UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ RAQUEL CRISTINA BIAVATTI ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE REMUNERAÇÃO DA CAMVEL Balneário Camboriú 2010 RAQUEL CRISTINA BIAVATTI ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE REMUNERAÇÃO DA CAMVEL Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração – Ênfase em Recursos Humanos, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientadora: Profª.Msc. Luzia Fröhlich Balneário Camboriú 2010 RAQUEL CRISTINA BIAVATTI ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE REMUNERAÇÃO DA CAMVEL Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Recursos Humanos da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Administração de Recursos Humanos Balneário Camboriú, 10 de dezembro de 2010. _________________________________ Prof. Msc. Luzia Fröhlich Orientadora ___________________________________ Prof. Msc. Marcos Aurélio Batista Avaliador ___________________________________ Prof. Msc. Márcio Daniel Kiesel Avaliador EQUIPE TÉCNICA Estagiária: Raquel Cristina Biavatti Área de Estágio: Recursos Humanos Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Fabrício Beccari Professora orientadora: Profª. Msc. Luzia Fröhlich DADOS DA EMPRESA Razão Social: Beccari Informática Ltda-Me Endereço: Rua: Itália, 580 – Nações – Balneário Camboriú Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Fabrício Beccari (Proprietário da empresa) Carimbo do CNPJ da Empresa: 04.532.133/0001-60 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 10 de dezembro de 2010. A Empresa Camvel – Camboriú Comércio de Veículos Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Raquel Cristina Biavatti. ___________________________________ Camvel – Camboriú Comércio de Veículos Ltda Aos tesouros mais preciosos que enriquecem minha vida Meus pais Laury e Tere Minhas irmãs Fabiana e Raíssa Meu esposo Fabrício Minhas filhas Eduarda e Letícia... São essas pessoas que fazem de mim a pessoa mais feliz do mundo Obrigada Deus... “Não ouça seus temores, mas sim suas esperanças e sonhos. Não pense em suas frustrações, mas sim no seu potencial inexplorado. Não se limite ao que tentou fazer e não deu certo, mas concentre-se no que ainda é possível fazer.” (João XXIII) AGRADECIMENTOS Primeiramente queria agradecer a Deus pela sabedoria, força e amparo durante esse tempo de pesquisa. A meu marido Fabrício e minhas filhas Eduarda e Letícia, pelas horas de compreensão, por tolerarem minhas ausências e pela ajuda tão necessária. A meus pais Laury e Tere por sempre me incentivar a estudar, pelo carinho,pelo amor, pelos conselhos e pela ajuda em tudo aquilo que foi preciso para minhas vitórias. A minhas irmãs Fabiana e Raíssa pela disponibilidade de atenção. A minha orientadora Luzia Fröhlich, pela compreensão, paciência e apoio para elaboração desta pesquisa. A todos os professores que tive no curso e em especial, meus avaliadores que aceitaram meu convite. A coordenação do curso pela colaboração e ajuda durante todo o curso. A meus colegas de curso pela amizade, ajuda e carinho em toda essa caminhada que conseguimos a vitória juntos. RESUMO O salário e os benefícios constituem a base de um sistema de gestão de remuneração. A gestão da remuneração nas organizações se traduz na operacionalização de programas e estruturas de pagamento que podem ser identificadas com o modelo tradicional, que tem como referência o cargo para a consolidação dos planos de cargos e salários e a abordagem estratégica que tem como princípio central o reconhecimento da contribuição das pessoas como fator a ser remunerado, principalmente por meio de programas de remuneração variável. Essa pesquisa tem como objetivo geral analisar as práticas de gestão de remuneração e benefícios da Camvel e objetivos específicos: descrever as práticas de gestão de salários,relacionar os benefícios praticados pela empresa e sugerir melhorias na remuneração para atrair talentos e estimular a motivação daqueles que já pertencem ao quadro de funcionários.Realizou-se um estudo de caso de natureza qualitativa. O instrumento principal de coleta de dados foi entrevista com o gerente de RH da Camvel, contendo perguntas fechadas sobre as políticas de RH e documentos fornecidos pela empresa. Após a análise da política atual de remuneração foi sugerido melhorias no processo. Palavras-chave: Recursos Humanos, Benefícios, Remuneração. ABSTRACT The salary and benefits are the basis of a management system of remuneration. The management of remuneration in organizations is reflected in the operation of programs and payment structures that can be identified with the traditional model, which has as reference the position for the consolidation of jobs and compensation plans and strategic approach that has a central principle of the recognition of the contribution of people as a factor to be paid, mainly through variable pay programs. This research aims at analyzing the management practices of remuneration and benefits of Camvel and objectives: describe the management practices of wages, benefits relate prices of the company and suggest improvements in the remuneration to attract talent and encourage the motivation of those who already belong to the staff. We conducted a case study of qualitative nature. The main instrument for data collection was an interview with the HR manager for Camvel, closed questions on HR policies and documents provided by the company. After analyzing the current policy of remuneration was suggested process improvements. Keywords: Human Resources, Benefits, Remuneration. LISTA DE QUADROS Quadro 1 Classificação para atividades de RH .................................................. 26 Quadro 2 Combinações de cargos ..................................................................... 30 Quadro 3 Mudanças de comportamento............................................................. 37 Quadro 4 Definições de salários ........................................................................ 47 Quadro 5 Modelo de tabulação de pesquisa salarial ........................................ 49 Quadro 6 Definição dos termos empregados na estrutura salarial .................... 50 Quadro 7 Modelo descrição de cargos ............................................................... 65 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Processo de recrutamento .................................................................. 28 Figura 2 O composto salarial ............................................................................ 46 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1.1 Tema de estágio ....................................................................................... 16 1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 16 1.3 Objetivos da pesquisa.............................................................................. 17 1.4 Justificativa da pesquisa........................................................................ 17 1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................ 18 1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 2.1 As organizações e as pessoas................................................................ 20 2.2 Administração geral................................................................................. 21 2.3 Administração de recursos humanos.................................................... 24 2.4 Políticas de recursos humanos.............................................................. 25 2.5 Processo de Suprimento ou Agregação................................................ 27 2.5.1 Recrutamento e Seleção........................................................................... 2.6 Processo de Aplicação............................................................................ 30 2.6.1 Descrição de Cargos................................................................................ 30 2.6.2 Avaliação do desempenho........................................................................ 33 2.7 Processo de Desenvolvimento ou Capacitação.................................... 36 2.7.1 Treinamento e Desenvolvimento.............................................................. 2.8 Processo de Manutenção........................................................................ 38 2.8.1 Higiene e Segurança no Trabalho............................................................ 38 2.8.2 Relações Trabalhistas.............................................................................. 39 2.9 Processo de Monitoração........................................................................ 40 2.9.1 Departamento pessoal.............................................................................. 40 2.9.2 Banco de dados e sistemas de informações gerenciais........................... 41 2.10 Processo de Recompensas...................................................................... 41 2.11 Política de Remuneração.......................................................................... 42 2.11.1 Novos Sistemas de remuneração............................................................. 16 20 27 36 43 2.12 Remuneração variável.............................................................................. 44 2.13 A composição dos salários ..................................................................... 46 2.14 Cargos e salários ..................................................................................... 46 2.14.1 Pesquisa salarial .................................................................................... 48 2.14.2 Tabulação da pesquisa salarial .............................................................. 49 2.14.3 Estrutura salarial ..................................................................................... 50 2.15 Política de Benefícios............................................................................ 51 3 METODOLOGIA....................................................................................... 53 3.1 Tipologia da pesquisa.............................................................................. 53 3.2 Sujeito de estudo...................................................................................... 54 3.3 Instrumento de pesquisa......................................................................... 54 3.4 Análise de conteúdo e agrupamento de dados..................................... 56 3.5 Limitações da pesquisa........................................................................... 56 4 RESULTADOS OBTIDOS........................................................................ 57 4.1 Gestão de RH........................................................................................... 57 4.1.1 Sistema de administração de cargos e remuneração ............................. 58 4.2 Política de remuneração por cargos .................................................... 59 4.2.1 Área administrativa................................................................................... 59 4.2.2 Área de vendas......................................................................................... 60 4.2.3 Área de pós-vendas.................................................................................. 61 5 SUGESTÕES PARA MELHORIA DA GESTÃO DE REMUNERAÇÃO DA CAMVEL................................................................................................... 64 5.1 Descrição de cargos............................................................................... 64 5.2 Avaliação de cargos................................................................................ 66 5.3 Pesquisa salarial..................................................................................... 66 5.4 Estrutura salarial..................................................................................... 67 5.5 Remuneração.......................................................................................... 68 5.6 Políticas de cargos e salários na empresa........................................... 68 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 70 7 REFERÊNCIAS........................................................................................ 72 ANEXO 1 (Modelo da ordem de serviço para recrutamento)................... 74 ANEXO 2 ( Organograma geral da Camvel)............................................. 75 ANEXO 3 (Organograma administração da Camvel).............................. 75 ANEXO 4 (Organograma vendas da Camvel).......................................... 76 ANEXO 5 (Organograma pós-vendas da Camvel)................................... 76 16 1 INTRODUÇÃO As empresas têm passado por um constante processo de transformações e as organizações começam a despertar para a necessidade de avaliarem ou mudarem os sistemas de remuneração. Devido a esse motivo nesse projeto de pesquisa avalia-se a gestão de remuneração da empresa Camvel, situada em Balneário Camboriú. O objetivo desta pesquisa é analisar as práticas de gestão de remuneração e benefícios da empresa, descrevendo suas práticas de gestão de salários, relacionando os benefícios concedidos pela empresa e sugerindo melhorias na remuneração, para então atrair talentos e motivar os funcionários que já pertencem ao quadro da empresa. 1.1 Tema Nos dias atuais vivem-se para dar lucro as organizações, então sem a gestão de pessoas e a remuneração uma empresa não consegue ter sucesso. A vida das pessoas depende das organizações e as organizações dependem do trabalho das pessoas. Como conseqüência de um bom trabalho os funcionários mensalmente tem direito a uma remuneração adequada ao trabalho exercido. Essa remuneração se divide em salários mais os benefícios que cada organização oferece. Através da remuneração o trabalhador consegue ter uma qualidade de vida. 1.2 Problema Que políticas de remuneração estão tendo como objetivo a atração de RH para a empresa? 17 1.3 Objetivo Geral Analisar as práticas de gestão de remuneração e benefícios da Camvel. 1.2.1 Objetivos Específicos • Descrever as práticas de gestão de salários. • Relacionar os benefícios praticados pela empresa. • Sugerir melhorias na remuneração. 