C6H12O6). • Amostra B: Amostra sólida sintética, preparada pela mistura de 0,300g de celite previamente preparada, 0,300g de cloreto de sódio (NaCl) e 0,500g de glicose (C6H12O6). Os valores nominais após o manuseio e preparo das amostras pelos laboratórios, foram escolhidos de modo a simular as concentrações normais encontradas em amostras de água para consumo humano (Amostra A) e de água bruta (Amostra B). www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010 • 65 PROGRAMA INTERLABORATORIAL Estes foram calculados estequiometricamente, segundo as propriedades físico-químicas apresentadas na Tabela 1 e considerando que a massa total pesada de cada um dos compostos químicos se comporta teoricamente conforme a estequiometria da reação de decomposição térmica. Os valores nominais (concentrações) das amostras são apresentados na Tabela 2. Estes valores não foram utilizados como valores de referência do estudo. Tabela 2. Valores nominais (xnominal) das amostras A e B Parâmetro Amostra A (mg/L) Amostra B (mg/L) ST 2000 1100 SDT 1500 800 SST 500 300 SFT 1000 600 SVT 1000 500 SDF 500 300 SDV 1000 500 SSF 500 300 O programa interlaboratorial foi desenvolvido baseado na Norma ABNT ISO/IEC Guia 43-1:1999 [6]. O provedor do Programa foi o Setor de Qualidade Laboratorial da Cetesb, que é independente das unidades laboratoriais. Uma vez que o programa foi concebido como piloto, a fim de testar a adequabilidade da amostra sintética desenvolvida, foram convidados a participar somente os sete (7) laboratórios de ensaios da Cetesb, a saber: Setor de Química Inorgânica (Sede - São Paulo), Setores de Laboratório de Campinas, Cubatão, Taubaté, Ribeirão Preto, Sorocaba e Marília. Todos os participantes são acreditados junto ao Inmetro para estes ensaios. As amostras sólidas A e B foram enviadas aos participantes em frascos de polietileno de 30mL. A instrução de preparo era de transferir a amostra quantitativamente para um balão volumétrico de 1000 mL, avolumando-se com água destilada e deionizada até o volume nominal, homogeneizando-se a solução e efetuandose os ensaios, dentro de um prazo máximo de sete (7) dias do recebimento destas. Os ensaios foram realizados entre 13 e 20 de fevereiro de 2009. Todos os participantes foram orientados no protocolo do Programa a utilizar o mesmo método analítico nas determinações. Os métodos utilizados foram os descritos no Standard Methods, versão online, seções 2540B, C, D e E (método gravimétrico). Os participantes receberam um código de participação no Programa, que era de conhecimento somente do provedor e do próprio laboratório, garantindo assim a confidencialidade dos dados. Para a determinação do valor designado e do desvio padrão do estudo, foi escolhida a utilização do valor de consenso entre os laboratórios participantes, prescrita no item 5.6 da Norma ISO 13528:2005 [7]. Os dados foram tratados usando-se a estatística robusta, que é menos influenciada por valores extremos, de acordo com a Norma ISO 13528:2005. 66 • www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010 Basicamente, os dados individuais de cada laboratório foram ordenados em ordem crescente, e foram calculados os valores da média robusta x* e do desvio padrão robusto s*, conforme segue: x* = mediana de xi s* = 1,483 mediana│xi – x*│ Em seguida calculou-se φ=1,5s*, e recalculou-se xi* da seguinte forma: { x* - φ se xi < x* - φ xi* = { x* + φ se xi > x* + φ { xi se nenhuma das condições acima for satisfeita Calcula-se então os novos x*e s*, onde: x* = ∑ xi*/p s* = 1,134 São feitas sucessivas iterações calculando-se os novos x* e s* até que haja convergência nos resultados do desvio padrão. Desta forma, são encontrados os valores da média robusta e do desvio padrão robusto dos resultados. A média robusta foi usada neste trabalho como o valor designado do Programa e o desvio padrão robusto como a variabilidade aceitável (desvio padrão) do Programa.Também foram calculados o coeficiente de variação CV(%), que reflete a variabilidade relativa dos resultados e a % de recuperação, que possibilita avaliar