X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 CRIPTOGRAFIA NA SALA DE AULA Luiza de Abreu Menezes Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Rio Pomba [email protected] Marcos Pavani de Carvalho Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Rio Pomba [email protected] Resumo: O presente trabalho pretende contribuir para a melhoria da qualidade do ensino de Matemática nos diversos níveis, com a formação continuada de professores e também com a prática profissional do futuro professor de Matemática. Este trabalho apresenta uma sugestão metodológica para a abordagem do estudo de função e matrizes no Ensino Fundamental e Médio, tendo como suporte o trabalho desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba através do Projeto de Extensão: Formação Continuada de Professores de Matemática e Assistência aos Estudantes da Educação Básica na Região de Rio Pomba MG, que tem como objetivo capacitar professores em atuação na educação básica das escolas da região de Rio Pomba. A Educação Matemática enfrenta diversos desafios na busca de aliar o interesse discente e a formação do cidadão com o objetivo de um melhor entendimento e interesse dos alunos sobre os conceitos de função e matriz, este trabalho apresenta uma maneira conhecida no campo matemático de se trabalhar estes assuntos. Palavra-chave: Criptografia; Matriz; Função. INTRODUÇÃO Em grego, cryptos significa secreto, oculto. A criptografia estuda os métodos para codificar uma mensagem de modo que só seu destinatário legítimo consiga interpretá-la. É a arte dos “códigos secretos”, que todos já praticamos quando criança. O mais simples desses códigos consiste em substituir uma letra pela seguinte; isto é transladar o alfabeto uma casa em diante. Um código semelhante foi usado por Júlio Cesar para comunicar-se com legiões em combate na Europa. Este parece ter sido o primeiro exemplo de um código secreto de que se tenha notícia. A criptografia tem uma irmã gêmea na arte de decifrar códigos secretos, ou criptoanálise. Naturalmente todo código vem acompanhado de duas receitas: uma para codificar a mensagem; outra para decodificar uma mensagem codificada. Decodificar é Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Pôster 1 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 o que um usuário legítimo faz quando recebe uma mensagem codificada e deseja lê-la. Já decifrar significa ler uma mensagem sem ser um usuário legítimo. Portanto para decifrar é preciso “quebrar” o código. Propomos o uso do tema Criptografia para a exploração de conceitos matemáticos aplicados. No entanto, o tema é amplo e complexo e pretendemos dar ênfase ao estudo que abrange a Educação Matemática no Ensino Fundamental e Médio, valorizando a aplicabilidade da Matemática neste contexto. Sendo assim, segundo Silva (2008) temos que Criptografia é a arte ou ciência de escrever mensagens em cifra ou em código, de modo que somente a pessoa autorizada possa decifrar e ler as mensagens. Silva ainda complementa: A criptografia é tão antiga quanta a própria escrita, já estava presente no sistema de escrita hieroglífica dos egípcios. Os romanos utilizavam códigos secretos para comunicar planos de batalhas. O mais interessante é que a tecnologia de Criptografia não mudou muito até meados deste século. Depois da Segunda Guerra Mundial, com a invenção do computador, a área realmente floresceu incorporando complexos algoritmos matemáticos. Durante a guerra, os ingleses ficaram conhecidos por seus esforços para decifração de mensagens. Na verdade, esse trabalho criptográfico formou a base para a ciência da computação moderna. (SILVA. 2008. p.137) Os conceitos de Funções e Matrizes são introduzidos mostrando a sua real necessidade no campo matemático e das linguagens. Neste sentido, são propostas atividades experimentais envolvendo materiais concretos e mostrando a matemática de uma forma interessante e que possibilite ao aluno aplicar o conceito adquirido. É evidente que muitos alunos possuem dificuldade de compreender o conceito e aplicações de funções e matrizes. Em geral, os professores trabalham esses tipos de assuntos somente por meio de fórmulas, e os alunos não entendem o real significado de função, função inversa, matriz e matriz inversa. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Pôster 2 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Segundo Carraher (1986), exercícios de Matemática em que o aluno tem que utilizar precisamente as fórmulas que acabou de estudar, não são verdadeiros problemas que exijam raciocínio lógico, mas sim exercícios que exigem apenas memória; não lhe é exigida compreensão dos conceitos matemáticos, nem que faça relações entre o que já aprendeu e a possível solução do problema. Nesses casos, os problemas são tratados mecanicamente, sem que, muitas vezes o aluno compreenda o que está fazendo. Esta abordagem não funciona para estimular o raciocínio do aluno. Acreditamos que o aprendizado só é possível se nos propusermos a realizar um trabalho que relacione a realidade e as expectativas dos nossos alunos, usando os diferentes recursos disponíveis que nos auxiliam no processo de ensino-aprendizagem da Matemática. Pretendemos mostrar por meio desse trabalho uma alternativa para o ensino de matrizes e função de forma clara e objetiva. A PROPOSTA DE TRABALHO A maioria dos alunos já ouviu falar em Criptografia, normalmente através de um filme de ficção ou aventura. A finalidade básica da Criptografia é transmitir uma mensagem a um destinatário sem que outra pessoa possa compreender seu conteúdo. A idéia é mostrar os conceitos de função e matriz de maneira simples, quase uma brincadeira de criança, introduzindo alguns tipos de Criptografia através de dinâmicas de grupo. Nesta etapa são abordados os seguintes tipos de Criptografia: Bastão de Licurgo, Tabela Esparta, Grelha de Cardano e Cifra de Vigenere. Desejando contribuir com a melhoria do ensino de funções e matrizes no Ensino Fundamental e Médio abordam-se tipos de Criptografia onde são aplicados tais conceitos, como Código de César e Cifra de Hill. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Pôster 3 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 O foco é apresentar uma sugestão para a abordagem das propriedades de funções e matrizes. E traz como objetivos específicos trabalhar os conceitos de: Função injetora e sobrejetora Função inversa Operações com matrizes Matriz inversa RESULTADOS ESPERADOS Como resultado, acreditamos na construção significativa dos conceitos de função e matriz no Ensino Fundamental e Médio, na criação de um ambiente em que se possa aprender e ensinar Matemática de uma forma agradável e descontraída, além da interação nas aulas Matemática. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARRAHER, T.N. Aprender pensando. Petrópolis, Vozes, 1986. COUTINHO, S. Números Inteiros e Criptografia RSA. SBM, 2009. SANTOS, R.J. Introdução à Álgebra Linear. Departamento de Matemática - ICEx UFMG, Belo Horizonte, 2008. SILVA, A. A. Números, Relações e Criptografia. Departamento de Matemática UFPB, Paraíba, 2000. TAMAROZZI, A.C. Codificando e decifrando mensagens. RPM 45. SBM, 2001. TERADA, R. Criptografia e a importância das suas aplicações. RPM 12. SBM, 1988. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Pôster 4