1.3 Justificativa da pesquisa A pesquisa deste projeto se impõe tanto pela necessidade de algumas mudanças nas organizações, quanto pela realidade dos salários e benefícios nas empresas. Para se contextualizar este tema, deve-se lembrar que na origem da remuneração é atração e retenção dos RH da empresa, com objetivo de proporcionar uma qualidade de vida aos funcionários e com isso deixar os indivíduos mais motivados. Com os novos modelos de organização do trabalho e estruturas organizacionais, as formas tradicionais de remuneração estão se tornando menos atrativas. As velhas e rígidas estruturas tradicionais estão sendo substituídas por tipos mais flexíveis e enxutos de organizações e nos quais está aumentando a autonomia das pessoas e equipes. Os cargos individuais estão sendo substituídos por equipes multifuncionais e autônomas (CHIAVENATO, 2004). O trabalho em linha de montagem por células integradas de produção. Nessa nova situação, o envolvimento e motivação das pessoas constituem fatores críticos de sucesso. O sistema de remuneração precisa necessariamente estar relacionado com as mudanças organizacionais para manter o princípio de coerência com os novos tempos. Se não houver um certo padrão de coerência entre as mudanças 18 organizacionais e o sistema de recompensas utilizado pela empresa, este pode se transformar em um sério entrave às mudanças e criar barreiras à sua efetivação. O sistema de remuneração precisa levar em conta vários fatores internos e externos, dentre os quais estão as pressões originadas pelo mercado e mudanças na estrutura organizacional. (CHIAVENATO, 2004) As empresas devem definir escalas salariais, a partir das descrições de cargos, com base em avaliações e pesquisas tecnicamente válidas, que assegurem compensação salarial de acordo com as diferentes funções e competências. Remunerar os funcionários adequado as práticas de mercado é bom para a empresa, porque pagando menos, os colaboradores acabam procurando ofertas melhores e pagando mais o orçamento da folha de pagamento e a lucratividade conseqüentemente sofrem. Devido a isso as empresas usam dados do mercado para pesquisar o valor de seus cargos, pois a pesquisa salarial gera ferramentas efetivas de retenção de talentos e de negociações futuras. 1.4 Contextualização do ambiente de estágio Tudo começou em meados da década de 50, quando o jovem advogado Moacyr Werner teve problemas com seu veículo DKW e, ao levá-lo para consertar na concessionária da marca, em Florianópolis, acabou aceitando a proposta para montar, em sociedade, uma revenda em Itajaí. Esse foi o primeiro passo para formar o Grupo Promenac, que já existe a quase 50 anos no mercado, trabalhando com revendas de automóveis, motocicletas e consórcios na região de Itajaí. Em 1971, com a aquisição da Fucar, o Grupo Promenac também adquiriu o direito de explorar um posto de serviços da Volkswagem em Balneário Camboriú, no centro da cidade, que funcionava como uma oficina. Com visão no futuro, os dirigentes da empresa adquiriram terrenos inexplorados de Balneário Camboriú, localizado na 4º avenida, onde então, o antigo posto de serviços da Fucar, em 1984, foi transformado na empresa Camboriú Comércio de Veículos Ltda – Camvel, que 19 passou a liderar a comercialização de automóveis novos e usados em Balneário Camboriú. Em 13 de agosto de 2010, recentemente, houve uma mudança de endereço da empresa, passando a exercer suas atividades na Avenida Marginal Leste, 3500, no bairro dos Estados, na mesma cidade. A Camvel é uma empresa idônea na cidade, tem como valores, Tradição faz a diferença, Ser confiável, Envolvimento e comprometimento social, Evoluir constantemente, Preservação ambiental, Comprometimento com os resultados, Postura ética sempre. Sua missão é “Viabilizar a locomoção e o sonho das pessoas” e tem como visão “Ocupar posição de liderança, com lucratividade em todos os segmentos em que atuar até 2012”. A Camvel tem como objetivo principal proteger o meio ambiente, dar condições de trabalho saudável aos funcionários e fazer o bem a comunidade. 1.5 Organização do trabalho O primeiro capítulo do trabalho apresenta o tema, o problema de pesquisa, a identificação dos objetivos e a apresentação da empresa. O segundo capítulo apresenta a metodologia de pesquisa utilizada no trabalho, correlacionando o conceito de vários autores. O terceiro capítulo relata a apresentação dos resultados coletados pela acadêmica, através de entrevistas com perguntas fechadas ao gerente de RH da Camvel, bem como as sugestões propostas para a empresa. O último capítulo apresenta as conclusões finais referente a pesquisa realizada, contendo a análise dos objetivos propostos na pesquisa. 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste projeto será abordado as práticas da gestão de remuneração da empresa Camvel, apontando todos os cargos e conceituando os aspectos relacionados a remuneração da empresa. 2.1 As organizações e as pessoas As organizações são constituídas de pessoas, são as pessoas que fazem algo na empresa e que tomam decisões necessárias, sem as decisões das pessoas nada acontece dentro das organizações, por outro lado são as organizações que executam todas as atividades da sociedade moderna. Então, entende-se por organização um grupo de pessoas que se constitui de forma organizada para atingir objetivos comuns (LACOMBE, 2005). Para Daft (2003), organizações são entidades sociais que são dirigidas por metas, são desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente estruturados e coordenados e são ligados ao ambiente externo. Até o final do século XIX, não tinham organizações com extrema importância, não existia sindicatos, não tinham empresas de grande porte e nem empresas sem fins lucrativos. Mas, depois da Revolução Industrial as grandes organizações transformaram a sociedade e hoje existe uma grande influência na vida das pessoas. As organizações são importantes porque elas reúnem recursos para realizar metas específicas, elas produzem mercadorias e serviços que os clientes desejam a preços competitivos e mais as empresas procuram técnicas inovadoras de produzir e distribuir mercadorias e serviços com mais eficiência (DAFT, 2003). Segundo Motta (1998), a organização de uma empresa é indispensável para que a equipe traga bons resultados para a empresa. Chiavenato (1997), ressalta que para se conseguir esses bons resultados, o administrador soluciona problemas da organização, desenvolve estratégias, planeja 21 sua aplicação, efetua diagnósticos de situações. Hoje as organizações precisam de pessoas qualificadas para exercer a função que a organização necessita, mas não são apenas analisados por seus conhecimentos tecnológicos de administração, mas sim por seu modo de agir, atitudes personalidade e filosofia de trabalho. O sucesso de um administrador na vida profissional não está relacionado somente com a sua qualificação mas sim com suas características, sua personalidade e seu modo de agir. A qualificação de um profissional é importantíssimo, mas depende de suas habilidades. Conforme Chiavenato (1999), as pessoas procuram nas organizações um excelente lugar para trabalhar que tenha oportunidade de crescimento, educação e carreira, que tenha reconhecimento e recompensas como: salários, benefícios e incentivos, liberdade e autonomia, liderança renovadora, coleguismo entre a equipe, qualidade de vida, participação nas decisões, ou seja, aceitar idéias, divertimento, alegria e satisfação no trabalho. Como as pessoas procuram algo das organizações as organizações também esperam algo das pessoas. As organizações procuram admitir pessoas com foco na missão organizacional da empresa, foco na visão de futuro da organização, foco no cliente interno e externo, foco em metas e resultados, foco em melhoria e desenvolvimento, foco no trabalho participativo, pessoas que tenham comprometimento, dedicação, talento, habilidades e competências, aprendizado constante , ética e responsabilidade social. As organizações modelam a vida das pessoas, e os administradores (pessoas) bem-informados podem modelar as organizações. O conhecimento da teoria da organização capacita os administradores a projetar organizações para que funcionem mais eficazmente (DAFT, 2003). 2.2 Administração Geral Administração significa ação, porque toma decisões e realiza ações em quatro processos que são: planejamento, organização, execução e controle. O planejamento define objetivos, atividades e recursos, a organização define o trabalho a ser realizado e a responsabilidade pela realização, a execução é 22 responsável por realizar atividades e utilizar recursos para atingir os objetivos e o controle é o processo que assegura a realização dos objetivos e identifica a necessidade de modificá-los. Esses processos podem ser chamados de funções administrativas ou funções gerenciais. Os processos de coordenação, direção, comunicação e participação também contribuem para as funções administrativas. O processo de administrar é importante em qualquer lugar em nossa vida, pois qualquer decisão que tomamos tanto pessoal, como profissional estamos exercendo o processo de administrar (MAXIMIANO, 2000). [Do latim administratione.] I. Ação de administrar. II. Gestão de negócios públicos ou particulares. III. Governo, regência. IV. Conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado. V. Prática desses princípios, normas e funções. VI. Função de administrador; gestão ,gerência. VII. Pessoal que administra; direção (MAXIMIANO, 2000. p.25). O mais importante e consistente uso do termo administração é aquele em que ele é visto como um processo integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos. Administrar é, portanto, um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização. (KWASNICKA 1995, p.17) De acordo com Chiavenato (1999, p.1), a Administração é imprescindível para a existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Sem a administração, as organizações jamais teriam condições de existir e crescer. A administração hoje tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana e são as pessoas que executam esta tarefa de administrar, seja em qualquer empreendimento humano como, indústrias, comércio, hospitais, universidades, instituições militares, organizações de serviços públicos etc. Mas a eficácia da equipe depende da capacidade da pessoa que exerce a função de administrar. A administração está sendo considerada a função principal para a solução de problemas graves que afetam o mundo moderno (CHIAVENATO, 1999). O trabalho do administrador em uma organização, não importa o nível que assuma (diretores, gerentes, chefes ou supervisores), depende da cooperação dos subordinados para se obter um resultado satisfatório para a organização (CHIAVENATO, 1999). 23 Qualquer tipo de organização necessita ser administrada por um administrador, seja ela uma grande indústria, uma rede de supermercados, uma escola, um clube, um hospital, uma empresa de consultoria todas elas precisam ser administradas para conseguir alcançar seus objetivos, com eficiência e economia de seus recursos financeiros (CHIAVENATO, 1999). O objetivo da administração é permitir ao indivíduo, em primeiro lugar, tomar conhecimento dos vários temas que envolve esse campo da ciência; em segundo lugar, permitir que ele identifique qual a área da organização a que ele mais se identifica para uma futura especialização; e em terceiro lugar quais as técnicas e princípios mais adequados para os problemas de nível micro e macro que deverão ser aplicados na tarefa de solucioná-los com eficácia (CHIAVENATO, 1997). A administração é uma função universal nas organizações, as empresas precisam tomar decisões, coordenar atividades conduzir pessoas avaliar o desempenho dos objetivos determinados. São diversas as atividades administrativas e são desempenhadas pelos administradores de cada organização. Todo profissional, seja ele médico, engenheiro, contabilista, além de conhecer profundamente sua especialização, deve entender um pouco sobre administração, porque no momento em que ele é promovido em sua empresa a supervisor,chefe, gerente ou diretor, antes de tudo ele deve ser um administrador. Então a partir da promoção, precisa dedicar-se a responsabilidades que exigirão conhecimentos e posturas completamente novas e diferentes. O administrador é responsável pelo trabalho dos outros, devido a isso não pode errar, pois errando ele pode levar seus subordinados para o caminho errado (CHIAVENATO, 1997). A área da administração é muito ampla, na formação acadêmica precisa conhecer disciplinas heterogêneas, como Matemática, Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística e etc. Já que o administrador é responsável pela direção de outras pessoas que seguem as suas ordens, ele precisa ver mais longe que os outros, deve estar atento aos objetivos que a empresa pretende alcançar por meio a sua equipe (CHIAVENATO, 1997). Segundo Lacombe (2005), uma equipe bem estruturada e um grupo consciente são muito importante para o sucesso da administração dentro da organização, pois são essas pessoas que lutam pelos objetivos da organização. 24 Grupo é qualquer conjunto de pessoas com um objetivo comum. Equipe é um grupo em que as pessoas, além de terem uma meta comum, atuam de forma a colocar os objetivos do grupo acima dos interesses que elas próprias têm dentro dele. Dito de outra forma: grupo é quando nos reunimos e equipe é quando nos ajudamos (LACOMBE, 2005). A principal função do administrador é formar uma boa equipe e liderá-la. Alguns administradores acreditam que formar pessoas não faz parte de sua função, e sim a de Recursos Humanos, mas os bons administradores educam seus subordinados e devem agir sempre verdadeiramente nas decisões que afetam os subordinados. Geralmente o administrador chefe é o exemplo para seus subordinados (LACOMBE, 2005). 