Mercado financeiro Introdução Originalmente, todas as transações eram realizadas através da simples troca de bens ou serviços, operação chamada de escambo. Com a evolução e a complexidade das relações de troca, surgiu a moeda como instrumento de precificação para a atividade de comprar e vender bens e serviços. A criação da moeda como ferramenta de valoração, não eliminou a existência de pessoas com superávit em seus fluxos de caixa e pessoas com déficit. Como, então, juntar essas pessoas de forma que todos pudessem equilibrar seus fluxos de caixa através de empréstimos concedidos por aqueles em posição de superávit e a captação de empréstimos por aqueles com déficit em seu fluxo? Os instrumentos necessários para viabilizar a resposta a esta questão geraram o Mercado Financeiro. Embora esses mercados sejam hoje globalizados, espalhando-se por todos os países e englobando vários tipos de operações, podemos defini-lo como o “local” onde vários tipos de transações são realizadas. No mercado financeiro estão incluídos vários outros tipos de mercados. Através dos agentes autorizados a operar, definidos de acordo com a legislação de cada país, todas as transações que ocorrem no Mercado Financeiro, em seus respectivos mercados, podem ser sintetizadas da seguinte forma. Tipo de transação Mercado Operações com moeda local Mercado Monetário Operações com moeda estrangeira Mercado de Câmbio Operações de empréstimos Mercado de Crédito Operações de compra e venda de capital de empresas Mercado de Capitais Existem várias definições para os mercados que compõem o Mercado Financeiro. Nesses mercados normalmente observamos os seguintes tipos de operações: Mercado financeiro Mercado Monetário Formado por bancos comerciais, múltiplos e sociedades de crédito, financiamento e investimento para realizar operações com títulos públicos (títulos emitidos pelo governo). Mercado de Crédito Mercado onde são negociadas as operações de empréstimos, arrendamento mercantil e financiamentos para pessoas físicas e jurídicas de qualquer tamanho e segmento de atuação. Mercado de Câmbio Mercado onde são realizadas as operações de compra e venda de moeda estrangeira com taxas flutuantes e taxas livres. Esse mercado inclui também as negociações entre residentes domiciliados ou com sede no país e no exterior. Mercado de Capitais Mercado onde são realizadas as operações de compra e venda de ações, títulos e valores mobiliários efetuadas entre pessoas físicas e jurídicas. Essas operações têm obrigatoriamente a intermediação de instituições financeiras participantes do Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários. Para qualquer tipo de empresa ou pessoa física atuando no mercado monetário, mercado de crédito, mercado de câmbio ou mercado de capitais, independente do tipo de mercado, existe uma variável que impacta a todos. Essa variável é a taxa de juros. As taxas de juros são acompanhadas diariamente, pois afetam a vida de todos e têm consequências importantes para a saúde da economia. Elas afetam as decisões das famílias (consumir ou poupar, comprar à vista ou a prazo) e, principalmente, das empresas (investir na expansão da capacidade da empresa ou aplicar em títulos do governo, tomar recursos emprestados ou aumentar o capital). Percebe-se, portanto, a importância relacionada ao correto entendimento sobre o funcionamento do Mercado Financeiro e do conceito de Taxa de Juros. Por isso, neste capítulo analisaremos: a estrutura do Mercado Financeiro; 16 Mercado financeiro o conceito de juros; o valor do dinheiro no tempo; os elementos das taxas de juros; o conceito de valor presente e valor futuro. Finalidade dos mercados financeiros Participam do mercado financeiro as instituições financeiras, poupadores e tomadores de recursos. Poupadores são as pessoas físicas, jurídicas ou órgãos governamentais que dispõem de recursos financeiros sobrando e não pretendem gastá-los de imediato. Tomadores são também pessoas físicas, jurídicas ou órgãos governamentais que necessitam de recursos financeiros para usá-los de imediato, ou seja, apresentam uma situação deficitária em seus fluxos de caixa. A finalidade dos mercados financeiros é a alocação eficiente da poupança entre tomadores finais dos recursos financeiros e os poupadores, ou seja, entre aqueles que apresentam déficit e os que estão em uma posição superavitária em seus fluxos de caixa. O processo de alocação entre esses participantes é realizado pelos intermediários financeiros, assim compreendidos como bancos, financeiras, fundos de pensão, seguradoras, fundos de investimentos etc. Quando o investimento de uma unidade econômica em ativos (máquinas, equipamentos, casas, prédios, estoques, bens