Sociologia
Sociologia Brasileira: Brasileira:
Os Intérpretes do Os
Intérpretes do
Brasil
Prof Breno
Prof. Breno
Gilberto Freyre (1900 1987)
(1900‐1987)
Nasceu em Recife fez seus
Nasceu em Recife , fez seus estudos universitários nos EUA, inicialmente na Universidade de Baylor e depois na Universidade de C l bi
Columbia onde defendeu em d d f d
1922, sob a orientação de Franz Boas a tese
Franz Boas , a tese “Vida Social no Brasil em meados do século XIX”.
Foi o pioneiro da abordagem cultural na formação da sociedade brasileira Em um período ainda anterior à institucionalização das ciências sociais no
ciências sociais no contexto brasileiro, Gilberto Freyre publica
Gilberto Freyre publica seu primeiro livro de expressão Casa‐grande
expressão, Casa
grande & &
Senzala (1933), adotando uma perspectiva
uma perspectiva interdisciplinar e elevando a mestiçagem
elevando a mestiçagem ao patamar de característica positiva da
característica positiva da brasilidade.
“Casa‐grande
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& Senzala” é considerada sua obra máxima , pois nela a p
teoria social renovou‐se , apresentando idéias que se contrapunham ao racismo então vigente ;
até então atribuía‐se o atraso da sociedade b il i à
brasileira à presença de d
negros e índios na f
formação de nosso povo e ã d
à sua mistura com os e rope s gerando o
europeus , gerando o mestiço.
Freyre defendia que a riqueza e a força cultural dos brasileiros eram conseqüências justamente da mistura de raças
eram conseqüências justamente da mistura de raças
(miscigenação), pois ele valorizava o mestiço.
Freyre defendia a tese de que a escravidão doméstica com a ama‐de‐leite e a mucama reiterava o caráter carinhoso , doce e alegre do negro amenizando as relações senhor e escravo
Mestiçagem A invasão , escravização e estupro de índias e negras pelos portugueses não foi “seca”: foram lubrificadas pela doçura africana , pela forte presença e f
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excitação da mulher indígena , pelos presentes e novidades
pelos presentes e novidades dos brancos, pela p
adaptabilidade , aclimatabilidade , miscibilidade, plasticidade e falta de orgulho d
da raça do português . d
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Assista ao vídeo :
Assista ao vídeo : “Os
Os Inclassificáveis
Inclassificáveis”
(Arnaldo Antunes)
(Arnaldo Antunes)
Diversidade Cultural no Brasil.wmv ‐
YouTube
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Sérgio Buarque de Holanda
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(1902‐1982)
Juntamente com Gilberto Freyre e Juntamente
com Gilberto Freyre e
Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, nascido em São Paulo em 11 de julho de 1902, foi um 11 d j lh d 1902 f i
dos “explicadores do Brasil”, isto é, alguém que, por meio de um , g
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respeitável obra, procurou tornar o país mais inteligível aos próprios b il i
brasileiros. Seu interesse oscilou entre a literatura e a história, sempre
literatura e a história, sempre abordadas pelo viés da sociologia, especialmente a da escola alemã, mais precisamente a de Max i
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Weber. Em 1936 , ele publicou Raízes do Brasil
do Brasil" , uma , uma
"Raízes
obra de orientação weberiana que enfatiza
weberiana que enfatiza os aspectos culturais do Brasil para a compreensão do nosso desenvolvimento social e político e econômico.
e político e econômico. É dele o conceito de "homem cordial" para p
caracterizar o brasileiro.
Na realidade, ao referir‐se à cordialidade, Sérgio Buarque g
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busca enfatizar uma característica marcante do modo de ser do brasileiro, segundo sua lupa: g
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a dificuldade de cumprir os dificuldade de cumprir os
ritos sociais que sejam rigidamente formais e não
rigidamente formais e não pessoais e afetivos e de não separar a partir de uma
separar, a partir de uma racionalização destes espaços o público e o
espaços, o público e o privado".