2.3 Administração de Recursos Humanos (RH) Os chefes, os gerentes de cada empresa são os administradores de recursos humanos, porque eles são responsáveis pela sua área e seus subordinados, por distribuir os trabalhos, planejar e controlar os resultados, por motivar e avaliar os subordinados, dando-lhes o feedback sobre o seu desempenho dentro da empresa, por decidir quem deve ser admitido, promovido ou demitido, pela orientação dos novos empregados, pelo treinamento de seus subordinados e por zelar pela segurança no trabalho de todo o seu pessoal. (LACOMBE, 2005, p.19) Por administração de recursos humanos (ADMINISTRAÇÃO DE RH) entende-se uma série de decisões integradas que formam as relações de trabalho; sua qualidade influencia diretamente a capacidade da organização e de seus empregados em atingir seus objetivos (MILKOVICH, BOUDREAU, 2006, p.19). A área de RH tem como objetivo principal administrar as relações da organização com as pessoas que a compõe, consideradas, hoje em dia, parceiras do negócio. O profissional de recursos humanos deve obter meios para avaliar as pessoas em todos os sentidos e tem que ter o dom de diferenciar as pessoas das quais lida em seu dia-a-dia porque cada ser humano tem sua personalidade e uma pessoa é diferente da outra. Cada pessoa tem uma história diferente, tem habilidades, conhecimentos e capacidades diferentes (RIBEIRO, 2006). 25 A tarefa real da área de RH é empregar pessoas. Esta área administra todos os tipos de relações da empresa com seus empregados (MAXIMIANO, 2000). O início da Administração de RH se deu a conceitos originados da teoria Geral dos Sistemas a gestão de pessoal, essa teoria teve origem nos estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanff (1901-1972), quando ele verificou que princípios de algumas ciências poderiam ser aplicados a outras, desde que seus objetivos pudessem ser entendidos como sistemas (GIL, 2001). A administração de RH pode ser entendida como administração de pessoal baseada em uma abordagem sistêmica, esta abordagem pode ser definida como interdependência, uma combinação de partes ou até mesmo um conjunto de elementos materiais ou ideais. Sendo o foco da atenção qualquer conjunto de partes unidas pode ser considerado um sistema (GIL, 2001). Carvalho e Nascimento (2004), ressalta que sistema é uma série de elementos interdependentes em constante interação, com vistas à consecução de um ou mais objetivos. Esses elementos interligados são chamados de subsistemas ou componentes, que podemos chamar de sistemas políticos, religiosos, econômicos, educativos e outros mais. Resumindo um sistema pode-se afirmar que é um conjunto de componentes interligados e capazes de transformar uma série de inputs (entradas) numa série de outputs (saídas) para uma consecução de objetivos num plano. Os sistemas de RH são os chamados de Políticas de Recursos Humanos e os mesmos são subdivididos em subsistemas. Cada sistema possui seus subsistemas, que vejamos a seguir. 2.4 Políticas de Recursos Humanos A gestão de pessoas abrange muitas atividades, essas atividades são agrupadas em certo número de categorias que são designadas de sistemas. Essas atividades são relacionadas entre si. Desta forma diversos autores desenvolveram classificações para as atividades de Recursos Humanos que podem ser 26 considerados os mesmos da gestão de pessoas, conforme análise apresentado por Gil (2001) no quadro a seguir: Aquino (1979) Mikovich e Gómez-Mejia Boudreau (2000) Al. (1998) Et Chiavenato (1999d) Procura Recrutamento Suprimentos Agregação Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento Aplicação Manutenção Remuneração Compensação Recompensa Pesquisa Relação com empregados Controle Desenvolvimento Monitoração Quadro n.1 Classificação para atividades de RH Fonte: (GIL, 2001) Embora as classificações sejam diferentes. No quadro fica claro que as diferenças referem-se à nomenclatura dos limites das categorias (GIL, 2001). Conforme Marras (2002) o sistema de RH compõe-se de um conjunto de subsistemas que respondem individualmente por cada uma das funções da área de RH. Os subsistemas de RH, de acordo com o autor, estão subordinados a necessária flexibilidade da empresa em adaptar os objetivos organizacionais. As políticas de recursos humanos (sistemas) são mutáveis e dependem das reações do mercado, da influência do estado e da estabilidade política, econômica e social do país (CARVALHO, NASCIMENTO, 2004). Cada organização dependendo do seu formato pode desenhar o seu sistema de RH e estes dividem-se em seis processos, respectivamente com seus subsistemas, são eles: 1. Processo de Suprimento ou Agregação: Recrutamento e Seleção; 2. Processo de Aplicação: Análise e Descrição de Cargos, Avaliação de Desempenho; 3. Processo de Desenvolvimento ou Capacitação: Treinamento e Desenvolvimento; 27 4. Processo de Manutenção: Higiene e Segurança no Trabalho, Relações Trabalhistas; 5. Processo de Monitoração: Banco de Dados, Sistemas de Informações Gerenciais, Departamento Pessoal; 6. Processo de Recompensas: Remuneração, Benefícios e Incentivos; (CHIAVENATO, 2004) Esses seis processos fazem parte da gestão de pessoas e estão bastante relacionados entre si, de maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizado. O equilíbrio na condução de todos esses processos é fundamental, pois quando um processo é falho, ele compromete todos os outros (CHIAVENATO, 2004). A seguir os processos com seus subsistemas. 2.5 Processo de Suprimento ou Agregação Esses processos constituem as rotas de ingresso das pessoas na organização, representam as portas de entrada que são abertas apenas para os candidatos capazes de ajustar suas características e competências pessoais com as características predominantes na organização (CHIAVENATO, 2004). Contudo, neste processo de agregar pessoas temos a identificação das necessidades de pessoal, recrutamento e seleção que vejamos a seguir. 2.5.1 Recrutamento e Seleção Esse subsistema é responsável pela captação e triagem de profissionais no mercado e pela seleção e encaminhamento dos profissionais para a empresa. Se a empresa estiver com índice de rotatividade zero e não necessitar aumento do quadro de funcionários, um só profissional para exercer essa função conseguirá dar conta do trabalho, mas se a empresa estiver com necessidade de aumento de 28 funcionários e o índice de rotatividade for alto, com certeza um funcionário exercendo a função não dará conta de desenvolver todos os processos necessários para a função (MARRAS, 2002). Segundo Marras (2002), a rotatividade é o número de empregados desligados da empresa num determinado período comparativamente ao quadro médios de efetivos. O processo de recrutamento tem início a partir de uma necessidade interna da empresa, essa necessidade é emitida formalmente pele requisitante da área de recursos humanos, através de um documento chamado requisição de pessoal. Assim segue o processo pela qual a função passaria: EMISSÃO DA RP PELO APROVAÇÃO CHEFE ANÁLISE ARH INÍCIO DO PROCESSO REQUISITANTE Figura n. 1: Processo de recrutamento Fonte: (MARRAS, 2002) As empresas pode manter um cadastro de candidatos na unidade central, o qual é alimentado por anúncios, ofertas espontâneas, indicações, apresentações e outros meios. Quando abre uma vaga a primeira tarefa a ser feita para o recrutamento é consultar o cadastro de vagas da empresa, a pesquisa é feita avaliando o perfil do candidato para a vaga a ser preenchida, esse método proporciona mais velocidade para busca do candidato. Mas só é possível recrutar a pessoa certa se soubermos antecipadamente o perfil desejado, ou seja, as características pessoais e profissionais. O sucesso do processo depende desse perfil bem definido, para isso é necessário saber o que se espera do candidato, isso é estabelecido nas descrições das funções, que tem como objetivo proporcionar informações para facilitar o recrutamento, a seleção e o reposicionamento das pessoas adequadas para cada função. Para chegarmos ao perfil, é preciso conhecer a cultura da empresa, seus valores, suas éticas e suas prioridades, bem como o chefe o qual o candidato vai se reportar (LACOMBE, 2005). 29 Marras (2002), ressalta que as fontes mais utilizadas para abastecer o processo seletivo da empresa são as seguintes: funcionários da própria empresa, site da empresa, banco de dados interno, indicações, cartazes (internos e externos), entidades (sindicatos, associações), escolas, universidades, cursos, outras empresas (fornecedores, clientes), agências de emprego, consultorias, mídia (anúncios, classificados, rádio, televisão). O recrutamento nas organizações é dividido em recrutamento interno e recrutamento externo. O recrutamento interno é aquele que privilegia os próprios funcionários da empresa, a divulgação da vaga é informada por meio de comunicação, memorandos ou cartazes em quadros de avisos da empresa, com o perfil exigido para o cargo, solicitando que os interessados compareçam ao setor de recursos humanos para candidatar-se a vaga (MARRAS, 2002). O recrutamento externo é um processo de busca de colaboradores de fora da empresa com o objetivo de suprir uma necessidade no seu quadro de funcionários da organização ( MARRAS 2002). Após os candidatos serem recrutados é realizada a seleção para a escolha dos candidatos, que é uma atividade de responsabilidade dos RH e tem finalidade de escolher candidatos a vaga para o atendimento das necessidades internas da empresa (MARRAS 2002). A seleção abrange o conjunto de práticas e processos usados para escolher o candidato que parece ser o mais adequado para a vaga a ser ocupada, lembrando que a escolha final cabe a futura chefia decidir. Esse processo deve considerar a cultura da empresa e os valores e crenças do candidato, além disso é de extrema importância avaliar a qualificação e a personalidade do candidato recrutado para seleção, especialmente para as vagas que requerem contato direto com os clientes (LACOMBE, 2005). Segundo Carvalho e Nascimento (2004), a seleção constitui a escolha entre os candidatos, daqueles mais aptos para a execução de determinado trabalho, classificando-os, conforme o grau de aptidão de cada um. 30 2.6 Processo de Aplicação Processo utilizado para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Esse subsistema se forma através da análise e descrição de cargos e avaliação do desempenho (CHIAVENATO, 2004). 2.6.1 Descrição de cargos Geralmente é um profissional de remuneração, ou um consultor contratado, que faz a elaboração da descrição de cargos. Realiza um estudo analítico visando padronizar e nomear todos os cargos da organização. Para esse estudo acontecer existem várias fases, são elas: a padronização dos cargos, que consiste na separação das análises completas em cargos definitivos, dando-lhe uma descrição única, tendo por base a natureza das tarefas e os requisitos exigidos pelos cargos. Após o levantamento das atividades desempenhadas, devemos verificar o que é relevante e organizar as informações. Isso possibilita o estabelecimento do perfil profissional ideal para cada cargo e a definição de suas habilidades, competências, formação, experiência e titulação (SILVA, 2005). Pode-se fazer diversas combinações entre esses dois fatores, mas uma só combinação possibilitará a junção de duas ou mais análises numa só. Apresenta-se no quadro n. 2, as combinações. CARGOS DE MN E MR= MESMA NATUREZA E MESMOS JUNTAR NUM CARGO SÓ. REQUISITOS. CARGOS DE MN E RD= MESMA NATUREZA E SEPARAR EM DESCRIÇÕES DISTINTAS. CARGOS DE ND E MR= NATUREZAS DIFERENTES E SEPARAR EM DESCRIÇÕES DISTINTAS. REQUISITOS DIFERENTES. MESMOS REQUISITOS. CARGOS DE ND E RD= NATUREZAS DIFERENTES E REQUISITOS DIFERENTES. Quadro n. 2: Combinações de Cargos Fonte: (SILVA, 2005) SEPARAR EM DESCRIÇÕES DISTINTAS. 31 A outra fase da descrição de cargos é a titulação que é o nome dado a um conjunto de funções, evidenciando a principal, de modo a diferenciá-la das demais existentes na estrutura com base em nível funcional ou atividade específica; estrutura organizacional ou classificação e área de atividade. A nomenclatura do cargo pode ser constituída com prefixo, infixo e sufixo. O prefixo determina a nomenclatura referente ao nível funcional (Diretor, Gerente, Chefe, Analista, Operador, Programador), o infixo é referente à linha estrutural (Diretoria, Departamento, Seção, Júnior, Sênior, Adjunto) e o sufixo é referente à atividade em que está alocado o cargo (Recursos Humanos, Treinamento, Tesouraria, Produção, Manutenção) (NASCIMENTO, 2001). Avaliação de Cargos é também conhecida como uma fase da descrição de cargos. Através da avaliação é estabelecido o valor relativo a cada cargo, portanto pelo processo de avaliação, os cargos são analisados e comparados para ficar na ordem de importância. Além de ordenar os cargos, a avaliação irá permitir o estabelecimento da estrutura salarial, que determinará os salários a serem pagos. Então é através da avaliação de cargos que se neutraliza as decisões arbitrárias para a determinação dos salários (PONTES, 2000). Para atribuir salários adequadamente aos empregados, o ponto de partida é o cargo, a importância de cada cargo gera um ordenamento dos cargos em ordem de valor, que associada a uma tabela de salários esquematiza toda a remuneração. A forma de avaliação organizada pode consistir de diferentes métodos uns mais simples e menos preciosos, mas adequados para pequenas organizações e outros mais complexos e preciosos para organizações de médio e grande porte. Os métodos globais são chamados desta forma por enfocarem os cargos de forma total e não em cada aspecto isoladamente. Os métodos analíticos avaliam os cargos sob diferentes aspectos (escolaridade, experiência, responsabilidade) para depois apurar seu valor global e o método sistêmico é assim chamado por utilizarem fatores de entrada (requisitos), de aplicação (responsabilidade, complexidade) e de saída (resultados produzidos pelo cargo) dentro do conceito de sistema (PONTES, 2000). O sistema de avaliação de cargos é composto de vários métodos de avaliação, e esses métodos são divididos em dois grandes grupos, os qualitativos e os quantitativos. Nos métodos qualitativos, encontram-se: escalonamento de cargos e graus predeterminados e os quantitativos, citam-se avaliação por pontos e comparação por fatores (NASCIMENTO, 2001). 