duráveis etc.) excede sua poupança, ou seja, seu superávit de caixa, para conseguir realizar o investimento previsto essa empresa ou unidade econômica necessitará buscar novos empréstimos e financiamentos no mercado de crédito ou aumento de capital por meio de aporte dos sócios existentes ou da abertura do capital para novos sócios no mercado de capitais. Por outro lado, quando ocorre um excesso de poupança em relação ao investimento, ela adquire ativos financeiros (títulos, ações etc.) no mercado monetário. Estrutura dos mercados financeiros Uma empresa ou um indivíduo pode conseguir recursos no mercado financeiro de duas formas: 17 Mercado financeiro Emitir um instrumento de dívida (como um título de crédito ou uma hipoteca) ou emitir títulos de propriedade (como quotas de capital ou ações da empresa). A forma mais comum é emitir um instrumento de dívida, que é, na realidade, um contrato no qual o tomador se compromete a pagar juros e amortizar o principal ao emprestador até uma data específica (data do vencimento). A segunda forma, emissão de títulos de propriedades, como ações na Bolsa, por exemplo, dão direito ao recebimento de dividendos periódicos calculados com base em um percentual dos lucros, podendo ser revendidas a qualquer momento. A vantagem de possuir ações, no caso de uma sociedade anônima, ou cotas, no caso de uma empresa constituída sob a forma de cotas de responsabilidade limitada, é que seus portadores compartilham do aumento da lucratividade e da geração de riqueza da empresa, pois as ações e as cotas conferem direito de posse aos seus portadores. No entanto, o proprietário de ações ou cotas tem a desvantagem de não ter nenhuma garantia com relação ao risco do negócio, incorrendo em risco de crédito da mesma forma que o emprestador de recursos e de ficar completamente vulnerável às oscilações da lucratividade da empresa. Além disso, de acordo com a legislação, o ressarcimento das exigibilidades decorrentes da utilização do capital de terceiros é prioritário em relação aos interesses dos acionistas ou cotistas. A vantagem para o emprestador, quando comparado ao sócio, seja ele cotista ou acionista, de emprestar recursos, são as seguintes: As despesas financeiras e o pagamento de principal tem ressarcimento prioritário em relação ao valor investido pelos proprietários. Normalmente os empréstimos estão protegidos por garantias reais e financeiras (como o fluxo de caixa futuro, numa operação de securitização de recebíveis, aval dos sócios, fiança, penhor de estoques etc.). Sistema Financeiro Nacional Sistema Financeiro Nacional é formado pelo conjunto de instituições, reguladoras e operacionais e tem por objetivo garantir o fluxo de recursos entre emprestadores e tomadores de recursos. 18 Mercado financeiro Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Conselho Monetário Nacional (CMN) O Conselho Monetário Nacional é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao Conselho Monetário Nacional compete: 1. estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; 2. regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; 3. disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial; 4. autorizar emissões de papel-moeda; 5. aprovar o orçamento monetário preparado pelo Banco Central; 6. fixar diretrizes e normas da política cambial; 7. disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas de operações creditícias; 8. estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros; 9. determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras; 10.regulamentar as operações de redescontos de liquidez; 11.outorgar ao Banco Central o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamentos assim o exigir; 12.estabelecer normas a serem seguidas pelo Banco Central nas transações com títulos públicos; 13.regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país. Atualmente, o CMN é constituído pelos membros definidos a seguir. Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo Bacen. Ministro de Estado da Fazenda (Presidente). 19 Mercado financeiro Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento. Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen). Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), composta dos seguintes membros: Presidente do Bacen, na qualidade de Coordenador; Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Secretário Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento; Secretário Executivo do Ministério da Fazenda; Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda; Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda; Quatro diretores do Bacen, indicados por seu Presidente. Está previsto o funcionamento, também junto ao CMN, de comissões consultivas de Normas e Organização do Sistema Financeiro, de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Crédito Habitacional e para Saneamento e Infraestrutura Urbana, de Endividamento Público e de Política Monetária e Cambial. Secretaria de Previdência Complementar (SPC) A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) é um órgão do Ministério da Previdência Social responsável por fiscalizar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão). A SPC se relaciona com os órgãos normativos do sistema financeiro na observação das exigências legais de aplicação das reservas técnicas, fundos especiais e provisões que as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que têm diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. São atribuições da Secretaria de Previdência Complementar: 1. propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar; 2. harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada com as políticas de desenvolvimento social e econômico-financeiro do governo; 20 Mercado financeiro 3. fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdência complementar fechada; 4. analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle das entidades fechadas de previdência complementar, bem como examinar e aprovar os estatutos das referidas entidades, os regulamentos dos planos de benefícios e suas alterações; 5. examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores e por instituidores, bem como autorizar a retirada de patrocínio e decretar a administração especial em planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de previdência complementar, bem como propor ao ministro a decretação de intervenção ou liquidação das referidas entidades. Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) é o órgão responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo decreto-lei n.º 73, de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados (SUSEP), o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A CVM é um órgão normativo cujo objetivo é o fortalecimento do Mercado de Ações. Cabe à CVM, entre outras ações, disciplinar as seguintes matérias: 1. registro de companhias abertas; 2. registro de distribuições de valores mobiliários; 3. credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; 4. organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; 21 Mercado financeiro 5. negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; 6. administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; 7. suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; 8. suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso da bolsa de valores; De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções a fim de: assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de Bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. A lei também atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado. Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa. 22 Mercado financeiro Banco Central do Brasil (Bacen) O Banco Central do Brasil é o órgão do Sistema Financeiro Nacional responsável pela estabilidade da moeda. Cabe ao Banco Central a organização, o disciplinamento e a fiscalização do Sistema Financeiro Nacional e ordenamento do mercado financeiro. São funções do Banco Central: 1. formular, executar e acompanhar a política monetária. (Decide pela emissão de papel-moeda e metálica, efetua operações de compra e venda de títulos públicos federais, realiza operações de redesconto e empréstimos de assistência à liquidez das instituições financeiras e recebe os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais); 2. autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras, controlando as operações de crédito em todas as suas formas; 3. formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior; 4. executar serviços do meio circulante; 5. regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis. Órgãos auxiliares Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) O Copom foi instituído em 26 de junho de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros básica da economia. A criação do Copom buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório. A taxa de juros é definida como a meta para a taxa Selic, a vigorar no período entre reuniões do Copom e, se for o caso, o seu viés ou tendência. A taxa Selic é a média ajustada dos financiamentos diários apurados pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais. O Copom é composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do Banco Central com direito a voto, e é presidido pelo presidente do Banco Central, o qual tem voto de qualidade. Também integram o grupo de discussões os chefes de departamentos, consultores, o secretário-executivo da diretoria, o coordenador do grupo de comunicação institucional e o assessor de imprensa. 