"A cordialidade, a lhaneza no trato, a
lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade virtudes
generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam com efeito um traço definitivo do caráter
definitivo do caráter brasileiro..."
Sérgio Buarque de
Sérgio Buarque de Holanda Raízes do Brasil, 1936 Raízes do Brasil Recorre à sociologia weberiana, em identificar entre eco e à soc o og a ebe a a, e de t ca e t e
os ocupantes do Novo Mundo os “ti
“tipos ideais” , cunhando então as figuras do id i ”
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“semeador e do ladrilhador”, para melhor distinguir a colonização lusitana da espanhola.
Sérgio Buarque queixou‐se
Sérgio Buarque queixou
se, veemente, da má veemente da má
vontade deles (portugueses) para com as letras, para com a imprensa e a educação deixando o
para com a imprensa e a educação, deixando o Brasil colônia mergulhado por três séculos numa ignorância estratégica.
“Formado nos quadros da estrutura familiar, o brasileiro recebeu o peso das ‘relações de simpatia’, que dificultam a incorporação normal a outros agrupamentos. Por isso, não acha agradáveis as relações P i
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impessoais, características do Estado, procurando reduzi‐las ao padrão pessoal e afetivo Onde pesa a família sobretudo em seu molde
pessoal e afetivo. Onde pesa a família, sobretudo em seu molde tradicional, dificilmente se forma a sociedade urbana de tipo moderno.”
CANDIDO, Antônio. Prefácio. In: HOLANDA, Sérgio B. Raízes do Brasil. 10. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1976. p. XVIII.
De acordo com o texto, a sociedade brasileira, apoiada nas relações de simpatia, encontra dificuldades de constituir relações próprias do Estado moderno. Assinale a alternativa que indica corretamente uma das características que
Assinale a alternativa que indica corretamente uma das características que fundamentam o Estado moderno a que se refere o autor.
a)Ênfase na afetividade
a)Ênfase
na afetividade
b) Uso do favor nas relações políticas
c) Servilismo
d) P
d) Procedimento universal
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e)Recorrência ao expediente do jeitinho
Caio Prado Júnior
(1907 1990)
(1907‐1990)
Caio Prado Junior nasceu em 11 de fevereiro de 1907, é oriundo de uma das famílias mais influentes e ricas de São Paulo
influentes e ricas de São Paulo. Em 23 de novembro de 1990, aos 83 anos o referido
83 anos, o referido autor faleceu na capital p
paulista.
Caio Prado foi o grande Cientista g
Social, que entendeu o Brasil, e as suas obras formaram gerações de Grandes Cientistas õ d G d Ci ti t
conhecedores do Brasil.
Em 1933, Caio Prado Júnior publicou o livro
Júnior publicou o livro “Evolução Política do Brasil” , uma obra cuja Brasil
uma obra cuja
percepção acerca da evolução política e social
evolução política e social do Brasil se dava pelo viés econômico
viés econômico.
Em 1942, Caio Prado publicou "Formação do bli
"F
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Brasil Contemporâneo" e em 1945 , "História 1945 "Hi tó i
Econômica do Brasil".
As suas obras inauguraram, no país uma tradição
país, uma tradição historiográfica identificada com o marxismo,
buscando uma explicação li ã
diferenciada da sociedade colonial b il i
brasileira.
Embora numa forma Embora
numa forma
mais complexa, o sistema colonial
sistema colonial brasileiro continua, em essência o mesmo
em essência, o mesmo do passado, isto é, uma organização
uma organização fundada na produção de matérias primas e
de matérias‐primas e gêneros alimentares demandados nos
demandados nos mercados internacionais.
internacionais
Via como solução dos problemas de pobreza e bl
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desigualdades sociais, na concentração das riquezas,
concentração das riquezas, um sistema injusto pós Escravidão, que mantinha uma quantidade pequena de tid d
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pessoas dona da totalidade das riquezas, onde a maioria
das riquezas, onde a maioria da população passa necessidade e despreparo t t l t
total, tornando um inferno e d
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caos à vida de toda a nação. A multidão sofrendo porque u t dão so e do po que
não tem, e a minoria sofrendo com medo porque tem. tem
“A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que i
imaginam na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possível i
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contra nossa desordem. Os mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são em verdade criações engenhosas de
elaboraram esses eruditos são, em verdade, criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio.”