32 O método de escalonamento é um sistema simples de avaliação de cargos, por este método os cargos são hierarquizados de acordo com as dificuldades, responsabilidades ou requisitos, os cargos são comparados de uma forma global e a avaliação é influenciada pelos salários que atualmente percebem os ocupantes, este método propicia duas formas de avaliar os cargos, pelo escalonamento simples e escalonamento por comparação binária. Através do escalonamento simples os membros do comitê de avaliação, hierarquizam os cargos amostrais em análise e chegam junto a um consenso. O escalonamento através da comparação binária são comparados aos pares de tal sorte que cada cargo em análise é comparado a outro, resultando em uma hierarquização, para facilitar o processo normalmente é utilizado a tabela de dupla entrada (PONTES, 2000). O método de graus predeterminados representa um aperfeiçoamento do método do escalonamento simples, não apresenta as reais diferenças entre os diferentes cargos. Apresenta-se com mais objetividade que o anterior, mas a avaliação continua imprecisa. Este método necessita de umk manual no qual são estabelecidos graus crescentes em dificuldades, constituindo-se numa régua de avaliação na qual os cargos são comparados com as conceituações de cada grau e posicionados naquele com o qual possui mais afinidade, são utilizados de cinco a dex graus para cada plano, cada avaliador que analisa os cargos e as definições dos graus, enquadra os cargos em cada um deles e posteriormente discutem em grupo e chegam a um consenso (NASCIMENTO, 2001). O método por pontos é o mais conhecido e utilizado pelas empresas, mais objetivo, preciso e de fácil aplicação e seus resultados são aceitos pelos funcionários. Devem ser escolhidos para avaliação os fatores que sejam comuns à maioria dos cargos de determinado grupo. Esses fatores são graduados e cada grau irá corresponder a certo número de pontos, os fatores constituirão réguas que mensuram as múltiplas facetas de cada cargo. Os pontos de cada grau dos fatores se resultam da análise de regressão múltipla. Assim são atribuídos pontos aos cargos, através da avaliação por fatores, do manual de avaliação (PONTES, 2000). O método de avaliação por comparação de fatores é o mais complexo de todos, fundamenta-se no confronto de cargo com cargo, segundo a importância relativa dos fatores inerentes a cada um desses cargos. Para este método os fatores considerados são : requisitos mentais, habilidades, requisitos físicos, responsabilidade e condições de trabalho. Os procedimentos para utilização deste 33 método são: determinar e definir os fatores a serem empregados, selecionar e descrever os cargos típicos, ordenar os cargos em função de cada fator, distribuir o salário de cada cargo, atribuindo um valor a cada um dos fatores compreendidos no sistema, fixar a escala de comparação por fatores e acrescentar os demais cargos e avaliar os cargos restantes por meio desta escala. È um método fácil de utilizar e é bastante flexível, mas necessita de treinamento específico dos avaliadores (GIL, 2001). 2.6.2 Avaliação do Desempenho É um processo pelo qual o funcionário passa para ser medido o seu desempenho dentro da organização, essa avaliação procura fornecer informações aos empregados sobre a sua própria atuação de forma que possam aperfeiçoá-la sem medir sua independência e motivação para fazer um bom trabalho (MILKOVICH, BOUDREAU 2006). Segundo Ribeiro (2006), a avaliação do desempenho é o momento esperado pelo funcionário para que alguém fale de seu desempenho. Assim, o gerente deve citar as realizações e pontos positivos, mas também precisa estabelecer desafios e identificar pontos a melhorar. Toda pessoa precisa receber retroação a respeito de seu desempenho para saber como está fazendo seu trabalho. Mas a organização também precisa saber como as pessoas desempenham as suas atividades para ter uma idéia de suas potencialidades. Assim, pessoas e organizações precisam conhecer algo a respeito de seu desempenho (CHIAVENATO, 2004). Existem vários métodos de avaliar o desempenho das pessoas, a saber: Checklist é um método que tem uma forma simples de aplicação,apresenta uma lista contendo os adjetivos que descreve o comportamento relacionado ao trabalho. Cada item da lista reflete-se em uma qualidade positiva ou negativa que o funcionário pode possuir. Com esse conjunto de qualidades, tem-se uma escala de julgamento. Esse instrumento de avaliação é aplicado unidirecionalmente, ou seja, 34 do supervisor para o funcionário. Depois da avaliação, cada empresa adota os procedimentos que planejou na montagem do processo (GODOY,et al 2008). Escala Gráfica é um método baseado em uma tabela de dupla entrada, nas linhas estão os fatores de avaliação e nas colunas estão os graus de avaliação do desempenho. Os fatores de avaliação constituem os critérios relevantes para avaliar o desempenho dos funcionários.O número de fatores de avaliação varia conforme os interesses de cada empresa, indo em média de 5 a 10 fatores. Os fatores de avaliação constituem comportamentos e atitudes selecionados e valorizados pela organização (CHIAVENATO, 2004). Escolha Forçada é um método que tem certa complexidade, mas oferece a possibilidade de neutralizar o subjetivismo, fato este que o torna um instrumento de avaliação mais objetivo e eficaz que os demais em uso ( MARRAS, 2000 apud ARAÚJO, 2006). Este método trata da atuação dos indivíduos por meio de frases descritivas de determinado tipo de desempenho da pessoa em relação as tarefas que lhe forem atribuídas (LUCENA, 1992 apud ARAÚJO, 2006). Aqui o gestor deve cuidar de não permitir entendimento não correto, evitando resultados que não traduzem a realidade (ARAÚJO, 2006). O Método da Avaliação por Resultados está muito ligado aos programas de administração por objetivos, baseia-se em uma comparação periódica entre os resultados fixados ou esperados para cada funcionário e os resultados efetivamente alcançados. As conclusões dos resultados permitem a identificação dos pontos fortes e fracos dos funcionários, bem como as providências necessárias para o próximo período. È um método bastante adequado para as empresas que adotam o planejamento estratégico. Requer negociação do desempenho que deve ser feita juntamente com a chefia e que dará origem aos padrões esperados (GODOY, et al 2008). Método dos Incidentes Críticos é um método tradicional de avaliação do desempenho simples e que se baseia nas características extremas (incidentes crítico) que representam desempenhos altamente positivos (sucesso) ou altamente negativos (fracasso), não se preocupa com o desempenho normal, mas com desempenhos excepcionais, sejam positivos ou negativos (CHIAVENATO, 2004). 35 Métodos Mistos é quando a organização recorre a mais de um dos métodos descritos na composição do modelo de avaliação de desempenho de seu quadro efetivo, principalmente quando tem diversidade e complexidade de cargos. A busca pelo novo para se manter competitiva alterou sobre maneira as estratégias e as ações das organizações. Com o processo de globalização, as empresas mudaram a forma de relacionamento com seus funcionários passando a exigir mais autonomia, iniciativa, trabalho em equipe, desenvolvimento da massa crítica, ampliação de sua fonte de conhecimento, mais criatividade e comprometimento com os resultados, além de outras competências e habilidades inerentes às suas atividades (GODOY et al 2008). Método de Auto-avaliação é quando o funcionário é solicitado a fazer uma auto-avaliação de suas características de desempenho, o funcionário não apenas participa da avaliação dos seus pares, mas pratica a sua própria avaliação, refletindo os pontos positivos e negativos do seu desempenho. Quando a auto-avaliação é desvinculada da avaliação grupal, o próprio funcionário preenche o questionário e submete-o a seu superior para juntos analisarem os resultados, as providências a serem tomadas e os objetivos de desempenho a ser atingidos (GODOY et al 2008). Avaliação 360 graus é o método que o princípio é bastante simples teoricamente falando, pois parte da idéia de quem emite os feedbacks são pessoas situadas em diferentes posições e que fazem parte de sua rede de contatos (REIS, 2003 apud ARAÚJO, 2006). Os responsáveis pela avaliação serão todos aqueles interessados no processo de avaliação de desempenho, tanto agentes internos, como externos. Ao executar uma avaliação de 360 graus, a pessoa avaliada está sendo exposta, isso pode ser bom ou ruim também. Bom no sentido em que a pessoa avaliada pode ter ganhos e permanecer numa zona de conforto, podendo se ajustar nas diferentes demandas e ruim porque o avaliado pode não estar preparado emocionalmente para receber críticas, até mesmo construtivas, gerando um obstáculo para o seu desenvolvimento (ARAÚJO, 2006). A preocupação das organizações está voltada para a medição, avaliação e monitoração de três aspectos principais, são eles: resultados, desempenho e fatores críticos de sucesso. As pessoas precisam receber o feedback a respeito do seu desempenho, para saber como está exercendo seu trabalho, também a organização 36 precisa saber como as pessoas desempenham suas atividades para ter uma idéia de suas potencialidades (CHIAVENATO, 2004). 2.7 Processo de Desenvolvimento ou Capacitação As pessoas apresentam uma incrível capacidade de aprender e se desenvolver. Todo modelo de formação, capacitação, educação treinamento ou desenvolvimento deve assegurar ao ser humano a oportunidade de ser aquilo que pode ser a partir de suas próprias potencialidades, sejam elas inatas ou adquiridas (CHIAVENATO, 2004). Então o processo de desenvolvimento ou capacitação se forma através do Treinamento e Desenvolvimento de pessoal. 2.7.1Treinamento e Desenvolvimento O treinamento é um processo educacional de curto prazo pelo qual o pessoal não gerencial aprende conhecimentos e habilidades técnicas para um propósito definido, o desenvolvimento é um processo educacional de longo prazo pelo qual o pessoal gerencial aprende conhecimentos conceptuais e teóricos para propósitos genéricos (CHIAVENATO, 2007). Hoyler considera o treinamento como investimento empresarial destinado a capacitar uma equipe de trabalho a reduzir ou eliminar a diferença entre o atual desempenho e os objetivos e realizações propostas. Em outras palavras e num sentido amplo, o treinamento é um esforço dirigido no sentido de equipe, com finalidade de fazer a mesma atingir o mais economicamente possível os objetivos da empresa (CHIAVENATO, 2007). O treinamento não é uma despesa e sim um investimento precioso que é altamente compensador para a organização (CHIAVENATO,2007). Uma razão pela qual as empresas investem menos em treinamentos é o receio da perda do investimento, uma vez que o empregado, poderá deixar a empresa a qualquer momento e poderá trabalhar para um concorrente (LACOMBE, 2005). 37 O conteúdo do treinamento envolve quatro tipos de mudanças de comportamento, como mostra o quadro n. 3 a seguir: Transmissão de informações Aumentar o conhecimento das pessoas: Informação sobre a organização e seus clientes, seus produtos/serviços, políticas e diretrizes, regras e regulamentos. Desenvolvimento de habilidades Melhorar as habilidades e destrezas: Habilitar as pessoas para a execução e a operação de tarefas, manejo de equipamentos, máquinas e ferramentas. Conteúdo do treinamento Desenvolvimento de atitudes Desenvolver comportamentos: ou modificar Mudar de atitudes negativas para atitudes favoráveis, conscientização da relações e melhoria da sensibilidade com as pessoas, com os clientes internos e externos. Desenvolvimento de conceitos Elevar o nível de abstração: Desenvolver idéias e conceitos para ajudar as pessoas a pensar em termos globais e estratégicos. Quadro n. 3: Mudanças de Comportamento Fonte: CHIAVENATO, 2007 O treinamento é uma relação de instrução com aprendizagem. A instrução significa o ensino de certa tarefa e aprendizagem é a incorporação do que foi instruído ao indivíduo. Portanto, aprender é modificar o comportamento em direção àquilo que foi instruído. O treinamento é apropriado quando existe algo que a pessoa não sabe como fazer, e quando ela precisa estar apta para realizar. Se a pessoa já sabe como fazer, o treinamento não irá mais ajudar, então o passo seguinte é o desenvolvimento. Devido a isso a dupla treinamento e desenvolvimento, um completa o outro (CHIAVENATO, 2007). O desenvolvimento de pessoas está mais relacionado com a educação e com a orientação para o futuro do que o treinamento, está mais focalizado no crescimento pessoal do empregado e visa à carreira futura e não apenas o cargo atual. O desenvolvimento de pessoas está intimamente relacionado com o desenvolvimento de suas carreiras (CHIAVENATO, 2004). 38 Araújo (2006) enfatiza que o treinamento e o desenvolvimento são dois processos de aprendizagem distintos. O treinamento é voltado para o condicionamento da pessoa e para a execução de tarefas e o desenvolvimento está voltado ao crescimento da pessoa em nível de conhecimento, habilidade e atitude. 2.8 Processo de Manutenção Esse processo é utilizado para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Constitui-se de Higiene e Segurança no Trabalho e Relações Trabalhistas. 2.8.1 Higiene e Segurança no Trabalho Esse subsistema é uma atividade dos RH que inclui normas e procedimentos, para a proteção da saúde física e mental dos empregados, procurando resguardálos dos riscos relacionados com a função exercida e com o ambiente de trabalho de cada empregado. Os objetivos principais da higiene do trabalho são: eliminação das causas das doenças profissionais; prevenção do agravamento de doenças e de lesões; manutenção da saúde e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004). Segundo Marras (2002), a Higiene e Segurança do Trabalho responde pela segurança, higiene e medicina relativamente aos empregados da organização, atuando na área de prevenção e de correção. A Segurança no Trabalho é conhecida também como segurança industrial, essa atividade tem como função prevenção dos acidentes de trabalho e eliminação das causas de acidentes no trabalho. A prevenção de acidentes no trabalho é um programa de longo prazo que tem a finalidade de conscientizar os empregados a proteger sua própria vida e de seus companheiros de trabalho por meio de ações seguras e reflexão constante de condições inseguras que possam provocar acidentes de trabalho. 