23 Mercado financeiro A função desse grupo é definir as diretrizes da política monetária e a taxa básica de juros do país. Acontecem oito reuniões ordinárias anuais, divididas em dois dias, sendo a primeira sessão às terças-feiras e a segunda às quartasfeiras, podendo ser convocadas, pelo presidente do Comitê, sempre que necessário, reuniões extraordinárias. Secretaria do Tesouro Nacional (STN) A Secretaria do Tesouro Nacional é o órgão da administração pública direta, integrante do organograma do Ministério da Fazenda. A STN é responsável pelo recolhimento e utilização dos recursos (impostos, contribuições e outros recursos) que entram nos cofres do Governo Federal. Autoridades de apoio Banco do Brasil O Banco do Brasil é um conglomerado financeiro que atua como banco múltiplo tradicional, embora opere, em muitos casos, como agente do governo federal. É o principal executor da política oficial de crédito rural. Caixa Econômica Federal A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do governo federal para a habitação popular e saneamento básico. Atua nas áreas de atividades relativas a bancos comerciais, sociedades de crédito imobiliário, de saneamento e de infraestrutura urbana, além de prestação de serviços de natureza social delegada pelo governo federal. A principal atividade está relacionada à captação de recursos em cadernetas de poupança, em depósitos judiciais e a prazo, e sua aplicação em empréstimos vinculados à habitação. Os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) são direcionados, em sua quase totalidade, para as áreas de saneamento e infraestrutura urbana. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) O BNDES é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem como objetivo financiar, a longo prazo, os empreendimentos que contribuam para o desenvolvi24 Mercado financeiro mento do país. Suas linhas de financiamentos contemplam financiamentos de longo prazo a taxas menores do que a média das praticadas no mercado varejista, desenvolvendo projetos de investimentos e a comercialização de máquinas e equipamentos novos fabricados no país, bem como para o incentivo ao aumento das exportações brasileiras. Suas linhas de financiamento contribuem para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. Instituições financeiras: Bancos comerciais / Bancos múltiplos São as maiores instituições do Sistema Financeiro. Os bancos captam fundos através de depósitos à vista, depósitos a prazo, depósitos de poupança, captações no exterior e aplicam esses fundos concedendo empréstimos através de desconto de títulos, cheques especiais, crédito pessoal, financiamento de veículos, imóveis e crédito às empresas. Os bancos cada vez mais vêm atuando na prestação de serviços como cobranças, seguros, corretagens, serviços de câmbio e transferências de recursos. Os bancos múltiplos surgiram no Brasil em 1988 (resolução n.º 1.524/88 do Bacen) com o intuito de agilizar as instituições e reduzir custos operacionais. São bancos que possuem mais de uma carteira, sendo pelo menos uma delas comercial ou de investimento. Caixas econômicas Têm por objetivo principal atuar no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e no Sistema Financeiro da Habitação. Além disso, as caixas econômicas também atuam como bancos comerciais pois captam depósitos à vista e realizam operações de crédito. Bancos cooperativos e as cooperativas de crédito As cooperativas de crédito são instituições financeiras que têm por objetivo principal permitir um melhor escoamento das safras agrícolas para os diversos centros consumidores. As cooperativas captam recursos via descontos em folha dos cooperados e depósitos à vista e a prazo. Naturalmente, os usuários dos créditos concedidos pelas cooperativas são os cooperados. Os bancos cooperativos têm como acionistas as cooperativas e seus clientes são, principalmente, os cooperados. Os recursos desses bancos são normalmente aplicados no desenvolvimento das atividades dos cooperados. 