ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA PITANGA
Érica Aparecida de Oliveira1,
Alexandra Christine Helena Frankland Sawaya2.
Área do Conhecimento: Ciências da Vida.
Palavras-chaves: Pitanga. Eugenia uniflora. Atividade Antioxidante.
INTRODUÇÃO
Originária do Brasil, a pitangueira (Eugenia
uniflora) da família Myrtaceae cresce em regiões de clima
tropical e subtropical, onde é valorizada por seu fruto
(SILVA, 2006). Após a colheita, os frutos suportam no
máximo 24 horas em temperatura ambiente, tornandose de difícil conservação e armazenamento ao natural, o
que dificulta o seu transporte e comercialização a grandes
distâncias (LEDERMAN et al, 1992). Em geral, cerca de
66% do fruto é formado por polpa e, aproximadamente
34%, por semente (VILLACHICA et al., 1996). Figura entre
os frutos que possuem os maiores teores de carotenóides
totais (225,9µg/g) (CAVALCANTE, 1991).
OBJETIVOS
Este trabalho comparou amostras de pitangas
frescas em variados graus de maturação e sua polpa
comercial, folhas e sementes, visando a determinar a
atividade antioxidante destas amostras mediante reação
com radicais livres sintéticos, bem como determinar o teor
de sólidos totais e teores de vitamina C.
METODOLOGIA
Após os frutos serem lavados em água corrente,
foram cortados em pedaços, sendo a polpa separada
da semente, e divididos da seguinte maneira: pitanga
madura, verde, folhas, polpa industrializada e sementes de
frutos maduros, e congelados a -24°C. Cada amostra foi
liofilizada, o que resultou no teor de sólidos das amostras e
suspensa em água deionizada e etanol P.A.
Na atividade antioxidante medida pelo método
DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil) foi preparada uma
solução com uma concentração de 60μM, através da
pesagem de 0,0236g de DPPH diluído em 1L de etanol
P.A. O DPPH é um radical livre estável à temperatura
ambiente, com coloração violeta. Foram feitas diferentes
diluições da amostra e misturadas a 1ml de DPPH que,
após 30 minutos, foram lidas em espectrofotômetro a
517nm, sendo estas comparadas a uma solução de vitamina
C utilizada como padrão.
Na atividade antioxidante medida pelo método
ABTS (2,2’ – azino-bis(3-etilbenzotiazolina-6-ácido
sulfônico) sal diamônio) foi preparada uma solução final de
ABTS.- através da adição de MnO2. O ABTS é um radical
livre estável à temperatura ambiente, com coloração azulesverdeada. Foram feitas diferentes diluições da amostra e
misturadas a 2ml de ABTS que foram lidas imediatamente
em espectrofotômetro a 734nm, sendo estas comparadas a
uma solução de vitamina C utilizada como padrão.
A presença de vitamina C, ou ácido ascórbico, foi
avaliada através de titulação por iodometria, utilizando o
caráter redutor do ácido ascórbico para quantificá-lo através
da reação em meio ácido com o Iodo. O aparecimento da
cor azul indica o ponto final da titulação.
Na cromatografia de camada delgada foram
pipetados 8 ul de cada amostra diretamente nas placas
cromatográficas, devidamente identificadas e, após a
secagem, foram inseridas na cuba de vidro com o solvente,
sendo este solvente preparado com 75ml de etanol P.A.
e 25ml de Acetato de etila. Ao término da corrida das
amostras e da devida secagem, guarda-se o material para
posterior revelação em DPPH.
Na revelação autográfica foram utilizadas as placas
cromatográficas anteriormente citadas para a revelação
autográfica com o radical DPPH. Em local apropriado,
borrifou-se uma solução de DPPH em diluição etanólica a
2%. Logo após a secagem, foi possível visualizar a corrida
das amostras nas placas cromatográficas analisadas.
Estudante do curso de Biomedicina, email: [email protected]
Professor da Universidade Bandeirante de São Paulo,email: franksawaya@terra.
com.br2
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
No teor de sólidos, a amostra de polpa
industrializada foi a que apresentou a menor porcentagem
com 6,68% de sólidos totais, seguida pela amostra
de pitanga verde com 24,29%; a pitanga madura com
42,12% e a semente com 55,90%. As folhas, com 91,98%,
representaram a amostra com maior teor de sólidos totais.
Na tabela 1 constam os resultados dos testes de
atividade antioxidante de todas as amostras, nas diluições
de água deionizada e etanol P.A., pelos métodos DPPH
e ABTS, em comparação com a vitamina C, também
avaliada e usada como referência.
Tabela 2 - ED60 dos extratos aquosos e etanólicos de amostras
frescas determinados pelos métodos de DPPH e ABTS
Nas amostras extraídas com água deionizada
e analisadas pelo método DPPH, as folhas (pitanga 3)
e as sementes (pitanga 5) obtiveram resultados ED50
equivalentes, sendo estes os menores neste quesito,
demonstrando as maiores atividades. A pitanga madura
(pitanga 1) e a pitanga verde (pitanga 2) apresentaram
valores de ED50 intermediários. A polpa industrializada
(pitanga 4), em comparação às demais amostras, apresentou
ED50 alto, indicando menor atividade antioxidante.