39 2.8.2 Relações Trabalhistas A Relação Trabalhista é um subsistema da área de RH que tem como objetivo o planejamento e execução de programas relacionados à área trabalhista-sindical e prestação de assessoria a todas as áreas da organização. Pela sua importância estratégica, essa área situa-se sempre em posição de staff a uma diretoria de RH, vice-presidência de RH ou da própria presidência da empresa. Não é raro ver o próprio gestor de recursos humanos assumir o papel de Relações Trabalhistas (MARRAS, 2002). No campo de trabalho das relações trabalhistas existem ações, que são: Contatos com sindicatos patronais: participando de assembléias, reuniões, pesquisas, representando a empresa, o RT é o porta-voz da organização em assuntos referente aos sindicatos. Contatos com a federação das indústrias: prestando atenção em estudos, trabalhos e negociações, essa é uma atividade muito importante, pois coloca o RT na linha de frente com discussões e com problemas e necessidades que afligem a categoria. Convenções coletivas: quando convidado pelo sindicato patronal ou pela federação das indústrias a fazer parte da mesa negocial, essa convenção registra uma série de cláusulas acordadas entre sindicatos patronais e sindicatos dos trabalhadores (MARRAS, 2002). Convenção coletiva de trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho (Art. 611 da CLT – LACOMBE,2005 p.276). Acordos coletivos: é o acordo firmado entre uma empresa e seus empregados, em que constam cláusulas acordadas. Não tem data certa para acontecer, é decisão de um acordo firmado para findar um litígio ou uma reivindicação não atendida. Para ser válido o acordo deve ser homologado tento pelo sindicato dos trabalhadores quanto pelo Ministério do Trabalho. (MARRAS, 2002) Acordo coletivo de trabalho é o pacto celebrado entre a administração de uma ou mais empresas e os representantes dos empregados, geralmente os dirigentes sindicais, para estabelecer procedimentos a serem observados 40 nas relações de emprego: salários, benefícios, condições de trabalho, garantia de emprego e outros tópicos ligados ao trabalho e à relação empregatícia (LACOMBE, 2005). As relações trabalhistas constituem um sistema em que o conjunto de regras para o funcionamento deste sistema será mais influenciado pelos interesses do grupo dominante, mesmo que as regras impostas pelo grupo pretendam permitir a busca de equalização entre os grupos. Claramente nota-se uma democracia, ou seja, o maior número de pessoas com objetivos em comum constitui o grupo dominante, desse modo, em se tratando de relações trabalhistas dois ou mais grupos estarão envolvidos com objetivos opostos: empregados e empregadores (ARAÚJO, 2006.) 2.9 Processo de Monitoração São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar os resultados obtidos. Nesse processo estão armazenados o departamento pessoal, banco de dados e sistemas de informações gerenciais. 2.9.1 Departamento de Pessoal É um dos subsistemas de recursos humanos e tem como objetivo fazer todos os registros legais e necessários para a administração burocrática exigidas pela legislação. As tarefas principais do departamento pessoal deram origem à atual administração de recursos humanos. Dentre as funções do departamento pessoal, destacam-se: admissões e demissões de empregados; registros legais; aplicação e manutenção das leis trabalhistas e previdenciárias, folha de pagamento, férias, décimo terceiro salário, normas disciplinares (MARRAS, 2002). 41 2.9.2 Banco de Dados e Sistemas de Informações Gerenciais A base de todo sistema de informações é o banco de dados, ele funciona como um sistema de armazenamento e acumulação de dados devidamente codificados e disponíveis para o processamento e obtenção de informações. Dados são os elementos que servem de base para a formação de juízos ou para a resolução de problemas, um dado é um índice ou um registro. Um dado tem pouco valor, mas quando classificados, armazenados e relacionados entre si eles permitem a obtenção de informação (CHIAVENATO, 2004). Segundo Chiavenato (1997), a informação possui significado e intencionalidade, aspectos fundamentais que a diferenciam do dado simples. Dá-se o nome de banco de dados aos meios através dos quais se armazenam para uso posterior. Sistema de informação de RH é um procedimento sistemático para coletar, armazenar, manter, combinar e validar dados necessários a organização a respeito dos seus RH, atividades pessoais e características das unidades organizacionais (CHIAVENATO, 2004). A gestão de pessoas requer a utilização de banco de dados interligados que permitam obter e armazenar dados de diferentes níveis de complexidade, são os cadastros de pessoal, de cargos, de seções, de remuneração, de benefícios, de treinamento, de candidatos, de médico e muitos outros cadastros, dependendo das necessidades da organização. Mas, para serem transformados em informações os dados precisam inicialmente ser processados (CHIAVENATO, 2004). 2.10 Processo de Recompensas São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades mais importantes, neste processo incluem remuneração, benefícios e incentivos. Vejamos a seguir, na política de remuneração: 42 2.11 Política de Remuneração Para um trabalhador uma das horas mais esperadas é o recebimento do trabalho prestado, que é a remuneração e os benefícios. Receber remuneração é dever de todo trabalhador brasileiro. Ningúem trabalha de graça. Como parceiro da organização, cada funcionário está interessado em investir com trabalho, dedicação e esforço pessoal, com os seus conhecimentos e habilidades, desde que receba uma retribuição adequada (CHIAVENATO, 1999, p. 221). Conforme Chiavenato (1999), a remuneração inclui todos os benefícios dos empregados, ou seja, todas as formas de retribuição paga proporcionada pela entidade, em troca de serviços prestados. O salário é a remuneração em dinheiro recebida pelo trabalhador pela venda de sua força de trabalho. Embora tenha havido trabalhadores assalariados em outros períodos da história, foi com o advento do capitalismo que o salário se tornou a forma dominante de pagamento da chamada mão-de-obra. A forma de remunerar o trabalho evoluirá rapidamente, com ampla liberdade para as empresas e os departamentos estabelecerem programas de incentivos. A tradicional resistência dos acionistas de pagar adicionais por um trabalho bem feito será quebrada. As empresas conviverão com esses novos programas sem conflito (RIBEIRO, 2006. p. 24). Chiavenato (1999), descreve vários conceitos para remuneração, são eles: • Processo que envolve todas as formas de pagamento ou de recompensas dadas aos funcionários e decorrentes de seu emprego. • Função de RH que lida com as recompensas que as pessoas recebem em troca do desempenho das tarefas organizacionais. • Inclui retornos financeiros e serviços tangíveis, além de benefícios aos empregados como parte das relações de emprego. • Pacote de recompensas qualificáveis que um empregado recebe pelo seu trabalho. Inclui três componentes: remuneração básica, incentivos salariais e remuneração indireta/benefícios. Remunerar é responsabilidade de um dos subsistemas mais importantes da área de RH, o setor de remuneração também é conhecido como setor de cargos e salários (MARRAS, 2002). 43 O salário não é a única forma de remuneração pelo trabalho prestado, existe também os benefícios que acabam se somando e formando a chamada remuneração. Mas poderão existir outras formas de verbas de crédito, como por exemplo: componentes de remuneração variável, adicionais, horas extras, gratificações, bônus, comissões e muitas outras. Então a formação da remuneração seria o salário total nominal com as verbas de crédito mais os benefícios (MARRAS, 2002). 2.11.1 Novos Sistemas de Remuneração Críticas ao Sistema de Remuneração Funcional: esse sistema foi criado para ser usado em grandes empresas na primeira metade do século XX e promove um estilo burocrático de gestão e reforça a hierarquia. Pode inibir a criatividade e o espírito empreendedor e promove a abediência aos superiores, as normas e procedimentos, sem muita ênfase nos resultados. Pode ser útil para administração pública e para grandes empresas burocratizadas que precisam priorizar a disciplina e a hierarquia. Por ser o mais conhecido é o mais usado (LACOMBE, 2005). Remuneração pelos resultados: consiste em pagar as pessoas em função de padrões, metas e objetivos a serem atingidos. Este sistema de remuneração deve vir acoplado à administração por objetivos, pois as metas e resultados desejados devem ser consistentes entre si e com a estratégia da empresa (LACOMBE, 2005). Remuneração por Habilidade: consiste em remunerar o empregado pelo que ele sabe fazer. È preciso determinar as habilidades requeridas, ou seja, o que se supõe que cada grupo de empregados deva ser capaz de fazer e avaliar as aptidões de cada um para certificar cada habilidade requerida. Cada empregado é testado nas habilidades requeridas e é certificado de que é capaz de executá-las. A remuneração é determinada em função das habilidades certificadas e aumenta com a sua ampliação (LACOMBE, 2005). Remuneração por Competência: consiste em remunerar as pessoas por seus atributos, conhecimentos e qualidades pessoais e interpessoais. O ponto de partida consiste em identificar as competências desejáveis para cada grupo de pessoas e avaliar cada um em decorrência do grau que possue das competências desejáveis, 44 que são determinadas em função dos objetivos e estratégias da empresa (LACOMBE, 2005). Sistemas Mistos de Remuneração: pode-se usar também métodos diferentes conforme o nível hierárquico, respeitadas as exigências legais, bem como sistemas mistos, em que uma parte básica é determinada pela remuneração funcional ou por habilidade, por exemplo, e um adicional pode ser acrescentado em decorrência dos resultados. A parte variável é função dos resultados da empresa e do desempenho de cada equipe (LACOMBE, 2005). 2.12 Remuneração Variável A remuneração Variável não é nenhuma novidade hoje para as empresas, pois está sendo praticado na maioria delas. Então, remuneração variável é o processo de remunerar os funcionários de forma a ter uma parte fixa e outra parte móvel. A parte fixa vem da estrutura salarial e a parte móvel advém de outros fatores, como desempenho da empresa, da equipe e do trabalhador (PONTES, 2000). A parte fixa da remuneração é normalmente representada por salário, hora extra, gratificação de função e outros que são garantidos ao trabalhador todo mês. A parte variável é a que deverá ser paga aos empregados com base num valor total previamente combinado e aprovado entre as partes ou no lucro da empresa. As empresas que adotam essa remuneração representam de imediato uma mudança na política de RH, cujo objetivo deve beneficiar a empresa, beneficiando também seus empregados e clientes. O objetivo principal dessa remuneração é obter maior colaboração entre os componentes das equipes, melhorando o desempenho da empresa (NASCIMENTO, 2001). A Remuneração variável pode ser classificada em diferentes formas, pela participação nas vendas, participação nos resultados, participação nos lucros e participação acionária. Segundo Dutra (2002), a remuneração variável pela participação nas vendas pode ser apresentada na forma de comissão sobre vendas de um produto ou 45 serviço ou também na forma de prêmios obtidos por resultados em campanhas de vendas. Já, a remuneração por resultados combina um programa de bônus com a prática da administração participativa. As metas que são estabelecidas pela empresa são pagas através dos bônus. A remuneração por resultados vem sendo praticada principalmente por equipes de vendas e possui a capacidade de apoiar e reforças práticas emergentes de participação, envolvimento, orientação para resultados e trabalhos em grupo (NASCIMENTO, 2001). Dutra (2002), afirma que a remuneração por resultados é a função do alcance de metas previamente negociadas entre a empresa e os trabalhadores e essas metas traduzem um ganho operacional, na forma de maior flexibilidade, no uso de capacidade instalada e na maior velocidade de respostas às exigências do mercado. A participação nos lucros não utiliza fórmulas ligando indicadores e resultados a prêmios ou a aumento de salários e não está ligada necessariamente a práticas de administração participativa. O recebimento do bônus é vinculado aos resultados globais da empresa e os valores creditados aos trabalhadores são determinados a partir de uma fórmula, que são levados em considerações lucros alcançados pela empresa. Geralmente a participação nos lucros é utilizada nos níveis hierárquicos mais altos da empresa (NASCIMENTO, 2001). A participação acionária é praticada em todas as empresas que possuem ações negociadas em bolsas (PONTES, 2000). Segundo Dutra (2002), p.196, nesse caso, a remuneração é a distribuição de ações da empresa em função de resultados obtidos em determinado período. Esse tipo de remuneração visa comprometer as pessoas com resultados de longo prazo, partindo-se do pressuposto de que a empresa, ao desenvolver, terá o valor de suas ações aumentado. Então, a remuneração variável remunera os funcionários pelos resultados alcançados na empresa, esses resultados não são apropriados pela organização, mas são rateados entre a organização e as pessoas que ajudaram alcançá-los, é uma parceria que funciona nas duas vertentes, no lucro ou no prejuízo. O funcionário ganha mais se a organização ganhar, ganha menos se a organização ganhar menos e nada ganha se a organização nada ganhar (CHIAVENATO, 2004). 46 2.13 A composição dos salários O salário depende de vários fatores internos e externos. Os fatores internos e externos são inter-relacionados e exercem efeitos diferenciados sobre os salários. Esses fatores atuam independentemente uns com os outros, no sentido de elevar ou baixar os salários. As decisões a respeito dos salários são tomadas levando em conta todo o conjunto dos fatores internos e externos, que forma o composto salarial, como mostra a figura n.2. 