25 Mercado financeiro Sociedades corretoras (CCVM) As sociedades corretoras são instituições típicas do mercado de ações, operando com compra, venda e distribuição de títulos e valores imobiliários por terceiros. A constituição de uma sociedade corretora depende de autorização do Bacen e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM. Essas instituições efetuam lançamento público de ações, administram carteiras, custodiam valores mobiliários, administram fundos de investimento, operam no mercado aberto e fazem a intermediação das operações de câmbio. Sociedades distribuidoras (DTVM) As sociedades distribuidoras são instituições típicas do mercado de ações, mas que têm uma atuação mais restrita do que as sociedades corretoras, uma vez que não têm acesso às bolsas de mercadorias e de valores. Estas instituições trabalham com subscrição isolada ou por meio de consórcio de títulos e valores mobiliários para revenda; intermediação da colocação de emissões de capital no mercado e operações no mercado aberto. Bancos de investimento Os bancos de investimento são instituições que foram criadas com o objetivo de suprir a necessidade de financiamentos de médio e longo prazo para capital de giro e/ou de ativos fixos. Os bancos de investimentos não podem manter contas-correntes. Seus recursos são captados através da emissão de CDB’s, linhas de crédito do BNDES para repasse, recursos captados no exterior para repasses internos, intermediação na colocação de títulos de dívidas emitidos por empresas e venda de cotas de fundos de investimentos por eles administrados. Formação da taxa de juros O bem vendido e comprado no mercado financeiro é o dinheiro. A interação da demanda e oferta desses fundos fixa a taxa de juros. Os demandantes são os tomadores de empréstimos e os ofertantes são aqueles que emprestam ou financiam. A representação gráfica da demanda (DD) tem inclinação negativa, pois quanto maior a taxa de juros menor será o estímulo para os tomadores de recursos e, naturalmente, quanto menor a taxa de juros mais estimulados estarão os tomadores (maior será a quantidade demandada). 26 Mercado financeiro Por outro lado, a representação gráfica da oferta (SS) tem inclinação positiva já que, quanto maior a taxa de juros, maior será o incentivo dos financiadores em emprestar e, quanto menor a taxa de juros, menor será esse incentivo (menor será a quantidade ofertada). No equilíbrio de mercado tem‑se uma taxa de juros (io) e um volume de recursos transacionados (Vo). Taxa de juros SS io DD Vo Volume de recursos transacionados Ao se alterar a demanda e/ou a oferta, será modificada a taxa de juros de equilíbrio e o volume de recursos transacionados. Uma elevação na demanda, por exemplo, provocará um aumento na taxa de juros. Taxa de juros SSo i1 io DD1 DDo Volume de recursos transacionados Valor do dinheiro no tempo Um dos conceitos mais importantes das finanças empresariais, ou mesmo pessoais, diz respeito à relação entre R$1,00 hoje e R$1,00 no futuro. O cálculo financeiro estuda o relacionamento entre valores monetários posicionados em pontos distintos do tempo. Dessa forma, tem por objetivo analisar operações (transações) financeiras e/ou comerciais envolvendo entradas e saídas de caixa (de dinheiro) ocorridas em pontos distintos no tempo. 27 Mercado financeiro Existem diferentes formas de como os valores monetários podem estar espalhados ao longo do tempo (fluxos de caixa). Fluxos de caixa nada mais são do que a diferença entre as entradas e saídas de caixa efetivadas ao longo do tempo. O cálculo financeiro se propõe a avaliar fluxos de caixa e, com base nessa avaliação, contribuir para uma tomada racional de decisão. Por exemplo, suponhamos uma empresa que analisa a possibilidade de investir R$ 10 milhões em um projeto que promete gerar R$ 3 milhões por ano durante cinco anos. Trata-se de um projeto interessante? Como as entradas totalizam R$ 15 milhões e superam a saída de R$ 10 milhões, poderíamos pensar a princípio que sim. No entanto, os R$ 10 milhões são pagos imediatamente, já as parcelas anuais de R$ 3 milhões serão recebidas no futuro. Além disso, o pagamento dos R$ 10 milhões é imediato e certo, ao passo que as entradas futuras são apenas estimativas. Assim sendo, precisamos conhecer a relação entre R$1,00 hoje e R$1,00 (possivelmente incerto) no futuro. A elaboração do fluxo de caixa é fundamental na análise da rentabilidade de investimentos e na análise do custo de operações de financiamentos. Sob o ponto de vista do gestor financeiro, a noção dos juros envolve tanto o retorno de uma aplicação de capital quanto o custo de um empréstimo ou financiamento. A representação gráfica de um fluxo de caixa é apresentada a seguir: FC1 FC2 FC3 FCn 3 n 0 1 2 Períodos (unidades de tempo) FCj= Fluxo de Caixa j FC0 No eixo horizontal aparece a unidade de tempo considerada (por exemplo mês, trimestre, ano etc.), assim como as datas de ocorrência dos fluxos de caixa. O zero normalmente corresponde à data inicial de ocorrência dos fluxos de caixa. No eixo vertical são apresentados os fluxos de caixa, representados por setas verticais (apontadas para cima, quando as entradas superam as saídas de caixa, ou apontadas para baixo, quando as saídas superam as entradas). 