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HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 33
Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são i t l t i d h
intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da d “G
ã d 30” i i
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sociologia no Brasil como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade. Sobre as
conhecimento sistemático e metódico da sociedade. Sobre as preocupações características dessa geração, considere as afirmativas a seguir.
II‐ Critica o processo de modernização e defende a preservação das Critica o processo de modernização e defende a preservação das
raízes rurais como o caminho mais desejável para a ordem e o progresso da sociedade brasileira.
II‐ Promove a desmistificação da retórica liberal vigente e a denúncia da visão hierárquica e autoritária das elites brasileiras.
III Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos bacharéis III‐
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como instrumento de transformação social.
IV‐ Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e IV
Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e
explicação da sociedade brasileira.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
) I III
b) I e IV c) II e IV
c) II e IV
d) I, II e III e) II, III e IV
Florestan Fernandes
(1920 1995)
(1920‐1995)
É o fundador e principal representante da
representante da Sociologia Crítica no Brasil . Brasil
Em todo o seu trabalho ele procura refletir as desigualdades sociais ‐
desigualdades sociais desvendando as contradições da
contradições da sociedade de classes –
e também o papel da bé
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Sociologia diante dessa realidade.
"Eu nunca teria sido o sociólogo em que me
sociólogo em que me converti sem o meu passado e sem a socialização pré e
e sem a socialização pré e extra‐escolar que recebi , através das duras lições da
através das duras lições da vida (...) Iniciei a minha aprendizagem 'sociológica'
aprendizagem sociológica aos 6 anos , quando precisei ganhar a vida como se fosse
ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei , pelas vias da experiência concreta
vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana ".
convivência humana É sem dúvida o mais importante intelectual orgânico do século XX. Bebeu na fonte dos clássicos e estudou com mais profundidade as classes sociais na sociedade brasileira. Defendeu com coragem a necessidade de uma verdadeira g
revolução social, que pudesse construir uma sociedade justa e igualitária em nosso país.
Mais do que o pai da sociologia brasileira, com 56 livros publicados, o intelectual Florestan Fernandes foi um grande educador, não só pelos 24 anos de exercício prestados à atividade na Universidade de São d
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Paulo (USP), como pela capacidade de hipnotizar platéias nas conferências em que defendia as suas teses
conferências em que defendia as suas teses. Entre elas, Mestre Florestan foi um defensor intransigente da escola pública.
Devotou seu trabalho político ‐ filiado à político filiado à
esquerda socialista ‐ a ressaltar a importância
ressaltar a importância do ensino gratuito, de qualidade, acessível a ld d
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todos os brasileiros como única forma capaz de promover a
capaz de promover a democracia.
Florestan afirmava que era necessário
Florestan
afirmava que era necessário entender e entender e
agir sobre a realidade social.