1.TIPOLOGIA DOS CARGOS NA ORGANIZAÇÃO; 2.POLÍTICA DE RH DA ORGANIZAÇÃO; FATORES INTERNOS (ORGANIZACIONAIS) 3.POLÍTICA SALARIAL DA ORGANIZAÇÃO; 4.DESEMPENHO E CAPACIDADE FINANCEIRA DA ORGANIZAÇÃO; 5.COMPETITIVIDADE DA ORGANIZAÇÃO; COMPOSIÇÃO DOS SALÁRIOS 1.SITUAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO; FATORES EXTERNOS (AMBIENTAIS) 2.CONJUNTURA ECONÔMICA (INFLAÇÃO, 3.RECESSÃO, CUSTO DE VIDA ETC.) 4.SINDICATOS E NEGOCIAÇÕES COLETIVAS; 5.LEGISLAÇÃO TRABALHISTA; 6.SITUAÇÃO DO MERCADO DE CLIENTES; 7.CONCORRÊNCIA NO MERCADO; Figura n. 2: O composto salarial Fonte: Chiavenato (2004) 2.14 Cargos e Salários O objetivo da existência de uma Administração de Cargos e Salários refere-se a política de administração de pessoal, abrangendo mão-de-obra qualificada e não qualificada, sabendo que o trabalho é um dos fatores básicos e devidamente coordenados em que assenta a estrutura da economia política. O trabalhador exerce enorme influência nos processos de produção, circulação, distribuição e consumo da riqueza. O salário deve ser racional, adequado e correto, estabelecido por funções em níveis do mercado, dependendo das qualificações pessoais, capacidade técnica, 47 condições da política de salários de determinadas regiões, setores e ramos de atividade (NASCIMENTO, 2001). Administrar cargos e salários pressupõe conhecer profundamente cada função do conjunto de cargos da empresa, no que diz respeito aos requisitos mínimos estabelecidos para poder atribuir, com segurança, um valor relativo que se traduza em valor absoluto justo, compatível com a estrutura de cargos da empresa, suas disponibilidades e com o mercado de trabalho concorrente (CARVALHO, NASCIMENTO, 2004). Todas as empresas fazem administração de cargos e salários, seja ela nacional, multinacional, estatal de pequeno, médio ou grande porte. O planejamento de cargos e salários precisa acompanhar o avanço tecnológico, as mudanças de mercado, a política econômica, como também participar das decisões da organização, precisa conhecer as metas e objetivos da empresa para conseguir se adequar nas práticas e políticas da organização (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004) Existem várias formas de se definir o termo salário, dependendo de como ele é apresentado para o empregado ou empregador. Dentre tantas, Marras (2002), descreve algumas das definições sobre o termo salário. TIPO DE SALÁRIO 1. Salário nominal 2. Salário efetivo 3. Salário complessivo 4. Salário profissional 5. Salário relativo 6. Salário absoluto DEFINIÇÃO É aquele que consta na ficha de registro, na carteira profissional e em todos os documentos legais. Pode ser expresso em hora, dia, semana, mês, etc. É o valor efetivamente recebido pelo empregado, já descontadas as obrigações legais (INSS, IR, etc.) É o que tem inserido no seu bojo toda e qualquer parcela adicional (hora extra, etc.) É aquele cujo valor está expresso na lei e se destina especificamente a algumas profissões (por exemplo, médicos, engenheiros). É a figura de comparação entre um salário e outro na mesma empresa. É o montante que o empregado recebe, líquido de todos os descontos, e que determina o seu orçamento. Quadro n. 4: Definições de salário Fonte: (MARRAS, 2002) Segundo Chiavenato (2004), o salário é uma contraprestação pelo trabalho exercido por uma pessoa dentro da organização. Para as pessoas, o trabalho é considerado como um meio para atingir um objetivo, o salário. O salário constitui uma fonte de renda, que proporciona o poder aquisitivo de cada pessoa, e é o poder aquisitivo que define o padrão de vida e a satisfação de cada um. O volume de dinheiro de cada indivíduo é o que influencia seus sentimentos de auto-estima. Em resumo a remuneração afeta as pessoas no ponto de vista econômico, sociológico e psicológico. 48 2.14.1 Pesquisa salarial Esta pesquisa serve para levantamento dos dados do mercado referente aos cargos da empresa pesquisadora. Tem por objetivo informar qual a situação do mercado concorrente e comparar com os dados da empresa pesquisadora (NASCIMENTO, 2001). Segundo Pontes (2000), a pesquisa salarial fornece elementos importantes para a determinação de critérios da política salarial a ser praticada pela empresa, é através da pesquisa salarial que alcançamos o equilíbrio externo, uma vez que pelos dados obtidos é construída a faixa salarial da empresa. Geralmente esta pesquisa é elaborada no momento da implantação do Plano de Cargos e Salários e uma vez por ano é feito sistematicamente um acompanhamento dos salários do mercado de trabalho. Paschoal (2007), destaca que para a pesquisa salarial ser completa precisa seguir várias etapas no momento da elaboração. • Seleção dos cargos a pesquisar; • Seleção das organizações participantes; • Contatos com as organizações para fazer o convite; • Preparação do caderno de coleta; • Visita às organizações; • Análise dos dados coletados; • Tabulação dos dados; • Elaboração do relatório com os resultados; • Fornecimento dos resultados aos participantes ; O objetivo da pesquisa salarial é conhecer o mercado e permitir que a empresa pesquisadora promova o equilíbrio externo por meio de salários compatíveis com as outras empresas, evitando em contrapartida a prática de salários defasados para maior ou menor em relação ao mercado (NASCIMENTO, 2001). No final da pesquisa, tradicionalmente, no mercado de trabalho, as empresas participantes recebem um relatório, que contem as medidas estatísticas. A fim de estimular a participação dessas empresas no futuro, o relatório deve conter atrações, como por exemplo, trazer o mercado para cada empresa participante, ou seja, cada 49 empresa recebe as medidas estatísticas dos dados do mercado, excluídos os seus próprios. Todas essas atrações, além da confiabilidade da pesquisa e do cumprimento de prazos, fazem com que as empresas queiram, espontaneamente participar de próximas pesquisas e sejam superadas as dificuldades normais da fase de coleta de dados (PONTES, 2000). 2.14.2 Tabulação da pesquisa salarial As tabulações de pesquisa salarial apresentam várias formas, mas o conteúdo costuma ser o mesmo, salvo algumas exceções praticadas por algumas empresas. As medidas de tendência utilizadas são: menor e maior salário pago; salário médio; 1º quartil; 2º quartil ou mediana; 3º quartil; moda e desvio padrão. A pesquisa salarial é o instrumento de comparação da empresa com o mercado, portanto, quando da tabulação, os dados da pesquisadora não se misturam com os do mercado. Significa dizer que, embora mereçam tratamento estatístico, são registrados de forma que se estabeleça o confronto, a fim de se conhecer a posição dos cargos da empresa em relação ao mercado concorrente. A seguir no quadro n. 5 modelo de tabulação de pesquisa salarial. NÚMERO DE VALORES PAGOS MEDIDAS DE TENDÊNCIA FAIXA SALARIAL CARGO/DADOS EMPRESA FUNC. MENOR MÉDIO MAIOR 1º Q 2º Q 3º Q MÍN. MÁX. 20101 M.Inf. M.Dep. Pesquisadora 9 82 174 311 540 264 283 328 261 341 6 75 234 313 540 265 283 321 278 359 1 233 233 233 214 229 20101 M.Inf. M.Dep. Pesquisadora 9 12 254 328 590 261 307 321 303 424 8 11 254 304 392 260 307 321 282 401 1 246 246 246 246 282 20101 M.Inf. M.Dep. Pesquisadora 8 24 247 341 414 284 355 383 297 419 4 11 300 360 388 321 368 379 304 432 2 297 318 339 246 282 20101 M.Inf. M.Dep. Pesquisadora 4 6 300 695 993 300 612 809 560 859 3 5 480 775 993 480 743 828 665 1043 1 495 495 495 374 525 Quadro n. 5: Modelo de tabulação de pesquisa salarial Fonte: (NASCIMENTO, 2001) 50 Segundo Nascimento (2001), para se elaborar o relatório final, uma das atividades consiste em registrar os valores salariais dos cargos, com base no mercado, na estrutura de cargos da empresa, e a seguir, ajustar estatisticamente os salários em diferentes curvas estatísticas e selecionar a de maior coeficiente de determinação. Isso é realizado para cada medida de tendência do mercado ou para uma delas em particular, tendo em vista as práticas e políticas da empresa. 2.14.3 Estrutura salarial Depois de realizada a pesquisa salarial e a avaliação dos cargos, chega a hora da elaboração da estrutura salarial. Geralmente é utilizado como curva de referência para a elaboração da estrutura a curva média do mercado, mas esta é uma decisão política e deve ser analisada considerando a situação da empresa diante do mercado. A curva de referência é obtida pelo processo de ajustamento entre as variáveis y = f(x), onde a variável y é igual ao salário. A respeito dos métodos de avaliação, quando é o método por pontos, a variável x é igual a pontos, quando o método é de escalonamento ou grau, essa variável assume o número correspondente ao escalonamento ou grau e quando o método é a comparação por fatores, essa variável pode assumir o valor da correção monetária avaliada (PONTES, 2000). Segue abaixo no quadro n.5 as definições dos termos empregados na estrutura salarial. ESTRUTURA SALARIAL É a organização de uma progressão salarial em função da crescente valorização dos cargos, resultante do processo de avaliação. CURVA DE REFERÊNCIA É a linha resultante da equação de regressão obtida pelo processo de ajustamento entre salário e avaliação dos cargos. GRAU É o resultante de um agrupamento de cargos equivalentes e que terão tratamento salarial igual. SALÁRIO MÁXIMO DO GRAU É a referência do maior salário do grau (máximo da faixa salarial do grau) SALÁRIO MÍNIMO DO GRAU É a referência do menor salário do grau (mínimo da faixa salarial do grau) 51 SALÁRIO MÉDIO DO GRAU AMPLITUDE DA FAIXA FAIXA SALARIAL DO GRAU CLASSES SALARIAIS É a média entre os salários máximo e mínimo, ou seja, é o valor da curva de referência do grau. Éa diferença percentual entre os salários máximo e mínimo do grau É a amplitude da correção monetária entre os salários máximo e mínimo do grau. São os passos para a progressão salarial do colaborador, no grau. Quadro n. 6: Definição dos termos empregados na estrutura salarial Fonte: (PONTES, 2000) Algumas empresas adotam política salarial mais agressiva, ou seja, a curva de referência está cerca de 10% a 20% acima da curva de mercado média ou a curva de referência é a curva do 3º quartil do mercado. Com essa política, essas organizações podem manter uma equipe de profissionais brilhante (PONTES, 1998). 2.15 Política de Benefícios O benefício é um fator muito importante na composição da remuneração. Segundo Marras (2002), um programa de salários que não leva em consideração o “pacote” de benefícios que compõe a contraprestação final do trabalho do empregado não exprime nem representa, perante o mercado, o seu verdadeiro perfil remuneratório. “Benefícios são certas regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários à totalidade ou a parte de seus funcionários” (CHIAVENATO, 2004, p.314). Os benefícios quanto a sua exigibilidade legal podem ser classificados em legais e espontâneos. Os benefícios legais são os benefícios exigidos por lei ou ainda por convenção coletiva entre sindicatos. Segue abaixo os principais benefícios legais: • Férias; • 13º salário; • Aposentadoria; 52 • Seguro de acidentes do trabalho; • Auxílio doença; • Salário família; • Salário maternidade etc; Alguns desses benefícios são pagos pelas organizações, enquanto outros são pagos pelos órgãos previdenciários (CHIAVENATO, 2004). Os benefícios espontâneos são aqueles que a empresa oferece a seus empregados de vontade própria, geralmente com o objetivo de atender as necessidades dos empregados ou de tornar o perfil de sua remuneração atraente e competitiva em termos de mercado, tanto para atrair novos RH, quanto para manter os atuais (MARRAS, 2002, p. 139). Os principais benefícios espontâneos são: Restaurante, Seguro de vida, Assistência médica, Festas para empregados, Transporte, Cesta básica, Seguro de acidentes pessoais, Veículo designado, Clube para empregados, Assistência Odontológica, Convênios, Complementação da aposentadoria, Creche para filhos de funcionários, Subsídio à educação. Segundo Milkovich e Boudreau (2006), benefícios são os aspectos indiretos da remuneração total dos empregados; eles incluem remuneração fora do trabalho, pagamento de seguro e assistência médica, serviços aos empregados e renda de aposentadoria. Segundo Godoy et al (2008), os benefícios e serviços são chamados de remuneração indireta porque são concedidos como condição de emprego e não se relacionam diretamente ao desempenho. A remuneração direta (salário fixo e variável) mais a remuneração indireta (benefícios), formam o que se chama de remuneração total. O custo dos benefícios tem crescido rapidamente ao longo das últimas décadas, constituindo um custo significativo para as empresas. 53 3 METODOLOGIA A Metodologia adotada para realização do projeto científico é qualitativa, pois a pesquisa não se utiliza de dados estatísticos para sua concepção e sim de informações de entrevista, documento ou até mesmo de observação para adquirir dados concretos para a sua elaboração. A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de compreender os significados e características apresentadas pelas pessoas que foram entrevistadas (RICHARDSON, 1999). A abordagem qualitativa é apropriada para avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos (ROESCH, 2005). Segundo Oliveira (2002), a pesquisa qualitativa tem como objetivo situações complexas ou particulares. As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de um problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir a interpretação das particularidades das atitudes dos indivíduos. 3.1 Tipologia da pesquisa A tipologia da pesquisa é um estudo de caso, porque trata-se de um estudo que analisa profundamente a gestão da remuneração da organização e tem como objetivo compreender a sua gestão. O estudo de caso reúne informações detalhadas por meio de diferentes técnicas de coleta de dados, são elas: entrevistas, questionário, observação participante, entrevista em profundidade, levantamento de 54 dados e muitos outros, com o objetivo de aprender e descrever as informações de um caso concreto. O acadêmico que utilizar a abordagem do estudo de caso deve atentar para os necessários cuidados quanto possíveis contaminações de interpretações, que devese a impressões e juízos de valor do profissional, que desenvolve em seu local de trabalho uma pesquisa científica que objetiva a solução para um problema restrito (MARTINS; LINTZ, 2000). O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. O estudo de caso pode ser visto como técnica psicoterápica, como método didático ou método de pesquisa (GIL, 1991). 