28 Mercado financeiro Conceito de juros, principal e montante Antes de definirmos os juros, devemos colocar duas proposições: 1. Quem empresta dinheiro sacrifica o consumo. Os indivíduos requerem uma remuneração pela renúncia do consumo hoje (prêmio pela espera). 2. Quem empresta dinheiro corre o risco de não receber os valores devidos do capital inicial e juros. Os poupadores requerem uma remuneração pelo risco assumido (prêmio de risco). A noção de juros decorre do fato de que na sociedade a maioria das pessoas prefere consumir (bens ou serviços) hoje do que numa data futura, ou seja, há uma preferência temporal em não adiar o consumo. Dessa forma, postergar uma entrada de caixa (recebimento) por certo tempo envolve um sacrifício que deve ser pago mediante uma recompensa denominada juros. Além do prêmio pela espera, os juros contemplam também o risco do negócio. Poderíamos ainda definir juro como sendo a quantia de dinheiro cobrada pelas pessoas e/ou empresas pela utilização do seu capital por um período (intervalo de tempo) determinado, ou seja, é o preço do dinheiro. Sabendo que: O principal (P) corresponde ao capital inicial que uma pessoa (física ou jurídica) empresta para outra durante certo tempo. Os juros (J) são a remuneração pelo uso do capital (para o emprestador) ou o custo do empréstimo (para o tomador), ou seja, os juros geram um lucro (ou ganho) ao proprietário do capital de forma a compensar a sua privação por determinado período de tempo. O montante (M) corresponde ao valor monetário acumulado após um determinado período de tempo, resultante de uma operação financeira ou comercial, ou seja, é a soma do capital inicial (principal) mais os juros auferidos naquele período. Podemos visualizar essa relação fundamental entre principal, juros e montante utilizando a representação de fluxo de caixa: 29 Mercado financeiro Montante (M) 0 1 2 3 4 n Períodos (unidades de tempo) Principal (P) Relação fundamental: M= P + J O critério de incorporação (capitalização) dos juros ao capital existente a cada período transcorrido pode ser realizado usando o regime de juros simples ou o de juros compostos. Taxa de juros A taxa de juros é o coeficiente que determina o valor dos juros, isto é, a remuneração de uma unidade monetária durante um certo período de tempo. Podemos calcular a taxa de juros i (“i” do inglês interest, que significa juros) pela relação entre os juros (J) e o principal (P): i = J / P = (M – P)/P = M/P – 1 Onde: i = taxa de juros expressa na forma decimal (*). J = juros acumulados. P = principal. M = montante. (*) O resultado da equação acima é fornecido na forma decimal. Para transformar em percentagem, basta multiplicar o resultado por 100. Exemplos: 1. Um capital de R$1.000,00 é aplicado durante um mês e gera uma remuneração de R$25,00. Qual foi a taxa de juros mensal cobrada na operação? 30 Solução: i = J / P = R$25,00/R$1.000,00 = 2,5% ao mês. Mercado financeiro 2. Uma aplicação de R$20.000,00 rendeu R$1.200,00 ao final de um ano. Qual foi a taxa de juros anual auferida nessa aplicação? Solução: i = J / P = R$1.200,00/R$20.000,00 = 6% ao ano. Uma taxa de juros pode ser representada em forma percentual (como trabalha o mercado financeiro) ou unitária (forma decimal) e se refere a uma unidade de tempo (período) qualquer (ao ano, ao mês, ao trimestre etc.) e significa a taxa de remuneração do fator capital utilizado em um dado período. Exemplos: Taxa percentual Taxa unitária Cento e dez por cento ao ano 110% a.a. 1,10 a.a. Dez por cento ao ano 10% a.a. 0,10 a.a. Três por cento ao mês 3% a.m. 0,03 a.m. Meio por cento ao dia 0,5 a.d. 0,005 a.d. Taxa de juros efetiva e nominal Na taxa de juros efetiva a unidade de referência de tempo coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização (dos juros). Normalmente, nesse caso, não se menciona o período de capitalização. Por outro lado, uma taxa nominal é aquela para a qual a unidade tempo de referência é diferente da unidade de tempo referente à capitalização. Exemplos: 1. Dada uma taxa de 28% a.a. capitalizados mensalmente, calcule a taxa mensal efetiva. Solução: Temos como taxa nominal a taxa de 28% ao ano e como taxa efetiva a taxa dada pela relação entre 28% e 12 (número de meses no ano), ou seja, Taxa efetiva = 28/12 = 2,33% a.m. capitalizados mensalmente. 