a exatidão entre o valor médio obtido pelos laboratórios e o valor nominal das amostras. Estes cálculos são expressos pelas seguintes fórmulas: Recuperação (%) = O desempenho dos laboratórios foi avaliado, calculando-se o z-score, que é a diferença simples entre os resultados individuais de cada laboratório (xi) e o valor designado, dividido pelo desvio padrão robusto, conforme a fórmula abaixo: A avaliação do desempenho do laboratório foi realizada segundo a escala: │Z│ ≤ 2 - Satisfatório 2 < │Z│ < 3 - Questionável │Z│ ≥ 3 - Insatisfatório Resultados Os resultados do Programa são apresentados nas Tabelas 03 a 10. PROGRAMA INTERLABORATORIAL Tabela 03. Resultados de Sólidos Totais (ST) LAB. AMOSTRA A mg/L Z-Score AMOSTRA B mg/L Z-Score L01 1925 -1,16 1063 -1,07 L02 2036 -0,54 1153 -0,39 L03 2052 -0,45 1126 -0,59 L04 2500 2,06 1450 1,85 L05 2229 0,54 1258 0,40 L06 2308 0,99 1438 1,76 L07 2040 -0,52 1126 -0,59 x* 2132 1205 s* 178,3 132,6 CV (%) 8,4 11,0 xnominal 2000 1100 Rec (%) 107 109 Tabela 04. Resultados de Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) LAB. AMOSTRA A mg/L Z-Score AMOSTRA B mg/L Z-Score L01 1498 -1,01 814 -0,66 L02 1707 0,15 958 0,18 L03 1558 -0,68 838 -0,52 L04 1880 1,12 1080 0,89 L05 1719 0,22 958 0,18 L06 1870 1,06 1133 1,20 L07 1526 -0,86 708 -1,28 x* 1680 927 s* 179,3 171,0 CV (%) 10,7 18,4 xnominal 1500 800 Rec (%) 112 116 Tabela 05. Resultados de Sólidos Suspensos Totais (SST) LAB. L01 AMOSTRA A AMOSTRA B mg/L Z-Score mg/L Z-Score 459 -0,77 279 -1,01 L02 888 4,37 531 4,80 L03 494 -0,35 288 -0,81 L04 630 1,28 370 1,09 L05 510 -0,16 300 -0,53 L06 438 -1,02 305 -0,41 L07 514 -0,11 418 2,19 x* 523 323 s* 83,6 43,4 CV (%) 16,0 13,4 xnominal 500 300 Rec (%) 105 108 www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010 • 67 PROGRAMA INTERLABORATORIAL Tabela 06. Resultados de Sólidos Fixos Totais (SFT) LAB. AMOSTRA A AMOSTRA B mg/L Z-Score mg/L Z-Score L01 857 -0,94 497 -1,09 L02 851 -1,00 515 -0,78 L03 984 0,47 592 0,53 L04 958 0,18 570 0,16 L05 965 0,26 573 0,21 L06 1200 2,86 758 3,36 L07 900 -0,46 530 -0,53 x* 942 561 s* 90,4 58,7 CV (%) 9,6 10,5 xnominal 1000 600 Rec(%) 94 93 Tabela 07. Resultados de Sólidos Voláteis Totais (SVT) (mg/L) LAB. AMOSTRA A AMOSTRA B mg/L Z-Score mg/L Z-Score L01 1067 -0,90 565 -0,83 L02 1185 0,22 638 0,04 L03 1068 -0,89 534 -1,20 L04 1550 3,70 880 2,93 L05 1264 0,98 685 0,60 L06 1108 -0,51 680 0,54 L07 1140 -0,21 596 -0,46 x* 1162 634 s* 104,8 83,7 CV (%) 9,0 13,2 xnominal 1000 500 Rec (%) 116 127 Tabela 8. Resultados de Sólidos Dissolvidos Fixos (SDF) LAB. AMOSTRA A AMOSTRA B mg/L Z-Score mg/L Z-Score L01 483 0,08 285 -0,45 L02 471 -0,21 273 -0,85 L03 498 0,45 308 0,31 L04 386 -2,27 302 0,11 L05 505 0,62 318 0,65 L06 653 4,20 405 3,55 L07 426 -1,30 142 -5,22 x* 480 299 s* 41,3 30,0 CV (%) 8,6 10,0 xnominal 500 300 Rec (%) 96 100 68 • www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010 PROGRAMA INTERLABORATORIAL Tabela 9. Resultados de Sólidos Dissolvidos Voláteis (SDV) LAB. AMOSTRA A AMOSTRA B mg/L Z-Score mg/L Z-Score L01 1015 -1,10 529 -0,96 L02 1236 0,39 685 0,43 L03 1060 -0,79 530 -0,95 L04 1490 2,11 778 1,26 L05 1214 0,25 640 0,03 L06 1217 0,27 728 0,82 L07 1100 566 -0,63 -0,52 x* 1178 637 s* 148,2 112,1 CV (%) 12,6 17,6 xnominal 1000 500 Rec (%) 118 127 Tabela 10. Resultados de Sólidos Suspensos Fixos (SSF) LAB. L01 L02 L03 L04 L05 L06 L07 x* s* AMOSTRA A mg/L Z-Score 451 -0,98 878 6,56 486 -0,36 572 1,16 460 -0,82 547 0,72 474 -0,57 507 56,6 AMOSTRA B mg/L Z-Score 273 -0,63 527 4,60 284 -0,40 268 -0,73 255 -1,00 353 1,02 388 1,74 304 48,6 CV (%) xnominal Rec (%) 11,2 500 101 16,0 300 101 No Programa Interlaboratorial, foram obtidos coeficientes de variação (CV) com valores entre 8,4% (ST) e 18,4% (SDT), sendo a média de 12%, o que é compatível com a variabilidade esperada para este tipo de ensaio, de acordo com o Standard Methods. Em quase todos os casos, os maiores CV(%) foram verificados na amostra de menor concentração (Amostra B), o que é esperado, uma vez que esta faixa de concentração é aproximadamente 3 vezes