Nas amostras extraídas com etanol P.A. e
analisadas pelo método DPPH, as sementes (pitanga 5)
obtiveram ED50 com o menor resultado, seguidas pelas
folhas (pitanga 3), demonstrando as maiores atividades.
A pitanga madura (pitanga 1) apresentou resultados
satisfatórios e a pitanga verde (pitanga 2) resultados
intermediários. A polpa industrializada (pitanga 4), em
comparação às demais amostras, apresentou ED50 alto,
indicando menor atividade antioxidante.
Nas amostras extraídas com água deionizada
e analisadas pelo método ABTS, as folhas (pitanga 3)
e as sementes (pitanga 5) obtiveram resultados ED50
equivalentes, sendo estes os menores neste quesito,
demonstrando as maiores atividades. A pitanga verde
(pitanga 2) apresentou resultados satisfatórios e a pitanga
madura (pitanga 1) resultados intermediários. A polpa
industrializada (pitanga 4), em comparação às demais
amostras, apresentou ED50 alto, indicando menor atividade
antioxidante.
verde (pitanga 2) apresentou resultados satisfatórios e
a pitanga madura (pitanga 1) resultados intermediários.
A polpa industrializada (pitanga 4), em comparação às
demais amostras, apresentou ED50 alto, indicando menor
atividade antioxidante.
As amostras extraídas com água deionizada
e etanol P.A. apresentaram atividade antioxidante
semelhantes, pelo método DPPH, sendo que a polpa
industrializada apresentou os valores de ED50 mais altos,
representando menor atividade antioxidante que as outras
amostras. Com ABTS observou-se o mesmo padrão, não
havendo grande variação entre os resultados obtidos pelas
extrações aquosas e etanólica; com a polpa industrializada
apresentando o maior valor de ED50 e, portanto, a menor
atividade antioxidante das amostras.
Aparentemente, as substâncias com atividade
antioxidante presentes nas diferentes amostras de pitanga
são solúveis tanto em água como em etanol e são extraídas
de forma equivalente por estes dois solventes.
Os resultados foram comparados com uma
solução padrão de vitamina C de concentração 27μg/ml e
ED50 0,004mg.
A titulação da vitamina C apresentou resultados
insignificantes de teores de ácido ascórbico para todas as
amostras. A titulação de uma solução com teor conhecido
de vitamina C foi feita como controle. Apesar do ED50 das
amostras serem equivalentes ao de uma solução contendo
4µg de vitamina C, a mesma não foi detectada nas
amostras. Portanto, o potencial antioxidante apresentado
pelas amostras não provém do ácido ascórbico, devendo,
assim, ser resultado do fato da pitanga ser um dos frutos
com maiores teores de carotenóides totais, sobretudo o
licopeno. (CAVALCANTE, 1991).
Na cromatografia de camada delgada, pode-se
verificar que os compostos presentes nas amostras, em sua
maioria, são polares e estes são os que possuem atividade
antioxidante mediante a revelação autográfica feita com
o DPPH. As amostras que apresentaram maior atividade
antioxidante nas placas cromatográficas e na revelação
autográfica com DPPH são as que obtiveram os melhores
resultados na avaliação da atividade antioxidante pelos
métodos DPPH e ABTS anteriormente descritos.
Nas amostras extraídas com etanol P.A. e
analisadas pelo método ABTS, a semente (pitanga 5)
obteve ED50 com o menor resultado, seguida pelas folhas
(pitanga 3), demonstrando as maiores atividades. A pitanga
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CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Enquanto as sementes e as folhas de pitanga
foram as amostras que apresentaram a maior atividade
antioxidante, a polpa industrializada, por outro lado, foi
a amostra que apresentou a menor atividade antioxidante.
As pitangas madura e verde apresentaram resultados
intermediários. As substâncias com atividade antioxidante
presentes nas diferentes amostras de pitanga são solúveis
tanto em água deionizada como em etanol P.A. Os métodos
de avaliação da atividade antioxidante usados, DPPH
e ABTS, apresentaram o mesmo padrão, não havendo
grandes variações nos resultados obtidos. Nenhuma amostra
apresentou teores mensuráveis de vitamina C, portanto,
o potencial antioxidante apresentado pelas amostras não
provém do ácido ascórbico. A cromatografia de camada
delgada com a revelação autográfica confirmou a atividade
antioxidante das amostras anteriormente testadas pelos
métodos DPPH e ABTS.
CAVALCANTE, M. L. Composição de carotenóides e
valor de vitamina A em pitanga (Eugenia uniflora L.)
e acerola (Malpighia glabra L.). 1991. 86 f. Dissertação
(Mestrado em Nutrição) - Instituto de Nutrição, Centro
de Ciências da Saúdes, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 1991.
LEDERMAN, I. E. et al. A pitangueira em Pernambuco.
Recife: Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
- IPA, 1992. 20 p.
SILVA, S. M. Pitanga. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 0-0, abr. 2006.
VILLACHICA, H. et al. Frutales y hortalizas promisorios
de la Amazonia. Tratado de Cooperación Amazonica,
Lima: Secretaria Pró-Tempore, 1996. 349 p.
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atividade antioxidante da pitanga. - orientador: daniel rettori