31 Mercado financeiro 2. Dada uma taxa de 16% a.a. capitalizados trimestralmente, calcule a taxa efetiva trimestral. Solução: Temos como taxa nominal a própria taxa de 16% ao ano e como taxa efetiva a taxa de 4% ao trimestre (16%/4). Regra básica para fórmulas de matemática financeira Tanto o prazo da operação como a taxa de juros devem necessariamente estar expressos na mesma unidade de tempo. Regime de capitalização É o nome dado ao processo de formação de capital ao longo do tempo. À medida que os juros são formados, vão sendo sucessivamente incorporados ao capital. Existem dois tipos de regimes de capitalização: 1. Regime de capitalização discreta: capitalização simples (ou linear); capitalização composta (ou exponencial). 2. Regime de capitalização contínua. No regime de capitalização discreta, os juros gerados são incorporados ao capital somente no final de cada intervalo de tempo a que se refere a taxa de juros considerada. No regime de capitalização contínua consideramos uma taxa de juros i, dita instantânea, referida a um intervalo de tempo infinitesimal dt. 32 Mercado financeiro Ampliando seus conhecimentos O que é Mercado de Capitais O Mercado de Capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. No mercado de capitais os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas – as ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e commercial papers – que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. Principais Ativos Ativos privados de renda variável Ações – títulos de renda variável emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representados por cautelas ou certificados. O investidor em ações é um coproprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão. Aplicações em ações podem ser feitas através de: operações em margem; banco de títulos em CBLC – BTC; clube de investimento; fundo de investimento; 33 Mercado financeiro fundos mútuos de investimento; fundos de investimento financeiro (FIF); fundos de investimento financeiro curto prazo; fundos de aplicação em quotas de fundos de investimento financeiro; fundo imobiliário; fundo mútuo de investimento em empresas emergentes; fundo mútuo de privatização (FGTS); opções de compra não padronizadas (Warrants); recibo de carteira selecionada em ações. Ativos privados de renda fixa Debêntures e debêntures conversíveis em ações – títulos emitidos por sociedades anônimas representativos de parcelas de empréstimo contraído pelo emitente com investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa. Commercial papers – títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo. Letras de câmbio – emitidas por sociedades de crédito, financiamento e investimento para captação de recursos para financiamento da compra de bens de consumo duráveis ou do capital de giro das empresas. Bônus – título emitido por uma sociedade anônima de capital aberto, dentro do limite do capital autorizado, que confere a seu titular, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações, que será exercido contra apresentação do bônus à companhia e pagamento do preço de emissão. Letras imobiliárias – títulos emitidos por sociedades de crédito imobiliário, com garantia da CEF, para captação de poupança destinada ao Sistema Financeiro da Habitação. Cadernetas de poupança – emitidas nominativamente por sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais e federal, com o objetivo de captar recursos para o financiamento de construtores e adquirentes de imóveis. 34 Mercado financeiro Certificados de depósito bancário (CDB) – títulos representativos de depósitos a prazo determinados, emitidos por bancos de investimento e comerciais, negociáveis antes de seu vencimento, por meio de endosso. Recibos de depósito bancário (RDB) – têm as mesmas características do CDB, com a diferença de não serem negociados em mercado. Ativos públicos de renda fixa Bônus do Banco Central (BBC), Notas do Tesouro Nacional (NTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Banco Central (NBC) – atualmente a execução da política monetária é feita pela colocação desses títulos nas instituições financeiras, por intermédio de leilões que podem ter periodicidade semanal. Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais (LFTE) – também denominadas Títulos da Dívida Pública Estadual. São emitidas para atender às necessidades de caixa e aos desequilíbrios orçamentários dos governos estaduais. Letras Financeiras dos Tesouros Municipais (LFTN) – representam empréstimos municipais. São emitidas para que seja possível o financiamento de obras públicas. (Disponível em: <www.bovespa.com.br/Pdf/merccap.pdf>.) Atividades de aplicação 1. Um principal de R$12.000,00 é aplicado durante um mês e gera uma remuneração de R$625,00. Qual foi a taxa de juros mensal cobrada na operação? 2. Uma aplicação de R$20.000,00 gerou um montante de R$22.400,00 ao final de um ano. Qual foi a taxa de juros anual auferida nessa aplicação? 3. Dada uma taxa de 32% a.a. capitalizados mensalmente, calcule a taxa mensal efetiva. 