maior que limite de quantificação dos laboratórios (média de 100 mg/L) e sabe-se que os erros analíticos, principalmente em métodos gravimétricos, são maiores nesta faixa. Ainda avaliando-se os CV%, também observaram-se valores mais elevados nas frações dissolvidas (SDT, SDF e SDV). O mercado oferece grande variedade de filtros de fibra de vidro com diversos tamanho de poro, embora todos com tamanho de poro inferior a 2 μm. Dessa forma, o uso de filtros com tamanho de poro diferentes pode ter contribuído para a maior variação entre os laboratórios. Avaliando-se a exatidão (comparabilidade) entre o valor médio dos laboratórios e o valor nominal das amostras, os resultados de recuperação ficaram entre 93% (SFT) e 127% (SVT e SDV). Foram considerados satisfatórios ao propósito de uso da amostra como material de referência interno os resultados para as frações de sólidos totais e sólidos totais fixos (ST e STF), sólidos dissolvidos totais e fixos (SDT e SDF), sólidos suspensos totais e fixos (SST e SSF) com recuperação entre 93 e 116%. www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010 • 69 PROGRAMA INTERLABORATORIAL As duas frações voláteis estudadas (SVT e SDV) apresentaram valores de recuperação superiores às demais frações, o que pode ser devido ao próprio método de ensaio, uma vez que as frações de sólidos voláteis não são determinadas gravimetricamente como as outras frações. Elas são obtidas indiretamente pela diferença entre os sólidos totais e as frações de sólidos fixas, dessa forma, a recuperação mais baixa da fração fixa pode causar uma taxa de recuperação mais alta, para a fração de sólidos voláteis. Entende-se ser necessário a continuação dos estudos, no sentido de melhorar a homogeneidade dos resultados das frações voláteis aqui estudadas (SVT e SDV) e identificar um composto químico com as características físico-químicas adequadas para o uso na fração de sólidos suspensos voláteis (SSV). A amostra desenvolvida mostrou-se adequada para as frações de sólidos totais e sólidos totais fixos (ST e STF), sólidos dissolvidos totais e fixos (SDT e SDF), sólidos suspensos totais e fixos (SST e SSF). Com relação ao Programa Interlaboratorial, os resultados foram considerados bons, com coeficientes de variação (CV) entre os laboratórios de aproximadamente 12%. Os resultados também foram comparáveis aos valores nominais das amostras, tendo sido obtidas recuperações aceitáveis e esperadas de acordo com a literatura (93 a 116%). Conclui-se que, embora com algumas restrições oriundas da fase de desenvolvimento da amostra utilizada, o Programa Interlaboratorial trouxe benefícios aos laboratórios, no sentido de identificar ações corretivas necessárias em seus processos de medição. Referências [1] BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. CONAMA. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília DF 18 de março. 2005. [2] BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. CONAMA. Resolução nº 396, de 03 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento de águas subterrâneas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília DF 07 de abril. 2008. [3] BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. Dispõe sobre os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília DF 26 de março. 2004. [4] APHA (American Public Health Association). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater – method 2540B, C D e E - edição online disponível em www. standardmethods.org. [5] ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005. Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. [6] ABNT ISO/IEC Guia 43-1:1999 – Ensaio de Proficiência por Comparações Interlaboratoriais – Parte 1. Desenvolvimento e Operação de Programas de Ensaio de Proficiência. [7] ISO 13528:2005 (E) – Statistical Methods for Use in Proficiency Testing by Interlaboratorial Comparisons. Patricia S. Trentin e Eleine Bostelmann trabalham na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) - [email protected]; [email protected] 70 • www.banasmetrologia.com.br • Dezembro • 2010