3.2 Sujeito de estudo O sujeito de estudo desta pesquisa é a empresa Camvel, o estudo estará concentrado no departamento de RH, pois a pesquisa abrangerá a gestão de remuneração da empresa. 3.3 Instrumento de pesquisa Quanto ao instrumento de pesquisa esse projeto se utiliza de entrevista, observação e documentos. A entrevista é a melhor situação para conhecer a mente de outro ser humano, pois há proximidade entre as pessoas, (cara a cara), que proporciona possibilidades de penetrar na mente do entrevistado, portanto as informações são tiradas rapidamente, se trata de uma conversa entre duas pessoas. A entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas, é um modo de comunicação, no qual é transmitida uma informação de uma 55 pessoa para outra. A primeira pessoa representa o emissor e a segunda o receptor (RICHARDSON, 1999). Segundo Parra Filho e Santos (2003), o sucesso do projeto dependerá da qualidade da entrevista, assim como da clareza e da objetividade das perguntas a serem respondidas. Quanto ao registro das informações obtidas, o entrevistador deve ponderar a maneira de expressar, ou seja, se a resposta dada foi com ênfase, com dúvida ou de forma jocosa, e interpretar no seu relatório final. Na observação é diferente, pois ela tanto pode conjugar-se a outras técnicas de coleta de dados como pode ser empregada de forma independente ou exclusiva, a observação é a base de toda investigação no campo social, podendo ser utilizada em trabalho científico de qualquer nível, desde os mais simples até os mais avançados. Observação é o exame minucioso ou a mirada atenta sobre um fenômeno no seu todo ou algumas de suas partes (GIL, 1994). Conforme Richardson (1999), a observação não está restrita apenas ao que se vê, inclui todos os nossos sentidos, portanto devemos aprender a observar da maneira mais aberta possível para que possamos questionar-nos sobre o que, porque e como são os fenômenos. As primeiras observações podem ser informações de nossa própria experiência ou dados obtidos por meio da leitura de algum texto. A observação é utilizada para entender como indivíduos usam seu tempo em situação de trabalho; para estudar e revisar a alocação de recursos ou para calcular a freqüência de atrasos. Possui a vantagem de não requerer treinamento do observador e o fato de poder ser realizada por um longo período de tempo (ROESCH, 2005). A pesquisa documental é muito parecida com a pesquisa bibliográfica, a única diferença entre elas está na natureza das fontes. Esta pesquisa vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da bibliográfica, apenas tem que considerar que o primeiro passo é a exploração das fontes documentais. Então para ser realizado esta exploração existem os documentos de primeira mão, que não 56 receberam tratamento analítico, tais como, documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações, e os documentos de segunda mão que já foram analisados, tais como, relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatística e muitos outros (GIL, 1994). 3.4 Análise de conteúdo e agrupamento de dados A análise de conteúdo e agrupamento de dados serão abordados com informações de entrevistas ao gerente de RH da Camvel, transferindo-as no projeto através de citações, quadros e figuras referente ao assunto. Será analisado documentos relativos a política de recursos e benefícios da empresa. 3.5 Limitações da pesquisa Por se tratar de um estudo de caso, esse projeto apresenta limitações pois as informações se limitam apenas a uma empresa, a Camvel. Para a realização desta pesquisa foram encontradas as seguintes limitações: indisponibilidade de tempo do entrevistado para entrevistas; somente uma pessoa da empresa foi entrevistada; não foram liberados informações de valores da remuneração da empresa. 57 4 RESULTADOS OBTIDOS Nesta parte, apresenta-se o resultado e a análise das informações coletadas através de uma entrevista aplicada ao gerente de RH da Camvel, Alexandre Werner. Para obter os resultados dessa pesquisa foram feitas perguntas relacionadas com as políticas de RH da empresa. Muitas pessoas encontram no trabalho sua realização pessoal e seu status social e a forma de organizar o trabalho influencia a capacidade da empresa em servir seus clientes. A Camvel possui na empresa quarenta e sete cargos distintos que são divididos por setor, cada função exercida estabelece a remuneração que o indivíduo recebe. 4.1 Gestão de RH Quando a Camvel tem necessidade de contratação, o gerente responsável pelo setor que necessita da vaga, preenche uma ordem de serviço (anexo 1) contendo a data, o cargo, salário, competências técnicas e competências comportamentais que o candidato precisa ter, o gerente assina e encaminha para o setor de RH. O setor de RH faz a procura de candidatos com o perfil desejado para a função, essa procura é feita primeiramente entre os funcionários internos da empresa que tiverem interesse, posteriormente é feito uma busca de currículos cadastrados na empresa, não encontrando o perfil adequado, a vaga é anunciada em Universidades, agência de empregos, jornal, rádio etc. Após a escolha dos candidatos , a psicóloga da empresa faz uma entrevista individual com cada candidato escolhido. Finalizando as entrevistas é passado ao gerente do setor o candidato ou os candidatos aptos para exercer a função e o gerente do setor escolhe. A pessoa selecionada para a vaga, na primeira semana de trabalho passa por uma integração feita pelo setor de RH, nesta integração é demonstrado a história da empresa, como funciona, os cargos que a empresa possui, os organogramas da empresa, é mostrado fotos dos diretores, é passado toda a política de qualidade da 58 Camvel, regras da empresa, uniformes, atendimento, benefícios oferecidos, conhecimentos gerais da empresa,essa integração leva em média quatro horas. A Camvel favorece bastante os candidatos indicados por membros da empresa. 4.1.1 Sistema de administração de cargos e remuneração A descrição de cargos da empresa foi feita em 2001, porém pelo tempo passado já está desatualizada, devido a isso não utiliza descrição de cargos e não faz avaliação dos cargos na empresa. O setor de RH precisa refazer e atualizar as descrições para poder implantar novamente na empresa. A Camvel não tem estrutura salarial, a remuneração dos funcionários é feita mediante pesquisa salarial em outros estabelecimentos da área, conversas diretamente com o funcionário admitido e pagamento do piso da categoria de BC. A data base para reajuste de salário é em agosto, esse ano por exemplo os salários já foram reajustados segundo o sindicato. O sindicato da categoria é SINCODIV (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de veículos do estado de Santa Catarina. Os benefícios que a Camvel oferece aos seus funcionários são Unimed, Uniodonto e bolsa estudo de 50%. Na Unimed e a Uniodonto é descontado 100% do valor na folha de pagamento do funcionário, o benefício que recebe é a redução do custo da mensalidade tanto da Unimed quanto da Uniodonto,devido a Camvel conseguir um plano mais acessível a seus funcionários por ser um plano empresarial e muitos funcionários fazerem parte. A bolsa de estudo de 50%, é disponibilizado seis bolsas para Camvel, o funcionário paga a mensalidade da faculdade com seu próprio dinheiro, depois pede um recibo na secretaria do curso, posteriormente é ressarcido com 50% do valor pago. A empresa paga somente cursos ligados a função que o funcionário desempenha. O diretor da empresa é quem escolhe os funcionários beneficiados pela bolsa faculdade, não tem um critério certo para escolha. Esses benefícios só são oferecidos para funcionários efetivados na empresa. 59 A hierarquia na Camvel é uma forma de administrar os negócios, ou seja, cada pessoa possui o seu cargo e deve respeitar os seus superiores. Cada cargo deve cumprir com suas funções e acatar as ordens do superior, a empresa consegue cumprir suas metas e pode vir a promover aquele funcionário que se destacar com o seu trabalho. Os organogramas geral, administrativo, vendas e pós-vendas da Camvel estão nos anexos 2, 3, 4 e 5. 4.2 Política de remuneração por cargos 4.2.1 Área administrativa O setor da área administrativa supervisiona, orienta e complementa todas as tarefas administrativas e burocráticas da empresa. A área administrativa da Camvel é composta pelos seguintes cargos: diretor, gerente financeiro, assistente administrativo, auxiliar financeiro, auxiliar de RH, caixa, telefonista, serviços gerais. • Remuneração dos cargos da área administrativa: Diretor: não possui carteira assinada e folha de pagamento, recebe mensalmente pelo setor financeiro um salário mínimo, sua remuneração é baseada na participação dos lucros da empresa. Gerente financeiro: possui somente um salário fixo, levando em consideração o mercado, a remuneração é estipulada por pesquisas de mercado (são feito ligações para concorrentes para analisar o valor atual das remunerações para o cargo), geralmente o valor do salário estipulado pela empresa é maior do que a do concorrente. Assistente administrativo, auxiliar financeiro, auxiliar de RH, assessor comercial caixa, telefonista e serviços gerais: a remuneração é baseada no piso da categoria de BC, que atualmente é R$750,00 mensal. Para essas funções o funcionário 60 recebe somente o salário fixo do piso da categoria de BC, não possui comissão e premiação. 4.2.2 Área de vendas É o setor da empresa onde são vendidos carros novos e usados que a empresa oferece para seus clientes. A área de vendas é composta pelos seguintes cargos: gerente de vendas, gerente de F&I (financiamentos e seguros), secretária de vendas, supervisor do departamento de usados, vendedor de veículos, vendedor externo, responsável entrega técnica, vistoriador, lavador de veículos, recepcionista. • Remuneração dos cargos da área de vendas: Gerente de vendas: a remuneração é feita pelo pagamento de 2.5 piso da categoria de BC, mais um percentual recebido em cima do lucro do setor, ou seja, sobre as vendas dos carros novos e usados. Gerente de F & I(gerente de financiamentos e seguros): na empresa só possui um funcionário para essa função, então essa remuneração é paga com um salário fixo que foi acordado com o RH no momento da contratação. O RH definiu esta remuneração com base em pesquisa salarial e avaliou a pretensão salarial do candidato. Secretária de vendas: possui um salário fixo estipulado pelo RH com base no mercado e em pesquisa salarial atual na concorrência. Supervisor do departamento de usados: sua remuneração é composta pelo pagamento de 1.5 do piso da categoria de BC, mais comissão sob as vendas de carros usados. Vendedor de veículos e vendedor externo: recebe o piso da categoria de BC mais um percentual levando em consideração o número e o valor dos veículos vendidos. Quanto mais carros vendidos, maior o percentual. (A empresa possui uma tabela constando valor de percentual a receber.) 61 Responsável entrega técnica e vistoriador: recebem um salário fixo do piso da categoria de BC e se conseguir cumprir todas as metas estipuladas no mês, ganha uma premiação mensal que pode chegar ate R$400,00.Essa função não possui comissão. Lavador de veículos: recebe mensalmente um salário fixo do piso da categoria de BC, essa função não tem direito a comissão e premiação. Recepcionista: possui salário fixo piso da categoria de BC mais premiação mensal que pode chegar ate R$600,00 se atingir as metas estipuladas. 4.2.3 Área de pós-vendas Setor onde se encontra a assistência técnica e venda de peças. O setor de pós-vendas é composto pelos seguintes cargos: gerente pós-vendas, supervisora de ATC (atendimento total ao cliente), chefe de oficina, chefe suprimento de peças, vendedor de peças, controle de qualidade, consultor técnico, garantista, líder de funilaria e pintura, mecânico de autos, funileiro, tapeceiro, pintor, preparador, polidor, mecânico eletricista, controlador de produtividade, organizador de estoque, auxiliar mecânico, auxiliar tapeceiro, auxiliar pintor, auxiliar eletricista, auxiliar garantista, motorista, porteiro manobrista. • Remuneração dos cargos da área de pós-vendas Gerente pós-vendas: a remuneração é feita pelo pagamento de 2,5 piso da categoria, mais um percentual recebido sob o faturamento do setor. Supervisora de ATC (atendimento total ao cliente): recebe um salário fixo do piso da categoria de BC, mais uma premiação mensal que pode chegar até R$600,00 se todas as metas estipuladas forem cumpridas durante o mês. 62 Chefe de oficina: recebe 1,25 do piso da categoria de BC mais comissão sob os serviços prestados. Chefe suprimento de peças: recebe 1,25 do piso da categoria de BC mais uma comissão sob o lucro do setor de peças. Vendedor de peças: recebe o salário fixo do piso da categoria de BC, mais uma comissão sob as peças vendidas. Controle de qualidade: recebe um salário fixo do piso da categoria de BC, mais uma premiação mensal que pode chegar até R$600,00 se as metas estipuladas forem cumpridas. Consultor técnico: a remuneração é composta pelo piso da categoria de BC mais uma comissão sob as vendas de peças. Garantista: a remuneração é formada por um salário fixo estabelecido por pesquisa de mercado, levando em consideração a pretensão salarial do candidato, mais premiação que pode chegar até R$600,00 se as metas forem atingidas durante o mês. Líder de funilaria e pintura: recebe 1,25 do piso da categoria de BC, mais comissão sob os serviços de funilaria e pintura. Mecânico de autos, funileiro, tapeceiro, pintor, preparador, polidor e mecânico eletricista: a remuneração destes cargos é composta pelo salário fixo do piso da categoria de BC e uma comissão sob as horas vendidas, ou seja as horas trabalhadas. Horas vendidas: (a fábrica estipula um tempo para cada serviço, o funcionário deve terminar o serviço no tempo estipulado ou em menos tempo.) Cada serviço tem um percentual de comissão, isso quer dizer que quanto mais serviços forem executados durante o dia, maior vai ser o valor da comissão. 