35 Mercado financeiro 4. Calcule as taxas efetivas: a) 28% ao ano com capitalização mensal. b) 18% ao semestre com capitalização bimestral. c) 22% ao ano com capitalização trimestral. d) 19,4% ao ano com capitalização semestral. 5. Expresse as taxas efetivas em termos nominais ao ano: a) 3% ao mês. b) 6% ao trimestre. c) 12% ao semestre. d) 120% ao ano. e) 0,5% ao mês. f) 0,04% ao dia. 6. Determine a taxa efetiva anual de uma operação, contratada à taxa de 60% a.a. com capitalização mensal. Gabarito 1. R$12.625,00 = R$12.000 . (1 + i) i = R$12.625,00/R$12.000,00 – 1 i = 5,20% 2. R$22.400,00 = R$20.000,00 . (1 + i) i = R$22.400,00/R$20.000,00 – 1 i = 12,00% 3. 36 im = 0,32/12 im = 2,67 a.m. Mercado financeiro 4. a) te = 0,28/12 te = 2,33 a.m. b) te = =0,18/3 te = 6% a.b. c) te = 0,22/4 te = 5,50 a.t. d) te = 0,194/2 te = 9,70% a.s. 5. a) te = 0,03 . 12 te = 36,00% a.a. com capitalização mensal b) te = 0,06 . 4 te = 24,00% a.a. com capitalização trimestral c) te = =0,12 . 2 te = 24,00% a.a. com capitalização semestral d) te = 120% a.a. com capitalização anual 37 Mercado financeiro e) te = 0,005 . 12 te = 6,00% a.a. com capitalização mensal f) te = =0,0004 . 360 te = 14,40% a.a. com capitalização diária 6. taxa efetiva mensal = 0,6 / 12 taxa efetiva mensal = 5,00% a.m. Anexo 1 Utilização da calculadora HP-12C A HP-12C é provavelmente a calculadora financeira mais utilizada pelos profissionais de finanças. Seu teclado está dividido em três tipos de cores: branco, amarelo e azul. Na cor branca aparecem os números e as funções no meio da tecla. Na cor amarela aparecem as funções na parte de cima da tecla (para ativá-las devemos apertar inicialmente a tecla f ) e na cor azul aparecem as funções na parte de baixo da tecla (para ativá-las devemos apertar inicialmente a tecla g). Vejamos abaixo algumas operações básicas da calculadora HP-12C: 1. Apagar o que estiver no visor: CLX. 2. Limpar o conteúdo de todos os registros: f REG. 3. Apagar o conteúdo apenas das memórias financeiras (n, i, PV, PMT e FV): f FIN. 4. Entrada de números: número Enter. 5. Trocar o sinal do número do visor: CHS. 6. Fixar o número de casas decimais: f número de casas. 38 Mercado financeiro Exemplo: f5. (aparecerá o número com 5 casas decimais). 7. Obter a parte fracionária de um número: número g FRAC. 8. Obter a parte inteira do número: número g INTG. 9. Para eliminar casas decimais: f RND. Exemplo: Se quisermos eliminar as casas à direita da terceira casa decimal do número 12,3476593, devemos proceder da seguinte forma: 12,3476593 f3 f RND f 9 (f 9 é só para confirmarmos). 10. Armazenar um valor na memória fixa (1 por exemplo): número STO 1. 11. Armazenar outro valor numa outra memória fixa (2 por exemplo): número STO 2. 12. Recuperar o valor da memória (2 por exemplo): RCL 2. 13. Realizar uma simples operação: número Enter operação. Exemplos: 2 Enter 3 + 2+3=5 3 x 4 = 12 3 Enter 4 x 15 ÷ 3 = 5 15 Enter 3 ÷ 25 – 3 = 22 34 + 65 – 2 = 97 (34 x 12) + 33 – 22 = 419 25 Enter 3 – 34 Enter 65 + 2 – 34 Enter 12 x 33 + 22 – 14. Calcular o exponencial (potenciação): número Enter potência Yx Exemplos: 32 = 9 3 ENTER 2 Yx (2.500 + 332 – 2.210) = 1.379 2.500 Enter 33 Enter 2 Yx + 2.210 – 39 Mercado financeiro 15. Calcular a porcentagem: número Enter percentual % Exemplo: 25% de 3.200 = 800 3.200 Enter 25% 16. Radiciação: número Enter raiz (1/x) Yx. Exemplo: (234)(1/4) = 3,911 234 Enter 4 1/x Yx (22(3/4) + 44(1/5)) = 12,29 22 Enter 3 Enter 4 ÷ Yx 44 Enter 5 1/x Yx + 17. Calcular a variação percentual entre dois valores: número Enter novo número ∆%. Exemplos: 24 Enter 89 ∆% Variação percentual entre 24 e 89 é 270,83% Variação percentual entre 80 e 20 é –75% Variação percentual entre 400 e 0 é de –100% 80 Enter 20 ∆% 400 Enter 0 ∆% 18. Cálculo do número de dias exatos entre duas datas: função ∆ DYS Exemplo: Determinar o número de dias entre 12/04/2012 até 12/04/2013. (Estava 1966 = muito antigo). 12.042012 Enter 12.042067 g ∆DYS 365 dias 19. Cálculo para determinar uma nova data a partir de uma soma ou subtração em cima de uma data: função g DATE. Exemplo: a) Qual é a data que corresponde a 40 dias após o dia 25/09/2012? 40 Como o formato está dia/mês/ano, devemos: g D.MY 25.092012 Enter 40 g DATE 4 de novembro de 2012 (sábado; corresponde ao número 7 que aparece no canto direito do visor). Mercado financeiro Obs.: se quiséssemos trabalhar com o formato de data mês.dia.ano deveríamos inserir g M.DY. b) Qual é a data que corresponde a 30 dias antes do dia 25/09/2004? g D.MY 25.092004 Enter 30 CHS g DATE ta-feira). 26 de agosto de 2004 (quin- Referências Mercado de Capitais – Bovespa. Disponível em: <www.bovespa.com.br/Pdf/ merccap.pdf>. 41