O sociólogo Florestan Fernandes, o principal representante do grupo de intelectuais responsáveis pela
intelectuais responsáveis pela desmistificação da democracia racial brasileira, foi uma figura central no ,
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processo ao procurar fazer as esquerdas brasileiras entenderem que lutar contra as diversas formas de opressão racial no país seria a forma mais eficaz de combate contra
forma mais eficaz de combate contra os mecanismos mais perversos do capitalismo brasileiro. p
Racismo e discriminação são produtores eficazes de privilégios para o grupo racial dominante, com forte impacto na estrutura social
forte impacto na estrutura social como um todo. Deste modo, a "democracia só será uma realidade quando houver, de fato, igualdade racial no Brasil e o negro não sofrer nenhuma espécie de discriminação, de preconceito, de estigmatização e de segregação, seja em termos de classe, seja em termos de raça" (
(Florestan Fernandes)
)
Principais Obras :
A organização social dos Tupinambás (1949)
A Sociologia numa Era de Revolução g
ç
Social (1963)
A Integração do Negro na Sociedade de Classes (1965)
Capitalismo Dependente e Classes Sociais na América Latina (1973)
Sociais na América Latina (1973)
Revolução Burguesa no Brasil (1975)
ç
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(
)
Darcy Ribeiro, mineiro de Montes Claros morreu de
Montes Claros, morreu de câncer, aos 74 anos, em 1997. Ele se definia com um
Ele se definia com um educador. Formado em antropologia p g
pela Universidade de São Paulo (USP), dizia‐se ignorado pelos pares e seguido por filósofos e historiadores, pronto para desafiar as “convenções da moderna ciência do estudo do homem”,
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em que a visão do branco dominante para todo o resto
dominante para todo o resto seria invertida.
Foi ministro chefe da Casa Civil no período em que p
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João Goulart foi presidente da República, p
vice‐governador do Rio de Janeiro (1983‐87) durante o governo de Leonel Brizola, quando idealizou os Centros Integrados de Ensino Público (Cieps), e senador (1991‐1997).
Darcy Ribeiro teve a capacidade de sintetizar, id d d i
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numa perspectiva quase eufórica, alguns aspectos que muitas vezes são considerados negativos, como a mestiçagem, a alegria ç g ,
g
dionisíaca, a mistura de culturas e outros, que ele
culturas e outros, que ele sabia fundir numa visão construtiva e sem ufanismo
construtiva e sem ufanismo.
“Darcy é um dos MAIORES intelectuais que o Brasil já teve. Não apenas pela alta qualidade de seu trabalho e da sua produção de antropólogo, de educador e de escritor,
mas também pela incrível capacidade de viver muitas d d d
vidas numa só, enquanto a maioria de nós mal consegue d ó
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viver uma"
( ô i Câ did )
(Antônio Cândido)
"A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas
brasileiras são conformadas como variantes da versão lusitana da tradição civilizatória
lusitana da tradição civilizatória européia ocidental, diferenciadas p
por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de características próprias, mas atado genesicamente à matriz portuguesa, cujas t
j
potencialidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se
ser e de crescer só aqui se realizaram plenamente.
A confluência de tantas e tão variadas matrizes formadoras poderia ter resultado numa sociedade multiétnica, dilacerada i d d
ltiét i dil
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pela oposição de componentes diferenciados e imiscíveis Ocorreu
diferenciados e imiscíveis. Ocorreu justamente o contrário, uma vez que, apesar de sobreviverem na fisionomia somática e no espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla ancestralidade, não se últi l
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diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturais ou
minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas a lealdades étnicas próprias e disputantes da autonomia frente à nação".
"Todos nós, brasileiros, somos carne
da carne daqueles
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pretos
p
e índios
supliciados. Todos nós brasileiros
somos, por igual, a mão possessa
que os supliciou. A doçura mais
terna e a crueldade mais atroz aqui
se conjugaram para fazer de nós a
gente sentida e sofrida e sofrida que
somos e a gente insensível e brutal
brutal,
que também somos. Como
descendentes de escravos e de
senhores de escravos seremos
sempre servos da malignidade
destilada e instilada em nós, tanto
pelo sentimento da dor
intencionalmente produzida para
doer mais, quanto pelo exercício da
brutalidade sobre homens, sobre
mulheres, sobre crianças
convertidas em pasto de nossa
fúria." "A mais terrível de nossas
heranças é esta de levar sempre
conosco a cicatriz de torturador
impressa na alma e pronta a explodir
na brutalidade racista e classista."
Miscigenação
g ç
A Invenção do Brasil
A Invenção do Brasil 
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