63 Controlador de produtividade: recebe um salário fixo piso da categoria de BC mais premiação que pode chegar até R$600,00 mensal se as metas estipuladas forem atingidas. Organizador de estoque: recebe um salário fixo piso da categoria de BC mais uma premiação que pode chegar até R$500,00 mensal se as metas estipuladas forem atingidas. Auxiliar mecânico, auxiliar tapeceiro, auxiliar pintor e auxiliar eletricista : essas funções recebem o piso da categoria de BC mais premiação que pode chegar até R$300,00 mensal, se as metas estipuladas forem atingidas. Auxiliar garantista: recebe um salário fixo estabelecido por pesquisa de mercado e levando em consideração a pretensão salarial do candidato mais R$600,00 mensal se as ,metas estipuladas forem atingidas. Motorista e porteiro manobrista: recebe um salário fixo piso da categoria de BC, mais premiação mensal pelas metas que pode chegar até R$600,00 se as metas estipuladas forem atingidas. Estagiário: as contratações são feitas com um salário estipulado pela empresa com pesquisa de mercado, sem direito a comissões,premiações e benefícios. O contrato de trabalho é para um ano renovável por mais um. Geralmente os estagiários ao terminarem o estágio são efetivados, os estagiários não tem direito ao décimo terceiro, mas tem direito a férias. Menor aprendiz: as contratações são feitas com um salário fixo que é 50% do piso da categoria de BC, o contrato de trabalho é para um ano renovável para mais um, os candidatos devem ter entre 14 e 24 anos. Mais a empresa prefere empregar pessoas com 16 anos para depois de 2 anos poder efetivar. O menor aprendiz tem direito a férias e a décimo terceiro salário, mas não tem direito aos benefícios concedidos pela empresa, comissões e premiações. 64 5 SUGESTÕES PARA MELHORIA DA GESTÃO DE REMUNERAÇÃO DA DA CAMVEL A Camvel é uma empresa muito bem conceituada na região de Balneário Camboriú, apresenta um ótimo ambiente de trabalho, mas sugiro algumas mudanças na política de remuneração da empresa . Como na região existem vários concorrentes, sugere-se para Camvel criar um diferencial para remuneração da organização. 5.1 Descrição de cargos A descrição de cargos serve para facilitar o trabalho nos processos de RH, ela deve ser elaborada de forma simples e clara para que se alguém não conhece determinado cargo possa compreendê-lo. As especificações e a descrição referemse ao cargo a ser ocupado e não ao futuro ocupante dele. Na Camvel possui 47 cargos distintos. O gerente de RH deve elaborar uma descrição de cargos incorporando as atividades por cargo e anualmente deve ser feito atualização. A descrição de cargos sugerida para a empresa irá conter o nome do cargo, a unidade, a descrição sumária e detalhada, as especificações (instrução, conhecimentos, experiência, complexidade, iniciativa, responsabilidades, esforço físico, esforço visual, ambiente de trabalho etc.) A seguir, sugere-se um modelo de descrição de cargos que pode ser usado pela Camvel, para todos os cargos existentes na empresa. 65 TÍTULO DO CARGO: Motorista UNIDADE: Administração geral DESCRIÇÃO SUMÁRIA • Dirigir automóveis e utilitários da empresa. • Zelar pelo funcionamento, abastecimento, limpeza e conservação do veículo. DESCRIÇÃO DETALHADA • Dirigir automóveis e utilitários da empresa, observando as leis de trânsito, normas de segurança e determinações expressas pela gerência. • Zelar pelo funcionamento, abastecimento, limpeza e conservação do veículo, providenciando serviço de manutenção especializada, quando necessário. • Efetuar reparos mecânicos ou elétricos simples, em situações de inexistência de serviços especializados. • Executar outras tarefas correlatas às acima descritas, a critério de seu superior imediato. ESPECIFICAÇÃO 1.INSTRUÇÃO Formação escolar: 2º grau completo 2. CONHECIMENTOS Habilitação profissional para dirigir veículos. Conhecimentos rudimentares de mecânica e eletricidade de automóveis. 3. EXPERIÊNCIA Um ano, adquirida no exercício do próprio cargo. 4. COMPLEXIDADE / INICIATIVA Executa tarefas rotineiras com alguns elementos de variedade, quando o ocupante recebe supervisão nas fases iniciais e finais do trabalho, para receber instruções detalhadas e apresentar resultados. Exige, do colaborador, iniciativa, quando em situações de perigo, dirigindo veículos. 5. RESPONSABILIDADE POR MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Utiliza no desempenho de suas tarefas automóveis e utilitários. Imprudência e mau uso dos veículos podem provocar danos consideráveis ao patrimônio da Companhia. 6.RESPONSABILIDADE POR ERROS Imprudência e mau uso do veículo pode resultar em colisão, o que, consequentemente, pode trazer danos pessoais e materiais. 7. ESFORÇO FÍSICO Trabalha sentado a maior parte do tempo, sujeito a cansaço em viagens longas. 8. ESFORÇO VISUAL É exigida atenção constante para dirigir. 9. AMBIENTE DE TRABALHO O ambiente de trabalho é normal DATA DA ELABORAÇÃO:___/___/___ REVISÃO:____ Quadro n.7: Modelo descrição de cargos Fonte: (PONTES,2000) 66 Após a implantação da descrição de cargos na empresa, a avaliação dos cargos é o próximo passo, essa avaliação é uma tarefa, que para ser realizada de maneira mais confiável depende de uma boa descrição de cargos. Entretanto, a descrição de cargos é um trabalho demorado , que toma tempo, devido a isso deve ser executado por um gerente de RH, para então, o trabalho poder atingir o sucesso esperado pela empresa. 5.2 Avaliação de cargos O próximo passo após a elaboração da descrição dos cargos e fazer a avaliação dos mesmos, de forma organizada, utilizando descrição, critérios predeterminados e comitês de avaliação. Para a avaliação dos cargos na Camvel, sugere-se utilizar o método analítico, que é avaliado por PONTOS, este método avalia fatores como escolaridade, experiência, complexidade etc. definindo e subdividindo em graus. Esses graus definem os diferentes níveis de intensidade de aplicação dos fatores e a eles corresponde um certo número de pontos. Após descrever os cargos nos fatores, apura-se a avaliação global através da somatória dos pontos.(PASCHOAL, 2007) Sugere-se utilizar a avaliação por pontos, porque é uma avaliação simples, de fácil entendimento e aplicação. Para o comitê de avaliação sugere-se a participação do gerente de RH e os diretores da Camvel. Com a avaliação dos cargos a empresa fica com mais equilíbrio interno entre os cargos da empresa, pois é nesse processo que é estabelecido a estrutura salarial e é determinado os salários a serem pagos aos funcionários. 5.3 Pesquisa salarial Sugere-se para Camvel, elaborar uma pesquisa salarial. Esta pesquisa será toda informatizada e será executada pelo gerente de RH da empresa. 67 Para elaboração desta pesquisa, primeiramente o gerente irá fazer a seleção dos cargos a serem pesquisados e das organizações que participarão da pesquisa. Após essa seleção, o gerente entrará em contato com as organizações selecionadas para fazer o convite, obtendo a confirmação da participação das empresas na pesquisa é preparado o caderno de coleta de dados e então começa a visita nas organizações participantes para então coletar os dados necessários para pesquisa salarial. A análise e a tabulação dos dados coletados nas organizações e a elaboração do relatório com os resultados obtidos serão o suporte para análise da situação atual dos salários com relação ao mercado. Para encerrar a pesquisa será feito a divulgação dos resultados aos participantes da pesquisa. 5.4 Estrutura salarial Com base na pesquisa de salários, a empresa poderá propor uma estrutura de remuneração adequada a base de mercado. A estrutura deverá contemplar a adequação dos salário internos ao mercado pesquisado. Depois dos cargos descritos, avaliados e ordenados em classes, serão definidos os níveis salariais que determinarão os valores a pagar aos funcionários da empresa. O funcionamento desta estrutura será: cada classe corresponderá a uma faixa salarial com os degraus definidos pela política. Essas faixas poderão ter valores intermediários e cada um destes valores funcionará como padrões salariais. Essas políticas irão combinar com os níveis da faixa com alguns marcos do mercado: mínimo, 1º quartil, 2º quartil, 3º quartil e máximo, com essas formas torna-se fácil visualizar a posição no mercado: abaixo do 1º quartil os salários são baixos, entre o 1º e o 2º quartis são médio inferiores, entre o 2º e o 3º quartis são médio superiores e entre o 3º quartil e o máximo são altos. Com a estrutura salarial sendo elaborada com essas faixas, a compreensão será mais clara e de fácil entendimento. 68 Após definição da política salarial, caso houver ajustes salariais, sugere-se a adequação aos salários praticados na empresa. Após estruturado sugere-se a divulgação da política aos funcionários da empresa. 5.5 Remuneração A empresa trabalha com comissões e premiações em todos os cargos, exceto na área administrativa. Então sugere-se para melhoria da remuneração na área administrativa implantar um plano de premiações com metas atingidas, nos outros cargos continuar com a política atual. Na parte dos benefícios, a proposta é a análise dos custos para que o Plano de Saúde seja pago totalmente pela empresa, a fim de proporcionar este benefício para o funcionário, que muitas vezes não aderiu ao Plano Empresarial da Unimed por causa do desconto em folha de pagamento que acaba prejudicando seu orçamento. Sugere-se um estudo para verificar a precisão de alguns benefícios espontâneos que podem ser implementados, atendendo as necessidades dos funcionários. Bolsa de estudos, sugere-se que a empresa estabeleça uma política que defina quem podem ser os beneficiados. 5.6 Política de cargos e salários na empresa Sugere-se para Camvel montar a estruturação de políticas de remuneração, para melhor organização e desempenho da empresa. A estruturação deve estar alinhada aos objetivos da Camvel, para garantir a atratividade e a permanência dos bons funcionários no quadro de pessoal. Contudo, a política de remuneração deverá ser um conjunto de orientações baseadas nas crenças e valores da Camvel, que devem nortear as relações de trabalho, dando sustentação as estratégias da empresa, de forma dinâmica e duradoura, objetivando assegurar a disponibilidade de pessoas qualificadas, 69 saudáveis e seguras, motivadas e satisfeitas, que agreguem valor para os negócios da empresa. 70 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pensar em gestão de remuneração significa administrar o salário de uma organização e para o funcionário o recebimento do salário é a hora mais esperada do mês. Este trabalho teve como objetivo geral analisar as práticas de gestão de remuneração e benefícios da Camvel. Visando atingir o objetivo geral da pesquisa, foram percorridos os seguintes objetivos específicos: descrever as práticas de gestão de salários, relacionar os benefícios praticados pela empresa, apurei esses dados entrando em contato com o gerente de RH da Camvel de Balneário Camboriú, o qual é encarregado de zelar por todas as informações referentes ao RH da empresa. Para atingir os objetivos específicos, entrevistei o gerente de RH, foram relacionados todos os cargos da empresa, separados pelas áreas administrativa, vendas e pós-vendas, com a descrição de seus respectivos salários e benefícios oferecidos pela empresa. Em relação ao objetivo específico de sugerir melhorias na remuneração foi necessário analisar as práticas de gestão de remuneração da Camvel, para então propor melhorias para a empresa e atingir o objetivo geral da pesquisa. Foi sugerido a implantação de descrição e avaliação de cargos, pesquisa salarial e a elaboração de uma estrutura salarial. Conclui-se que a questão de remuneração variável por metas, premiações e comissões ainda deve ser praticada na empresa, acrescentando também para o setor administrativo, que atualmente só recebe salário fixo sem premiações, comissões e metas. Quanto a proposta do plano de saúde da empresa foi sugerido fazer um análise para o mesmo não ser descontado de forma total da remuneração mensal do funcionário. Para os benefícios espontâneos foi sugerido um estudo para verificar a precisão de alguns benefícios espontâneos que podem ser implementados, atendendo as necessidades dos funcionários. Para bolsa de estudos, sugere-se que a empresa estabeleça uma política que defina quem podem ser os beneficiados. Na realização deste trabalho foram encontradas algumas limitações: a disponibilidade de tempo do entrevistado; somente uma pessoa da empresa foi 71 entrevistada e as informações de valores da remuneração não foram liberadas, impedindo uma melhor analise para propor melhorias. Como sugestão de futuros trabalhos, pode ser realizado pesquisa para levantamento de benefícios a serem implementados aos funcionários da Camvel e também sugere-se a análise de sistemas de remuneração de outras empresas, visando comparativo de políticas de remuneração. 72 7 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luis César G. de. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2006. CARVALHO, Antonio Vieira; NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Administração de recursos humanos. 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens prescritivas e normativas da administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. ________. Introdução à teoria geral da administração. 2.ed.Rio de Janeiro: Campus,1999. ________.Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ________. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. DAFT, Richard L. 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Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. 74 ANEXOS Modelo da ordem de serviço para recrutamento Anexo n.1: Modelo ordem de serviço para recrutamento Fonte: (setor RH Camvel) 75 Organograma geral da Camvel Anexo n.2: Organograma geral da Camvel Fonte: (setor RH Camvel) Organograma administração Camvel Anexo n.3: Organograma administração Camvel Fonte: (setor RH Camvel 76 Organograma vendas Camvel Anexo n.4: Organograma vendas Camvel Fonte: (setor RH Camvel) Organograma pós-vendas Camvel Anexo n.5: Organograma pós-vendas Camvel Fonte: (setor RH Camvel)